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TRIPs, antes durante e depois Narrativa de um discurso internacionalizante

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Page 1: TRIPs, antes durante e depois - Denis Borges Barbosa · Todas as manufaturas necessárias serão isentas de pagar direitos alguns ... Se há um sistema de propriedade dos bens

TRIPs, antes durante e depois

Narrativa de um discurso internacionalizante

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Quem & onde

[email protected]●Rua do Ouvidor 121/6o. ●Rio de Janeiro 02139707704●http://denisbarbosa.addr.com

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Entre o desenvolvimento e a internacionalizaçãointernacionalização

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As constantes da história brasileira de PI

� Interesse social � Desenvolvimento nacional � Acesso ao conhecimento

� Patrimonialismo� Internacionalismo� Proteção ao

investimentoinvestimento

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As constantes da história brasileira de PI

“A dinâmica na economia política internacional pode ser captada melhor se olharmos, não para os regimes que

aparecem, mas para o que esta por baixo, isto é, as barganhas e os

processos de negociação sobre as quais se baseiam. E essas barganhas

� A Economia Política do Capitalismo Cognitivo:

� Desmaterialização do Trabalho, do Valor e do Poder na

� Sociedade do Conhecimento quais se baseiam. E essas barganhas não são apenas entre estados, mas

sim entre estados e empreendimentos, ou entre empreendimentos e finanças,

ou entre empreendimentos e sindicatos de trabalhadores, ou, ainda, entre

grupos políticos em busca de poder.”Marisa Galdeman

� Sociedade do Conhecimento �

� Tese de Doutorado

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Uma proposta de desenvolvimento NACIONALNACIONAL

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Uma proposta de desenvolvimento

NACIONAL

� É no pensamento econômico e na obra de José da Silva Lisboa, futuro Barão e Visconde de Cairu, que Clóvis da Costa Rodrigues vai procurar as origens e a inspiração do parágrafo sexto do Alvará de 1809. Nascido em Salvador, no ano de 1756, o político, publicista e jurisconsulto de formação coimbrã — onde se graduou bacharel em Direito Canônico e Filosofia — galgou carreira destacada dentro da aparelhagem — galgou carreira destacada dentro da aparelhagem burocrática bragantina, ocupando durante o período joanino cargos importantes como o de Desembargador do Tribunal da Relação da Bahia,

� Desembargador da Mesa do Desembargo do Paço e da Mesa de Consciência e Ordens, Censor Régio, membro da Junta Administrativa da Imprensa Régia e Deputado do Tribunal da Junta do Comércio do Rio de Janeiro.

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Uma proposta de desenvolvimento

NACIONAL

� Circulando nos estratos mais altos da burocracia joanina e considerado como o principal introdutor das ideias de Adam Smith no Brasil — tendo por isso recebido, como graça de D. João, a cátedra da “aula de Economia Política” criada pelo Príncipe Regente logo por ocasião de sua chegada ao Brasil, ainda durante por ocasião de sua chegada ao Brasil, ainda durante sua estada na Bahia —, Silva Lisboa, de fato, foi o único contemporâneo luso-brasileiro a se propor a discutir o tema das patentes de maneira aprofundada, dedicando parte significativa de seus escritos a considerações acerca do papel exercido pelos incentivos aos inventores na promoção do progresso das atividades fabris na colônia.

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Uma proposta de desenvolvimento

NACIONAL

� http://www.brasiliana.usp.br/bbd/handle/1918/02948700#page/1/mode/1up

� Observações sobre a franqueza da indústria, e franqueza da indústria, e estabelecimento de fábricas no Brasil por José da Silva Lisboa

� Visconde de Cairu, José da Silva Lisboa

� http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/1032/217333.pdf?sequence=4

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Fontes

� Nuno Pires de Carvalho, As Origens do sistema Brasileiro de Patentes: o Alvará de 28 de abril de 1809 na confluência de

políticas públicas divergentes, Rev. ABPI no. 91 e 92.

� DBB, 185 anos de incentivos fiscais (1993) (Palestra na Confederação Nacional da Indústria), Confederação Nacional da Indústria), http://denisbarbosa.addr.com/30.DOC

� DBB, O Impasse em Nairóbi, Marcas, Patentes e a nova Ordem Econômica Mundial (Jornal do Brasil de 26 de setembro de 1981). http://denisbarbosa.addr.com/42.doc

� Clóvis Costa Rodrigues, A Inventiva Brasileira, vol. 2, 1973.

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Mas será realmente que o Cayru foi responsável? Ou o Conde de Linhares?

� Oi Denis,� Quanto ao Cairu, a minha sincera

impressão é que se tende a exagerar o seu papel de "mentor" do liberalismo no Brasil. É muito possível o seu papel de "mentor" do liberalismo no Brasil. É muito possível que os irmãos Sousa Coutinho tenham tido mais influência do que Cairú, pela simples razão de que tinham mais poder.

� Nuno

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Ou o Marques de Belas?

� D. António Maria de Castelo-Branco (1785-1834), 7ª conde de Pombeiro, senhor de Belas, senhor de Pombeiro e senhor do Morgado de senhor de Pombeiro e senhor do Morgado de Castelo Branco.

� Schultz, Kirsten, Tropical Versailles, Routledge 2001

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Ou o Marques de Belas?

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Ou o Marques de Belas?

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PI como desenvolvimento

� Lei de patentes de 28 de abril de 1809, um Alvará de D. João VI aplicável somente ao Estado do Brasil4ª Lei do mundo� 4ª Lei do mundo

� Parte de um pacote de desenvolvimento � Sem patente para estrangeiro não

investidor.

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ALVARÁ DE 28 DE ABRIL - UM

PAC DE 1809

� ALVARÁ DE 28 DE ABRIL DE 1.809 � Isenta de direitos as matérias primas do uso das fábricas e concede

outros favores aos fabricantes e da navegação nacional.� Eu o Príncipe Regente faço saber aos que o presente Alvará com força de

lei virem, que sendo o primeiro e principal objeto dos meus paternais cuidados o promover a felicidade pública dos meus fiéis Vassalos (…)

I. Todas as matérias primas que servirem de base a qualquer manufatura I. Todas as matérias primas que servirem de base a qualquer manufatura serão isentas de pagar direitos alguns de entrada em todas as Alfândegas dos meus Estados, quando o fabricante as comprar para gasto de sua fábrica (…)

II. Todas as manufaturas necessárias serão isentas de pagar direitos alguns na sua exportação para fora dos meus Estados (…)

III. Para promover e adiantar a Marinha mercantil dos meus fiéis Vassalos: hei por bem determinar que paguem só metade dos direitos estabelecidos em todas as Alfândegas dos meus Estados, todos os gêneros e matérias primas, de que possam necessitar os donos de novos navios para a primeira construção e armação deles

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ALVARÁ DE 28 DE ABRIL - UM PAC DE 1809

� ALVARÁ DE 28 DE ABRIL DE 1.809 I. Todos os fardamentos das minhas tropas serão

comprados às fábricas nacionais do Reino e às que se houverem de estabelecer no Brasilsou servido ordenar que da Loteria Nacional do II. sou servido ordenar que da Loteria Nacional do Estado, que anualmente quero se estabeleça, se tire em cada ano uma soma de sessenta mil cruzados, que se consagre, ou toda junta, ou separadamente, a favor daquelas manufaturas e artes, que mais necessitarem deste socorro, particularmente das de lã, algodão, seda e fábricas de ferro e aço

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ALVARÁ DE 28 DE ABRIL - UM PAC DE 1809

� ALVARÁ DE 28 DE ABRIL DE 1809� Eu o Príncipe Regente faço saber aos que o presente Alvará com

força de lei virem, que sendo o primeiro e principal objeto dos meus paternais cuidados o promover a felicidade pública dos meus fiéis Vassalos

I. Sendo muito conveniente que os inventores e introdutores de I. Sendo muito conveniente que os inventores e introdutores de alguma nova máquina e invenção nas artes gozem do privilégio exclusivo, além do direito que possam ter ao favor pecuniário, que sou servido estabelecer em benefício da indústria e das artes, ordeno que todas as pessoas que estiverem neste caso apresentem o plano de seu novo invento à Real Junta do Comércio; e que esta, reconhecendo-lhe a verdade e fundamento dele, lhes conceda o privilégio exclusivo por quatorze anos, ficando obrigadas a fabricá-lo depois, para que, no fim desse prazo, toda a Nação goze do fruto dessa invenção.

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ALVARÁ DE 28 DE ABRIL - UM PAC DE 1809

� ALVARÁ DE 28 DE ABRIL DE 1.809 I. Ordeno, outrossim, que se faça uma

exata revisão dos que se acham atualmente concedidos, fazendo-se atualmente concedidos, fazendo-se público na forma acima determinada e revogando-se todas as que por falsa alegação ou sem bem fundadas razões obtiveram semelhantes concessões.

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ALVARÁ DE 28 DE ABRIL - UM PAC DE 1809

… os inventores e introdutores de alguma nova máquina e invenção nas artes gozem do privilégio exclusivo, além do direito que possam ter ao favor pecuniário,

….. privilégio exclusivo por quatorze anos, ficando ….. obrigadas a fabricá-lo depois, para que, no fim desse prazo, toda a Nação goze do fruto dessa invenção

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Nossa história – Lei de 1830

� Art. 10. Toda a patente cessa, e é nenhuma:� (…) 4º. Se o descobridor, ou inventor, obteve

pela mesma descoberta, ou invenção, patente em paiz estrangeiro. Neste caso porém terá, como introductor, direito ao porém terá, como introductor, direito ao premio estabelecido no art. 3º.

� Art. 3º. Ao introductor de uma industria estrangeira se dará um premio proporcionado á utilidade, e difficuldade da introducção.

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PI como desenvolvimento

� A lei de 28 de agosto de 1830, na prática só ao inventor nacional era deferida a patente; se ficasse provado que o inventor havia obtido, pelo mesmo invento, patente no obtido, pelo mesmo invento, patente no exterior, a concessão brasileira ficaria nula.

� Para os "introdutores de indústria estrangeira", ou seja, quem se estabelecesse no Brasil com tecnologias novas para o país, a lei previa um subsídio, não um monopólio;

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Nossa história

� Mas nunca foi votada verba necessária, o que levou os ministros da área a passar a conceder patentes a estrangeiros, ad referendum do poder legislativo. Assim, referendum do poder legislativo. Assim, apesar da proibição, em 1878, foi concedida uma patente a Thomaz Edison para "uma máquina denominada fonógrafo".

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A internacionalização

da PI

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Uma Internacionalização necessária?Uma Internacionalização necessária?

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A internacionalização necessária

� Se há um sistema de propriedade dos bens intelectuais, ele deve ser, necessariamente, internacional.

� O país que concede um monopólio de exploração ao titular de um invento está em O país que concede um monopólio de exploração ao titular de um invento está em desvantagem em relação aos que não o outorgam: seus consumidores sofreriam um preço monopolista, enquanto os demais teriam o benefício da concorrência, além de não necessitarem alocar recursos para a pesquisa e desenvolvimento.

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A internacionalização necessária

� De outro lado, a internacionalização da propriedade datecnologia tem a vantagem de racionalizar a distribuiçãofísica dos centros produtores.

� Se em determinado país a nova tecnologia pode sermelhor explorada com a qualidade da mão-de-obra local,melhor explorada com a qualidade da mão-de-obra local,com o acesso mais fácil ao capital financeiro e à matéria-prima, para produzir bens que serão vendidos, comexclusividade, em todo mundo, o preço e a qualidadeserão os melhores possíveis «

� PENROSE, E. (1973) La Economía del SistemaInternacional de Patentes. México, Ed. Siglo Vinteuno.

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A CUPA CUP

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Internacionalização como escolha consciente

� A entrada na CUP foi uma decisão informada e consciente do Estado brasileiroO Visconde de Villeneuve, dono do Jornal � O Visconde de Villeneuve, dono do Jornal de Comércio, foi designado embaixador extraordinário para a Convenção

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Nossa história

� Parecia, aos olhos de então, justificado o ponto-de-vista do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras públicas de 1876, ao propor a elaboração da nova lei:"Nação nova, dotada de grandes e variados elementos � "Nação nova, dotada de grandes e variados elementos de riqueza, oferecendo tantas facilidades para a aquisição dos meios de subsistência, o Brasil não pode contar tão cedo, para o progresso de sua indústria, com o espírito de invenção que, como é sabido, somente na luta da necessidade contra os elementos encontra condições de vida e estímulos para seu desenvolvimento."

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Nossa história

� Votados, pela geográfica, ao subdesenvolvimento, só uma legislação liberal que protegesse os monopólios de importação poderia assim nos fornecer importação poderia assim nos fornecer objetos novos da tecnologia mundial.

� D. Barbosa, O Impasse em Nairóbi, Marcas, Patentes e a nova Ordem Econômica Mundial (Jornal do Brasil de 26 de setembro de

1981).

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Nossa história

� Quando terminaram as negociações da Convenção de Paris, já havia uma nova lei, tão afeiçoada aos fluxos tecnológicos internacionais que nenhuma adaptação se precisou fazer após a assinatura do tratado. precisou fazer após a assinatura do tratado.

� O resultado foi imediato: enquanto nos oito anos finais da lei de 1830 foram concedidos 434 privilégios (33% de estrangeiros em 1882_, nos oito anos da lei de 1882 o foram 1 mil 178 (66% de estrangeiros em 1889).

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A CUP

� Logo á primeira vista, nota-se completaanarchia nas relações internacionaes ácercada propriedade industrial, e depara-se amais clamórosa antinomia entro as diversasdispozições promulgadas nos differentesdispozições promulgadas nos differentesEstados. Vè-se que cada um delles legislouem épocas mais ou menos remotas, semcurar das legislações estrangeiras. (Relatóriodo Visconde de Villeneuve, encontrado emhttp://www.denisbarbosa.addr.com/relatorio.htm)

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A CUP

� Em 1873, por occasião da ExposiçãoUniversal de Vienna, o problema foiventilado. N'um congresso que deixouapós si luminosos vestigios, variosapós si luminosos vestigios, variosdelegados de Estados differentesaventaram o projecto de uma “União”internacional, destinada a proteger demodo uniforme a propriedadeindustrial.

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A CUP

� Embora só em principio de outubro me chegasse a

noticia dessa lisongeira commissão, achando-me então

na Baviera, dei-me pressa em partir para Paris, com a

conveniente anticipação. Compulsando as legislações

estrangeiras sobre a materia, observei logo que a nossa estrangeiras sobre a materia, observei logo que a nossa

legislação accerca de tão importante assumpto era

pouco ou mal conhecida, e que não havia ainda sido

traduzida em sua integra. Portanto, reuni á pressa os

documentos que V. Exa se dignara remetter-me, e fi-los

publicar vertidos em francez, para distribuir aos meus

collegas.

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A CUP� Marcas de fabrica ou de commercio - Quasi todos os Estados

civilisados têm legislado sobre a materia, e, especialmentedesde 1857, data da promulgação da lei franceza sobre asmarcas, a Europa e as duas Americas começaram a protegel-aspor leis especiaes. O impulso dado pela França, que já nesseponto tinha sido precedida pela Hespanha (decreto de 2O denovembro de 185O), foi logo seguido e a Austria-Hungrianovembro de 185O), foi logo seguido e a Austria-Hungrialegislou no anno seguinte (1858), sobre as marcas; a Russia, aItalia e o Canadá fizeram. outro tanto em 1868; os Estados-Unidos imitaram o exemplo em 187O, e a Turquia em 1871 ;d'ahi a 3 annos, em 1874, o Imperio Allemão e a Republica doChile- promulgaram leis analogas; em 1875, o Brazil fezlambem uma lei, apenas dous mezes depois da lei da Inglaterra; em 1876, a Republica Argentina , e, no anno seguinte, aRepublica Oriental do Uruguay seguiram as nossas pisadas, etc.

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A CUP

� Desenhos e modelos industriaes - A nossa legislaçãoaté hoje não regulou a proteção devida a este ramoimportante da propriedade industrial. Com effeito,a natureza do direito dos autores de desenhos emodelos industriaes tem dado azo a tantasmodelos industriaes tem dado azo a tantasdiscussões intrincadas; a definição desta forma depropriedade é tão difficil de estabelecer, torna-setão árduo distinguil-a das obras artitiscaspropriamente ditas, que muitos paízes, taes como aFrança, a Bélgica e a Suissa, ainda não possuemlegislação privativa sobre o assumpto.

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A CUP

� Patentes de invenção. -Reina absoluta anarchia na legislaçãointernacional quando se trata de diversas questões que Secolligam com este assumpto, como, por exemplo, quando setrata da duração da patente ou da natureza do. exame a quefica sujeito o requerimento das pessoas que desejam conseguirqualquer privilegio.qualquer privilegio.

� No Império Allemão, o privilegio requerido é submettido aexame que versa não só sobre a regularidade do requerimento,mas ainda sobre o caracter e novidade da invenção. (…) NaAustro Hungria, assim como na França, a competenterepartição só examina si foram observadas pelo requerente asformalidades exigidas pela lei, mas nunca o governo se occupada novidade da invencão. Na Bélgica também não existe exameprévio.

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A CUP

� Patentes de invenção. -Existem outras muitasanomalias. Com tudo, as legislações concordam, emuito sabiamente, em limitar o direito exclusivodos inventores. Dest'arte dá-se-lhes satisfação semque d'ahi resulte prejuizo ao dominio publico e aointeresse social. O inventor gosa exclusivamente dainteresse social. O inventor gosa exclusivamente dasua descoberta por algum tempo, aias, ao cabo deum prazo previamente determinado, cahe adescoberta no dominio publico, de sorte que outrostêm possibilidade de fazer progredir a mesmainvenção, servindo-se de elementos já conhecidos.

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A CUP

� TRATAMENTO NACIONAL

� Primeiro que tudo, o art. II deu logar a longos debates,visto ser a base em que assenta todo o projecto, por issoque synthetisa a idéa de união, consagrando o direitoconferido aos nacionaes e a faculdade para osconferido aos nacionaes e a faculdade para osestrangeiros de gearem desse direito do mesmo modo enas mesmas condições que os nacionaes.

� É curioso que a Suíça, por exemplo, assinou a convenção de Paris em1882 e só criou o seu próprio Sistema interno de Patentes no começodo século. Os nacionais suíços tinham todas as vantagens daConvenção nos outros países, e os nacionais de outros países e ossuíços não tinham nenhum direito na Suíça. Isso é o que pode serconsiderado um utilização inteligente do Sistema de Patentes.

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A CUP� PRIORIDADE� art., IV tem por fim garantir, durante prazo determinado,os

direitos de prioridade dos inventores ou dos individuos queregistrarem regularmente dezenhos ou modelos industriaes,marcas de fabrica ou de commercio em qualquer dos Estados daunião.

� Hoje em dia; quando um indivíduo obtem privilegio de invenção� Hoje em dia; quando um indivíduo obtem privilegio de invençãon'um paiz, ou quando registra marca ou desenho, resulta do fartoda concessão da patente ou do registro da marca e do desenho umapublicidade de que outro individuo póde aproveitar-seindevidamente, dando-se pressa em adquirir a propriedade depatente idêntica, ou em registrar a mesma marca ou o mesmodesenho em outro paiz. O art. IV acaba com essa injustiça, e, alamdisso, dispensa os inventores da onerosa obrigação de registrar osseus pedidos de patente em todos os Estados afim de resalvar osproprios direitos

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A CUP

� USO E ABUSO DE PATENTES

� O art. V determina as condições em que osprivilegiados poderão introduzir no paiz que concede apatente objectos fabricados em outros paizes daUnião. Como, porem, o privilegiado fica sujeito áUnião. Como, porem, o privilegiado fica sujeito áobrigação de servir-se da patente na conformidadedas leis do paiz para onde importar os objectosprivilegiados, votei esse artigo, visto ficarem salvasassim as disposições da nossa legislação a tal respeito.

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A CUP, criaçãobrasileira

� MARCAS

� O art. VI foi incontestavelmente o que que deu logar amais detido exame e a mais porfiadas discussões noseio da conferencia. Já tive a honra de expôrminuciosamente, a V. Ex. as alterações introduzidas aminuciosamente, a V. Ex. as alterações introduzidas a

esse artigo, sendo definitivamenteadoptada a redacção que propuz, comuma pequena emenda que acceitei.

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A CUP

� INDICAÇÕES DE PROCEDÊNCIA

� O art.X tem um duplo alcance : em primeiro logar,proteger as marcas de fábricas legítimas e legaes ; emsegundo, impedir falsas indicações de procedencia.Com effeito, acontece todas os dias que uma firmaCom effeito, acontece todas os dias que uma firmaimaginaria apresenta no mercado vinhos do Porto, porexemplo, como vindos daquela procedencia, e como sia firma indicada existisse realmente no Porto. OProjecto de convenção quiz, por Meio diste artigo,obstar essas grosseiras fraudes,

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A CUP

� AS INTERNACIONALIZAÇÕES

� O art. I do “Projecto” adoptado implica revogação de todasas disposições Iegaes que não concedem aos estrangeirostratamento identico ao dos reinicolas. Assim, por exemplo,o § IV do art. X da nossa lei de 28 de agosto de 183O,relativa aos privilegios, declara nullo e sem effeito todorelativa aos privilegios, declara nullo e sem effeito todoprivilegio, si o inventor ou descobridor já tiver obtidoprivilegio em paiz estrangeiro para a mesma Invenção oudescoberta, embora nesse caso possa o introductor obter opremio de que trata o art. III da mesma lei . Semelhantedisposição não existe no projecto de lei apresentado por V.Ex. em data de 26 de agosto no anno corrente, o qual, pelocontrario, reconhece formalmente no seu art. II e no § III doart. IIIo principio adoptado pela Conferencia.

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Um pouco de história real

� Muito explorei a importância de Jules de Villeneuve, o Conde deste nome, que negociou pelo Brasil a Convenção de Paris e, segundo ele diz, foi o autor do art. VI do tratado - a parte de marcas. Sua biografia "oficial" pode ser lida aquihttp://www.denisbarbosa.addr.com/paginas/historia/prefacio.htm

Mas o interessante é entender as motivações profundas desta importante ação da diplomacia brasileira, que tem tanta repercussão na história da Propriedade Intelectual. E como tantas vezes, vale a frase "cherchez la femme".

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Um pouco de história real

� Bom, eis aí a Condessa de Villeneuve, que, entre 1881 até, pelo menos, 1884, era uma das namoradas de D. Pedro II.

� Exatamente quando seu marido labutava na � Exatamente quando seu marido labutava na Convenção de Paris, as cartas com o Imperador, reveladas recentemente falavam dos encontros e do amor candente ("Que loucuras cometemos na cama de dois travesseiros!").

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Um pouco de história real

� Numa delas, escritas em francês, comme il fallait, Pedro pede dela uma foto (em 01/05/1884), a qual - quem sabe -, é essa aí acima.

No momento em que o diplomata - na verdade, diplomata ad hoc, pois na verdade dono do Jornal do Commercio, mandado para longe do Rio de Janeiro para servir melhor o Imperador -, discutia marcas e patentes, Pedro escreve à mulher dele "recriminando-a por não tê-lo encontrado no Rio de Janeiro"."recriminando-a por não tê-lo encontrado no Rio de Janeiro".

A moça, que tinha a fama de ser uma das mulheres mais lindas do Império, vinha de uma linhagem complexa, dos Calvacanti de Albuquerque, desde um Jacob de Holanda, judeu inconverso do sec. XVI, até seu descendente, o Príncipe Franz Wilhelm Otto Alfred Konstantin Emil zu Sayn-Wittgenstein-Berleburg, morto faz pouco, passando inevitavelmente por um remoto parentesco com esse bloggeiro, por efeito daquilo que minha sábia cozinheira e mãe suplente chamava "primos por parte de Adão e Eva".

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A CUP

� A Convenção de Paris tem o nome oficial de “Convençãoda União de Paris para a Proteção da PropriedadeIndustrial” [1]. Foi ela revista já sete vezes: em 1990, emMadri; em 1900, em Bruxelas; em 1911, em Washington;em 1925, em Haia, em 1934, em Londres; em 1958, emem 1925, em Haia, em 1934, em Londres; em 1958, emLisboa; em 1967, em Estocolmo (em vigor no Brasil desde1992) e teve novo processo de revisão iniciado em 1980,em Genebra [2].

[1] Decreto 75.572 de 08/04/1975.

� [2] Seguimos, neste passo, a análise de G. Bordenhausen, Guide to the Paris Convention, Genebra, 1967, assim como do nosso Atos Internacionais

Relativos à Propriedade Industrial e ao Comércio de Tecnologia (Revista da Sociedade Brasileira de Direito Nuclear, Dezembro de 1981). Por força

do Decreto 635 de 21 de agosto de 1992, vigeria no Brasil a Convenção de Paris, na revisão de Estocolmo, de 1967; embora tal decreto mereça

reparos quanto a sua juridicidade, levaremos em conta para esta análise o texto correspondente. Em outubro de 1994, novo decreto ratificou o

anterior, pondo em vigor a totalidade do texto de Estocolmo.

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Convenção de Berna

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Quando se cria conhecimento nacional

� Lei de 11.08.1827, que "Crêa os Cursos de sciencias jurídicas e sociaes, um na cidade de São Paulo e outro na cidade de Olinda".

� Depois de especificar as matérias a serem ensinadas "no espaço de cinco anos, e em nove cadeiras", de determinar que para a regência das mesmas nomeasse o Governo "nove Lentes proprietários", com o ordenado que tivessem os Desembargadores das Relações, e gozassem das mesmas honras, e cinco substitutos, vencendo o ordenado anual de 800$000, consignava:das mesmas honras, e cinco substitutos, vencendo o ordenado anual de 800$000, consignava:

� "Art. 7.° - Os Lentes farão a escolha dos compêndios da sua profissão, ou os arranjarão, não existindo já feitos, com tanto que as doutrinas estejam de acordo com o sistema jurado pela nação. Estes compêndios, depois de aprovados pela Congregação, servirão interinamente; submetendo-se porém a aprovação da Assembléia Geral, e o Governo fará imprimir e fornecer às escolas, competindo aos seus autores o privilégio exclusivo da obra por dez anos."

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Quando se cria conhecimento nacional

� O Código Criminal, Lei de 16.12.1830, estatuiu pioneiramente na América Latina:

� "Art. 261. Imprimir, gravar, lithographar ou introduzir quaisquer escriptos ou estampas, que tiverem sido feitos, compostos ou traduzidos por cidadãos brazileiros, em quanto estes viverem, e dez annos depois da sua morte, se estes viverem, e dez annos depois da sua morte, se deixarem herdeiros.

� Penas. Perda de todos os exemplares para o autor ou traductor, ou seus herdeiros, ou, na falta d'eles, do seu valor e outro, e de multa igual ao tresdobro do valor dos exemplares.

� Se os escriptos ou estampas pertencerem a corporações, a prohibição de imprimir, gravar, lithographar ou introduzir durará somente por espaço de dez annos."

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Pimenta no olho dos outros

� Carey, from Letters on International Copyright, 1853, 1868:

� “What is called free trade looks to the maintenance of the foreign monopoly for supplying us with cloth and iron; and maintenance of the foreign monopoly for supplying us with cloth and iron; and international copyright looks to continuing the monopoly which Britain has so long enjoyed of furnishing us with books; and both tend towards centralization.”

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Pimenta no olho dos outros

� “[L]iterary privileges exist in virtue of grants from the people who own the materials out of which books are made; … those privileges have been perhaps already too far extended; … there perhaps already too far extended; … there exists not even a shadow of reason for any further extension; … to grant what now is asked would be a positive wrong to the many millions of consumers, as well as an obstacle to be now placed in the road towards civilization” (1853, 1868)

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Pimenta no olho dos outros

� La legislación americana conservó durante largo tiempo, en relación con los extranjeros, un carácter de «exclusivismo absoluto». Esta carencia suscitó numerosas intervenciones carencia suscitó numerosas intervenciones frente al congreso norteamericano. Pero los extranjeros debieron esperar la ley del 3 de marzo de 1891 para obtener el reconocimiento de sus derechos.

� Jean Cavalli, Genesis del Convenio de Berna de 9/12/1886

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Pimenta no olho dos outros

� Vemos así como los Estados Unidos conocieron una evolución legislativa que no se caracterizó por rasgos particulares, salvo en lo que concierne a la ausencia de protección de los autores extranjeros. Las razones de esta laguna son claras. En efecto, ese país -aún joven-había producido una literatura poco abundante a pesar de un número de lectores que aumentaba constantemente y una industria del libro en de lectores que aumentaba constantemente y una industria del libro en plena expansión.

� En razón de ese desequilibrio había que recurrir a la literatura extranjera, en especial a aquella de la „madre patria» que tenía la ventaja de ser expresada en un lenguaje común. Dentro de ese contexto, los Estados Unidos, en donde la demanda de obras era muy superior a la oferta, no tenía gran interés en proteger contra la reproducción ilícita de obras extranjeras.

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Pimenta no olho dos outros

� Desde esta perspectiva se pueden comparar las relaciones entre Estados Unidos y Gran Bretaña con aquellas existentes durante largo tiempo entre las regiones francófonas de Bélgica y Suiza de un lado y Francia del otro.

� Además, las obras literarias editadas sin el pago de derechos de autor habían adquirido gran popularidad. El poder político no consideraba habían adquirido gran popularidad. El poder político no consideraba por lo tanto oportuno oponerse a la vox populi'. Esta tendencia se agravaba con el hecho de la reciente independencia que incitaba a los americanos a no reconocer deudas en relación con el antiguo continente.

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Pimenta no olho dos outros

� "In ratifying the Berne Convention, Congress determined to take a minimalist approach to compliance."[[Margreth Brewer, Intellectual Property Emanuel Law Outline, Aspen Publishers, NY, 2008, p. 196}

� In both realms of moral rights and formalities (registration, notice, deposit), US law in the Implementation Act was limited. "The major concession was that the United States finally, reluctantly, did away with copyright that the United States finally, reluctantly, did away with copyright formalities." [Edward Samuels, The Illustrated Story of Copyright, Thomas Dunne Publ., NY, 2000, pp. 232-242]

� That is to say, the US adoption of moral rights was very limited. And some formalities were kept, specifically "deposit" of a copy of the work with the Library of Congress, and some features of registration.

� Jane Ginsburg and Robert Kernochan, "One Hundred and Two Years Later: the US joins the Berne Convention," 13 Col. VLA J. Law and the Arts (1988)

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TRIPs (1994)* copyright min. 50 yrs.

U.S. copyright law (1831)* 28 yrs., w/ 14 yrs. renewal

* 0 yrs. for foreign authors

How TRIPs Got Legs:

Copyright, Trade Policy, and the Role of Governmentin 19th-Century American Economic Thought

Stephen Meardon

FTAA Ch. XX (when?)* copyright min. 70 to 130 yrs.

* anti-circumvention

* 0 yrs. for foreign authors

Platt-Simmonds Act (1891)* same rights for domestic,

foreign authors

* works must be typeset in U.S.

* no commercial importation

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A CUBA CUB

Victor Hugo

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Les Societés des auteurs

� Beaumarchais, Societé des auteurs et compositeurs dramatiques (1777)

� Balzac, Societé des gens de lettres, 1838� Congresso literário internacional, 1878

Alexandre Dumas, Alphonse Daudet, Hachette, Plon.

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Les Societés des auteurs

� Demanda inaugural de proteção de exclusiva (sem tecnologias de reprodução)

� Beaumarchais: O Barbeiro de Sevilha, o Casamento de Figaro “Autor burgues” tipo, convertidode Figaro “Autor burgues” tipo, convertido

� Société des auteurs et compositeursdramatiques (1777)

� Connaissant un vif succès avec Le Barbier de Séville, Beaumarchais s'interroge sur le montant de la rétribution minime versée par la Comédie-Française. Le 3 juillet 1777, il propose la fondation de la première société des auteurs dramatiques. Sa lutte aboutit à la reconnaissance légale du droit d’auteur par l’Assemblée constituante le 13 janvier 1791 (loi ratifiée le 19 janvier 1791 par Louis XVI). La première loi édictée dans le monde pour protéger les auteurs et leurs droits (Wikipedia)

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A participação brasileira em 1878

� Alemanha, Austria-Hungria, Baviera, Brasil, Chile, EL Salvador, Espanha, Estados Unidos, Portugal, San Marino e Uruguai

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El congresso de Lisboa 1880

� 1) El caso de Brasil

� Resultaba natural que en Lisboa fuera tema de preocupación la situaciónde los autores en Brasil, en razón a la comunidad de idioma y de culturaentre este pais y el de reunion del Congreso. Brasil era conocido por supirateria literaria. Especialmente porque los brasilehos utilizaban sin derecho el repertorio literario portugues.

� Los delegados portugueses senalaron clue la situación de su pais en � Los delegados portugueses senalaron clue la situación de su pais en relacion con Brasil era similar a aquella que habia existido durante mucho tiempo entre Francia y Belgica. Los congresistas se indignaron".

� Fue por este motivo que se aprobó una resolucion expresando el voto queel Imperio del Brasil, que ha abolido la trata y emancipado a los esclavos, continue su obra de honestidad y civilización, reconociendo los principioselementates de la propiedad literaria=".

� Jean Cavalli, Genesis del Convenio de Berna de 9/12/1886

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Quem assinou

� Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Grã-Bretanha, Haiti, Itália, Libéria, Suíza, Tunis

� Brasil: February 9, 1922 � Estados Unidos: March 1, 1989 (mas

inventaram a Convenção Universal da Unesco de 1952)

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O reconhecimento dos autores estrangeiros

� Foi complementada pela Lei n. 2.577, de 17.01.1912, que reconheceu o direito de autor às obras publicadas em países estrangeiros, qualquer que seja a estrangeiros, qualquer que seja a nacionalidade de seus autores, desde que tenham aderido às convenções internacionais, ou assinado tratados com o Brasil.

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Convenção de Berna (Direitos Autorais)

� Objetos de proteção

� O alcance objetivo da Convenção é o das obrasliterárias e artísticas, incluindo-se entre aquelas asde caráter científico - qualquer que seja seu modode caráter científico - qualquer que seja seu modode expressão. Assim, não só os livros e esculturas,objeto tradicional de proteção, mas o multimídia,produções a laser ou qualquer outra criação comauxílio em tecnologias futuras, cabe no âmbito daConvenção - desde que redutíveis à noção deartístico ou literário .

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Convenção de Berna (Direitos Autorais)

� Tratamento nacional

� Seu princípio básico, como na CUP, é o daassimilação do unionista ao nacional - o dotratamento nacional. A Convenção de Berna aplica-tratamento nacional. A Convenção de Berna aplica-se não no país do autor (de que é nacional ouresidente habitual), mas à proteção dos autores depaíses unionistas nos demais, ou que tenhampublicado pela primeira vez, sua obra num país daUnião .

� No país de origem, rege o direito nacional, que pode não se conformar à Convenção (Art.5o 5o. § 3o 3o.).

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Convenção de Berna (Direitos Autorais)

� Os direitos suscetíveis de proteção

� A primeira regra é, aqui, o da inexigência dequalquer formalidade para obter a proteção; parapaíses, como o Brasil, onde se prevê o registro daobra, este é apenas ad probandum tantum, eobra, este é apenas ad probandum tantum, ecompletamente opcional. Assim, o resultado desteprincípio é que - ao contrário do que ocorre, porexemplo, no tocante às patentes - o direito exclusivonasce da criação, e não de qualquer declaraçãoestatal .

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Convenção de Berna (Direitos Autorais)

� Os direitos suscetíveis de proteção

� Esta regra, que A CUB prevê a proteção dos direitospatrimoniais e dos direitos morais (art. 6 bis): estesúltimos serão, essencialmente, o direito denominação (ou de paternidade da obra) e o denominação (ou de paternidade da obra) e o deintegridade da obra, em face de eventuais alterações.

� Outros direitos morais podem ter origem na lei nacional, como, por exemplo, o direito ao inédito e o de arrependimento.

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Autoral: só em 1912 o reconhecimento dos autores

estrangeiros

� Foi complementada pela Lei n. 2.577, de 17.01.1912, que reconheceu o direito de autor às obras publicadas em países estrangeiros, qualquer que seja a estrangeiros, qualquer que seja a nacionalidade de seus autores, desde que tenham aderido às convenções internacionais, ou assinado tratados com o Brasil.

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De Paris & Berna a Marraqueche

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A internacionalização QuestionadaA internacionalização Questionada

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O refluxo do globalismo

� A reclamação da 5ª Vara Federal em 1908

� A reclamação da FIESP ACRJ� A denúncia do Acordo de Madri em 1934� A rejeição à CUP a partir de 1925

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A denúcia do acordode Madri

� O Decreto nº 5.685, de 1929, aprovou conjuntamente a Revisão de Haia da Convenção de Paris e dois Acordos de Madri de 14 de abril de 1891, o primeiro, relativo à Repressão das Falsas Indicações de Procedência, e o segundo, relativo ao Registro Internacional de Marcas. Este último foi denunciado pelo Brasil e revogado pelo Decreto nº 196, de 1934.

No texto do referido decreto 196, subscrito pelo Presidente Getúlio Vargas, se No texto do referido decreto 196, subscrito pelo Presidente Getúlio Vargas, se assinala que tal denúncia foi motivada por "reiterados apelos das classes produtoras do país".

Na Revista de Direito Industrial de 1935, o Dr. Francisco Antonio Coelho, então Diretor Geral do Departamento Nacional da Propriedade Industrial, publicou artigo sob o título "A DENÚNCIA DO ACORDO DE MADRI". Nesse artigo, o autor destaca tal decisão como patriótica, resultado "de uma campanha há longos anos sustentada pelos órgãos mais representativos das nossas classes conservadoras, notadamente as Associações Comerciais do Rio de Janeiro e de São Paulo".

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A denúcia do acordode Madri

� Era tão grave a situação na época, que o saudoso Thomas Othon Leonardos, noprefácio de sua obra A MARCA DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO, lançava o seu alerta:

� "Qual o remédio para tudo isso? Só vemos um. É drástico, é radical, mas éperfeito: desligarmo-nos das convenções internacionais".

Referindo-se às marcas nacionais, Leonardos recomendava:�

"Para isso, porém, é mister defendê-la, torná-la nacional antes de internacional,só admitir a sua internacionalidade para ampliar o seu raio de ação, massó admitir a sua internacionalidade para ampliar o seu raio de ação, masnunca para tolhê-la dentro de seu próprio País de origem".

� Devia-se isso "à necessidade de interromper o registroautomático das marcas internacionais que, em virtude do citadoAcordo, eram encaminhadas pelo Bureau Internacional de Berna,serviço esse que, além dos ônus administrativos, tantos prejuízosvinha causando aos nossos industriais e comerciantes".

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ISEB, CEPAL e odesenvolvimentismo

� A sociologia de Guerreiro Ramos � [Texto apresentado no Seminário O Projeto UNESCO: 50 anos depois,

organizado pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA, de 12 a 14 de janeiro de 2004.]

� Nos anos 1950 o estudo das sociedades chamadas subdesenvolvidas integrava a questão da reorganização do “mundo livre”. “Como a integrava a questão da reorganização do “mundo livre”. “Como a sociedade se desenvolve” passou a ser questão central das ciências sociais da época - como definir claramente a oposição entre tradição e modernidade; como encontrar os substitutos funcionais da ética protestante para localizar as modernizações que teriam condições de dar certo; como entender as diferentes etapas desse processo. As mazelas sociais - personalismo, familismo, patrimonialismo-explicariam por sua pré-modernidade as dificuldades e diferenças nas etapas do desenvolvimento. Tudo isso valeu para a América Latina e para o Brasil e conformou o pensamento e as propostas dos intelectuais e cientistas sociais.

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ISEB, CEPAL e odesenvolvimentismo

� O projeto nacional-desenvolvimentista que se desenvolveu à época teve como espaço principal de formulação o Instituto Brasileiro de Estudos Sociais e Políticos (IBESP), criado em 1952. Lá se formulou uma perspectiva nacionalista ocupada com o Terceiro Mundo, ou seja, postulou-se uma terceira posição entre os dois blocos em que se dividia o mundo durante a Guerra Fria. blocos em que se dividia o mundo durante a Guerra Fria.

� O IBESP iria se desdobrar em ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros), criado em 1955 dentro do Ministério da Educação. O ISEB assume a mesma perspectiva da Cepal, já que a economia oferecia uma explicação estrutural para os problemas brasileiros.

� Mas acrescenta a ela a necessidade de uma ideologia do desenvolvimento, sem a qual não haveria processo de mudança.

� Nessa ideologia do desenvolvimento, o Estado assumia o papel de principal agente da modernização e também da democratização. O nacionalismo de então era pensado como uma ideologia capaz de vencer as forças de exploração das massas.

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ISEB, CEPAL e odesenvolvimentismo

� A Sociologia de Guerreiro Ramos, Simon Schwartzman� Painel sobre a "Contribuição de Guerreiro Ramos para a

Sociologia Brasileira," in Revista de Administração Pública (Rio de Janeiro) 17, 2, abril-junho, 30-34, 1983.

� Visto tudo isto, não há como deixar de registrar um sentimento de grande frustração. A obra dê Guerreiro Ramos é principalmente critica, mas de poucos resultados. Ele não de grande frustração. A obra dê Guerreiro Ramos é principalmente critica, mas de poucos resultados. Ele não prezava o produto intelectual enquanto tal, e seu projeto político, por razões históricas que conhecemos, não foi muito adiante. Mais ainda, creio que a carreira de Guerreiro Ramos mostra a própria frustração da idéia de era possível, a partir de um projeto intelectual, realizar um projeto político. Ao final, Guerreiro Ramos acaba ficando sem uma obra sociológica mais consistente, e sem uma carreira política mais significativa.

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ISEB, CEPAL e odesenvolvimentismo

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ISEB, CEPAL e odesenvolvimentismo

� O Encontro de Bandoeng em 1954 e o Grupo dos 77

� Brown vs. Board of Education, 1954, “substantive equality principle”“substantive equality principle”

� Guerreiro Ramos e a Denúncia de 1961� Relatório sobre patentes da ONU 1964� SGP no GATT em 1967� A criação da UNCTAD� O Anexo da Convenção de Berna

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Internacionalização –NEO

� A partir da década de sessenta, se podia sentir, no campo da propriedade intelectual, os ecos do que se denominou “a nova ordem econômica internacional”.Era a idéia de que um desenvolvimento � Era a idéia de que um desenvolvimento cooperativo da economia mundial presumia tratamento diferenciado para os países não-industrializados (o chamado “terceiro mundo”). (Brown vs. Board of Education, isonomia substantiva e não formal)

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Internacionalização –NEO

� Tal fenômeno, que foi suscitado pelas intervenções brasileiras na Assembléia Geral da ONU no início do período, encontrou um marco importantíssimo no relatório daquele organismo, publicado em 1964, sobre o organismo, publicado em 1964, sobre o papel das patentes no desenvolvimento dos povos

� [1] Le Rôle des Brevets dans le Transfert des Conaissances Techniques, aux Pays Sous-Developpés, Document des Nations Unies, E/3861, 10 Mars 1964, Rapport du Sécrétaire Générale.

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Internacionalização –NEO

� O grande dogma da Nova Ordem era o direito ao exercício da soberania econômica conferido aos Estados: “Cada Estado detém e exerce livremente uma soberania inteira e permanente sobre todas suas riquezas, recursos naturais e atividades econômicas, inclusive a posse e o direito de as econômicas, inclusive a posse e o direito de as utilizar e de delas dispor”. (Carta dos Direitos e Deveres Econômicos dos Estados, adotada pela Assembléia Geral da ONU em 12/12/74, Art. 2º, Par. 1º.)

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Internacionalização –NEO

� Deste direito reconhecido universalmente, resultou que os países em desenvolvimento - que ainda não teriam tido acesso pleno à soberania econômica -fossem beneficiados pela aplicação dos fossem beneficiados pela aplicação dos princípios de não -reciprocidade, de tratamento preferencial e de medidas diferenciadas para promover seu próprio desenvolvimento.

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NEO e a Reforma da CUP

� CODETOT� Reforma da Convenção de Paris� Igualdade substancial e suspensão do � Igualdade substancial e suspensão do

tratamento nacional� A debâcle da NEO em Genebra� O início do TRIPs

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Internacionalização –NEO

� Reforma da Convenção de Paris

� Os países em desenvolvimento queriam modificar a Convenção nos seguintes pontos (

� a) Tratamento nacional - ao invés do velho princípio de igualdade entre o nacional e o estrangeiro, que fosse permitido tratamento entre o nacional e o estrangeiro, que fosse permitido tratamento preferencial em favor dos países em desenvolvimento;

� b) Direito de propriedade - que o prazo de propriedade fosse mais longo para os inventores dos países em desenvolvimento;

� c) Independência das patentes - que o princípio de cada patente nacional ser independente de todas as demais fosse moderado no caso dos países em desenvolvimento, para que estes pudessem considerar automaticamente nulas as patentes correspondentes àquelas dadas por nulas em outros países;

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Internacionalização –NEO

� Reforma da Convenção de Paris� d) Licença obrigatória e caducidade - que fossem

modificados, em favor dos países em desenvolvimento, os critérios impostos a partir da revisão de 1934 que dificultam a caducidade da patente por falta de uso;dificultam a caducidade da patente por falta de uso;

� e) Importação de produtos fabricados com o processo patenteado - disposição típica da versão de 1967, o dispositivo dá ao titular de uma patente de processo o poder de impedir a importação de produto fabricado no exterior, segundo aquele processo. Os países em desenvolvimento queriam a aplicação da teoria do esgotamento dos direitos.

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Internacionalização

� Coube ao representante americano, muito sério, nervoso no isolamento de um plenário de 120 países em que o único voto discordante era o seu, explicar a realidade das coisas: é sempre possível fazer concessões ao Terceiro Mundo, alimentar o ideal de uma nova ordem econômica mundial, da redistribuição dos papéis econômicos, quando se redistribuição dos papéis econômicos, quando se fala em termos de interesse público dos Estados

� Mas na Convenção de Paris, o interesse direto em jogo é o das empresas, não dos Estados; e não se pode transigir o interesse das empresas tão facilmente. Era fevereiro de 1980 e, na Casa Branca, ainda estava James Earl Carter.

� Daí, o abandono das discussões na OMPI, e a gênese do TRIPS

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O refluxo do patrimonialismoO refluxo do patrimonialismo

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Propriedade Intelectual numa economia globalizada

� Este revigoramento foi, a princípio, notado como um fenômeno intrínseco à economia dos países industrializados, em particular dos Estados Unidos. Em seguida, a dos países industrializados, em particular dos Estados Unidos. Em seguida, a tendência patrimonialista foi exportada e imposta aos demais países.

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A Propriedade Intelectual numa economia globalizada

� Como medida de curto prazo, os Estados Unidos desfecharam uma ofensiva de caráter unilateral impondo sanções de várias naturezas aos países que não se conformassem aos parâmetros tidos por aceitáveis. conformassem aos parâmetros tidos por aceitáveis.

� Igualmente, abandonando o foro tradicional das discussões de propriedade intelectual, a OMPI, foi lançado um processo de negociação do tema no âmbito do GATT, através da Rodada Uruguai, que resultou no acordo TRIPs da OMC

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Quais as retóricas da negociação de TRIPsTRIPs

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A Análise de interesses na negociação de TRIPs

� A primeira, defendida pelos Estados Unidos, entendia a proteção da propriedade intelectual como instrumento para favorecer a inovação, as invenções e a transferência de tecnologia, invenções e a transferência de tecnologia, independentemente dos níveis de desenvolvimento econômico dos países. Os países desenvolvidos enfatizavam a vinculação entre propriedade intelectual e comércio internacional.

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A Análise de interesses na negociação de TRIPs

� A segunda posição, defendida pelos países em desenvolvimento, destacava as profundas assimetrias Norte-Sul, no que diz respeito à capacidade de geração de tecnologia. Sem desconhecer a importância da proteção da � Sem desconhecer a importância da proteção da propriedade intelectual, estes países defendiam que o objetivo primordial das negociações deveria ser assegurar a difusão de tecnologia mediante mecanismos formais e informais de transferência.

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A Análise de interesses na negociação de TRIPs

� Por fim, tínhamos uma posição intermediária de alguns países desenvolvidos, dentre os quais o Japão e os membros das Comunidades Européias que destacaram a necessidade de Européias que destacaram a necessidade de assegurar a proteção dos direitos de propriedade intelectual, evitando abusos no seu exercício ou outras práticas que constituíssem impedimento ao comércio legítimo.

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Fase I - Stalling

� DBB, Porque somos Piratas (1988)(Revista Brasileira de Comercio Exterior, Setembro de 1988), http://denisbarbosa.addr.com/43.dochttp://denisbarbosa.addr.com/43.doc

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Fase I - Stalling� Com o dissenso da Informática e, neste mês de julho de 1988, com as

retaliações impostas pelos Estados Unidos por causa das patentes farmacêuticas, o Brasil acaba de se diplomar como "pirata" perante a opinião pública internacional. (...)

� No entanto, a noção de "pirataria" é bem mal empregada neste contexto. Na maior parte dos casos, o empresário brasileiro, japonês ou canadense acusado de "pirataria" não usa perna de pau, não tem olho de vidro nem muito menos cara de mau; ao contrário, cumpre fielmente as leis de seu acusado de "pirataria" não usa perna de pau, não tem olho de vidro nem muito menos cara de mau; ao contrário, cumpre fielmente as leis de seu país e age de acordo com os tratados internacionais. Muitas vezes, ele está até fazendo cumprir a política oficial de seu governo - no máximo, seria um corsário com todas as aprovações e licenças necessárias.

� Por isso mesmo o governo americano tem de se valer de meios unilaterais, da sua própria Seção 301 do Tariff and Trade Act de 1984 (como fez no caso da informática e, agora nas patentes farmacêuticas), para conseguir o que a lei e os tratados lhe negam.

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Fase I - Stalling� Por muitos anos, os próprios Estados Unidos não protegiam os direitos

autorais dos estrangeiros; a Suíça não reconhecia patentes a nenhum inventor; a Holanda considerava imoral conceder privilégios na indústria... Até que a massa de invenções e criações intelectuais de seus próprios nacionais tornassem mais interessante dar a proteção em termos gerais.

� Há pouco tempo ainda, num famoso julgamento da Câmara dos Lordes (que funciona também como supremo Tribunal) Lorde Denning dizia que era difícil condenar uma empresa de Uganda por "pirataria" de um segredo (que funciona também como supremo Tribunal) Lorde Denning dizia que era difícil condenar uma empresa de Uganda por "pirataria" de um segredo de indústria, quando a Inglaterra sempre se orgulhava de seus próprios piratas - do século XVI.

� "- Nós tivemos aqui Sir Francis Drake", diz o acórdão de Lorde Denning.� É esta inteligência e senso de justiça presente na Câmara dos Lordes - ao

comparar o desenvolvimento de Uganda com o da Inglaterra do séc. XVI -que, é preciso tomar emprestado agora. Cada país tem direito a sua própria História.

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Fase I - Stalling

� Quando foi negociada a Convenção da União deParis para a Propriedade Industrial em 1882,prevaleceu o entendimento de que não cabia apadronização das normas substantivas, relativasa marcas e patentes, das varias legislaçõesa marcas e patentes, das varias legislaçõesnacionais.

� Ao contrário, optou-se por estabelecer ummecanismo de compatibilização entre taislegislações, permitindo a diversidade nacional seprejuízo do exercício do interesse privado naesfera internacional.

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Fase I - Stalling� Pois a reforma no sistema de comércio internacional proposta no âmbito

do G.A.T.T. pelos Estados Unidos, e por ele já implementada através da ação unilateral via seção 301 visa eliminar precisamente esta diversidade nacional. Assim como o comércio de bens físicos entre as nações repousa sobre a proteção universal da propriedade clássica, pretende-se agora, nesta Rodada Uruguai do GATT padronizar as normas que asseguram o controle sobre os bens imateriais não financeiros (assim como reduzir as barreiras ao fluxo de investimento e serviços).barreiras ao fluxo de investimento e serviços).

� Mas flagrante do que em qualquer outra área, esta uniformização das normas da propriedade intelectual resultaria em cristalizar e manter uma situação de absoluta desigualdade na divisão do patrimônio informacional agregado do mundo. O monopólio da informação científica, tecnológica e comercial, além do predomínio nos veículos de difusão cultural, importa em controle sobre os fluxos econômicos internacionais, sobre a capacidade de desenvolvimento de cada país e sobre a própria formação ideológica da noção de diversidade nacional.

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Fase I - Stalling� Pois o espaço até agora utilizado pelo Brasil para expandir-se se

tornou de marginal (e por isso possibilitando o desenvolvimento infringente) em primordial. Resta do país ou modificar seu modelo submetendo-se a uma nova e eterna aliança maculada por uma invencível dependência ou obter tempo para que o limiar do desenvolvimento seja atingido. Esta última alternativa é posta em questão, de um lado pelo perigo de desaceleração do processo questão, de um lado pelo perigo de desaceleração do processo interno de crescimento, e, de outro, pelo aumento de velocidade da tecnologia e das alterações na divisão mundial de trabalho.

� Assim, o problema para o desenvolvimento tecnológico brasileiro não é a forma de piratas que porventura tenhamos ganhado nos últimos tempos. O risco é que não nos deixem ser piratas o mesmo tempo que o foram Sir Francis Drake e seus seguidores americanos, japoneses ou suíços. A questão é de tempo.

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As fases da negociação

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Fase I - Stalling� O Artigo IX do GATT (Lei 313 de 30.09.48) já previa proteção às

marcas e indicações de procedência regional e geográfica. � Foi no contexto de tais normas que os Estados Unidos propuseram

em setembro de 1982, secundados por outros membros da OECD, usar o GATT para a repressão da contrafação. Como resultado de tal iniciativa, tais países submeteram aos demais membros do Tratado uma proposta de Acordo que implementasse os Artigos IX Tratado uma proposta de Acordo que implementasse os Artigos IX e XX para tornar coativo a repressão aduaneira a contrafação de marcas registradas. Não se abordou na ocasião a proteção de indicações de procedência do Art. IX (pois os Estados Unidos contestavam então a postura européia quanto ao assunto na Convenção de Paris), nem a aplicação de outros direitos intelectuais.

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Fase I - Stalling

� Mas ...para que um Anti-Counterfeiting Trade Agreement (ACTA)?

� Em novembro de 1984, na 40a. reunião do GATT, foi determinado (Doc Dec l/5758) que as informações até então coletadas fossem analisadas por um grupo de especialistas. Os resultados desta análise, veiculados no Doc. l/5878, Os resultados desta análise, veiculados no Doc. l/5878, eram, em resumo, os seguintes:

� ....... e) Não há consenso quanto à suficiência da legislação internacional existente para reprimir a contrafação nem quanto à necessidade de criação de novos mecanismos nem se o GATT é o local competente e apropriado para aplicá-los. Muito menos há uniformidade de opiniões quanto aos meios de ação adequados à repressão

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Fase I - Stalling� Com efeito, na primeira sessão do Grupo, a 25 de março de 1987, as

várias delegações dos países desenvolvidos do Ocidente trouxeram à baila questões relativas a licença compulsória, limitação do campo de patenteamento e duração de direitos. Apesar da proposta americana de iniciar os trabalhos pela discussão da proposta de 1982, e da posição da CEE se ater primordialmente à matéria de marcas, ficou claro que o exercício necessariamente seria levado para outros assuntos mais controversos e de maior significação estratégica.controversos e de maior significação estratégica.

� A posição brasileira, naquela primeira sessão, foi de circunscrever a discussão aos termos literais do mandato de Punta del Leste, tomando como base o relatório do grupo de especialistas publicado como Doc. L/5878 e não a proposta americana de 1982.

� Como tal documento apenas retratava a falta de consenso entre os vários grupos, sem configurar qualquer base de negociação, a sua adoção nos termos propostos pelo Brasil importaria em desacelerar o exercício, renovando a discussão da necessidade de um novo conjunto de normas, o foro de sua discussão, a dimensão do problema de contrafação no comércio internacional, etc.

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Fase II – Clamor no deserto

� Nos trabalhos posteriores, no entanto, a posição brasileira foi necessariamente se atenuando, em parte pela falta efetiva de apoio dos demais países em apoio dos demais países em desenvolvimento, em parte pelas complexidades da própria situação nacional, interna e externa, que dificultam uma atuação mais vigorosa quanto ao ponto na esfera do GATT.

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Fase III – os textos

� A Minuta Lars Anell - 23 de julho de 1990� Proposta A (OECD) Proposta B (77)

� Minuta de Bruxelas Dezembro de 1990 -Resultado das negociações de nov. 1990Resultado das negociações de nov. 1990

� Minuta Dunkel – Dezembro de 1991

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As promessas descumpridasAs promessas descumpridas

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Fontes

� Borges Barbosa, Denis , "TRIPs art. 7 and 8, FTAs and Trademarks" (March 9, 2006). Available at SSRN: http://ssrn.com/abstract=889107Borges Barbosa, Denis , "Counting Ten � Borges Barbosa, Denis , "Counting Ten for TRIPs: Author Rights and Access to Information - A Cockroach's View of Encroachment" (November 4, 2005). Available at SSRN: http://ssrn.com/abstract=842564

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As promessas não cumpridas

� The unrequited promises� Brazil and some other developing countries spent

the first years of the Uruguay Round voicing her objections to the inclusion of Intellectual Property objections to the inclusion of Intellectual Property theme into the GATT environment. By 1990, the Brazilian objections ceased to prosper as a stalling tactic. The other developing countries had also decided that TRIPs was actually a reality to be dealt with, and a new posture arose.

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As promessas não cumpridas

� Understanding leaves no doubt that it is intended to strengthen the multilateral trading system. In an article clearly signaling this intent, entitled "Strengthening of the Multilateral System," the ministers impose upon the member states a requirement to seek "recourse to, and abide by, the rules and procedures of this Understanding," when seeking redress of a "violation of obligations or other nullification or impairment of benefits under the covered agreements. Article 23 goes impairment of benefits under the covered agreements. Article 23 goes on to specify that the members "shall . . . not make a determination to the effect that a violation has occurred . . . except through recourse to dispute settlement in accordance with the rules and procedures of this Understanding. . . . " In short, the Understanding leaves no doubt that freelance, unilateral, or even unauthorized bilateral dispute reso-lution is not acceptable[1].

[1] Michael Young, Dispute Resolution in the Uruguayan Round – Lawyers triumph over diplomats, 29 Int'l. Lawyer. 389 (1995). To be in what would seem a prudent conclusion, my former professor of Japanese Law in Columbia Law School remarked: “However, the Understanding does not forbid the parties from resolving a dis-pute by means other than a panel decision. Negotiations and consultations are still allowed, indeed encouraged. The Understanding specifically invites the parties to resolve disputes through mutual agreement. It also adopts, virtually intact, the provisions of the Improvements of 1989 regarding negotiation, consultation, good offices, conciliation, and mediation”.

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As promessas não cumpridas

� Therefore, adhering to the TRIPs agreement meant that developing countries would have no more U.S. Section 301 sanctions to be dealt with[1]. To the developing countries, which had been granted a the 5-year suspended application of IP requirements and received a bonus 5-year moratorium against non-violation complaints[2], the assurance that international pressure would be mediated through WTO composed a reasonable bargain to composite the short term WTO composed a reasonable bargain to composite the short term losses resulting from higher level IP laws. The compromises made were to be respected.

[1] Section 337 of the Trade Act had been challenged in a GATT National Treatment panel in 1989 and found infringing of the 1947 rules.

� [2] Tuan N Samahon, TRIPS copyright dispute…, op. cit., “In contrast to a violation case, a nonviolation complaint does not require any literal breach of a TRIPS provision. Article 23 (1) (b) defines nonviolation as that which nullifies or impairs TRIPS objectives resulting from the "application by another contracting party of any measure, whether or not it conflicts with the provisions of this Agreement."40 Thus, conduct that does not violate any rule of any WTO agreement may still be deemed to nullify trade benefits that members reasonably expected to obtain.”

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As promessas não cumpridas

� Jerome Reichman, � A. COMPENSATION AS THE KEY TO FUTURE

CONCESSIONS� The process of integrating intellectual property law into

international economic law necessarily imposes short and international economic law necessarily imposes short and medium-term social costs on the developing countries. These costs are, to varying degrees, offset by the prospects of en-hanced market access, of technical cooperation to implement the TRIPS Agreement, and of relief from unilateral trade sanctions in future discussions of intellectual property protection. (…)

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As promessas não cumpridas

� What both Professor Reichmann andYoung did not foresee was the demise ofthe multilateral system. The elevation ofpost-TRIPs standards was a matter for apost-TRIPs standards was a matter for amuscle-style, dark alley, mobster art.

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As promessas não cumpridas

� In the 2003 case, the Section 201 affair, the U.S. loss did not prevent the American trade system to threaten their partners with the full power of unilateral sanctions, with or without WTO support: � “the U.S. President emphasized and vowed,” We will continue to pursue [our]

economic policies”, as well as “our commitment to enforcing our trade laws”, right after the U.S. had lost in the “Section 201” Disputes and was forced to temporarily terminate the abused U.S. “safeguard measures” of unilateralism. Similar to the USTR’s declaration right after the end of “Section 301” Disputes in December 1999, USTR’s declaration right after the end of “Section 301” Disputes in December 1999, the U.S. President’s proclamation right after the end of “Section 201” Disputes in December 2003 actually announced to the world: We, the U.S.A., will continue to pursue our policies of economic hegemony, and continue to conduct such activities still under the camouflage of defending U.S. “sovereignty”, safeguarding U.S. interests, and enforcing U.S. laws. Therefore, even though the U.S. lost in the recent “Section 201”Disputes, its hegemonic chronic continue to recur at any time. [1]

[1] An Chen, The Three Big Rounds Of U.S. Unilateralism Versus WTO Multilateralism During The Last Decade, found at http://www.southcentre.org/publications/workingpapers/paper22/wp22.pdf

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Os problemas de política públicaOs problemas de política pública

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Fontes

� MATSUSHITA, Mitsuo, Thomas J. Schoenbaum & Petros C. Mavroidis. The World Intellectual property Law: Practice and Policy. New York: Oxford Practice and Policy. New York: Oxford University Press, 2006, p. 708-711.

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Problemas � 6. Public policy criticisms � There are five essential public policy criticisms of the TRIPS

Agreement. All involve the relationship between developed and developing countries and issues fundamental to globalization: � 1. Is the TRIPS Agreement a "marriage of convenience” between trade and

IP to further exacerbate the divide between rich and poor countries? Are poor countries being forced to protect IP rights against their fundamental poor countries being forced to protect IP rights against their fundamental self-interest in order to serve the welfare of transnational businesses based in rich countries?

� 2. Does the TRIPS Agreement, by ignoring the interests of poor countries, allow "reverse piracy", that is, the appropriation by transnational com-panies in rich countries of valuable "traditional knowledge" and cultural works, such as music, art, and dance, in poorer, less-developed societies?

� 3. Does the TRIPS Agreement undermine the UN Convention on Biological Diversity, which specifies that people in developing countries have the right to control access to the biological resources within their borders?

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Problemas

� 6. Public policy criticisms � There are five essential public policy criticisms of the TRIPS

Agreement. All involve the relationship between developed and developing countries and issues fundamental to globalization: � 4. Does the TRIPS Agreement endanger human health in poor � 4. Does the TRIPS Agreement endanger human health in poor

countries by providing pharmaceutical companies in rich countries an IP monop-oly over medicines essential to fight health crisis and pandemics such as HIV? Such medicines are prohibitively expensive in poor countries.

� 5. Does the TRIPS Agreement threaten food production rich countries to gain IP rights over food plants and seeds, denying them to farmers in developing countries too poor to pay the prices demanded for them?

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Problemas

� Which side has the stronger case? In a very realsense this is now an academic question, forTRIPS represents the victory of those who believein strengthened IP rights.

� The fact that developing countries, the majority in� The fact that developing countries, the majority inthe WTO and even in the old GATT, were willingto accept TRIPS represents the trend, evidentsince the 1980s, in developing countries'willingness to accept a more liberal, lessregulatory approach to international trade andinvestment.

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A introdução do desenvolvimentismoA introdução do desenvolvimentismo

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Fontes

� Borges Barbosa, Denis , Chon, Margaret and Moncayo von Hase, Andres, "Slouching Towards Development in International Development in International Intellectual Property" . Michigan State Law Review,No. 1, 2008 Available at SSRN: http://ssrn.com/abstract=1081366

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Desenvolvimento?

� First, we consider the rapidly evolving relationship of development and trade to intellectual property, and conclude that current approaches to all three of these areas emphasize balanced rules, which means assessments of costs and benefits, means assessments of costs and benefits, preservation of flexibility, and transparency of development impact.

� To increase this pro-development balance within the current international intellectual property regime, each of us offers a specific proposal.

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Desenvolvimento?

� Barbosa proposes three principles of treaty interpretation to maximize the potential of TRIPS articles 7 and 8 as balancing mechanisms within WTO jurisprudence. These include:WTO jurisprudence. These include:� the principles of integration, � evolutive interpretation and � vectorial interpretation all of which are consistent with a

teleological approach to TRIPS as an instrument of development.

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Desenvolvimento?

� Chon posits "development" as a key legal term of art throughout the international intellectual property regime via a substantive equality principle; this principle substantive equality principle; this principle is applied here to the current Development Agenda within WIPO, to link intellectual property and innovation to human development priorities such as education.

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Desenvolvimento?

� Moncayo von Hase advocates for the recognition of emerging rules of customary international law, such as the emerging human right to health, in the context of interpreting related intellectual property obligations; in addition, he argues in favor of obligations; in addition, he argues in favor of maximizing international law principles of non-derogation and freedom of implementation, to maintain national policy space and flexibility for social welfare objectives in the context of post-TRIPS bilateral and regional treaties .

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Desenvolvimento?� 1. From Rules to Principles: The Principle of Evolutive

Interpretation� International law jurist Maristela Basso has articulated a principle of

evolutive interpretation[1] consistent with the interpretative practice of the ICJ. As stated earlier, the Vienna Convention on the Law of Treaties provides a basis for considering subsequent agreements and practices of the parties in treaty interpretation. In the case of and practices of the parties in treaty interpretation. In the case of TRIPS, the combination of Articles Seven and Eight, and 71.1 of TRIPs, led to the enactment of Paragraph Six of the Doha Declaration.This so-called Paragraph Six solution subsequently evolved into a non-soft law norm—proposed Article 31bis.[

� [1]. Maristela Basso, O Direito Internacional Da Propriedade Intelectual 76 (Livraria Do Advogado ed., 2000).

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Desenvolvimento?� 2. From Rules to Principles: The Principle of Vectorial

Interpretation� a. Defining the Vectorial Approach� The Preamble, as well as Articles Seven and Eight of TRIPs, are to

be understood as norms of different function and character than the strictly prescriptive provisions of the same text (for instance, the rule of a minimum term for patents). The former are in the nature of strictly prescriptive provisions of the same text (for instance, the rule of a minimum term for patents). The former are in the nature of principles whereas the latter are built as rules.[1] Principles serve a different function from rules. They lead away from a positivist approach towards a normative approach of treaty interpretation.[2]�

[1]. Luis Roberto Barroso, Interpretação e Aplicação da Constituição, Fundamentos de uma dogmática Constitucional Transformadora 232 (Editora Saraiva 5th ed., 2003) (As Barroso, the most celebrated Brazilian constitutional law author, explains:

� [2]. Robert Alexy,Teoría de los derechos fundamentales 81 (1997).

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Desenvolvimento?� b. Towards a Vectorial Reading of TRIPS� The TRIPS principles command a vectorial reading. The norms

expressed in the Preamble and Articles Seven and Eight indicate opposing interests to be given due respect and reconciliation. A vectorial reading supposes that different interests receive their due.

� The resulting finding of law never excludes any of the interests at stake but, much to the contrary, shall strive to give to each its

� The resulting finding of law never excludes any of the interests at stake but, much to the contrary, shall strive to give to each its proper legal consideration according to the classical rule of sui cuique tribuere.

� One-sidedness in a vectorial system means wiping out the competing interest, which is violation of the system.Therefore, vectorial analysis is not satisfied by a starkly unilateral interpretation of TRIPS, or even by the overall WTO context: As the much quoted Gasoline case states, the General Agreement cannot be read in clinical isolation

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Outra vez BrasilOutra vez Brasil

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TRIPs e o TRIPs-plus brasileiro

� A experiência brasileira de TRIPs, http://denisbarbosa.addr.com/trips2004.doc� (Palestra no Simpósio Franco Brasileiro sobre Saúde e Propriedade Intelectual, Itamarati, 23 de junho de 2004)

� Por mais que se tenha demonizado TRIPs durante a última década, certo é que nós, brasileiros, fomos os responsáveis por todos os excessos, todas as disfunções, todas as opressões que resultam da legislação em vigor.

� Foram os legisladores e juízes brasileiros que desequilibraram os � Foram os legisladores e juízes brasileiros que desequilibraram os interesses da sociedade e dos investidores, contra o interesse nacional.

� No caso específico do Brasil, a nossa insanidade presente tem de ser curada pela administração vigorosa de dois remédios: pela aplicação do escrutíneo constitucional, de forma a limpar os excessos de irrazoabilidade e ofensa aosubstantive due process of law. E pela aplicação de TRIPs, como ela foi consensual e está se aplicando na prática corrente.

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TRIPs e o TRIPs-plus brasileiro

� Deve-se também considerar, já pelo lado negativo dessa tendência, a exsurgência da discussão de falsos temas, ou temas de relevância retórica., no campo da Propriedade Intelectual. Sobre cantochão da biodiversidade, tema por si só relevantíssimo, tem-se vocalizado sem cessar as questões de reconhecimento de valores culturais e tecnológicos tradicionais. È um belo tema, mas nem por isso mais relevante para o enfrentamento real de interesses relativos à cultura e ao conhecimento tecnológico. tecnológico.

� Ante a importância da difusão da tecnologia, e do acesso à informação gerada pelos setores mais dinâmicos da economia e da criação contemporânea, tais valores tradicionais são certamente significativos. No entanto, qualitativa e quantitativamente, são marginais. Os remédios contra a Aids, se não fossem licenciados compulsoriamente, não poderiam ser substituídos pelo encantamento de algum pajé. Concentrar em tais temas a libido dos países em desenvolvimento é deixar que os dedos se percam, para concentrar a atenção nos aneis que ficam, em toda sua cintilante irrelevância

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O desenvolvimentismo dos anos 80´

� Licença - compulsória da Monsanto 1983� Lei 7232/85 Reserva de Mercado para

Informática� CDI e o setor químico

Projeto 5080/85 – Reserva de Mercado para o � Projeto 5080/85 – Reserva de Mercado para o setor farmacêutico

� A Seção 301 – 1986-1990� 1988 – Denuncia da Seção 301 no GATT� A Constituição de 1988

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MARRAQUECHE

� Collor e Zélia: o projeto da lei de PI� Subsistência do projeto após a

cassação de Collor� O pipeline votado em 1995/6� TRIPs em 1/1/1995 para o mundo

desenvolvido� As leis TRIPs: Patentes e Marcas 1996,

Cultivares 1997, Software e DA 1998

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Para além de Marraqueche

� Prof. Reichman: Marraqueche é uma promessa do fim do unilateralismo

� A promessa traída: FTAs e os TRIPs-plusplus

� NAFTA e a ruína do México � ALCA e a demissão do Emb. Samuel

Pinheiro Guimarães em 2001

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O desenvolvimentismo do séc. XXI

� O Min. Serra e a licença Compulsória do DST/AIDS

� A denuncia americana contra o art. 68 do CPI/96

� A Declaração de Doha� A Declaração de Doha� Agenda do Desenvolvimento de Agosto de

2004� A aplicação de TRIPs ao Brasil, Índia e

Argentina em 2005� As decisões da 2ª. Turma do TRF2 a partir de

Setembro de 2005

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Duzentos anos de PI

� Guatemala: Primeira na CUP, como nós� Guatemala: FTA de 2005� ABIFINA da Guatemala: 93 indústria � ABIFINA da Guatemala: 93 indústria

exportando para 14 países� “ Subdesenvolvimento não é um fato da

História, é um estado de espírito...” (Pasquim...)

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Pós TRIPs

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Doha

O reequilíbrio de TRIPs constitui a questão centraldo mandato de Doha e das pressões que estão sendofeitas no âmbito da OMPI para que ela direcione suasações visando colocar o sistema de PI numa rota deapoio à difusão tecnológica e aoapoio à difusão tecnológica e aodesenvolvimento social e econômico de todasas Nações.

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Doha

Na área da propriedade intelectual o relatóriorecomenda a adoção de medidas, no âmbito daOMC, que visem esse “reequilíbrio” de TRIPs , com oobjetivo de permitir que os países emdesenvolvimento tenham acesso adesenvolvimento tenham acesso amedicamentos essenciais à saúde dapopulação a preços competitivos.

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Doha

� Se já tivesse sido alcançada a plena implementação de TRIPs no mundo, os países menos desenvolvidos deveriam carrear US$20 bilhões/ano a mais aos países industrializados para pagamentos referentes a países industrializados para pagamentos referentes a tecnologia, além dos custos adicionais internos com encargos da fiscalização local.

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Alca e outros FTAASegundo fonte diplomática brasileira, incluir a obrigatoriedade do cumprimento de

TRIPS no texto do acordo da Alca pode dar margem a retaliações comerciais."O problema é a maneira como esse compromisso estará expresso e avinculação a possíveis retaliações", diz essa fonte.

Outro diplomata brasileiro diz que o país "precisa estar seguro de que conseguefazer cumprir o compromisso, ou fica vulnerável a cobranças". De qualquerfazer cumprir o compromisso, ou fica vulnerável a cobranças". De qualquerforma, sabe-se que violações a direitos de propriedade intelectual nãoresultariam em retaliações imediatas, mas teriam que passar por um painel desolução de controvérsias.

Para Kelly Meimann, diretora-executiva da consultoria Kissinger McLarty, "se nãohouver nada no acordo além do que já está na OMC, é difícil conseguir apoiono Congresso". O envio ao Congresso do acordo entre EUA e AméricaCentral, por exemplo, está parado por uma discussão sobre propriedadeintelectual na Guatemala.

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A renovação da NEOA renovação da NEO

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A agenda de desenvolvimento da OMPI

� O comércio internacional, o desenvolvimento econômico e social e seus reflexos na ordem internacional da

propriedade intelectual, Estudos em Honra a Prof. Maristela Basso, lançado em 27/8/05

� La razón de la sinrazón que a mi razón se hace”, Don Quixote,

� http://denisbarbosa.addr.com/basso.doc

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A agenda de desenvolvimento da OMPI

� O discurso do desenvolvimento, no campo da propriedade intelectual, surgiu sempre como desarmônico e irracional. O prático é que se tenha uma só marca, uma patente, imediatamente concedida em cada parte do globo. O racional é que discussões como de distribuição equitativa de rendas e de conteúdo informacional se restrinja às universidades, e não chegue aos escritórios de patentes. Como lembrava o chefe da delegação americana em Genebra, em 1981, propriedade intelectual é coisa séria.americana em Genebra, em 1981, propriedade intelectual é coisa séria.

� Assim, o discurso da proposta brasileiro-argentina, para a visão do mundo globalizado e regido pela estética do mercado, é o canto da sinrazón. Ou pelo menos irracional segundo os critérios da eficiência do fordismo. A desigualdade, fato do mundo real, não é curada pela razão retórica da Agenda de Patentes, e nem pela prática de uma só patente em todo mundo. Talvez seja, no entanto, por esta teimosia histórica de já há cinquenta anos, que vai de Bandoeng a Genebra, sempre com o tema de tratar os desiguais desigualmente, na exata proporção de sua desigualdade. (Publicado nos Estudos em Honra a Maristela Basso, 2005)

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O palácio da Sinrazón

� 28 March 2008Industry Losing Faith In WIPO

� By Liza Porteus Viana for Intellectual Property WatchNEW YORK–The World Intellectual Property Organization is seen as in a state of tumult Organization is seen as in a state of tumult these days, as the global body searches for a new director general and tries to grapple with issues such as implementing a Development Agenda and further harmonising global patent regimes. And some industry observers think it is causing some to lose trust in the organisation.

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Bibliografia

� Maristela Basso, Direito Internacional Da Propriedade Intelectual, Livraria Do Advogado, 20002. Maristela Basso, Propriedade Intelectual na Era pós-OMC, Livraria do Advogado, 2005.3. Propriedade Intelectual, Estudos em honra à Prof. Maristela Basso, Juruá, 2005Maristela Basso, Juruá, 20054. Carlos Correa, Acuerdo TRIPS - Régimen internacional de la propiedad intelectual. Buenos Aires, Edicíones Ciudad Argentina, 1998;

� 5. DBB, A Propriedade Intelectual como um Direito Internacional (2002), http://denisbarbosa.addr.com/59.rtf6. Denis Borges Barbosa, Propriedade Intelectual –Aplicação do Acordo TRIPs, Lumen Juris, 2a. Ed. 2005.

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Bibliografia

� 9. UCNTAD/ICTSID Resource Book on TRIPs and Development, Cambridge, 2005Encontrado em http://www.iprsonline.org/unctadictsd/ResourceBookIndex.htm

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Bibliografia

� 10. DBB, TRIPs Art. 7 and 8, FTAs and Trademarks, http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=88910711. DBB, A marca como um fato internacional, http://denisbarbosa.addr.com/intermarcas.pdf12. DBB, Counting ten for TRIPs: Author rights and access to information – a cockroach’s view of encroachment, information – a cockroach’s view of encroachment, http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=842564 e http://denisbarbosa.addr.com/Association.pdf13. DBB, O comércio internacional, o desenvolvimento econômico e social e seus reflexos na ordem internacional da propriedade intelectual, http://denisbarbosa.addr.com/basso.doc14. DBB, Prorrogação de patentes - Direito Internacional, http://denisbarbosa.addr.com/parecer%201.pdf

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Bibliografia

� 14. DBB, Prorrogação de patentes - Direito Internacional, http://denisbarbosa.addr.com/parecer%201.pdf15. DBB, Textos e Material de Aula sobre TRIPs, Direitos Exclusivos de Comercialização (EMRs) do art. 70.9 do Acordo e a Exceção Bolar, http://denisbarbosa.addr.com/alanac.htmhttp://denisbarbosa.addr.com/alanac.htm16. DBB, O Princípio de Não-Discriminação em Propriedade Intelectual, http://denisbarbosa.addr.com/discriminatio.doc17. DBB, A experiência brasileira de TRIPs, http://denisbarbosa.addr.com/trips2004.doc