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III Congresso Consad de Gestão Pública UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR Evelyn Ebling Mac Kay Dubugras Ribeiro Fernanda de Siqueira Neves Maria Cristina Gonçalves Torres

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Page 1: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

III Congresso Consad de Gestão Pública

UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

Evelyn Ebling Mac Kay Dubugras Ribeiro Fernanda de Siqueira Neves

Maria Cristina Gonçalves Torres

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Painel 39/154 Monitoramento e avaliação de políticas públicas por uma OSCIP

UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

Evelyn Ebling Mac Kay Dubugras Ribeiro Fernanda de Siqueira Neves

Maria Cristina Gonçalves Torres

RESUMO Dentre as diversas ações contempladas no âmbito do Choque de Gestão promovido pelo governo de Minas Gerais em busca de melhores resultados para a sociedade, destaca-se a celebração de termos de parcerias com Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs). O modelo de gestão por meio de parceiras com as OSCIPs prioriza a redução progressiva do provimento direto dos bens e serviços, mediante parcerias com setores privados, municípios e a sociedade organizada, promovendo a melhoria da qualidade e a redução de custos dos serviços públicos. A intenção é buscar novos modelos para a execução de políticas públicas mais efetivas e transparentes para o cidadão. Vale destacar que o alcance dos resultados objeto do Termo de Parceria exige da OSCIP parceira, além da expertise para a execução da política pública, a profissionalização do setor e a adoção de boas práticas gerenciais. Assim, a opção por esse novo modelo institucional necessita de instrumentos de operacionalização que possibilitem não somente a avaliação da conformidade com os resultados pactuados, mas, principalmente, de uma sistemática consistente de monitoramento dos mecanismos de gestão através dos quais as OSCIPs alcançam os objetivos. Dessa forma, buscando desenvolver e garantir a eficiência na gestão interna das OSCIPs, em 2009, foi instituído o Programa de Certificação em Boa Gestão (PCBG). Para fortalecimento do PCBG, a Secretaria de Planejamento e Gestão do Governo de Minas Gerais (SEPLAG) através do Centro Mineiro de Alianças Intersetoriais (CEMAIS), buscou uma parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA), para o desenvolvimento de uma metodologia de avaliação da capacidade de gestão relacionada aos Termos de Parceria firmados com as OSCIPs parceiras. Essa parceria, além da concepção de uma sistemática adequada, é responsável pelo desenvolvimento de um processo de avaliação da gestão que possa ser aplicado, de forma homogênea e transparente, a todas as OSCIPs, traduzindo de forma efetiva a aderência da organização aos indicadores de gestão estabelecidos, culminando em uma certificação formal. O objetivo é verificar, a partir da metodologia previamente definida, a adequação das práticas gerenciais das OSCIPs no desenvolvimento das ações previstas nos Termos de Parceria executados, ou seja, assegurar que as entidades parceiras certificadas tenham condições de gestão para a execução da política pública de forma eficiente, eficaz e efetiva. Além disso, pretende-se promover a melhoria contínua da gestão das entidades parceiras, assim aprimorando os resultados da execução da política pública pela OSCIP parceira e, acima de tudo, dar segurança ao governo e à sociedade quanto à opção de executar políticas publicas por meio de termos de parceria. A metodologia de avaliação foi desenvolvida com base no estabelecimento de um modelo referencial suportado por critérios e requisitos

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considerados adequados para avaliação da capacidade de gerenciamento e operacionalização dos Termos de Parceria firmados. São estabelecidos padrões e melhores práticas de boa gestão, bem como especificado o serviço de certificação (trilhas e listas de verificação). A operacionalização da certificação dessas OSCIPs, estabelecida a partir do modelo referencial, foi embasada em modelos de gestão internacionalmente aceitos e atende, entre outros, a critérios pré-estabelecidos relacionados a padrões de contabilização, atendimento à legislação trabalhista e tributária, desenvolvimento da gestão da informação, implantação da gestão orientada para resultados, procedimentos de transparência e ética, articulação da rede de partes interessadas e desenvolvimento de instrumentos de governança social e corporativa. Foi premissa para o desenvolvimento que o instrumento de certificação estabelecesse indicadores de gestão que serão utilizados para mensurar a qualidade de gestão das OSCIPs. Foram também no desenvolvimento da metodologia previstos e contemplados alguns fatores que culminaram na obtenção dos resultados. Assim, neste trabalho são relatados aspectos importantes vistos como fatores de sucesso tais como a formalização de todas as etapas do processo, através de manuais e roteiros de aplicação prática; a participação dos diversos atores envolvidos – OSCIPs, SEPLAG e órgãos estatais parceiros – e a consideração da especificidade inerente a cada OSCIP e a cada respectivo Termo de Parceria relacionado, como escopo, objeto em questão, finalidade e porte. Também são detalhados aspectos fundamentais como o desenvolvimento e a aplicação prática da metodologia através de um diagnóstico para avaliação da capacidade de gestão das OSCIPs, o que permitiu, além do refinamento do modelo de referência proposto, o conhecimento do real posicionamento da OSCIP frente ao modelo delineado, colaborando para o aprimoramento de seu sistema, com sustentabilidade e transparência. Todo o processo contribuiu para uma aprendizagem consistente sobre a proposta das OSCIPs e sobre o conceito de gestão do Termo de Parceria sob a ótica de atendimento aos resultados pactuados e o alcance dos objetivos. A partir da implantação da metodologia neste trabalho descrita, busca-se que o Estado, as organizações privadas e a sociedade possam identificar quais organizações estão aptas a executar a política pública de forma efetiva, entregando à população produtos de qualidade, uma vez melhorados os resultados da execução dos termos de parceria por meio do aprimoramento da gestão das OSCIPs parceiras. O objetivo deste trabalho é apresentar a metodologia desenvolvida para o processo de certificação e compartilhar os avanços conseguidos com a experiência até o momento.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 04

2 OBJETIVOS............................................................................................................ 08

3 METODOLOGIA..................................................................................................... 09

3.1 Aspectos gerais.................................................................................................... 09

3.2 Aspectos específicos........................................................................................... 10

3.3 A metodologia aplicada – as etapas desenvolvidas............................................ 12

3.4 O modelo de certificação dos termos de parceria das OSCIPs........................... 16

4 CONCLUSÕES....................................................................................................... 30

5 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 31

Page 5: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

4

1 INTRODUÇÃO

Durante décadas a Administração Pública conviveu com um Estado

burocrático, centralizador e detentor de serviços que, muitas vezes, ao serem

executados, colidiam com os princípios da eficiência, da eficácia e da efetividade.

Com isso, o Estado – na busca de soluções para tornar viável a execução

satisfatória da prestação dos serviços públicos e sentindo cada vez mais a

necessidade de priorizar a sua atuação em áreas estratégicas típicas – vem

adotando fórmulas de delegação e estabelecendo parcerias com a sociedade civil,

para que essa, utilizando-se de caminhos eficazes e eficientes possa alcançar os

melhores resultados, com vistas a uma maior efetividade. Estamos vivenciando uma

mudança de paradigma da Administração Pública evidenciada pela passagem do

modelo burocrático para o modelo gerencial, que aponta para busca de uma gestão

pública mais eficiente e inovadora, implicando na utilização de novos formatos

jurídicos e institucionais na gestão de recursos e bens públicos.

Assim, a opção pelo estabelecimento de parcerias é um potente

instrumento de gestão implantado pelo governo, capaz de propiciar ao Estado

ganhos em eficiência, tendo em vista que suas políticas são operacionalizadas por

parceiros privados, não inteiramente sujeitos às amarras burocráticas estatais,

embora a gestão, o controle e a responsabilidades se mantenham nas mãos do

Estado, gerando resultados que o Estado dificilmente conseguiria sozinho. Esse

ganho de eficiência acaba por propiciar, também, ganhos em eficácia e efetividade,

uma vez que, com maior flexibilidade o alcance dos resultados tende a ser

potencializado.

Em 2002 a Administração Pública estadual mineira, de modo semelhante

a outros Estados, apresentava um grave déficit orçamentário, denotando a urgência

de uma proposta de reforma e de modernização de seu aparato estatal. O Governo

de Minas Gerais desenvolveu, então, em 2003, o projeto “Choque de Gestão”, que

buscava assumir medidas necessárias à resolução de problemas de ordem fiscal e à

adequação da máquina pública a um novo posicionamento que conferisse ao Estado

maior eficiência e efetividade na execução de políticas públicas.

Em sua implantação, o “Choque de Gestão” apresentou uma série de

medidas visando o ajuste fiscal subordinadas a iniciativas vigorosas voltadas para o

Page 6: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

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desenvolvimento. Esta foi uma característica da chamada “Primeira Onda do

Choque de Gestão”, em que a prioridade era o trabalho voltado ao Planejamento

Estratégico, através de medidas que permitissem a implantação de processos

voltados à obtenção de melhores resultados, em acordo com a capacidade de

gastos do governo, promovendo a reversão de quadros de déficits orçamentários

(através, inclusive, num primeiro momento, da redução de despesas), da

reorganização e modernização do aparato institucional do Estado e da busca e a

implantação de novos modelos de gestão. Colhendo os frutos das medidas

gerenciais implantadas, se deu a Segunda Onda do Choque de Gestão,

contemplando o fortalecimento da gestão para obtenção de resultados baseados na

qualidade e na produtividade.

Vivenciava-se, assim, uma mudança de paradigma, evidenciada pela

passagem do modelo burocrático para o modelo gerencial apontando, na busca por

uma gestão pública mais eficiente e inovadora, pela opção por novos formatos

jurídicos e institucionais na gestão de recursos e bens públicos.

Assim, dentre inúmeras as medidas inovadoras de gestão, visando

melhores resultados para os cidadãos, o Governo do Estado de Minas Gerais criou o

marco legal para o estabelecimento de um novo modelo de parceria entre o Estado

e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs): a Lei no

14.870, de 16 de dezembro de 2003, que dispõe sobre a qualificação de pessoas

jurídicas de direito privado como OSCIPs.

O governo mineiro deslancha, então, como pioneiro no Brasil no que

tange a avanços efetivos na operacionalização deste modelo, sendo alvo de

benchmarking pelos demais Estados. O Decreto no 44.914, de 03 de outubro de

2008, regulamenta a Lei no 14.870/03, alterado pelo Decreto no 45.269 de 29 de

dezembro de 2009.

Esse modelo de gestão prioriza a redução progressiva do provimento

direto dos bens e serviços, por meio de parcerias que promovam a melhoria da

qualidade dos serviços e a redução de custos envolvidos. A intenção é buscar novos

modelos para a execução de políticas públicas mais efetivas e transparentes para o

cidadão.

Em 2005, foram celebradas as primeiras parcerias entre os Órgãos

Estaduais Mineiros e as OSCIPs.

Page 7: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

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A partir da implantação desse novo modelo de gestão, surgiu a

necessidade de se avaliar essas parcerias, visando, inicialmente, verificar o alcance

dos resultados pactuados. Assim, foi criada na Auditoria-Geral, em 2007, a Diretoria

Central de Auditoria em Contratos de Gestão, responsável, dentre outras

atribuições, pela avaliação dos Termos de Parceria firmados com as OSCIPs.

Tendo em vista o ineditismo dessa implantação, o trabalho de avaliação

dos termos de parcerias e das OSCIPs transforma-se em um desafio para os órgãos

estatais parceiros, principalmente pela carência de referências, seja quanto a

instrumentos legais, seja com relação à gestão, ao monitoramento e ao controle a

serem realizados pela Administração Pública.

Vale destacar que o alcance dos resultados objeto do Termo de Parceria

exige da OSCIP parceira, além da expertise para a execução da política pública, a

profissionalização do setor e a adoção de boas práticas gerenciais.

Tendo em vista o ineditismo dessa implantação, o trabalho de avaliação

dos termos de parcerias e das OSCIPs transformou-se em um desafio para os

órgãos estaduais parceiros, principalmente pela carência de referências, seja quanto

a instrumentos legais, seja com relação à gestão, ao monitoramento e ao controle a

serem realizados pela Administração Pública.

Portanto, a criação desse novo arranjo institucional necessitava de

instrumentos de operacionalização que possibilitassem não somente a avaliação da

conformidade com os resultados pactuados (através de um conjunto adequado de

indicadores), mas, sobretudo, de uma sistemática para monitorar os mecanismos de

gestão através dos quais as OSCIPs alcançam os objetivos.

Dessa forma, diversas ações têm sido adotadas pelo Governo de Minas

Gerais buscando desenvolver e garantir a eficiência na gestão interna das OSCIPs,

destacando-se dentre elas, o Programa de Certificação em Boa Gestão – PCBG,

que objetiva assegurar que as OSCIPs parceiras tenham condições de gestão para

a execução da política pública de forma eficiente, eficaz e efetiva.

Para cumprir esse desafio, a Secretaria de Planejamento e Gestão do

Governo de Minas Gerais (SEPLAG) através do Centro Mineiro de Alianças

Intersetoriais (CEMAIS), buscou uma parceria com a Fundação Instituto de

Administração (FIA), para o desenvolvimento de uma metodologia de avaliação da

capacidade de gestão relacionada aos Termos de Parceria firmados com as OSCIPs

parceiras. O Termo de Parceria é a materialização do vínculo de cooperação entre o

Estado e a OSCIP.

Page 8: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

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Buscou-se com essa parceria, além do desenvolvimento de uma

sistemática de avaliação adequada, um processo de avaliação da gestão que

pudesse ser aplicado, de forma homogênea e transparente, a todas as OSCIPs,

traduzindo de forma efetiva a aderência da organização aos indicadores de gestão

estabelecidos. Esse processo de avaliação da gestão deve ser validado por meio de

uma Certificação formal, ou seja, todas as instituições qualificadas como OSCIPs,

que têm termos de parceria firmados com o estado, deverão passar pelo processo

de certificação. Esta iniciativa visa melhorar o resultado da execução dos termos de

parceria por meio da melhoria da gestão das OSCIPs parceiras, bem como dar

segurança ao governo e à sociedade quanto a opção de executar políticas publicas

por meio da parceirização. Fomentando as boas práticas de gestão das OSCIPs

parceiras, o governo de Minas estimula a ampliação das competências das

entidades, sempre visando a entrega de resultados por meio do incremento das

políticas públicas.

Esse trabalho apresenta a metodologia desenvolvida para o

estabelecimento de um modelo referencial a ser aplicado às OSCIPs para avaliação

de sua capacidade de gerenciamento no que se refere à operacionalização e à

gestão do Termo de Parceria firmado, além de trazer as etapas empreendidas para

sua consecução e para a realização da certificação das OSCIPs parceiras e

compartilhar a experiência e os resultados até o momento obtidos.

Page 9: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

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2 OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho é mostrar o modelo de certificação consolidado,

utilizado no Programa de Certificação em Boa Gestão (PCBG), resultante do

trabalho de parceria do Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria

de Planejamento e Gestão (SEPLAG), com o Centro Mineiro de Alianças

Intersetoriais (CEMAIS) e com a Fundação Instituto de Administração (FIA).

Para tanto, são apresentados neste trabalho a sistemática de

desenvolvimento da metodologia empregada para a implantação do PCBG, o

modelo referencial estabelecido, as etapas e ações que levaram até o mesmo, os

mecanismos e instrumentos de avaliação da gestão empregada pelas OSCIPs e o

processo de certificação, bem como os resultados obtidos e as próximas ações a

serem empreendidas.

Page 10: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

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3 METODOLOGIA

3.1 Aspectos gerais

A metodologia de desenvolvimento e a forma de trabalho empregadas

levaram em conta as peculiaridades do objetivo a serem atendidos e enfatizaram o

relacionamento contínuo entre as equipes da SEPLAG e do CEMAIS com os

consultores da FIA.

Foram consideradas em todas as etapas do projeto as características

próprias tanto da administração pública como das OSCIPs, seja em termos de suas

particularidades administrativas, jurídicas, como gerenciais, políticas e sociais.

Foram também adotados alguns importantes princípios metodológicos

gerais, quais sejam:

� O Planejamento e o Controle dos trabalhos ocorreram por meio da

elaboração de uma rede detalhada de atividades, onde para cada uma

delas foram definidos os recursos necessários, a metodologia

específica empregada, seu inter-relacionamento com as demais etapas

do projeto, sua duração e os produtos esperados. Esse planejamento e

o controle de sua execução possibilitaram o desenvolvimento deste

projeto com maior sinergia, o que implicou na redução de custos e no

cumprimento dos prazos previstos para sua execução.

� Flexibilidade no desenvolvimento do projeto; à medida que o projeto foi

sendo executado, como normalmente ocorre, surgiram novas

informações e demandas que indicaram a necessidade de reajustes, de

modo a embora garantindo os objetivos iniciais, melhores resultados

fossem obtidos. Assim, a incorporação de novas atividades ao longo da

realização foi considerada.

� A Organização e a Composição da equipe de trabalho – foi

fundamental que a estrutura funcional interna ao projeto fosse capaz de

garantir o rigoroso cumprimento do plano de trabalho fixado e tivesse

flexibilidade para enfrentar as novas situações que surgiram durante

Page 11: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

10

sua execução, sobretudo, com a adoção de uma estratégia participativa

que abrangesse os envolvidos com a ação.

� Transferência de Conhecimento – A intenção desde o início dos

trabalhos foi conceber e iniciar um processo de mudanças que

fundamentalmente passasse pela absorção das técnicas adotadas

pelos atores envolvidos, tanto na execução das atividades quanto na

assimilação de conceitos e na predisposição de defendê-los e

multiplicar sua aplicação.

� A simplicidade – foi fundamental que a nova proposta fosse facilmente

compreendida e adotada pelos diversos agentes envolvidos e usuários,

sem prejuízo da sua segurança e confiabilidade;

� Aproximações sucessivas – a adequabilidade da solução proposta só

foi obtida por aproximações cumulativas, com a adoção de uma

estratégia apoiada na elaboração de protótipos que, testados e

validados inicialmente em contextos restritos, foram se expandindo,

incorporando as modificações necessárias.

3.2 Aspectos específicos

A metodologia foi concebida e desenvolvida com base em índices

indicativos propostos através do estabelecimento de um modelo referencial

suportado por padrões e melhores práticas de boa gestão, bem como na

especificação do serviço de certificação (trilhas e listas de verificação).

A operacionalização da certificação das OSCIPs, estabelecida a partir do

modelo referencial, foi embasada em modelos de gestão internacionalmente aceitos

e atendem, dentre outros, a critérios pré-estabelecidos relacionados a padrões de

contabilização, atendimento à legislação trabalhista e tributária, desenvolvimento da

gestão da informação, implantação da gestão orientada para resultados,

procedimentos de transparência e ética, articulação da rede de partes interessadas

e desenvolvimento de instrumentos de governança social e corporativa.

Fator de suma importância foi a consideração das especificidades

inerentes ao escopo, tanto as referentes ao objeto em questão, como aquelas

Page 12: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

11

relacionadas às OSCIPs parceiras, sendo levado em conta em todo o processo as

particularidades existentes, seja de finalidade, de porte, de recursos, e mesmo

aquelas relacionadas aos diversos Termos de Parceria.

Outro aspecto a considerar foi a realização de um Diagnóstico em cada

OSCIP, atividade que, embora não prevista no planejamento inicial dos trabalhos, se

mostrou de grande relevância para os trabalhos. O Diagnóstico possibilitou, a partir

da aplicação prática do Modelo delineado em casos reais, seu refinamento.

Ademais, foi uma oportunidade para que as OSCIPs conhecessem o real

posicionamento de seu Sistema de Gestão frente ao modelo delineado, contribuindo

diretamente para o alcance dos objetivos organizacionais e promovendo seu

aprimoramento com sustentabilidade e transparência.

Também foi de grande importância para os trabalhos a formalização do

Modelo Referencial, dos instrumentos e práticas a serem utilizados. Assim, foram

elaborados o Roteiro para a Realização do Diagnóstico, o Manual do Certificador e o

Manual de Certificação.

O Roteiro para a Realização do Diagnóstico descreve o procedimento a

ser seguido pela OSCIP quando da realização da avaliação de seu Sistema de

Gestão, seja com relação às atividades e suas responsabilidades, seja com relação

aos documentos a serem disponibilizados pela organização. Também fazem parte

desse Roteiro os Critérios e Requisitos a serem avaliados e os itens avaliados. Esse

documento foi apresentado previamente à realização do Diagnóstico às OSCIPs.

O Manual do Certificador é um, roteiro para realização da Avaliação para

Certificação do Termo de Parceria das OSCIPs e contém, além do procedimento a

ser seguido pelo certificador indicado pela SEPLAG para realização da avaliação,

suas atribuições e responsabilidades, as atividades a serem cumpridas no decorrer

da certificação, a Trilha para Avaliação e os Modelos de documentos a serem

preenchidos.

O Manual de Certificação consolida o Modelo Referencial e define todos

os elementos que o compõem.

Page 13: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

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3.3 A metodologia aplicada – as etapas desenvolvidas

� Conhecimento do cenário

Num primeiro momento de desenvolvimento, os trabalhos focaram

atividades de conhecimento do cenário e das expectativas. Para levantamento dos

dados, foi analisada a documentação de referência e realizadas reuniões com

SEPLAG e CEMAIS para conhecimento, por parte da consultoria, do estágio atual

de desenvolvimento da implantação das OSCIPs pelo Governo do Estado de Minas

Gerais, dos resultados até o momento obtidos e, em especial, quanto às

expectativas do governo de Minas Gerais a serem contempladas a partir da

execução do projeto. Buscou-se delinear o panorama real do momento atual da

implantação e buscar subsídios para o redesenho de um Plano de Trabalho para o

projeto que fosse voltado ao atendimento das expectativas dos órgãos contratantes.

Também foram realizadas visitas a OSCIPs qualificadas – de porte, área de

atuação/ objeto diferentes entre si – para compreensão dos trabalhos realizados

pelas mesmas e de seus fluxos de trabalho como pressupostos básicos para a

futura modelagem da avaliação.

Paralelamente, foram avaliadas as atuais práticas mundialmente

aplicadas para identificação dos requisitos a serem atendidos quando da avaliação

das OSCIPs, como aqueles definidos para implantação de sistemas de gestão (por

exemplo, NBR ISO 9000, 14000 e 18000 e suas normas de auditoria para

certificação – NBR ISO 10011, Partes 1, 2 e 3, além do Modelo e dos Critérios de

Excelência definidos pelo PNQ – Prêmio Nacional da Qualidade, dentre outros).

� Concepção, formatação e teste do conceito mais aplicável no modelo e

construção de um modelo referencial para avaliação das OSCIPs através da

definição de critérios e parâmetros para o Modelo de Referência

Uma das características mais importantes desta etapa do processo foi a

preocupação em se definir critérios, parâmetros e indicadores factíveis de serem

aplicados e, principalmente, conceitualmente compreensíveis e compartilhados

pelos envolvidos: OSCIPs, SEPLAG – como gestora do PCBG – e órgãos estatais

parceiros.

Page 14: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

13

Assim, a partir dos subsídios obtidos na etapa anterior foi construído um

modelo inicial que traduzisse de forma efetiva a aderência da organização a

indicadores de gestão pré-estabelecidos.

O modelo construído foi formalizado no documento “Certificação das

OSCIPs – Instrumento de Avaliação”, apresentado e discutido, num primeiro

momento com a equipe de contrapartida do CEMAIS e da SEPLAG e,

posteriormente, numa Oficina, onde se expandiu o número de participantes desses

órgãos no sentido de se obter maior coerência e transparência, incorporando o

conhecimento dos participantes a respeito do cenário onde atuam as OSCIPs. A

atuação da equipe através da incorporação de suas opiniões e posicionamentos

técnicos no novo modelo adicionou qualidade às soluções propostas.

� Teste do protótipo a ser utilizado na avaliação/certificação das OSCIPs e

avaliação dos resultados, ajustes e validação do modelo

O Modelo de Referência para avaliação/certificação das OSCIPs foi

inicialmente testado em 2 OSCIPs de porte, orçamentos/investimento e objeto

significativamente distintos, a fim de que os critérios e requisitos estabelecidos

pudessem ser verificados de forma abrangente quanto a seu entendimento,

pertinência/ adequação, bem como se haveria necessidade de outros itens a serem

avaliados.

Após a avaliação nas OSCIPs, na busca por se obter um modelo que

efetivamente avaliasse a aderência da organização, a um nível satisfatório, a

indicadores de gestão pré-estabelecidos, necessários para manutenção da

parceria, o modelo foi adequado e consolidado no Manual de Cerificação, que

serviu de subsídio para aplicação da sistemática e formalização de toda a

documentação de referência.

� Elaboração, discussão e aprovação do Manual de Procedimentos e do

Roteiro para a Certificação

O foco desta etapa dos trabalhos foi a formatação e a formalização dos

instrumentos e da logística necessárias à realização do diagnóstico do Sistema de

Gestão das OSCIPs. Assim, no período, foram consolidados os parâmetros e os

requisitos que caracterizam o Modelo de Referência para a certificação das OSCIPs.

Page 15: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

14

A partir dessa consolidação, foram elaborados o Manual do Certificador e o Roteiro

para a Realização do.

� Especificação dos serviços de certificação e elaboração do roteiro para

certificação

No período, os serviços para certificação dos Termos de Parceria foram

especificados em seu formato final a partir da adequação realizada, com a

definição de critérios objetivos que caracterizavam cada Termo de Parceria e os

Itens de Verificação a serem atendidos. A especificação dos serviços de

certificação consolida a estrutura de todo o Modelo a ser utilizado para a

certificação das OSCIPs.

O modelo de certificação e as respectivas regras que o operacionalizam,

após validação pela SEPLAG, foram apresentados a cada uma das OSCIPs

parceiras, bem como os aspectos relacionados à caracterização das Categorias a

serem consideradas para a certificação dos Termos de Parceria, bem como aqueles

relacionados aos itens de verificação referentes ao atendimento a cada Categoria.

� Diagnóstico do termo de parceria

A realização do diagnóstico possibilitou, através da a partir da aplicação

prática do Modelo em casos reais, seu refinamento com vistas à Certificação dos

Termos de Parceria.

Para fins de avaliação da aderência das OSCIps ao modelo,

independente da categoria do TP, foram efetuados levantamentos dos resultados

obtidos, traduzidos em gráficos, dos quais seguem alguns exemplos na Figura 1 a

seguir.

Page 16: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

15

Figura 1: Exemplos dos resultados obtidos no diagnóstico

O Diagnóstico também possibilitou que a OSCIP conhecesse seu

posicionamento frente ao modelo delineado, contribuindo para o aprimoramento de

seu sistema, com sustentabilidade e transparência.

A partir de então, com os resultados obtidos no Diagnóstico e com o

Modelo validado, foram consolidados os Relatórios de Recomendações para o

atendimento de cada Termo de Parceria ao especificado, contendo:

� Os Resultados do diagnóstico do Termo de Parceria, em termos de

atendimento percentual de cada item de verificação avaliado na

OSCIP;

� O Detalhamento do Diagnóstico com o grau de atendimento a cada dos

itens de verificação específico para a categoria a ser atendida para fins

de certificação;

� Um Resumo do diagnóstico; e

� Recomendações e Sugestões para atendimento da categoria a ser

atendida pelo Termo de Parceria, em relação aos itens não atendidos e

aqueles parcialmente atendidos pela OSCIP.

Também foram apresentados a cada OSCIP o grau de aderência ao

preconizado para a Categoria estabelecida para seu respectivo Termo de

Parceria e recomendações e sugestões no sentido de cobrir as lacunas faltantes

para sua certificação.

� Certificação dos Termos de Parceria das OSCIPs

Com base no estabelecido no Modelo de Referência do Programa de

Certificação em Boa Gestão (PCBG), as OSCIPs parceiras do Governo do Estado

de Minas Gerais serão auditadas, ainda no 1º semestre de 2010, com vistas a

obter a certificação de seus Termos de parceria.

Page 17: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

16

Esse processo deverá ser repetido em freqüência pré-estabelecida, a fim

de revalidar o certificado, como condição para manter a parceria com o Estado de

Minas.

3.4 O Modelo de Certificação dos Termos de Parceria das OSCIPs

O Programa de Certificação proposto consiste em avaliar a gestão

empregada pelas OSCIPs do Estado de Minas Gerais.

Pretende-se com o presente Programa, que a partir de 2010, as

instituições sem fins lucrativos, qualificadas e inscritas como OSCIPs, que possuem

parceria com o Estado de Minas Gerais submetam-se a esse processo de

certificação, como estímulo ao desenvolvimento da boa gestão.

3.4.1 Categorias para Certificação dos Termos de Parceria (TP) das OSCIPs

Uma vez que as OSCIPs possuem características específicas próprias

tais como objeto, porte e constituição, o mesmo ocorrendo com os Termos de

Parceria por elas firmados, caracterizados por distintos montante de recursos

repassados, vinculação à política pública etc., optou-se, a fim de dar maior coerência

ao Modelo, considerar esses fatores, como elementos definidores de categorização

dos TPs.

Portanto, para fins de certificação do Termo de Parceria da OSCIP, o

atendimento, função direta de sua capacidade de gestão, é primeiramente

caracterizado através dos seguintes fatores:

� Fator 1 (P1)– Montante de recursos repassados através do TP à

OSCIP;

� Fator 2 (P2) – Porte da estrutura necessária à execução do objeto do

TP;

� Fator 3 (P3) – Vinculação estratégica à política pública, caracterizada

pelo aspecto estruturador da política e por sua continuidade ao longo

do tempo.

Page 18: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

17

Fator 1: Montante de Recursos Repassados (P1)

Para fins de classificação dos Termos de Parceria, foi utilizado como fator

de cálculo relacionado ao montante de recursos repassados à OSCIP através do TP,

a previsão de receitas previstas para o ano de 2009, dividida por 1.000.000,00 (por

exemplo, se o total de recursos repassado para uma OSCIP através do TP é de R$

1.000.000,00, para esse Termo, P1 = 1,0).

Fator 2: Porte da Estrutura Necessária para a Execução do Objeto (P2)

Para fins de classificação, foi utilizada como fator de cálculo relacionado

ao porte da estrutura necessária para consecução do objeto, a quantidade de

empregados da OSCIP trabalhando diretamente no TP dividida por 10 (por

exemplo, se o número de trabalhadores da OSCIP que executam o TP é igual a

100, para esse Termo, P2 = 10,0).

Vinculação Estratégica à Política Pública (P3)

Para fins de classificação, foi considerado se o objeto do TP faz parte de

um Projeto Estruturador1, ou não, e se é uma atividade permanente (Programa) ou

transitória ao longo do tempo (Projeto). Para fins de cálculo, foi utilizada a seguinte

tabela de pontuação:

Tabela 1: Pontuação da Vinculação Estratégica do TP

Classificação do Fator P3

Estruturador – Permanente 4

Estruturador – Não-Permanente 3

Não-Estruturador – Permanente 2

Não-Estruturador – Não-Permanente 1

1 Os Projetos Estruturadores são os projetos prioritários e estratégicos do governo, possuem . prioridade de repasse dos recursos previstos no orçamento e um gerenciamento intensivo por parte da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, o que possibilita uma avaliação da aderência dos recursos à estratégia e agilidade e tempestividade na adoção de medidas corretivas necessárias.

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A fórmula de cálculo utilizada para caracterização dos Termos de Parceria

é mostrada a seguir:

P = 3P1 + P2 + 2P3

Onde:

P = Pontuação para categorizar o Termo de Parceria

P1 = Previsão de receitas repassadas para o Termo de Parceria para o

ano de 2009, divida por 1.000.000,00

P2 = Quantidade de empregados da OSCIP trabalhando no Termo de

Parceria, dividida por 10

P3 = Conforme pontuação mostrada na Tabela 1.

A partir da fórmula acima, os TPs são classificados segundo as

Categorias especificadas na tabela 2 a seguir.

Tabela 2: Categorias em função das Pontuações obtidas pelos TP

Pontuação (P) Categoria

Até 14 I

> 14 a 30 II

> 30 III

Esses itens tipificam os Termos de Parceria executados pelas OSCIPs

nas Categorias (I), (II) e (III).

Ao aplicarmos a fórmula de cálculo mostrada para caracterização dos

atuais 14 TP das OSCIPs parceiras, obtivemos:

� Categoria I – 5 Termos de Parceria;

� Categoria II – 5 Termos de Parceria;

� Categoria III – 4 Termos de Parceria;

Cabe aqui ressaltar que, uma vez que a certificação é voltada ao TP, e as

OSCIPs podem ter um ou mais Termos firmados, a cada um desses termos deve ser

aplicada a fórmula e, portanto, uma mesma OSCIP para manter a parceria deve

atender aos requisitos para cada um de seus termos firmados.

Page 20: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

19

3.4.2 Critérios para avaliação

Para avaliação dos TP das OSCIPs parceiras do Governo do Estado de

Minas Gerais para fins de certificação, independentemente da Categoria descrita no

item anterior em que se classificam, foram estabelecidos 9 Critérios de Gestão,

quais sejam:

1. Gestão Corporativa

2. Gestão Estratégica

3. Gestão de Processos

4. Gestão de Recursos Humanos

5. Gestão de Patrimonial e de Suprimentos

6. Gestão da Informação

7. Gestão Contábil e Financeira

8. Gestão Tributária

9. Gestão da Comunicação

A Figura 2 a seguir apresenta a inter-relação existente entre os critérios

estabelecidos para o Modelo de Referência.

9 – Gestão da Comunicação

1 – Gestão Corporativa

5 - Gestão de Patrimônio e de

Suprimentos

2 – Gestão Estratégica 6 – Gestão da

Informação

3 - Gestão de Processos

8 - Gestão Tributária

7 - Gestão Cont. e Financeira

DIRECIONAMENTO ESTRATÉGICO GESTÃO DOS MEIOS

4 - Gestão de Recursos Humanos

Figura 2: Representação do Modelo de Referência

Page 21: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

20

3.4.3 Descrição dos Critérios para Avaliação

São detalhados a seguir o conjunto de critérios utilizados no modelo para

certificação dos Termos de parcerias das OSCIPs parceiras do Estado de Minas

Gerais.

Critério 1 – Gestão Corporativa

A Gestão Corporativa passa pela definição da existência organizacional,

dos seus propósitos imediatos e futuros e os padrões que pautam a sua conduta e a

sua relação com todos os stakeholders.

Este critério aborda o estabelecimento de Valores - princípios, normas,

crenças e padrões de conduta - e a implantação de processos gerenciais que

contribuem diretamente para o alcance dos objetivos organizacionais. É a forma

como a organização é gerenciada rumo a seus objetivos, tendo em vista padrões de

conduta pré-estabelecidos, refletidos na estrutura e regulamento internos. Os

Valores servem de guia e critério para comportamentos, atitudes e decisões da

organização.

A gestão de melhorias e resultados permitirá o controle tempestivo dos

riscos importantes que, se não gerenciados, podem trazer resultados inesperados,

impactando na estabilidade organizacional.

Relevância para a OSCIP:

É fundamental para o atendimento dos resultados de modo integrado,

possibilitando a cada trabalhador da organização conhecer, de modo claro, o

propósito da existência da entidade, como ela se projeta no futuro e quais os

princípios éticos que empreende para alcançar seus alvos. Uma organização que

sabe o caminho a seguir, que escuta seus clientes e parceiros e que dispõe de uma

Missão e de uma Visão claras, bem definidas e difundidas entre seus trabalhadores,

seguramente conta com uma maior probabilidade de sucesso na consecução de

seus objetivos.

Ademais, é importante salientar que a utilização de recursos é otimizada

quando os processos inerentes são eficientes, gerenciados segundo modernas

técnicas.

Page 22: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

21

Quando se trata de aplicar recursos públicos, impõe-se maior ênfase na

aplicação do princípio da eficiência, bem como maior preocupação com o zelo, a

ética, a moralidade, a cidadania e a responsabilidade social.

Critério 2 – Gestão Estratégica

Processo gerencial que diz respeito à formulação de objetivos para o

estabelecimento e a seleção de programas de ação e para sua execução, levando

em conta as condições internas e externas à organização e sua evolução esperada.

Este critério aborda a implantação de metodologias e de processos

gerenciais que contribuem para, a partir da avaliação dos cenários e ambientes

internos e externos:

� estabelecer objetivos e metas estratégicos;

� desenvolver suas estratégias de forma a manter sua sobrevivência,

crescimento e diferenciação competitiva; e

� acompanhar e gerenciar os passos de implantação, adotando medidas

corretivas, quando necessário.

É uma forma de gerir a organização, com foco em ações estratégicas em

todas as áreas, verificando se a organização planeja para atingir suas metas e

objetivos.

Relevância para a OSCIP:

Através da análise do ambiente, a organização deve identificar

oportunidades e ameaças, pontos fortes e fracos para o cumprimento de sua missão

e, através desse mecanismo, estabelecer o propósito e direção que deverá seguir

para potencializar as oportunidades e evitar riscos.

O planejamento estratégico deve ser formalizado através de um Plano ou

Mapa Estratégico, constituído por programas e projetos.

Critério 3 – Gestão de Processos

Conjunto de atividades que incluem o planejamento e o monitoramento do

desempenho de um processo. É a aplicação de conhecimento, habilidades,

ferramentas, técnicas e sistemas para definir, visualizar, medir, controlar, relatar e

melhorar processos.

Page 23: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

22

Este critério se refere ao planejamento e ao controle da consecução dos

processos realizados pela organização, assegurando a disponibilidade de

informações, de registros, de recursos e de medidas de verificação e

monitoramento.

Relevância para a OSCIP:

Para uma organização funcionar de maneira eficaz, ela tem que identificar

e gerir numerosas atividades interligadas. Uma atividade que usa recursos e que é

gerida de forma a possibilitar a transformação de entradas em saídas pode ser

considerada um processo. Freqüentemente a saída de um processo é a entrada

para o processo seguinte.

A grande vantagem da aplicação de uma eficaz gestão de processos em

uma organização, aliada às interações desses processos e sua gestão, é o controle

contínuo que ela permite sobre os resultados individuais e globais obtidos,

possibilitando maior qualidade, melhor utilização de recursos, a identificação e a

correção de eventuais desvios, permitindo intervenções concretas de ações de

melhoria.

Critério 4 – Gestão de Recursos Humanos

Este critério aborda a implantação de sistemas de trabalho na

organização através de processos gerenciais cuja finalidade é desenvolver e

implantar políticas de seleção e contratação, capacitação e desenvolvimento

contínuos, integração, gestão do desempenho de pessoas e equipes e o

direcionamento dos trabalhadores rumo aos objetivos e metas da organização.

Relevância para a OSCIP:

Parte importante do planejamento de qualquer organização consiste na

determinação das necessidades de recursos, humanos ou não: quantidade de

pessoas, qualificações e competências necessárias, recursos financeiros, infra-

estrutura, equipamentos, edifícios e instalações etc.

Nas etapas seguintes cuidamos da disponibilização das competências

necessárias através da seleção e contratação, preparação, conscientização e

motivação por meio de um tratamento humanizado.

Page 24: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

23

Critério 5 – Gestão Patrimonial e de Suprimentos

Este Critério refere-se ao controle das atividades envolvidas no

suprimento das necessidades geradas pelo planejamento de processos, serviços,

equipamentos etc.

Envolve os processos de tomada de preços, avaliação e seleção de

fornecedores, pedidos de compra e os controles no recebimento, bem como os

processos de contratação de serviços.

Relevância para a OSCIP:

Com relação aos seus insumos, para um bom e eficiente funcionamento

da entidade é importante que:

� os insumos necessários estejam disponíveis no momento em que são

necessários

� os insumos disponíveis sejam exatamente os requeridos (os que foram

solicitados)

� os processos de aquisição sejam pautados pela lisura, buscando

sempre o interesse da organização, tanto do ponto de vista econômico,

como do ponto de vista da qualidade dos serviços que presta.

� os fornecedores e sub-contratados compreendam as necessidades da

organização, podendo assim trabalhar em regime de parceria, numa

relação mutuamente benéfica.

� as compras sejam não somente do interesse da organização, mas

também favorecendo o interesse maior da sociedade, respeitando o

meio ambiente e as relações sociais (compras sustentáveis)

Critério 6 – Gestão da Informação

Conjunto de políticas que possibilitam a produção de informação

relevante, com qualidade suficiente, precisa, transmitida para o local certo, no

momento correto, com um custo apropriado e facilidades de acesso por parte dos

envolvidos.

"Gerir a informação é, assim, decidir o que fazer com base em informação

e decidir o que fazer sobre informação. É ter a capacidade de selecionar dum

repositório de informação disponível aquela que é relevante para uma determinada

decisão e, também, construir a estrutura e o design desse repositório." (Zorrinho

1995, p. 146).

Page 25: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

24

Relevância para a OSCIP:

Impossível abstrair qualquer organização que não estabeleça e mantenha

canais de comunicação internos e externos, com os mais variados públicos, com a

finalidade de obter e divulgar informação.

A boa imagem corporativa é importante, tanto na obtenção de apoio dos

setores interessados da sociedade, como na atração de “novos clientes”. A própria

sociedade não dispõe de outra maneira de avaliar o desempenho de uma

organização senão através de informação recebida.

A geração e a difusão de conhecimentos, também sob a forma de

informações, desempenham papel fundamental na organização que pretende agir e

ser reconhecida como de “primeira linha”.

Critério 7 – Gestão Contábil e Financeira

Com a finalidade de garantir recursos suficientes para pagamento dos

seus compromissos e suporte às estratégias de crescimento, é necessário que as

organizações desenvolvam controles financeiros adequados às suas necessidades,

os quais devem fornecer aos seus gestores as informações mínimas necessárias

para a mensuração dos resultados e avaliação das metas financeiras estabelecidas.

Diante desse contexto de controle, avaliação de desempenho e gestão

financeira, a Contabilidade constitui-se no principal meio de mensuração e avaliação

de resultados, através da identificação e separação precisa das despesas e receitas

inerentes a cada projeto executado pela organização, sem risco perda de controle e

mascaramento de resultados.

Relevância para a OSCIP:

O equilíbrio econômico-financeiro da entidade (e, conseqüentemente os

resultados de sua atuação) depende fortemente de um planejamento adequado,

bem como de um controle operacional.

Isso somente se pode conseguir através de um bom planejamento e

controle de receitas e despesas, e da disponibilidade de reservas para enfrentar

eventuais situações de dificuldades.

Page 26: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

25

As boas práticas recomendam a diversificação de fontes de recursos

como um instrumento de segurança. Experiências e ligações de diversos tipos não

apenas enriquecem seu cabedal de conhecimentos, como possibilitam que

alternativas de apoio possam ser alcançadas com maior agilidade, em caso de

necessidade.

Critério 8 – Gestão Tributária

Em que pese a isenção de uma serie de tributos de que gozam certas

organizações, essa isenção não é total, ou seja, certos tributos acabam por incidir

sobre algumas de suas atividades, aquisições, pagamentos etc.

A gestão tributária constitui o planejamento necessário para o pagamento

do mínimo de tributos que a legislação permite, bem como a gestão dos recursos

suficientes para que isso seja realizado nos seus prazos estabelecidos.

Relevância para a OSCIP:

A Gestão Tributária em nossos dias desempenha um papel estratégico na

administração das organizações: a realidade tributária brasileira é complexa; existem

dezenas de tributos exigidos, entre impostos, taxas e contribuições. Além disso, a

gestão estratégica de tributos é uma forma de se buscar a melhoria dos resultados

da organização, por meio da otimização dos desembolsos tributários que recaem

sobre as suas atividades.

Critério 9 – Gestão da Comunicação

Este critério aborda os processos gerenciais de comunicação

organizacional no universo em que a organização se encontra, tratando

especificamente de cada um dos principais canais: seu próprio pessoal, a

sociedade, e o ente parceiro, visando colher informações, dar transparência à sua

atuação e otimizar a supervisão pelo poder público.

Relevância para a OSCIP:

Page 27: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

26

Pode-se dizer que a comunicação assume uma importância fundamental

nas dinâmicas internas e externas da entidade, contribuindo para uma mais fácil

interação e desempenho dos indivíduos.

Assim, estes podem ser seus trabalhadores (comunicações funcionais,

operacionais, sociais etc.), seus clientes diretos (os beneficiários diretos de seus

programas), a sociedade, de cujo apoio necessita, o Estado (ente parceiro), outros

poderes etc.

A manutenção de uma boa imagem corporativa, e daí uma boa imagem

dos programas por ela executados, depende do estabelecimento e da manutenção

de bons canais de comunicação.

O cumprimento de suas obrigações contraídas nos Termos de Parceria

depende, também, de um processo eficaz de comunicação com o Ente Parceiro.

Cada Critério retro descrito é composto por um conjunto de Requisitos

que os completam e descrevem. No total, são 31 Requisitos, distribuídos como

mostra a Tabela 3 da página a seguir.

Page 28: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

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Tabela 3: Requisitos por Critério

CRITÉRIOS REQUISITOS

CRITÉRIO 1 – GESTÃO CORPORATIVA

Requisito 1.1 – Missão

Requisito 1.2 – Visão

Requisito 1.3 – Valores Éticos

Requisito 1.4 – Estrutura Organizacional

Requisito 1.5 – Regimento Interno

Requisito 1.6– Gestão de Resultados e Melhorias

CRITÉRIO 2 – GESTÃO ESTRATÉGICA

Requisito 2.1 – Formulação Estratégica

Requisito 2.2 - Desdobramento dos Objetivos Estratégicos

Requisito 2.3 – Acompanhamento Estratégico

CRITÉRIO 3 - GESTÃO DE PROCESSOS

Requisito 3.1 – Gestão de Documentos e Processos

Requisito 3.2 – Provisão de Recursos

Requisito 3.3 – Práticas de Sustentabilidade

Requisito 3.4 – Emergências e Acidentes

Requisito 3.5 – Medição e Monitoramento dos Processos

CRITÉRIO 4 - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

Requisito 4.1 - Política de Recursos Humanos

Requisito 4.2 – Recrutamento e Seleção

Requisito 4.3- Desligamento de Trabalhadores

Requisito 4.4 - Treinamento e Capacitação de Recursos Humanos

CRITÉRIO 5 - GESTÃO PATRIMONIAL E DE

SUPRIMENTOS

Requisito 5.1 - Gestão Patrimonial

Requisito 5.2 - Gestão de Fornecedores

Requisito 5.3 – Gestão de Compras e de Contratos

CRITÉRIO 6 - GESTÃO DA INFORMAÇÃO

Requisito 6.1 - Gestão da Imagem Corporativa

Requisito 6.2 - Banco de Dados

Requisito 6.3 - Geração, Sistematização e Compartilhamento de conhecimentos

CRITÉRIO 7 - GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA

Requisito 7.1 - Controle das despesas

Requisito 7.2 - Apropriação das receitas e despesas

Requisito 7.3 - Demonstrativos financeiros e Auditoria Contábil

CRITÉRIO 8 - GESTÃO TRIBUTÁRIA Requisito 8.1 - Planejamento e Gestão Tributária

CRITÉRIO 9 - GESTÃO DA COMUNICAÇÃO

Requisito 9.1 - Comunicação Interna

Requisito 9.2 - Comunicação com colaboradores externos, beneficiários, Sociedade

Requisito 9.3 - Comunicação com o Ente Parceiro

Page 29: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

28

3.4.4 Itens de Verificação

Cada Requisito da Tabela 3 mostrada é composto por um conjunto de

Itens de Verificação: 80 itens para a Categoria I, 106 para a Categoria 2 (26

acrescidos aos definidos para a Categoria I) e 136 para a Categoria III (36

acrescidos à Categoria II).

Os itens de verificação estão contidos num check list utilizado na

aplicação do atendimento ao Modelo de Certificação.

3.4.5 Atendimento às Categorias para Certificação do Termo de Parceria

Para obtenção da certificação em sua Categoria, o Termo de Parceria da

OSCIP deve cumprir, no mínimo, o percentual de atendimento aos Itens de

Verificação mostrado na Tabela 4 a seguir:

Tabela 4: Percentual mínimo a ser obtido nos Itens de Verificação por Categoria

% mínima a ser atendida pelo Termo de Parceria

Para obtenção da certificação na Categoria I 80 % dos Itens de Verificação da Categoria I

Para obtenção da certificação na Categoria II

90 % dos Itens de Verificação da Categoria I; e

60% dos Itens de Verificação da Categoria II

Para obtenção da certificação na Categoria III

90 % dos Itens de Verificação da Categoria I, e

60% dos Itens de Verificação da Categoria II; e

50% dos Itens de Verificação da Categoria III

A Figura 3 a seguir mostra, de forma esquemática, a relação entre

Critérios, Requisitos e Itens de Verificação para cada Categoria.

Page 30: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

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Figura 3: Critérios X Requisitos X Itens de Verificação por Categoria

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4 CONCLUSÕES

O projeto “Choque de Gestão” ao implantar estratégias administrativas

baseadas na delegação de autoridade e na cobrança por resultados colocou em

relevo a questão da avaliação nas OSCIPs, dificultada pela falta de referências

decorrente de seu ineditismo.

A experiência pioneira do governo de Minas Gerais, neste trabalho

relatada, comprovou a exeqüibilidade do fortalecimento de instrumentos de gestão

voltados à avaliação dos Termos de parceria firmados.

O desenvolvimento e, principalmente, a aplicação prática de uma

metodologia para avaliação da capacidade de gestão de organizações sociais, que

possibilitasse maior segurança aos órgãos públicos na utilização desse novo arranjo

institucional, encerrou uma série de desafios, permitindo aprendizagens sobre a

proposta das OSCIPs e sobre o conceito de gestão do Termo de Parceria sob a

ótica de atendimento aos resultados pactuados e o alcance dos objetivos.

A partir da verificação da adequação das práticas gerenciais das OSCIPs

por meio de uma metodologia previamente definida para obtenção de certificação da

boa gestão, pretende-se o aprimoramento contínuo da gestão das entidades

parceiras, visando a execução da política pública de forma eficiente, eficaz e efetiva.

Acima de tudo, a implantação do Programa de Certificação da Boa

Gestão, corroborará no sentindo de dar segurança ao governo e à sociedade quanto

à opção de executar políticas públicas por meio de parceirização com entidades do

Terceiro Setor.

Ao adotar um processo participativo, o poder público se insere numa ótica

pluralista de busca do aperfeiçoamento da gestão pública: o resultado é o melhor

atendimento dos interesses sociais, revelado através da melhoria da gestão das

organizações que as representam.

O grande desafio que agora se apresenta é o de garantir a

irreversibilidade desse processo, de modo a assegurar, de forma transparente,

sustentável e consistente, que os benefícios resultantes das boas práticas de gestão

possam beneficiar a sociedade.

Page 32: UM MODELO DE CERTIFICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

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5 REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9000: sistemas de gestão da qualidade – requisitos. Rio de Janeiro, 2000. ______. NBR ISO 10011-1: diretrizes para auditoria de sistemas da qualidade - Parte 1: Auditoria. Rio de Janeiro, 1993. ______. NBR ISO 10011-2: diretrizes para auditoria de sistemas da qualidade - Parte 2: Critérios para qualificação de auditores de sistemas da qualidade. Rio de Janeiro, 1993. ______. NBR ISO 10011-3: diretrizes para auditoria de sistemas da qualidade - Parte 3: Gestão de programas de auditoria. Rio de Janeiro, 1993. ______. NBR ISO 14001: Sistemas de gestão ambiental: especificação e diretrizes para usos. Rio de Janeiro, 2004. CENTRO MINEIRO DE ALIANÇAS INTERSETORIAIS. Indicadores IGS de gestão das OSCIPs mineiras. Belo Horizonte; 2008. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE (FNQ). Modelo de excelência em gestão. Disponível em: <http://www.fnq.org.br>. Acesso em: 7 mai. 2009. MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL E REFORMA DO ESTADO. Organizações sociais. Cadernos MARE da Reforma do Estado. Caderno 2. Brasília: Secretaria da Reforma do Estado, Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado; 1998. SEPLAG. Termos de parceria vigentes. Disponível em: <http://www.planejamento. mg.gov.br/governo/choque/oscip/oscip_termo_parceria.asp>. Acesso em: 20 set. 2009.

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AUTORIA

Evelyn Ebling Mac Kay Dubugras Ribeiro – É consultora de projetos da Fundação Instituto de Administração (FIA).

Endereço eletrônico: [email protected] Fernanda de Siqueira Neves – Superintendente da Superintendência Central de Modernização Institucional (SUMIN) da Secretaria de Planejamento e Gestão do Governo do Estado de Minas Gerais (SEPLAG)

Endereço eletrônico: [email protected] Maria Cristina Gonçalves Torres – Diretora da Diretoria Central de Parcerias com OSCIPs (DCPO) da Secretaria de Planejamento e Gestão do Governo do Estado de Minas Gerais (SEPLAG)

Endereço eletrônico: [email protected]