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1 UFF FACULDADE DE ECONOMIA CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS MACROECONOMIA I GUIA PARA OS ESTUDANTES E EXERCÍCIOS PARA O LABORATÓRIO PROFESSOR RESPONSÁVEL CLAUDIO MONTEIRO CONSIDERA NOTA: Este texto é uma tradução adaptada de alguns capítulos (2 a 5) do livro Macroeconomics, study guide and tutorial de autoria de David Findlay elaborado especialmente para apoiar o livro Macroeconomia de Olivier Blanchard, 2ª edição. Esta tradução, se destina unicamente a servir de apoio ao curso de Macro I, da UFF, do professor Claudio M. Considera. Procurou-se aqui adaptar o texto à 3ª e à 4ª edições do livro do Blanchard e também às características brasileiras. A tradução é de Renato Mayer e a revisão e adaptação de Claudio M. Considera. As respostas dos exercícios estão à parte e permaneceram em inglês.

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1

UFF – FACULDADE DE ECONOMIA

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

MACROECONOMIA I

GUIA PARA OS ESTUDANTES E

EXERCÍCIOS PARA O LABORATÓRIO

PROFESSOR RESPONSÁVEL

CLAUDIO MONTEIRO CONSIDERA

NOTA: Este texto é uma tradução adaptada de alguns capítulos (2 a 5) do livro

Macroeconomics, study guide and tutorial de autoria de David Findlay

elaborado especialmente para apoiar o livro Macroeconomia de Olivier

Blanchard, 2ª edição. Esta tradução, se destina unicamente a servir de apoio ao

curso de Macro I, da UFF, do professor Claudio M. Considera. Procurou-se aqui

adaptar o texto à 3ª e à 4ª edições do livro do Blanchard e também às

características brasileiras. A tradução é de Renato Mayer e a revisão e adaptação

de Claudio M. Considera. As respostas dos exercícios estão à parte e

permaneceram em inglês.

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Capítulo 2

UMA VISÃO GERAL DO LIVRO OBJETIVOS, REVISÃO E MATERIAL DE INSTRUÇÃO

Depois de passar por este capítulo e pelo material seguinte, espera-se que você esteja em

condições de:

(1) Definir Produto Interno Bruto (PIB).

(2) Compreender as três óticas diferentes de mensurar o PIB.

(3) Estabelecer a distinção entre PIB nominal e PIB real.

(4) Compreender qual o papel que a formação hedônica de preços desempenha na construção

das estimativas do PIB real.

(5) Conhecer a definição e a construção da taxa (u) de desemprego.

(6) Explicar a definição e a construção do deflator do PIB e do índice de preços ao

consumidor.

(7) Discutir por que os economistas se preocupam com a taxa de desemprego e a taxa de

inflação.

(8) Explicar e interpretar a lei de Okun.

(9) Explicar o que representa a curva de Phillips.

(10) Reconhecer qual papel os fatores de demanda e de oferta desempenham ao afetar a

produção (i) no curto prazo; (ii) no médio prazo e (iii) no longo prazo.

(11) Entender a construção do PIB real e das séries de índices.

1. DEFINIÇÃO E MENSURAÇÃO DO PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB)

O PIB é o valor dos bens e serviços finais produzidos na economia durante um dado

período. Há três formas distintas de mensurar o PIB. Deve ficar claro que todas as três levam

ao mesmo valor do PIB.

ÓTICA 1 (ÓTICA DO GASTO): O PIB é a soma do valor dos bens e serviços

finais produzidos em um dado período. No exemplo do Capítulo 2, carros representam o

único bem ou serviço final. Os $ 210 de receitas de vendas de carros representam o PIB.

ÓTICA 2 (ÓTICA DO PRODUTO): O PIB é a soma dos valores adicionados

na economia. O valor adicionado em certo estágio da produção de um bem é definido como o

valor da produção menos o valor dos insumos intermediários (com exceção da mão-de-obra)

utilizados no processo de produção.

ÓTICA 3 (ÓTICA DA RENDA): O PIB é igual à soma das rendas na

economia durante um dado período. Para ver como isso se dá, é preciso compreender que

todo o valor adicionado no processo de produção, tanto de bens finais como de insumos

intermediários devem ir necessariamente para:

(1) os trabalhadores na forma de renda (rendimentos do trabalho)

(2) o governo na forma de impostos indiretos (p.e., impostos sobre vendas)

(3) a renda da firma na forma de rendimento do capital (lucro).

3

No exemplo do Capítulo 2, não há impostos indiretos; por isso, o PIB é igual à soma dos

rendimentos do trabalho e dos lucros da firma.

Dica de Aprendizado

Se somássemos simplesmente o valor de todos os bens e serviços (tanto intermediários como

finais) trocados na economia durante um dado período, estaríamos superestimando o valor do

PIB por duas razões:

(1) Algumas das transações ocorridas no ano t representam o valor dos bens intermediários.

Se somássemos, por exemplo, tanto o valor do novo sedan Ford Taurus 1999 e o valor dos

pneus Goodyear que a Ford adquiriu da Goodyear, estaríamos fazendo uma ―dupla contagem‖

do valor dos pneus;

(2) Alguns bens finais vendidos em 1999 foram produzidos em um período anterior e,

portanto, já foram incluídos na medição do PIB do período anterior (p.e., o valor de um carro

usado, um computador pessoal usado, etc).

2. PIB NOMINAL E REAL

(1) PIB Nominal

O PIB Nominal no ano t ($Yt) é a soma das quantidades de bens e serviços finais

produzidos no ano t vezes os seus preços correntes. $Yt mede o valor do PIB no ano t aos

preços do ano t. O PIB Nominal também é chamado de PIB em dólares (ou reais) correntes.

Dica de Aprendizado

Muito cuidado ao interpretar variações no PIB Nominal (ou variações no valor de qualquer

variável medida em termos nominais, ou seja, medida em dólares correntes). Suponha que

$Yt aumenta 6% em 1999 (acima do seu nível de 1998). Este aumento em $Yt pode ocorrer

por duas razões:

(1) O montante de bens e serviços finais produzidos pode, de fato, ter aumentado; e/ou

(2) Os preços desses bens e serviços finais podem ter aumentado.

(2) PIB Real (a preços constantes do ano anterior ou de um determinado ano)1

O PIB Real no ano t ($Yt) é a soma das quantidades de bens e serviços produzidos no

ano t vezes os preços desses mesmos bens e serviços em algum ano particular. Este ―ano

particular‖ é denominado ano-base. Para calcular $Yt, devemos, em primeiro lugar, escolher

um ano-base. Uma vez este escolhido (digamos que seja 1992), o PIB Real naquele ano é o

valor dos bens e serviços finais daquele ano medido em preços de 1992. O PIB Real é

1 Tome cuidado para não fazer confusão entre o adjetivo real (valor a preços constantes de um ano base) e o

substantivo Real referente ao atual padrão monetário brasileiro.

Dica de Aprendizagem

Se somássemos simplesmente o valor de todos os bens e serviços (tanto intermediários como

finais) trocados na economia durante um dado período, estaríamos superestimando o valor do

PIB por duas razões:

(1) Algumas das transações ocorridas no ano t representam o valor dos bens intermediários.

Se somássemos, por exemplo, tanto o valor do novo sedan Ford Taurus 1999 e o valor dos

pneus Goodyear que a Ford adquiriu da Goodyear, estaríamos fazendo uma ―dupla contagem‖

do valor dos pneus;

(2) Alguns bens finais vendidos em 1999 foram produzidos em um período anterior e,

portanto, já foram incluídos na medição do PIB do período anterior (p.e., o valor de um carro

usado, um computador pessoal usado, etc).

Dica de Aprendizagem

Muito cuidado ao interpretar variações no PIB Nominal (ou variações no valor de

qualquer variável medida em termos nominais, ou seja, medida em dólares ou Reais

correntes). Suponha que $Yt aumenta 6% em 1999 (acima do seu nível de 1998). Este

aumento em $Yt pode ocorrer por duas razões:

(1) O montante de bens e serviços finais produzidos pode, de fato, ter aumentado; e/ou

(2) Os preços desses bens e serviços finais podem ter aumentado.

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também chamado PIB em termos de bens, PIB em dólares (Reais) constantes, PIB ajustado

pela inflação e PIB em dólares (Reais) de 1992.

Os economistas se centram no PIB Real, pois este elimina os efeitos das variações de preços

na mensuração da produção. Por exemplo, se o PIB Real de 1999 (medido em preços de

1992) aumentou de 3% sobre o nível do PIB Real de 1998, sabemos que a produção total

aumentou. Quando recebemos informações do PIB Nominal, não ficamos sabendo se o PIB

Nominal variou devido a variações no montante de bens e serviços produzidos ou se devido a

variações nos preços.

Os economistas utilizam o PIB Real Yt para calcular o crescimento do PIB no ano t.

O crescimento do PIB no ano t é definido como (Yt - Yt-1) / Yt-1. Isso mede a variação

percentual no PIB Real entre os anos t e t-1.

Expansões são períodos de crescimento positivo do PIB.

Recessões são períodos de dois ou mais trimestres consecutivos de crescimento

negativo do PIB.

3. PROGRESSO TECNOLÓGICO E FORMAÇÃO HEDÔNICA DE PREÇOS

Dois aspectos na economia complicam o cálculo do PIB:

(1) o surgimento de novos bens; e

(2) bens, cujas características variam de ano para ano (como, por exemplo, os computadores

pessoais).

Quando as características de um bem mudam de ano para ano, o preço daquele bem pode

variar de modo a refletir as mudanças em suas características. Os economistas usam uma

abordagem chamada de formação hedônica dos preços para ajustar os preços efetivos às

variações nas características dos produtos.

Dica de Aprendizagem

Os economistas se centram no PIB Real, pois este elimina os efeitos das variações de preços

na mensuração da produção. Por exemplo, se o PIB Real de 1999 (medido em preços de

1992) aumentou de 3% sobre o nível do PIB Real de 1998, sabemos que a produção total

aumentou. Quando recebemos informações do PIB Nominal, não ficamos sabendo se o PIB

Nominal variou devido a variações no montante de bens e serviços produzidos ou se devido

a variações nos preços.

Dica de Aprendizagem

Reveja a discussão da formação hedônica dos preços no Capítulo 2.

A revisão do problema # 7 centrará na formação hedônica dos preços.

5

4. DEFINIÇÃO E CONSTRUÇÃO DA TAXA DE DESEMPREGO ut

A taxa de desemprego representa o percentual da força de trabalho que está

desempregada. Especificamente, ut = U/L, onde:

U é o número de indivíduos desempregados;

L é o número de indivíduos na força de trabalho;

L é igual ao número de indivíduos desempregados mais o número de indivíduos

empregados (N), de modo que L = U + N

Para ser contado como desempregado, um indivíduo:

(1) deve não ter um emprego; E

(2) deve ter procurado trabalho nas últimas quatro semanas.

A taxa de participação é definida como a razão da força de trabalho e a população em idade

de trabalhar. Uma taxa de desemprego elevada está tipicamente associada a uma baixa taxa

de participação. Por quê? Porque quando a taxa de desemprego for elevada um número

maior de indivíduos desempregados deixará a força de trabalho (ou seja, se tornarão

trabalhadores desalentados).

5. ÍNDICES DE PREÇOS: O DEFLATOR DO PIB E O ÍNDICE DE PREÇOS AO

CONSUMIDOR (IPC)

O deflator do PIB no ano t (Pt) é definido como a razão do PIB Nominal para o PIB Real no

ano t: Pt = $Yt / Yt. O deflator do PIB dá o preço médio de todos os bens e serviços incluídos

no PIB.

Dica de Aprendizagem

Deve-se entender que para fazer parte da força de trabalho, um indivíduo deve estar: (1) ou

empregado; ou (2) desempregado e estar ativamente procurando trabalho. Os indivíduos

desempregados que cessam de procurar trabalho não mais serão contados como parte da força

de trabalho. Esses indivíduos são chamados trabalhadores desalentados. A saída da ou a

entrada na força de trabalho de trabalhadores desalentados pode alterar a taxa de desemprego

sem causar qualquer variação no número de trabalhadores empregados. A revisão do

problema #8

centrará nesta questão.

Dica de Aprendizagem

Pt = 1 no ano-base. Por quê? No ano-base (digamos que seja 1992), $Y92 = Y92.

Em outras palavras, no ano-base, o valor do PIB Real e do PIB Nominal será o

mesmo, uma vez que, ao se obter o PIB Real, usaremos os preços correntes para

calcular essa medida da produção ajustada pela inflação. A revisão dos problemas

#1 e #2 permitirão verificar isso.

Como interpretar o tamanho do Pt ? Suponhamos que Pt = 1,37. Isso indica que

o preço médio dos bens e serviços no ano t é 37% maior do que no ano base.

Podemos rearranjar a definição de Pt de modo a ilustrar por que as variações no

PIB Nominal podem ocorrer por duas razões. Multiplique ambos os lados por Yt de

Tal maneira que $ Yt = Pt Yt. Um aumento em Pt e/ou um aumento em Yt produzirá

aumentos em $ Yt$ Yt.

6

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) mede o preço de uma determinada ―cesta‖ de bens e

serviços consumidos pelas famílias. A cesta atual de bens e serviços se baseia no

comportamento das despesas do consumidor em 1982-1984; portanto, 1982-1984 representa o

período-base.

O deflator do PIB e o IPC podem ser usados para se calcular a taxa de inflação. A taxa de

inflação entre o ano t e o ano t-1 (utilizando-se o deflator do PIB) é igual a (Pt - Pt-1 / Pt-1).2

6. POR QUE ESTUDAMOS A INFLAÇÃO E O DESEMPREGO?

Estudamos a taxa de desemprego porque:

2 Lembramos que no Brasil existem vários índices de preços ao consumidor. O Índice de Preços ao Consumidor

Ampliado (IPCA), calculado pelo IBGE, é utilizado como o índice de inflação oficial e como referência para a

meta de inflação estipulada pelo Banco Central do Brasil. Consulte a metodologia e o ano de referência em

www.ibge.gov.br

Dica de Aprendizagem

Suponhamos que o IPC em 2000 seja igual a 1,70. Isso indica que o preço

médio dos bens e serviços no ano 2000 é 70% mais elevado do que o preço

médio da mesma cesta de bens e serviços no período-base (ou seja, 1982-

84).

Preste atenção em que, embora tanto o deflator do PIB como o IPC sejam

índices de preços e, em geral, se movam juntos ao longo do tempo, há

períodos nos quais a variação do IPC difere da variação do deflator do PIB.

Isso se deve a:

(1) O IPC inclui o preço de alguns bens que NÃO estão incluídos no PIB e que,

portanto, não são levados em conta no deflator do PIB (como, por exemplo, o

preço dos bens importados).

(2) O deflator do PIB inclui o preço de todos os bens e serviços finais

produzidos na economia. Alguns desses bens NÃO são consumidos pelas

famílias e, portanto, não são incluídos no IPC (como, por exemplo, alguns itens

de dispêndio do governo e das empresas).

Dica de Aprendizagem

Atenção quando interpretar índices de preços e a taxa de inflação. Se o IPC em 2000 for

igual a 1,7, isso NÃO significa que haja uma taxa ANUAL de inflação da ordem de

70% entre os períodos 1982-84 e 2000. Esse número indica que o preço médio da cesta

de bens e serviços aumentou 70% em TODO o período. A taxa de inflação quase

sempre é calculada, tomando-se uma base anual, a qual indica, por exemplo, a variação

percentual no nível médio de preços de um ano para outro.

7

(1) A taxa de desemprego nos fala algo do estado corrente da economia relativamente a um

nível tido como normal (quando aumenta a taxa de desemprego, o crescimento do PIB tende a

diminuir); e

(2) A taxa de desemprego nos diz algo acerca dos possíveis impactos sobre o bem-estar dos

desempregados.

Estudamos a inflação porque:

(1) A inflação pode afetar a distribuição de renda (por exemplo, um aumento na inflação pode

causar uma redução no valor real da renda dos indivíduos que recebem rendimentos nominais

fixos);

(2) A inflação pode causar variações nos preços relativos e, portanto, causar distorções;

(3) Se a faixa de incidência da tributação não for ajustada pela inflação, a inflação pode

provocar distorções ao levar as pessoas para faixas tributárias mais elevadas; e

(4) Como conseqüência de (2) e de (3), a inflação pode causar incertezas. Esta maior

incerteza tem efeitos negativos sobre a atividade econômica.

7. DESEMPREGO E A ATIVIDADE ECONÔMICA: A LEI DE OKUN

Um crescimento elevado do PIB se associa com freqüência a uma redução na taxa de

desemprego. Essa relação entre variações no desemprego e no crescimento do PIB é

conhecida como a Lei de Okun. Essa relação tem duas implicações:

(1) Se ut for muito alta, será necessária uma elevação no crescimento do PIB para reduzir ut; e

(2) Se ut for muito baixa, será necessária uma redução no crescimento do PIB para aumentar

ut.

8. INFLAÇÃO E DESEMPREGO: A CURVA DE PHILLIPS

A curva de Phillips representa a relação entre a taxa de desemprego e a variação da taxa de

inflação. Embora tal relação possa sofrer variações ao longo do tempo e ser diferente para

diferentes países, tendemos a observar o seguinte:

(1) Quando o desemprego é baixo, a taxa de inflação tende a subir; e

(2) Quando o desemprego é alto, a taxa de inflação tende a cair.

Dica de Aprendizagem

A relação entre a taxa de desemprego e o crescimento do PIB tem um apelo intuitivo.

Por exemplo, suponha que o crescimento do PIB seja relativamente alto. O que as

empresas estarão fazendo para provocar um crescimento do PIB a uma taxa

relativamente acelerada? Muito provavelmente estarão contratando trabalhadores. À

medida que cresce o emprego, a taxa de desemprego tende a cair. A recíproca também é

verdadeira.

8

A curva de Phillips pode ser ilustrada graficamente, com a variação da taxa de inflação em

um eixo e a taxa de desemprego no outro.

9. DETERMINANTES DAS VARIAÇÕES NA PRODUÇÃO

Em períodos curtos de tempo (ou seja, no curto prazo), as variações na produção

dependem basicamente de variações na demanda por bens e serviços.

Em períodos longos de tempo (ou seja, no longo prazo), as variações na produção

dependem de fatores de oferta, tais como o estoque de capital, o tamanho e a

capacitação da força de trabalho e a tecnologia.

Em períodos de tempo que variam entre o curto e o longo prazo (ou seja, no médio

prazo), tanto fatores da demanda como da oferta induzem a variações na produção.

10. CONSTRUÇÃO DO PIB REAL E DAS SÉRIES DE ÍNDICES

A construção do PIB Real acima descrita recorre ao mesmo conjunto de preços para

um ano particular: este ano é denominado ano-base. Há várias questões associadas à

utilização dessa abordagem no cálculo do PIB Real:

(1) a escolha de um ano-base específico estabelece os pesos (isto é, os preços)

atribuídos a cada bem ou serviço, mas nós sabemos que os preços relativos se alteram no

tempo;

(2) como os preços relativos se alteram ao longo do tempo, as taxas calculadas de

crescimento do PIB Real vão depender do ano-base escolhido; e

(3) quando varia o ano-base, as taxas calculadas de crescimento do PIB Real irão

variar.

Para evitar tais problemas, os economistas utilizam-se agora de séries de índices de

modo a poderem calcular as taxas de crescimento do PIB Real. Isso envolve vários passos, a

saber:

A taxa de crescimento do PIB Real entre 1999 e 1998 está baseada na utilização de

preços médios em 1998 e 1999. A taxa de crescimento do PIB Real entre 2000 e 1999

se baseia na utilização de preços médios em 2000 e 1999.

Obtém-se um índice do PIB Real ligando/vinculando as taxas calculadas de variação

para cada ano.

O índice é fixado como igual a um para algum ano escolhido arbitrariamente (1992).

Ao se multiplicar este índice pelo PIB Nominal em 1992 (o ano para o qual o índice é

igual a um), obtemos uma medida do PIB Real em dólares de 1992.

Dica de Aprendizagem

Alguns professores enfatizarão o material contido no Apêndice 1 do texto. Uma revisão

sucinta do material no Apêndice 1 foi incluída na seção que se segue. Esta revisão

contém um sumário deste material e algumas perguntas. Você deve dar uma olhada

neste material e trabalhar utilizando os problemas.

9

APÊNDICE 1

CONTAS NACIONAIS – RENDA E PRODUTO OBJETIVOS, REVISÃO E MATERIAL DE INSTRUÇÃO

Alguns instrutores gastam um tempo considerável com o material incluído neste apêndice. Se

é o caso do seu instrutor, procure dar uma revisada no material incluído abaixo. Sugerimos

que seja repassado, mesmo se não for motivo de ênfase. Após passar por este apêndice e pelo

material seguinte, você estará em condições de:

(1) Reconhecer que há uma ótica da renda e uma ótica do produto nas Contas Nacionais.

(2) Perceber a distinção entre Produto Interno Bruto (PIB) e Produto Nacional Bruto (PNB).

(3) Compreender os componentes da renda nacional.

(4) Compreender a relação entre renda nacional, renda pessoal e renda pessoal disponível.

(5) Conhecer os componentes do Produto Interno Bruto com base na ótica do produto nas

contas nacionais.

(6) Reconhecer que precisamos de atenção e cuidado ao interpretar o Produto Interno Bruto

como medida da atividade econômica e ao examinar os componentes do Produto Interno

Bruto.

1. AS CONTAS DE RENDA E PRODUTO

As contas de renda das contas nacionais ilustra a relação entre o PIB, o PNB, a renda

nacional, a renda pessoal e a renda pessoal disponível.

As contas do produto das contas nacionais enfoca os bens e serviços comprados pelas

famílias, empresas e governos (em todos os níveis). A ótica do dispêndio (ou do

gasto) mostra que o PIB é igual à soma do consumo, compras do governo,

investimento, exportações líquidas e variações de estoque.

2. A RELAÇÃO ENTRE O PIB E O PNB

O PIB é o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos pelos

fatores de produção (isto é, trabalho, capital, etc) dentro de um país.

O PNB é o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos por

fatores de produção fornecidos por residentes deste país.

Recebimentos de renda dos fatores provenientes do resto do mundo representam

renda de capital daquele país ou de residentes do país que estejam no exterior.

10

Pagamentos de renda dos fatores ao resto do mundo representam renda recebida

por capital estrangeiro ou por trabalho de estrangeiros no país.

3. COMPONENTES DA RENDA NACIONAL

A Renda Nacional é igual à soma dos seguintes tipos de renda:

Pagamentos de empregados: salários, ordenados e outros ajustes

Lucros de empresas

Juros líquidos: juros líquidos pagos pelas empresas e juros líquidos pagos pelo resto

do mundo

Rendas de autônomos: rendimentos de indivíduos que trabalham por conta própria

Rendas de aluguéis: rendas de imóveis mais rendas imputadas de casas e apartamentos

ocupados pelos próprios proprietários

4. RENDA NACIONAL, RENDA PESSOAL E RENDA PESSOAL DISPONÍVEL

Nem toda a Renda Nacional vai para as famílias. Para se chegar à renda pessoal, partindo da

Renda Nacional, temos que:

Subtrair os lucros das empresas

Acrescentar de volta aquela fração dos lucros das empresas que os indivíduos

recebem como renda de dividendos pessoais

Subtrair todos os pagamentos líquidos de juros das empresas

Acrescentar de volta os pagamentos líquidos de juros das empresas que as famílias

recebem

Acrescentar as transferências

Dicas de Aprendizagem

Para compreender a diferença entre o PIB e o PNB, lembre que o PIB é o valor de todos

os bens e serviços produzidos pelo trabalho e outros insumos dentro, por exemplo, dos

Estados Unidos. Uma parte do trabalho e de outros insumos localizados dentro dos

Estados Unidos é fornecida por residentes estrangeiros. Ao mesmo tempo, uma parte do

trabalho e do capital fora dos Estados Unidos é fornecida por residentes dos Estados

Unidos. Para se chegar ao PNB, nós:

(1) primeiramente, acrescentamos ao PIB os recebimentos de rendas dos fatores

do resto do mundo e, então, (2) subtraímos do PIB os pagamentos de rendas dos fatores

do resto do mundo. O resultado líquido é o PNB.

11

A renda pessoal é a renda efetivamente recebida pelas famílias. Para se chegar à renda

pessoal disponível, devemos:

Subtrair da renda pessoal os impostos pessoais e os pagamentos pára-fiscais.

A renda pessoal disponível representa a renda que permanece disponível para as famílias após

os impostos, pagamentos à previdência, etc.

5. A VISÃO DO PIB DA ÓTICA DO DISPÊNDIO OU DO GASTO

Para entender esta ótica do PIB, imagine simplesmente os bens e serviços finais comprados

pelas famílias, pelo governo e pelas empresas.

As despesas de consumo pessoal (consumo) são iguais à soma dos bens e serviços

adquiridos por pessoas residentes nos Estados Unidos e incluem a aquisição de:

(1) bens duráveis; (2) bens não duráveis; e (3) serviços.

O investimento fixo doméstico privado bruto (investimento) é a soma do investimento

não residencial (novas fábricas, equipamentos e maquinário) com o investimento

residencial (a aquisição de novas casas e apartamentos pelas pessoas).

As compras do governo (nos níveis federal, estadual e municipal) são iguais à

aquisição de bens e serviços pelos governos mais o pagamento da remuneração dos

empregados do governo.

As exportações líquidas (a balança comercial) é igual às exportações menos as

importações, onde:

(1) As exportações correspondem às aquisições, pelo exterior, de produtos dos

Estados Unidos (Brasil); e (2) as importações correspondem às aquisições de bens

produzidos no exterior por residentes dos Estados Unidos (Brasil).

Dicas de Aprendizagem

De fato, nas contas nacionais brasileiras aparece o consumo do governo e seus

investimentos. O governo consome tudo que produz que são serviços não

mercantis (não são vendidos em mercado). O valor dos serviços não mercantis

produzidos pelo governo é calculado somando seu consumo intermediário com

as remunerações de seus empregados (civis e militares)

As aquisições do governo NÃO incluem os pagamentos de transferência ou os

pagamentos de juros sobre a dívida

12

As variações nos estoques equivalem às alterações no volume físico dos estoques

mantidos pelas empresas. È também igual à produção menos vendas e, portanto, pode

ser tanto positiva como negativa ou igual a zero.

6. ADVERTÊNCIAS

O PIB e o PNB não são medidas perfeitas da atividade econômica agregada. Por quê?

Alguma atividade econômica (como, por exemplo, os trabalhos domésticos das donas

de casa ) se dá fora dos mercados formais e, por conseguinte, está excluída tanto do

PIB como do PNB.

A classificação de algumas despesas pode parecer inconsistente. Por exemplo:

(1) A aquisição de novas máquinas pelas empresas (as quais produzirão bens

futuramente) é investimento, ao passo que a aquisição de educação (a qual permitirá aos

indivíduos produzirem no futuro bens e serviços) é encarada como consumo; e

(2) A aquisição de uma nova casa ou apartamento é investimento, enquanto que os

serviços habitacionais proporcionados pelo novo imóvel estão incluídos no consumo.

13

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 2 DO BLANCHARD

TESTE O SEU CONHECIMENTO

1. Defina Produto Interno Bruto.

2. Explique a diferença entre o PIB Nominal e o PIB Real.

3. O que constitui a formação hedônica de preços utilizada para se calcular o PIB? Explique.

4. O que mede a taxa de desemprego? Explique em poucas palavras como é calculada?

5. O que é o deflator do PIB e como é calculado?

6. O que é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e como é calculado?

7. Por qual razão devemos nos preocupar com um aumento na taxa de desemprego? Explique

concisamente.

8. Aumentos na taxa de inflação podem provocar efeitos negativos na economia. Explique

em poucas palavras dois (2) desses efeitos.

9. O que devemos entender por lei de Okun?

10. O que a curva de Phillips representa?

11. Como se calcula o PIB Real usando séries de índices?

PROBLEMAS DE REVISÃO

1. Considere uma economia imaginária que produz apenas três bens – bifes, ovos e vinho. Os

dados das quantidades e preços de cada bem vendido durante dois anos são informados

abaixo:

1987 1997

Produção

Bifes (libras) 10 7

Ovos (dúzias) 10 13

Vinho (garrafas) 8 11

Preço

Bifes (libra) $ 2,80 $ 3,10

Ovos (dúzia) $ 0,70 $ 0,85

Vinho (garrafa) $ 4,00 $ 4,50

14

Para essa economia hipotética, calcule o dado que se requer para cada um dos anos:

a. O PIB Nominal

b. O PIB real em dólares constantes de 1987 (i.e., tome 1987 como ano-base)

c. O deflator do PIB

d. A variação percentual do PIB Real e do deflator do PIB entre 1987 e 1997.

2. Com base em sua análise no exercício 1, pergunta-se: o PIB nominal em 1987 era maior,

menor ou igual ao PIB Real em 1987? Se os valores para o PIB Nominal e Real em 1987

diferem, explique por que isso ocorre.

3. Suponha que você receba as seguintes informações sobre uma economia, a qual consiste de

apenas três empresas.

COMPANHIA MONTADORA EMBALADORA DE SIDERÚRGICA DE CARROS LAGOSTAS

Receitas de vendas $ 400 $ 1000 $ 200

Despesas

- Salários $ 340 $ 500 $ 160

- compras de aço - $ 400 -

Lucros $ 60 $ 100 $ 40

a. Utilizando a abordagem dos bens finais, de quanto é o PIB?

b. Calcule o valor adicionado para cada uma das três empresas. Com base em seus cálculos,

de quanto é o PIB, utilizando-se a abordagem do valor adicionado?

c. A quanto soma a massa salarial (total de salários ou rendimentos do trabalho) nesta

economia? Qual o total de lucros nesta economia? Utilizando seus cálculos e a abordagem

pelo lado da renda, de quanto é o PIB?

d. Compare os níveis do PIB obtidos nos itens (a), (b) e (c). Qual dessas abordagens

apresenta o maior nível do PIB? E qual o menor? Explique.

e. Com base em sua análise, qual o percentual do PIB alocado: (1) aos rendimentos do

trabalho; e (2) aos lucros?

4. Suponha que o PIB Nominal em 1999 tenha crescido de 7% (sobre o nível de 1998). Com

base nesta informação, o que aconteceu com a taxa de inflação (medida pelo deflator do PIB)

e de crescimento real do PIB entre 1999 e 1998? Explique.

15

5. Utilize os dados abaixo para responder às seguintes questões:3

Ano PIB Nominal Deflator do PIB PIB Real

(bilhões de dólares) (1987 = 1) (em dólares de 1987)

1984 3777,2 0,91

1985 0,94 4296,5

1986 4268,6 0,969

1987 4539,9 1,00

1988 4900,4 1,039

1989 5250,8 1,085

1990 5546,1 1.133

1991 5724,8 1,176

1992 6020,2 4979,5

1993 6343,3 1,235

Fonte: Survey of Current Business, Setembro de 1994

a. Qual foi o PIB Nominal em 1985? Qual o deflator do PIB em 1992?

b. Utilizando o deflator do PIB (pelo qual 1987 =1), calcule o PIB real para os demais anos.

Em quais desses anos, se é que em algum, o PIB Real caiu? Se, de fato, ocorreram reduções

no PIB Real, o que isso nos diz acerca do nível de atividade econômica naqueles anos?

c. Com base em seus cálculos no item (b), compare os níveis do PIB Real com os níveis do

PIB Nominal para cada ano. O que sugere esta comparação acerca dos preços (daquele ano

com relação a 1987 )?

d. Explique por que os economistas se centram no PIB Real mais do que no PIB Nominal ao

analisarem o nível da atividade econômica.

6. Explique concisamente como o PIB Nominal pode aumentar e o PIB Real diminuir em um

mesmo período de tempo.

7. Suponha que uma economia produza apenas três bens: batatas, automóveis e computadores.

Suponha, além disso, que, nos últimos dez anos, o preço real das batatas aumentou 20%, o

dos automóveis 50% e o preço real dos computadores não variou. Se um índice hedônico de

preços fosse calculado para cada um dos três bens ao longo deste período, como a formação

hedônica de preços afetaria a variação do preço do bem ao longo do período (quando

comparada à variação real do preço, seria maior, menor ou a mesma)?

Explique.

3 As contas nacionais brasileiras são produzidas pelo IBGE (www.ibge.gov.br). Nas contas sinóticas, tabela 5, há

informações sobre o PIB brasileiro (total e per capita) a preços correntes (valores nominais), a preços do ano

anterior (valores reais) e as variações anuais dos deflatores do PIB. Como exercício, escolha um ano base e

transforme os valores reais a preços desse ano base e construa uma série de deflatores referente a esse ano base.

16

8. Suponha que você receba as seguintes informações sobre uma economia. Há 100 milhões

de indivíduos em idade de trabalhar nesta economia. Desses 100 milhões, 50 milhões estão

trabalhando, 10 milhões estão procurando trabalho, 10 milhões pararam de procurar trabalho

há dois meses e os restantes 30 milhões não querem trabalhar.

a. Calcule o número de indivíduos desempregados, o tamanho da força de trabalho, a taxa de

desemprego e a taxa de participação.

b. Suponha, agora, que, dos 10 milhões de indivíduos procurando trabalho, 5 milhões parem

de procurar. Tendo em vista essa mudança, calcule o que acontecerá ao tamanho da força de

trabalho, à taxa de desemprego e à taxa de participação. A taxa de desemprego e a taxa de

participação se deslocaram na mesma direção? Explique.

c. Utilize os números originais para responder ao item (c). Suponha que as empresas

experimentem um aumento na demanda por seus produtos e que respondam pelo aumento do

emprego. Em particular, 2 milhões de indivíduos anteriormente desempregados passam agora

a ter empregos. Dada essa mudança, calcule o que acontecerá à força de trabalho, à taxa de

desemprego e à taxa de participação.

d. Se os trabalhadores desalentados fossem oficialmente contabilizados como desempregados,

explique o que ocorreria a: (1) o tamanho da força de trabalho; (2) o número de indivíduos

empregados; (3) o número de indivíduos desempregados; (4) a taxa de desemprego; e (5) a

taxa de participação.

QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA

1. Suponha que o PIB Nominal tenha decrescido durante um determinado ano. Baseado nesta

informação, é sempre verdadeiro que:

a. o PIB Real tenha caído neste ano

b. o deflator do PIB tenha caído neste ano

c. o PIB Real e/ou o deflator do PIB caíram neste ano

d. tanto o PIB Real como o deflator do PIB caíram neste ano

2. Suponha que o PIB Nominal tenha aumentado de 5% em 1996 (sobre o seu nível anterior

de 1995). De posse dessa informação, sabemos com certeza que:

a. o nível agregado de preços (isto é, o deflator do PIB) aumentou em 1996

b. o PIB Real aumentou em 1996

c. tanto o nível agregado de preços como o PIB Real aumentaram em 1996

d. falta informação para responder a essa questão

3. Suponha que o PIB Nominal em 1980 tenha sido menor do que o PIB Real em 1980. De

posse dessa informação, sabemos com certeza que:

a. o nível de preços (isto é, o deflator do PIB) em 1980 foi maior do que o nível de preços no

ano-base

b. o nível de preços em 1980 foi menor do que o nível de preços no ano-base

c. o PIB Real em 1980 foi menor do que o PIB Real no ano-base

d. o PIB Real em 1980 foi maior do que o PIB Real no ano-base

17

Utilize os dados fornecidos abaixo para responder às questões 4, 5 e 6. Suponha que esta

economia consista de apenas três empresas.

COMPANHIA MONTADORA PRODUTORA DE SIDERÚRGICA DE CARROS BATATAS

Receitas de vendas $ 600 $ 2000 $ 400

Despesas

- Salários $ 440 $ 1200 $ 260

- compras de aço - $ 600 -

Lucros $ 160 $ 200 $ 140

4. O valor adicionado criado pela montadora de carros é:

a. $1400

b. $ 200

c. $ 800

d. $1200

5. O valor adicionado criado pela produtora de batatas é:

a. $ 140

b. $ 260

c. $ 400

d. $ 120

5. O PIB para esta economia é:

a. $ 3000

b. $ 500

c. $ 2400

d. $ 2000

7. A formação hedônica de preços é utilizada:

a. para converter valores nominais em valores reais

b. para calcular a diferença entre PIB Nominal e PIB Real

c. para medir a taxa de variação do deflator do PIB

d. para ajustar o preço dos bens a mudanças em suas características

Utilize a informação fornecida abaixo para responder às questões 8 – 11, que se seguem.

Suponha que você recebeu as seguintes informações acerca de uma economia. Há 200

milhões de indivíduos em idade de trabalhar nesta economia. Desses 200 milhões, 100

milhões estão trabalhando atualmente, 20 milhões procurando trabalho, 20 milhões pararam

de procurar trabalho há dois meses e os restantes 60 milhões não querem trabalhar.

18

8. O tamanho da força de trabalho nesta economia é:

a. 200 milhões de indivíduos

b. 100 milhões de indivíduos

c. 120 milhões de indivíduos

d. 140 milhões de indivíduos

9. Considerando as definições correntes, utilizadas para classificar a força de trabalho nos

Estados Unidos, o número de indivíduos desempregados nesta economia é de:

a. 20 milhões de indivíduos

b. 40 milhões de indivíduos

c. 60 milhões de indivíduos

d. 100 milhões de indivíduos

10. Considerando as definições correntes, utilizadas para classificar a força de trabalho nos

Estados Unidos, a taxa de desemprego é de:

a. 10% b. 16,7% c. 20% d. 14,3%

11. Considerando as definições correntes, utilizadas para classificar a força de trabalho nos

Estados Unidos, a taxa de participação nessa economia é de:

a. 86% b. 83% c. 70% d. 60%

12. Suponha que um relatório recente indique que o número de indivíduos que caem na

categoria de ―trabalhadores desalentados‖ tenha aumentado. Com base nas definições

utilizadas para determinar o tamanho e a composição da força de trabalho e, considerando que

todos os demais fatores permaneçam constantes, este relatório estaria indicando que:

a. o número de indivíduos empregados diminuiu

b. a taxa de desemprego foi reduzida

c. o percentual da força de trabalho que está desempregada aumentou

d. aumentou o número de trabalhadores desempregados

13. Considerando as definições correntes, utilizadas para classificar a força de trabalho nos

Estados Unidos, qual dos seguintes indivíduos seria considerado como desempregado:

a. um indivíduo que não tem trabalho e que parou de procurar trabalho há seis semanas

b. um indivíduo que não tem trabalho e que parou de procurar trabalho há cinco semanas

c. um indivíduo que tem trabalho, mas que está trabalhando menos de 40 horas por semana

(ou seja, trabalha em tempo parcial)

d. um indivíduo que não tem trabalho e que está no momento procurando trabalho

e. um indivíduo que não tem trabalho e que nunca procura trabalho

14. Suponha que o deflator do PIB no ano t seja igual a 1,2 e a 1,35 no ano t+1. A taxa de

inflação entre o ano t e o ano t+1 é:

a. 0,15% b. 15% c. 12,5% d.1,125%

19

15. Dos itens abaixo, quais preços são incluídos no deflator do PIB, mas não incluídos no

Índice de Preços ao Consumidor?

a. bens e serviços intermediários

b. compras pelas empresas de novas fábricas e novo maquinário

c. importações

d. bens de consumo e serviços

16. A curva de Phillips ilustra a relação entre:

a. variações na taxa de inflação e na taxa de desemprego

b. a taxa de desemprego e o crescimento do PIB

c. a taxa de desemprego e a taxa de participação da força de trabalho

d. a taxa de variação do deflator do PIB e o Índice de Preços ao Consumidor

17. A lei de Okun ilustra a relação entre:

a. a taxa de desemprego e a taxa de participação da força de trabalho

b. variações na taxa de desemprego e o crescimento do PIB

c. a taxa de inflação e a taxa de desemprego

d. a taxa de variação do deflator do PIB e o Índice de Preços ao Consumidor

18. No médio prazo, variações no PIB são causadas por variações:

a. nos fatores da demanda

b. nos fatores da oferta

c. nos fatores da demanda e da oferta

d. somente da política monetária

19. A taxa calculada de crescimento do PIB Real entre os anos de 2001 e 2002 estará baseada

em qual dos seguintes anos, utilizando-se a metodologia corrente (isto é, deséries de índices)?

a. a média dos preços em 2001 e 2002

b. os preços no ano-base, 1992

c. a média dos preços em 2002 e 2003

d. os preços em 2002

20

PROBLEMAS DE REVISÃO DO APÊNDICE 1

1. Defina Produto Nacional Bruto (PNB).

2. Com base na visão da ótica do produto nas contas nacionais, indique quais são os

componentes do PIB.

3. Dê duas razões pelas quais a Renda Nacional não é igual à Renda Pessoal.

4. Por que a renda pessoal disponível é menor do que a renda pessoal?

5. Quais são os dois componentes do investimento interno privado bruto?

6. Quais são os três componentes do consumo?

7. As exportações líquidas podem ser negativas? Se sim, explique em breves palavras.

8. a) Em um determinado ano, é possível que o PNB de um país seja maior do que o seu PIB?

Se sim, explique em breves palavras. b) Em um determinado ano, é possível que o PNB de

um país seja menor do que o seu PIB? Se sim, explique em breves palavras.

QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA

1. Se o PNB exceder o PIB, sabemos com certeza que:

a. existe um déficit orçamentário

b. existe um déficit comercial

c. a renda recebida do resto do mundo excede os pagamentos de renda feitos ao resto do

mundo

d. a renda recebida do resto do mundo é menor do que os pagamentos de renda feitos ao resto

do mundo

2. O Produto Nacional Líquido (PNL) é igual a:

a. o PIB menos o consumo de capital fixo

b. o PNB menos o consumo de capital fixo

c. a renda pessoal disponível mais o pagamento líquido de juros

d. a renda pessoal mais o pagamento líquido de juros

3. Qual item dos apresentados abaixo NÃO é um componente da Renda Nacional?

a. salários e ordenados

b. os lucros das empresas

c. a renda de aluguel

d. os impostos indiretos

21

4. Qual item dos apresentados abaixo NÃO é um componente do consumo?

a. a aquisição de uma nova casa

b. a compra de bens duráveis

c. a aquisição de serviços habitacionais

d. a aquisição de serviços de educação

5. Qual ou quais das atividades seguintes NÃO seria(m) incluída(s) na mensuração oficial do

PIB?

a. a aquisição de uma nova casa

b. a compra de uma nova fábrica por uma empresa

c. a compra de uma nova máquina por uma empresa

d. salários e vencimentos recebidos por empregados do governo

e. compras dos governos estaduais e locais

f. a compra de bens intermediários

6. As variações nos estoques dos negócios serão positivas quando:

a. a produção excede as vendas

b. a produção é menor do que as vendas

c. a produção é igual às vendas

d. existe um déficit orçamentário

e. existe um déficit comercial

7. Qual dos itens que se seguem NÃO é componente do investimento?

a. despesas com educação

b. a compra de uma nova fábrica por uma empresa

c. a compra de uma nova máquina por uma empresa

d. a aquisição de uma nova casa

8. Se as importações excedem as exportações, sabemos com certeza que:

a. o PNB é maior do que o PIB

b. o PIB é maior do que o PNB

c. existe um déficit orçamentário

d. existe um déficit comercial

22

CAPÍTULO 3

O MERCADO DE BENS OBJETIVOS, REVISÃO E MATERIAL DE INSTRUÇÃO

Depois de passar por este capítulo e pelo material seguinte, espera-se que você esteja em

condições de:

(1) Compreender a interação entre a demanda, a produção agregada e a renda.

(2) Familiarizar-se com a composição do PIB e com o tamanho relativo de cada um dos seus

componentes.

(3) Conhecer a distinção entre variáveis endógenas e exógenas.

(4) Compreender as características da função consumo.

(5) Discutir e explicar o que se entende por produção de equilíbrio.

(6) Conhecer a diferença entre dispêndio autônomo e os outros componentes do dispêndio

que dependem da renda.

(7) Reconhecer que os modelos possuem três tipos de equação: (1) equações de

comportamento; (2) condições de equilíbrio; e (3) identidades.

(8) Ilustrar e explicar graficamente os efeitos das variações do dispêndio autônomo sobre a

demanda e sobre a produção de equilíbrio.

(9) Discutir e explicar o multiplicador.

(10) Explicar a relação entre o investimento e a soma das poupanças pública e privada.

(11) Explicar o que significa o paradoxo da poupança.

1. INTERAÇÃO ENTRE PRODUÇÃO AGREGADA, RENDA E DEMANDA

Para compreender a interação entre a produção agregada, a renda e a demanda, imaginem o

seguinte cenário: suponha que a economia está em equilíbrio (isto é, uma situação em que não

há pressão alguma para alterar a produção). Suponha, agora, que ocorre um evento capaz de

causar um aumento na demanda por bens a cada nível de produção (por exemplo, em

decorrência de um aumento das despesas do governo).

As empresas respondem a esse aumento na demanda com o aumento da produção.

Conforme observamos no Capítulo 2, a renda é igual ao produto. Este aumento na

renda provocará um segundo aumento na demanda, uma vez que as famílias

aumentam suas compras de bens e serviços (ou seja, o consumo aumenta).

23

As empresas responderão a este segundo aumento na demanda produzindo ainda mais

bens e serviços.

Este processo continua até que um novo nível de equilíbrio seja alcançado.

2. COMPONENTES DO PIB4

Existem três diferentes agentes na economia: as famílias (tanto as do país como do exterior),

as empresas e os governos (em todos os níveis). Para compreender os componentes do PIB,

imagine como é o dispêndio desses três grupos.

Consumo (C)

As famílias compram bens e serviços. A aquisição desses bens pelas famílias representa

consumo (C). O consumo é também o componente maior do PIB. Observação: alguns

dos bens e serviços comprados pelas famílias representam bens produzidos no exterior.

Investimento (I)

O investimento representa a aquisição de novas fábricas e equipamentos pelas empresas

(investimento não residencial) e a aquisição de novas casas e apartamentos pelas famílias

(investimento residencial). A soma do investimento residencial com o não residencial é

denominada de investimento fixo (I).

Despesas do Governo (G)

As despesas do governo (G) representam a compra de bens e serviços pelos governos nos

diversos níveis: federal, estadual, municipal ou local.

4 As variáveis econômicas são geralmente identificadas por sua primeira letra em maiúsculas (por exemplo, I

representando investimento); essas letras referem-se usualmente a sua denominação em inglês e nunca foram

traduzidas de forma a serem identificadas por sua primeira letra em português (no caso do I a primeira letra da

palavra em inglês -- Investment -- é semelhante àquela em português); muitas vezes a primeira letra de uma

variável já está ocupada identificando outra variável, forçando a que se opte, por exemplo, por sua segunda

letra (é o caso de exports e imports que são identificadas por X e M, respectivamente), ou ainda, por uma letra

assemelhada (é o caso de income que é representada por Y, já que o I está ocupado por investimento).

Dicas de Aprendizagem

G não inclui os pagamentos de transferência, tais como pagamentos da seguridade

social ou auxílio desemprego.

Dicas de Aprendizagem

Preste atenção quando se referir ao investimento. A partir de agora, investimento estará

sempre significando a soma do investimento residencial com o não residencial. O

investimento não se refere à aquisição de ações ou títulos ou ao montante de fundos que

um estudante tem à sua disposição na conta de poupança, por exemplo.

24

Exportações Líquidas (X – M)5

Alguns dos bens e serviços adquiridos pelas famílias, pelas empresas e pelos governos

podem ser bem estrangeiros. Essas aquisições de bens e serviços produzidos no exterior

representam as importações (M). Alguns dos bens e serviços produzidos no país são

vendidos a famílias, empresas e governos estrangeiros (você consegue listar ‗‘ ‗‘exemplos

relevantes?). As vendas para agentes no exterior de bens e serviços produzidos

internamente representam as exportações (X). A diferença entre X e M representa as

exportações líquidas; as exportações líquidas são mais comumente denominadas balança

comercial. Se X > M, existe um superávit comercial; se M > X, existe um déficit

comercial.

Investimentos em Estoques (I s )

O investimento em estoque (I s ) é a diferença entre a produção e as vendas. I s pode,

portanto, ser positivo, negativo ou zero. Por exemplo, se a produção for maior que as

vendas, I s é positivo e os estoques de bens das empresas devem estar subindo. Ainda que

esses bens não sejam adquiridos durante o período corrente, foram obviamente produzidos

e, por conseguinte, devem ser incluídos em nossa medida da atividade econômica (isto é,

o PIB).

3. DISTINÇÃO ENTRE VARIÁVEIS EXÓGENAS E ENDÓGENAS

Uma variável endógena é uma variável que é determinada dentro do (ou pelo) modelo. No

Capítulo 3, o produto (Y) é uma variável endógena. Uma variável endógena é uma variável

que adotamos como sendo dada (isto é, determinada fora do modelo). Mudanças em variáveis

exógenas (por exemplo, mudanças na confiança dos consumidores) provocarão mudanças nas

variáveis endógenas (por exemplo, em C e Y). Mudanças nas variáveis endógenas, no

entanto, não causarão mudanças nas variáveis exógenas.

4a. A FUNÇÃO CONSUMO

Supomos que o consumo é uma função crescente da renda disponível (YD). Ou seja,

aumentos na renda disponível provocarão aumentos no consumo. C é representado pela

seguinte equação de comportamento:

C = c0 + c1 YD onde c0 e c1 são ambos parâmetros.

c1 representa o efeito sobre o consumo de uma determinada variação na renda disponível. Por

exemplo, se c1 = 0,85, um aumento de $1 na renda disponível levará a um aumento de 85

centavos no consumo. [Pergunta: O que acontece aos 15 por cento remanescentes do

aumento na renda disponível? Respondemos a esta pergunta na seção 4b, logo abaixo.] c1 é

um parâmetro referido como propensão marginal a consumir e é igual a C / YD, onde C

5 No caso das importações, a terceira e a quarta edição do livro do Blanchard em inglês identificam as

importações por IM, denominação que foi adotada pelo tradutor para o português. Preferimos adotar apenas a

letra M como ocorre com a maioria dos livros de macroeconomia.

25

e YD representam a variação no consumo e a variação na renda disponível (a letra grega é

lida como ―variação em‖). Uma vez que YD = C + S, qualquer variação na renda disponível

será dividida entre consumo e poupança. Daí porque c1 será maior do que 0 e menor do que

1.

c0 representa o nível de consumo que ocorre quando YD = 0. Como é possível haver

consumo positivo quando YD = 0? Isso vai ocorrer via despoupança (os indivíduos irão

desaplicar seus ativos ou tomar dinheiro emprestado). c0 pode ser referido também como

consumo autônomo, aquela porção de consumo que independe da renda.

Graficamente, temos:

YD

C = c0 + c1 YD

C

YD c0

C

Dicas de Aprendizagem

Se c0 aumenta (devido a, por exemplo, um aumento na confiança do

consumidor), a função consumo se deslocará para cima pelo tanto de variação em c0

(observar que a inclinação não se altera quando c0 varia).

Se c1 aumenta, a função consumo fica mais inclinada. O que se intui deste

resultado? Que qualquer aumento dado agora em YD causa um aumento ainda

maior no consumo – e isso é representado pela função consumo com maior

inclinação.

Qualquer variação em YD causará movimentos ao longo da função consumo. YD

(ou seja, YD = Y – T) aumentará quando a renda total (Y) aumentar e/ou os impostos

(T) caírem.

Dada a definição de renda disponível, a função consumo pode ser reescrita como

C = c0 + c1 [Y – T].

26

4b. A FUNÇÃO POUPANÇA

As funções poupança e consumo são intimamente relacionadas, uma vez que YD = C + S.

Além do mais, qualquer aumento na renda disponível gerará um aumento no consumo e um

aumento na poupança. O grau em que tanto o consumo como a poupança aumentarão

depende da propensão marginal a consumir. Conforme vimos no texto, a função poupança é

dada pela seguinte equação:

S = -c0 + (1 – c1) [Y – T].

Se estabelecermos YD = 0 (isto é, Y – T = 0), vemos que S = - c0. Conforme discutimos

acima, C = c0 se YD = 0.

Graficamente, temos:

S = -c0 + (1 – c1) YD

S

- c0 YD

YD

S

Dicas de Aprendizagem

Como pode haver consumo quando YD = 0? Os indivíduos devem estar ou

desaplicando seus ativos ou pedindo dinheiro emprestado. Qualquer uma das

situações traduz despoupança, caso em que S < 0.

O que representa a expressão (1 – c1)? Seja c1 = 0,85. Se YD aumentar de $1, o

consumo aumentará de 85 centavos. O que acontece aos 15 centavos remanescentes

do adicional de renda disponível? Deverá ser usado para aumentar a poupança. A

expressão (1 – c1) representa, portanto, a propensão marginal a poupar. A

propensão marginal a poupar mede a extensão em que a poupança varia em

decorrência de uma dada variação na renda disponível.

27

5. PRESSUPOSTOS DO MODELO E DEMANDA (Z)

Neste capítulo, damos como pressupostos que:

a. as empresas não mantêm estoques;

b. a economia é fechada (isto é, X = M = 0);

c. as empresas produzem o mesmo bem; encaramos, portanto, o mercado como de bem único;

e

d. as empresas se dispõem a vender qualquer quantidade deste bem a um determinado preço.

Para esta economia, a demanda pelos bens (Z) se define como Z = C + I + G. Substituindo C

pela função consumo, temos:

Z = c0 + c1 [Y – T] + I + G

O equilíbrio no mercado de bens se dará quando a produção (Y) for igual à demanda (Z).

Essa condição de equilíbrio (isto é, Y = Z) ajuda a explicar a interação entre a produção

agregada, a renda e a demanda. Qualquer evento que provoque um aumento nas despesas

autônomas gerará um aumento na renda. À medida que Y aumentar, Z aumentará como

conseqüência do aumento no consumo induzido pela renda. No entanto, há apenas um único

nível de produção (dados os valores de c0, c1, T, I e G) que satisfará a condição de equilíbrio.

Dicas de Aprendizagem

Qualquer aumento em c0 (isto é, um aumento no consumo autônomo) levará a

função poupança a se deslocar para baixo pelo montante da variação em c0.

Qualquer aumento em c1 levará a função poupança a se tornar mais plana (ou

seja, diminui a inclinação da função poupança).

Variações em YD levará a movimentos ao longo da relação de poupança.

Dicas de Aprendizagem

Recorde que tanto I como G (e, para este propósito, T) são exógenas. Além do mais, c0, T, I e G

serão referidas como despesas autônomas. Despesas autônomas são aquelas despesas que são

independentes da renda. Observe que o consumo total (C) não é autônomo, pois depende da

renda.

28

6. A PRODUÇÃO DE EQUILÍBRIO

A condição de equilíbrio indica que as empresas estabelecerão a produção de tal modo que

iguale a demanda. Conforme vimos no texto, o nível de produção de equilíbrio é

representado pela seguinte equação:

Y = [1 / (1 – c1)] [ c0 – c1 T + I + G].

A equação acima representa o nível de equilíbrio da produção, dados os parâmetros (c0 e c1) e

as variáveis exógenas no modelo (T, I e G). Deve ficar claro que, se qualquer um desses

parâmetros ou variáveis exógenas sofrer alteração, o nível de produção de equilíbrio também

se alterará.

A produção de equilíbrio também pode ser ilustrada graficamente. Para fazê-lo,

primeiramente plotamos a função de demanda Z no espaço Z-Y (isto é, um gráfico com Z no

eixo vertical e Y no eixo horizontal), sendo a demanda representada pela linha ZZ na figura

abaixo:

Dicas de Aprendizagem

A expressão entre colchetes, c0 – c1 T + I + G, tem uma interpretação simples.

Ela representa o nível de demanda que se daria, caso Y fosse zero. Representa

também o nível de demanda que não depende da renda; em suma, representa o

dispêndio autônomo.

O outro termo, 1 / (1 – c1), será algum número maior do que um, já que c1 <1.

Por exemplo, se c1 = 0,8, o termo será igual a 5. Este termo ―multiplica‖ o efeito

do dispêndio autônomo e é, por conseguinte, denominado o multiplicador. Deve

ficar claro que, à medida que c1 aumenta, o multiplicador também aumenta. Para

checar isso, calcule o multiplicador quando c1 aumenta para o valor de 0,9.

Dicas de Aprendizagem

Se você tiver alguma dificuldade em seguir os passos descritos no texto, lembre-se do

curso de álgebra que você completou no colégio. Temos uma equação (isto é, Y = Z) e

uma variável desconhecida (isto é, Y).

29

Para determinar a produção de equilíbrio, incluímos agora na figura uma linha de 45 graus

que tem a inclinação de 1. Essa linha de 45 graus ilustra a relação entre a produção e a renda.

Uma vez que a produção e a renda sejam a mesma, um aumento no valor de unidade 1 na

renda é igual, por definição, a um aumento de unidade 1 na produção.

Conforme podemos ver graficamente, há apenas um nível de equilíbrio que produz um nível

de demanda (Z) igual à renda; este ocorre no ponto Y0. Para qualquer outro nível de

produção, Z não será igual a Y. Se a produção for maior do que Y0, então Y > Z. O

problema de revisão # 9 ajudará a reforçar este conceito.

ZZ

Y

Z

Dicas de Aprendizagem

A interseção vertical é simplesmente o dispêndio autônomo (isto é, se Y = 0, Z =

c0 – c1 T + I + G).

Essa linha se inclina para cima porque à medida que aumenta Y, as famílias

aumentam o consumo. Este aumento no consumo causa um aumento na

demanda. A inclinação de ZZ é, portanto, igual à propensão marginal a

consumir (c1).

Qualquer variação no dispêndio autônomo levará ao deslocamento de ZZ. Uma

variação em c1 provocará a mudança na inclinação de ZZ.

30

7. O MULTIPLICADOR

O que acontece à produção se as despesas autônomas variarem? Examinaremos isso tanto

gráfica como algebricamente. Suponhamos que o dispêndio governamental caia de 100.

Suponhamos, além disso, que a propensão marginal a consumir é 0,8. Algebricamente, a

variação na produção causada pela redução em G é igual a 1/(1-0,8)(-100) = -500. Ou seja,

cada variação de um dólar em G causa uma variação de $ 5 na produção de equilíbrio.

Graficamente, observamos que a redução em G causa uma redução de um dólar por um dólar

nas despesas autônomas. Este declínio em G, portanto, leva a relação de demanda, ZZ, a

deslocar-se para baixo em 100.

ZZ

Z

Y

45º

ZZ

ZZ‘

Y

G

A

A‘

Z

Y0 Y1

B

Y0

31

Este declínio inicial em G leva a demanda a cair para o ponto B. À medida que a demanda

cai, a produção varia em 100. À medida que a renda cai, a demanda cai novamente, uma vez

que nos movemos ao longo da nova linha ZZ. A produção varia novamente e o processo

continua até que a economia esteja no ponto A‘, no qual Y = Z em um nível mais baixo de

produção. Tanto gráfica, como intuitivamente, observamos que essa redução permanente, de

uma vez, de G leva a queda em Y a exceder a queda inicial nas despesas autônomas. O

multiplicador indica a extensão na qual Y irá variar conforme uma dada variação nas

despesas autônomas. No caso aqui, o multiplicador é 5.

8. POUPANÇA, INVESTIMENTO E O PARADOXO DA POUPANÇA

A produção de equilíbrio pode ser alcançada, utilizando-se a condição de equilíbrio Y = Z. A

produção de equilíbrio também pode ser ilustrada, recorrendo-se a uma abordagem que

enfoca a relação entre investimento e poupança. Conforme visto no Capítulo 3,

S = I + G –T quando a economia está em equilíbrio. Rearrumando esta equação, tem-se

I = S + (T – G). Tal equação nos permite obter uma interpretação alternativa da produção de

equilíbrio, a saber:

S representa a poupança privada das famílias.

T – G representa a poupança pública.

A soma das poupanças privada e pública representa a poupança nacional.

Em resumo, a economia está também em equilíbrio quando o investimento é igual à

poupança nacional.

Um entendimento básico desta relação investimento-poupança, combinado ao entendimento

do modelo acima apresentado lançará luz sobre o paradoxo da poupança. Em especial, quais

são os efeitos de um aumento na poupança? Qualquer aumento autônomo na poupança se

fará representar por uma redução igual no consumo autônomo ( c0 < 0).

O que acontece com a poupança? Uma vez que I, G e T são todas variáveis autônomas, elas

não variam quando a renda cai. Isso implica, dada a interpretação alternativa do equilíbrio (S

= I + G – T), que o nível de poupança permanecerá invariável à variação inicial da poupança.

Qualquer tentativa de aumentar a poupança causará: (1) uma redução na produção; e (2)

nenhuma variação permanente no nível de poupança. Esses dois resultados são denominados

como o paradoxo da poupança. O problema de revisão # 12 nos permitirá trabalhar com um

problema numérico de modo a ilustrar esses dois resultados.

Dicas de Aprendizagem

Se você entender o elo entre o consumo e a poupança, a resposta à pergunta acima

formulada torna-se óbvia.

Um declínio em c0 (aumento na poupança autônoma) gerará uma redução de

mesma proporção na demanda a cada nível de produção.

Esta redução na demanda provocará uma queda na produção igual à variação de

c0 vezes o multiplicador.

32

Dicas de Aprendizagem

O Apêndice 3 (Uma Introdução à Econometria) contém uma introdução útil à análise

estatística. O exemplo que é usado para ilustrar esses conceitos é a propensão

marginal a consumir. Alguns instrutores gostam de enfatizar esta matéria. Se for o

seu caso, leia com atenção este apêndice. Para ajudá-lo em sua compreensão, inclui

um sumário da matéria na seção seguinte.

33

APÊNDICE 3

UMA INTRODUÇÃO À ECONOMETRIA

OBJETIVOS, REVISÃO E MATERIAL DE INSTRUÇÃO

Após passar por este apêndice e pelo material seguinte, voe estará em condições de:

___ ____

(1) Compreender e explicar a relação entre ( Ct - C) e ( Y Dt - Y D).

(2) Explicar como a econometria é utilizada para obter estimativas da propensão marginal a

consumir.

(3) Compreender e explicar os resultados obtidos com a utilização da econometria.

(4) Explicar a diferença entre correlação e causalidade, recorrendo ao exemplo do consumo e

da renda disponível.

(5) Interpretar uma equação de consumo que inclui valores defasados no tempo da renda

disponível.

___ ____

1. A RELAÇÃO ENTRE ( Ct - C) E ( Y Dt - Y D)

Como podemos obter uma estimativa de c1? Se estimarmos (há mais material sobre como

fazemos isso abaixo) os efeitos das variações do nível de renda disponível sobre o nível de

consumo, obteremos uma propensão marginal a consumir próxima de 1 e, por conseguinte,

um multiplicador muito elevado.

Usamos os dados acima para calcular:

Dicas de Aprendizagem

Verifique por conta própria. Qual é o multiplicador quando c1 = 0,8; c1 = 0,9; c1 = 0,95;

c1 = 0,99?

Para evitar este problema, podemos medir os efeitos sobre o consumo das variações na

renda disponível acima ou abaixo do normal. Para tanto:

Obtenha a variação média trimestral do consumo ( C). Como C tem, em geral,

se elevado ao longo do tempo, C > 0;

Obtenha a variação média trimestral da renda disponível ( YD). Como Y tem,

em geral, se elevado ao longo do tempo, YD > 0;

Obtenha a variação efetiva em C para cada trimestre ( Ct); e

Obtenha a variação efetiva em YD para cada trimestre ( YDt).

34

(1) ( Ct - C). Essa expressão representa a variação em C enquanto desvio de sua média:

pode ser positiva, negativa ou igual a zero; e

____

(2) ( Y Dt - Y D). Essa expressão representa a variação em YD enquanto desvio de sua

média: pode ser positiva, negativa ou igual a zero.

___ ____

A Figura 4-3, adiante apresentada, ilustra a relação positiva entre ( Ct - C)e ( YDt - YD).

Quando a renda disponível se eleva acima do normal, o consumo também se eleva acima do

normal.

2. COMO OBTER UMA ESTIMATIVA DA PROPENSÃO MARGINAL A

CONSUMIR?

Recorremos à econometria para obter uma linha que melhor se ajuste aos pontos

correspondentes aos dados na Figura 4-3. A ―melhor‖ linha (indicada na Figura 4.4) é

escolhida de modo a minimizar a soma do quadrado da distância dos pontos à linha de

ajustamento. Este método é denominado de mínimos quadrados ordinários.

A equação estimada é denominada regressão.

A linha é denominada linha de regressão.

Dicas de Aprendizagem

Suponha que você tenha diante de si a seguinte equação:

___ ___

( Ct - C) = 0,34 ( YDt - YD) + resíduo

Como interpretá-la?

A estimativa 0,34 indica que um aumento na renda disponível de $ 1 bilhão acima do

normal levaria a um aumento no consumo de $ 0,34 bilhão acima do normal. 0,34

representa também a inclinação da linha de regressão e, por conseguinte, constitui-se no

valor estimado da propensão marginal a consumir (c1 = 0,34). ___

___

Conforme vimos na Figura 2, a relação entre ( Ct - C) e ( YDt - YD) não é perfeita

(isto é, nem todos os pontos se situam na linha de regressão). Uma variação no consumo

pode ser decomposta em duas partes: uma causada por variações na renda disponível e a

outra por outros fatores. O resíduo representa justamente este outro componente.

Se as variações no consumo forem causadas por variações na renda disponível, tanto

melhor será o ajustamento da linha de regressão e, por conseguinte, menor o resíduo.

35

3. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ECONOMÉTRICOS

Suponha que lhe dêem as seguintes informações:

___ ___ ___

( Ct - C) = 0,42 ( YDt - YD) R2 = 0,20

(5,46)

Período da amostra: 1º trim/1960 a 4º trim/1995

Observações utilizáveis: 144

Graus de liberdade: 143

Como interpretar essas informações? O problema de revisão # 10 o ajudará na compreensão

desta matéria.

* Variável dependente: é a variável que estamos tentando explicar (neste caso é:

___

( Ct - C) ).

* Variáveis independentes: são as variáveis usadas para explicar a variável dependente

(neste caso é ( YDt - YD)).

* Coeficiente: É o coeficiente estimado, 0,42 (neste caso, a propensão marginal a consumir

estimada). Um aumento de $ 1 bilhão na renda disponível (acima de sua média) no período

t gerará um aumento de $ 0,42 bilhão no consumo (acima de sua média) no período t. A

propensão marginal a consumir é 0,42.

* Estatística-t: Para cada coeficiente estimado, obtém-se uma estatística-t. A estatística-t nos

diz qual o grau de confiança que podemos ter de que o verdadeiro valor do coeficiente

estimado difere de zero. A estatística-t para a equação acima é o número entre parênteses que

fica abaixo do coeficiente estimado (ou seja, 5,46).

Se a estatística-t for maior do que 2, podemos ter 95% de certeza de que o coeficiente

estimado é diferente de zero.

Se a estatística-t for maior do que 5,2 , podemos ter 99,99% de certeza de que o

coeficiente estimado é diferente de zero.

__ __

* R2 : É uma medida de quanto a linha de regressão se ajusta aos dados. R

2 varia entre 0 e

1. Quanto mais alto for o seu valor, melhor a linha se ajusta aos dados.

* Observações utilizáveis: O número de observações dos dados em um período amostral

(neste caso, todos os trimestres, desde o 1º de 1960 até o 4º de 1995, o que dá 144).

* Graus de liberdade: È o total de observações utilizáveis menos o número de coeficientes

estimados (neste caso, 143).

36

4. CORRELAÇÃO E CAUSALIDADE

A plotagem dos dados nas Figuras 4-3 e 4-4 e a propensão marginal a consumir estimada

indicam que o consumo e a renda disponível se movem na mesma direção (isto é, são

positivamente correlacionadas). Nossa interpretação desses resultados sugere que são as

variações de YD que causam as variações em C. Há, no entanto, duas possíveis explicações

para tal resultado.

À medida que YD aumenta, as pessoas aumentam o consumo; então, variações de YD

provocam variações no consumo.

Se os indivíduos decidem aumentar o consumo como conseqüência de, por exemplo,

um aumento da confiança dos consumidores, a demanda, a produção e, portanto, a

renda disponível aumentarão. Neste caso, variações em YD não causam variações no

consumo. Na verdade, é a variação no consumo que causa a variação em YD.

O coeficiente estimado e, portanto, o valor estimado da propensão marginal a consumir

poderia ―captar‖ (isto é, incluir) alguns dos efeitos de C sobre YD. Para contornar este

problema, os economistas usam a estimativa da variável instrumental. Como isso é feito?

Em primeiro lugar, encontre variáveis exógenas, variáveis que afetem a produção (e,

por conseguinte, YD) , mas que não são afetadas por variações na produção.

Em seguida, examine as variações no consumo em resposta a variações de YD que

sejam causadas por variáveis exógenas. Ignore as variações de YD que sejam causadas

por variações no consumo.

Essas estimativas refletirão o efeito de variações de YD sobre o consumo e não o

inverso.

Dicas de Aprendizagem

As variáveis exógenas usadas na estimativa da variável instrumental são

chamadas de instrumentos.

A estimativa da variável instrumental produzirá, em geral, estimativas mais

baixas quando comparadas às estimativas obtidas pelo método dos mínimos

quadrados ordinários. Por quê? Porque esta abordagem elimina o efeito do

consumo sobre YD. Daí ser menor o valor estimado da propensão marginal a

consumir. O mesmo se passa com o tamanho do multiplicador.

A interpretação dos resultados de uma equação estimada pela utilização dos

métodos da variável instrumental é a mesma que antes.

37

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 3

O MERCADO DE BENS

TESTE O SEU CONHECIMENTO (As respostas devem ser procuradas nas páginas do Apêndice 3, mais adiante)

1. Qual o maior componente do PIB?

2. Explique a diferença entre variáveis exógenas, endógenas e autônomas.

3. Qual é a diferença entre o investimento fixo e o investimento em estoques?

4. O investimento em estoques pode assumir valores negativos (positivos)? Explique sua

resposta.

5. Explique o que é a propensão marginal a consumir.

6. Qual é o efeito, se é que algum, que terá um aumento da confiança dos consumidores sobre:

(1) a função consumo; e (2) a linha de demanda ZZ?

7. Quais variáveis determinam a interseção vertical e a inclinação da linha ZZ?

8. Por que a linha de demanda (ZZ) tem inclinação para cima?

9. Explique o que se deve entender pelo multiplicador.

PROBLEMAS DE REVISÃO

1. A tabela baixo inclui informações sobre o PIB Real (medido em bilhões de dólares de

1987) para os Estados Unidos nos anos de 1993 e 1994.

1993 1994

Consumo (C ) 3459 3579

Investimento (I) 805 903

Não residencial 592 672

Residencial 213 231

Despesas do Governo (G) 930 923

Exportações (X) 603 655

Importações (M) 676 769

Investimento em Estoques (IS) 15 52

a. Calcule o nível do PIB para 1993 e 1994. Calcule, a seguir, a taxa de crescimento do PIB

entre 1993 e 1994. Com base em seus cálculos, explique brevemente o que ocorreu com a

atividade econômica entre 1993 e 1994.

b. Calcule a taxa de crescimento ou de queda para cada um dos componentes do PIB entre

1993 e 1994. Qual dos componentes do PIB apresentou o maior crescimento e qual

apresentou o menor durante esses dois períodos? Calcule a parcela de cada componente do

PIB entre 1993 e 1994. Algum dos componentes do PIB experimentou variações em seu

tamanho relativamente à produção total? Comente sucintamente.

c. Com base nos dados dessas duas tabelas, indique o que teria acontecido ao tamanho do

déficit comercial dos Estados Unidos nesses dois anos. Se houve variação no déficit, esta

teria ocorrido basicamente por variação nas exportações ou nas importações? Explique.

38

2. A definição do PIB inclui (ou, de forma equivalente, leva em conta) o valor das alterações

nos estoques (isto é, investimentos em estoques). Suponha que tenhamos desenvolvido uma

medida alternativa do PIB que ignore o investimento em estoques. Descreva e explique,

primeiramente, uma situação em que a exclusão do investimento em estoques levaria o valor

desta alternativa de medida (a propósito, incorreta) do PIB a ser maior do que o valor do

produto obtido ao se recorrer à medição usual do PIB. Em seguida, descreva e explique uma

situação em que a exclusão do investimento em estoques levaria o valor desta alternativa de

medida do PIB a ser menor do que o valor do produto obtido ao se utilizar a medição usual do

PIB. Finalmente, considerando sua análise, discuta brevemente por que é importante incluir

os investimentos em estoques ao se medir o valor corrente do produto.

3. A definição do PIB inclui (ou, de forma equivalente, leva em conta) o valor das

exportações líquidas (X – M). Suponha que tenhamos desenvolvido uma medida alternativa

do PIB que ignore as exportações líquidas. Descreva e explique, primeiramente, uma situação

em que a exclusão das exportações líquidas levaria o valor desta alternativa de medida (a

propósito, incorreta) do PIB a ser maior do que o valor do produto obtido ao se recorrer à

medição usual do PIB. Em seguida, descreva e explique uma situação em que a exclusão das

exportações líquidas levaria o valor desta alternativa de medida do PIB a ser menor do que o

valor do produto obtido ao se utilizar a medição usual do PIB. Finalmente, considerando sua

análise, discuta brevemente por que é importante incluir as exportações liquidas ao se medir o

valor corrente do produto.

4. Suponha que o consumo nos Estados Unidos da América seja representado pela seguinte

equação:

C = 200 + 0,5 YD, onde YD = Y – T e T = 200.

a. Qual o nível de consumo nesta economia, se YD = 0? Explique sucintamente como os

indivíduos conseguem pagar por este consumo quando YD = 0.

b. Dados os parâmetros acima, calcule o nível de consumo se Y = 1200. Suponha que Y

aumente para 1300. O que acontece com o nível de YD quando Y se eleva para 1300 (ou seja,

pede-se que você calcule a variação que ocorre em YD)? o que acontece com o nível de

consumo quando Y aumenta para 1300? Com base nesta análise, qual é a propensão marginal

a consumir desta economia?

c. Escreva a função poupança para esta economia. Qual é o nível de poupança (S) quando YD

= 0? Explique como e por que isto ocorre. Qual é a propensão marginal a poupar desta

economia? Como você sabe disso?

5. Suponha que os dados seguintes reproduzam as condições econômicas correntes e o

comportamento em determinada economia:

C = 400 + 0,75 YD onde YD = T – T, T= 400 e Y = 2000.

a. Primeiramente, trace graficamente a função consumo acima no espaço C - YD (com C no

eixo vertical e YD no eixo horizontal). O que representa a interseção vertical? Explique.

Qual é a inclinação da função consumo? Explique. Sendo Y =2000, qual é o nível de

consumo desta economia?

39

b. Supondo que Y não se altera, ilustre graficamente (na figura acima) e explique os efeitos de

uma redução para 0,5 na propensão marginal a consumir. Calcule o que acontece como nível

de consumo.

6. Suponha que a economia dos Estados Unidos possa ser representada pelas seguintes

equações:

Z = C + I + G C = 400 + 0,5 YD T = 400 I = 200

YD = Y – T G = 600

a. Qual é a propensão marginal a consumir nesta economia? Qual a propensão marginal a

poupar?

b. Escreva a equação que indica como a demanda (Z) é uma função da renda (Y) e das

despesas autônomas restantes. Qual será o nível de demanda se Y = 0? O que este nível de

demanda representa? Além disso, dada a sua equação, o que acontecerá com o nível de

demanda (z) se Y aumentar de $1? O que este número representa?

c. Com base em sua resposta no item (b), calcule o nível de demanda (Z) para os seguintes

níveis de renda: Y = 1600, Y = 1800, Y = 2000, Y = 2200 e Y = 2400. Agora, compare o

nível de demanda que você calculou para cada nível de renda com o nível de renda

correspondente. A economia está em equilíbrio em algum desses níveis de renda? Explique.

d. Utilize seus cálculos no item (c) para responder a esta questão. Fazendo Y = 1600,

compare os níveis de renda e de demanda. Como as empresas irão responder a esta situação?

Explique em poucas palavras. Fazendo Y = 2400, compare os níveis de renda e de demanda.

Como as empresas vão responder a esta situação? Explique em poucas palavras.

7. Suponha que a economia dos Estados Unidos possa ser representada pelas seguintes

equações:

C

YD

40

Z = C + I + G C = 300 + 0,5 YD T = 400 I = 200

YD = Y – T G = 1000

a. Dadas as variáveis acima, calcule o nível de equilíbrio da produção. Dica: especifique, em

primeiro lugar (utilizando os números acima), a equação de demanda (Z) para esta economia.

Em seguida, usando a condição de equilíbrio, iguale essa expressão a Y. Tendo feito isso,

ache o nível de equilíbrio da produção. Utilizando o gráfico ZZ – Y (isto é, um gráfico que

inclua a linha ZZ e a linha de 45 graus, estando Z no eixo vertical e Y no eixo horizontal),

ilustre o nível de equilíbrio da produção para esta economia.

b. Suponha, agora que aumenta a confiança dos consumidores, levando a um aumento no

consumo autônomo (c0) de 300 para 400. Qual é o novo nível da produção de equilíbrio? De

quanto varia a renda como conseqüência deste evento? Qual é o multiplicador para essa

economia?

c. Ilustre graficamente (na figura acima) os efeitos desta variação no consumo autônomo

sobre a linha da demanda (ZZ) e sobre Y. Indique claramente em seu gráfico os níveis inicial

e final de equilíbrio da produção.

d. Explique, em poucas palavras, por que este aumento na produção é maior do que o

aumento inicial no consumo autônomo.

8. Repita a análise feita para a pergunta 7, itens (a) – (c). Dessa vez, no entanto, suponha que

a propensão marginal a consumir é 0,8.

a. Ver # 7, item (a).

b. Ver # 7, item (b).

c. O que ocorreu à inclinação da linha ZZ como resultado do aumento na propensão marginal

a consumir? Explique.

d. O que ocorreu às variações na produção e, por conseguinte, ao tamanho do multiplicador

como resultado do aumento em c1? Explique.

Z

Y

41

e. Ilustre graficamente, utilizando o gráfico ZZ – Y,os efeitos de um aumento em c1 sobre a

produção de equilíbrio.

9. Utilize o gráfico ZZ – Y abaixo para responder às seguintes questões:

a. O que a distância AO representa? Discuta e explique sucintamente quais eventos poderiam

ocorrer neste modelo que fariam a distância AO diminuir.

b. Explique, em poucas palavras o que representam as seguintes distâncias: OY1, Y1E, Y1F.

Esta economia se encontra em equilíbrio quando a produção é igual a Y1? Explique.

c. Explique, em poucas palavras o que representam as seguintes distâncias: OY2, Y2B, Y2C.

Esta economia se encontra em equilíbrio quando a produção é igual a Y2? Explique.

d. Considerando sua análise nos itens (b) e (c), qual é o nível da produção de equilíbrio? O

que é preciso ocorrer com esta economia para encontrar-se em equilíbrio? Ilustre esta

condição no gráfico abaixo.

Z

Y

E

F

ZZ

Y1

A

O

B

Y2

C

Z

Y

42

10. a. Calcule o multiplicador para cada um dos seguintes valores da propensão marginal a

consumir: c1 = 0,4; c1 = 0,5; c1 = 0,6; c1 = 0,8; c1 = 0,9. Explique sucintamente o que

acontece ao multiplicador quando aumenta a propensão marginal a consumir.

b. Explique o que acontece, se é que acontece, à linha de demanda (ZZ) quando a propensão

marginal a consumir assume os seguintes valores: c1 = 0,4; c1 = 0,5; c1 = 0,6; c1 = 0,8; c1 =

0,9. Explique sucintamente o que acontece à produção de equilíbrio quando aumenta a

propensão marginal a consumir.

c. Suponha que os responsáveis pela política econômica tenham a intenção de aumentar a

produção de equilíbrio de 1000. Para cada um dos valores a seguir, assumidos pela propensão

marginal a consumir, calcule a variação necessária no dispêndio do governo para que se

obtenha o aumento desejado na produção de equilíbrio: c1 = 0,4; c1 = 0,5; c1 = 0,6; c1 = 0,8; c1

= 0,9.

11. Suponha que haja duas economias diferentes, ambas representadas pelo modelo indicado

no Capítulo 3. Suponha também que o nível de equilíbrio da produção seja o mesmo em

ambos os países. Por simplicidade, podemos ilustrar o equilíbrio para ambas as economias

em um mesmo gráfico. A linha de demanda para a economia A (B) é representada por ZZA

(ZZB). Esta situação é apresenta no gráfico que se segue.

a. Em primeiro lugar, discuta brevemente as diferentes características das linhas de demanda

para essas duas economias.

b. Suponha, agora, que os responsáveis pela política em ambos os países decidam aumentar as

despesas do governo pelo mesmo montante (por exemplo, G aumentará de, digamos, $ 100

bilhões). Primeiramente, explique, em poucas palavras, o que sucederá ao nível de despesas

autônomas em cada uma das economias. Em seguida, indique graficamente (na figura acima)

o que acontecerá com as linhas de demanda como resultado deste aumento idêntico em G.

c. Serão os efeitos deste aumento de $ 100 bilhões das despesas do governo sobre a produção

de equilíbrio os mesmos nas duas economias? Explique.

Z

ZZA

ZZB

Y0 Y

43

12. Suponha que a economia dos Estados Unidos possa ser representada pelas seguintes

equações:

Z = C + I + G C = 300 + 0,9 YD T = 1000 I = 200

YD = Y – T G = 2000

a. Calcule o nível de equilíbrio da produção.

b. Após ter calculado a renda de equilíbrio, calcule o nível de consumo para esse nível da

produção. Dica: se você conhece o montante dos impostos e da renda, você consegue chegar

facilmente ao nível da renda disponível de modo a calcular o consumo.

c. Escreva a função poupança para esta economia. A seguir, calcule o nível de poupança que

se verifica no nível de equilíbrio da produção.

d. Suponha, agora, que as famílias decidam aumentar sua poupança autônoma de 100.

Equivalentemente, as famílias terão decidido cortar o seu consumo autônomo em 100.

Calcule o novo nível de equilíbrio da produção que se verifica como resultado do decréscimo

do consumo autônomo em 100. Este aumento desejado na poupança teve um efeito positivo

ou negativo sobre a atividade econômica? Explique.

e. Com base em sua análise no item (d), calcule o nível de poupança que se verifica neste

novo nível de equilíbrio da produção. Compare este nível de poupança com o nível de

poupança obtido no item (c). O que aconteceu ao nível de poupança nesta economia como

conseqüência do desejo aumentado de poupar? Explique.

13. Para cada um dos seguintes eventos, explique o efeito que o evento produz sobre: (1) as

despesas autônomas; (2) a produção de equilíbrio; (3) a inclinação de ZZ; e (4) o

multiplicador.

a. redução na confiança nos rumos da economia, resultando em redução no investimento não

residencial

b. aumento na confiança dos consumidores, resultando em aumento no investimento

residencial

c. aprovação, pelo Congresso, de um orçamento que obriga a uma redução no dispêndio

governamental

d. aumento na propensão marginal a consumir

e. aumento na propensão marginal a poupar

QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA

1. Uma redução nas despesas de governo (G) poderá ocorrer caso:

a. o dispêndio governamental ao nível estadual diminuir

b. o dispêndio governamental ao nível local diminuir

c. o dispêndio governamental ao nível federal diminuir

d. todas as possibilidades acima

44

2. Suponha que a economia dos Estados Unidos da América seja uma economia aberta. Com

esta informação, podemos esperar que:

a. as exportações (X) excedam as importações (M)

b. X < M

c. X = M = 0

d. as famílias norte-americanas (além do seu governo e dos setores empresariais do país)

comercializem bens e serviços com indivíduos/empresas de outros países

3. Acabamos de estudar, neste capítulo, a diferença entre variáveis endógenas e exógenas. Há

uma ou mais variáveis endógenas em nosso modelo de mercado de bens? Assinale a resposta

correta.

a. consumo e poupança

b. despesas do governo e consumo

c. investimento e poupança

d. impostos

e. todas as variáveis acima

f. nenhuma delas

4. Há uma ou mais variáveis exógenas em nosso modelo de mercado de bens? Assinale a

resposta correta.

a. poupança e investimento

b. despesas do governo e impostos

c. renda disponível e impostos

d. demanda por bens (Z)

e. todas as variáveis acima

f. nenhuma delas

5. Qual ou quais das seguintes variáveis é ou são variáveis endógenas em nosso modelo de

mercado de bens?

a. consumo autônomo e propensão marginal a consumir

b. dispêndios governamentais

c. impostos

d. consumo

Responda às questões que se seguem (isto é, de # 6 a # 9), usando a informação contida na

seguinte equação de comportamento:

C = 200 + 0,75 YD

6. Para esta economia, um aumento de uma vez só, mas permanente, na renda disponível

(YD) de 200 levará o consumo a aumentar de:

a. 150 b. 200 c. menos de 150 d. mais de 200

45

7. Se YD = 0, sabemos que:

a. a poupança é igual a 0 b. a poupança é igual a 200 c. a poupança é igual a -200

d. tanto a poupança como o consumo são ambos iguais a 0

8. A função poupança para a economia acima descrita seria:

a. S = 200 + 0,25 YD

b. S = 0,75 YD

c. S = 200 + 0,75 YD

d. S = - 200 + 0,25 YD

9. O multiplicador para esta economia é igual a:

a. 0,75 b. 0,25 c. 4 d. 1,33 e. 1

10. Quando a economia está em equilíbrio, sabemos com certeza que:

a. a poupança privada é igual ao investimento

b. a poupança pública é igual ao investimento

c. o orçamento federal está equilibrado (isto é, G = T)

d. a renda é igual à demanda

e. o consumo é igual à poupança privada

11. Um aumento na propensão marginal a poupar tende a gerar:

a. um aumento no multiplicador e fazer uma dada variação nas despesas de governo ter um

impacto menor na produção de equilíbrio

b. um aumento no multiplicador e fazer uma dada variação nas despesas de governo ter um

impacto maior na produção de equilíbrio

c. uma redução no multiplicador e fazer uma dada variação nas despesas de governo ter um

impacto menor na produção de equilíbrio

d. um a redução no multiplicador e fazer uma dada variação nas despesas de governo ter um

impacto maior na produção de equilíbrio

46

12. Um aumento na propensão marginal a consumir tende a gerar:

a. um aumento no multiplicador e fazer uma dada variação nas despesas de governo ter um

impacto menor na produção de equilíbrio

b. um aumento no multiplicador e fazer uma dada variação nas despesas de governo ter um

impacto maior na produção de equilíbrio

c. uma redução no multiplicador e fazer uma dada variação nas despesas de governo ter um

impacto menor na produção de equilíbrio

d. uma redução no multiplicador e fazer uma dada variação nas despesas de governo ter um

impacto maior na produção de equilíbrio

Responda às cinco questões seguintes (isto é, de # 13 a # 17), utilizando-se da seguinte

informação. Suponha que a economia dos Estados Unidos seja representada pelas seguintes

equações:

Z = C + I + G C = 300 + 0,5 YD T = 1600 I = 200

YD = Y – T G = 2000

13. As variáveis endógenas nesta economia são:

a. as despesas do governo (G) b. os impostos (T) c. o investimento fixo (I)

d. o consumo e a poupança (C e S)

14. Dadas as variáveis acima, o nível de equilíbrio da produção para esta economia é:

a. 900 b. 1800 c. 1700 d. 2500 e. 3400

15. O multiplicador para a economia acima é:

a. 0,5 b. 1 c. 2 d. 4

16. Suponha que os responsáveis pela política fiscal implementem uma política que leve o

dispêndio governamental a aumentar de 200 (ou seja, o novo nível de despesas do governo

será 2200). Com base em nosso entendimento de como funciona a economia acima, podemos

esperar que a produção de equilíbrio venha a:

a. aumentar em 200 b. aumentar em menos do que 200 c. aumentar em 400

d. aumentar em 100

47

17. Além de usar a renda disponível para o consumo, as famílias também utilizarão uma

parcela da renda disponível para poupança. A função poupança para a economia acima que

sintetiza o comportamento das famílias é dada por:

a. S = 300 + 0,5 YD

b. S = - 300 - 0,5 YD

c. S = - 300 + 0,5 YD

d. S = 300 + 0,5 Y

e. S = - 300 + 0,5 Y

18. Suponha que as famílias experimentem uma redução em seu nível de confiança. Suponha,

em seguida, que esta redução na confiança redunde em uma redução do consumo autônomo

(c0). Essa redução em c0 causará:

a. nenhuma variação na produção e nem no nível final de consumo

b. uma redução na produção e uma redução no nível de poupança

c. nenhuma variação na produção caso o nível de poupança não se alterar

d. nenhuma redução no nível de poupança

19. Um aumento na propensão marginal a consumir gerará:

a. um aumento na produção e um aumento do multiplicador

b. uma redução na produção e uma redução do multiplicador

c. um aumento na produção e uma redução do multiplicador

d. uma redução na produção e um aumento na propensão marginal a poupar

20. Um aumento no investimento fixo (I) gerará:

a. uma redução na produção e uma redução do multiplicador

b. um aumento na produção e um aumento do multiplicador

c. um aumento na produção e nenhuma variação do multiplicador

d. nenhuma variação do multiplicador e, por conseguinte, nenhuma variação na produção

48

EXERCÍCIOS DO APÊNDICE 3

UMA INTRODUÇÃO À ECONOMETRIA

TESTE O SEU CONHECIMENTO

__ 1. Suponha que lhe apresentem dados para a seguinte variável: ( Ct - C). O que esses dados

medem?

2. O que é a linha de regressão e como é obtida?

3. Qual é a diferença entre uma variável independente e uma variável dependente?

4. Como podem as variações no consumo afetarem e causarem variações na renda disponível?

PROBLEMAS DE REVISÃO

1. Suponha que lhe dêem as seguintes informações:

___ ___ ___

( Ct - C) = 0,49 ( YDt - YD) R2 = 0,24

(3,34)

Período da amostra: 1º trim/1960 a 4º trim/1997

Pergunta-se:

a. Quantas observações utilizáveis existem para esse estudo?

b. Quantos graus de liberdade existem para esse estudo?

c. Como interpretar o número 0,49?

d. Qual o grau de confiança que podemos ter de que o verdadeiro coeficiente é diferente de

zero? Por quê?

__

e. O que significa o tamanho de R2 ?

___

f. O valor acima de R2 sugere um ajustamento bom ou ruim? Explique em poucas palavras.

___

g. Se você tivesse que colocar no gráfico a linha de regressão acima, com ( Ct - C) no

____

eixo vertical e ( YDt - YD) no eixo horizontal, o que significa o coeficiente?

2. Suponha que tenhamos estimado a equação de consumo para os Estados Unidos e para o

Canadá e obtido os seguintes resultados:

___ ___

Resultados para os Estados Unidos: ( Ct - C) = 0,60 ( YDt - YD) R2 = 0,20

___ (3,34) ___

Resultados para o Canadá: ( Ct - C) = 0,50 ( YDt - YD) R2 = 0,24

(3,98)

49

a. Qual é a propensão marginal a consumir e o multiplicador nos Estados Unidos?

b. Qual é a propensão marginal a consumir e o multiplicador no Canadá?

c. Quais são as variáveis independentes nessas duas equações?

d. Quais são as variáveis dependentes nessas duas equações?

e. Qual dessas duas equações representa o ―melhor‖ ajustamento? Explique.

QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA

__ 1. Um R

2 com valor entre 2 e 5,2:

a. não pode ocorrer

b. sugere que a linha de regressão representa um bom ajustamento aos dados

c. indica que nosso grau de confiança é de pelo menos 95% de que o verdadeiro coeficiente

seja diferente de zero

d. sugere que seja utilizado o método da variável instrumental

2. A linha de regressão obtida usando-se o método dos mínimos quadrados ordinários é

escolhida de modo a:

a. maximizar o tamanho do coeficiente estimado

b. minimizar a soma dos quadrados das distâncias dos pontos à linha de regressão

c. maximizar o tamanho do multiplicador

e. minimizar o tamanho do multiplicador

3. Uma estatística-t próxima a zero indica que:

a. a linha de regressão se ajusta bem aos dados

b. a regressão não se ajusta bem aos dados

c. o resíduo é pequeno

d. não podemos ter um grau de confiança de 95% de que o verdadeiro coeficiente seja

diferente de zero

4. O método da variável instrumental é utilizado quando:

a. acredita-se que as variações na variável dependente possam estar influenciando variações

na variável independente

b. acredita-se que as variações na variável independente possam estar influenciando variações

na variável dependente

___

c. o R2 é baixo

d. nenhuma das proposições acima

50

Capítulo 4

OS MERCADOS FINANCEIROS OBJETIVOS, REVISÃO E MATERIAL DE INSTRUÇÃO

Depois de passar por este capítulo e pelo material seguinte, espera-se que você esteja em

condições de:

(1) Saber distinguir entre moeda e títulos.

(2) Reconhecer a diferença entre poupança, aplicações, riqueza, renda e investimento.

(3) Compreender a diferença entre variáveis de fluxo e de estoques.

(4) Explicar os determinantes da demanda por moeda.

(5) Explicar o que significa, no caso, a velocidade e explicar como as variações da taxa de

juros influenciam a velocidade.

(6) Explicar os determinantes da taxa de juros e familiarizar-se com a relação LM.

(7) Discutir o balanço dos bancos e avaliar o balanço do Banco Central.

(8) Entender os componentes e determinantes da oferta de moeda.

(9) Explicar os efeitos dinâmicos das operações de mercado aberto sobre a oferta de moeda.

(10) Compreender os determinantes da taxa de juros com base no funcionamento do mercado

de moeda do Banco Central.

1. DISTINÇÃO ENTRE MOEDA E TÍTULOS

Neste capítulo, supomos que haja somente dois ativos financeiros: moeda e títulos.

(1) Moeda

A moeda é um ativo financeiro que pode ser utilizado nas transações e sobre o qual não

incidem juros. Há várias definições de moeda (isto é, M1, M2, etc). M1, como será aqui

considerado, consiste de:

(1) moeda corrente (MC) ou dinheiro: moedas e notas emitidas pelo Banco Central; e

(2) depósitos em conta corrente: depósitos bancários conversíveis em dinheiro a qualquer

momento por meio, por exemplo, de cheque.

Dicas de Aprendizagem

M1 inclui também os cheques de viagem (―travelers checks‖ ). Na discussão que

se segue, porém, os cheques de viagem serão ignorados, pois representam menos

de 1% do M1.

51

(2) Títulos

Os títulos são ativos financeiros que pagam uma taxa de juros (i), mas que não podem ser

usados para transações correntes. Deve-se ter cuidado para não confundir moeda e títulos

com as seguintes variáveis:

Poupança: a parte da renda disponível que não é consumida

Riqueza: o valor dos ativos financeiros menos o valor dos passivos financeiros

Renda: os recebimentos por trabalho, rendas de aluguel, juros e dividendos

Investimento: a aquisição de novas fábricas e equipamentos pelas empresas e a

compra de novas casas e apartamentos por proprietários particulares

(3) Variáveis de estoque versus variáveis de fluxo

Podemos usar as variáveis acima para fazer a distinção entre variáveis de estoque e de

fluxo.

Uma variável de fluxo é uma variável que deve ser expressa em unidade de

tempo. Exemplos: a renda anual; a poupança por trimestre; o déficit orçamentário

anual.

Uma variável de estoque pode ser medida em qualquer momento de tempo.

Riqueza e moeda são variáveis de estoque, pois podem ser mensuradas a qualquer

momento.

2. A ESCOLHA ENTRE MANTER MOEDA E TÍTULOS

Os indivíduos decidem como alocar sua riqueza entre moeda (dinheiro) e títulos. Dois casos

extremos podem ilustrar os fatores que afetam esta decisão.

Caso 1: Suponha que toda a sua riqueza seja mantida em títulos. Esta alocação de

portfólio:

(1) maximizará o rendimento de juros; mas também

(2) maximizará os custos (custos de transação), associados à conversão dos títulos em

dinheiro quando você precisar comprar qualquer coisa.

Caso2: Suponha que toda a sua riqueza seja mantida em moeda. Esta alocação:

Dicas de Aprendizagem

É fácil confundir as variáveis acima, pois, com freqüência, são utilizadas

alternativamente (e incorretamente!). Por exemplo, pense se há algo de errado nas

seguintes afirmativas. É caso de corrigi-las? Ou de melhor qualificá-las?

―Espero ganhar um monte de dinheiro depois que me formar.‖

―Ela tem um montão de investimentos na bolsa de valores.‖

52

(1) minimizará os custos (de fato, estes serão zero) associados à conversão de títulos em

dinheiro; mas também

(2) minimizará o rendimento de juros percebidos por sua riqueza (o rendimento de juros

será igual a zero).

Os indivíduos tenderão, portanto, a manter tanto moeda como títulos.

3. OS DETERMINANTES DA DEMANDA POR MOEDA (Md)

A demanda por moeda (Md) depende de:

(1) Do nível de transações: À medida que aumenta o nível das transações, os indivíduos

alocarão à moeda uma maior proporção do seu portfólio. Incluímos a renda nominal ($Y)

no lugar do nível de transações. Por quê? Ao contrário do nível de transações, $Y pode

ser mensurada. À medida que $Y aumenta, o nível de transações aumenta, levando Md a

crescer também.

(2) Da taxa de juros sobre os títulos (i): Quando i se eleva, os indivíduos ficam mais

dispostos a aceitar os custos adicionais de conversão de títulos em dinheiro para se

beneficiar de uma maior taxa de juros sobre títulos. Quando i se eleva Md diminui.

Md é, pois, função crescente de $Y e função decrescente de i.

Escreve-se Md como M

d = $YL(i). Como interpretar isso?

(1) Md é proporcional a $Y. Se sua renda nominal subir 5%, sua demanda por moeda

aumentará 5%.

(2) Aumentos na taxa de juros causam uma redução na demanda de moeda. Este efeito é

capturado pela função L(i).

Md é indicada graficamente na Figura 4-1. A respeito de M

d deve ficar claro o seguinte:

(1) Cada curva de demanda de moeda é desenhada para um determinado nível de $Y.

(2) A demanda por moeda tem inclinação para baixo porque, à medida que aumenta i, os

indivíduos aumentam seus ativos em títulos e reduzem seus ativos em dinheiro (a curva

NÃO se desloca); e

(3) Variações em $Y causarão variações na demanda por moeda e, por conseguinte,

deslocamentos da curva de demanda por moeda.

4. DEMANDA POR MOEDA, TAXA DE JUROS E VELOCIDADE

Duas características podem ser vistas nas Figuras 4-2 e 4-3.

(1) Os aumentos em i causam reduções em M/$Y, o que é consistente com o pressuposto

de que a demanda por moeda é uma função decrescente da taxa de juros.

(2) A razão M / $Y, após ter-se levado em conta a taxa de juros, tem decrescido ao longo

do tempo.

53

A velocidade da moeda é a razão $Y / M. A velocidade aumentará quando:

(1) a taxa de juros aumentar. Uma taxa de juros mais elevada provoca uma redução na

demanda por moeda e, para uma dada $Y, um aumento em $Y/M; e

(2) ocorrem inovações que permitem aos indivíduos diminuir o montante médio

mantido em dinheiro. Exemplos de tais inovações são: (1) o crescente uso de cartões de

crédito; e (2) a crescente disponibilidade e uso de caixas automáticos.

5. DETERMINAÇÃO DA TAXA DE JUROS: A ABORDAGEM DO MERCADO DE

MOEDA

(1) Introdução

Os mercados financeiros encontram-se em equilíbrio quando a oferta de moeda (M) é igual à

demanda por moeda: M = $YL(i). Esta condição de equilíbrio é chamada a relação LM. O

que significa essa relação LM? Para que ocorra o equilíbrio, a taxa de juros deve situar-se em

um nível que leve os indivíduos a manter um montante de moeda (Md) igualo ao estoque

existente de moeda (isto é, M = Md). A Figura 4-4 ilustra essa relação.

Certifique-se de que possa explicar por que a curva de oferta de moeda é vertical. Reposta:

As variações na taxa de juros não causam variações na oferta de moeda. As variações na

oferta de moeda é que causarão deslocamentos da curva de oferta de moeda.

(2) Variações de i

A taxa de juros será alterada quando $Y ou a oferta de moeda variarem.

Dicas de Aprendizagem

Cartões de crédito NÃO representam moeda. Os cartões de crédito permitem que se

ajuste o pagamento por bens e serviços para um determinado dia do mês. Os

indivíduos diminuem o montante médio mantido consigo em dinheiro e a velocidade

aumenta.

Dicas de Aprendizagem

Se M = Md, sabemos também que a oferta de títulos (B) é igual à demanda por títulos.

Por quê?

Suponha que sejam dados os estoques de moeda e de títulos.

Md + B

d = $Riqueza

Também sabemos que M + B = $Riqueza

Por conseguinte, Md + B

d = M + B

Então, se Md = M, B

d deve ser igual a B.

54

Variações da $Y

Um aumento da $Y causa um aumento de Md. À taxa de juros inicial, M

d excede a oferta de

moeda (Md > M). A taxa i deve aumentar para que se reduza o montante de moeda que os

indivíduos buscam manter. Isso ocorre no ponto i‘ na Figura 4-5. Quando i se torna mais

elevada, M torna a se igualar à demanda de moeda.

Variações da oferta de moeda

Um aumento da oferta de moeda causa um deslocamento para a direita da curva de oferta de

moeda. À taxa inicial de juros i, a oferta de moeda agora excede a demanda de moeda. A

taxa i deverá cair de modo a induzir os indivíduos a manterem mais moeda. Isso ocorre no

ponto i‘ na Figura 4-6. Quando i se torna mais baixa, M torna a se igualar à demanda de

moeda.

6. POLÍTICA MONETÁRIA, OPERAÇÕES DE MERCADO ABERTO E O

MERCADO DE TÍTULOS

(1) O mercado de títulos

No mercado de títulos:

Os indivíduos que vendem títulos (em troca de dinheiro, de moeda) querem

aumentar a proporção de moeda em seu portfólio;

Os indivíduos que compram títulos querem reduzir a proporção de moeda em seu

portfólio; e

No equilíbrio, a taxa de juros é tal que B = Bd (ou, conforme visto anteriormente,

M = Md).

(2) O Banco Central e o mercado de títulos

O Banco Central pode variar o estoque de moeda comprando ou vendendo títulos no mercado

de títulos (as chamadas operações de mercado aberto).

Aumento da oferta de moeda: O Banco Central compra títulos e paga pelos títulos

criando moeda. Isso tem dois efeitos no balanço do Banco Central: (1) O maior número de títulos agora detidos representa um aumento dos ativos do Banco

Central; e

(2) O aumento de moeda em circulação representa um aumento do passivo do Banco Central.

Dicas de Aprendizagem

Observação: O aumento em $Y causa um deslocamento da curva de demanda de moeda.

O aumento na taxa de juros causa um movimento ao longo da curva agora mais elevada

de demanda de moeda. Certifique-se de que tenha ficado clara a distinção entre um

deslocamento da curva em contraposição a um movimento ao longo da curva.

55

Redução da oferta de moeda: O Banco Central vende títulos e recebe moeda

(dinheiro) como pagamento por esses títulos. Isso tem dois efeitos no balanço do Banco

Central: (1) O menor número de títulos agora detidos representa uma redução dos ativos do Banco

Central; e

(2) A redução da moeda em circulação representa uma diminuição do passivo do Banco

Central.

(3) Política

Operações expansionistas de mercado aberto – Essa compra de títulos pelo Banco

Central aumentará a demanda por títulos, elevará o seu preço, reduzirá a taxa de juros e

aumentará a oferta de moeda.

Operações contracionistas de mercado aberto – Essa venda de títulos pelo Banco

Central aumentará a oferta de títulos, baixará o seu preço, elevará a taxa de juros e diminuirá

a oferta de moeda.

7. OS BANCOS E A OFERTA DE MOEDA

(1) Introdução

Os bancos são instituições financeiras. Eles recebem fundos oferecendo depósitos sacáveis

por meio de cheque (D) e utilizam estes fundos para comprar títulos, fazer empréstimos e

acumular reservas (R). Os depósitos constituem os passivos bancários. Os títulos,

empréstimos e reservas compõem os ativos dos bancos.

Na presença dos bancos, o Banco Central continua a controlar a moeda do Banco Central.

Esta, denominada base monetária, é dada por:

H = CU + R; onde

Dicas de Aprendizagem

Deve ficar clara e compreensível a relação que existe entre o preço de um título ($PB) e

a taxa de juros. Para um título de um ano que promete um pagamento fixo, nominal, de

$100 ao cabo de um ano, a taxa de juros se define como:

i = ($100 - $PB) / $PB

Essa definição indica que, quanto mais alto for $PB, menor será a taxa de juros. Quanto

mais baixo for $PB, maior será a taxa de juros. Faz sentido porque, por exemplo, se $PB

cair, o numerador ($100 - $PB) — o seu ganho, no caso — fica maior E o denominador,

$PB, torna-se menor. A taxa i, conseqüentemente, se eleva. Alternativamente, o retorno

por dólar alocado em títulos se eleva à medida que cai o preço do título.

56

H é a base monetária (moeda do Banco Central); anteriormente era denominada M

mas agora com a capacidade que os bancos comerciais têm de multiplicar a oferta de

moeda a moeda do Banco Central é denominada de moeda de alta potência (o H vem

do inglês ―High Potency‖)

CU (abreviatura do inglês ―currency‖), moeda corrente, compõe-se de papel-moeda e

moedas metálicas;

c é o parâmetro que representa a proporção da demanda por moeda que os indivíduos

desejam manter como CU;

conseqüentemente, CU = c Md

R são as reservas

é a razão de reserva (a parcela dos depósitos que os bancos pretendem manter como

reservas)

conseqüentemente, R = D.

(2) Caso 1: CU = 0

Quando CU = 0, H = R e M = D. O total de depósitos sacáveis por meio de cheque, é dado

por D = (1/ )R. Se = 0,2 e R = $ 100 milhões, a oferta de depósitos sacáveis será de $ 500

milhões. Por quê? Quando = 0,2, os bancos manterão $20 de reservas para cada $ 100

dólares de depósitos de curto prazo. Se R = $100 milhões, isso significa que os bancos

podem liberar $500 milhões de depósitos sacáveis.

Uma vez que M = D, sabemos que M = (1/ )R.

A oferta de moeda é igual ao multiplicador de moeda, (1/ ), vezes a base monetária, R.

(3) Caso 2: CU > 0

Na presença de CU, sabemos que:

(1) H = CUd + R

d (isto é, a oferta de moeda do Banco Central = a demanda por moeda do

Banco Central);

(2) H = cMd + (1 – c) M

d = [c + (1 – c)] M

d; e, portanto,

(3) H / [c + (1 – c)] = Md;

(4) Quando o mercado monetário está em equilíbrio, sabemos que

H / [c + (1 – c)] = Md = M.

Dicas de Aprendizagem

É possível que, em cursos análogos, você tenha vindo a se deparar com um parâmetro denominado

razão moeda-depósito. O parâmetro c neste texto NÃO é a razão moeda-depósito. A razão moeda-

depósito representa a parcela, em relação aos depósitos, que os indivíduos desejam manter como

moeda. Aqui, c representa a parcela de moeda (portanto, a soma da moeda corrente e dos depósitos

de curto prazo, sacáveis a qualquer momento) que os indivíduos desejam manter como moeda ou

dinheiro.

57

A expressão 1/ [c + (1 – c)] é o multiplicador de moeda. Suponha que c = 0,6 e = 0,2. O

multiplicador de moeda é 1,47. Uma variação de $1 em H causará uma variação de $ 1,47 na

oferta de moeda.

(4) Sumário de M

A oferta de moeda é uma função:

da base monetária (H);

da razão de reservas ( ); e

do parâmetro c.

Se qualquer um desses três parâmetros/variáveis sofrer alterações, a oferta de moeda irá

variar.

Por exemplo, se o Federal Reserve Bank (Fed) comprar $200 milhões de títulos, H aumenta

de $200 milhões. A variação final na oferta de moeda será igual ao multiplicador de moeda

vezes a variação de $200 milhões na base monetária. Os problemas de revisão # 14 e #15

tratam desta matéria.

8. DETERMINAÇÃO DAS TAXAS DE JUROS: O MERCADO PARA A MOEDA DO

BANCO CENTRAL

Pode-se usar o mercado monetário (isto é, a oferta e demanda de moeda) acima descrito para

a análise dos determinantes da taxa de juros. Pode-se também usar o mercado para a moeda

do Banco Central para se examinar a determinação da taxa de juros.

(1) Oferta de moeda do Banco Central (H)

O Fed (no caso dos Estados Unidos) tem o controle completo da oferta de moeda do Banco

Central (H). Para se variar H, o Fed ou vende ou compra títulos.

(2) Demanda por moeda do Banco Central

Há dois componentes na demanda por moeda do Banco Central: a demanda por papel-moeda

e moedas metálicas e a demanda por reservas.

Dicas de Aprendizagem

O balanço do Banco Central é essencialmente o mesmo em presença da moeda (notas de papel-

moeda e moedas metálicas). O Banco Central ainda controla o total da moeda do Banco Central.

A moeda do Banco Central pode agora ser mantida na forma de moeda e reservas.

O Banco Central pode aumentar o montante de moeda do Banco Central ao comprar

títulos.

O Banco Central pode reduzir o montante de moeda do Banco Central ao vender títulos.

58

Demanda por papel-moeda e moedas metálicas: CUd. Esta é dada por: CU

d = cM

d.

Demanda por reservas: Rd. Esta é dada por R

d = D = (1-c) M

d.

Demanda por moeda do Banco Central. Trata-se da soma dos dois componentes

acima, CUd + R

d.

(3) O mercado por moeda do Banco Central

A interação entre a oferta e a demanda por moeda do Banco Central pode ser também

utilizada para examinar os determinantes da taxa de juros. Ou seja, a taxa de juros será

ajustada de modo a igualar H a [CUd + R

d]. Isso é ilustrado graficamente a Figura 4-10.

(4) Determinação da taxa de juros

A taxa de juros sofrerá ajustes de modo a equilibrar este mercado de moeda do Banco Central.

Este modelo pode ser utilizado para examinar o que causaria uma variação na taxa de juros de

equilíbrio.

Operações de mercado aberto. A aquisição ou venda de bens pelo Fed ou qualquer

outro Banco Central gerará uma variação na oferta de moeda do Banco Central e, por

conseguinte, uma nova taxa de juros de equilíbrio.

Variações em $Y. Qualquer variação da renda gerará uma variação da demanda por

moeda, uma variação da demanda por papel-moeda e moedas metálicas e da demanda por

reservas e, portanto, uma variação da demanda por moeda do Banco Central. Por exemplo,

um aumento na demanda por moeda do Banco Central provocará um aumento na taxa de

juros.

Dicas de Aprendizagem

Há várias características do mercado de moeda do Banco Central que você deve

conhecer.

A quantidade de moeda do Banco Central, H (não M), se mede ao longo do eixo

horizontal.

O Fed controla a oferta de H recorrendo às operações de mercado aberto.

A demanda por moeda do Banco Central é uma função decrescente da taxa de

juros, pois, à medida que i se eleva, os indivíduos tenderão a manter menos moeda.

Quando Md diminui, tanto a demanda (dos indivíduos) por papel-moeda e moedas

metálicas como a demanda (dos bancos) por reservas se reduz.

A demanda por moeda do Banco Central é determinada para certo nível de

renda. Se a renda se modifica, a demanda por moeda e, conseqüentemente, a demanda

por papel-moeda e moedas metálicas e a demanda por reservas sofrerão variações.

59

Dicas de Aprendizagem

Você deve procurar se familiarizar com ambos os modelos de determinação da

taxa de juros: (1) o do mercado monetário; e (2) o do mercado de moeda do Banco

Central. Para efeito de prática, pode começar analisando, em ambos os modelos, os

efeitos de uma variação nos parâmetros c e .

Você pode também querer despender algum tempo revendo a discussão do

mercado de reservas. Alguns instrutores gostam de trabalhar esta interpretação do

material. Uma compreensão deste mercado de reservas lhe permitirá entender a

determinação da taxa dos fundos federais.

60

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 4 DO BLANCHARD

TESTE O SEU CONHECIMENTO

1. Compare as características da moeda e dos títulos.

2. Defina cada uma dessas categorias: riqueza e poupança

3. Explique a diferença entre uma variável de estoque e uma variável de fluxo

4. Qual o efeito que terá sobre a demanda por moeda um aumento na taxa de juros (i)/

Explique em poucas palavras.

5. Qual o efeito que terá sobre a demanda por moeda um aumento na renda nominal ($Y)?

Explique em poucas palavras.

6. Por que a curva de demanda por moeda tem inclinação para baixo?

7. Se o Fed ou outro Banco Central qualquer quiser aumentar a oferta de moeda, deverá

vender ou comprar títulos? Explique sucintamente.

8. Discuta o que se deve entender por ―velocidade‖.

9. O que representa a relação LM?

10. Qual o efeito que terá sobre a taxa de juros um aumento na oferta de moeda? Demonstre-o

graficamente.

11. Qual o efeito que terá sobre a taxa de juros um aumento na renda nominal? Demonstre-o

graficamente.

12. Qual o efeito que terá uma operação contracionista de mercado aberto sobre o preço dos

títulos, a taxa de juros e a oferta de moeda?

13. Defina a moeda do Banco Central (ou seja, a base monetária) e explique o que é o

multiplicador de moeda.

14. Quais são as três variáveis/parâmetros que, na presença de papel-moeda e moedas

metálicas, determinam a oferta de moeda?

15. O que é o mercado para a moeda do Banco Central?

16. O que é o mercado de fundos federais?

PROBLEMAS DE REVISÃO

1. O propósito dessa questão é certificar que você apreendeu as definições das diversas

variáveis discutidas neste capítulo.

a. É possível alguém ter renda zero e um grande montante de riqueza? Explique

sucintamente.

b. É possível alguém ter poupança zero e riqueza positiva? Explique sucintamente.

c. A riqueza para uma pessoa pode ser negativa? Explique.

2. O que se segue é uma lista de variáveis recém estudadas por você: riqueza, poupança,

investimento, estoques comerciais, oferta de moeda, capital e renda.

a. Quais das variáveis acima é uma variável de fluxo?

b. Quais das variáveis acima é uma variável de estoque?

61

3. Qual efeito uma redução da renda monetária terá sobre a demanda por moeda? Explique.

4. Explique sucintamente o que acontece à demanda e à oferta monetária como conseqüência

dos seguintes eventos:

a. um aumento de 10% em $Y

b. uma redução em i

c. uma operação expansionista de mercado aberto

5. Use os dados e o espaço abaixo para responder às seguintes questões.

Ano $Y M i $Riqueza Velocidade

1964 648,0 160,3 4,03 1997,2

1974 1458,6 274,3 7,82 4078,9

1984 3777,2 552,1 11,89 11409,6

1994 6736,9 1147,6 6,27 19493,4

$Y é o PIN Nominal medido em bilhões; M é M1 medido em bilhões; $Riqueza é a riqueza nominal

(para a cifra da $Riqueza do o ano de 1994, foi tomado o valor da $Riqueza de 1993); e i é a taxa de

juros em títulos da dívida pública de 3 anos do Tesouro dos Estados Unidos. Fonte: The Economic

Report of the President, 1995.

a. Calcule a velocidade para os quatro anos acima. Comente, em poucas palavras, o que teria

acontecido, se é que algo, à velocidade durante o período acima.

b. Suponha que as variações acima na taxa de juros representem a única variação nos

mercados financeiros. As variações da velocidade que você calculou são compatíveis com o

que você poderia esperar dados os nossos pressupostos sobre a demanda de moeda?

Explique.

c. Com base no modelo de demanda por moeda apresentado neste capítulo, qual efeito sobre a

velocidade tiveram as variações acima indicadas na $Riqueza? Explique sucintamente.

6. Utilize o gráfico abaixo para responder às questões que se seguem.

a. Dadas a demanda por moeda e a oferta de moeda, explique qual tipo de situação existe

quando a taxa de juros é igual a i”. Com esta taxa de juros, qual é o montante de moeda que

os indivíduos desejam manter? Com esta taxa de juros, quanto de moeda efetivamente existe?

b. Com base em sua análise do item (a), o que deve ocorrer à taxa de juros para que se

verifique o equilíbrio do mercado financeiro? O que acontece à demanda por moeda e à oferta

de moeda quando i varia?

c. Dadas a demanda por moeda e a oferta de moeda, explique qual tipo de situação existe

quando a taxa de juros é igual a i’. Com esta taxa de juros, qual é o montante de moeda que

os indivíduos desejam manter? Com esta taxa de juros, quanto de moeda efetivamente existe?

d. Com base em sua análise do item (c), o que deve ocorrer à taxa de juros para que se

verifique o equilíbrio do mercado financeiro? O que acontece à demanda por moeda e à oferta

de moeda quando i varia?

62

7. Utilize o gráfico abaixo para responder às questões que se seguem.

a. Qual a quantidade de moeda que os indivíduos mantêm à taxa inicial de juros (i)? Aponte

isso no gráfico.

b. Suponha que haja uma redução em $Y. Qual o efeito que isso terá sobre a demanda

monetária e a taxa de juros? Demonstre-o graficamente.

c. À taxa inicial de juros i, o que terá acontecido à demanda por moeda?

d. O que deve acontecer com a taxa de juros para que o equilíbrio seja restaurado?

MS

Md

M

i

MS

Md

M

i‘

i‖

63

e. Quando i varia, o que acontece à demanda por moeda?

f. Com esta nova taxa de juros, qual o montante de moeda que os indivíduos desejam manter?

Compare sua resposta aqui com sua resposta do item (a).

8. Utilize o espaço abaixo para responder à questão.

a. Qual a quantidade de moeda que os indivíduos mantêm à taxa inicial de juros (i)? Aponte

isso no gráfico.

b. Suponha que haja uma redução na oferta de moeda. Qual o efeito que isso terá sobre a

curva de oferta de moeda e a taxa de juros? Demonstre-o graficamente.

c. À taxa inicial de juros i, o que terá acontecido à efetiva quantidade de moeda?

d. O que deve acontecer com a taxa de juros para que o equilíbrio seja restaurado?

e. Quando i varia, o que acontece à demanda por moeda?

f. Com esta nova taxa de juros, qual o montante de moeda que os indivíduos desejam manter?

Compare sua resposta aqui com sua resposta do item (a).

9. Suponha que um título remunere $200 por ano. Calcule a taxa de juros deste título quando

o preço do título ($PB) é:

a. $150 b.$160 c.$180 d. $195 e. O que acontece à taxa de juros quando cai o

preço do título?

10. Suponha que um título remunere $200 por ano. Calcule o preço do título quando a taxa

de juros é:

a. 5% (0,05) b. 10% (0,10) c. 15% (0,15) d. O que acontece ao preço do título

quando aumenta a taxa de juros?

11. Para esta questão, suponha que toda a moeda esteja mantida na forma de papel-moeda e

moeda metálica. Suponha que a moeda do Banco Central totalize inicialmente $100 milhões.

Suponha gora que o Fed pretende uma operação expansionista do mercado aberto da ordem

de $ 10 milhões. Tomando em conta esta informação, explique qual o efeito que terá sobre:

a. o ativo total do Fed b. o passivo total do Fed c. o preço dos títulos

MS

Md

M

i

64

d. a taxa de juros e. a curva de demanda por moeda

f. a moeda do Banco Central g. a curva de oferta de moeda

12. Para esta questão, suponha que toda a moeda esteja mantida na forma de papel-moeda e

moeda metálica. Suponha, novamente, que a moeda do Banco Central totalize inicialmente

$100 milhões. Suponha gora que o Fed pretende uma operação contracionista do mercado

aberto da ordem de $ 20 milhões. Tomando em conta esta informação, explique qual o efeito

que terá sobre:

a. o ativo total do Fed b. o passivo total do Fed c. o preço dos títulos

d. a taxa de juros e. a curva de demanda por moeda

f. a moeda do Banco Central g. a curva de oferta de moeda

13. Para esta questão, suponha que os indivíduos não mantenham papel-moeda e moedas

metálicas e que a razão de reserva ( ) seja 0,2. Suponha também que a base monetária seja

igual a $500 milhões. Com estes dados em mãos, calcule:

a. o total de reservas b. o total de depósitos sacáveis

c. a oferta de moeda d.o multiplicador da moeda

14. Com base em sua análise da questão #13, calcule o que acontece às seguintes variáveis

quando o Fed compra $50 milhões em títulos:

a. a base monetária b. o total de reservas c. o total de depósitos sacáveis

d. a oferta de moeda

15. Com base em sua análise da questão #13 (e usando os números originais), calcule o que

acontece às seguintes variáveis quando o Fed vende $10 milhões em títulos:

a. a base monetária b. o total de reservas c. o total de depósitos sacáveis

d. a oferta de moeda

16. A expressão (1/ ) representa o multiplicador de moeda quando CU (a moeda corrente,

composta de papel-moeda e moedas metálicas) = 0

a. Calcule o multiplicador de moeda para os seguintes valores de : 0,1; 0,2; 0,3; 0,4 e

0,5

b. O que acontece ao tamanho do multiplicador de moeda quando aumenta?

c. Dê uma explicação curta e intuitiva dos efeitos de um aumento em sobre o multiplicador

da moeda.

17. Utilize os dados abaixo para responder às seguintes questões;

R = 50 CU = 250 D = 500

a. Calcule a razão de reserva

b. Calcule o valor do parâmetro c

c. Calcule o tamanho da base monetária

d. Calcule o tamanho da oferta de moeda

e. Calcule o multiplicador de moeda

65

f. No espaço abaixo, preencha com os dados dos balanços, respectivamente, dos bancos e do

Banco Central. Em particular, qual é o valor em dólares dos títulos mantidos pelos bancos?

E qual é o valor em dólares dos títulos mantidos pelo Banco Central?

18. Utilize seus cálculos da questão #17 para responder às seguintes perguntas.

a. Suponha que o Fed deseje aumentar a oferta monetária de $100 milhões. Que tipo de

operação de mercado aberto deve realizar? Qual é o montante em dólares em títulos que o

Ced deve comprar ou vender para que M aumente de $100 milhões?

b. Esse tipo de ação do Fed deve causar qual impacto sobre o preço dos títulos? Explique.

c. Suponha que o Fed deseje diminuir a oferta monetária de $40 milhões. Que tipo de

operação de mercado aberto deve realizar? Qual é o montante em dólares em títulos que o

Ced deve comprar ou vender para que M diminua em $40 milhões?

d. Esse tipo de ação do Fed deve causar qual impacto sobre o preço dos títulos? Explique.

19. a. Admita c = 0,2. Calcule o multiplicador de moeda para cada um dos seguintes valores

da razão de reserva ( ): 0,1; 0,2 e 0,5.

b. O que acontece ao multiplicador de moeda quando a razão de reserva aumenta?

c. Dê uma explicação intuitiva dos efeitos de um aumento da razão de reserva sobre o

multiplicador de moeda.

20. a. Admita = 0,1. Calcule o multiplicador de moeda para cada um dos valores de c: 0,1;

0,2 e 0,5.

b. O que acontece ao multiplicador de moeda quando aumenta o parâmetro c?

c. Dê uma explicação intuitiva dos efeitos de um aumento em c sobre o multiplicador de

moeda.

Balanço dos Bancos Balanço do Banco Central Ativo Passivo Ativo Passivo

66

21. Utilize o mercado de moeda do Banco Central para responder às seguintes questões.

Demonstre graficamente e explique em poucas palavras o impacto dos seguintes eventos

sobre a taxa de juros. Faça uma comparação sucinta se suas conclusões aqui diferem de

alguma maneira daquelas a que chegaria se utilizasse o mercado monetário para a análise

desses eventos.

a. uma venda de mercado aberto pelo Fed ou outro Banco Central qualquer

b. uma redução da renda

c. um aumento da razão de reserva

QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA

1. Qual das variáveis que se seguem NÃO é uma variável de estoque?

a. a oferta de moeda b. a $Riqueza c. o investimento d. a base monetária

2. Um aumento na renda nominal ($Y) gerará:

a. um aumento na demanda por moeda b. um aumento na moeda do Banco Central

c. um aumento da base monetária d. um aumento da oferta de moeda

3. O governo dos EUA atualmente garante cada conta bancária até qual nível? (Esta pergunta

é anterior à crise econômico-financeira de 2008.)

a. $ 25.000 b. $50.000 c. $75.000 d. $100.000

4. Uma elevação da taxa de juros (i) gerará:

a. um deslocamento para a direita da demanda por moeda

b. um deslocamento para a esquerda da demanda por moeda

c. um aumento na oferta de moeda

d. uma redução na demanda por moeda

5. Qual dos seguintes acontecimentos causará uma redução da taxa de juros?

a. uma venda de títulos pelo Banco Central

b. uma redução na oferta de moeda

c. uma redução em $Y

d. um aumento da demanda por moeda

6. Qual das variáveis seguintes constitui-se em ativo nos balanços dos bancos?

a. reservas b. depósitos sacáveis (de curto prazo) c. a base monetária

d. papel-moeda e moedas metálicas

7. Qual das variáveis seguintes constitui-se em passivo nos balanços dos bancos?

a. papel-moeda e moedas metálicas

b. depósitos sacáveis (de curto prazo)

c. títulos

d. reservas

67

8. Qual das variáveis seguintes constitui-se em passivo no balanço do Banco Central?

a. depósitos sacáveis (de curto prazo) b. títulos c. papel-moeda e moedas metálicas

d. empréstimos

9. Uma compra de títulos pelo Banco Central provocará qual dos eventos seguintes?

a. uma redução na base monetária

b. um aumento na base monetária

c. uma redução no preço dos títulos

d. um aumento no preço dos títulos

10. Uma operação expansionista de mercado aberto tenderá a gerar:

a. um aumento no preço dos títulos ($PB) e um aumento na taxa de juros (i)

b. um aumento em $PB e uma redução em i

c. uma redução em $PB e uma redução em i

d. . uma redução em $PB e um aumento em i

11. Uma operação contracionista de mercado aberto causará:

a. uma redução na oferta de moeda

b. um aumento na oferta de moeda

c. um aumento na base monetária

d. uma queda na taxa de juros

12. Qual dos seguintes eventos deverá ocorrer quando aumentar a taxa de juros?

a. o preço dos títulos cairá

b. a curva de demanda por moeda se deslocará para a esquerda

c. a curva de demanda por moeda se deslocará para a direita

d. a curva de oferta de moeda se deslocará para a direita

13. Suponha que um título remunere $ 1000 em um ano. Se o preço do título é $ 750,

sabemos que a taxa de juros incidente sobre o título é de:

a. 7,5% b. 15% c. 25% d. 33%

14. Suponha que a demanda por moeda seja maior do que a oferta de moeda a uma dada taxa

de juros. Com base nessa informação, sabemos que:

a. a taxa de juros (i) deve sofrer uma queda para que o equilíbrio se restabeleça

b. i deve aumentar para que o equilíbrio se restabeleça

c. o mercado de títulos está em equilíbrio a essa dada taxa de juros

d. nenhuma das respostas anteriores

15. Suponha que os indivíduos não guardem papel-moeda ou moedas metálicas e que a razão

de reserva dos bancos é 0,25. O multiplicador de moeda é:

a. 1 / (1 – 0,25) = 1,33 b. 2,5 c. 4 d. 5

68

16. Suponha que a razão do papel-moeda e moedas metálicas em relação aos depósitos

sacáveis seja 0,5 e que a razão de reserva ( ) é 0,25. O multiplicador de moeda é:

a. 1 / 0,75 = 1,33 b. 1,6 c. 1 / (1 – 0,75) = 4 d. 5

17. Qual dos eventos seguintes causará um aumento no multiplicador de moeda?

a. um aumento da razão de reserva

b. um aumento do parâmetro c

d. uma redução da razão de reserva

d. um aumento da base monetária

18. Qual dos eventos seguintes causará um aumento da oferta de moeda?

a. um aumento da taxa de juros

b. um aumento da razão de reserva

c. uma aquisição de títulos pelo Banco Central

d. um aumento do parâmetro c

19. A taxa dos fundos federais se determina em qual dos seguintes mercados?

a. o mercado de moedas do Banco Central

b. o mercado de reservas

c. o mercado monetário

d. o mercado de títulos

20. Suponha que os indivíduos mantenham tanto papel-moeda e moedas metálicos como

depósitos sacáveis. Com base neste dado, qual das expressões que se seguem representa o

multiplicador de moeda?

a. 1 / [c + (1 –c)]

b. 1 /

c. [c + (1 –c)]

d. 1 / [ 1-c]

e. 1 / [1 - ]

69

Capítulo 5

O MERCADO FINANCEIRO E DE BENS.

O MODELO IS-LM OBJETIVOS, REVISÃO E MATERIAL DE INSTRUÇÃO

Depois de passar por este capítulo e pelo material seguinte, espera-se que você esteja em

condições de:

(1) Compreender os determinantes do investimento.

(2) Interpretar e explicar a relação IS.

(3) Compreender como se deriva a curva IS, explicar seu formato e explicar os fatores que a

levam a deslocar-se.

(4) Explicar a relação entre a oferta efetiva de moeda e a demanda efetiva de moeda.

(5) Compreender como se deriva a curva LM, explicar seu formato e explicar os fatores que a

levam a deslocar-se.

(6) Entender o que significa o equilíbrio no modelo IS-LM.

(7) Analisar e examinar os efeitos da política fiscal no modelo IS-LM.

(8) Analisar e examinar os efeitos da política monetária no modelo IS-LM.

(9) Discutir o que se entende por ―combinação de políticas‖.

(10) Explicar como os outros fatores, além das políticas monetária e fiscal, afetam o modelo

IS-LM.

(11) Reexaminar as implicações do modelo IS-LM quando se introduz a dinâmica.

1. OS DETERMINANTES DO INVESTIMENTO

Admite-se agora que o investimento seja:

(1) uma função crescente das vendas; e

(2) uma função decrescente da taxa de juros.

Vendas. Quando as vendas aumentam, as empresas aumentam suas aquisições de

equipamento e constroem novas fábricas e usinas. Quando as vendas diminuem, as

empresas cortam o investimento.

A taxa de juros. Quando i aumenta, o custo da tomada de empréstimos se eleva. Se o

custo dos empréstimos se eleva, algumas empresas deixarão de adquirir novos

equipamentos, pois o custo agora mais elevado do empréstimo é maior do que os lucros

adicionais proporcionados pelos novos equipamentos.

Dicas de Aprendizagem

Neste capítulo, partimos do pressuposto que a produção sempre equivale às vendas. O

investimento é, portanto, uma função crescente da produção.

70

2. A RELAÇÃO IS E A CURVA IS

(1) Introdução

A condição de equilíbrio no mercado de bens é representada pela relação IS:

Y = C (Y – T) + i(Y, i) + G. Utilizamos a relação IS para obter a curva IS.

A curva IS representa a relação entre a taxa de juros e o nível de equilíbrio da produção

no mercado de bens.

(2) A inclinação da curva IS

Uma redução da taxa de juros gera um aumento no investimento.

Um aumento em I provoca um aumento na demanda (Z).

O amento em Z gera um aumento na produção de equilíbrio por meio do efeito

multiplicador.

Uma i mais baixa, portanto, leva a um aumento na produção de equilíbrio no mercado

de bens. A curva IS tem inclinação decrescente no sentido de refletir isso.

(3) Deslocamentos da curva IS

Qualquer fator, que não uma variação em i, que causa uma variação em Y na Figura 5-1 (isto

é, na linha de 45º ZZ do gráfico) causará um deslocamento da curva IS.

A curva IS se desloca para a direita quando aumentam as compras do governo (G), os

impostos (T) caem, se amplia a confiança dos consumidores, etc.

A curva IS se desloca para a esquerda quando cai G, T aumenta, a confiança dos

consumidores diminui, etc.

Para com

paP

Dicas de Aprendizagem

A curva IS é obtida examinando-se os efeitos das variações de i sobre I e sobre Y. Variações

em i e Y NÃO causam deslocamentos da curva IS, apenas movimentos ao longo da curva IS.

Dicas de Aprendizagem

Para compreender os deslocamentos, considere o seguinte exemplo. Suponha que G sejam

reduzidas em 100. Vamos também manter i arbitrariamente fixa. A redução de G leva Y a

cair por um montante igual à variação ocorrida em G vezes o multiplicador. Mantida a

mesma i, a produção de equilíbrio é agora mais baixa. Precisamos de uma nova curva IS

para refletir esta situação. A curva IS, neste caso, desloca-se para a esquerda com a

distância horizontal igual à variação em G vezes o multiplicador.

71

3. OFERTA EFETIVA DE MOEDA, DEMANDA EFETIVA DE MOEDA E A

RELAÇÃO LM

(1) Introdução

A condição de equilíbrio dos mercados financeiros é agora expressa em termos reais, efetivos.

Isso quer dizer que o equilíbrio ocorre quando a taxa de juros torna a oferta efetiva de moda

igual à demanda efetiva por moeda, o que ´r representado pela seguinte relação LM:

M/P = Y L (i)

A curva LM representa a relação entre a renda (Y) e a taxa de juros de equilíbrio nos

mercados financeiros.

(2) Inclinação da curva LM

Um aumento da renda causa um aumento da demanda efetiva por moeda.

À taxa inicial de juros, a demanda por moeda é agora maior do que a oferta de moeda.

i deve elevar-se para restaurar o equilíbrio nos mercados financeiros.

Uma Y maior, portanto, requer um aumento na taxa de juros para manter o equilíbrio

dos mercados financeiros. A curva LM tem inclinação ascendente no sentido de refletir

isso.

(3) Deslocamentos da curva LM

A curva LM se deslocará sempre que a taxa de juros de equilíbrio do mercado financeiro

variar devido a outros fatores que não uma variação em Y.

A curva LM é traçada a partir de determinados valores da oferta efetiva de moeda

(M/P).

Uma variação em M/P gera uma variação na taxa de juros de equilíbrio para cada

nível de produção.

A curva LM desloca-se para baixo quando M/P aumenta porque se requer uma i mais

baixa de modo a manter o equilíbrio nos mercados financeiros.

A curva LM desloca-se para cima quando M/P diminui porque se requer uma i mais

elevada de modo a manter o equilíbrio nos mercados financeiros.

Dicas de Aprendizagem

M/P é a oferta efetiva de moeda.

Y L(i) é a demanda efetiva de moeda.

Um aumento de 5% na renda real gera um aumento de 5% na demanda efetiva

de moeda.

Um aumento da taxa de juros (i) gera uma redução na demanda efetiva de

moeda.

72

4. EQUILÍBRIO NO MODELO IS-LM

A curva IS representa a relação entre a taxa de juros e o nível de produção que

mantém o equilíbrio no mercado de bens.

A curva LM representa a relação entre a taxa de juros e o nível de produção que

mantém o equilíbrio nos mercados financeiros.

Fazendo referência à Figura 5-7, há uma e somente uma i e somente um único nível de

produção que, simultaneamente, mantêm o equilíbrio em AMBOS os mercados, de bens e

financeiros. Este equilíbrio é chamado de equilíbrio geral.

Uma vez que a economia está operando tanto nas curvas IS e LM, sabemos que os

mercados de bens e financeiros se encontram em equilíbrio.

Dicas de Aprendizagem

Recorde-se que:

(1) A curva IS pode se deslocar quando, por exemplo, ocorrem variações em G, T ou na

confiança dos consumidores. Qualquer deslocamento da curva IS criará um novo

equilíbrio geral;

(2) A curva LM pode se deslocar quando ocorrem variações n oferta efetiva de moeda.

Qualquer deslocamento da curva LM criará um novo equilíbrio geral.

(3) Quando as curvas IS e LM se deslocam, a taxa de juros, o nível de produção e a

composição da produção podem também sofrer variações.

Dicas de Aprendizagem

M/P pode aumentar quando M aumenta ou quando P cai.

Variações em M (ou em P) causarão, por conseguinte, deslocamentos na curva

LM.

Uma variação em Y (ou uma variação em i) NÃO causa deslocamentos na curva

LM, apenas deslocamentos ao longo da curva.

Se você não compreender como variações em M/P são responsáveis por

deslocamentos da curva LM, volte à Figura 5-6.

Para um dado nível de Y, varie M/P.

Esta variação em M/P provoca uma variação em i.

Esta variação em i determina a extensão pela qual a curva LM se deslocará para

cima ou para baixo.

73

5. POLÍTICA FISCAL

Uma expansão fiscal se verifica quando aumentam as compras governamentais (G) ou

quando os impostos são reduzidos.

Uma contração fiscal se verifica quando se reduzem as compras governamentais ou

quando se aumentam os impostos.

Considere os efeitos de uma redução de G no modelo IS-LM; a análise gráfica é idêntica a

aquela encontrada na Figura 5-8.

O corte em G causa o deslocamento para a esquerda da curva IS. O tamanho do

deslocamento horizontal é igual à variação de G vezes o multiplicador.

O deslocamento para a esquerda da curva IS cria um novo equilíbrio na interseção da

nova curva IS e da curva LM original.

Este corte em G provoca uma redução de Y e uma redução em i.

Resumindo, uma contração fiscal provocará:

Uma redução em Y

Uma taxa de juros i menor

Uma redução no consumo e na poupança em decorrência da redução na renda

disponível

Efeitos ambíguos sobre o investimento:

Uma taxa i mais baixa leva a um aumento em I

Uma Y menor gera uma redução em I

Dicas de Aprendizagem

Você deve poder explicar intuitivamente esses deslocamentos e a resposta da economia

a esses deslocamentos.

O decréscimo em G causa uma redução na demanda (Z).

A redução na demanda leva as empresas a cortarem a produção.

À medida que cai Y, os indivíduos reduzem sua demanda por moeda.

Caindo a demanda por moeda, a taxa de juros deve baixar para que se restaure o

equilíbrio nos mercados financeiros.

A uma taxa de juros mais baixa, a demanda por moeda será novamente igual à

oferta de moeda.

Pergunta: Por que Y não cai para o nível YC? Resposta: quando i cai, uma parte

da queda de Y é compensada pelos efeitos positivos de uma taxa de juros i mais

baixa sobre o investimento.

Dicas de Aprendizagem

Certifique-se de que está em condição de explicar os efeitos de uma expansão

fiscal. O problema de revisão #9 vai tratar disso.

A análise acima se aplica a qualquer deslocamento para a esquerda na curva IS

(por exemplo, um aumento nos impostos, redução da confiança dos consumidores,

etc).

74

6. POLÍTICA MONETÁRIA

Uma expansão monetária ocorre quando a aumenta a oferta de moeda.

Uma contração monetária ocorre quando diminui a oferta de moeda.

Uma aquisição de títulos pelo Banco Central (isto é, uma expansão monetária) provocará:

Um aumento na oferta de moeda e um deslocamento para a direita na curva de oferta

de moeda.

O aumento na oferta de moeda requer uma redução da taxa de juros de modo a induzir

os indivíduos a reter uma maior quantidade de moeda.

A queda de i gera um deslocamento para baixo da curva LM.

O deslocamento para baixo da curva LM cria um novo equilíbrio com uma taxa de

juros i mais baixa e uma Y mais elevada.

Outros resultados/explicações de uma expansão monetária:

Por que Y aumenta? A taxa de juros i mais baixa leva a um aumento no investimento,

o qual tem um efeito de multiplicador positivo sobre Y.

O consumo e a poupança aumentam ambos via o aumento na renda disponível.

O investimento aumenta por duas razões. Tanto a redução em i como o aumento de

Y levam I a aumentar.

7. A COMBINAÇÃO DE POLÍTICA MONETÁRIA E FISCAL

A combinação de política monetária e política fiscal é chamada combinação de política

monetária-fiscal ou ―mix‖ monetário-fiscal.

O ―mix‖ de políticas refere-se a situações em que ambas as curvas LM e IS sofrem

deslocamentos.

Há quatro possíveis casos de ―mix‖ ou de combinação de políticas:

Caso 1: Política monetária expansionista e política fiscal expansionista (LM desloca-

se para baixo e a curva IS desloca-se para a direita).

Caso 2: Política monetária expansionista e política fiscal contracionista (LM desloca-

se para baixo e a curva IS desloca-se para a esquerda).

Dicas de Aprendizagem

O aumento na oferta de moeda ou a redução na taxa de juros levam a curva IS a

se deslocar? NÃO ! O que ocorre é um movimento ao longo da curva IS.

Certifique-se de que você consegue explicar o exemplo oposto (uma contração

monetária).

Deve ficar claro que variações na razão de reserva ( ) e no parâmetro c (a razão

papel-moeda e moedas metálicas / depósitos sacáveis) também causarão variações na

oferta de moeda e, portanto, levarão a curva LM a se deslocar.

Um deslocamento na demanda por moeda causada por fatores outros que não

variações de Y também levarão a curva LM a se deslocar. O problema de revisão #8 vai

tratar disso.

75

Caso 3: Política monetária contracionista e política fiscal contracionista (LM

desloca-se para cima e a curva IS desloca-se para a esquerda).

Caso 4: Política monetária contracionista e política fiscal expansionista (LM

desloca-se para cima e a curva IS desloca-se para a direita).

8. INTRODUÇÃO DA DINÂMICA NO MODELO IS-LM

Quando a curva IS se desloca, Y não se ajustará de imediato ao novo nível de equilíbrio em

virtude de três fatores:

(1) Y responderá com certa defasagem às variações na demanda.

(2) C responderá com certa defasagem à variação da renda disponível.

(3) O investimento pode responder com uma defasagem às variações nas vendas.

Na Figura 5-10,

Um deslocamento para a direita da curva IS causará um movimento lento de Y do

ponto YB para o ponto YA.

Um deslocamento para a esquerda da curva IS causará um movimento lento de Y do

ponto YA para o ponto YB.

Os mercados financeiros, no entanto, se ajustarão com rapidez às variações da oferta e da

demanda. Podemos supor que a economia está sempre sobre a curva LM.

Dicas de Aprendizagem

Em cada caso, os efeitos da combinação de políticas sobre uma das variáveis

endógenas (Y ou i) serão sempre ambíguos (a menos que conheçamos a magnitude

exata das variações de política).

O efeito sobre as outras variáveis endógenas será conhecido. Por exemplo:

No caso 2, a taxa de juros i cai inapelavelmente com a variação de Y

dependendo do tamanho dos deslocamentos das curvas IS e LM.

Na figura associada ao exemplo da Reunificação Alemã (Caso 4), a taxa de

juros i aumenta inapelavelmente e a variação de Y dependerá novamente do

tamanho dos deslocamentos.

Certifique-se de que você está em condições de explicar os efeitos de cada uma

dessas combinações de política monetária e política fiscal.

Certifique-se também de que pode explicar os efeitos das combinações sobre o

consumo, a poupança e o investimento.

Dicas de Aprendizagem

A hipótese de um rápido ajustamento dos mercados financeiros não é irrealista.

Reflita sobre quão rapidamente o mercado de títulos responde a qualquer variação nas

condições de oferta ou de demanda.

Reveja a discussão com relação à Figura 5-11.

Certifique-se de que consegue repetir esta análise para uma situação na qual

diminui a oferta de moeda.

76

Os efeitos dinâmicos de um aumento nas compras governamentais são indicados no gráfico

que se segue:

O aumento em G leva a um aumento na demanda (Z).

As empresas respondem, aumentando lentamente Y.

Assim que Y começa a aumentar, a demanda por moeda se eleva e i sobe para manter

o equilíbrio dos mercados financeiros.

Por conseguinte, à medida que Y aumenta, a economia se movimenta ao longo da

curva LM. Y continua a aumentar (e i a subir) até que um novo equilíbrio seja

alcançado em A‘.

Taxa de juros

LM

Y Y‘

i

i‘

A

A‘

IS

IS’

Produto, Y

77

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 5 DO BLANCHARD

TESTE OS SEUS CONHECIMENTOS

1. Quais são os dois determinantes do investimento?

2. O que a curva IS representa?

3. Por que a curva IS tem inclinação para baixo?

4. Mudanças em quais variáveis causam o deslocamento da curva IS?

5. O que a curva LM representa?

6. Por que a curva LM tem inclinação para cima?

7. Mudanças em quais variáveis causam o deslocamento da curva LM?

8. O que se deve entender por equilíbrio geral no modelo IS-LM?

9. Por que são ambíguos os efeitos da política fiscal sobre o investimento?

10. Qual efeito terá sobre Y e i uma expansão fiscal?

11. Qual efeito terá sobre Y e i uma expansão monetária?

12. O que se deve entender por combinação de políticas?

13.No modelo IS-LM que incorpora a dinâmica, quais mercados (o de bens ou os financeiros)

responderão mais rapidamente a uma variação na oferta de moeda?

PROBLEMAS DE REVISÃO

1. Suponha que o investimento seja representado pela expressão I = 200 – 20 i + 0,1Y.

a. Seja Y = 5000. Calcule o nível de investimento para os seguintes valores de i: 5%, 10% e

15%. Faça i = 5 quando a taxa de juros é 5% e assim por diante. O que acontece com o

investimento à medida que aumenta a taxa de juros i?

b. Seja i = 5. Calcule o nível de investimento para os seguintes valores de Y: 5500, 6000 e

6500. O que acontece com I à medida que Y cresce?

78

2. Suponha que o mercado de bens seja representado pelas seguintes equações:

C = 180 + 0,7 YD YD = Y – T T = 400

I = 100 – 18 i + 0,1 Y G = 400

Y = C + I + G

a. Ache o nível de produção de equilíbrio. Ou seja, obtenha uma equação com Y do lado

esquerdo e todas as outras variáveis do lado direito.

b. Calcule o nível de produção que ocorre quando a taxa de juros i for: 5%, 10%, 15% e 20%

(isto é, i = 5 e assim por diante). Numa folha separada de papel, ponha em um gráfico essas

quatro combinações de i e Y. O que essa curva representa?

c. À medida que o mercado de bens se ajusta a esses aumentos em i, o que acontece com o

consumo, a poupança e o investimento? Explique concisamente porque cada variável está

sujeita a variações.

d. Calcule o nível de produção de equilíbrio quando i = 8% (seja i = 8). Em seu gráfico, onde

se localiza este ponto? Suponha que i continue sendo 8%. Calcule o nível de produção de

equilíbrio quando G aumenta de 100 (passa para 500). Qual é o tamanho do multiplicador?

e. O que sua análise no item d sugere a respeito do que acontece com a curva IS em seu

gráfico? Explique em poucas palavras.

3. Suponha que o mercado de bens seja representado pelas equações apresentadas na questão

#2. Observe que nenhum cálculo é necessário aqui, apenas breves explicações. Explique,

então o que deveria ocorrer com a curva IS em conseqüência de cada um dos seguintes

eventos:

a. redução da taxa de juros

b. aumento da taxa de juros

c. uma redução em c0 de 180 para 100

d. um aumento nos impostos

4. Suponha que a moeda seja representada apenas pelas moedas metálicas e notas retidas

pelos indivíduos (ou seja, não existem depósitos sacáveis nos bancos). Suponha que um

indivíduo, dada sua renda corrente, deseja sempre ter bastante dinheiro à mão para comprar

por dia três garrafas de sua bebida predileta.

a. Suponha que uma garrafa desta bebida custe $1. Quanto dinheiro em moedas e notas esse

indivíduo irá reter? Essa é a sua demanda nominal por moeda.

b. Suponha agora que o preço da bebida aumenta para $1,20. O que ocorrerá à sua demanda

nominal por moeda? Quanto, em notas e moedas metálicas (em termos nominais), esse

indivíduo passará a reter? Explique.

c. Por simplicidade, suponha que o deflator do PIB aumente de 1 para 1,2 durante este mesmo

período. O que aconteceu com a demanda real por moeda desse indivíduo? Explique

sucintamente.

d. Suponha agora que a renda real do indivíduo tenha aumentado. Explique sucintamente o

que irá ocorrer com o seu consumo (inclusive seu consumo da bebida). O que você acha que

irá ocorrer à demanda real por moeda do indivíduo. Explique em poucas palavras.

79

5. Utilize os gráficos abaixo para responder às questões que se seguem.

a. Seja inicialmente i = i0 e Y = Y0. Suponha que Y caia para Y1. Ilustre o que acontece à

demanda por moeda como conseqüência desta queda em Y. À taxa inicial de juros, que tipo

de situação é esta? Explique sucintamente.

b. O que deve ocorrer a i em conseqüência desta queda em Y? Explique em poucas palavras.

Denomine A‘ a este novo equilíbrio. No gráfico à direita, plote os pontos A e A‘.

c. Repita a análise dos itens (a) e (b), supondo que Y caia mais ainda para Y2. Denomine A‖

a este novo equilíbrio e plote-o no gráfico da direita.

d. O que essa plotagem de pontos no gráfico acima representa? Explique.

Taxa de juros

MS

A

Md

i0

M/P

Taxa de juros

Y0 Y

80

6. Utilize os gráficos abaixo para responder às questões que se seguem.

a. Seja inicialmente i = i0 e Y = Y0. Suponha que a oferta efetiva de moeda caia para M‘/P.

Ilustre o que acontece à curva de oferta efetiva de moeda como conseqüência desta queda em

M/P. À taxa inicial de juros, que tipo de situação é esta? Explique sucintamente.

b. . O que deve ocorrer a i em conseqüência desta queda na oferta efetiva de moeda? Explique

em poucas palavras. Denomine A‘ a este novo equilíbrio.

c. Qual o efeito que esta redução na oferta efetiva de moeda tem sobre a posição da curva

LM? Ilustre esse efeito no gráfico acima.

7. Suponha que a oferta efetiva de moeda e a demanda efetiva de moeda sejam representadas

pelas seguintes equações:

Md = 6Y – 120 i M

S = 5400

a. Iguale as expressões acima para a demanda efetiva de moeda e a oferta efetiva de moeda e

ache i. Ou seja, i deve ficar no lado esquerdo com todas as outras variáveis no lado direito.

b. Calcule i quando Y é igual a 1000, 1100 e 1200. Em uma folha separada de papel, plote

essas combinações de i e Y. O que esta curva representa?

c. Calcule i quando Y = 1400. Onde se situa este ponto na curva? Suponha que Y permaneça

em 1400. Suponha que a oferta real de moeda caia para 5000. Calcule a nova taxa de juros

de equilíbrio i quando M cai de 400. De quanto varia a taxa de juros i?

d. O que sua análise do item (c) sugere que vai acontecer à curva LM? Explique

sucintamente.

Taxa de juros, i

MS

A

Md

i0

M/P

Taxa de juros

Y0 Y

81

8. Utilize o gráfico abaixo para responder às questões que se seguem. Suponha que os

mercados financeiros estão em equilíbrio e que Y não varie.

a. Qual o feito que tem o crescente uso e disponibilidade dos cartões de crédito sobre a

demanda por moeda? Explique em poucas palavras.

b. Ilustre os efeitos disso sobre a demanda por moeda no gráfico acima. Explique

sucintamente o deve se passar com a taxa de juros i para que se restaure o equilíbrio.

c. O que sua análise sugere que aconteça à posição da curva LM, dado que a renda (Y) não

sofreu variações?

d. Durante os períodos de férias, os indivíduos com freqüência aumentam as quantidades de

moeda retidas em seu poder, ainda que a taxa de juros e suas rendas não tenham variado.

Qual o efeito que este comportamento teria sobre a curva LM? Explique em poucas palavras.

9. Utilize o modelo IS-LM para responder às perguntas que se seguem.

a. Suponha que aumentem as compras governamentais. Qual o efeito que terão sobre a curva

IS e sobre a curva LM?

b. Qual efeito terá este aumento em G sobre a taxa de juros i e sobre Y?

c. Qual efeito terá este aumento em G sobre o consumo e a poupança? Explique em poucas

palavras.

d. Qual efeito terá este aumento em G sobre o investimento?

Observação: Certifique-se de que consegue ilustrar graficamente os efeitos dessa variação em

G.

LM

Y

A

M

Md

MS

A

i0

Taxa de juros Taxa de juros

82

10. Utilize o modelo IS-LM para responder às perguntas que se seguem.

a. Suponha que decresça a oferta de moeda. Qual efeito terá isso sobre a curva IS e sobre a

curva LM?

b. Qual efeito terá este decréscimo de M sobre a taxa de juros i e sobre Y?

c. Qual efeito terá este decréscimo de M sobre o consumo e a poupança? Explique

sucintamente.

d. Qual efeito terá este decréscimo de M sobre o investimento?

Observação: Certifique-se de que consegue ilustrar graficamente os efeitos dessa variação em

M.

11. Os efeitos de uma expansão fiscal sobre o investimento são ambíguos.

a. Por que são ambíguos?

b. É possível que o investimento aumente quando aumentam as compras governamentais?

Explique.

c. É possível que o investimento aumente quando G se reduz? Explique.

12. Suponha que a economia seja representada pelas seguintes equações (idênticas, aliás, a

aquelas incluídas nas questões #2 e #7).

Md = 6Y – 120 i M

S = 5400

C = 180 + 0,7 YD YD = Y – T T = 400

I = 100 – 18 i + 0,1 Y G = 400

Y = C + I + G

a. Escreva a equação de equilíbrio do mercado de bens. Em particular, procure e ache o nível

de produção de equilíbrio. Ou seja, obtenha uma equação com Y do lado esquerdo e todas as

outras variáveis do lado direito. Recorde-se que você já fez isso no item a da #2.

b. Escreva a equação que fornece a taxa i de equilíbrio no mercado financeiro. Em particular,

iguale as expressões acima para a demanda efetiva de moeda e a oferta efetiva de moeda e

ache i. Ou seja, i deverá aparecer do lado esquerdo, com todas as outras variáveis do lado

direito. Recorde-se que você já fez isso no item a da questão #7.

c. Leve a expressão para i (no item (b)) para sua equação para Y (no item (a)). Calcule então

o nível de equilíbrio geral da produção.

d. Calcule a taxa de juros de equilíbrio i, levando o valor de Y do item (c) para sua equação

em (b).

e. Neste nível de equilíbrio, qual é o nível de consumo e de investimento?

f. Calcule o novo valor de equilíbrio de Y, i, C e I, quando G aumenta de 10 (isto é, de 400

para 410). O que aconteceu ao investimento como resultado desta expansão fiscal? Comente

brevemente.

g. Usando os valores originais das variáveis, calcule os novos valores de equilíbrio de Y, i, C

e I quando M aumenta de 200 (de 5400 para 5600). O que aconteceu ao investimento como

resultado desta expansão monetária?

83

13. Utilize o gráfico abaixo para responder às questões que se seguem. Suponha que,

inicialmente, a economia se encontre no ponto A do gráfico. Admita que o dispêndio

governamental esteja aumentando.

a. Qual efeito terá este aumento em G sobre a curva IS?

b. Suponha que o Banco Central deseje manter i em seu nível inicial. Que tipo de política

deve perseguir o Banco Central (isto é, contracionista ou expansionista) para manter a taxa de

juros em seu nível inicial? Qual efeito terá esta política do Banco Central sobre a curva LM?

Ilustre os efeitos de uma G mais elevada e a resposta do Banco Central sobre as curvas IS e

LM. Em seu gráfico, aponte claramente o novo equilíbrio.

c. O que acontece ao consumo, à poupança e ao investimento como resultado desta

combinação de políticas. Explique sucintamente.

14. Utilize o gráfico abaixo para responder às questões que se seguem. Suponha que,

inicialmente, a economia se encontre no ponto A do gráfico. Suponha que os impostos

tenham sido reduzidos.

a. Qual efeito terá este corte em T sobre a curva IS?

b. Suponha que o Banco Central deseje manter Y em seu nível inicial. Que tipo de política

deve perseguir o Banco Central (isto é, contracionista ou expansionista) para manter a

produção em seu nível inicial? Qual efeito terá esta política do Banco Central sobre a curva

LM? Ilustre os efeitos de um T mais reduzido e a resposta do Banco Central sobre as curvas

IS e LM. Em seu gráfico, aponte claramente o novo equilíbrio.

c. O que acontece ao consumo, à poupança e ao investimento em decorrência desta

combinação de políticas? Explique sucintamente.

Taxa de juros

LM

A

i

Y Produto, Y

84

15. Discuta brevemente qual efeito cada um dos seguintes eventos terá sobre a curva IS, a

curva LM, a produção, a taxa de juros, o consumo e o investimento.

a. um aumento na confiança dos consumidores

b. uma redução na confiança dos consumidores

c. um aumento no uso dos cartões de crédito

16. Suponha que Y responda lentamente a variações na demanda (isto é, leve a dinâmica em

conta). Suponha que haja um aumento dos impostos.

a. Qual efeito isso terá sobre a curva IS? Explique sucintamente.

b. Utilize o gráfico abaixo para responder às questões que se seguem. Em seu gráfico IS-LM,

trace o caminho que a economia toma em resposta a este aumento dos impostos. Qual será o

equilíbrio final. Mostre isso em seu gráfico.

c. O que acontece ao consumo, à taxa de juros e ao investimento durante este ajustamento?

Taxa de juros

LM

A

i

Y Produto, Y

85

17. Suponha que Y responde lentamente a variações na demanda (ou seja, leva a dinâmica em

conta). Suponha que haja um aumento na oferta de moeda.

a. Qual efeito isso terá sobre a curva LM? Explique sucintamente.

b. Utilize o gráfico abaixo para responder às questões que se seguem. Em seu gráfico IS-LM,

trace o caminho que a economia toma em resposta a este aumento da oferta de moeda. Qual

será o equilíbrio final? Mostre isso em seu gráfico.

c. O que acontece ao consumo, à taxa de juros e ao investimento durante este ajustamento?

Taxa de juros

LM

A

i

Y Produto, Y

Taxa de juros

LM

A

i

Y Produto, Y

86

18. Suponha que o investimento seja independente da taxa de juros. Ou seja, variações em i

não têm qualquer efeito sobre I.

a. Como seria a curva IS em uma tal economia. Explique sucintamente.

b. Em uma tal economia, em qual escala as variações na oferta de moeda afetariam a

produção? Explique.

c. Em uma tal economia, em qual escala as variações em G (ou nos impostos) afetaria a

produção? Explique.

QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA 1. No modelo IS-LM, um aumento na renda (Y), tudo o mais permanecendo constante,

causará:

a. um aumento no consumo

b. um aumento na demanda por moeda

c. um aumento no investimento

d. nenhum dos eventos acima

2. No modelo IS-LM, um aumento na taxa de juros i, tudo o mais permanecendo constante,

causará:

a. um aumento na oferta de moeda

b. uma redução no investimento

c. uma redução na oferta de moeda

d. nenhum dos eventos acima

3. Um corte nos impostos causará:

a. um deslocamento da curva IS para a direita

b. um deslocamento da curva IS para a esquerda

c. um deslocamento da curva LM para baixo

d. um deslocamento da curva LM para cima

4. Uma redução nas compras do governo causará:

a. um deslocamento da curva IS para a direita

b. um deslocamento da curva IS para a esquerda

c. um deslocamento da curva LM para baixo

d. um deslocamento da curva LM para cima

5. Um aumento da confiança dos consumidores causará:

a. um deslocamento da curva IS para a direita

b. um deslocamento da curva IS para a esquerda

c. um deslocamento da curva LM para baixo

d. um deslocamento da curva LM para cima

6. Uma redução da oferta de moeda causará:

a. um deslocamento da curva IS para a direita

b. um deslocamento da curva IS para a esquerda

c. um deslocamento da curva LM para baixo

d. um deslocamento da curva LM para cima

87

7. Um aumento da demanda de moeda causado por fatores outros que não uma variação da

renda (ou da taxa de juros) causará:

a. um deslocamento da curva IS para a direita

b. um deslocamento da curva IS para a esquerda

c. um deslocamento da curva LM para baixo

d. um deslocamento da curva LM para cima

8. A curva IS tem a inclinação para baixo porque:

a. um aumento das compras governamentais gera um aumento na renda

b. um aumento da oferta de moeda gera um aumento na renda

c. uma redução da taxa de juros gera um aumento no investimento e na renda

d. um aumento da taxa de juros gera uma redução na demanda por moeda

9. A curva LM tem inclinação para cima porque:

a. um aumento da renda gera um aumento na demanda por moeda e um aumento da taxa de

juros

b. um aumento na oferta de moeda gera uma redução da taxa de juros

c. uma redução na oferta de moeda gera um aumento da taxa de juros

d. ocorrem todos os eventos acima

10. Uma compra de títulos pelo Fed ou por outro Banco Central qualquer gerará:

a. um deslocamento para cima da curva LM

b. um deslocamento para baixo da curva LM

c. uma taxa de juros menor, um aumento no investimento e um deslocamento para a direita da

curva IS

d. uma taxa de juros maior, uma redução no investimento e um deslocamento para a esquerda

da curva IS

11. No modelo IS-LM apresentado neste capítulo, sabemos com certeza que uma expansão

fiscal causará:

a. um aumento na taxa de juros e um deslocamento para cima da curva LM

b. um aumento da taxa de juros e um aumento na produção

c. um aumento da taxa de juros e uma redução no investimento

d. um aumento na produção e um aumento no investimento

12. Uma contração monetária causará:

a. um aumento na taxa de juros e uma redução no investimento

b. um aumento em i, uma redução em I e um deslocamento para a esquerda da curva IS

c. um deslocamento para baixo da curva LM

d. uma redução em Y, uma redução na demanda por moeda e uma redução da taxa de juros

13. Uma expansão monetária, combinada a uma expansão fiscal, causará:

a. um aumento em Y com efeitos ambíguos sobre a taxa de juros i

b. uma redução em Y com efeitos ambíguos sobre a taxa de juros i

c. um aumento em i com efeitos ambíguos sobre Y

d. uma redução em i com efeitos ambíguos sobre Y

88

14. Uma expansão monetária, combinada a uma contração fiscal, causará:

a. um aumento em Y com efeitos ambíguos sobre a taxa de juros i

b. uma redução em Y com efeitos ambíguos sobre a taxa de juros i

c. um aumento em i com efeitos ambíguos sobre Y

d. uma redução em i com efeitos ambíguos sobre Y

15. Uma contração monetária, combinada a uma expansão fiscal, causará:

a. um aumento em Y com efeitos ambíguos sobre a taxa de juros i

b. uma redução em Y com efeitos ambíguos sobre a taxa de juros i

c. um aumento em i com efeitos ambíguos sobre Y

d. uma redução em i com efeitos ambíguos sobre Y

16. Uma contração monetária, combinada a uma contração fiscal, causará:

a. um aumento em Y com efeitos ambíguos sobre a taxa de juros i

b. uma redução em Y com efeitos ambíguos sobre a taxa de juros i

c. um aumento em i com efeitos ambíguos sobre Y

d. uma redução em i com efeitos ambíguos sobre Y

17. No modelo IS-LM que incorpora o ajustamento dinâmico do mercado de bens, sabemos

que uma variação na oferta de moeda será responsável por:

a. uma variação imediata da taxa de juros sem variações na produção

b. uma variação imediata tanto na taxa de juros como na produção

c. deslocamentos tanto da curva IS como da curva LM

d. nenhum dos eventos acima

18. No modelo IS-LM que incorpora o ajustamento dinâmico do mercado de bens, sabemos

que uma redução da oferta de moeda será responsável por:

a. um ajustamento imediato da taxa de juros ao nível final de equilíbrio geral

b. uma elevação inicial da taxa de juros para acima do seu nível final de equilíbrio geral

c. um ajustamento imediato da produção

d. nenhum dos eventos acima

19. No modelo IS-LM que incorpora o ajustamento dinâmico do mercado de bens, sabemos

que uma variação na oferta de moeda será responsável por:

a. um ajustamento imediato da taxa de juros ao nível final de equilíbrio geral

b. uma elevação inicial da taxa de juros para acima do seu nível final de equilíbrio geral

c. um ajustamento lento, ao longo do tempo, da produção e, portanto, da taxa de juros

d. um aumento na taxa de juros e um deslocamento para a esquerda da curva IS.