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prova do torneio virtual de química 2015, primeira fase

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  • 7 Torneio Virtual de Qumica

    2015

    1 fase

    LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUES ABAIXO!

    01) Esta prova contm 14 (catorze) questes.

    02) Cada questo contm 04 (quatro) assertivas, s quais se deve atribuir V, para as que

    se julgarem verdadeiras, ou F, para as consideradas falsas.

    03) A equipe deve escolher 08 (oito) questes para responder. Recomenda-se

    fortemente a pesquisa e a consulta a materiais bibliogrficos na resoluo desta prova.

    04) O envio das respostas das assertivas das questes escolhidas pela equipe se dar

    com o preenchimento de uma ficha de inscrio, disponvel na pgina oficial do TVQ

    (www.torneiovirtualdequimica.com.br), na seo correspondente prova de 1 fase da edio

    2015, quando tambm sero solicitados alguns dados dos alunos do grupo.

    05) O grupo receber, via e-mail ([email protected]), uma

    mensagem confirmando o envio desta ficha em at 03 (trs) dias aps a submisso da mesma.

    06) A primeira fase ter durao de 18 (dezoito) dias, iniciando-se no domingo, dia 11

    (onze) de outubro de 2015, e se encerrando na quarta-feira, dia 28 (vinte e oito) de outubro de

    2015. O resultado ser divulgado no sbado seguinte, dia 31 (trinta e um) de outubro de 2015, e

    a 2 fase do torneio ter incio no domingo, dia 01 (primeiro) de novembro de 2015.

    Apoio

  • 1

    O Mundo segundo os Detectores

    Problema 01. A grande maioria das propriedades da natureza, em especial em escala

    microscpica, no podem ser percebidas diretamente pelo olho humano. Para o estudo de tais

    fenmenos, pode ser interessante fazer uso das tcnicas espectroscpicas, as quais se baseiam

    nos diferentes tipos de interao entre a radiao eletromagntica e a matria. So exemplos as

    transies entre os diversos nveis de energia moleculares (eletrnicos, vibracionais ou

    rotacionais), como nas espectroscopias de absoro no ultravioleta e no visvel, no

    infravermelho e Raman; e o desdobramento dos nveis de energia associados aos diferentes

    estados de spin nuclear, no degenerados sob a aplicao de um campo magntico externo e

    caractersticos da interao do ncleo com o ambiente qumico no qual est envolto, como feito

    na ressonncia magntica nuclear (RMN). H ainda tcnicas que promovem a caracterizao de

    uma molcula a partir de sua fragmentao em espcies carregadas e a manipulao de campos

    eltricos e magnticos, como a espectrometria de massas.

    Muitas vezes o uso de apenas uma tcnica no suficiente para uma atribuio

    estrutural inequvoca. Entretanto, a partir de informaes oriundas de um conjunto delas

    possvel caracterizar um composto de forma segura, o que possibilita estudar profundamente um

    sem-nmero de amostras mesmo que distantes de ns, como um planeta ou toda uma galxia.

    Cada uma destas tcnicas de anlise

    instrumental possui suas prprias

    caractersticas e est associada ao uso de

    radiao de determinada regio do espectro

    eletromagntico; isto indica os tipos de

    experimentos que podem ser realizados a fim

    de se inferir diferentes informaes sobre o

    sistema, bem como o tipo de instrumentao

    que dever ser aplicada na construo do

    respectivo equipamento como a escolha do

    detector a ser utilizado, de acordo com o

    fenmeno e o composto a serem estudados.

    Sobre as diversas tcnicas espectroscpicas, julgue:

    a) Em molculas como a quinina, na qual as transies eletrnicas possuem sempre uma

    energia bem definida, observam-se estreitas bandas de absoro eletrnica.

    b) Em anlises no estado gasoso, o aumento da temperatura alarga as bandas de

    absoro e de emisso de uma amostra.

    c) A partir da massa monoisotpica exata de um composto, possvel determinar sua

    frmula molecular de forma inequvoca.

    d) A anlise do espectro de absoro eletrnica de uma molcula orgnica nos permite

    prever se o composto apresenta ligaes insaturadas conjugadas, mas no o seu grau de

    substituio.

  • 2

    Uma Questo de Harmonia

    Problema 02. Um dos modelos matemticos mais simples para a descrio dos nveis

    vibracionais de uma molcula diatmica o do oscilador harmnico. Este modelo deriva da

    suposio que a energia potencial (p) do sistema pode ser aproximada por

    p = 1

    2 kr2,

    resultado da presena de uma fora elstica restauradora, de intensidade proporcional ao

    deslocamento (r - reqm) ocorrido com a vibrao da molcula. Como em um sistema massa-mola

    clssico, k a constante de fora da ligao qumica entre os tomos (anloga constante de

    vibrao da mola), r o comprimento de ligao da molcula e r0 a distncia de equilbrio

    entre as massas. Apesar de aparentemente simples, tal modelo apresenta grande capacidade

    preditiva para o comportamento de sistemas mais simples em espectroscopia vibracional.

    A figura mostra um diagrama de configurao genrico para uma molcula diatmica,

    sendo que v = 1, 2, 3 corresponde a cada um dos diferentes nveis energticos vibracionais. A

    parbola que compreende estes nveis representa graficamente a variao da energia destes com

    o comprimento de ligao, como idealmente prevista pelo modelo apresentado.

    a) O modelo prev corretamente as energias dos nveis vibracionais de uma molcula

    para comprimentos de ligao r r0.

    b) Em estados vibracionais excitados, a distribuio mais provvel de distncias

    internucleares pode ocorrer fora do valor reqm.

    c) Na seguinte srie de molculas diatmicas homonucleares do segundo perodo N2,

    O2, F2 temos, nesta ordem, um decrscimo no valor da distncia intermolecular de equilbrio,

    em virtude do aumento das massas dos tomos presentes.

    d) O nvel vibracional v = 0 no est associado ao mnimo do poo de energia potencial,

    uma vez que a energia trmica do sistema no nula.

  • 3

    O Efeito Raman

    Problema 03. Em 1930, o indiano C. V. Raman (foto) foi

    laureado com o Prmio Nobel em Fsica em reconhecimento aos seus

    trabalhos acerca do espalhamento da radiao eletromagntica. Raman

    observou que, quando a luz monocromtica atravessa um material

    transparente, parte da radiao no apresenta exatamente o mesmo

    comprimento de onda da radiao incidente. Isto ocorre em virtude da

    interao entre o campo eletromagntico da fonte de luz e determinados

    modos vibracionais e rotacionais das molculas que compem o

    material.

    Apesar de ter sido previsto teoricamente alguns anos antes do relato de sua observao

    prtica, este fenmeno conhecido como Efeito Raman, em homenagem ao cientista ao qual se

    atribuiu tal verificao experimental e correta interpretao. O estudo das tcnicas que

    envolvem o espalhamento de radiao promoveu novos horizontes espectroscopia vibracional,

    apresentando hoje sofisticada instrumentao e vasta aplicao na compreenso da estrutura e

    na identificao de molculas e materiais.

    Em relao ao efeito Raman e suas aplicaes, julgue:

    a) O fenmeno de espalhamento associado ao efeito Raman possui a mesma natureza

    fsica que o efeito responsvel por dar colorao azul aos cus e tons vermelhos ao pr do Sol.

    b) Em virtude da baixa intensidade inerente aos processos de espalhamento inelstico de

    luz, o espectro Raman de uma molcula pode ser obtido apenas utilizando lasers como fontes de

    radiao.

    c) A atividade do efeito Raman est ligada variao do momento de dipolo induzido

    (ou polarizabilidade) de uma molcula. Por outro lado, atividade no infravermelho relaciona-se

    variao do momento de dipolo intrnseco do composto em funo do movimento vibracional.

    d) As setas vermelha, verde e roxa da imagem abaixo representam, respectivamente, os

    mecanismos de espalhamento Rayleigh (elstico), Stokes (no qual o comprimento de onda da

    radiao espalhada menor que o da radiao incidente) e Anti-Stokes (no qual o nmero de

    onda da radiao espalhada maior que o da radiao incidente).

  • 4

    Transferncias de Energia

    Problema 04. Uma soluo de

    CH2Cl2, contendo os compostos A e B

    abaixo (R = CH3), apresenta um

    comportamento peculiar de acordo com

    as condies do meio. Inicialmente a

    soluo irradiada por radiao

    ultravioleta (292 nm) e pode ser

    observada somente a correspondente

    fluorescncia de A. Mantendo-se

    constante a irradiao em 292 nm, titula-

    se lentamente esta soluo com CF3SO3H,

    observando-se a diminuio gradual da

    intensidade de emisso anteriormente

    verificada. Por outro lado, fluorescncia

    em um novo comprimento de onda,

    correspondente ao composto B, comea a

    ser percebida a partir da. A figura ao lado

    mostra os espectros de excitao e de

    emisso que originaram tais observaes.

    O estudo do fenmeno indica uma transferncia de energia do tipo Frster. Nesse

    mecanismo, tambm conhecido como transferncia de energia dipolo-dipolo, ocorre a interao

    de forma no-radiativa entre um grupo eletronicamente excitado (Doador) e um grupo em seu

    estado eletrnico fundamental (Receptor). A aproximao dos dois grupos em soluo

    permite o acoplamento entre os momentos de dipolo do grupo doador e do grupo receptor,

    resultando na transferncia de energia entre eles. Consequentemente, o grupo receptor torna-se

    eletronicamente excitado, enquanto o grupo doador retorna ao seu estado fundamental. Note que

    este tipo de transferncia de energia extremamente dependente da proximidade entre os grupos

    doadores e receptores. Julgue as assertivas abaixo.

    a) Tanto o Cs+ quanto o H

    + so cidos de Lewis; logo possvel realizar a

    substituio do CF3SO3H utilizado no experimento por CsCl, sem que sejam

    observadas mudanas no comportamento descrito.

    b) O aumento do comprimento da cadeia do composto B (n = 1, 2, 3, 4,

    5) no interfere no mecanismo de transferncia de energia. Portanto, a

    fluorescncia atribuda ao composto B, aps a adio de CF3SO3H, no tem sua

    intensidade modificada.

    c) Por outro lado, o aumento da temperatura da soluo resulta em um

    aumento da intensidade da fluorescncia do composto B.

    d) Utilizando diferentes substituintes R, como os representados na imagem

    ao lado, as propriedades de emisso de B (R = CH3) tambm no se alterariam.

    Espectro de excitao (linha contnua) e de emisso (linha pontilhadas)

    para o composto A (a) e para o composto B em sua forma protonada (b).

  • 5

    Cintica e Mecanismos: Muito Alm da Ordem de Reao

    Problema 05. A cintica de reaes uma ferramenta muito poderosa para a

    compreenso de como ocorre um processo qumico como um todo. Sua aplicao mais

    conhecida, em qumica orgnica e em qumica inorgnica, a elucidao de mecanismos de

    reao, fornecendo informaes sobre as espcies ativas e a etapa lenta do processo.

    Um exemplo recente dos estudos em fsico-qumica orgnica foi publicado por Moss e

    colaboradores (J. Org. Chem. 80 (15) (2015), 75907593), que trata da adio de carbenos a um

    alceno. O carbeno foi gerado in situ pela fotlise da diazirina correspondente, seguindo-se a

    adio dupla ligao da olefina.

    Na tabela a seguir, so mostrados os valores obtidos para as entalpias de ativao (H)

    para as diferentes combinaes de carbenos e alcenos utilizados.

    Carbeno Alceno H / cal mol-1

    Ph- 1 - 2,35

    Ph- 2 0,22

    Ph- 3 0,68

    3,5-DNPh- 1 - 5,28

    3,5-DNPh- 2 - 2,81

    3,5-DNPh- 3 - 1,26

    F5Ph- 1 - 2,36

    F5Ph- 2 1,39

    F5Ph- 3 2,09

    Com as informaes fornecidas, julgue as assertivas abaixo.

    a) A fora motriz da reao de formao do carbeno o aumento de entropia causado

    pela liberao de gs no processo.

    b) O espectro de ressonncia magntica nuclear de 13

    C (desacoplado de prton) no

    apresentar acoplamentos para o aduto de adio onde R = F5-Ph.

    c) O mecanismo se trata de uma adio nucleoflica ligao C=C, dada a presena de

    um par de eltrons livre no carbeno.

    d) Com os experimentos realizados, podemos notar que o flor um substituinte que

    doa densidade eletrnica ao anel aromtico.

  • 6

    A Equao de van der Waals

    Problema 06. Os trabalhos de Boyle, Charles e Gay-Lussac permitiram a formulao da

    Lei dos Gases Ideais,

    =

    de grande importncia no estudo de substncias em estado gasoso. Entretanto, ela pode ser

    aplicada apenas sob certas condies, em especial quando a interao entre as partculas

    mnima neste tipo sistema.

    A formulao de um modelo para gases reais exige elaborao

    muito maior, j tendo sido propostos diversos modelos para estudar os

    discrepantes comportamentos em relao condio de gs ideal. Os

    principais fatores a levados em conta em tais modelos so justamente as

    diferentes interaes entre as molculas do gs e as intensidades destas.

    O cientista holands Johannes Diderik van der Waals (foto) foi o

    responsvel por uma das equaes mais utilizadas no estudo de gases

    reais, trabalho que lhe rendeu o Prmio Nobel em Fsica no ano de 1910:

    =

    2

    onde

    =

    A equao de van der Waals apresenta uma melhoria sensvel equao de estado dos

    gases ideais, uma vez que fornece uma justificativa qualitativa para alguns desvios do

    comportamento ideal. Em relao a ela, julgue:

    a) a e b so parmetros ajustveis para cada substncia e dependentes da temperatura.

    b) p e T so grandezas intensivas da equao de estado, enquanto uma grandeza

    extensiva.

    c) O efeito das foras atrativas entre as molculas do gs reduza presso abaixo do valor

    ideal, o que considerado pela subtrao do termo

    2 da presso.

    d) Quando o volume V do sistema muito grande, essa equao se aproxima da Lei dos

    Gases Ideais, uma vez que tambm ser muito grande quando comparado com b e

    2 muito

    pequeno quando comparado com o primeiro termo.

  • 7

    Um Estudo Espontneo

    Problema 07. Entropia (do grego ) uma grandeza termodinmica associada

    aos graus de liberdade da matria e da energia em determinado sistema. Tal conceito central

    na 2 Lei da Termodinmica, a qual postula, simplificadamente, que:

    A entropia de um sistema isolado tende a aumentar.

    Um sistema que pode ser considerado uma boa aproximao para um sistema isolado e

    que til no estudo de variaes entrpicas em fenmenos gasosos que aquele que envolve

    arranjos de bales indeformveis e

    adiabticos conectados. Considere o

    sistema ao lado, no qual os bales

    isovolumtricos A e B esto conectados por

    um tubo de volume desprezvel munido de

    uma vlvula 1. O balo B faz contato com a

    atmosfera por meio da vlvula 2.

    a) Suponha que ambas as vlvulas estejam inicialmente fechadas e que os bales

    estejam preenchidos com quantidades equimolares e a mesma temperatura de He(g). Caso a

    vlvula 1 seja aberta, enquanto a vlvula 2 mantida fechada, Sprocesso = 0, pois no h troca de

    energia entre os gases (uma vez que esto a temperaturas iguais).

    b) Supondo que ambas as vlvulas estejam inicialmente fechadas e que, de incio, o

    balo A contenha 4,00 g de He(g), caso a vlvula 1 seja aberta, enquanto a vlvula 2 mantida

    fechada, a probabilidade de que todos os tomos de hlio permaneam no balo A de (0,5)Na

    ,

    onde Na o Nmero de Avogadro.

    c) Supondo que ambas as vlvulas estejam inicialmente fechadas e que, inicialmente, o

    balo A contenha 4,00 g de He(g), caso as vlvulas 1 e 2 sejam abertas concomitantemente,

    Wexpanso 0 e Sexpanso 0, o que vivel pela 2 Lei da Termodinmica.

    d) Supondo que ambas as vlvulas estejam inicialmente fechadas e que, inicialmente, o

    balo A contenha 4,00 g de He(g), caso a vlvula 1 seja aberta, enquanto a vlvula 2 mantida

    fechada, Wexpanso = 0 e Sexpanso = 0, o que tambm vivel pela 2 Lei da Termodinmica.

  • 8

    Cores e Equilbrio Qumico

    Problema 08. As substncias orgnicas capazes de atuar como indicadores cido-base

    caracterizam-se por serem cidos ou bases fracos, com o diferencial de que suas formas

    protonada e desprotonada apresentam cores distintas em soluo, de acordo com o pH do meio.

    Tomemos como exemplo o verde de bromocresol, um cido fraco que em gua apresenta o

    seguinte equilbrio, escrito de forma simplificada:

    HIn(aq) + H2O(l) In-(aq) + H3O

    +(aq)

    O espectro eletrnico de absoro ao lado foi

    obtido para uma soluo aquosa de verde de

    bromocresol, sendo que cada uma das bandas

    observadas corresponde a uma das formas do indicador.

    Com essas informaes, um engenhoso qumico decidiu

    utilizar-se da Lei de Lambert-Beer para calcular o pKa

    deste indicador.

    Para tanto, ele preparou solues com diferentes

    concentraes do indicador em HCl 0,10 mol L-1

    e mediu a absorbncia de cada uma delas,

    sempre monitorando o comprimento de onda de 440 nm (A440) e usando cubetas de caminho

    ptico b = 1 cm. Com tais dados, ele construiu uma curva de calibrao de absorbncia versus

    concentrao de indicador na soluo, obtendo uma reta de inclinao 1,76 104.

    Por fim, ele preparou duas solues do indicador em gua e mediu suas absorbncias

    (tambm a 440 nm) e o pH de ambas, obtendo os dados apresentados abaixo.

    Cindicador / mol L-1

    pH A440

    1,37 10-4 3,87 2,1887

    8,28 10-5 4,08 1,2573

    Utilizando as informaes fornecidas, julgue as seguintes afirmaes:

    a) A banda de absoro centrada em 440 nm, observada no espectro eletrnico da

    soluo, corresponde forma desprotonada do indicador.

    b) Da curva de calibrao e da Lei de Lambert-Beer temos que o coeficiente de

    absortividade molar do verde de bromocresol a 440 nm 440 = 1,76 104 L mol

    -1 m

    -1.

    c) Da equao de Henderson-Hasselbach, um grfico de pH versus log([In-]/[HIn])

    uma reta cujo coeficiente angular o pKa.

    d) Os resultados obtidos no experimento indicam que o verde de bromocresol possui

    pKa = 4,9.

  • 9

    Criando uma Referncia Eletroqumica

    Problema 09. Em eletroqumica, muitas vezes estamos interessados em medir o

    potencial eltrico de uma soluo, ou ento aplicamos certo potencial para promover a

    ocorrncia de reaes de xido-reduo nos eletrodos. No entanto, o potencial eltrico no

    uma grandeza absoluta; logo, apenas conseguimos medi-lo de forma relativa, como uma

    diferena de potencial em relao a uma referncia pr-estabelecida.

    Assim, faz-se necessrio a escolha e o uso de um eletrodo de referncia, cujo potencial

    mantenha-se constante ao longo de toda a medida potenciomtrica. O mais conhecido dos

    eletrodos de referncia o eletrodo padro de hidrognio (EPH), em relao ao qual so

    medidos todos os potenciais padro encontrados em tabelas na literatura. Eletrodos de

    calomelano e de prata/cloreto de prata tambm so muito empregados para esta tarefa, pois so

    mais fceis de se construir e utilizar para fins prticos no dia-a-dia de um laboratrio. Nas

    figuras abaixo, so representados respectiva e esquematicamente os trs eletrodos mencionados

    (Skoog, D.A et al. Fundamentos de Qumica Analtica, 8 ed. Thomson Learning, 2007.)

    Sobre eletrodos de referncia, julgue as seguintes afirmaes.

    a) sempre necessrio conhecer o valor exato de potencial do eletrodo de referncia

    para que seja feita uma medida de diferena de potencial.

    b) A 25 C, um eletrodo de Ag/AgCl preparado com uma soluo de KCl 0,1 mol L-1

    tem potencial de + 0,28 V com relao ao EPH.

    c) A diferena de potencial que deve ser aplicada na eletrlise aquosa de NaCl depende

    de qual eletrodo de referncia foi usado para medir o potencial de reduo das espcies

    presentes no meio.

    d) Em uma medida de potencial interessante que a corrente eltrica passe pelo

    eletrodo de referncia, pois assim o circuito fechado e a medida pode ento ser realizada.

  • 10

    Uma Questo Mais Slida

    Problema 10. Na gravimetria por precipitao, um analito seletivamente separado da

    amostra como um precipitado, podendo ser convertido em uma espcie qumica de composio

    conhecida. Esta pode, ento, ser pesada e quantificada, revelando a frao relativa do analito no

    meio.

    As operaes envolvidas nesse processo tipicamente envolvem a adio de um agente

    precipitante amostra, momento em que o slido contendo a espcie em anlise se forma no

    seio da soluo. Em seguida, so feitos o seu envelhecimento (ou digesto), filtrao, secagem

    (ou calcinao) e, por fim, pesa-se o material.

    Sobre a teoria envolvida na gravimetria por precipitao, julgue os seguintes itens:

    a) Um agente precipitante que no seja especfico para o analito desejado no pode ser

    usado na gravimetria por precipitao. Em especial, a formao de solues slidas, a

    complexao de um on metlico com outras espcies presentes no meio e a adsoro na

    superfcie do precipitado so importantes fontes de contaminao que devem ser consideradas

    neste mtodo analtico.

    b) Uma soluo que, no momento anterior precipitao, possua alto grau de

    supersaturao relativa tem favorecida a formao de partculas maiores no slido, facilitando

    a etapa de filtrao.

    c) Sais que possuem baixos valores de KPS tendem a formar precipitados do tipo

    cristalinos.

    d) A etapa de digesto ou envelhecimento permite o andamento de uma srie de

    transformaes irreversveis que contribuem para o melhora da pureza do produto. De fato,

    quanto maior o tempo de amadurecimento, melhor a qualidade do slido formado e maior o

    tamanho das partculas presentes.

  • 11

    Towards Systems Materials Engineering

    Yang, P.; Tarasgon, J.-M. Nature Materials 11 (2012), 560-563.

    Problema 11. A Engenharia de Materiais, mesmo se considerados seus pilares

    tradicionais (apresentados no tetraedro esquerda), sempre pde ser vista como talvez o ramo

    da engenharia mais interligado Qumica, em especial no que concerne ao carter

    experimentalista de suas ocupaes. Recentemente, tal lado tem sido continuamente mais

    evidenciado e reforado, dando lugar a uma busca pela otimizao das propriedades e do design

    dos materiais modernos com base cientfica cada vez melhor desenvolvida e sofisticada entre os

    profissionais formados e os sistemas de produo empregados.

    Julgue os itens a seguir, a respeito de algumas propriedades a serem consideradas no

    estudo de materiais cermicos e polimricos, em especial.

    a) A energia de Gibbs superficial mais elevada de uma nanopartculas de cermica em

    relao a uma cermica tradicional faz com que a necessidade energtica para tratamentos

    trmicos seja menor no material nanomtrico.

    b) O tratamento trmico pode provocar tenses que originam pequenos poros e fraturas

    na estrutura cermica. Uma solicitao mecnica posterior poder levar propagao da falha,

    levando ao comprometimento do material.

    c) O tratamento trmico pode tambm ser utilizado para provocar a coalescncia das

    partculas de cermica, aumentando sua densidade e resistncia mecnica, ao mesmo tempo em

    que reduz o dimetro e a quantidade dos poros na sua estrutura.

    d) Na seleo de um material para certa finalidade, diversos fatores devem ser levados

    em conta, em especial suas resistncias mecnica e trmica, a tenacidade e a resistncia aos

    agentes qumicos aos quais o material ser exposto. Apesar de possurem muito maior

    resistncia qumica e trmica que os materiais polimricos, as cermicas so inferiores a eles no

    quesito tenacidade, j que so, em geral, incapazes de sofrer deformaes plsticas. Alm disso,

    os polmeros, devido ao seu peso relativo mais baixo, sempre superam as cermicas na relao

    entre a rigidez fornecida e o peso do material.

  • 12

    Segurana em Primeiro Lugar!

    Problema 12. Os qumicos e os estudantes de qumica,

    diga-se de passagem so ou sero profissionais que sempre

    vivem cara a cara com o perigo. Dentre os casos mais notveis de

    compostos nocivos, temos compostos extremamente txicos,

    agentes oxidantes poderosos e higroscpicos, agentes redutores

    explosivos, reagentes pirofricos e sensveis ao choque mecnico,

    alm de experimentalistas descuidados.

    Por motivos como este, essencial que profissionais, estudantes e demais pessoas que

    convivam no ambiente de um laboratrio tenham conhecimento das principais normas de

    segurana e primeiros socorros, de modo a evitar acidentes, saber o que fazer (e o que no fazer)

    em situaes de risco e eventualmente amparar um companheiro, se necessrio.

    Sobre segurana na rea de qumica, julgue os itens abaixo:

    a) Caso um material eltrico energizado estiver em chamas, deve-se utilizar um extintor

    tipo C.

    b) Ao ver algum tomando um choque eltrico, deve-se imediatamente ajudar a pessoa

    a se soltar da fonte.

    c) Exemplos de reagentes com os riscos apresentados no enunciado, so

    respectivamente: Hg(CH3)2, CrO3, LiAlH4, tBuLi e NaN3.

    d) Um sistema de exausto deve ser utilizado para realizar reaes qumicas onde ao

    menos um dos reagentes voltil.

  • 13

    Fluere

    Problema 13. O flor sempre

    reconhecido como o elemento mais

    eletronegativo da tabela peridica. Tal

    propriedade fornece propriedades nicas para

    seus compostos. Desde a violenta reatividade da

    molcula diatmica a polmeros anti-aderentes

    como o Teflon. Nos ltimos anos tem-se

    observado grandes avanos na qumica de

    compostos fluorados, levando a aplicaes

    mdicas como o radiofrmaco fluordeoxiglicose.

    Sobre os compostos BF3, SF6, XeF6 e UF6, julgue os itens a seguir.

    a) Os gases nobres apresentam, de modo geral, altas energias de ionizao e afinidades

    eletrnicas negativas, propriedades que os tornam quimicamente inertes em relao maioria

    dos elementos conhecidos. Apesar disso, quando na presena de elementos muito

    eletronegativas como flor e oxignio, em condies adequadas eles podem inclusive formar

    compostos binrios estveis, como o XeF6 e o XeO3. Apesar disso, o xennio o nico gs

    nobre suficientemente polarizvel de modo a formar compostos satisfatoriamente estveis a

    temperatura e presso ambientes.

    b) Pela Teoria de Repulso dos Pares de Eltrons da Camada de Valncia (VSEPR),

    todos os compostos acima possuem geometria octadrica no que diz respeito ao grupo de

    ligantes presentes ao redor do tomo central.

    c) O composto UCl6 possui maior ponto de ebulio do que o UF6 dada sua maior

    polarizabilidade.

    d) O SF6 apresenta maior acidez de Lewis do que o BF3 devido ao maior nmero de

    tomos de flor polarizando o tomo central, que tornam o enxofre um centro mais deficiente

    em eltrons que o boro.

  • 14

    Assimetrias e Conformaes

    Problema 14. O estudo das ligaes qumicas em sistemas moleculares nos ajuda a

    compreender desde as reatividades diferentes apresentadas por compostos relativamente

    similares e mecanismos de induo quiral at as mais complexas reaes enantiosseletivas.

    Essas observaes podem ser racionalizadas estudando-se os estados de transio envolvidos

    nas transformaes, aplicando os mesmos princpios observados em sistemas clssicos simples.

    Sobre estruturas moleculares, julgue as assertivas abaixo.

    a) A molcula do cis-1-terc-butil-4-metilcicloexano pode assumir duas conformaes

    cadeira a temperatura ambiente, estando o equilbrio entre elas deslocado como a seguir. Isto

    ocorre porque o grupo terc-butil, por ser mais volumoso, prefere ocupar a posio equatorial no

    ciclo.

    b) O composto apresentado abaixo pode ser isomerizado ao seu diastereoismero ao ser

    submetido a aquecimento em um solvente com alta constante dieltrica.

    c) Etano, buta-1,3-dieno e cido maleico so trs exemplos de molculas que se

    encontram em equilbrio com seus ismeros conformacionais a temperatura ambiente.

    d) Todas as molculas a seguir desviam a radiao eletromagntica polarizada.

  • 15

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    - Fim da prova de 1 Fase do Torneio Virtual de Qumica 2015 -