uftpr –universidade tecnolÓgica federal do paranÁ

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UFTPR – UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Engª. Agrª. Drª. Ozana Andrade Maia 1. INTRODU 1. INTRODUÇÃO: ÃO: 1.1 Hist 1.1 Histórico rico: * Os insetos: Há atualmente mais de 800 mil espécies, * Reino Animal; * Filo Arthropoda; * Classe Insecta. *Reinos: Vegetal + animal = 1.500.000 espécies. Classe Insecta = 25 ordens; 815.000 espécies. 1.2 1.2 Classe Classe Insecta Insecta 1.2.1 Razões para o sucesso dos insetos 1.2.1 Razões para o sucesso dos insetos * Habita a terra a cerca de 350 milhões de anos; *Universo totalmente diferente do nosso (microc lima diferenciado); *Visão sensível (não confund em a luz polarizada com a luz normal); *Audição: percebem ultra-sons e frequências elevadas; *Sentido químico: percepção do espectro infra-vermelho das moléculas. *maiores competidores do homem pela hegemonia na terra; *grande plasticidade: alta capacidade de adaptação a temperaturas e ambientes variados. Em temperaturas extremas = DIAPAUSA. *capacidade reprodutiva dos insetos é amplamente conhecida; *tamanho; *Metamorfose completa = ovo - larva - pupa - adulto *tegumento; *mobilidade; *mimetismo. Schistocerca gregaria Blattella germanica 1.3 Caracter 1.3 Características Morfol sticas Morfoló gicas Gerais dos insetos gicas Gerais dos insetos *Tamanho - Frações de mm até 30 cm. *Hábitos: solitário (exceto: ordens Isoptera e Himenoptera (gregários); *Corpo - Dividido em cab eça, tórax e abdômen. * Respiração – Traqueal. * Desenvolvimento - Direto nas ordens pr imitivas ( Thysanura e Collembola), com metamorfos e nas outras ordens. *Metamorfose completa = ovo – larva - pup a - adulto

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Page 1: UFTPR –UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

UFTPR – UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Engª. Agrª. Drª. Ozana Andrade Maia

1. INTRODU1. INTRODUÇÇÃO:ÃO:

1.1 Hist1.1 Históóricorico::

*Os insetos: Há atualmente mais de 800 mil espécies,

* Reino Animal;* Filo Arthropoda;* Classe Insecta.

*Reinos: Vegetal + animal = 1.500.000 espécies. Classe Insecta = 25 ordens;815.000 espécies.

1.2 1.2 ClasseClasse InsectaInsecta

1.2.1 Razões para o sucesso dos insetos 1.2.1 Razões para o sucesso dos insetos * Habita a terra a cerca de 350 milhões de anos;

*Universo totalmente diferente do nosso (microclimadiferenciado);

*Visão sensível (não confund em a luz polarizada com a luz normal);

*Audição: percebem ultra-sons e frequências elevadas;

*Sentido químico: percepção do espectro infra-vermelhodas moléculas.

*maiores competidores do homem pela hegemonia na terra;

*grande plasticidade: alta capacidade de adaptação a temperaturas e ambientes variados. Em temperaturas extremas = DIAPAUSA.

*capacidade reprodutiva dos insetos é amplamente conhecida;

*tamanho;

*Metamorfose completa = ovo - larva - pupa -adulto

*tegumento;

*mobilidade;

*mimetismo.

Schistocerca gregaria

Blattella germanica

1.3 Caracter1.3 Caracteríísticas Morfolsticas Morfolóógicas Gerais dos insetos gicas Gerais dos insetos

*Tamanho - Frações de mm até 30 cm.

*Hábitos: solitário (exceto: ordens Isoptera e Himenoptera(gregários);

*Corpo - Dividido em cab eça, tórax e abdômen. *Respiração – Traqueal.

*Desenvolvimento - Direto nas ordens pr imitivas ( Thysanurae Collembola), com metamorfos e nas outras ordens.

*Metamorfose completa = ovo – larva - pupa - adulto

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Entomologia Médica / Veterinaria

Entomologia Econômica e Aplicada (Entomologia Agrícola e Florestal)

Entomologia Forense ou Médico-legal

2. ENTOMOLOGIA2. ENTOMOLOGIA

Ramo da Zoologia dedicada ao estudo dos insetos

logia: ESTUDOEntomo: INSETO

2.1 ENTOMOLOGIA M2.1 ENTOMOLOGIA MÉÉDICADICAArtrópodes de importância médica, agentes causais e o

transmissores de patógenos ao homem.

Artrópodes de Importância Médica

• Agentes diretos a saúde humana;• Atuam como vetores de organismos

patógenos ao homem;---------------------------------------------

• Base para estudos médicos e novosmedicamentos;

• Modelos úteis em estudos genéticos

- Vias pelas quais os artrópodes afetam a saúdehumana

Agentes Diretos

• ARTRÓPODES PARASITARIOS– Pediculoses– Escabioses– Miíasis

• ARTRÓPODES VENENOSOS- abelhas, vespas e formigas- escorpiões, aranhas- mariposas e lagartas urticantes

• ARTRÓPODES ALERGÊNICOS- ácaros, baratas

• VETORES MECÂNICOS- baratas- moscas

• VETORES BIOLÓGICOS- mosquitos

Agentes Indiretos

Principais grupos de Artrópodesde Importância Médica

• Blatodeos (baratas)• Hemípteros (percevejos)• Dípteros (moscas e mosquitos)• Anopluros (piolhos)• Sifonápteros (pulgas)• Artrópodes venenosos(abelhas,

aranhas...)• Ácaros e carrapatos

• Pthirus pubis

• Pediculus humanus capitis

• Pediculus humanus humanus

Piolhos hu manos:

Artrópodes como Agentes DiretosI. Artrópodes Parasitários• Pediculoses- Piolhos e lêndeas -

(ANOPLUROS)

Page 3: UFTPR –UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

ANOPLUROS- Piolhos e lêndeas -

• Agentes Diretos

P. humanus humanus

Pthirus pubis

P. humanus capitis

Transmissão e Diagnóstico

Pthirus pubisP. humanus

Sarcoptes scabiei

2.1.3 Artrópodes como Agentes Diretos2.1.3.1 – Artrópodes parasitários

• Escabioses- Sarcoptes scabiei -

(ÁCAROS)

ÁCAROS e CARRAPATOSÁcaros: microscópicos (< 1 mm)Carrapatos: macroscópicos

• Dermatites

• Picadura

• Alérgenos

• Vetores

Vias de infecção a saúde humana

Agentes diretos

ÁCAROS e CARRAPATOS• Agentes Diretos (Escabioses)

Sarna NoruegaDemodex folliculor um

2.1.3 Artrópodes como Agentes Diretos2.1.3.1 – Artrópodes parasitários

• Cravos-Demodex fo llicu lorum -

(ÁCAROS)

Parasita???

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• Pulex irritans (pulga do homem)

• Ctenocephalides canis (cachorros)• C. felis (gatos)

• Xenopsylla cheopis (ratos)

Bicho-de-pé• Tunga penetrans

Artrópodes como Agentes Diretos2.1.3.1 Artrópodes Parasitários• Pulgas (Sifonápteros)

SIFONÁPTEROS- Pulgas -

• Agentes Diretos (Pulicoses)

Pulex irritans

Ctenocephalides canis

Ctenocephalides felis

SIFONÁPTEROS- Bicho de pé -

• Agentes Diretos

Tungapenetrans

• Hábitos:

**Gregários;**Noturnos,

**Domiciliarizados,**Hematófagos (NÃO

vetores)Cimex hemipterus

Cimícidos (piolho de cama)

2.1.3 Artrópodes como Agentes Diretos2.1.3.1 Artrópodes Parasitários

2.1.3 Artrópodos como Agentes Diretos2.1.3.1 Artrópodes Parasitários

• Miasis

- Cochliomyia hominivorax -(DÍPTEROS)

InfestaInfestaççãoão de de óórgãorgão e e tecidostecidospor larvas de moscaspor larvas de moscas

2.1.3 Artrópodes como Agentes Diretos2.1.3.1 Artrópodes Parasitários

• Miíasis

- Dermatobia hominis -(DÍPTEROS)

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• Picadura (glândulas salivares modificadas)

• Contato (pêlos e setas urticantes)

2.1.3 Artrópodes como Agentes Diretos2.1.3.2 Artrópodes Venenosos

ARTRÓPODES VENENOSOS

• Himenópteros (formigas, abelhas e vespas)• Aracnídeos (escorpiões e aranhas)

ARTRÓPODES VENENOSOS

• Himenópteros (formigas, abelhas e vespas)

O veneno dos insetos causamdor local, rigidez e inchaço empessoasalérgicas.

ARTRÓPODES VENENOSOS

• Escorpiões

Tityus sp.

Centruroides sp.

Veneno:Neurotóxico

ARTRÓPODES VENENOSOS

Picadura

• Aranhas

• Centopéias

ARTRÓPODES VENENOSOS

• Aranhas: Tarântulas

Picadura

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ARTRÓPODES VENENOSOS

Aranhas: CaranguejeirasPicadura

ARTRÓPODES VENENOSOS

• Aranhas: Latrodectus mactans (viúva negra)

Picadura

ARTRÓPODES VENENOSOS

• Aranhas: Loxosceles reclusa (aranha-marrom)Picadura

ARTRÓPODES VENENOSOS

• Aranhas: Phoneutria sp. (aranha da bananeira)Picadura

ARTRÓPODES VENENOSOS

• centopéias

Picadura

ARTRÓPODES VENENOSOSContato• Dermat ite (larvas de mariposa)

• Lepidopterismo (setas urticant es est ado adulto)

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2.1.4 Artrópodes como Agentes Indiretos2.1.4.1 Vetores Mecânicos e Vetores Biológicos

Aedes aegypti

Triatoma infestans

Amblyomma

cajennense

DÍPTEROS- Moscas e Mosquitos -

• Agentes Indiretos (vetores)

• Virus (Dengue, FA, WNV, EEV)• Bacterias (Bartonella baciliformes)

• Protozoos (Plasmodium, Leishmania)

• Filarias (Onchocerca, Mansonela)

Virus Dengue

Pro teína de Envo ltura

Pro teína de Membrana

Nucleo -capsid e

ARN

DENGUE

Enfermidade infecciosa produzidapor um virus ARN, transmitidos principalmente por mosquitos Aedes aegypti

DengueDengue

Aedes aegypti Aedes albopictus

Virus e VectoresVirus e Vectores

Insetos como agentes diretos

Insetos como agentes indiretos

MiasisMiasis TransmissoresTransmissores de de enfermidadesenfermidades

VetoresVetores mecanicosmecanicos VetoresVetores biolbiolóógicosgicos

ArtrArtróópodespodeshemathematóófogosfogos

SarcophagaSarcophagaspsp..

SimuliumSimuliumspsp..TabanusTabanus spsp..

2.2 ENTOMOLOGIA VETERINARIA2.2 ENTOMOLOGIA VETERINARIAArtrópodes que apresentam interesse veterinário por sua atividadeparasitária e capacidade para transmitir patógenos a animais.

Espécies de baratas mais frequentes em casa

Blattella germanica

Blatta orientalis

Perip laneta americana

2.3 ENTOMOLOGIA ECONÔMICA E APLICADA2.3 ENTOMOLOGIA ECONÔMICA E APLICADA“Insetos úteis”: Desenvolvematividades benéficas para o homem e o ambiente

Entomófagos e coprófagos: Mantémo controle ambiental e o equilibrio ecológico. Ex: decompositores.

Polinizadores

Produtos industriais: Ex: mel, cera etc...

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Myrmecophaga tridactyla

Schistocerca gregaria

Notiochelidon cyanoleuca

**Alimento (muitos animais tem nos insetos uma importante fonte de alimento) ; ENTOMOLOGIA ECONÔMICA E APLICADAENTOMOLOGIA ECONÔMICA E APLICADA

Insetos pragas: prejudicam o cultivo das plantas

HypothenemusHypothenemushampeihampei

Pragas de plantas cultivadas

Toxoptera citricidus

Brevipalpus phoenicis

Aphis rosae

Parlatoria cinerea

1.4 Insetos e suas u tilidades para o ser humano 1.4 Insetos e suas u tilidades para o ser humano

* Produtos úteis dos insetos:

** Seda: fio da seda provém da saliva da larva de Bombyxmori.

**Laca: secreção de Lacifer lacca.

** Produtos de abelhas: pro dução de mel; cera; propólis; e geléia real e pó len.

Apis mellifera

** Polinização;

Bombus hypnorum

Apis mellifera

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** Predadores e no controle d e plantas invasoras;

** Degradadores: auxiliam a degradação de plantas e animais (auxiliar na limpeza do solo) ;

** Importância científica: aperfeiçoamento de várias ciências (conhecimentos em Citologia e Genética)

(Drosophila ).

Harmonia axyridisChelymorpha inf lata *Coleta*Coleta e e sexagem sexagem

de adultosde adultos*Isolamento*Isolamento de de

casais (ovos)casais (ovos)*Per*Perííodoodo de de

incubaincubaççãoão

*Estabelecer*Estabelecer o o nn.. e durae duraçção ão dos dos íínstaresnstares

larvaislarvais*PerPerííodoodo

pupalpupal

*Fertilidade*Fertilidade eefecundidade fecundidade

*Longevidade*Longevidade

Tabelas de vida de

fertilidade

3. DINAMICA POPULACIONAL DE INSETOS3. DINAMICA POPULACIONAL DE INSETOS

Tabela I. Duração média em dias e parâmetros médios (± erro padrão da média) dos estágios imaturos e viabilidade de C. (Charidotella) flaviaealimentados com I. cairica e I. batatas durante o verão e o inverno.

VERÃO INVERNO

I. cair ica I. batatas I. cair ica I. batatas

Período de incubação 6.23±0.82 6.20±1.00 8.16±0.84 7.70±0.81

1o ins tar 2.26±0.32 1.90±0.32 2.70±0.33 2.33±0.34

2o ins tar 2.06±0.32 2.60±0.48 2.26±0.32 2.30±0.35

3o ins tar 2.99±0.31 2.90±0.51 2.20±0.32 2.26±0.35

4o ins tar 3.47±0.34 2.70±0.55 2.10±0.31 2.66±0.40

5o ins tar 5.92±0.44 2.60±0.48 3.53±0.51 3.23±0.50

Pré-pupa 3.23±0.49 2.03±0.34 4.23±0.56 3.60±0.57

Pupa 3.46±0.53 7.06±1.16 3.83±0.56 5.90±0.89

Período larval 14.46±0.29 14.73±0.55 17.03±0.34 16.40±0.38

Sobrevivência de ovos (%) 0.66 0.56 0.77 0.73

Sobrevivência de larvas (%) 0.94 100 0.90 0.95

Sobrevivência de pupas (%) 1.00 1.00 1.00 1.00

Razão sexual ♂0.58 ♀ 0.42 ♂ 0.54 ♀0.46 ♂0.54 ♀ 0.46 ♂ 0.57 ♀0.43

Ciclo Evolutivo 24.16±0.54 28.00±1.07 29.03±0.70 30.00±0.85

Longevidade de fêmeas 388.85±14.41 373.00±19.92 388.42±17.30 388.14±8.65

Longevidade de machos 292.00±22.71 301.71±6.27 283.67±17.75 292.85±2.74

Ciclo de vida 340.42±18.82 365.35±14.07 365.03±18.78 370.50±13.91

Tabela II. Tabela de vida de fertilidade de Charidotella flaviae sobre Ipomoea cairica Curitiba, PR. Verão/2004.

x mx lx lx.mx x.lx.mx estágios

0,5 0 0,62 0 0 imaturos

1,5 1,68 0,62 1,04 1,56 adultos

2,5 8,87 0,62 5,49 13,74

3,5 17,61 0,62 10,91 38,21

4,5 23,7 5 0,62 14,72 66,2 6

5,5 34,0 7 0,62 21,12 116,17

6,5 21,95 0,62 13,60 88,4 5

7,5 20,51 0,62 12,71 95,3 7 adultos

8,5 13,49 0,62 8,36 71,09

9,5 17,99 0,62 11,15 105,9 6 ativos

10,5 13,73 0,53 7,27 76,4 0

11,5 6,83 0,44 3,00 34,5 5

12,5 9,47 0,44 4,16 52,0 8

13,5 3,41 0,17 0,57 7,82

14,5 0,47 0 0 0

114,17 767, 66

mx = número de fêmeas produzi das por fêm ea na i dade x;lx = taxa de so brevivência na id ade;x. mx lx = número total de fê meas prod uzidas por fêmea durante o intervalo de tempo.

Tabela III. Parâmetros de tabela de vida de fertilidade de C. flaviae alimentados com I. cairica e I. batatas durante duas estações (verão e inverno) , determinados em escala de meses.

verão inverno

I. cairica I. batatas I. cairica I. batatas

R o 114.17 87.7 4 114.32 87.9 7

T 6.72 6.32 6.65 6.48

rm 0.70 0.71 0.71 0.69

λ 2.01 2.03 2.03 1.99

TD 0.99 0.97 0.97 1.00

Ro= Ta xa líq u ida de rep ro du ç ã o ;T= Temp o médio de u ma g era ç ã o ;rm = Ca p a c ida de in a ta de au men ta r em n ú mero s;

λ= ra z ã o f in ita de a u men toTD= Temp o n ec essá rio p a ra a p o p u la ç ão du p lic a r em n ú mero de in divídu o s.