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CONTABILIDADE BÁSICA I UIA 1 | COMPREENSÃO GERAL DA CONTABILIDADE VERSÃO PARA IMPRESSÃO

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  • CONTABILIDADE BSICA I UIA 1 | COMPREENSO GERAL DA CONTABILIDADE

    VERSO PARA IMPRESSO

  • Contabilidade Bsica I | UIA 1 |

    Copyright 2014 Centro Universitrio IESB. Todos os direitos reservados.

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    Este material destinado exclusivamente aos alunos e professores do Centro Universitrio IESB, contm informaes e contedos protegidos e cuja divulgao proibida por lei. O uso e/ou reproduo total ou parcial no autorizado deste contedo proibido e est sujeito s penalidades cabveis, civil e criminalmente.

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    SUMRIO

    Introduo .................................................................................................................................... 4

    Aula 01 | A Contabilidade e o Contador ..................................................................................... 5 1. A Contabilidade .................................................................................................................................. 5

    1.1. Cincia Social .................................................................................................................................................................. 5 1.2. Metodologia Especialmente Concebida ............................................................................................................... 6 1.3. Captar, Registrar, Acumular, Resumir e Interpretar os Fenmenos que Afetam as Situaes Patrimoniais, Financeiras e Econmicas ....................................................................................................................... 7 1.4. Objetivos da Contabilidade ....................................................................................................................................... 7 1.5. Tomada de Deciso ...................................................................................................................................................... 8

    Aula 02 | Usurios da Informao Contbil ................................................................................ 9 2. Usurios Internos ............................................................................................................................. 10 3. Usurios Externos ............................................................................................................................. 11

    Aula 03 | Patrimnio .................................................................................................................. 12 4. Conceito e Composio .................................................................................................................... 12

    4.1. Capital Prprio e Capital de Terceiros .................................................................................................................. 13 4.2. Ativo, Passivo e Patrimnio Lquido ..................................................................................................................... 13

    5. Equao Fundamental do Patrimnio e suas Situaes Lquidas ................................................ 14

    Aula 04 | Contas e Plano de Contas .......................................................................................... 15 6. Contas ................................................................................................................................................ 16 7. Plano de Contas ................................................................................................................................ 18

    Referncias ................................................................................................................................. 21

    Glossrio ..................................................................................................................................... 21

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    INTRODUO

    Voc j deve ter ouvido falar em contabilidade. Provavelmente na organizao em que trabalha h uma rea na estrutura organizacional com esse nome. Voc sabe o que fazem por l? Pagam impostos? Preparam nossa folha de pagamentos? So responsveis por debitar e creditar?

    Mas afinal, o que debitar e creditar? O que dbito e crdito? A contabilidade uma cincia? exatas? Aquelas pessoas da contabilidade trabalham com clculos complexos, difceis, que s eles conseguem fazer?

    Vero que no assim. Juntos, nessa disciplina poderemos compreender melhor o que a contabilidade, tanto em relao a seus objetivos e tcnicas, como em relao s atividades desenvolvidas nas organizaes, sejam elas entidades simples, ou complexos conglomerados de empresas.

    Vamos aprender juntos quem so as pessoas e rgos que demandam a informao produzida pela

    contabilidade, bem assim que tipo de informaes so produzidas. Aprenderemos a estrutura terica inicial e a lgica que envolve os famosos dbitos e crditos.

    Por fim, sabero como produzir e como compreender os principais relatrios produzidos pela contabilidade: O Balano Patrimonial e a Demonstrao de Resultados do Exerccio.

    Para Desenvolver nosso contedo teremos 4 Unidades de Interao e Aprendizagem (UIA). A primeira delas ser a COMPREENSO GERAL DA CONTABILIDADE. Nessa UIA teremos a oportunidade de nos dedicarmos a 4 aulas.

    Depois nos dedicaremos a UIA 2. Nessa UIA, chamada de PROCEDIMENTOS CONTBEIS, aprenderemos a debitar e creditar. Essa UIA fundamental para sua compreenso dos conceitos contbeis. Dedique-se a ela e explore seu professor ao menor sinal de dvida. A falta de compreenso desses procedimentos bsicos atrapalhar toda a aquisio das competncias e habilidades que dever adquirir.

    Nas UIAs 3 e 4 vamos colocar a mo na massa e aprender como efetivamente as organizaes fazem sua contabilidade e como essas informaes so divulgadas a seus usurios.

    fundamental lembrar que essa disciplina introdutria. Sendo assim, fique tranquilo, acompanhe as discusses propostas pelo professor e, principalmente, faa os exerccios. Ser nos exerccios que as dvidas aparecero e, sanando-as com professor e colegas, voc estar efetivamente aprendendo contabilidade.

    Bons estudos!

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    AULA 01 | A CONTABILIDADE E O CONTADOR Ol, estudante, nesta aula, a primeira desta disciplina, aprenderemos sobre a Contabilidade e sobre o papel do contador. Nesse sentido, veremos a metodologia, objetivos e as principais aes da Contabilidade. Boa aula!

    n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n

    Inicie seus estudos assistindo videoaula introdutria da disciplina, disponvel no link a seguir:

    http://tinyurl.com/p6sodfd

    n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n

    1. A CONTABILIDADE Vamos comear com uma pergunta:

    O que e para que serve a Contabilidade?

    Vamos ao site do maior centro de pesquisa em contabilidade do pas ler o que dizem a respeito da contabilidade:

    http://tinyurl.com/lugs2rg

    Seria muito importante nesse momento voc refletir sobre a pergunta acima. Muitos diro que a Contabilidade existe para organizar os documentos de uma empresa e com isso preparar todo o processo de constituio e pagamento de impostos. Alm dos pagamentos de impostos a contabilidade tambm, para empresas no muito grande, seria responsvel pela folha de pagamento.

    Est certa a definio que foi feita?

    De certo que no. A Contabilidade muito mais que isso. Vejamos o que diz Srgio de Iudcibus, um dos maiores autores de Contabilidade do Brasil:

    Contabilidade uma cincia social aplicada que possui metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenmenos que afetam as situaes patrimoniais, financeiras e econmicas de qualquer organizao, seja pessoa fsica, entidade de fins no lucrativos, empresa e entidades de Direito Pblico, tais como: Estado, Municpio, Unio, Autarquia, dentre outros; e tem um campo de atuao muito amplo. (IUDCIBUS, 2006)

    1.1. CINCIA SOCIAL

    Vamos, a partir dessa definio, compreender melhor o que de fato a Contabilidade. Observe que em um primeiro momento h a afirmao de que a contabilidade uma cincia social aplicada. Muitos tm a firme convico que a contabilidade uma cincia exata, principalmente, por envolver clculos.

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    Como uma cincia social, a contabilidade estuda aspectos sociais da vida dos indivduos e grupos humanos, mais especificamente, os aspectos sociais relacionados organizaes. Assim, a Contabilidade uma cincia social aplicada s organizaes, pois estuda os relacionamentos existentes entre esses seres e indivduos orgnicos e o meio no qual est inserido.

    E a voc poderia perguntar: e as contas, no a torna uma cincia exata?

    A resposta no. Veja voc que os nmeros so uma forma de representar monetariamente essas relaes. Mas elas esto longe de serem exatas.

    Quer entender melhor? Ento lhe pergunto: quanto vale o seu carro?

    Voc poder me responder uma das seguintes alternativas:

    O valor previsto na tabela FIPE. O valor que paguei por ele. O valor mais alto que encontrar em pesquisa efetuadas em sites de venda de automvel. O valor mais baixo que encontrar em pesquisa efetuada em sites de venda de automvel. O valor mdio que encontrar em pesquisa efetuada em sites de venda de automvel. No tem preo, pois tem um valor sentimental to significante que nenhum preo o pagaria. etc.

    Qual das alternativas est correta? No sei, tampouco voc saberia, a no ser quando efetivamente vendesse. Mas mesmo antes de vender tenho de atribuir esse valor e preciso escolher uma forma de avalia-lo. Como h divergncias entre elas, e o preo depende efetivamente da relao que seu veculo ter com o mercado, seu valor estimado longe de ser exato, matemtico.

    Conseguiu compreender?

    1.2. METODOLOGIA ESPECIALMENTE CONCEBIDA

    A definio do Iudcibus (2006) nos diz que a contabilidade desenvolvida a partir de uma metodologia especialmente concebida para atingir seus fins. Isso significa dizer, de uma forma clara e direta, que os fenmenos organizacionais registrados de maneira monetria de uma organizao poderia ser feito de diversas formas, porm, por no ser exata, a contabilidade criou uma metodologia prpria para isso.

    Esse metodologia e forma de fazer a contabilidade o seu arcabouo terico. o elemento chave que a diferencia de outras formas de mensurar tais fenmenos.

    Assim, entre as diversas formas de mensurar uma organizao, a contabilidade escolheu um conjunto de regras, de procedimentos e conceitos e de definies, e construiu uma maneira de atingir seu objetivo.

    Assim, se algum lhe perguntar: quanto custa produzir determinado bem na indstria que voc atua? Certamente, a resposta depender do mtodo que utilizar para responder. Ser for contbil, o valor ser um, caso contrrio, poder ser outro.

    E qual o valor correto?

    Nesses casos no h correto nem incorreto, h metodologias prprias, com suas limitaes e considerandos.

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    Portanto, entre as diversas formas de mensurar as relaes da organizao, a contabilidade uma delas e ela que iremos estudar aqui.

    1.3. CAPTAR, REGISTRAR, ACUMULAR, RESUMIR E INTERPRETAR OS FENMENOS QUE AFETAM AS SITUAES PATRIMONIAIS, FINANCEIRAS E ECONMICAS

    Falamos na forma prpria de mensurar os fenmenos organizacionais que a contabilidade tem. Mas falarmos s em mensurar simplificar todo o processo. Sim, mensurar o que a Contabilidade faz, mas precisamos compreender que a contabilidade um sistema de informao, e como tal a contabilidade transforma inputs em outputs, transforma dados em informaes. Preliminarmente, vamos compreender melhor qual a diferena entre dados e informaes:

    "DADO: Elemento de informao, ou representao de fatos ou de instrues, em forma apropriada

    para armazenamento, processamento e transmisso por meios automticos"

    "INFORMAO: Conhecimento amplo e bem fundamentado, resultante de anlise e combinao de vrios informes. Conhecimento de fatos ou de outros dados fornecidos mquina a fim de se objetivar um processamento."

    Fonte: Novo Dicionrio Aurlio. 3. ed. Revista e Atualizada. Editora Positivo. p. 598 e 1104.

    Assim, a Contabilidade, com sua metodologia prpria, capta dados nas organizaes. Esses dados so registrados e organizados de forma a propiciar sua anlise e compreenso, para que sejam transformados em informaes teis e necessrias ao processo decisrio (tomada de deciso por parte dos usurios da informao contbil).

    Diante dessas informaes, podemos considerar que, para seus principais autores, a Contabilidade atualmente o sistema de informao baseado no registro, na classificao, na medio e no resumo de valores significativos, expressos em termos monetrios, que mostra o estado das operaes e transaes realizadas por uma organizao econmica contbil.

    1.4. OBJETIVOS DA CONTABILIDADE

    Vamos agora entender qual o objetivo da contabilidade. Para isso interessante conhecer a Deliberao CVM nmero 29. Vamos a ela:

    O objetivo principal da Contabilidade, portanto, o de permitir, a cada grupo principal de usurios, a avaliao da situao econmica e financeira da entidade, num sentido esttico, bem como fazer inferncias sobre suas tendncias futuras. Em ambas as avaliaes, todavia, as demonstraes contbeis constituiro elemento necessrio, mas no suficiente. Sob o ponto de vista do usurio externo, quanto mais a utilizao das demonstraes contbeis se referir explorao de tendncias futuras, mais tender a diminuir o grau de segurana das estimativas. Quanto mais a anlise se detiver na constatao do passado e do presente, mais acrescer e avolumar a importncia da demonstrao contbil. (CVM, 1986)

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    Voc pode acessar a Deliberao CVM nmero 29 no link:

    http://tinyurl.com/nos3xdv

    Veja, portanto, que o objetivo da Contabilidade fornecer informaes para os diversos usurios, por meio das demonstraes contbeis. Tais usurios se utilizam dessas informaes para o processo de tomada de deciso. Na aula 2 vamos conhecer esses usurios, mas, por enquanto, vamos compreender o que seria o processo de tomada de deciso.

    1.5. TOMADA DE DECISO

    Fazer escolhas corretas fundamental para as organizaes. As decises relacionadas ao dia a dia das organizaes afetam tanto os seus negcios como todas as pessoas que tm interesse na entidade.

    No h organizao que no necessite que seus gestores tenham que tomar decises constantemente. Muitos argumentam que administrar , em sua essncia, tomar decises. Tais decises devem ser baseadas em informaes confiveis e comparveis, de maneira tal a garantir a quem deve tom-las segurana razovel de que se baseiam em dados verdicos.

    Numa organizao, os administradores esto sempre tomando decises importantes para o sucesso do negcio. Para tais decises h a necessidade de dados e informaes corretas, de subsdios que contribuam para uma boa tomada de deciso. So exemplos para tomada de decises: comprar ou alugar uma mquina, o preo de um produto, contrair uma dvida a longo ou a curto prazo, o quanto se pode contrair em dvida, qual a quantidade de estoque deve ser comprada, a reduo de custos, a produo de mais produtos. (MARION, 2006, p. 23)

    Assim, MARION (2006) afirma que a contabilidade o grande instrumento que auxilia a administrao a tomar decises. Ela coleta todos os dados econmicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatrios ou de comunicados, que contribuem grandemente para a tomada de decises.

    Assista ao vdeo a seguir e entenda um pouco melhor os objetivos da contabilidade:

    http://tinyurl.com/n8dfdr9

    Finalizamos, assim, nossa primeira aula. O que achou? Nas aulas seguintes, vamos nos aprofundar ainda mais nesse ramo do conhecimento. Fique com a gente!

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    AULA 02 | USURIOS DA INFORMAO CONTBIL Vamos a nossa segunda aula, a fim de entender para quem a contabilidade feita, ou seja, quais so os usurios da informao contbil e para que cada um deles usa essa informao. Boa aula!

    Marion (2006) sabiamente divide a tomada de decises em tomada de decises na empresa e tomada de decises fora dos limites da empresa, dividindo dessa forma os usurios da contabilidade em usurios internos e usurios externos organizao.

    Os stakeholders1 (partes interessadas) de uma determinada organizao so todos os que mantm um relacionamento com esta organizao. Por exemplo: clientes; colaboradores; investidores; fornecedores.

    H, portanto, partes interessadas internas e externas: os stakeholders internos e externos.

    Segundo o IBRACON (1992) o usurio ser toda pessoa fsica ou jurdica que tenha interesse na avaliao da situao e do progresso de determinada entidade, seja tal entidade empresa, ente de finalidades no lucrativas, ou mesmo patrimnio familiar.

    O Comit de Pronunciamentos Contbeis2, em seu Pronunciamento Conceitual Bsico (R1), que trata da Estrutura Conceitual para Elaborao e Divulgao de Relatrio Contbil-Financeiro, afirma que as demonstraes contbeis so elaboradas e apresentadas para usurios externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Assim, a partir de tal pronunciamento, fica claro que o destinatrio da informao contbil o usurio externo. Porm, os usurios internos podem e devem utilizar-se de tais informaes para a tomada de deciso.

    As demonstraes contbeis, segundo o mesmo pronunciamento, so elaboradas dentro do que prescreve uma Estrutura Conceitual prpria, e objetivam fornecer informaes que sejam teis na tomada de decises econmicas e avaliaes por parte dos usurios em geral, no tendo o propsito de atender finalidade ou necessidade especifica de determinados grupos de usurios.

    Segundo o mesmo pronunciamento, faz sentido um conjunto nico de demonstraes para atender a todos os usurios, principalmente pelo fato de tais usurios fazerem uso do mesmo conjunto de informaes, normalmente para tomada de decises econmicas, exemplificadas como:

    Decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais. Avaliar a administrao da entidade quanto responsabilidade que lhe tenha sido conferida e

    quanto qualidade de seu desempenho e de sua prestao de contas. Avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros

    benefcios. Avaliar a segurana quanto recuperao dos recursos financeiros emprestados entidade. Determinar polticas tributrias. Determinar a distribuio de lucros e dividendos. Elaborar e usar estatsticas da renda nacional. Ou, regulamentar as atividades das entidades.

    1 Termo utilizado para se referir a parte interessada. Lei mais sobre isso aqui: . 2 Comit multiprofissional que trata de questes de ordem contbeis. Para mais informaes acesse: .

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    Conhea o Pronunciamento Contbil que tratamos acima acessando o acervo da disciplina.

    2. USURIOS INTERNOS Usurios internos so indivduos que, no dia a dia da organizao, tomam decises baseadas em uma srie de variveis. Tais decises podem levar a organizao ao sucesso, com o alcance de seus objetivos; ou ao fracasso.

    E qual seria o fator preponderante para que a organizao alcance seus objetivos? A qualidade da deciso.

    O processo decisrio, portanto, o fato fundamental para o melhor desempenho das organizaes.

    Mas fundamental compreender que o processo decisrio organizacional, assim como qualquer tomada de deciso, depende da qualidade da informao disponvel ao se tomar uma deciso.

    Para caracterizar essa situao, imagine-se perdido em uma floresta, a noite. Para sair da floresta, e alcanar o primeiro vilarejo, voc sabe que precisa seguir caminhando para o norte por cerca de 10 km. Porm, como est em uma floresta, h uma srie de desvios e obstculos que fazem com que seu caminho no seja reto.

    1. Sua primeira deciso: como saber qual o sentido e a direo do Norte? 2. Sua segunda deciso: como saber se j andou 10 km? 3. Outras decises eventuais: qual sentido tomar ao encontrar obstculos?

    Caso tenha que tomar essas decises, qual informao preferiria, as decorrentes de um mapa cartogrfico mais uma bssola, ou a preciso de um GPS? Se voc no for um navegador experiente, certamente preferir um GPS. Tal escolha se d em decorrncia do fato de o GPS poder, naquela situao, lhe prestar informaes mais precisas e acertadas.

    Assim tambm so os usurios internos, para que possam tomar decises acertadas que garantam a continuidade e o sucesso da organizao, os administradores (de nvel operacional, ttico e estratgico, diretores, gerentes e executivos) dentro de cada organizao necessitam das informaes contbeis precisas e muito detalhadas.

    A informao contbil traz continuamente dados sobre os diversos aspectos econmicos e financeiros da organizao. Tanto que, administradores de organizaes com ou sem fins lucrativos necessitam dessas informaes.

    A informao contbil um poderoso instrumento que orienta as decises administrativas de planejamento, controle e avaliao.

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    Porm, ser possvel identificar que vrias so as informaes necessrias para o processo decisrio que a contabilidade elaborada da forma como vista no incio dessa aula, chamada de informao contbil de propsito geral, no atenda.

    Nesse caso, o que deve fazer o usurio interno? Determinar a produo de informaes contbeis formatadas especificamente para a sua tomada de deciso. Tal contabilidade conhecida como contabilidade gerencial e tem por objetivo especfico informaes necessrias para usurios internos.

    Alm dos administradores, os funcionrios da organizao tambm so considerados usurios internos da contabilidade. So parte interessada, pois, a partir dela, podem saber se tero oportunidades de crescimento dentro da empresa ou at mesmo se os seus salrios sero pagos.

    3. USURIOS EXTERNOS A informao contbil no atinge somente as decises tomadas dentro da organizao. A informao contbil de grande interesse e valia para outros segmentos interessados, direta ou indiretamente, no desempenho econmico e financeiro da empresa. Os usurios externos da informao contbil podem ser:

    INVESTIDORES: Risco e retorno so as duas coisas mais importantes para o investidor. a partir das informaes contbeis que os investidores podem avaliar o retorno de seus investimentos e avaliar a sua respectiva segurana.

    CREDORES: Risco e retorno tambm so variveis importantes para os bancos, financeiras e qualquer agente econmico superavitrio. Antes de se tornar credor de uma organizao, deve-se verificar o risco dessa operao, ou seja, estuda-se a sade financeira do tomador do emprstimo, objetivando verificar se o dinheiro emprestado ser devolvido de forma completa, ou seja, o montante emprestado mais as taxas e os juros. A sade financeira da organizao e sua capacidade de gerar lucros so evidenciadas a partir dos relatrios contbeis.

    FORNECEDORES: tambm uma espcie de credores da organizao, pois prestam servios ou entregam produtos para depois receb-los. Se a empresa no vai bem, certamente no efetuar os devidos pagamentos aos servios prestados e aos produtos comprados.

    SINDICATOS E ASSOCIAES DE TRABALHADORES: A lucratividade da empresa certamente interessa aos trabalhadores no tocante aos reajustes salariais e s participaes nos lucros.

    GOVERNO: Com o objetivo de tomar decises estratgicas para a macroeconomia, o governo necessita de informaes e dados estatsticos sobre as empresas, que podem ser retirados das informaes contbeis. a partir das informaes contbeis que so calculados diversos impostos devidos pelas empresas.

    AUTORIDADES REGULADORAS: As autoridades reguladoras do sistema financeiro tm como uma de suas finalidades o controle do risco sistmico, ou seja, o risco de colapso de todo o sistema financeiro por conta de um choque localizado em uma de suas partes. As informaes contbeis so uma grande fonte de dados para os estudos do Banco Central, da Comisso de Valores Mobilirios, da Superintendncia de Seguros Privados, da Secretaria de Previdncia Complementar e das agncias reguladoras.

    OUTROS INTERESSADOS: No h como apresentar todos os possveis interessados nas informaes contbeis. No entanto, podem-se citar ainda: rgos de classe (CFC, CRC, OAB, CREA, CRA), clientes e concorrentes.

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    Assim como os usurios internos, alguns usurios externos, que tm poder econmico ou normativo, podem determinar a elaborao de normas contbeis especficas para atender a seus interesses. O Pronunciamento citado anteriormente afirma que governos, rgos reguladores ou autoridades tributrias, por exemplo, podem determinar especificamente exigncias para atender a seus prprios interesses. Porm, tais exigncias no devem afetar as demonstraes contbeis elaboradas segundo a Estrutura Conceitual.

    De toda sorte, podemos concluir com esta aula que a contabilidade produz um conjunto preestabelecido de informaes gerais suficientes para atender a todos os usurios externos. Os usurios internos e os externos que detenham poder acabam por exigir informaes adicionais, ampliando o conjunto de informaes produzidas. Continue os estudos desta disciplina e at breve!

    AULA 03 | PATRIMNIO

    Nesta aula, vamos estudar o patrimnio das organizaes, seu conceito, composio, bem como a equao fundamental do patrimnio e suas situaes lquidas. Boa aula! Nesse momento importante pensar sobre alguns aspectos que discutiremos nessa aula:

    O que patrimnio? Qual o seu patrimnio pessoal? De que composto seu patrimnio pessoal?

    Ao final da aula podermos responder facilmente a essas perguntas acima.

    4. CONCEITO E COMPOSIO Se estivssemos em uma sala de aula e surgisse a pergunta: o que patrimnio?

    A grande maioria responderia: patrimnio o que se tem, menos o que se deve. Esse o senso comum.

    Para a contabilidade a coisa mais ou menos isso, s que tecnicamente mais bem definida. Ou seja, temos um conceito prprio para patrimnio na contabilidade e fundamental que o conheamos, para poder compreender melhor as informaes gerais produzidas.

    Assim, tecnicamente, para a Contabilidade, Patrimnio conceituado como o conjunto dos bens, direitos e obrigaes de uma empresa.

    Vamos agora assistir ao vdeo sobre Patrimnio, bens, direitos e obrigaes!

    http://tinyurl.com/p8w73bm

    Espero que tenha compreendido bem o vdeo acima. Enfim, o PATRIMNIO considerado o objeto da Contabilidade. Assim, o foco do estudo, o escopo da contabilidade o patrimnio.

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    A Contabilidade tem como funo registrar tudo que afeta o patrimnio da empresa, para que os usurios das informaes possam tomar decises tempestivas e coerentes com os seus interesses. Vamos falar das partes que compem este patrimnio: bens, direitos e obrigaes.

    BENS So os elementos de que dispe a organizao para a obteno de seus fins, sejam lucrativos ou no, por exemplo: os recursos em espcie (dinheiro), mercadorias ou estoque, veculos, mveis e utenslios, imveis, equipamentos etc.

    DIRETOS So os recursos que a empresa tem a receber e que geraro benefcios presentes ou futuros. Exemplos: depsitos em instituies bancrias, valores a receber por servios prestados a prazo realizadas com clientes, emprstimos concedidos a funcionrios ou acionistas, adiantamentos de pagamentos a serem feitos aos fornecedores etc.

    OBRIGAES So recursos obtidos pela organizao, que podem ter ou no prazos definidos de pagamento, destacando os seguintes exemplos: emprstimos e financiamentos bancrios, impostos e contribuies, salrios a pagar e outros encargos trabalhistas a pagar, compras realizadas a prazo junto aos fornecedores, etc.

    Vamos agora entender como essas trs partes se relacionam em um ambiente empresarial.

    4.1. CAPITAL PRPRIO E CAPITAL DE TERCEIROS

    Para que a organizao possua algum bem, h a necessidade de recursos financeiros para adquiri-lo. As organizaes captam esses recursos de duas formas principais, com seus scios ou com terceiros (pessoas ou entidades distintas, de fora da organizao).

    Por exemplo: Como uma Autorizada/Concessionria de veculos adquire as peas para atendimento de seus clientes, ou os equipamentos necessrios para a manuteno de veculos? Os recursos utilizados na compra desses itens (BENS) podem ser provenientes de duas fontes, origens:

    Dos prprios scios, quando esses resolvem colocar mais dinheiro (recursos financeiros) para o fim ao qual se destina. Nesse caso, essa fonte de recursos denomina-se CAPITAL PRPRIO. Vale ressaltar que ela tambm pode ser atravs dos resultados gerados pela empresa no decorrer de suas atividades, ou seja, o lucro do perodo e no somente atravs do capital dos scios;

    Caso os scios no tenham ou no queiram investir seu dinheiro na empresa, os recursos para a compra dos bens podem ser provenientes de outras fontes, denominando-se CAPITAL DE TERCEIROS. Estas outras fontes podem ser bancos, financeiras, fornecedores e Governo, entre outras, e tornam-se obrigao da organizao.

    4.2. ATIVO, PASSIVO E PATRIMNIO LQUIDO

    A esse conjunto de origens de recursos corresponde em igual valor o total das aplicaes desses mesmos recursos. Assim, as empresas buscam recursos em uma ou mais origens, quer seja dos scios (denominado Capital Prprio), quer seja de terceiros (denominado Capital de Terceiros) e aplicam em bens e direitos.

    Assim, para entendermos melhor:

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    As aplicaes, em bens e direitos, chamada de ATIVO. Os recursos oriundos de terceiros, chamada de PASSIVO (no sentido restrito da palavra). Os recursos com origens provenientes dos scios, denominada de PATRIMNIO LQUIDO ou, na

    sua forma abreviada, apenas de PL. Para clarear a conceituao de ATIVO, PASSIVO e de PATRIMNIO LQUIDO, no sentido amplo e restrito, observe a Figura 3.1:

    Figura 3.1 Ativo, Passivo e Patrimnio Lquido em sentido amplo e restrito

    5. EQUAO FUNDAMENTAL DO PATRIMNIO E SUAS SITUAES LQUIDAS Diante do que foi descrito anteriormente, para que se possa fazer a aplicao de qualquer recurso financeiro, primeiramente tem que se fazer a seguinte equao:

    O total das origens ou fontes deve ser igual ao das aplicaes. O total dos financiamentos deve ser igual ao dos investimentos. O total do PASSIVO (obrigaes com terceiros) mais o total do PATRIMNIO LQUIDO (CAPITAL

    PRPRIO) deve ser igual ao total do ATIVO (aplicaes em bens e direitos). ATIVO = PASSIVO + PATRIMNIO LQUIDO

    Exemplo:

    A Contab Veculos S.A. possui R$1.000,00 aplicados em bens e direitos (ATIVO), 80% destes recursos foram originados do PASSIVO, no valor de R$ 800,00, e os 20% restantes do PL, no valor de R$200,00 (estes percentuais foram definidos arbitrariamente, poderiam ser outros diferentes, desde que totalizassem 100%):

    ATIVO R$ 1.000 = PASSIVO R$ 800 + PL R$ 200

    Considere agora que os scios resolvem investir mais R$ 500,00 na empresa, a nova configurao do Patrimnio ser:

    ATIVO R$ 1.500 (1.000 + 500)= PASSIVO R$ 800 + PL R$ 700 (200 + 500)

    Se a organizao pretende comprar um veculo (BENS) de R$ 300,00 e resolve assumir uma dvida (OBRIGAES) junto ao Banco Alfa (TERCEIROS), a nova estrutura do Patrimnio ser:

    ATIVO R$ 1.800 (1.500 + 300)= PASSIVO R$ 1.100 (800 + 300) + PL R$ 700

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    Dessa forma, o Patrimnio de uma empresa pode ser representado de trs formas distintas a sua Situao Lquida3. Com isso, as situaes lquidas podem ser:

    SITUAO LQUIDA POSITIVA: ATIVO > PASSIVO Os valores dos bens e direitos so suficientes para a quitao das obrigaes com terceiros, havendo sobra de recursos.

    SITUAO LQUIDA NEGATIVA: ATIVO < PASSIVO Tambm denominada de Passivo Descoberto. Os valores dos bens e direitos so insuficientes para a quitao das obrigaes com terceiros;

    SITUAO LQUIDA NULA: ATIVO = PASSIVO Os valores dos bens e direitos so iguais aos das obrigaes com terceiros, sem sobra de recursos para os acionistas/donos. ATIVO = PASSIVO + PATRIMNIO LQUIDO

    Entenda melhor sobre o Patrimnio! Assista ao vdeo.

    http://tinyurl.com/n5c36sv

    Ento, o PATRIMNIO o que voc realmente achava que era?

    Nesta aula, voc conheceu o conceito de patrimnio na Contabilidade conjunto dos bens, direitos e obrigaes e pde compreender que diferente do que imaginou no incio desta aula. Voc aprendeu que os recursos que entram na empresa (Passivo e PL) so aplicados (Ativo), assim surge a Equao Fundamental do Patrimnio: Ativo a igual a Passivo mais Patrimnio Lquido.

    AULA 04 | CONTAS E PLANO DE CONTAS

    Caro(a) estudante, chegamos ltima aula da nossa primeira Unidade de Interao e Aprendizagem (UIA). Aqui, aprenderemos sobre contas e planos de contas. Siga em frente e consolide seus conhecimentos nessa rea. Boa aula!

    Aps compreender o que a contabilidade, quem so os usurios da informao e seu objeto, que o patrimnio, chegou a hora de entendermos um pouco o que uma conta, que representa uma parte do patrimnio, e o plano de contas, que um conjunto de contas.

    Portanto, esta aula tem como objetivo proporcionar a voc o conhecimento das contas utilizadas na Escriturao Contbil Patrimoniais e de Resultado. Elas so importantes, pois a escriturao contbil e as demonstraes contbeis so feitas com base nas contas.

    Antes de entrarmos no contedo especifico desta aula, gostaria que voc refletisse acerca de um ponto inicial:

    3 a sobra de recursos existentes, quando, hipoteticamente, a organizao resolve, em linguagem singular, vender ou alienar os seus bens e direitos (ATIVOS) e, com os recursos obtidos, liquidar todas as obrigaes com terceiros (PASSIVO).

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    possvel separar os bens que possui em grupos com caractersticas iguais? Suponha que tenha um carro e uma motocicleta, possvel atribuir um nome para um grupo composto com esses bens? Qual seria esse nome? E suas obrigaes ou dvidas: daria para fazer o mesmo?

    6. CONTAS As contas so utilizadas para o registro dos valores de cada item do patrimnio. nas contas que so efetuados os dbitos e os crditos de mesma natureza, identificados por um ttulo que distingue um componente do patrimnio ou uma variao patrimonial.

    Assim, considerando que existe uma conta chamada CAIXA que representa o dinheiro (que um bem) que a empresa detm em determinado momento. Por ser um bem, a conta CAIXA compe o ATIVO. Nessa conta, so registrados todos os fatos contbeis que envolvam a movimentao de dinheiro.

    As contas podem ser divididas em dois grupos as contas Patrimoniais e as contas de Resultado.

    Contas Patrimoniais so as contas do Ativo, do Passivo e do Patrimnio Lquido.

    So exemplos de contas patrimoniais:

    CONTAS PATRIMONIAIS ATIVO PASSIVO Caixas Fornecedores Bancos Contas a pagar

    Estoque de mercadorias Duplicatas a pagar Duplicatas a receber Impostos a pagar Mveis e utenslios Financiamentos

    Mquinas e equipamentos Capital Imveis Reservas Veculos Prejuzos acumulados

    Vamos compreender o que representa cada uma dessas contas. Comeando pelo Ativo:

    CAIXA Representa os valores mantidos na empresa em dinheiro, utilizado para pagamentos e recebimentos pela empresa.

    BANCOS So os recursos depositados em contas-correntes em instituies bancrias.

    ESTOQUE DE MERCADORIAS Representa mercadorias adquiridas por empresas, para revenda.

    DUPLICATAS A RECEBER Essa conta representa os documentos oriundos de vendas de mercadorias ou prestao de servios efetuados a prazo. Alguns autores ou planos de contas atribuem a essa conta o nome de Clientes.

    MVEIS E UTENSLIOS Representa os bens mveis, normalmente mobilirios, utilizados pela empresa na sua atividade operacional como: mesas, cadeiras, telefones, eletrodomsticos, etc.

    MQUINAS E EQUIPAMENTOS Essa conta representa os valores das mquinas e quaisquer equipamentos utilizados na processo produtivo da organizao. Tais equipamentos vo desde de mquinas da produo at equipamentos de informtica, e outros.

    IMVEIS Representa os bens imveis da empresa, que estejam sendo utilizados, inclusive

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    terrenos.

    VECULOS Representam os automveis, motocicletas, caminhes, barcos, aeronaves, etc.

    As contas do passivo so:

    FORNECEDORES Nessa conta so registradas as dvidas contradas com a compra prazo de mercadorias ou servios. Alguns autores denominam de Duplicatas a Pagar;

    CONTAS A PAGAR Valores a pagar decorrentes de dvidas decorrentes de diversos tipos contradas pela empresa, que no estejam classificadas em fornecedores;

    IMPOSTOS A PAGAR So impostos e contribuies que j incorreram mas ainda no foram pagos;

    FINANCIAMENTO So dvidas contradas junto a instituies bancrias para pagamento em prazos mais longos, vinculadas a aquisio de bens do ativo imobilizado.

    Agora vamos entender as contas do Patrimnio Lquido:

    CAPITAL So os valores captados junto aos acionistas no incio das atividades da empresa ou atravs de novas integralizaes ao longo de sua atividade. Pode ser denominado de vrias formas: Capital Social, Capital Realizado, Capital Subscrito, etc.

    RESERVAS So retenes do lucro, no distribudos aos scios, para proporcionar crescimento a organizao ou outros fatores que aumentem o patrimnio lquido.

    PREJUZOS ACUMULADOS Representam os resultados negativos gerados pela empresa.

    Depois de entendermos as contas patrimoniais, temos de compreender melhor as contas de resultado. Antes disso, importante destacar que essas contas diferem um pouco do visto at agora. As contas patrimoniais, como descrito, representam os bens, direitos e obrigaes, j as contas de resultado representam receitas e despesas.

    Assim, receitas e despesas, por no serem patrimoniais, no fazem parte do balano patrimonial, ento no so contas do ativo, passivo ou do patrimnio lquido.

    Bom, se so contas de resultado, qual o motivo de terem esse nome? Por que resultado?

    Porque o resultado de uma empresa calculado confrontando-se receitas e despesas. Esse resultado pode ser lucro ou prejuzo.

    Dessa forma, as contas de resultado so constitudas das contas de receitas e despesas. Vamos entender o que so receitas e despesas a partir das definies do CPC, PRONUNCIAMENTO CONCEITUAL BA SICO (R1), Estrutura Conceitual para Elaborao e Divulgao de Relatrio Contbil-Financeiro.

    (a) receitas so aumentos nos benefcios econmicos durante o perodo contbil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuio de passivos, que resultam em aumentos do patrimnio lquido, e que no estejam relacionados com a contribuio dos detentores dos instrumentos patrimoniais; (b) despesas so decrscimos nos benefcios econmicos durante o perodo contbil, sob a forma da sada de recursos ou da reduo de ativos ou assuno de passivos, que resultam em decrscimo do patrimnio lquido, e que no estejam relacionados com distribuies aos detentores dos instrumentos patrimoniais. (CPC, 2011)

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    So exemplos de contas de resultado:

    CONTAS DE RESULTADOS RECEITAS DESPESAS

    Receitas de vendas Aluguis Receitas de comisses Salrios

    Receitas de servios Impostos Lucro na venda imobilizado Despesas de juros

    Receitas de juros Descontos concedidos Descontos obtidos Energia eltrica

    Tente compreender melhor o conceito de contas e, consequentemente, de plano de contas, assistindo ao vdeo a seguir:

    http://tinyurl.com/lrtn7na

    7. PLANO DE CONTAS A Lei n 6.404 prev que: as contas sero classificadas segundo os elementos do patrimnio que registram e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a anlise da situao financeira da companhia.

    A esse agrupamento de contas d-se o nome de Plano de Contas. Em qualquer atividade de gesto organizacional, seja qual for o tipo de organizao em que se atue, o profissional se depara com informaes, documentos, relatrios etc. que o remete a um plano de contas. Isso cria uma certa dificuldade para os que no tm noo do que representa um plano como esse.

    A partir de agora voc estar apto a saber o que um plano de contas. Para isso basta entender melhor a definio acima retirada da Lei 6.4040/76. Dessa definio conclumos que Plano de Contas nada mais do que uma lista de contas que podem ser utilizadas por uma organizao, considerando as vrias possibilidades e necessidades de gerao de relatrios gerenciais para uso interno e externo.

    Voc pode acessar a Lei n 6.404/76 acessando o link abaixo.

    http://tinyurl.com/q4zk7zf

    Com um Plano de Contas pode-se obter a uniformidade dos registros contbeis em uma mesma organizao, evitando a utilizao das diferentes contas para registro dos fatos de natureza idntica.

    Alguns requisitos essenciais de um plano de contas so:

    Ser flexvel, de maneira a permitir modificaes ao longo do tempo. As contas devem ser classificadas de forma ordenada e uniforme.

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    A sua elaborao deve considerar as caractersticas da empresa: tamanho, ramo de atividade, interesses dos usurios etc.

    Agora vamos ver uma situao problema, em que uma organizao demanda um plano de contas. Daremos incio analisando apenas a conta de Despesa de Pessoal, que a utilizada para registrar os fatos contbeis ligados aos pagamentos de salrios efetuados aos funcionrios da empresa. Veja a evoluo da empresa:

    1. A microempresa tem a necessidade de registrar as despesas com funcionrios em uma nica conta: salrios.

    2. Cresceu o faturamento da microempresa que passou a ser considerada como mdia empresa, necessitando, assim, de mais informaes sobre as despesas com os seus funcionrios: salrios e encargos. A primeira conta utilizada para registrar os pagamentos dos salrios dos funcionrios e a segunda, para registro dos encargos tais como FGTS, INSS, etc.

    3. A mdia empresa cresceu ainda mais, enquadrando-se como empresa de grande porte. O volume de negcios maior, o que demanda uma quantidade maior de informaes para a tomada de deciso e as despesas com os funcionrios passam a ser registradas em vrias contas. Por exemplo, as despesas com salrios passam a ser separadas entre os funcionrios que trabalham em locais diferentes na empresa, utilizando-se quatro contas diferentes: 1a conta: Salrios Pessoal da Fbrica; 2a conta: Salrios Pessoal do Escritrio; 3a conta: Salrios Pessoal de Vendas; 4a conta: Salrios dos Diretores.

    4. Para finalizar, as despesas com os funcionrios da empresa que trabalham na fbrica aumentaram bastante, necessitando, assim, de um nmero maior de informaes. Os salrios sero separados em trs contas: 1a conta: Salrio Pessoal Fbrica Produo; 2a conta: Salrio Pessoal Fbrica Superviso; 3a conta: Salrio Pessoal Fbrica Manuteno.

    Observe que em cada situao, observando apenas um tipo de fato contbil, h uma variedade enorme de possibilidades de ajuste das contas necessrias para os registros. Essa flexibilidade do Plano de Contas deve atender tambm s diferenas entre os ramos de atividade da empresa e uma srie de outros fatores.

    O Plano de Contas deve obedecer a uma codificao que facilite o registro dos fatos contbeis, sendo definida pela empresa de acordo com as suas necessidades, no existindo obrigatoriedade de um plano de contas padro. Normalmente o plano de contas assim dividido:

    1 ATIVO | 2 PASSIVO | 3 PATRIMNIO LQUIDO | 4 RECEITAS | 5 DESPESAS

    Assim, todas as contas que possuam o algarismo 1 na sua codificao so contas do Ativo; com o 2, so do Passivo, e assim sucessivamente.

    Vamos tentar consolidar os conceitos, por meio do vdeo que fala sobre Plano de Contas:

    http://tinyurl.com/nvk4hwd

    Resumindo, um plano de contas um conjunto sistematizado de contas utilizado nos registros contbeis. Contas retificadoras so contas redutoras, so mais frequentes no Ativo, como a conta de depreciao. Contas patrimoniais so as contas que englobam o Ativo, o Passivo e o Patrimnio Lquido, ou seja, representam os bens, os direitos e as obrigaes da empresa. Balancete de verificao um

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    relatrio, gerado pela contabilidade, que tem por objetivo verificar se todos os lanamentos a dbito correspondem aos crditos efetuados no perodo.

    Estudante, finalizamos a primeira UIA. As noes que vimos at aqui so essenciais para o dia a dia profissional e para o estudioso(a) da rea. Se voc ficou com alguma dvida, retorne ao contedo ou busque esclarecimentos no Frum de Dvidas. At a nossa prxima unidade!

    Se tem interesse em conhecer um pouco mais sobre plano de contas, acesso o link

    http://tinyurl.com/cbsrs4g

    Voc terminou o estudo desta unidade. Agora, chegou o momento de testar seus conhecimentos e sua aprendizagem. Acesse o menu Verificao de Aprendizagem da unidade e responda as questes propostas.

    Ao resolver essas questes, voc ter um feedback das suas respostas, com comentrios das questes que voc acertou e errou. Esta a oportunidade de saber se voc est dominando o contedo estudado. Se houver qualquer dificuldade em alguma parte especfica do contedo, retome a leitura e os estudos da unidade.

    Boa sorte e at a prxima!

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    REFERNCIAS

    BRASIL. Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispe sobre as Sociedades por Aes. Braslia-DF, 1976. Disponvel em: . Acesso em: 26 fev. 2014.

    CPC COMIT DE PRONUNCIAMENTOS CONTBEIS. Pronunciamento Conceitual Bsico (R1): estrutura conceitual para elaborao e divulgao de relatrio contbil-financeiro. 2 dez. 2011. Disponvel em: . Acesso em: 20 fev. 2014.

    CVM Comisso de Valores Mobilirios. Deliberao CVM n 29, de 05 de fevereiro de 1986. Disponvel em: . Acesso em: 20 fev. 2014.

    IBRACON Instituto Brasileiro de Contadores. Princpios Contbeis. 2a ed. So Paulo: Atlas, 1992.

    IUDCIBUS, Srgio. Contabilidade introdutria. 10. ed. So Paulo: Atlas, 2006.

    MARION, Jos Carlos. Contabilidade empresarial. 12. ed. So Paulo: Atlas, 2006.

    NOVO DICIONRIO AURLIO. 3a ed. Revista e Atualizada. Curitiba: Editora Positivo, 2003 p. 598 e 1104.

    GLOSSRIO

    Comit de Pronunciamentos Contbeis: Comit multiprofissional que trata de questes de ordem contbeis. Para mais informaes acesse: http://tinyurl.com/m9v2qsm

    Situao Lquida: a sobra de recursos existentes, quando, hipoteticamente, a organizao resolve, em linguagem singular, vender ou alienar os seus bens e direitos (ATIVOS) e, com os recursos obtidos, liquidar todas as obrigaes com terceiros (PASSIVO).

    Stakeholder: Termo utilizado para se referir a parte interessada. Lei mais sobre isso aqui: http://tinyurl.com/28x86c6