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tv 46 IMPRENSA | JANEIRO / FEVEREIRO 2008 C arnaval é sempre igual. Ivete Sangalo na Bahia, frevo em Olinda e horas e mais horas seguidas de desfile na Sapucaí. A pauta é monótona, mas a audiência sempre é boa. Nem poderia ser diferente, já que a programação nessa época é monotemática. Detentora dos direitos de transmissão ao vivo dos desfiles das escolas de samba do Rio e de São Paulo, a Rede Globo inicia os preparativos pelo menos três meses antes. As vinhetas, gravadas em novembro, começam a ser veiculadas logo depois do ano novo. Na comissão de frente global, Cléber Machado, Maria Beltrão, Chico Pinheiro e Renata Ceribelli. Os dois primeiros apresentando o car- naval carioca e, outros dois, o paulistano. Pela Rede TV!, Nelson Rubens lidera a cober- tura, que traz os bastidores da festa no eixo Rio– São Paulo e em Salvador, já que a emissora não tem recursos para mais que isso. Apesar de traba- lhar enquanto o povo cai na folia, o apresentador garante que se diverte. Enquanto a Globo mostra passo a passo o enredo das agremiações, a emis- sora de Barueri (SP) acompanha o burburinho dos camarotes da Sapucaí e do Anhembi, a concentra- ção na entrada da avenida e o agito dos trios. “Nossa diversão é curtir as fantasias, as gafes e os micos que os carnavalescos pagam”, diz Rubens. AudiênciA monotemáticA Divulgação/Band ENQUANTO AS BATERIAS AFINAM OS TAMBORINS E AS COSTUREIRAS ALINHAVAM AS ÚLTIMAS LANTEJOULAS DOS ABADÁS, TVS, SITES, RÁDIOS E IMPRESSOS PREPARAM A ESTRUTURA DE DIVULGAÇÃO DO CARNAVAL, EVENTO QUE, ANUALMENTE, MOVIMENTA MAIS DE R$ 1 BILHÃO NO PAÍS DA REDAÇÃO AXÉ NA VEIA MUSA CLÁUDIA LEITE, DO BABADO NOVO, LEVANTANDO A AUDIÊNCIA NAS TRANSMISSÕES DO CARNAVAL Carnaval.indd 6 12/20/07 1:08:46 PM

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Carnaval é sempre igual. Ivete Sangalo na Bahia, frevo em Olinda e horas e mais horas seguidas de desfile na Sapucaí. A pauta é monótona, mas a audiência sempre é boa. Nem

poderia ser diferente, já que a programação nessa época é monotemática.

Detentora dos direitos de transmissão ao vivo dos desfiles das escolas de samba do Rio e de São Paulo, a Rede Globo inicia os preparativos pelo menos três meses antes. As vinhetas, gravadas em novembro, começam a ser veiculadas logo depois do ano novo. Na comissão de frente global, Cléber Machado, Maria Beltrão, Chico Pinheiro e Renata Ceribelli. Os dois primeiros apresentando o car-naval carioca e, outros dois, o paulistano.

Pela Rede TV!, Nelson Rubens lidera a cober-tura, que traz os bastidores da festa no eixo Rio–São Paulo e em Salvador, já que a emissora não tem recursos para mais que isso. Apesar de traba-lhar enquanto o povo cai na folia, o apresentador garante que se diverte. Enquanto a Globo mostra passo a passo o enredo das agremiações, a emis-sora de Barueri (SP) acompanha o burburinho dos camarotes da Sapucaí e do Anhembi, a concentra-ção na entrada da avenida e o agito dos trios. “Nossa diversão é curtir as fantasias, as gafes e os micos que os carnavalescos pagam”, diz Rubens.

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Já a TV Bandeirantes, que desde 1993 mostra o desfile dos trios baianos, traz 50 horas de transmissão ao vivo neste ano. A maratona começa na sexta à noite e só termina na madru-gada da quarta-feira de cinzas. Haja energia. “A Band foi a primeira a investir seriamente na cobertura do carnaval de Salvador. Isso criou uma forte ligação da emissora com o público e os artistas baianos. Temos muito orgulho de mos-trar para todo o Brasil um espetáculo tão vibrante e espontâneo”, afirma a diretora artística e de programação do canal, Elisabetta Zenatti.

Em 2008, 300 profissionais da emissora, entre técnicos, operadores, apresentadores, produtores e jornalistas estarão mobilizados para a cobertura. Além disso, a Band investiu em inovações tecno-lógicas que somam 100 toneladas de equipamen-tos. Um dos destaques é o estúdio de 120 metros quadrados montado no circuito Barra-Ondina, onde a TV irá instalar 16 câmeras.

muita criativiDaDE

Sem as imagens do espetáculo, o desafio para o rádio é manter a empolgação dos ouvintes no mesmo nível da dos foliões. A Radiobrás, por exemplo, mantém um âncora no estúdio e um repórter no Sambódromo, que é chamado quando acontece alguma novidade. Entrevistados, música e também matérias prontas sobre a história das escolas de samba complementam a programação.

A cobertura começa no sábado e vai até o des-file das campeãs, no sábado seguinte, incluindo a apuração dos resultados. Ao todo, 40 pessoas participam da operação, entre produtores, repór-teres e editores. “O desafio é sair do lugar-co-mum. É muito difícil não ser repetitivo. Mas acho que isso vem sendo feito. Primeiro, com a ampliação da cobertura, falar dos grupos de aces-so do subúrbio do Rio já é um diferencial que a rádio pública tem de ter”, esclarece a chefe do escritório regional da Radiobrás, Edna Dantas.

Em São Paulo, a Jovem Pan começa a acompa-nhar o movimento nos barracões paulistanos no meio do ano. O editor de variedades, José Armando Vanucci, e o repórter André Aguiar visitam os barracões para acompanhar os ensaios e a produção dos carros alegóricos e das fantasias. “Ao produzir a matéria, já me preparo para a transmissão. Como o rádio precisa de muita informação, o trabalho pré-carnaval é muito importante”, diz Vanucci.

O editor afirma que a atenção é total durante o evento. Além de mostrar o lado curioso da

festa, como acidentes envolvendo as alegorias e a movimentação das celebridades, o locutor de rádio tem de estar preparado para mostrar o que as câmeras não captam.

Na Rádio Sociedade da Bahia AM, os repórte-res recebem um manual que traz todo o cronogra-ma, o histórico e as bandas que fazem sucesso. Além de mostrar o carnaval do turista – público que freqüenta os trios de estrelas como Ivete Sangalo e Chiclete com Banana –, a emissora também mostra os casos de polícia e entrevista personalidades políticas que freqüentam o even-to. “O pessoal que está em casa quer saber notí-cias do local onde o filho está. Se estão ocorrendo brigas, assaltos. Temos uma cobertura de presta-ção de serviço, além de mostrar o factual”, explica a produtora de carnaval da rádio, Sheila Pereira.

Nos sites, os jornalistas também suam para cobrir a festa. A chefe de reportagem do jornal on-line Último Segundo, do iG, Nara Alves, que cobriu o carnaval carioca pela primeira vez em 2007, conta que corria para transmitir as notícias em tempo real. A animação do público com o samba-enredo e as fofocas dos bastidores alimentavam os sites Babado e Último Segundo, que tiveram uma cobertura integrada. “No camarote, disponibiliza-vam alguns computadores com internet para os convidados. Aproveitava para usá-los, porque a sala de imprensa era bem longe”, diz.

Os fotógrafos penam ainda mais do que os repórteres. Com o notebook nas costas porque têm de passar as imagens o mais rápido possível, correm toda a avenida em busca dos melhores cliques.

Os cheiros dos carros alegóricos e as imperfei-ções estéticas das musas do carnaval impressio-naram a jornalista. “Fiquei impressionada. Tinha um carro laranja com cheiro de laranja e um que esguichava água, que também tinha cheiro. Gostei”, diz Nara Alves, a jornalista foliã.

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