um anjinho de verdade[1]

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Um Anjinho de verdade Uma voz distante chegou-lhe aos ouvidos: ”Corra Narizinho! Venha ver uma coisa do outro mundo!” A menina ergueu-se e correu na direção da voz, até que avistou Emília sentada no chão com qualquer coisa no colo. De longe não pôde distinguir o que era – pareceu-lhe uma criancinha nova. Mas seria absurdo admitir uma criança nova naquela altura. Narizinho foi se aproximando. Chegou bem perto. Arregalou os olhos e esfregou-os, porque lhe custava acreditar no que seus olhos viam. — Um anjinho, Emília? – exclamou afinal no maior dos espantos – Onde descobriu semelhante maravilha? E acocorou-se diante do anjinho lindo que a boneca tinha ao colo. Era um anjinho mesmo! O mais lindo anjinho dos céus, a maior das galantezas. O rosto parecia feito de pétalas de rosa. Os cabelos em cachos pareciam feitos de fios de luz. — Achei-o caído por aqui – respondeu a boneca com os olhos irradiantes de gosto. – Deve ser um pobre anjinho que rolou de alguma nuvem e quebrou a asa. Está desmaiado. Olhe que galanteza! Louro que nem marcela, de asas alvas como paina... A menina ajoelhou-se ao lado da boneca e caiu na contemplação da maravilha. Que encanto de criaturinha! Teve vontade de comê-lo, como quem come um doce cristalizado.

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Page 1: Um Anjinho de Verdade[1]

Um Anjinho de verdade

Uma voz distante chegou-lhe aos ouvidos: ”Corra Narizinho! Venha ver uma coisa do outro mundo!” A menina ergueu-se e correu na direção da voz, até que avistou Emília sentada no chão com qualquer coisa no colo. De longe não pôde distinguir o que era – pareceu-lhe uma criancinha nova. Mas seria absurdo admitir uma criança nova naquela altura. Narizinho foi se aproximando. Chegou bem perto. Arregalou os olhos e esfregou-os, porque lhe custava acreditar no que seus olhos viam. — Um anjinho, Emília? – exclamou afinal no maior dos espantos – Onde descobriu semelhante maravilha? E acocorou-se diante do anjinho lindo que a boneca tinha ao colo. Era um anjinho mesmo! O mais lindo anjinho dos céus, a maior das galantezas. O rosto parecia feito de pétalas de rosa. Os cabelos em cachos pareciam feitos de fios de luz. — Achei-o caído por aqui – respondeu a boneca com os olhos irradiantes de gosto. – Deve ser um pobre anjinho que rolou de alguma nuvem e quebrou a asa. Está desmaiado. Olhe que galanteza! Louro que nem marcela, de asas alvas como paina... A menina ajoelhou-se ao lado da boneca e caiu na contemplação da maravilha. Que encanto de criaturinha! Teve vontade de comê-lo, como quem come um doce cristalizado. Seu encantamento crescia. Ela olhava e não cessava de olhar. Depois bateu palmas. Ergueu-se e começou a dar pulos de contentamento.

MONTEIRO LOBATO.Viagem ao céu e o Saci, p 111-2

Nome ________________________________________ ___/___/___

Page 2: Um Anjinho de Verdade[1]

1 – Quais são as personagens do texto?________________________________________________________________________________________________________________

2 – Segundo a explicação de Emília, de onde veio o Anjinho?________________________________________________________________________________________________________________

3 – Por que o Anjinho caiu?________________________________________________________________________________________________________________

4 – Descreva o Anjinho:a) Como era o rosto? _________________________________________________________________________________________________b) Do que pareciam ser feitos os cabelos em cachos? _________________________________________________________________________c) De que cor eram os cabelos? _________________________________________________________________________________________d) De que cor eram as asas? ___________________________________________________________________________________________

5 – O que você achou do texto?________________________________________________________

6 – Que outro título você daria ao texto?________________________________________________________

7 - Ilustre o texto na folha seguinte.