uma análise dos processos erosivos na cidade de açailândia

UMA ANÁLISE DOS PROCESSOS EROSIVOS NA CIDADE DE AÇAILÂNDIA-MA.

Bruno Oliveira LimaEllen Dayanne Andrade SouzaMarcos Antonio Silva Oliveira

Orientador (a): Prof. Aichely da Silva Rodrigues

RESUMO

Este trabalho apresenta resultados obtidos através de estudo de campo na cidade de

Açailândia-MA, onde o mesmo procura retratar uma analise dos processos erosivos do

município, encontrar as origens desses problemas bem como alternativas para minimizá-los.

Tendo como objetivo compreender as causas dos processos erosivos, conhecer a área objeto

de estudo, os problemas causados pela erosão, e identificar os processos erosivos existentes

no município. Para tanto levou-se em consideração os trabalhos já realizados sobre o objeto

de estudo de Guerra e Marçal, (2006). Onde os mesmos fazem uma abordagem sobre o

processo de urbanização e mudança na paisagem na cidade de Açailândia-MA, estes deram

subsídios para a realização deste trabalho. Fez-se necessário realizar uma pesquisa de campo,

onde foram visitados alguns bairros considerados os mais problemáticos em relação aos

processos erosivos do município. Portanto constatou-se que os fatores mais impactantes e

causadores dos processos erosivos são crescimento desordenado da cidade e a ação antrópica.

Palavras-chave: Processos erosivos. Açailândia-MA.

Acadêmicos do IV Período do Curso de Geografia.Universidade Estadual do Maranhão - UEMA/[email protected][email protected][email protected]

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INTRODUÇÃO

A área objeto de estudo encontra-se localizada na mesorregião oeste maranhense,

próximo a cidade de Imperatriz, quase divisa com o estado do Pará. A cidade é marcada pelo

crescente e desordenado crescimento urbano nas ultimas décadas. Destaca-se por pertencer ao

grupo de cidades que se localizam no corredor da Estrada de Ferro Carajás. Açailândia nasceu

nos anos 60, quando trabalhadores que participavam da construção da BR-010 (Belém-

Brasília), montaram um acampamento na área. No inicio da década de 80, com o apoio de

empresários e políticos, concretizou-se a emancipação do povoado Açailândia, tornando-se

município.

O grande dinamismo econômico da cidade tem transformado de forma drástica o

relevo e a paisagem da região, como por exemplo: a implantação das siderúrgicas, empresas

de papel e celulose, entre outros gêneros.

O crescimento desordenado da cidade tem se refletido na deterioração do ambiente,

principalmente na área urbana da cidade, com o elevado nível dos processos erosivos na

região. Os problemas causados pelos processos erosivos são conseqüência das ações

antrópicas. Muitos desses problemas são considerados irreversíveis, outros ainda têm solução.

Portanto, estes são os motivos que justificam a realização deste trabalho.


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DESENVOLVIMENTO

Surgida a partir da construção da Rodovia Belém – Brasília, até onde se tem

registro, os primeiros a chegar foram os trabalhadores da linha de frente da Rodovia Belém –

Brasília, que, na sua maioria eram oriundos das cidades de Pedreiras, Barra do Corda, Caxias

e Imperatriz, todas do estado do Maranhão, os mesmos descobriram uma região de terras

férteis e água em abundancia, e ali instalaram um acampamento, a notícia correu e em pouco

tempo a região foi ocupada por pessoas de várias regiões do país, os operários vieram na

perspectiva de encontrar emprego e moradia. Segundo Guerra e Marçal (2006), primeiramente

com a exploração da madeira, e o surgimento das indústrias, vem se agravando os problemas

ambientais naquele município:

“A cidade, que é concentradora de atividades industriais, primeiro as serrarias e mais recentemente as guserias, e de um contingente elevado de força de trabalho, migrante, apresenta sérios problemas, como a erosão dos solos, assoreamento dos rios e poluição atmosférica, que se agravam à medida que a população cresce.” (GUERRA e MARÇAL 2006, p. 277.)

Segundo dados do IBGE, no último senso, realizado em 2010, constam uma

população de 104.047 habitantes. O clima da região é quente e úmido e em meados do ano as

chuvas começam a aparecer após o mês de setembro, quando se aproxima o verão, e

costumeiramente vão até março, mês que ocorre a estiagem, o terreno arenoso facilita a

criação de erosões com a água da chuva. As ações da natureza como chuvas também são

causadoras dos processos erosivos, segundo Guerra e Marçal (2006, p. 282), “[...] o ano de

1997 foi caracterizado por um período de intensa chuvas, e os problemas erosivos na periferia

da cidade se intensificaram e se agravaram ainda mais; as voçorocas evoluíram, provocando

mais destruição de ruas e casas.”

Com o crescimento desordenado da população, um dos maiores problemas

enfrentados é o de moradia e infra estrutura. Devido a esse problema as pessoas procuram

locais inapropriados para habitação, onde primeiramente constroem moradias improvisadas,

para logo ao passar de alguns anos substituí-las por moradias fixas. Essas moradias não

possuem rede de esgoto própria, despejando dejetos nos riachos que cortam a cidade, por não

terem uma coleta de lixo seletiva em devida localização, o lixo é jogado em terrenos baldios,


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o que favorece a proliferação de pragas e doenças. Contudo acredita-se que estes fatores têm

grande influencia do agravamento, dos processos erosivos, segundo Guerra e Marçal (2006, p.

299), “A cidade, que é ameaçada por processos erosivos acelerados, agravados por

desmatamentos, queimadas, poluição, desvio dos cursos dos rios e fortes alterações dos

recursos hídricos [...].”

Para tanto Guerra e Marçal reafirmam que:

“[...] os processos de uma urbanização acelerada e desordenada, atuando em conjunto com fatores relacionados ao ambiente físico, podem ser responsáveis por uma série de impactos que irão causar a degradação ambiental de uma determinada área, bem como poderão ter conseqüências danosas para a população que habita essa região.” (GUERRA e MARÇAL 2006, p. 299)

Os processos erosivos existentes na cidade de Açailandia – Ma, são caracterizados

por pequenos sulcos que com a ação das chuvas juntamente com os esgotos a céu aberto,

transformam-se em ravinas, chegando até evoluir para grandes voçorocas, segundo Guerra e

Marçal (2006, p. 288), “Voçorocas são escavações ou rasgões do solo ou de rocha

descomposta que apresentam paredes laterais íngremes e fundo chato, ocorrendo em geral

fluxo de água em seu interior.”


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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando o forte crescimento da cidade de Açailândia, tanto populacional

quanto econômico, pode-se destacar a falta de investimento em infra estrutura, bem como a

não conscientização da população em educação ambiental e a inexistência de fiscalização por

parte dos órgãos competentes, em relação a moradias erguidas em áreas consideradas de

riscos, a degradação das matas ciliares nas encostas de riachos, o despejo de dejetos dentro

desses riachos, acabando em transformá-los em grandes esgotos a céu aberto. Estes são os

principais fatores na formação dos processos erosivos naquele município, tendo em vista que

é visível o descaso do poder público em buscar alternativas que solucionem os problemas aqui

mencionados.

Mediante as pesquisas realizadas fica claro que quem mais sofre as conseqüências

dos problemas do ambiente físico, em específico os processos erosivos, é a população menos

favorecida. Pois esta se encontra mais vulneráveis aos problemas sócio-espaciais do

município. Portanto, acredita-se que medidas como conscientização ambiental para a

sociedade, investimento em infra estrutura, programas habitacionais e o reflorestamento das

encostas dos riachos e rios, são pontos de partida para minimizar os problemas encontrados

naquele município.


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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 24p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 5 p

GUERRA, Antonio José Teixeira; CUNHA, Sandra Baptista da. Impactos ambientais urbanos no Brasil. 4ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2006.

IBGE. Censo Demográfico, 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em: 13 Dezembro de 2012.


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