ud iii - nova ordem mundial e relacoes internacionais
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5/24/2018 Ud III - Nova Ordem Mundial e Relacoes Internacionais
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UNIDADE DIDTICA III NOVA ORDEM MUNDIAL E RELAES
INTERNACIONAIS
1. NOES BSICAS DE RELAES INTERNACIONAIS
As Relaes Internacionais (RI ou ainda chamada de Relaes Exteriores) visam
ao estudo sistemtico das relaes polticas, econmicas e sociais entre diferentes
pases, cuos reflexos transcendam as fronteiras de um Estado, isto !, tenham como
foco o sistema internacional" Entre os atores internacionais com influ#ncia nas RI,destacam$se os Estados, as empresas transnacionais, as or%ani&aes internacionais e
as or%ani&aes n'o$%overnamentais" As RI podem ser focadas tanto na poltica
externa de determinado Estado, uanto no conunto estrutural das interaes entre os
atores internacionais"
As Relaes Internacionais sur%em como um domnio terico da *i#ncia +oltica
no ps - .uerra /undial" Escolas para o estudo exclusivo dessa disciplina s'o criadas
no Reino 0nido e nos E0A, refletindo o interesse desses pases no entendimento dascausas da %uerra e em sua preven'o" +osteriormente, desenvolver$se$iam estudos
focados na a'o estrat!%ica dos Estados, no intuito de conservarem e ampliarem seu
poder, tendo como elemento emprico de anlise a a'o diplomtica e 1!lica" Esses
fatores %anham relev2ncia devido ao contexto histrico vivido durante a .uerra 3ria" 4s
tericos mais eminentes no perodo s'o os norte$americanos"
As teorias polticas clssicas concentraram seu interesse so1re as relaes
internas dos Estados, esta1elecidas entre %overnantes e a sociedade em %eral" 4
estudo das relaes internacionais, ou sea, das relaes esta1elecidas entre os
Estados, ! muito mais recente" A preocupa'o com sistema internacional de Estados
foi estimulada pela constitui'o pro%ressiva de uma economia inte%rada, de 2m1ito
mundial" As transformaes na produ'o e na circula'o de mercadorias tpicas do
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s!culo 56III e 5I5 7 !poca da Revolu'o Industrial 7 aumentaram a relev2ncia desses
estudos"
4 vasto campo de estudo das relaes internacionais n'o ! definido de forma
consensual" 8iferentes autores encaram de modo diver%ente 7 e muitas ve&es
conflitante 7 o o1eto das relaes internacionais"
"" E9*4:A I8EA:I9;A 40 :I$=?), forneceu os par2metros
para a escola idealista"Ainda hoe, a escola idealista assenta$se so1re a ideia iluminista ancestral da
possi1ilidade de uma sociedade perfeita" Essa meta moral condiciona o carter
francamente reformista dos autores, ue se preocuparam em adaptar o sistema
internacional @s exi%#ncias do direito e da ustia" 4s c!le1res Buator&e +ontos, do
presidente americano CoodroD Cilson 7 a proposta de uma pa& sem vencidos ou
vencedores ao final da +rimeira .uerra /undial, 1em como nos princpios fundadores
da :i%a das aes, de =FG, inscreveram$se como exemplos da influ#ncia idealista na
diplomacia do s!culo 55"
At! certo ponto a poltica do apa&i%uamento de *ham1erlain e 8eladier 7 ue
multiplicou as concesses na v' esperana de acalmar o 1elicismo de Hitler $ foi
tri1utria dessa corrente de ideias"
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"F" E9*4:A REA:I9;A
A se%unda tradi'o enfati&a n'o a comunidade ideol%ica do sistema
internacional, mas seu potencial conflitivo" As ra&es desse estilo encontram$se
essencialmente em /auiavel e Ho11es"
/auiavel su1linhou a import2ncia da fora na prtica poltica li1erta de
constran%imentos morais e conferiu le%itimidade aos interesses do so1erano" Em seu
pensamento, os fins condicionam os meios" 4 in%l#s Ho11es, como o italiano
/auiavel, nutria profundo pessimismo em rela'o @ nature&a humana" Ele reala uma
ideia ue se tornou a fonte da ar%umenta'o 1sica da escola realista a aus#ncia deum poder so1erano e imperativo nas relaes internacionais"
o plano acad#mico, a escola realista desenvolveu$se como rea'o aos
melanclicos e tr%icos fracassos da poltica do apa&i%uamento condu&ida na Europa
do entre%uerras" 9u1stituindo a meta moral do sistema internacional pela anlise das
condies o1etivas ue determinam o comportamento dos Estados, os pensadores
realistas ancoraram sua ar%umenta'o nas noes de anarquia inerente ao sistemae
da tendncia ao equilbrio de poder como contraponto a essa anarquia " Entenda$seanaruia n'o como caos, mas a aus#ncia de uma autoridade poltica central acima dos
Estados, pois a nenhum Estado ca1e o direito de ordenar, 1em como os demais n'o
t#m o1ri%a'o de o1edecer"
As diver%#ncias entre os autores realistas a respeito dos condicionantes do
comportamento dos Estados ori%inaram a corrente neo$realista, tam1!m conhecida
como realismo estrutural" *ontrariamente aos realistas ue tentam definir o
comportamento dos Estados pela 2nsia de poder, os neo$realistas preferiram identificar
a 1usca da se%urana como causa Jltima da prtica poltica no sistema internacional"
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"K" E9*4:A RA8I*A:
A terceira tradi'o tem ra&es mais recentes, situadas no pensamento marxista"
Larl /arx n'o produ&iu uma teoria do sistema internacional, mas da histria da
revolu'o social" Ao contrrio das tradies citadas anteriormente, n'o ! a coopera'o
ou o conflito entre os Estados o seu o1eto, mas o conflito entre as classes sociais" 4
Estado ! um elemento mar%inal no pensamento marxista, e o comportamento dos
Estados, uando enfocado, sur%e apenas como veculo para interesses econmicos,
polticos ou ideol%icos de outros atores (classes scio$econmicas, corporaes
industriais e financeiras etc")" *ontudo, principalmente por meio de :#nin, a tradi'omarxista forou um pensamento so1re as relaes internacionais, classificado como
escola radical ou neomarxista"
4 :i1eralismoMIdealismo e o Realismo consolidaram$se ao lon%o das d!cadas do
sec" 55, como as principais correntes tericas nos estudos internacionais" Am1as as
correntes derivariam novos de1ates, a partir da revis'o de seus conceitos em novos
uadros analticos" os anos =?G, ori%inar$se$iam dessas discusses as correntes
neorrealista e neoli1eral"
">" 9I9;E/A I;ERA*I4A: E 4 EB0I:N
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;omando como ponto de partida o esuema das relaes internacionais,
podemos di&er ue as unidades polticas s'o rivais por ue s'o autnomas 7 em Jltima
anlise, elas s podem contar consi%o mesmas"
o am1iente de anaruia do sistema internacional, cada uma das unidades
polticas componentes almea sua se%urana particular e, para increment$la, acumula
meios e recursos de poder" 4 resultado da atitude de cada unidade poltica ! o
aprofundamento da sensa'o de inse%urana das demais ue rea%em, no sentido de
reco1rar sua se%urana, ampliando seu prprio poder" 4 euil1rio de poder n'o se
constitui o alvo da atividade de ualuer componente do sistema, mas emer%e
eventualmente da com1ina'o das suas iniciativas particulares"Essa anaruia fornececerto %rau de esta1ilidade provisria para o prprio sistema internacional" A esta1ilidade
! asse%urada pelo euil1rio de poder entre as principais pot#ncias"
Em primeiro lu%ar, a estrutura do sistema envolve a considera'o dos seus
limites" +or muito tempo a dist2ncia %eo%rfica funcionou como fator determinante na
delimita'o dos sistemas entidades polticas muito distantes n'o podiam manter
relaes interativas re%ulares" 4 sistema das cidades %re%as na anti%uidade $ ancorado
na rivalidade entre Atenas e Esparta, che%ou a a1ran%er, no mximo, o imp!rio persa"*ontudo, o domnio macednio ampliou a unidade poltica e acumulou recursos
econmicos e militares ue permitiram empreendimentos distantes, dilatando os limites
do sistema"
A premissa de interdepend#ncia poltica das entidades tam1!m funcionou como
fator de delimita'o espacial" As relaes esta1elecidas entre as pot#ncias mercantis
europeias e as colnias no ovo /undo, ou as relaes entre as pot#ncias industriais
do s!culo 5I5 e suas colnias asiticas e africanas, em1ora re%ulares e constantes,
n'o exprimem um sistema mundial, em fun'o da ausncia de soberania dos territrios
subordinados"
Em se%undo lu%ar, a estrutura do sistema depende da confi%ura'o da rela'o
de foras" 4s sistemas or%ani&am$se em torno das %randes pot#ncias, ou sea, dos
Estados ue dispem dos meios para exercer uma influ#ncia si%nificativa so1re todos
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os demais" Apenas as entidades polticas cuo poder ! levado em conta pelas principais
s'o participantes inte%rais de um sistema de Estados" A confi%ura'o da rela'o de
foras dos sistemas influi decisivamente so1re os padres de aliana, tens'o e conflito
ue dinami&am"
o s!culo 5I5, aps a derrota de apole'o
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re%ionais, empresas multinacionais, crise econmica %lo1al, terrorismo, crime
or%ani&ado, fontes ener%!ticas, alimento e %ua, desarmamento nuclear, entre outros 7
todos eles permeando a estrutura estatal e fu%indo do controle dos %overnos, nos
levam a incerte&as uanto @ defini'o e @ antecipa'o do am1iente futuro das relaes
internacionais"
2. O MUNDO BIPOLAR E O FIM DA VELHA ORDEM MUNDIAL
4 arrano de poder na rela'o entre os pases mudou completamente com o fimda F- .uerra /undial" As tradicionais pot#ncias imperialistas europeias, Alemanha,
3rana e In%laterra, estavam com1alidas ao final do conflito" 4 esforo de %uerra
causara uma redu'o na produ'o de alimentos e 1ens de consumo" 4s setores
estrat!%icos de seus parues industriais e redes de infra$estrutura estavam
parcialmente destrudos"
A maneira como ocorreu o desfecho do conflito tam1!m n'o favoreceu as
pot#ncias da Europa 4cidental" Ao final, Estados 0nidos e 0ni'o 9ovi!tica seafirmaram como novas pot#ncias emer%entes ue viriam a se tornar os dois %randes
polos de poder das relaes internacionais no ps$F- .uerra" :o%o, as rivalidades e
conflitos de interesse sur%idos entre am1as dariam incio @ chamada .uerra 3ria, um
conflito de fundo ideol%ico, poltico e econmico entre as duas superpot#ncias, ue
disputavam reas de influ#ncia com o intuito de alcanar a he%emonia planetria"
A .uerra 3ria durou pouco mais de >G anos, nos uais foram defla%rados
inJmeros conflitos e %uerras em nome das disputas ideol%icas entre capitalistas e
socialistas" *om o o1etivo de dissuadir seu oponente, am1as superpot#ncias
prota%oni&aram uma corrida armamentista sem propores na histria, ue teve como
desdo1ramentos a expans'o do arsenal nuclear e a corrida aeroespacial" *onflitos
como a .uerra da *oreia, a Revolu'o *u1ana, a crise dos msseis em *u1a, a .uerra
do 6ietn' e a 1oa parte das %uerras civis relacionadas @ descoloni&a'o africana e
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asitica s'o conseu#ncias da estrutura de relaes delineadas na .uerra 3ria, a
maioria com desdo1ramentos at! os dias atuais"
4s arranos de poder nas relaes entre Estados ue se confi%uraram nesse
perodo constituram o ue se denominou uma ordem mundial 1ipolar, pois as duas
superpot#ncias comandavam seus respectivos 1locos de poder e disputavam reas
para serem incorporadas" Este ordenamento de poder che%ou ao fim em ==, com o
desmem1ramento da 0R99 e a crise total do socialismo real"
9'o muitos os fatores ue contri1uram para o fim da 0ni'o 9ovi!tica"
Internamente, dentre outros, destacam$se ) A estrutura 1urocrtica esta1elecida
desde os tempos de 9talin, ue criou uma classe poltica privile%iadaT F) A produ'oinsuficiente de 1ens de consumoT K) As uestes polticas e !tnicas internas, ue n'o
havia democracia e a prpria constitui'o do pas se dera a partir da imposi'o do
domnio russo so1re os demais povos inte%rantes das repJ1licas"
Relacionados @ situa'o externa e @ esta%na'o da economia nos anos G e ?G
ocorreram ) A dificuldade de incentivar a inova'o na maioria dos setores da
economiaT F) A incapacidade de produ&ir com padres ra&oveis de efici#ncia, fa&endo
com ue o pas n'o acompanhasse os avanos capitalistas da K- Revolu'o IndustrialTK) 4s elevados %astos militares decorrentes da corrida armamentista"
3. O DEBATE SOBRE AS NOVAS POLARIDADES
9o1 certos aspectos, a velha ordem mundial apresentava estrutura claramente
definida" Havia dois %randes 1locos de poder, associados @s ideolo%ias anta%nicas"
4s diversos pases podiam se posicionar em tr#s campos 1loco capitalista, 1loco
socialista ou n'o$alinhados" +ortanto, apesar de toda a tens'o vivida no perodo, a
maior parte dos analistas classifica a .uerra 3ria como um momento de relativa
esta1ilidade na estrutura das relaes internacionais"
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A nova ordem mundial, ue se confi%ura a partir da derrocada da 0R99, se
constitui um arrano recente, em defini'o" 0m perodo de transi'o a um ordenamento
ue ainda se constri" *ontudo, al%umas afirmaes se consolidam nas anlises
acerca do tema" +or exemplo, as comparaes entre velha e nova ordem tendem a
situar esta Jltima como um momento de maior insta1ilidade na estrutura'o das
relaes de poder entre pases"
0m dos principais temas das anlises acerca da nova ordem ! a defini'o da
distri1ui'o do poder planetrio a partir da no'o de polos" Bue mecanismo su1stitui a
1ipolaridade predominante na .uerra 3riaU 8iferentes verses t#m sido ela1oradas
com o intuito de responder a esta uest'o, o ue impossi1ilita a exist#ncia de umconsenso so1re o assunto" Identificar os polos de poder si%nifica analisar uais pases
t#m a capacidade de influ#ncia nas prticas polticas e econmicas em escala %lo1al"
+or!m, t'o importante uanto definir as polaridades ue se impem na atualidade !
compreender os principais processos ue se delineiam na conuntura vi%ente"
0ma das principais caractersticas da nova ordem ! a su1stitui'o do domnio
das uestes ideol%icas e militares pela he%emonia das uestes econmicas, mesmo
ue outros temas difusos %anhem relev2ncia no momento atual" Enuanto na .uerra3ria a defini'o das pot#ncias se dava so1retudo pelo vi%or de seu poderio 1!lico, na
nova ordem, a economia ! o principal alicerce das tentativas de defini'o das novas
polaridades" Assim, o %rau de desenvolvimento econmico, tecnol%ico e social
assume um papel importante na defini'o dos novos polos de poder"
0m exemplo da preponder2ncia de fatores econmicos na determina'o das
polaridades atuais est nas definies ue identificam a exist#ncia de uma trade
composta por E0A, Sap'o e Alemanha" Estes dois Jltimos apresentaram um %rande
crescimento econmico at! a recess'o dos anos ==G, em 1oa parte devido aos planos
norte$americanos de reconstru'o econmica" A uantidade de capital inetado e a
presena das empresas norte$americanas contri1uram para elevar novamente a
economia de am1os, e tam1!m para a manuten'o do crescimento estadunidense"
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Estes dois pases eram, at! FGG?, respectivamente, a se%unda e a terceira maior
economia do mundo" Am1os possuem um %rande poder de influ#ncia em suas
respectivas re%ies" A Alemanha exerce um papel de liderana poltica e econmica na
0ni'o Europeia 7 ainda ue n'o o faa de forma isolada, o mesmo ocorrendo com o
Sap'o, em rela'o @ Psia" *ontudo, nenhum dos dois pases, ao contrrio dos E0A,
apresenta um destacado poder poltico ou militar em escala mundial 7 vide o fato de
nenhum dos dois possuir assento no *onselho de 9e%urana da 40 e at! pouco
tempo n'o possurem o direito de consolidar uma estrutura militar a altura de seu
potencial econmico"
*om a sada de cena do de1ate ideol%ico, a1riu$se um espao para ue novasuestes fossem colocadas nas disputas de poder nas relaes internacionais" ;emas
como direitos humanos, democracia, meio am1iente, %era'o de ener%ia, se%urana e
com!rcio internacional aduirem %rande relev2ncia na atual a%enda e passam a
influenciar com maior vi%or o o%o de poder das relaes entre Estados"
A %lo1ali&a'o e o crescimento dos pases emer%entes alteram a %eo%rafia da
produ'o de 1ens capitalista e exi%em um rearrano da din2mica da produ'o e
distri1ui'o de ener%ia" I%ualmente, o alto crescimento do volume de produ'o em ummundo de matri& ener%!tica calcada em recursos n'o$renovveis, torna a disputa pelo
controle destes recursos mais intensa" este contexto, a se%urana ener%!tica assume
um papel relevante na a%enda internacional e se relaciona a conflitos recentes como os
do Afe%anist'o, da .er%ia e a .uerra do Iraue"
A no'o de ordem mundial se refere @s estruturas de relaes internacionais, e
sa1e$se ue o processo de %lo1ali&a'o vem afetando o modo como se posiciona o
Estado na sociedade capitalista" 41serva$se a eleva'o do poder de or%anismos
internacionais, 4.s e %randes corporaes multinacionais, estas Jltimas sendo
consideradas os principais atores da %lo1ali&a'o" A prpria expans'o da circula'o
dos fluxos por redes ue se dispersam pelos mais variados cantos do %lo1o relativi&a o
poder de controle e determina'o do Estado so1re o seu territrio" Em1ora sea
primordial identificar o papel dos referidos processos e atores no o%o de poder ue se
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confi%ura na atualidade, n'o se pode cair no alarmismo de ue estes su1stituem os
Estados em seu prota%onismo na din2mica das relaes internacionais"
0ma caracterstica marcante do atual perodo ! a exist#ncia de apenas uma
%rande pot#ncia de presena e influ#ncia efetivamente %lo1al" 4s Estados 0nidos s'o
considerados por muitos analistas o maior imp!rio da histria, por ter alcanado uma
supremacia incomparvel nos campos econmico, militar, poltico e mesmo cultural"
Hoe, os Estados 0nidos controlam 1ases militares ao redor do mundo e possuem um
oramento militar ue 1eira a metade de todo %asto mundial com o setor" 4 pas possui
as principais universidades e o ue mais re%istram patentes, ! sede da maior parte das
%randes multinacionais, exerce enorme influ#ncia so1re o sistema financeiro e ocom!rcio de commodities" A indJstria cultural norte$americana complementa a estrutura
de domina'o aui delineada, sendo responsvel por uma alta fatia da produ'o de
filmes, pro%ramas de televis'o, produ'o musical etc" *onsiderados em conunto, estes
aspectos tradu&em uma h1il estrat!%ia de controle he%emnico ue ocorre por meio
das armas, da inova'o tecnol%ica e da influ#ncia so1re os h1itos"
Entretanto, a prpria he%emonia estatal norte$americana n'o se mostra
suficiente e efica& contra a a'o de al%uns atores n'o estatais, ue exercem papelpertur1ador no sistema poltico internacional" A partir do fim da 1ipolaridade, esses
atores passaram de coaduvantes da %uerra ideol%ica para prota%onistas no
deseuil1rio mundial" A a'o de %rupos terroristas, do crime or%ani&ado e do
narcotrfico, at! ent'o contidos e su1metidos pela %uerra ideol%ica travada pelas
superpot#ncias durante a .uerra 3ria, tornaram$se ameaas @ esta1ilidade mundial,
desafiando o poder estatal ue se viu incapa& de impedir suas aes em um conflito
assim!trico, para o ual o Estado n'o estava e ainda n'o est preparado" Isso n'o
si%nifica ue esses atores seam novos no sistema internacional" 4 ue ! novo ! o
resultado de sua a'o" 9e antes possuam capacidade para desesta1ili&ar al%um
Estado ou al%uma re%i'o definida, atualmente sua a'o exerce influ#ncia em todo o
sistema poltico internacional"
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/ais recentemente, os atentados de de setem1ro de FGG desafiaram
diretamente o poder da Vhiperpot#nciaW e contri1uram para a altera'o de al%umas
caractersticas da nova ordem" As causas dos atentados se associam ) aos efeitos do
processo de %lo1ali&a'o so1re as reas perif!ricas, ue %eram situaes de opress'o
poltica, econmica e culturalT F) @s aes imperialistas dos Estados 0nidos no 4riente
/!dioT e K) @ estrutura interna de poder dos pases dessa re%i'o, altamente complexa e
conflituosa"
A resposta norte$americana se deu com 1ase no predomnio de medidas
unilaterais, ue se estenderam do campo militar ao poltico e econmico, mesclada com
al%umas aes 1aseadas no multilateralismo e na 1usca de parcerias 7 usualmenteredu&idas @ esfera retrica" 4 evento de de setem1ro de FGG n'o alterou a rela'o
de poder entre as pot#ncias, mas influiu so1re as novas posies e prioridades destas,
em especial da pot#ncia he%emnica" 8e fato, o ue se sucedeu aos atentados foi o
maior exerccio do poder pelos Estados 0nidos nos mais diversos aspectos das
relaes internacionais"
4utro aspecto sin%ular da nova ordem mundial, portanto, ! a ascens'o do
terrorismo %lo1ali&ado como um dos principais temas da a%enda internacional" esteponto, mais uma ve&, o %rande marco foi o atentado terrorista de FGG, ue consolidou
o %rupo terrorista denominado Al-Qaeda como o %rande inimi%o de al%umas das
principais pot#ncias capitalistas" As relaes esta1elecidas na %lo1ali&a'o possi1ilitam
a or%ani&a'o do terrorismo internacional nos moldes atuais, pois este est diretamente
associado @s condies de financiamento %eradas pelos parasos fiscais, @ crescente
desi%ualdade social e @s uestes relacionadas @ domina'o econmica, poltica e
cultural" *ontudo, um olhar restrito @ escala %lo1al n'o identifica as peculiaridades das
sociedades onde tal fenmeno se desenvolve"
Em conseu#ncia da ascens'o do terrorismo internacional, sur%e uma
peculiaridade ue ! a caracteri&a'o de novos padres de conflitos ue n'o se
esta1elecem entre Estados" 9'o 1ons exemplos a invas'o do Afe%anist'o e as
incurses no norte do +auist'o reali&adas pelos Estados 0nidos, 1em como os
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conflitos Israel$+alestina e Israel$He&1olah" esses casos, os Estados envolvidos
declaram com1ater ameaas @ sua se%urana nacional causadas por %rupos
terroristas"
os Jltimos anos, o1serva$se ainda a emer%#ncia de novas pot#ncias ue
passam a rivali&ar nos mais variados aspectos com as consolidadas" *ertamente, o
pas mais destacado dos chamados emer%entes ! a *hina, ue apresenta h mais de
duas d!cadas o maior crescimento econmico mundial e possui no momento o terceiro
maior +I< (produto interno 1ruto) do mundo" 4 %rupo se completa com
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campo econmico, uma multipolaridade com deseuil1rio de poder ou ainda uma
unipolaridade ue caminha para a multipolaridade"
4. A FORMAO DOS BLOCOS ECONMICOS E DE PODER
4 fim da disputa ideol%ica entre capitalismo e socialismo tornou mais visveis as
uestes ue se confi%uravam nas escalas re%ional e nacional" 8a mesma forma, as
aspiraes econmicas passaram a predominar nos espaos de discusses entre
Estados" Associado a isso, o1serva$se, nas Jltimas d!cadas, o fenmeno de forma'ode 1locos de pases com diversas finalidades, uma tend#ncia da atual fase de
desenvolvimento capitalista" Esses 1locos podem se estruturar re%ionalmente, como
acontece com o /ER*490: e a 0ni'o Europeia, ou a partir da defesa de interesses
comuns, como ocorre com o .$? e os .$FGYs"
A forma'o dos 1locos econmicos re%ionais ! um processo ue se relaciona @s
necessidades de expans'o de mercados e acumula'o de capitais, 1em como a uma
estrat!%ia de melhor inser'o internacional dos pases" A 0ni'o Europeia, mais anti%o edesenvolvido 1loco re%ional, ! um exemplo claro do ue ocorre" 9ua ori%em remonta @
d!cada de =QG, e se associa a um proeto de reinser'o poltica e de retomada
econmica das pot#ncias do continente, ue haviam perdido a he%emonia para E0A e
0R99" :i1erar as 1arreiras dos pases mem1ros do 1loco si%nificava facilitar as trocas
entre empresas e estimular o crescimento econmico" A liderana norte$americana e
aponesa nas inovaes relacionadas @ revolu'o informacional nos anos =GM?G
tornou mais ur%ente o processo de inte%ra'o europeu, ue deslanchou a partir da
assinatura do acordo ue deu ori%em ao /ercado *omum Europeu, em =?Z"
Esse processo de inte%ra'o, ue che%ou @ atual 0ni'o Europeia, representa
uma reestrutura'o do poder dos Estados e, principalmente, uma altera'o na rela'o
do Estado com suas fronteiras" Exemplifica tam1!m a din2mica de contradies
presentes na histria do sistema capitalista, pois a tend#ncia @ forma'o de 1locos
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econmicos re%ionais, ue visa expandir, %arantir e controlar mercados, intensificou$se
no maior perodo de expans'o do neoli1eralismo, ue pre%a, paradoxalmente, a
li1erali&a'o total das trocas comerciais" 8eve$se analisar a forma'o da 0ni'o
Europeia 7 e dos demais 1locos $ como um proeto econmico e de poder" 4s 1locos
re%ionais facilitam a inte%ra'o econmica e a circula'o de 1ens nos territrios por
eles a1ran%idos, tradu&indo$se numa nova estrat!%ia de inser'o no 2m1ito das
relaes internacionais contempor2neas"
Al!m dos 1locos re%ionais, o1serva$se a tend#ncia da poltica internacional atual
da forma'o de 1locos com %rupos de pases com interesses comuns" 0m exemplo
disso ! o chamado .$? (o .rupo dos 9ete e a RJssia, anti%o .$ mais um)" 4 .$? !um %rupo internacional ue reJne os sete pases mais industriali&ados e desenvolvidos
economicamente do mundo, mais a RJssia" ;odos os pases inte%rantes do .$? se
di&em naes democrticas" Inte%ram esse .rupo E0A, 3rana, *anad, Alemanha,
Itlia, Sap'o, Reino 0nido e a RJssia" 4s o1etivos do .$? t#m evoludo ao lon%o dos
anos, levando em considera'o novas necessidades e conunturas polticas" Esse
frum, ue ori%inalmente %irava essencialmente em torno do auste das polticas
econmicas de curto pra&o entre os pases participantes, adotou uma perspectiva mais%eral e mais estrutural, acrescentando @ sua a%enda um %rande nJmero de uestes
polticas e sociais, particularmente na rea da se%urana mundial, do desenvolvimento
sustentvel e da saJde mundial" 4 carter informal do %rupo permitiu$lhe evoluir sem
deixar de ser eficiente e adeuado @s necessidades" 8e suas discusses, s'o
expedidas as diretri&es ue seus mem1ros implementar'o nas diversas reas das
relaes internacionais e no 2m1ito das demais or%ani&aes supranacionais (relaes
1ilaterais, relaes entre 1locos re%ionais, 4/*,
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economia a%rcola, ue concentra sua atua'o em a%ricultura, ue ! o tema central da
A%enda de 8esenvolvimento de 8oha" A rodada de 8oha das ne%ociaes da 4/*
visa a diminuir as 1arreiras comerciais em todo o mundo" As conversaes centram$se
nas diver%#ncias entre os pases desenvolvidos e os maiores pases em
desenvolvimento (representados pelo .$FG)" 4s su1sdios a%rcolas s'o o principal
tema de controv!rsia nas ne%ociaes"
4 .$FG tem uma vasta e euili1rada representa'o %eo%rfica, sendo em FGG=
inte%rado por FK mem1ros Q da Pfrica (Pfrica do 9ul, E%ito, i%!ria, ;an&2nia e
[im11ue), Z da Psia (*hina, 3ilipinas, Nndia, Indon!sia, +auist'o e ;ail2ndia) e F da
Am!rica :atina (Ar%entina,
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mundial, ?G\ do com!rcio mundial (incluindo o com!rcio intra$0E) e dois teros da
popula'o mundial"
4 .rupo dos FG foi proposto como um novo frum para coopera'o e consulta
nas mat!rias pertinentes ao sistema financeiro internacional" Estuda, revisa e promove
a discuss'o entre os principais pases industriais e emer%entes" 4 o1etivo primrio do
.$FG ! discutir e desenvolver polticas de promo'o do crescimento sustentado da
economia %lo1al, com 1ase na poltica econmica neoli1eral, visando
$ a elimina'o de restries no movimento de capital internacionalT
$ desre%ulamenta'oT
$ condies de mercado de tra1alho flexveisT$ privati&a'oT
$ %arantia de direitos de propriedade intelectual e outrosT
$ cria'o de um clima de ne%cios ue favorea a reali&a'o de investimentos
estran%eiros diretosT
$ li1erali&a'o do com!rcio %lo1al"
Em decis'o tomada em setem1ro de FGG=, o .$FG (maiores economias) passar
a ser o foro principal da coopera'o econmica mundial, em su1stitui'o ao .$?"A palavra
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existe uma 1oa pro1a1ilidade das previses n'o se concreti&arem, por polticas
inadeuadas, simplesmente por m sorte ou ainda por erros nas proees e falhas do
prprio modelo matemtico adotado"
/as se os
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REFERNCIA BIBLIORFICA