um estudo sobre o jejum

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ENTENDENDO O PROPÓSITO DO JEJUM PARA A IGREJA DO NOVO TESTAMENTO E DE NOSSOS DIAS

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A cerca do jejum

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  • ENTENDENDO O PROPSITO DO JEJUM PARA A IGREJA DO NOVO TESTAMENTO E DE NOSSOS DIAS

  • Para entendermos o propsito do jejum para a igreja precisamos entender o que ele significou na histria bblica.Abster-se de alimentos no era parte da lei de Moiss, nela no havia preceitos sobre o jejum.Exceto, talvez Lv 16.29-31, que pode ser uma ordem de jejuar no yom kippur - o dia da expiao.

  • O primeiro jejum mencionado na Bblia o de Moiss, sendo um jejum sobrenatural, pois humanamente impossvel algum sobreviver a um jejum de 40 dias e 40 noites sem gua.Alguns afirmam que o nmero 40 simblico.

  • Jejum sobrenatural como este de Moiss, aconteceu tambm com Elias no monte Horebe (1Re 19.8).Os estudiosos chamam-no jejum involuntrio, pois foram ocasionados por acontecimentos extraordinrios que tiraram o apetite dos profetas.O jejum que vamos estudar, s vezes denominado de jejum voluntrio, por motivos religiosos.

  • O jejum voluntrio individual mostrado pela primeira vez na Bblia no caso de Davi, quando recusou alimentar-se, clamando a Deus pela vida de seu filho, fruto de seu amor criminoso com a mulher de Urias (2Sm 12.22).Outros exemplos so: Ed 8.21; Ne 9.1; Et 4.3; Sl 35.13; 69.10; 109.24; Dn 6.18; 9.3.Havia proclamao de jejum em casos de calamidade pblica (Jr 36.9; Jl 1.14)

  • s vezes jejuava-se para humilhar a alma (Sl 35.13), atrair misericrdia divina (Is 58.3,4).Jejum pblico mostrava peso de culpa sobre o povo (Jz 20.26; 1Sm 7.6; 1Re 21.9,12; Jn 3.5-7).No tempo do profeta Zacarias foram ordenados jejuns, no 4, 5, 7 e 10 meses (Zc 8.19).Mas era memorial.

  • Era para rememorar o princpio das calamidades com o cerco de Jerusalm no 10 ms (2Re 25.1).O cativeiro no 4 ms (2Re 25.3).A destruio do templo no 5 ms (2Re 25.8,9).O assassinato de Gedalias e dos judeus que estavam com ele, no 7 ms (2Re 25.25).

  • Os fariseus, para se mostrarem santos, jejuavam no apenas essas 4 vezes ao ano, mas duas por semana (Lc 18.12)! Incrvel!O Talmude diz que jejuavam s 2as e 5as feiras, porque, de acordo com a tradio, Moiss havia subido ao monte Sinai numa 5 feira e descido numa 2.

  • Entretanto, era nas 2as e 5as feiras que havia mercado e as praas ficavam lotadas de pessoas, de maneira que os fariseus escolhiam justamente esses dias para serem vistos e admirados pelo maior nmero de pessoas possvel.

  • Jejuar abster-se de alimentos durante um tempo determinado, com objetivos de devoo espiritual.Muitos homens na histria eram praticantes do jejum, mesmo na histria extrabblica, como Zoroastro, Confcio, Plato, Scrates, Aristteles, Hipcrates e outros.

  • Muitos jejuns so feitos com finalidades totalmente no espirituais que so apenas formas de dietas para a exibio de um corpo mais esbelto, ou como greves de fome para chamar a ateno pblica ou governamental.Mas o jejum bblico deve ter objetivos espirituais ao ser praticado e no fins egostas ou de protestos.

  • Estritamente falando, o jejum no uma ordem. No foi dada uma ordem no sentido de jejuar, nem por Jesus, nem pelos apstolos.A igreja primitiva jejuava, mas nenhum apstolo ordenou essa prtica (At 13.2,3; 14.23).Mas provvel que Paulo possa ter colocado o jejum como boa qualidade de um ministro de Deus (2Co 6.5).

  • H apenas duas ou trs passagens em que Jesus fala sobre o jejum (Mt 6.16-18; 9.14-17; 17.21 considerando que esta ltima passagem faa parte do original).Se considerarmos que quando Jesus pronunciou sobre a forma correta do jejum no sermo do monte, em conexo com a orao e as doaes (Mt 6.1-8,16-18), ento entendemos que o jejum deve ser uma prtica devocional, assim como as outras citadas.

  • Na outra passagem, Jesus fala que chegariam dias em que Seus seguidores iriam jejuar (Mt 9.15).H diferentes posies de interpretao desse texto.Alguns pensam que se trata do perodo da morte e ressurreio de Cristo.Mas entendemos que Ele Se refere ao espao de tempo entre Sua 1 e 2 vindas, ou seja, o tempo atual.

  • Se considerarmos a passagem de Mt 17 como parte do original, ento temos a concluso de que certas castas de demnios no saem a no ser pela orao e jejum (v. 21).Isso nos faz entender uma das necessidades do jejum: fortalecimento espiritual contra as castas demonacas.

  • Jejuar no salva. Vamos ler Lc 18.9-14.Nesta parbola, o Senhor Jesus Cristo ensina que a salvao no pode ser alcanada por obras religiosas e boas intenes.O autoelogiado fariseu deixou o templo numa condio no salva diante de Deus.

  • No se deve jejuar para se exibir (Mt 6.16-18).Deus odeia religio hipcrita, que a tentativa do homem de parecer santo diante dos outros homens sem possuir a verdadeira santidade diante de Deus. Nesta passagem, Cristo recusa o tipo de jejum feito com o objetivo de parecer espiritual diante dos homens.

  • Jejuar no deve ser um ritual religioso.A declarao do fariseu mostra que praticava a religio numa tentativa de se justificar diante de Deus.Ele observava um perodo regular de jejum. No entanto, em nenhuma passagem a Bblia requer tal prtica. O jejum no deve ser simplesmente um ritual a ser observado uma vez por semana, ou uma vez ao ms, ou antes da Ceia do Senhor, etc.

  • O jejum inaceitvel e sem efeito sem um direto relacionamento com Deus (Is 58.3-9; Zc 7.5,6).Deus repreende os jejuns hipcritas dos filhos apstatas de Israel.Eles estavam obedecendo aos ditames da verdadeira religio, mas seus coraes estavam longe de Deus e estavam vivendo em direta desobedincia Sua Lei.

  • Nenhum dever religioso aceitvel diante de Deus que no proceda de uma vida regenerada e que no seja guiada pela Bblia e pelo Esprito Santo.O jejum bblico no deve ser feito por questes de sade fsica.Embora vrios tipos de jejuns podem ou no promover melhor sade, este no o propsito da Bblia para o jejum.

  • Jejuar no uma prtica asctica (Cl 2.20-23).Houve falsos mestres em Colossos que promoviam a ideia de que a espiritualidade seria adquirida por vrias prticas ascticas, seguindo-se uma lista de podes e no-podes, feita por homens. Isto inclua certas regras dietticas especiais e o jejum, como meio de negar o corpo.

  • Os monges catlicos romanos e gregos ortodoxos de certas ordens praticam esse tipo de coisa, inclusive fustigando seus prprios corpos com varas.Esta vida asctica entendida como meio pelo qual os indivduos monges podem desenvolver sua salvao e se aproximar de Deus.Hindus, budistas e outros tambm observam rigores contra seu corpo.

  • O jejum no garante que a orao ser atendida (2Sm 12.16,18).Deus no respondeu orao nem honrou o jejum de Davi naquele caso especfico.Isso nos lembra que jejuar, enquanto uma prtica importante, no uma garantia de que obteremos o que desejamos de Deus.

  • Pelos textos do NT podemos aprender alguma coisa sobre a importncia do jejumJesus prometeu que o Pai abenoaria os que jejuam corretamente (Mt 6.18).Jesus esperava que o jejum nos acompanhasse durante Sua ausncia fsica entre ns (Mt 9.15b).

  • Jesus deu a entender que podemos ser mais fortalecidos na batalha espiritual atravs do jejum (Mt 17.21).Lucas coloca o jejum como devoo que auxilia na orao e no servio em busca de respostas divinas (At 13.2,3).A igreja primitiva parece que no ordenava pastores sem jejuar antes (At 13.3; 14.23).

  • O jejum no nos torna melhores do que ningum, mas Paulo se considerava como ministro verdadeiro, entre outras razes, por causa de sua prtica de jejuns (2Co 6.5).O jejum tambm ajuda a manter nosso corpo subjugado com seus desejos dominados (no confundir com prtica asctica).

  • Faa um propsito (para qu eu vou jejuar?) o jejum deve ter propsitos espirituais.Determine o perodo que voc vai ficar em jejum.Inicie o seu jejum ao amanhecer alguns iniciam antes de dormir, mas o sono sustenta o corpo. Dormir s permitido em jejuns prolongados, que duram mais de um dia.

  • Ao iniciar o jejum lembre-se de consagrar seu tempo de jejum exclusivamente para Deus.Use esse tempo para orar, ler a Bblia, meditar, louvar, cantar, enfim, praticar suas devoes a Deus.Evite envolver-se em coisas seculares (a no ser que esteja no trabalho), como ver televiso, navegar na internet, etc.

  • Cuidado com os atritos no relacionamento, seja em casa ou no trabalho, pois ao jejuar pode acontecer de ficarmos tentados a discutir, brigar, etc.Vigie sua carne, pois no perodo do jejum parece que a fome aperta mais do que o normal. No quebre seu jejum antes do tempo proposto.

  • Aproveite o tempo do jejum para confessar pecados a Deus. Pea a Deus que lhe mostre seu chamado, os dons que Ele lhe concedeu para Sua obra.Enfim, use o que voc aprendeu sobre orao durante seu perodo de jejum: adorao, confisso, petio, intercesso, gratido, etc.

  • Se voc uma pessoa que toma medicaes, no aconselhvel que faa jejuns, a no ser por curtos perodos, e que no atrapalhe seu cuidado para com sua sade.

  • Entregue seu jejum a Deus em orao, pedindo a Ele que o receba como oferta, no como sacrifcio.Se o seu jejum foi prolongado, volte a se alimentar gradativamente, com alimentos leves, como saladas e lquidos.No desconte o tempo que ficou jejuando numa tigela de comida!

  • No se desligue da comunho que voc adquiriu no jejum.Espiritualmente ficamos mais fortalecidos quando jejuamos e isso precisa ser continuado mesmo quando no estamos jejuando.Aproveite que j se afastou de coisas que impediam sua comunho com Deus enquanto jejuava e continue longe delas.

  • JEJUM TOTALJEJUM PARCIALAbstinncia de qualquer tipo de alimento, lquido e slido (At 9.9)Abstinncia apenas de alimento slido (Mt 4.2)

  • Temos muito ouvido falar no jejum de Daniel em nossos dias.Esse jejum no passa de uma dieta alimentar que exclui certos tipos de alimentos considerados prazerosos. a abstinncia de carne, vinho e outras iguarias.Mas ser o jejum de Daniel vlido para ns hoje?

  • Daniel fora levado para o cativeiro babilnico juntamente com outros jovens de Jud (Dn 1.1-4; 2Re 24.10-16).Seus nomes foram trocados como forma de mostrar que Nabucodonosor que tinha autoridade sobre eles (Dn 1.6,7; 2Re 24.17).

  • A partir da, o rei ordenou que certos jovens fosse alimentados com o seu prprio manjar (Dn 1.5), e depois de um perodo fossem levados presena do rei.A primeira poro dos alimentos do rei babilnico era oferecida a dolos, bem como uma poro do vinho era derramada sobre um altar pago.Isso era estritamente proibido na Lei judaica (x 34.15).

  • Alm disso, certos tipos de carne que os babilnios comiam eram considerados imundos para os hebreus (Lv 11; Dt 14.1-21).At mesmo a forma de sangrar o animal era observada rigorosamente pelo povo de Israel (Lv 7.26,27).Ento o propsito de Daniel no foi o de fazer um jejum, mas de manter-se fiel Lei do seu Deus. Abstinncia para fins de conscincia religiosa.

  • Neste caso, abster-se de comer carne e outras iguarias poder ser vlido como consagrao a Deus se esse tipo de alimentao no glorifica a Deus e interfere em nossa comunho com Ele.

  • Frequentemente se pergunta acerca da relao sexual entre casados no perodo do jejum.Paulo diz que no perodo combinado entre ambos, eles devem abster-se da relao, mas no devem prolongar esse perodo (1Co 7.5).Mas aps terem entregue o perodo do jejum podero relacionar-se normalmente.

  • Pessoas que tomam medicamentos podem jejuar como j vimos, mas devem observar o perodo para no prejudicar sua sade.Podem tomar seus remdios no perodo do jejum. Isso no quebra o propsito.Entretanto, quase todo medicamento (principalmente comprimido) no se pode tomar em jejum. Sendo assim, no precisa fazer jejum enquanto estiver em tratamento.

  • A prtica do jejum uma das formas de devoo e consagrao a Deus.Mas no deve ser feita como ritual religioso.Se o jejum est nos levando a nos sentirmos superiores a outros irmos, ento nossa inteno est errada ao jejuar.

  • Quando entendemos que o jejum uma das formas de disciplinarmos nosso corpo (sem ascetismo) ento nos tornamos mais sensveis na rea espiritual.Devemos nos lembrar de que o jejum deve ser feito por amor a Deus e no como um sacrifcio que torna Deus obrigado a atender nossa orao. Jejum no protesto!