uma fórmula expedita para determinar o índice ... · prevenção e o combate aos incêndios...

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Uma fórmula expedita para determinar o índice meteorológico de risco de eclosão de fogos florestais em Portugal Continental * Introdução Quando, em 1986, tivemos o primeiro contacto com o Centro de Prevenção e Detecção de Incêndios Florestais da Lousã, despertou-nos a atenção um conjunto de gráficos, elaborados pelo técnico florestal responsável, onde se relacionavam valores diários da temperatura do ar com valores da sua humidade relativa e, ainda, com a velocidade do vento, e onde, por sua vez, se comparavam estes valores com as áreas ardidas e com o número de incêndios florestais detectados diariamente. Ressaltavam algumas relações entre estes diferentes gráficos, mas pareceu-nos que seria possível melhorar a sua visualização pelo que, desde logo, decidimos dedicar alguma atenção a esse assunto. Apesar das críticas que possam ser apontadas às correlações, por ser possível relacionar, com bons resultados, variáveis que à partida não parecem correlacionáveis, pensamos que aquela representação gráfica constitui um trabalho altamente meritório e, por isso, achámos que seria útil aperfeiçoá-la, dado que as escalas usadas para comparação da temperatura com a humidade relativa do ar não favoreciam, quanto a nós, a relação que se pretendia. Por outro lado, a representação usada para as velocidades do vento dificultava a leitura do gráfico e obscurecia a relacionação desejada. Efectivamente, a velocidade do vento, sendo um elemento de relevo na análise do risco de incêndio florestal, só assume verdadeiro significado quando associada ao seu rumo, pelo que a sua representação gráfica deve fazer-se em * Cadernos Científicos sobre Incêndios Florestais, Coimbra, 1991, 2, p. 3 - 63., Com o título de “Uma fórmula simples para cálculo do risco meteorológico de incêndios na floresta de Portugal” foi também publicado, em versão resumida, nas Comunicações, II Congresso Florestal Nacional, Porto, 1990, II vol., p. 743 - 754.

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73Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Uma fórmula expedita para determinar o índicemeteorológico de risco de eclosão de fogos

florestais em Portugal Continental*

Introdução

Quando, em 1986, tivemos o primeiro contacto com o Centro dePrevenção e Detecção de Incêndios Florestais da Lousã, despertou-nos aatenção um conjunto de gráficos, elaborados pelo técnico florestal responsável,onde se relacionavam valores diários da temperatura do ar com valores da suahumidade relativa e, ainda, com a velocidade do vento, e onde, por sua vez, secomparavam estes valores com as áreas ardidas e com o número de incêndiosflorestais detectados diariamente.

Ressaltavam algumas relações entre estes diferentes gráficos, maspareceu-nos que seria possível melhorar a sua visualização pelo que, desde logo,decidimos dedicar alguma atenção a esse assunto.

Apesar das críticas que possam ser apontadas às correlações, por ser possívelrelacionar, com bons resultados, variáveis que à partida não parecemcorrelacionáveis, pensamos que aquela representação gráfica constitui umtrabalho altamente meritório e, por isso, achámos que seria útil aperfeiçoá-la,dado que as escalas usadas para comparação da temperatura com a humidaderelativa do ar não favoreciam, quanto a nós, a relação que se pretendia.Por outro lado, a representação usada para as velocidades do vento dificultavaa leitura do gráfico e obscurecia a relacionação desejada.

Efectivamente, a velocidade do vento, sendo um elemento de relevo naanálise do risco de incêndio florestal, só assume verdadeiro significado quandoassociada ao seu rumo, pelo que a sua representação gráfica deve fazer-se em* Cadernos Científicos sobre Incêndios Florestais, Coimbra, 1991, 2, p. 3 - 63.,

Com o título de “Uma fórmula simples para cálculo do risco meteorológico de incêndios na florestade Portugal” foi também publicado, em versão resumida, nas Comunicações, II Congresso FlorestalNacional, Porto, 1990, II vol., p. 743 - 754.

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associação, através de rosas anemoscópicas ou de diagramas com sequências devectores-vento.

Iniciámos, pois, a investigação nesta área, sobretudo com o intuito deaperfeiçoar estas relações e de as traduzir num índice de risco que dotasse aprevenção e o combate aos incêndios florestais de um índice fácil de calcular,que pudesse ajudar a identificar as situações de maior ou menor risco deocorrência de incêndio florestal. Procurámos, pois, criar um índice adaptadoe, sobretudo, baseado na realidade nacional, em particular na da RegiãoCentro do país, onde é mais premente a problemática dos incêndios florestais,por ser a região mais afectada por este flagelo.

Depois de termos iniciado esta investigação, e quando divulgámos osresultados, foram formuladas algumas críticas, que agora, concluído o estudo,sabemos não terem fundamento, mas que na altura nos suscitaram dúvidas eque, por isso, fizeram com que tivéssemos dado prioridade a outros trabalhos.Para tal também contribuiu o facto de o Instituto Nacional de Metereologia eGeofísica ter adoptado, a partir de 1988, um novo índice metereológico de risco deincêndio florestal, pelo que nos pareceu pouco vantajoso continuar a investir numoutro índice.

Entretanto, em 1989, seis viaturas pertencentes a Comandos Operacionaisdos Bombeiros do Centro, foram equipadas com estações metereológicasportáteis. Notámos que estas estações têm sido pouco utilizadas e uma daseventuais causas poderá ser a pouca utilidade prática dos dados observados,por falta de conhecimento da relação directa que têm com os incêndiosflorestais.

Para que os Comandos Operacionais pudessem vir a retirar mais partido daaparelhagem de que dispõem, tornava-se necessário comprovar essas relaçõese, por este motivo, decidimos prosseguir a investigação neste domínio, comvista à criação do tal índice fácil de calcular.

Essa facilidade de cálculo permite, ainda, que o índice possa serdeterminado no próprio local, uma das suas grandes vantagens, possibilitandotirar rápido partido dos valores lidos nas estações meteorológicas portáteis,podendo os próprios bombeiros determinar e acompanhar a evolução doíndice de risco no local do incêndio ou em qualquer outro ponto que disponha

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de uma estação meteorológica simples.De qualquer outro modo, o índice meteorológico de risco de incêndio

florestal que agora propomos, porque se trata de um índice simples, não écumulativo, e, por isso mesmo, apenas se refere ao estado da atmosfera nomomento das observações meteorológicas, pelo que apenas deve servir paracomplemento do índice oficial ou, na sua falta, para suprir alguma lacuna dedivulgação.

Na apresentação deste trabalho, em substituição de numerosos e extensosquadros numéricos (no final apresentamos um resumo dos maisrepresentativos), privilegiámos a representação gráfica para ilustrar asinformações que pretendemos transmitir, dado que a visualização dosdiferentes aspectos que nos propomos abordar permite a sua mais fácilapreensão.

A componente meteorológica será apenas uma das variáveis do índiceintegrado de risco que nos propusémos desenvolver a nível regional, depreferência a nível concelhio, se para tal vier a existir convergência deinteresses. Esse índice, além da componente meteorológica, deveria integrardiversas outras, sendo como que uma espécie de somatório de um conjunto deoutros índices mais simples.

Os diversos indicadores, com uma forte componente de carácter regional,permitiram a determinação de diversos índices que entrariam no cálculo doíndice integrado, tais como:

Índice de inflamabilidade, baseado nas espécies vegetais, no estado eacumulação do combustível e em factores meteorológicos;

Índice de combustibilidade, no estado do combustível e em factoresmeteorológicos;

Índice de propagação, no estado do combustível, na topografia e em factoresmeteorológicos;

Índice de causalidade, na frequência e nas causas directas de ignição;Índice de ocorrência, no número e frequência dos fogos;Índice de gravidade, na dimensão das áreas queimadas;Índice de mobilidade, no tempo de mobilização de pessoal e equipamento.É obvio que um índice integrado desta natureza exige uma componente

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multidisciplinar muito variada e só será viável se se congregarem esforços nosentido de se constituir uma equipa interdisciplinar que lhe possa vir a darforma. A sua constituição dependerá, naturalmente, das iniciativas que vierema ser tomadas pelas duas instituições que, do ponto de vista operacional, maistêm a ver com a problemática dos incêndios florestais, a Direcção Geral dasFlorestas e o Serviço Nacional de Bombeiros.

Metodologia

Para melhorar o efeito visual da representação gráfica referida, começámospor fazer diversos ensaios, usando diferentes relações, tendo optado finalmentepor uma comparação directa dos valores da temperatura com os da humidaderelativa do ar e representando o vento à parte, através das respectivas sequênciasde vectores-vento.

Usámos esta metodologia e verificámos os bons resultados da relaçãoproposta, tanto na explicação dos grandes incêndios florestais de 1986 (L.LOURENÇO, 1988) e de 1989 (L. LOURENÇO e A. BENTO GONÇALVES, 1990),como na análise mais pormenorizada dos incêndios florestais de Mira/Vagos(D. XAVIER VIEGAS, L. LOURENÇO et al., 1987) e de Arganil/Oliveira doHospital (D. XAVIER VIEGAS, L. LOURENÇO et al., 1988).

A sua generalização a toda a época de maior risco de ocorrência deincêndios florestais apresenta uma razoável relacionação com o número defogos (L. LOURENÇO et al., 1988) apesar de ser naturalmente inferior à doscasos particulares antes mencionados. É óbvio que os factores que estão naorigem dos fogos são tão diversos que, por isso mesmo, originam relaçõesdiferentes daquelas que dependem exclusivamente das condiçõesmeteorológicas.

Desenvolvendo algumas dessas relações e estabelecendo comparações comoutros índices de risco, chegámos ao índice agora proposto, útil tanto pelafacilidade do seu cálculo como pelos seus resultados.

No entanto, como considerar uma grande diversidade de elementosmeteorológicos implica o recurso a diversa aparelhagem específica, nem

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sempre disponível, e o uso de cálculos por vezes complicados e difíceis deexecutar, decidimos apostar no estudo do comportamento das duas principaisvariáveis meteorológicas intervenientes na deflagração dos incêndios. Trata-se,naturalmente, da temperatura e da humidade relativa do ar, importantes porque,ao mesmo tempo, tanto influenciam como são influenciadas quer pelo teor dehumidade do solo e das plantas, quer pelas duas circulações atmosféricasdominantes no centro do país. Acresce, além disso, a facilidade de obtenção dosseus valores, através de aparelhos relativamente simples e pouco dispendiososque, uma vez conhecidos, permitem determinar facilmente, para qualquer lugar,o seu índice meteorológico de risco de incêndio florestal. São inegáveis asvantagens de cálculo deste índice, pois todos sabemos que as situações locais sãodeterminantes na explicação do comportamento do fogo e que, muitas vezes,diferem da situação geral, definida à escala sinóptica.

Apresentação do índice

Em face das relações estabelecidas, para se determinar o índice local de riscometeorológico a uma determinada hora, basta dividir os valores datemperatura do ar, em graus centígrados (°C), pelos da sua humidade relativa,em percentagem (%), nesse local, à hora pretendida, o que podemos exprimirpela seguinte fórmula:

IR LL = T / U + V

IRLL - refere-se ao índice de risco por nós proposto,T - representa o valor da temperatura do ar a uma determinada hora,U - representa o valor da humidade relativa do ar à mesma hora,V - é um factor de correcção, de acordo com o rumo e a velocidade

do vento à hora considerada (1).

1 O factor V encontra-se ainda em fase de aferição pelo que, neste estudo, o seu valor foi consideradonulo (igual a zero), não afectando por isso o resultado da fracção T/U. É certo que o vento agrava orisco de incêndio mas, de momento, é difícil determinar em que quantidade exacta o faz, pelo que aprudência aconselha continuar a investigar nesta área, deixando-se a inclusão do factor V para depois.

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1 A fórmula que permite o seu cálculo é a seguinte: IRÅ = 0,05 x U + 0,1 x (27 - T), em que IRÅ

corresponde ao índice de risco de Angström. U refere-se à humidade relativa do ar, em percentagem,a uma dada hora e T, à temperatura do ar, em graus centígrados, à mesma hora. O INMG adoptoupara Portugal os seguintes valores: IRÅ > 4,0 - condições não favoráveis à ocorrência de incêndiosflorestais; 2,5 < IRÅ - 4,0 - condições pouco favoráveis e IRÅ - 2,5 - condições muito favoráveis.(WOLFANGO DE MACEDO & SARDINHA, 1987, 2º vol., p. 77)

Tal simplicidade advém da relacionação directa que propusémos para asvariáveis temperatura e humidade relativa do ar.

As situações de risco mais grave obtêm-se quando consideramos valoresdiários extremos de cada uma dessas variáveis, ou seja a temperatura máxima ea humidade relativa mínima diárias, embora, na prática, raramente seobservem à mesma hora, tomando a fórmula, nesse caso, o seguinte aspecto:

IRMáxLL = T Máx / U mín + V Máx

IRMáxLL - refere-se ao índice de risco máximo por nós proposto,TMáx - representa o valor máximo diário da temperatura do ar,Umín - representa o valor mínimo diário da humidade relativa do ar,VMáx - é um factor de correcção, de acordo com o rumo e a velocidade

máxima do vento.Sempre que o resultado seja igual ou superior à unidade, estaremos perante

situações de alto risco de deflagração de incêndio florestal, que será tanto maiorquanto mais elevado for esse valor. Pelo contrário, para valores inferiores àunidade, a situação é considerada normal e o risco vai diminuindoprogressivamente com a descida daqueles valores.

No fundo, trata-se de uma profunda simplificação do índice deAngström(1), quanto a nós com inegáveis vantagens, tanto porque o risco passaa aumentar à medida que crescem os valores do índice (contrariamente ao quesucede no de Angström, onde os valores mais elevados correspondem aos riscosmais baixos) como porque se eliminam os valores negativos que, naqueleíndice, são característicos das situações de maior risco.

Acresce ainda, que, actualmente, o índice de Angström apenas comportatrês classes de risco, considerando-se como condições muito favoráveis àocorrência de incêndios todas aquelas em que os valores do índice são iguais

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ou inferiores a 2,5, o que coloca em pé de igualdade situações relativamentegraves com as extremamente graves e que, na nossa proposta, aparecemdesdobradas em três classes, de acordo com o agravamento do risco,considerando um intervalo de 0,5, entre as diferentes classes de risco deincêndio.

Deste modo, para valores compreendidos entre 0 e 0,49, o risco éconsiderado baixo (classe 1). Torna-se moderado (classe 2), quando o seu valorse situa entre 0,5 e 0,99. Para valores iguais ou superiores à unidade, entramosnas situações mais graves, pelo que o valor 1,0 constitui o limiar entre ascondições pouco favoráveis e as muito favoráveis à ocorrência de incêndios. Orisco será alto (classe 3), quando o seu valor varia entre 1 e 1,49, passando amuito alto (classe 4), para valores entre 1,5 e 1,99 e torna-se extremo (classe 5)para valores iguais ou superiores a 2. Para facilidade de identificação, emtermos operacionais, apresentamos um código de cores correspondente àsdiferentes classes de risco (TABELA I).

A nossa proposta fundamentou-se na análise dos registos relativos aosúltimos oito anos que constituíram a base de aferição do índice de risco agoraproposto. O seu comportamento nem sempre nos permite correlações óptimascom os incêndios florestais porquanto o risco meteorológico de Coimbra,calculado com base em elementos do Instituto Geofísico da Universidade deCoimbra, raramente é comum a toda a área abrangida pelo Centro dePrevenção e Detecção de Incêndios Florestais da Lousã e, principalmente,porque outros factores são, ou pelo menos em determinados períodos foram,mais importantes para a deflagração dos fogos do que as condiçõesmeteorológicas ou a incúria humana.

No entanto, a falta de elementos para uma área mais restrita, envolvente deCoimbra, levou-nos a considerar aqueles, tanto mais que a posição intermédiade Coimbra acaba por, de certo modo, compensar as diferenças existentes entreos valores extremos das áreas litorais e os das áreas mais interiores.

Para, em parte, colmatar as diferenças climáticas regionais e porque os fogossão particularmente numerosos no interior, entendemos dever consideraroutras estações que apresentassem contrastes climatológicos mais significativosdo que a de Coimbra e, ao mesmo tempo, fossem representativas dessas

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TABELA 1 - Definição das classes de risco(1)

baixomoderado

altomuito altoextremo

0,00 - 0,490,50 - 0,991,00 - 1,491,50 - 1,99

ž 2,00

azulverde

amarelolaranja

vermelho

12345

Classe de risco Classe de riscoGrau de risco Intervalo de classe

1 Na nova nomenclatura (L. LOURENÇO et al., 1997, p. 21) estas designações foram reformuladasrespectivamente para: risco reduzido, moderado, elevado, muito elevado e máximo, cujas corescorrespondentes passaram a ser: verde, amarelo, vermelho claro, vermelho e vermelho escuro.

situações mais características do interior. Por estes motivos escolhemos CasteloBranco, onde aparece bem marcada uma certa continentalidade típica dasregiões interiores, e Penhas Douradas, onde os efeitos de altitude bem se fazemsentir e que será representativa de muitas regiões montanhosas do interior.

Seleccionámos o período de Junho a Outubro, porque é durante esses mesesque, de acordo com as condições meteorológicas, decorre a época maisfavorável à ocorrência de incêndios florestais, cuja marcação oficial varia deano para ano, de acordo com a flutuação dos tipos de tempo que acondicionam, mas que cabe sempre dentro desses meses.

Analisámos o período de 1982 a 1989, porque apenas dispomos de dadosdetalhados relativos aos incêndios florestais da Circunscrição Florestal deCoimbra, depois de 1982, ano de início do funcionamento do Centro dePrevenção e Detecção de Incêndios Florestais na Lousã.

Posto isto, vamos considerar as diferentes correlações que estabelecemospara a aferição desta fórmula simples, através da análise do comportamentodos elementos climatológicos considerados ao longo dos anos referidos.

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Análise do período de Junho a Outubro de 1982 a 1989

Variação dos valores da temperatura e da humidade relativa do ar. Relaçãocom o índice de risco e com o número de incêndios florestais

A representação gráfica dos valores diários da temperatura máxima e da humidaderelativa mínima do ar, referente aos meses de Junho a Outubro dos anos de 1982 a1989, não só possibilitou traçar a sua evolução temporal, mas também permitiuestabelecer a sua variação interanual, através de uma simples comparação directa.

A tendência mais comum foi para um aproximar de valores das duasvariáveis no mês de Setembro e, por conseguinte, das respectivas curvas, sebem que também se tenham aproximado e até mesmo intersectado fora desseperíodo, mas com intervalos mais curtos (figs. 1, 5, 9, 13, 17, 21, 25 e 29).

A experiência mostrou-nos que foi nestas situações meteorológicas que,normalmente, ocorreu um maior número de incêndios florestais (figs. 2, 6,10, 14, 18, 22, 26 e 30), pelo que também decidimos representar graficamenteo resultado da relação directa das duas variáveis meteorológicas consideradas eque se traduz pelo índice de risco que propomos.

Verificou-se, naturalmente, que os valores mais elevados do índicecorresponderam, no gráfico anterior, aos pontos em que, depois daintersecção, as curvas mais se afastavam, traduzindo assim os dias com maiorrisco de ocorrência de fogos (figs. 3, 7, 11, 15, 19, 23, 27 e 31).

Como este índice se baseia nos mesmos elementos meteorológicos que oíndice de Angström, também representámos os valores daquele que, em termosgráficos, tomam um aspecto quase inverso dos nossos (figs. 4, 8, 12, 16, 20,24, 28 e 32).

Poderá parecer descabido propor um novo índice, aparentemente inversodo anterior, mas na realidade contem diferenças significativas. Em primeirolugar, o nosso índice resultou da análise de situações concretas, quer do pontode vista climático, quer da perspectiva dos incêndios florestais, observadas nocentro de Portugal.

Depois, a representação gráfica dos seus valores dá-nos de forma maisdirecta e, por isso, de visualização mais simples, o valor e a evolução do risco de

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incêndio. Acresce ainda que o nosso processo de cálculo do índice é muitomais simples que o de Angström.

Por fim, a facilidade da sua determinação possibilita o seu cálculo local,mesmo em áreas remotas, permitindo acompanhar e até ajudar a estimar aprovável evolução dos grandes incêndios, pelo que, por todos estes motivos,entenderemos ser útil dar a conhecer o novo índice.

Comparando as três estações meteorológicas analisadas, notaram-se desdelogo, grandes diferenças relativamente a Coimbra pois, em Castelo Branco, osvalores das duas variáveis encontraram-se quase sempre próximos, comexcepção do mês de Outubro de 1985, e, por vezes, do início de Junho(1985 e 1988) e, mais raramente, de Julho (1988). Pelo contrário, nasPenhas Douradas, os valores das variáveis assumiram um comportamentointeranual mais irregular tendo sido, contudo, nos meses de Julho e Agosto,quando mais se aproximaram. Deste modo, o risco foi, em regra, mais alto doque em Coimbra, tanto nas Penhas Douradas como, principalmente, emCastelo Branco (figs. 33 a 45).

Uma análise mais detalhada à evolução dos diferentes valores de risco deincêndio mostrou uma considerável diversidade interanual em todas as classesde risco (fig. 46) e, ainda, de posto para posto meteorológico. Em Coimbra,cerca de 90% dos dias apresentaram riscos moderados e baixos e só 0,49%, ouseja, menos de um dia em cada época de fogos, tiveram risco extremo. NasPenhas Douradas, cerca de 85% dos dias apresentaram-se com risco moderadoe baixo e só cerca de 2% alcançaram risco extremo. Em Castelo Branco, onde asituação foi mais grave, mercê de condições climáticas mais favoráveis à ocorrênciade fogos, cerca de 50% dos dias situaram-se nos riscos moderado e baixo, 44%tiveram riscos alto ou muito alto e 6% chegaram ao risco extremo (fig. 47).

Este natural agravamento do risco em Castelo Branco é, em parte,acentuado por falta de dados da humidade relativa mínima do ar referente aosanos de 1982, 1983 e 1984, referindo-se a valores médios relativos a períodosdiferentes dos das outras estações. Não foram tidos em linha de conta osvalores que, de entre todos os anos considerados, foram os que apresentaramíndices de risco mais baixo e que, a serem introduzidos, baixariam os valoresmédios do risco em Castelo Branco.

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Por outro lado, a observação da evolução da temperatura e da humidade doar, bem como do risco de incêndio ao longo destes anos mostra, de ano paraano, uma certa tendência para um lento mas progressivo agravamento do riscoque, naturalmente, reflecte mudanças climáticas sensíveis, em particular, oaumento da temperatura e da secura do ar que, de modo geral, afectam todo oglobo e, de modo mais pertinente, certas áreas marginais, como sejam as declima mediterrâneo.

Esta situação não será certamente irreversível, mas é real e, a curto prazo,devemos estar preparados para a enfrentar. O aparecimento de anos comaparente inversão desta tendência, como sucedeu em 1988, não vem provarque ela não existe mas apenas mostra que não é linear, como aliás sucede coma generalidade dos fenómenos meteorológicos e, por isso, para a suacaracterização climática se usam médias de largos períodos de tempo,normalmente, de trinta anos.

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Fig.1 - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, emCoimbra, durante o Verão de 1989.

Fig. 2 - Evolução do número de fogos florestais (NIF) e de grandes incêndios (GIF),detectados pelo Centro de Prevenção e Detecção da Lousã, durante 1989.

1 5 11 2 19 16 13 11

0

20

40

60

80

100

TM/Um (COI)

Dias (Junho-Outubro)

15112191613110

25

50

75

1989-GIF

1989-NIF

Índice de risco

Nº IF

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Fig. 3 - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), emCoimbra, durante o Verão de 1989.

Fig. 4 - Evolução diária dos valores máximos do risco de incêndio florestal de Angström (IR Å),em Coimbra, durante o Verão de 1989.

15112191613110,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

15112191613110

1

2

3

4

5

6

Dias (Junho-Outubro)

Å

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Fig. 5 - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, emCoimbra, durante o Verão de 1988.

Fig. 6 - Evolução do número de fogos florestais (NIF) e de grandes incêndios (GIF),detectados pelo Centro de Prevenção e Detecção da Lousã, durante 1988.

15112191613110

20

40

60

80

100

Dias (Junho-Outubro)

TM /Um (COI)

Índice de risco

Nº IF

15112191613110

25

50

75

1988-GIF

1988-NIF

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Fig.7 - Evolução diária dos valores máximos do risco de incêndio florestal (IRLL), emCoimbra, durante o Verão de 1988.

Fig. 8 - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), em Coimbra, durante o Verão de 1988.

15112191613110,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

Dias (Junho-Outubro)

Å

15112191613110

1

2

3

4

5

6

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Fig. 9 - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, emCoimbra, durante o Verão de 1987.

Fig. 10 - Evolução do número de fogos florestais (NIF) e de grandes incêndios (GIF),detectados pelo Centro de Prevenção e Detecção da Lousã, durante 1987.

Dias (Junho-Outubro)

TM/Um (COI)

15112191613110

20

40

60

80

100

1987-GIF

1987-NIF

15112191613110

25

50

75

Indice de risco

Nº IF

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Fig. 11 - Evolução diária dos valores máximos do risco de incêndio florestal (IRLL), emCoimbra, durante o Verão de 1987.

Fig. 12 - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), em Coimbra, durante o Verão de 1987.

15112191613110,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

Dias (Junho-Outubro)

Å

15112191613110

1

2

3

4

5

6

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90 Luciano Lourenço

Fig. 13 - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, emCoimbra, durante o Verão de 1986.

Fig. 14 - Evolução do número de fogos florestais (NIF) e de grandes incêndios (GIF),detectados pelo Centro de Prevenção e Detecção da Lousã, durante 1986.

15112191613110

20

40

60

80

100

Dias (Junho-Outubro)

TM/Um (COI)

15112191613110

25

50

75

Índice de risco

Nº IF

1986-GIF

1986-NIF

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91Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 15 - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), emCoimbra, durante o Verão de 1986.

Fig. 16 - Evolução diária dos valores máximos do risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), em Coimbra, durante o Verão de 1986.

15112191613110,0

0,5

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Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

15112191613110

1

2

3

4

5

6

Dias (Junho-Outubro)

Å

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92 Luciano Lourenço

Fig. 17 - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, emCoimbra, durante o Verão de 1985.

Fig. 18 - Evolução do número de fogos florestais (NIF) e de grandes incêndios (GIF),detectados pelo Centro de Prevenção e Detecção da Lousã, durante 1985.

15112191613110

20

40

60

80

100

Dias (Junho-Outubro)

TM/Um (COI)

15112191613110

25

50

75

Índice de risco

Nº IF

1985-GIF

1985-NIF

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93Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 19 - Evolução diária dos valores máximos do risco de incêndio florestal (IRLL), emCoimbra, durante o Verão de 1985.

Fig. 20 - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), em Coimbra, durante o Verão de 1985.

15112191613110,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

15112191613110

1

2

3

4

5

6

Dias (Junho-Outubro)

Å

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94 Luciano Lourenço

Fig. 21 - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, emCoimbra, durante o Verão de 1984.

Fig. 22 - Evolução do número de fogos florestais (NIF) e de grandes incêndios (GIF),detectados pelo Centro de Prevenção e Detecção da Lousã, durante 1984.

15112191613110

20

40

60

80

100

Dias (Junho-Outubro)

TM/Um (COI)

15112191613110

25

50

75

Índice de risco

Nº IF

1984-GIF

1984-NIF

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95Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 23 - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), emCoimbra, durante o Verão de 1984.

Fig. 24 - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), em Coimbra, durante o Verão de 1984.

15112191613110,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

15112191613110

1

2

3

4

5

6

Dias (Junho-Outubro)

Å

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96 Luciano Lourenço

Fig. 25 - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, emCoimbra, durante o Verão de 1983.

Fig. 26 - Evolução do número de fogos florestais (NIF) e de grandes incêndios (GIF),detectados pelo Centro de Prevenção e Detecção da Lousã, durante 1983.

15112191613110

20

40

60

80

100

Dias (Junho-Outubro)

TM/Um (COI)

15112191613110

25

50

75

Indice de risco

Nº IF

1983-GIF

1983-NIF

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97Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 27 - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), emCoimbra, durante o Verão de 1983.

Fig. 28 - Evolução diária dos valores máximos do risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), em Coimbra, durante o Verão de 1983.

15112191613110

1

2

3

4

5

6

Dias (Junho-Outubro)

Å

15112191613110,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

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98 Luciano Lourenço

Fig. 29 - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, emCoimbra, durante o Verão de 1982.

Fig. 30 - Evolução do número de fogos florestais (NIF) e de grandes incêndios (GIF),detectados pelo Centro de Prevenção e Detecção da Lousã, durante 1982.

15112191613110

20

40

60

80

100

Dias (Junho-Outubro)

TM/Um (COI)

15112191613110

25

50

75

Índice de risco

Nº IF

1982-GIF

1982-NIF

Page 27: Uma fórmula expedita para determinar o índice ... · prevenção e o combate aos incêndios florestais de um índice fácil de calcular, ... sabemos não terem fundamento, mas que

99Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 31 - Evolução diária dos valores máximos do risco de incêndio florestal (IRLL), emCoimbra, durante o Verão de 1982.

Fig. 32 - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), em Coimbra, durante o Verão de 1982.

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

15112191613110,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

15112191613110

1

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3

4

5

6

Dias (Junho-Outubro)

Å

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100 Luciano Lourenço

Fig. 33.A - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, emCastelo Branco, durante o Verão de 1989.

Fig. 33.C - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), em Castelo Branco, durante o Verão de 1989.

Fig. 33.B - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), emCastelo Branco, durante o Verão de 1989.

15112191613110

20

40

60

80

100

Dias (Junho-Outubro)

TM/Um

15112191613110,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

15112191613110

1

2

3

4

5

6

Dias (Junho-Outubro)

Å

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101Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 34.A - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1989.

Fig. 34.C - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), nas Penhas Douradas, durante o Verão de 1989.

Fig. 34.B - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1989.

15112191613110

20

40

60

80

100

Dias (Junho-Outubro)

TM/Um

1511219161311

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

15112191613110

2

4

6

8

Dias (Junho-Outubro)

Å

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102 Luciano Lourenço

Fig. 35.A - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, emCastelo Branco, durante o Verão de 1988.

Fig. 35.C - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), em Castelo Branco, durante o Verão de 1988.

Fig. 35.B - Evolução diária dos valores máximos do risco de incêndio florestal (IRLL), emCastelo Branco, durante o Verão de 1988.

Dias (Junho-Outubro)

TM/Um

15112191613110

20

40

60

80

100

15112191613110,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

0

2

4

6

1511219161311Dias (Junho-Outubro)

Page 31: Uma fórmula expedita para determinar o índice ... · prevenção e o combate aos incêndios florestais de um índice fácil de calcular, ... sabemos não terem fundamento, mas que

103Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 36.A - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1988.

Fig. 36.C - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), nas Penhas Douradas, durante o Verão de 1988.

Fig. 36.B - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1988.

15112191613110

20

40

60

80

100

Dias (Junho-Outubro)

TM/Um

15112191613110,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

15112191613110

2

4

6

8

Dias (Junho-Outubro)

Å

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104 Luciano Lourenço

Fig. 37.C - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), em Castelo Branco, durante o Verão de 1987.

Fig. 37.A - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, emCastelo Branco, durante o Verão de 1987.

Fig. 37.B - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), emCastelo Branco, durante o Verão de 1987.

15112191613110

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80

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Dias (Junho-Outubro)

TM/Um

15012090603000,0

0,5

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2,0

2,5

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

15112191613110

2

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6

Dias (Junho-Outubro)

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105Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 38.A - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1987.

Fig. 38.B - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1987.

Fig. 38.C - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), nas Penhas Douradas, durante o Verão de 1987.

15112191613110

20

40

60

80

100

Dias (Junho-Outubro)

TM/Um

15112191613110,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

15112191613110

2

4

6

8

Dias (Junho-Outubro)

Å

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106 Luciano Lourenço

Fig. 39.C - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), em Castelo Branco, durante o Verão de 1986.

Fig. 39.A - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, emCastelo Branco, durante o Verão de 1986.

Fig. 39.B - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), emCastelo Branco, durante o Verão de 1986.

15112191613110

20

40

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100

Dias (Junho-Outubro)

TM/Um

15112191613110,0

0,5

1,0

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2,0

2,5

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

0

2

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Dias (Junho-Outubro)

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107Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 40.A - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1986.

Fig. 40.C - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), nas Penhas Douradas, durante o Verão de 1986.

Fig. 40.B - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1986.

15112191613110

20

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80

100

Dias (Junho-Outubro)

TM/Um

15112191613110,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

15112191613110

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Dias (Junho-Outubro)

Å

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108 Luciano Lourenço

Fig. 41.A - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, emCastelo Branco, durante o Verão de 1985.

Fig. 41.B - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), emCastelo Branco, durante o Verão de 1985.

Fig. 41.C - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), em Castelo Branco, durante o Verão de 1985.

15112191613110

20

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Dias (Junho-Outubro)

TM/Um

15112191613110,0

0,5

1,0

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Dias (Junho-Outubro)

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Dias (Junho-Outubro)

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109Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 42.C - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), nas Penhas Douradas, durante o Verão de 1985.

Fig. 42.B - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1985.

Fig. 42.A - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1985.

15112191613110

20

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Dias (Junho-Outubro)

TM /Um

15112191613110,0

0,5

1,0

1,5

2,0

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Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

15112191613110

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Dias (Junho-Outubro)

Å

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110 Luciano Lourenço

Fig. 43.A - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1984.

Fig. 43.C - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), nas Penhas Douradas, durante o Verão de 1984.

Fig. 43.B - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1984.

15112191613110,0

0,5

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Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

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Dias (Junho-Outubro)

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Dias (Junho-Outubro)

TM /Um

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111Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 44.C - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), nas Penhas Douradas, durante o Verão de 1983.

Fig. 44.B - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1983.

Fig. 44.A - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1983.

15112191613110,0

0,5

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Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

15112191613110

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Dias (Junho-Outubro)

Å

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Dias (Junho-Outubro)

TM/Um

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112 Luciano Lourenço

Fig. 45.C - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal de Angström(IRÅ), nas Penhas Douradas, durante o Verão de 1982.

Fig. 45.B - Evolução diária dos valores máximos de risco de incêndio florestal (IRLL), nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1982.

Fig. 45.A - Evolução da temperatura máxima e da humidade relativa mínima diárias, nasPenhas Douradas, durante o Verão de 1982.

15112191613110

20

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80

100

Dias (Junho-Outubro)

TM /Um

15112191613110,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Dias (Junho-Outubro)

IR-LL

15112191613110

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Dias (Junho-Outubro)

Å

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113Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Correlações estabelecidas entre os diferentes índices de risco

Como foi referido, o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica(INMG) passou a calcular, a partir de 1988, um índice cumulativo, portantomuito diferente do nosso, até porque comporta outras variáveis (precipitação evento). Mesmo assim, decidimos compará-los, na expectativa de vir aencontrar alguma correlação entre ambos, cuja existência, à partida, pareciapouco provável. Para o efeito, considerámos o valor do índice global corrigidodo INMG, dado que o número de classes de risco e, por sua vez, os respectivosintervalos, foram diferentes nos anos de 1988 e 1989, tendo sofrido um novoajustamento para a época de 1990.

À parte dos coeficientes de correlação determinados para 1988 (0,61; 0,60e 0,38) e para 1989 (0,50; 0,55 e 0,52), referentes, respectivamente, a CasteloBranco, Coimbra e Penhas Douradas, ressaltam algumas diferenças, emparticular no ano de 1988, nas Penhas Douradas, com situações de risco altono nosso critério e de risco nulo ou muito baixo segundo o índice do INMG.

Como 1988 foi um ano chuvoso, um índice que tenha em consideração valoresacumulados da precipitação será certamente bem diferente de um outro que não osconsidere. Em 1989 choveu muito menos e, por esse motivo, existe uma melhorcorrelação se bem que, mesmo assim, o peso da precipitação se faça sentir em especialnos nossos valores mais altos que são baixos para o INMG (figs. 48 e 49).

Em contrapartida, em Castelo Branco, passou-se uma situação contrária,ou seja, a alguns valores baixos do nosso índice correspondem valores altos noíndice do INMG o que se justificou pelo agravamento introduzido pelo vento,factor que, por enquanto, pelas razões apontadas, não considerámos.

Coimbra é, pois, das três estações, aquela que apresenta uma melhorcorrelação entre os índices, devido à sua situação intermédia relativamente àselevadas precipitações das Penhas Douradas, em contraponto com a aridez deCastelo Branco.

Mas, voltemos ao índice de Angström, o índice meteorológico de risco deincêndio, oficial em Portugal entre 1960 e 1987, e que continua a ser calculadodiariamente pelo INMG. Retomamos este índice porque utiliza as mesmas variáveisque o nosso e por isso proporciona uma melhor correlação do que o anterior.

Page 42: Uma fórmula expedita para determinar o índice ... · prevenção e o combate aos incêndios florestais de um índice fácil de calcular, ... sabemos não terem fundamento, mas que

114 Luciano Lourenço

Fig. 46.A - Distribuição do grau de risco (IRLL), por classes e por anos, para PenhasDouradas.

Fig. 46.B - Distribuição do grau de risco (IRLL), por classes e por anos, em Coimbra.

Fig. 46.C - Distribuição do grau de risco (IRLL), por classes e por anos, em Castelo Branco.

1 2 3 4 50

10

20

30

40

50

60 82

838485

868788

89

Índice de risco

%

1 2 3 4 50

10

20

30

40

50

60

Índice de risco

%

82

838485

868788

89

1 2 3 4 50

10

20

30

40

50

60

Índice de risco

%

85

868788

89

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115Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 47.A- Distribuição, por classes, do grau médio de risco (IRLL), nas Penhas Douradas.

Fig. 47.B - Distribuição, por classes, do grau médio de risco (IRLL), em Coimbra.

Fig. 47.C- Distribuição, por classes, do grau médio de risco (IRLL), em Castelo Branco.

1 2 3 4 50

10

20

30

40

5047,5

37,3

Índice de risco

(%)

10,2

3,1 1,8

1 2 3 4 50

10

20

30

40

50 45,0

Índice de risco

(%)

44,7

7,7

2,0 0,5

1 2 3 4 50

10

20

30

40

50

18,4

Índice de risco

(%)

23,820,5

25,6

31,6

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116 Luciano Lourenço

Fig. 48.B - Correlação entre os índices meteorológicos IGINMG e IRLL, para Coimbra,durante Junho a Outubro de 1989.

Fig. 48.A - Correlação entre os índices meteorológicos IGINMG e IRLL, para as PenhasDouradas, durante Junho a Outubro de 1989.

Fig. 48.C - Correlação entre os índices meteorológicos IGINMG e IRLL, para Castelo Branco,durante Junho a Outubro de 1989.

25

20

15

10

5

00,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

IR-LL

IG-INMG

R= 0,52

25

20

15

10

5

00,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

IR-LL

IG-INMG

R=0,55

25

20

15

10

5

00,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

IR-LL

IG-INMG

R= 0,50

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117Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 49.A - Correlação entre os índices meteorológicos IGINMG e IRLL, para as PenhasDouradas, durante Junho a Outubro de 1988.

Fig. 49.A - Correlação entre os índices meteorológicos IGINMG e IRLL, para Coimbra,durante Junho a Outubro de 1988.

Fig. 49.C - Correlação entre os índices meteorológicos IGINMG e IRLL, para Castelo Branco,durante Junho a Outubro de 1988.

25

20

15

10

5

00,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

IR-LL

IG-INMG

R= 0,38

R=0,6025

20

15

10

5

00,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

IR-LL

IG-INMG

R=0,6125

20

15

10

5

00,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

IR-LL

IG-INMG

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118 Luciano Lourenço

Fig. 50.A - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para as Penhas Douradas,durante Junho a Outubro de 1982.

Fig. 51.A - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para as Penhas Douradas,durante Junho a Outubro de 1983.

Fig. 52.A - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para as Penhas Douradas,durante Junho a Outubro de 1984.

IR-LL

8765

3

00,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

IR-Å

21

4

R=0,99

8765

3

00,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

IR-Å

21

4

R=0,99R= 0,98

IR-LL

R= 0,98

IR-LL

8765

3

00,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

IR-Å

21

4

Page 47: Uma fórmula expedita para determinar o índice ... · prevenção e o combate aos incêndios florestais de um índice fácil de calcular, ... sabemos não terem fundamento, mas que

119Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 50.B - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para Coimbra, durante Junho aOutubro de 1982.

Fig. 51.B - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para Coimbra, durante Junho aOutubro de 1983.

Fig. 52.B - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para Coimbra, durante Junho aOutubro de 1984.

8765

3

0

21

4

IR-Å

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

R= 0,99

IR-LL

R= 0,998765

3

00,0 0,5

IR-Å

21

4

1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

R= 1,008746

4

10,0 0,5

IR-Å

32

5

1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

Page 48: Uma fórmula expedita para determinar o índice ... · prevenção e o combate aos incêndios florestais de um índice fácil de calcular, ... sabemos não terem fundamento, mas que

120 Luciano Lourenço

Fig. 53.A - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para as Penhas Douradas,durante Junho a Outubro de 1985.

Fig. 53.C - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para Castelo Branco, duranteJunho a Outubro de 1985.

Fig. 53.B - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para Coimbra, durante Junho aOutubro de 1985.

8765

3

0

21

4

IR-Å

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

R=0,99

IR-LL

R=0,99

IR-LL

IR-Å8765

3

0

21

4

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

8765

3

0

21

4

R=0,99

IR-LL

IR-Å

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

Page 49: Uma fórmula expedita para determinar o índice ... · prevenção e o combate aos incêndios florestais de um índice fácil de calcular, ... sabemos não terem fundamento, mas que

121Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 54.A - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para as Penhas Douradas,durante Junho a Outubro de 1986.

Fig. 54.B - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para Coimbra, durante Junho aOutubro de 1986.

Fig. 54.C - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para Castelo Branco, duranteJunho a Outubro de 1986.

8765

3

0

21

4

IR-Å

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

R=0,97

IR-LL

8765

3

0

21

4

IR-Å

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

R=0,99

IR-LL

8765

3

0

21

4

IR-Å

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

R=0,99

IR-LL

Page 50: Uma fórmula expedita para determinar o índice ... · prevenção e o combate aos incêndios florestais de um índice fácil de calcular, ... sabemos não terem fundamento, mas que

122 Luciano Lourenço

Fig. 55.A - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para as Penhas Douradas,durante Junho a Outubro de 1987.

Fig. 55.C - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para Castelo Branco, duranteJunho a Outubro de 1987.

Fig. 55.B - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para Coimbra, durante Junho aOutubro de 1987.

8765

3

0

21

4

IR-Å

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

R=0,99

IR-LL

8765

3

0

21

4

IR-Å

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

R=0,99

IR-LL

8765

3

0

21

4

IR-Å

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

R=0,99

IR-LL

Page 51: Uma fórmula expedita para determinar o índice ... · prevenção e o combate aos incêndios florestais de um índice fácil de calcular, ... sabemos não terem fundamento, mas que

123Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 56.A - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para as Penhas Douradas,durante Junho a Outubro de 1988.

Fig. 56.C - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para Castelo Branco, duranteJunho a Outubro de 1988.

Fig. 56.B - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para Coimbra, durante Junho aOutubro de 1988.

8765

3

0

21

4

IR-Å

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

R=0,98

IR-LL

8765

3

0

21

4

IR-Å

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

R=0,99

IR-LL

8765

3

0

21

4

IR-Å

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

R=0,99

IR-LL

Page 52: Uma fórmula expedita para determinar o índice ... · prevenção e o combate aos incêndios florestais de um índice fácil de calcular, ... sabemos não terem fundamento, mas que

124 Luciano Lourenço

Fig. 57.A - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para as Penhas Douradas,durante Junho a Outubro de 1989.

Fig. 57.C - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para Castelo Branco, duranteJunho a Outubro de 1989.

Fig. 57.B - Correlação entre os índices de risco IRÅ e IRLL, para Coimbra, durante Junho aOutubro de 1989.

8765

3

0

21

4

IR-Å

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

R=0,99

IR-LL

8765

3

0

21

4

IR-Å

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

R=0,99

IR-LL

8765

3

0

21

4

IR-Å

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

R=0,99

IR-LL

Page 53: Uma fórmula expedita para determinar o índice ... · prevenção e o combate aos incêndios florestais de um índice fácil de calcular, ... sabemos não terem fundamento, mas que

125Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Com efeito, o coeficiente de correlação entre o nosso índice e o deAngström foi excelente, quase sempre 0,99 (16 vezes), excepto em 1986(0,97, nas Penhas Douradas), em 1983, 1984 e 1988 (0,98, nas PenhasDouradas) e em 1983, ano em que foi máximo, em Coimbra, ou seja,obteve-se a correlação de 1,00 (figs. 50 a 57). É óbvio que esta relação quaseperfeita com o índice de Angström não é suficiente para testar a validade donosso índice, mas é certamente de grande valor.

Correlação com o número de incêndios florestais

A correlação do nosso índice com o número de fogos foi muito menor doque a anterior pois, como vimos, estes não dependem apenas dos factoresmeteorológicos, embora tivessem sido muito condicionados por eles, masmesmo estes factores variam dentro da Circunscrição Florestal de Coimbra, aque se referem os dados dos incêndios florestais e que, para este efeito,considerámos como região climaticamente homogénea.

Os coeficientes de correlação obtidos entre o índice de risco calculado paraCoimbra e o número de fogos da respectiva Circunscrição Florestal oscilaram,durante estes anos, entre 0,49 e 0,71 (fig. 58), o que equivale, em média a 0,57(fig. 59).

Acresce ainda um outro factor que introduz algum erro de correlação, poisa informação relativa aos incêndios florestais não cobre a totalidade do períodopelo que, tanto antes do início como depois do fecho da “época oficial defogos”, se registaram alguns incêndios que terão escapado às estatísticas e que,por isso, não foram incluídos.

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126 Luciano Lourenço

Fig. 58.B - Correlação entre os índices de risco de Coimbra (IRLL) e o número de fogosdetectados pelo Centro da Lousã, durante os meses de Junho a Outubro de 1988.

Fig. 58.C - Correlação entre os índices de risco de Coimbra (IRLL) e o número de fogosdetectados pelo Centro da Lousã, durante os meses de Junho a Outubro de 1987.

Fig. 58.A - Correlação entre os índices de risco de Coimbra (IRLL) e o número de incêndiosdetectados pelo Centro da Lousã, durante os meses de Junho a Outubro de 1989.

R=0,62

IR-LL2,0 2,50,0 1,0 1,50,5

Nº. IF80

706050

30

0

2010

40

R=0,54

IR-LL2,0 2,50,0 1,0 1,50,5

Nº. IF80

706050

30

0

2010

40

R=0,57

IR-LL2,0 2,50,0 1,0 1,50,5

R= 0,57

Nº. IF80706050

30

0

2010

40

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127Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 58.E - Correlação entre os índices de risco de Coimbra (IRLL) e o número de fogosdetectados pelo Centro da Lousã, durante os meses de Junho a Outubro de 1985.

Fig. 58.F - Correlação entre os índices de risco de Coimbra (IRLL) e o número de fogosdetectados pelo Centro da Lousã, durante os meses de Junho a Outubro de 1984.

Fig. 58.D - Correlação entre os índices de risco de Coimbra (IRLL) e o número de fogosdetectados pelo Centro da Lousã, durante os meses de Junho a Outubro de 1986.

IR-LL2,0 2,50,0 1,0 1,50,5

Nº. IF80706050

302010

40

0

R=0,67

IR-LL2,0 2,50,0 1,0 1,50,5

Nº. IF80706050

302010

40

0

R=0,49

IR-LL2,0 2,50,0 1,0 1,50,5

Nº. IF80706050

302010

40

0

R=0,64

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128 Luciano Lourenço

Fig. 59 - Correlação entre os índices de risco de Coimbra (IRLL) e o número de fogosdetectados pelo Centro da Lousã, durante os meses de Junho a Outubro de 1982 a 1989.

Fig. 58.H - Correlação entre os índices de risco de Coimbra (IRLL) e o número de fogosdetectados pelo Centro da Lousã, durante os meses de Junho a Outubro de 1982.

Fig. 58.G - Correlação entre os índices de risco de Coimbra (IRLL) e o número de fogosdetectados pelo Centro da Lousã, durante os meses de Junho a Outubro de 1983.

IR-LL2,0 2,50,0 1,0 1,50,5

Nº. IF80706050

302010

40

0

R=0,52

IR-LL2,0 2,50,0 1,0 1,50,5

Nº. IF80706050

302010

40

0

R=0,71

IR-LL

Nº. IF80706050

302010

40

0

R=0,57

2,0 2,50,0 1,0 1,50,5

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129Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Distribuição do número de fogos segundo o grau de risco

Verificou-se que, em Coimbra, foram os primeiros dias dos meses de Junhoe, por vezes, também de Julho e os últimos dias de Outubro e, por vezes, deSetembro, com riscos baixos ou moderados, que ficaram excluídos da época defogos. Do mesmo modo, fora da “época de fogos”, registaram-se ainda algumassituações de risco alto nos anos de 1982 e de 1984 (fig. 60).

Estes dias com risco alto ficaram a dever-se a algumas condições do mês deJunho que, por se tratar do início da época, apanharam de surpresa os meiosde Detecção e Combate. Apesar de se tratar do início da campanha, quando ahumidade dos combustíveis ainda é elevada, estas situações de risco alto sãoperigosas e podem ter consequências muito nefastas. Basta recordar otristemente célebre incêndio de Águeda, entre 13 e 15 de Junho de 1986, emque foram destruídos pelo fogo 6 000 hectares de floresta e onde pereceram13 bombeiros e 3 civis.

Analisando agora a distribuição dos dias com e sem incêndios florestaispelas classes de risco, verificámos que foi nas classes 1 e 2, principalmente nade risco baixo, que se observou o maior número de dias sem fogos e que,infelizmente, nunca ultrapassaram 10% dos dias em cada “época de fogos”.Durante todo o período, apenas se observou um dia com risco alto, classe 3,sem fogos, tendo ocorrido a 27 de Junho de 1987 (fig. 61).

Quanto à distribuição do número de dias com incêndios florestais, notou-seque foi a classe 2, de risco moderado, aquela que registou o maior número deincêndios, logo seguida da classe de risco baixo (fig. 62). Esta situação podeparecer um tanto estranha mas, na realidade, apenas se ficou a dever à existênciade um maior número de dias com riscos baixos e moderados (90%), pois aexistência de condições meteorológicas desfavoráveis ou pouco favoráveis nãosão suficientes para evitar os fogos, apenas dificultam a sua progressão e facilitamo seu combate, evitando que se transformem em grandes incêndios.

Deste modo, para um mesmo número de dias com risco moderado e baixo,45% cada (TABELA III), verificou-se um maior número de dias com fogosquando o risco foi moderado (fig. 62) e, principalmente, um muito maiornúmero de fogos florestais (fig. 63).

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130 Luciano Lourenço

Por conseguinte, em termos médios, ressaltou a importância dos dias comclasses de risco alto, muito alto e extremo (3 a 5) que, embora pouco frequentesdurante o ano, registaram um elevado número médio de fogos por dia (fig. 64).

Um pouco à guisa de resumo, para facilitar a comparação, determinámosas médias destas variáveis, relativamente ao período em análise, destacando-sea importância do número de dias com risco baixo e moderado (classes 1 e 2),do maior número de dias com fogos (classe 2) e com incêndios florestais(classes 2 e 3) e, por fim, do número médio de fogos por dia, que aumentou àmedida que o risco subiu, ou seja, cresceu progressivamente da classe 1 até àclasse 5, onde foi máximo (fig. 65).

Fig. 60 - Distribuição anual do risco em Coimbra (IRLL), por classes, referente aos dias que nãoforam abrangidos pelas “épocas de fogos”, durante os meses de Junho a Outubro de 1982 a 1989.

Fig. 61 - Distribuição anual dos dias sem fogos florestais, segundo o grau de risco emCoimbra (IRLL), por classes, durante os meses de Junho a Outubro.

1 2 3 4 50

10

20

30

40

50 828384

858687

8889

Índice de risco

%

1 2 3 4 50

2

4

6

8

10

Índice de risco

%

828384

858687

8889

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131Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

Fig. 63 - Distribuição anual dos fogos florestais, segundo o grau de risco em Coimbra(IRLL), por classes, durante os meses de Junho a Outubro.

Fig. 62 - Distribuição anual dos dias com fogos florestais, segundo o grau de risco emCoimbra (IRLL), por classes, durante os meses de Junho a Outubro.

Fig. 64 - Distribuição anual do número médio diário de fogos florestais, segundo o grau derisco em Coimbra (IRLL), por classes, durante os meses de Junho a Outubro.

828384

858687

8889

1 2 3 4 50

20

40

60

80

Índice de risco

%

828384

858687

8889

1 2 3 4 50

20

40

60

80

Índice de risco

%

828384

858687

8889

1 2 3 4 50

20

40

60

Índice de risco

Page 60: Uma fórmula expedita para determinar o índice ... · prevenção e o combate aos incêndios florestais de um índice fácil de calcular, ... sabemos não terem fundamento, mas que

132 Luciano Lourenço

Fig. 66 - Comparação da percentagem de dias em que se verificou determinado grau de riscoem Coimbra (Nd IR), durante os meses de Junho a Outubro de 1982 a 1989, com a correspondentepercentagem de fogos registados na Circunscrição Florestal de Coimbra, durante esse mesmo

período (N IF) e com a respectiva percentagem média diária de fogos florestais (N méd IF).

Fig. 65 - Distribuição anual da ocorrência dos diferentes graus de risco (NdIR), dos dias extra“época de fogos” (Nd EEF), dos dias com fogos florestais (Nd cIF), dos dias sem fogos (Nd sIF),do número de fogos (NIF) e do número médio diário de fogos (N méd IF), por classes, segundo

o grau de risco em Coimbra (IRLL), durante os meses de Junho a Outubro de 1982 a 1989.

Simplificando um pouco a informação constante desta figura e fazendo asíntese da mais pertinente, observámos que o risco baixo (classe 1) foi aqueleque se registou mais vezes durante o período. Em contrapartida, foi nesta classeque se observou o menor número médio de fogos por dia (fig 66).

1 2 3 4 50

10

20

30

40

50

60

%

Nd IRNd EEFNd cIF

Nd sIFN IFN méd IF

Índice de risco

1 2 3 4 50

10

20

30

40

50

60

Índice de risco

%

Nd IRN IFN méd IF

Page 61: Uma fórmula expedita para determinar o índice ... · prevenção e o combate aos incêndios florestais de um índice fácil de calcular, ... sabemos não terem fundamento, mas que

133Risco Meteorológico de Incêndio Florestal

A classe 2, de risco moderado, ocorreu quase tantas vezes como a anterior efoi aquela em que se registou o maior número de fogos. A partir da classe 3, derisco alto, à medida que diminuiram o número de dias com risco muito alto eextremo, cresceram os valores do número médio de fogos florestais por dia(T ABELA II a IX). Deste modo, em apenas 10% dos dias (classes de risco alto,muito alto e extremo), registaram-se 26,6% dos fogos e a quase totalidade dosgrandes incêndios florestais. Além disso, tiveram o maior número médio defogos por dia. .

TABELA II - Grau de risco e número de incêndios florestais (1982 a 1989)

TABELA III - Número de dias em que se registaram os diferentes valores de risco de incêndioflorestal em Coimbra

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TABELA IV - Número de fogos florestais registados na área do Centro de Detecção da Lousã,distribuídos segundo o risco observado em Coimbra

TABELA V - Número médio de fogos florestais registados entre 01 de Junho e 31 deOutubro, na área do Centro de Detecção da Lousã, segundo o risco em Coimbra

TABELA VI - Número médio de fogos registados apenas durante a “época de fogos”(1), naárea do Centro de Detecção da Lousã, distribuídos segundo o risco em Coimbra

1 Os limites da “Época Oficial de Fogos” variam, de ano para ano, segundo as condições meteorológicas,pelo que o mês de Junho e, por vezes os primeiros dias do mês de Julho bem como os últimos dias domês de Outubro e, outras vezes, até de Setembro, podem não ser incluídos. Contudo, como registaramincêndios, foram contabilizados separadamente.

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TABELA IX - Número de dias em que não se registaram fogos, ordenados segundo osdiferentes valores de risco de incêndio florestal em Coimbra

TABELA VII - Número de dias em que durante a “época oficial de fogos” se registaram osdiferentes valores de risco de incêndio florestal em Coimbra

TABELA VIII - Número de dias em que fora da “época oficial de fogos” se registaram osdiferentes valores de risco de incêndio florestal em Coimbra

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Conclusão

A relação directa entre determinados tipos de tempo e a deflagração deincêndios florestais é evidente. Do ponto de vista meteorológico é possívelidentificar essas situações, de modo simples, através da representação gráficada temperatura e da humidade relativa do ar.

Os valores que obtivemos, ilustram algumas das possibilidades que o índiceproposto, que pretendemos de cálculo simples, permite. Com base neles, serápossível tomar medidas concretas sempre que o risco seja igual ou superior a alto,(o que, em Coimbra, representou apenas 10% dos dias da época Junho-Outubro)e que, a serem prontamente executadas, poderiam contribuir para a reduçãosubstancial das áreas queimadas, já que o número de fogos parece mais difícilde controlar, por não estar unicamente dependente das condiçõesmeteorológicas.

Dada a importância de que se reveste, para o combate eficaz aos fogos, oconhecimento de algumas condições meteorológicas locais de cada região,propomos que passe a ser utilizada a metodologia seguinte, com base na qualse poderão concertar as futuras acções de prevenção e combate aos fogosflorestais.

Proposta de acção

A nossa proposta consiste na representação gráfica dos valores diários datemperatura e da humidade relativa do ar em todos os Centros de Prevenção eDetecção de Incêndios Florestais, bem como nos Centros de CoordenaçãoOperacional e nos Centros de Coordenação de Meios Aéreos.

Para homogeneizar os critérios de representação gráfica, sugerimos que sejausado papel milimétrico com 70 cm de largura, onde se representem porpontos, unidos através de linhas, os valores da temperatura máxima do ar e dasua humidade relativa mínima ou, na sua falta, os valores correspondentes às12 horas UTC (13h locais).

O eixo vertical, das ordenadas, servirá para a marcação dos valores da

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temperatura do ar (°C) e da humidade relativa (%), fazendo equivaler umcentímetro do papel milimétrico a 2,5°C e a 2,5%. O eixo horizontal, dasabcissas, desenhado a 5 cm da base do papel, servirá para marcar os dias domês, começando em 01 de Junho e terminando em 31 de Outubro. Cadacentímetro de papel milimétrico corresponderá a um dia e os valores datemperatura e da humidade relativa do ar de cada dia serão marcados a meiodo respectivo dia, ou seja, coincidentes com o meio centímetro.

Na parte superior deste gráfico, 2,5 cm acima do valor 100, poderãomarcar-se sequências de vento, através dos respectivos vectores-vento,correspondentes ao rumo e à média das velocidades máximas ou, na falta, àvelocidade média correspondente à hora antes considerada. A ponta da setadeve figurar sobre a linha situada 2,5 cm acima do valor 100 e a meio da ordenadacorrespondente ao dia a que se refere. O seu comprimento será proporcional àvelocidade do vento, fazendo equivaler 2 mm à velocidade de 1 m/s.

A representação gráfica do número de fogos detectados e das áreas ardidasdiariamente, pode fazer-se através de gráficos de barras ou de colunas, fazendocorresponder as escalas horizontais de cada um destes gráficos (onde serepresentam os dias do mês) às do gráfico anterior, para se obter uma relaçãodirecta entre eles. No eixo vertical faz-se corresponder um centímetro de papelmilimétrico a um incêndio florestal. Para valores elevados (>50), podeinterromper-se a representação gráfica substituindo-a pelo seu valor numérico.No gráfico das áreas ardidas, faz-se corresponder um centímetro de papelmilimétrico a dez hectares. Do mesmo modo, para valores elevados (>500 ha),substitui-se a sua representação total pelo correspondente valor numérico.

Com base nesta representação, os responsáveis pelos diferentes serviçostécnicos passarão a conhecer diariamente o risco local e ainda poderãoacompanhar a sua tendência e evolução ao longo da época. Além disso, estarepresentação será um bom auxiliar na planificação das acções e das medidasconcretas a tomar em cada circunstância.

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Agradecimento

Agradecemos à Direcção-Geral de Florestas, às Circunscrições Florestais deCoimbra e de Viseu e aos Centros de Prevenção e Detecção de IncêndiosFlorestais da Lousã, da Sertã e de Viseu a cedência de todos os elementosreferentes aos incêndios florestais.

Ao Director do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica e ao Directordo Instituto Geofísico da Universidade de Coimbra, manifestamos o nossoagradecimento pela cedência de dados meteorológicos. Ao Dr. José Vilelaagradecemos a maneira cordial como sempre nos recebeu e facultou os elementosnecessários.

Estamos gratos, pelo valioso trabalho realizado e que muito ajudou àconcretização deste estudo, aos Drs. A. Bento Gonçalves e Joaquim Loureiro,que colaboram connosco na investigação do índice de risco, bem como àsDrªs. Cristina Castela e Edite Pina, que contribuiram para a identificação dosdiferentes tipos de tempo mais favoráveis à ocorrência de incêndios florestais.

Ao Prof. Doutor Fernando Rebelo e ao Dr. Manuel Zorro Gonçalves,agradecemos a leitura cuidada do manuscrito e as suas preciosas sugestões quemuito contribuiram para melhorar este trabalho.

Exprimimos, ainda, a nossa gratidão ao Prof. Doutor Domingos XavierViegas, pelo apoio dado durante a realização deste estudo, e por terdisponibilizado os meios técnicos que permitiram a publicação destamonografia.

Ao Victor Hugo Fernandes que, com a sua competência habitual, ultimoua composição gráfica e de texto, deixamos o nosso reconhecido muitoobrigado.

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