trovas de maria helena binelli catan e eloy maria de ... · ... caxias do sul. anos de 2000 e 2005....

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2016

União Brasileira de TrovadoresPorto Alegre - RS

Coleção

Terra e Céu

Trovas de

Maria Helena Binelli Catane

Eloy Maria de Oliveira Fardo

LXXXVI

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Rua Otto Niemeyer, 2460 - CEP 91910-001 Bairro CavalhadaFones: 0**51 3243 8400SITE: www.ubtportoalegre.com.brE-mail: [email protected]ório do Registro Especial n° 6.405Fundada em 08 de março de 1969.

União Brasileira de TrovadoresSeção de Porto Alegre

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Para bem comemorar o centenário de nasci-mento de Luiz Otávio, idealizador e fundador damaior entidade congregadora de cultores do gê-nero poético TROVA do mundo, a seção de Por-to Alegre da mesma criou a coleção “LUIZ OTÁ-VIO É CEM”, com o intuito de editar cem livrosde trovas até o final do ano.

E agora, em cima disso, uma outra, comple-mentando-a: “TERRA E CÉU”. Ou seja, os trova-dores vivos homenagearão os falecidos, seusamigos, com a edição de um livro duplo, com tro-vas de um e de outro.

A ideia é sempre a mesma, mudou um pouqui-nho a forma. E, com certeza, teremos uma por-ção de belos livros, uns virtuais, outros físicos,mas serão sempre livros. Dessa forma, lavra-semais um tento nesta busca incansável, nesta ver-dadeira cruzada de que os trovadores brasilei-

Palavras Iniciais

ros participam, qual seja a de ver, um dia,este gênero poético devidamente valoriza-

do e divulgado, inclusive pelachamada grande mídia.

Flávio Roberto StefaniPresidente

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DIRETORIA - GESTÃO 2015/2016

Presidente: FLÁVIO ROBERTO STEFANIVice-Presidente de Administração:LISETE JOHNSONVice-Presidente de Cultura: SONIA LINDEMAYERVice-Presidente de Relações Públicas: CLÁUDIO DERLISILVEIRAVice-Presidente de Finanças: DORALICE GOMES DA ROSASuplente de Diretoria:JOSOEVERTON LOPES

União Brasileira deTrovadores - Seção de

Porto Alegre

Conselho Municipal(Titulares)

MÍLTON SOUZADELCY CANALLESCLÊNIO BORGES

Conselho Municipal(Suplentes)

NEOLY DE OLIVEIRA VARGASJANAÍNA SCARDUA BONATTOJANETE VARGAS

Secretária: SONIA LINDEDMAYERAssessor de Imprensa: SÉRGIO BECKERAssessora Especial: ANGELA PONSICoord. Do Juventrova: LÚCIA BARCELOS

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Maria HelenaBinelli Catan

Maria Helena Binelli Ca-tan é natural de Pelotas,RS. Médica formada pelaFaculdade Nacional de Me-dicina em 1957 – Rio deJaneiro. Professora da Uni-versidade de Caxias do Sul,Curso de Medicina. Pertencea Associação Internacionalde Lions Clube, (Lions Clu-be Caxias do Sul Centro)desde 1967, como Doma-dora, passando à categoriade “Companheira Leão” em1996, exercendo diversas funções dentro do pro-tocolo leonístico, até a presente data.

Faz parte da União Brasileira de Trovadores,Seção Caxias do Sul, desde 1998, tendo por ma-drinha a Trovadora Eloy Maria de Oliveira Fardo.Pós-graduada em Literatura Infanto-Juvenil em2008. Pertence à Academia Caxiense de Letrasdesde 2001, ocupante da Cadeira 39, tendo porpatrono José Campos Netto. Obras Coletâneas:

Rio Grande Trovador II, III eIV da União Brasileira de Trova-dores RS, Porto Alegre, A TrovaLiterária em Caxias do Sul, I eII, Caxias do Sul. anos de 2000e 2005. Livro de Poesia:Luz Di-fusa (poemas) Editora EST, Por-to Alegre, Ano 2000

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Quando o silêncio me falana paz de certo momento,o mundo inteiro se cala.Hora de renascimento.

Se o contratempo aparece,pare, olhe, escute bem.A cautela só enobreceo bom censo de quem tem.

Esse frio que faz lá foranão confere com meu jeito.Nesse momento de agorao amor aquece meu peito.

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Voo nas asas do ventopor rumos desconhecidos,e nesse voar eu tento,achar mil sonhos perdidos.

A vida em si nunca falhatenha sempre na consciência.Dores em fogo de palhaestimulam a paciência.

No derradeiro momentode brilho daquela flor,despetalou-se ao ventosob um sol abrasador.

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O vento passou zunindopor uma roseira em flor,de medo acabou fugindode se perder por amor.

A lua foi sequestradaem noite de bruxaria,mas depois foi encontrada.Era eclipse, quem diria!!!

Depois de aquecer a ruase pôs o sol no horizonte.Do outro lado nasce a lua,das paixões ela é uma fonte.

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Se a tarde tem luz difusae a noite está aconchegante,a lua se mostra intrusacom seu brilho irradiante.

Se o sol de verão aquecea alma de um solitário,ai vem o inverno e a adormece.É coisa de calendário.

Promessas e mais promessa,ouvi pela vida inteira,e não há nada que impeçater sido só brincadeira.

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O teu corpo está cansado?deixa tua alma dançar.Coração vive encantadonão pode quieto parar.

Se em rubor se descontrola vendo o príncipe encantado,três vezes bate na sola.Quer o encanto ver quebrado.

O frio desenha com graça um recado muito ternodeixando em minha vidraça sua mensagem de inverno.

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Outono vem de mansinho,com mil flores amarelas,atapetando o caminhocom nuances de aquarela.

Pensando só na colheita esqueceu de semear.A vida fez-lhe a desfeita,deu-lhe brisa a contemplar.

Vai devagar, coração te comporta, tem respeito,controla cada emoçãoque nasce dentro do peito.

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A vida é só poesia,seja em prosa, seja em verso,veja bem toda harmoniaque vibra nesse universo.

Silêncio, vem docemente,não seja constrangedor.Silêncio, seja clemente,mostre-se bem sedutor.

O cansaço pede cama,a fome pede comida,o trabalho leva a famada vitória conseguida.

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Deita o sol, levanta a lua,anunciando o fim do dia.Surge no meio da rua,a semente da poesia.

A maçã, no Paraíso,era verde, esperançosa.A serpente, sem juízo,deu-lhe rubor...Maliciosa!...

Após cada anoitecer,muito cheio de esperança,vem um novo amanhecer,outro prato da balança.

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Sussurra riacho mansoque nas pedras serpenteia,pensando encontrar descanso,no mar que espuma na areia.

Agora, aqui nesse instante,tão longe, pensando em casa,é evidente comprovante,que pensamento tem asa.

Com tanta pedra encontradapelos caminhos da vidaconstruiu uma bela estradajamais antes concebida.

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Deita o sol, levanta a luacontemplando o fim do dia.Surge no meio da ruasemente da poesia.

Eu quero escrever poemas tendo por tema saudade.Vou usar essas algemas por toda uma eternidade.

Os versos de cada trova são pétalas perfumadas,cada qual essência novade quimeras renovadas.

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Tanta nuvem velejando,embrulhada em poesia,eu cá em baixo pensandocomo é bela a fantasia.

Como o caminho existenteentre a semente e o espumante,mulher mudança frequente, com face sempre radiante.

Só posso lembrar com gostodo que até hoje passei.As rugas deste meu rostosão presentes que guardei.

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Se existe uma guerra a dois,pra não perder o parceiro,não se deixa pra depois,ganha quem cede primeiro.

Com tanta pedra encontrada,pelos caminhos da vida,construiu uma bela estrada,jamais antes concebida.

Se o tempo vai se acabando,programe o tempo melhor,pois ele está se enrolandonas gotas de seu suor.

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Solto cantigas ao ventopor toda uma eternidade.É um disfarce do momentodesafiando a saudade

Sorria sempre que possacom rosto e coração.Assim o mundo remoçaalegrando cada irmão.

Não propague suas dores,ninguém delas quer saber.Cante muito mais amores,atrasando o envelhecer.

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De maneira bem soturna,predisposta para amar,refez colheita noturnade mil raios de luar.

Planta amor, planta ternuraspelos caminhos da vida,e colheitas de doçuras,terás, é certo, em seguida.

Perdido lá no horizonteexiste a luz de um olhar.Vem sendo uma eterna fontede lembrança ao verbo amar.

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Aos quatro ventos cantousua paixão pela amada.O céu inteiro escutoue a noite ficou prateada.

Na espuma do mar escrevomeus eternos devaneiose em meus sonhos me atrevo,a abandonar meus receios.

As flores despedaçadas,pelos caminhos da vida,enfeitam as caminhadascom pétalas coloridas.

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Eloy Maria deOliveira Fardo

Eloy Maria de Oli-veira Fardo nasceuem Santa Maria, RioGrande do Sul em1924, faleceu emCaxias do Sul em 21de julho de 2001,filha de Pedro Car-los de Oliveira e deMaria da Glória. Ca-sou-se com o médi-co psiquiatra Antô-nio Nely Fardo. Teve dois filhos : CláudioAntônio e José Carlos. Diplomou-se emFarmácia em 1953. Em 1958 formou-seem Ciências Políticas e Econômicas. Em1961 formou-se em Orientação Educa-

cional pela Faculdade deCiências e Letras Imacu-lada Conceição. Em 1964formou-se em Direito. FoiProfessora adjunta da

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Universidade Federal deSanta Maria.

Em 1970, a famíliafixou residência em São

Paulo, onde permaneceram por 25 anos.Retornando ao Rio Grande do Sul, pas-saram a residir em Caxias do Sul. Per-tenceu ao Movimento Poético em SãoPaulo; Casa do Poeta Lampião de Gás deSão Paulo; Núcleo Brasileiro de Poesias;Academia Caxiense de Letras (cadeiranº 23).; sócia efetiva do Clube da Sim-patia em Olhão-Algarve-Portugal. Par-ticipou em diversas antologias poéticas,em jornais e revistas. Coautora do livro“Florescem Trova” (1995). Foi presidenteda União Brasileira de Trovadores – Se-ção de Caxias do Sul.

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Podes negar o teu crime,burlar a Lei nesta esfera!O tempo não te redime!Outra Justiça te espera!...

Com fartura e liberdade,saúde e amor, quem não vence?Abraça a felicidade,enquanto ela te pertence!

Parabéns a quem esqueceas ofensas e a traição,lembrando o que diz a prece:-sempre é Dia de Perdão!-

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Levarei nesta viagemsó pensamentos risonhos!Não quero turvar a imagemda travessia dos sonhos!

O presente não se aterra!O passado não se esquece!Preserve o planeta Terra!O futuro lhe agradece...

O sol acendeu a vida!A paisagem se revela!Uma andorinha perdidapousou na minha janela!

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Marinheiro, é tão bonitoser companheiro do mar!Põe os olhos no infinito!Deixa o vento te beijar!

As flores, como tapetes,Refrescam o ardor do Chão.A primavera é um sorvetena taça do coração.

Deixa rolar na descidaa causa do teu conflito!O amor, assim como a vida,só se amarra no infinito!

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O céu azul, quando embalaas nuvens do firmamento,é a vestimenta de galados anjos, dançando ao vento!

Devagar vais me dizendoque sou anjo, estrela, flor...Tuas palavras bebendo,eu me embriago de amor!

Minha boneca de trançafoi água abaixo no rio!Tomara que outra criançanão lhe deixe passar frio!

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Horóscopo é “predição”!O bissexto me balança...Levo no bolso a emoção!Compro mais uma esperança!

Todo santo tem seu diano brasão da Eternidade.O calendário anuncia:hoje é “Dia da Saudade”

Eu bendigo a serenata,que no meu peito acendia,com seu luzeiro de prata,a chama azul da alegria!

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Nessa trova que te faço,ponho amor, canto meu hino!Que ela seja um forte laço,onde amarro meu destino.

Revoltado com a proleque insiste em ficar inculta,o prefeito não dá mole:ou estuda... ou paga multa!...

A tinhosa bruxa loirapedia tudo emprestado...De carona na vassoura,carregou meu namorado!

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Planto ideias! No cerrado,há de nascer leite e mel!-ô moço! Planta guisado,pra ver se nasce pastel.

Os noivos põem aliança.O padre leu a escritura.Curiosa, diz a criança:mãe, o “sempre” quanto dura?

Ternura... divino escudoque resplandece ao sol-posto!São tuas mãos de veludo,acariciando meu rosto!

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A casa não ficou pronta.Nós vamos vivendo aos trancos!O cupim já tomou contada sola dos teus tamancos...

Luta com garra e com raça,na arena dos sacrifícios!Dói ver arrancar a praçapara plantar edifícios!

Teve sorte a vida inteiracom baralho assinalado.Diz São Pedro na fronteira:“Trapaceiro” é do outro lado!

No bem-querer almejado,o amor, à primeira vista,é como um sonho dourado:dispensa o dom da conquista!

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Depois da luta acabada,a cada um, seu quinhão!Ao general, deu a espada...Ao gaúcho...o chimarrão!

Entre patos e perus,a conclusão evidente:Os maus mataram Jesus.Os bons só matam a gente.

Guarda, por zelo ou por medo,o que revelaste aqui.“Quem descobrir teu segredoficará senhor de ti”.

Mãe, felizes em Gramado,sem mala e sem documento...Na viagem, tudo errado!LUA DE MEL cem por cento!!!

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No campo, no mar, na serra,No perigo não me arrisco.Onde quer que reine a guerra,Meu escudo é São Francisco.

Já livre da catarata,virando a casa do avesso:abra o quarto, sua ingrata,esse gemido eu conheço.

Tenha paciência na estrada!Dirija mais devagar!Por um momento de nada,a vida pode parar...

Eu te pego... diz o pai,correndo, cinta na mão!-Pega nada! Você vaiperder a calça aí no chão!...

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Um dia, ele se aposenta,pelo tempo e pela idade!A velhice... até que aguenta.Que fazer com a Saudade?...

Coelho feliz é aqueleque, tendo o pelo falhado,já ninguém espera delenem casaco... nem guisado!

Tudo parecia certo.De longe, o clone era igual.Porém, olhando de perto,faltava-lhe o principal!

Não precisa ter ciúmedo meu vizinho “Educado”...Este gostoso perfumenão é presente...É um agrado!

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Segura este carrossel,que a vila está arrodeando...Tomei cachaça com mel...Quanto mais paro, mais ando...

A Balança do Direitorevela, com precisão,que o amor não pesa no peito,flutua no coração.

Passado o tédio, o que importaé dizer agradecida:São Pedro, encosta essa porta“que eu fiz as pazes com a vida”

Por causa da chinelada,a vingança da Filó:derramou água geladano escalda-pés da vovó!

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No fiel desta balança,o equilíbrio se desfaz.Há uma dúvida que avança,perseguindo a nossa paz!

Andarilho...sem aprisco...vou curtindo meus fracassos!Dá-me as sandálias, Francisco,para nortear meus passos.

Com outro alçaste o teu voo,apagando a nossa história.Perdoar... até perdoo,mas não me sai da memória.

Leva as cartas, anda, corre,na maior agilidade.Dia a dia ele percorretodo o mapa da cidade.

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Edição: Jornalista Milton Souza([email protected])

(51) 9987 7648

Agência Texto CertoAvenida Flores da Cunha, 1643 - Sala 12

Cachoeirinha - RS - CEP 94 910 002

Fone (51) 3471 7741

Contato com Maria Helena Binelli Catan:

[email protected]

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