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DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃO Ano II – nº 167 – Porto Alegre, quarta-feira, 25 de julho de 2007 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO PUBLICAÇÕES JUDICIAIS SECRETARIA DO PLENÁRIO, CORTE ESPECIAL E SEÇÕES TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO Expediente SPLE Nro 135/2007 Secretaria do Plenário, Corte Especial e Seções AUTOS COM DESPACHO SUSPENSÃO DE SEGURANÇA Nº 2007.04.00.022926-5/PR RELATORA : Des. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB REQUERENTE : ESTADO DO PARANA PROCURADOR : Jozelia Nogueira Broliani e outro REQUERIDO : JUÍZO SUBSTITUTO DA VF E JEF DE PARANAGUÁ INTERESSADO : ASSOCIACAO COML/ INDL/ E AGRICOLA DE PARANAGUA - ACIAP : SINDICATO DAS AGENCIAS DE NAVEGACAO MARITIMA DO ESTADO DO PARANA : SINDICATO DOS OPERADORES PORTUARIOS DO ESTADO DO PARANA ADVOGADO : Cleverson Marinho Teixeira e outros INTERESSADO : ADMINISTRACAO DOS PORTOS DE PARANAGUA E ANTONINA - APPA ADVOGADO : Frabicio Massardo e outros DECISÃO Trata-se de suspensão de segurança ajuizada pelo Estado do Paraná em que é objetivada a suspensão da execução da sentença proferida pelo Juízo Substituto da Vara Federal e Juizado Especial Federal da Subseção Judiciária de Paranaguá, nos autos do Mandado de Segurança coletivo nº 2007.70.08.000560-0 impetrado pela Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paraná - ACIAP, pelo Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado do Paraná - SINDAPAR e pelo Sindicato dos Operadores Portuários do Estado do Paraná - SINDOP, contra ato do Superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina - APPA. A sentença cuja suspensão de execução é pretendida determinou ao Superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina - APPA que se abstivesse de impedir a utilização do silo público vertical para a movimentação e o embarque de soja geneticamente modificada. Em síntese, o Estado do Paraná argumenta que a decisão implicará a contaminação de todos os grãos de soja convencional estocados no silo público, acarretando danos graves e irreversíveis à ordem e à economia públicas, configuradas também na afronta ao princípio da independência dos poderes, visto que subtraída pelo juízo matéria de competência própria do Poder Executivo. Assim postos os fatos, inicialmente cumpre consignar que para o caso específico aplica-se o regramento contido no artigo 4º da lei nº DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4º REGIÃO 1 / 1500

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  • DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃOAno II – nº 167 – Porto Alegre, quarta-feira, 25 de julho de 2007

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

    PUBLICAÇÕES JUDICIAIS

    SECRETARIA DO PLENÁRIO, CORTE ESPECIAL E SEÇÕES

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃOExpediente SPLE Nro 135/2007

    Secretaria do Plenário, Corte Especial e Seções

    AUTOS COM DESPACHOSUSPENSÃO DE SEGURANÇA Nº 2007.04.00.022926-5/PR

    RELATORA : Des. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB

    REQUERENTE : ESTADO DO PARANA

    PROCURADOR : Jozelia Nogueira Broliani e outro

    REQUERIDO : JUÍZO SUBSTITUTO DA VF E JEF DE PARANAGUÁ

    INTERESSADO : ASSOCIACAO COML/ INDL/ E AGRICOLA DE PARANAGUA - ACIAP

    : SINDICATO DAS AGENCIAS DE NAVEGACAO MARITIMA DO ESTADO DO PARANA

    : SINDICATO DOS OPERADORES PORTUARIOS DO ESTADO DO PARANA

    ADVOGADO : Cleverson Marinho Teixeira e outros

    INTERESSADO : ADMINISTRACAO DOS PORTOS DE PARANAGUA E ANTONINA - APPA

    ADVOGADO : Frabicio Massardo e outros

    DECISÃO

    Trata-se de suspensão de segurança ajuizada pelo Estado do Paraná em que é objetivada a suspensão da execução da sentença

    proferida pelo Juízo Substituto da Vara Federal e Juizado Especial Federal da Subseção Judiciária de Paranaguá, nos autos do

    Mandado de Segurança coletivo nº 2007.70.08.000560-0 impetrado pela Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paraná -

    ACIAP, pelo Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado do Paraná - SINDAPAR e pelo Sindicato dos Operadores

    Portuários do Estado do Paraná - SINDOP, contra ato do Superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina -

    APPA.

    A sentença cuja suspensão de execução é pretendida determinou ao Superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e

    Antonina - APPA que se abstivesse de impedir a utilização do silo público vertical para a movimentação e o embarque de soja

    geneticamente modificada.

    Em síntese, o Estado do Paraná argumenta que a decisão implicará a contaminação de todos os grãos de soja convencional estocados

    no silo público, acarretando danos graves e irreversíveis à ordem e à economia públicas, configuradas também na afronta ao

    princípio da independência dos poderes, visto que subtraída pelo juízo matéria de competência própria do Poder Executivo.

    Assim postos os fatos, inicialmente cumpre consignar que para o caso específico aplica-se o regramento contido no artigo 4º da lei nº

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    http://www.trf4.gov.br/

  • 4.348/64, o qual prevê a possibilidade de suspensão das decisões concessivas de liminares e sentenças proferidas em ação de

    mandado de segurança. Desse normativo ressalta-se o pressuposto fundamental para a concessão da medida suspensiva, que é a

    preservação do interesse público diante de ameaça de lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas já alegadas na

    inicial.

    Isso significa que se a decisão judicial cujos efeitos se pretendem fazer cessar não conduzir às graves conseqüências já especificadas

    (lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública), sua suspensão não pode ser admitida. Não é demais referir, por fim, que

    nossos Tribunais têm sustentado de modo reiterado que a suspensão de ato judicial é medida de caráter excepcional, "impondo-se o

    máximo rigor na averiguação dos pressupostos autorizadores da contracautela, caso a caso, de forma concreta" (STF, SS 3201/GO,

    Rel. Min.Presidente Ellen Gracie Northfleet, DJU 27-06-2007, p. 18).

    Feitas as considerações que se impunham, prossigo na análise do pedido, o qual envolve a hipótese de que a soja orgânica estocada

    no silo público do Porto de Paranaguá venha a ser misturada com soja geneticamente modificada, contaminando-se de modo

    irreversível, se permitida a utilização simultânea daquele depósito pelos dois tipos de grãos.

    Na fundamentação de seu pedido, o Estado do Paraná afirma ser imperiosa a necessidade de que se mantenha a integridade e

    discriminação das duas espécies de soja, a fim de que seja observada a norma que trata das informações que obrigatoriamente devem

    constar nos rótulos dos produtos finais, ou seja, a Lei nº 11.105/2005, que dispõe sobre biossegurança.

    Conforme já explicitado pelo juízo monocrático, o mandado de segurança em apreço faz parte de um conjunto de mandados

    envolvendo as operações do Porto de Paranaguá e a soja geneticamente modificada, matéria sobre a qual já me manifestei, quando

    ainda integrava a egrégia 3ªTurma desta Corte.

    Refiro-me à decisão proferida no agravo de instrumento nº 2006.04.00.011009-9, que tratou de restabelecer a possibilidade de

    embarque de soja transgênica naquele porto, sob o fundamento de que tal operação não deveria ser obstada, uma vez que o perigo de

    mistura com a soja orgânica restaria afastado, diante da possibilidade de armazenar a soja geneticamente modificada na área

    portuária, porém nos silos particulares, de propriedade de empresas privadas.

    Isso porque, segundo consta inclusive às fls. 47 destes autos, o porto de Paranaguá conta, atualmente, com 11 (onze) terminais sendo

    01(um) público e 10 (dez) entre arrendados e privados, cuja capacidade de ensilagem total é de 1.426.500 toneladas. Considerado

    todo esse espaço físico é que foi decidido por permitir o embarque da soja transgênica, garantida que foi sua separação da soja

    orgânica, reservando-se à esta espécie as dependências do silo público.

    Ocorre que, hoje, o Brasil é o segundo produtor de soja do mundo, e que a safra 2006/2007 vem ultrapassando as metas de produção,

    a qual é constituída de quase 90% de soja geneticamente modificada. Isso acarreta a necessidade da utilização de toda estrutura

    portuária possível, o que inclui o silo público, tanto por sua capacidade de armazenamento, quanto pela de escoamento. Se é

    justificável reservar suas dependências exclusivamente para determinado tipo de produto, e assim garantir a sua pureza e

    integridade, me parece mais razoável destiná-lo àquele que apresentar mais demanda, realocando a soja de menor quantidade para os

    demais silos.

    Neste ponto, é conveniente lembrar que devem ser abstraídos da análise que ora se impõe aspectos que dizem com o mérito da ação,

    ou com os requisitos próprios da segurança concedida. Estes devem ser reservados para as vias ordinárias apropriadas.

    Assim, à vista dos elementos que devem ser privilegiados em sede de suspensão de segurança, tenho que não está configurada a

    alegada lesão irreversível, porque permanece assegurada a segregação dos tipos de soja desejada pelo Estado requerente, nos termos

    em que propostos nos memoriais ofertados pela Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá - ACIAP, Sindicato das

    Agências de Navegação Marítima do Estado do Paraná - SINDAPAR e Sindicado dos Operadores Portuários do Estado do Paraná -

    SINPOP, cuja juntada fica determinada neste ato.

    Estabelecido, portanto, que a utilização da área portuária deve se amoldar à realidade e às circunstâncias atuais da atividade à qual se

    destina da maneira mais efetiva possível, e que isto não implica a mistura da soja geneticamente modificada com a soja orgânica,

    resta descaracterizada a alegada lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

    Em face do exposto, indefiro a suspensão de segurança.

    Intimem-se. Publique-se. Transitada em julgado, arquivem-se.

    Porto Alegre, 20 de julho de 2007.

    AÇÃO RESCISÓRIA Nº 1998.04.01.085911-4/RS

    RELATORA : Des. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER

    AUTOR : SINDICATO DOS SERVIDORES FEDERAIS DO RIO GRANDE DO SUL - SINDISERF/RS

    ADVOGADO : Lauro Wagner Magnago e outros

    REU : UNIAO FEDERAL (MINISTERIO DA AGRICULTURA)

    ADVOGADO : Luis Antonio Alcoba de Freitas

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  • DESPACHO

    Defiro o desarquivamento postulado à fl. 280. Intime-se.

    Porto Alegre, 20 de julho de 2007.

    AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2000.04.01.003451-1/RS

    RELATORA : Des. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER

    AUTOR : DALTON GIOVANNETTI RAVEDUTTI e outros

    ADVOGADO : Geni Koskur

    REU : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Marcia Pinheiro Amantea

    DESPACHO

    1. Intime-se a parte autora acerca do demonstrativo de transferência de valores encartado à fl. 271.

    2. Após, em nada mais sendo requerido, arquivem-se os autos, com baixa na distribuição.

    Porto Alegre, 20 de julho de 2007.

    AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2001.04.01.043742-7/RS

    RELATORA : Des. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER

    AUTOR : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

    ADVOGADO : Clovis Konflanz e outros

    REU : JORGE ALBERTO HENTGES

    ADVOGADO : Paulo Roberto Canabarro de Carvalho

    DESPACHO

    Intime-se a parte ré acerca da petição e do comprovante de depósito apresentados pela CEF, com prazo de dez dias.

    Porto Alegre, 19 de julho de 2007.

    AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2001.04.01.071769-2/SC

    RELATORA : Des. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER

    AUTOR : JORGE ARISTIDES DA CUNHA e outros

    ADVOGADO : Waldemar Nunes Justino

    REU : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

    ADVOGADO : Clovis Konflanz e outros

    DESPACHO

    1. À vista do trânsito em julgado acerca do decidido nestes autos, intimem-se as partes a fim de que requeiram o que julgarem

    necessário.

    2. Em nada sendo requerido no prazo de 10 (dez) dias, arquivem-se os autos, com baixa na distribuição.

    Porto Alegre, 20 de julho de 2007.

    AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2002.04.01.007052-4/RS

    RELATORA : Des. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER

    AUTOR : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

    ADVOGADO : Clovis Konflanz e outros

    REU : ADI GONCALVES e outros

    ADVOGADO : Arci Senger e outro

    DESPACHO

    1. À vista do trânsito em julgado do acórdão lançado nestes autos, intimem-se as partes a fim de que requeiram o que julgarem

    necessário, além do representante do MPF, nesse caso com carga dos autos para vista pessoal.

    2. Em nada sendo requerido no prazo comum de 10 (dez) dias para as partes, arquivem-se os autos, com baixa na distribuição.

    Porto Alegre, 19 de julho de 2007.

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  • AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2002.04.01.050107-9/PR

    RELATOR : Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ

    AUTOR : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

    ADVOGADO : Clovis Konflanz e outros

    REU : ISMAEL NUNES DE OLIVEIRA e outros

    DECISÃO

    Vistos, etc.

    RH. Dê-se baixa e arquive-se.

    Intime-se. Dil. legais.

    Porto Alegre, 19 de julho de 2007.

    AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2003.04.01.018172-7/PR

    RELATOR : Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ

    AUTOR : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

    ADVOGADO : Clovis Konflanz e outros

    REU : CARLITO MOREIRA DE LIMA e outros

    ADVOGADO : Antonio Pereira Albino

    : Marcos Roberto dos Santos

    : Edison de Souza

    : Marcos Roberto dos Santos e outros

    DECISÃO

    Vistos, etc.

    RH. Dê-se baixa e arquive-se.

    Intime-se. Dil. legais.

    Porto Alegre, 20 de julho de 2007.

    AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2003.04.01.025222-9/PR

    RELATOR : Des. Federal VALDEMAR CAPELETTI

    AUTOR : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

    ADVOGADO : Clovis Konflanz e outros

    REU : ROMUALDO COLAUTO

    ADVOGADO : Edival Murador

    REU : HELIO BATISTA PANDIÁ

    ADVOGADO : Simone Andreatti e Silva

    REU : CELSO VERONEZ

    ADVOGADO : Osvaldo Damiao Veiga Filho e outro

    REU : DIVINO DE OLIVEIRA NEVES e outros

    REU : JULIO JOSE DO NASCIMENTO

    ADVOGADO : Jose Wlademir Garbuggio e outro

    REU : CLOVIS PANIZZI e outros

    ADVOGADO : Marcelo Ricardo de Souza Marcelino e outro

    DECISÃO

    Tendo em vista a petição da CEF, da fl. 424, homologo, para que surta seus jurídicos e legais efeitos, a desistência da ação em

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  • relação ao réu MIGUEL RYGIELSKI, motivo pelo qual extingo o feito sem julgamento do mérito relativamente a ele, nos termos do

    art. 267, inc. VIII, do CPC.

    Intimem-se.

    Outrossim, diga a Autora, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre o contido na Carta de Ordem Citatória nº 255/2004, de fls. 436/643,

    devolvida parcialmente cumprida.

    Porto Alegre, 19 de julho de 2007.

    AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2003.04.01.030601-9/PR

    RELATORA : Des. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER

    AUTOR : ALTERIO ZANATTA POLETTO e outro

    ADVOGADO : Juahil Martins de Oliveira e outro

    REU : TRACTEBEL ENERGIA S/A

    ADVOGADO : Jose Moacir Schmidt e outros

    : Alexandre dos Santos Pereira Vecchio e outros

    DESPACHO

    Intime-se a representação processual dos autores para que leve a efeito o pagamento da quantia indicada no documento da fl. 424 no

    prazo de quinze dias, sob pena do acréscimo da multa contemplada no artigo 475-J do CPC.

    Porto Alegre, 20 de julho de 2007.

    IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA EM AR Nº 2007.04.00.022170-9/RS

    RELATOR : Juiz Federal Roger Raupp Rios

    IMPUGNANTE : UNIÃO FEDERAL

    ADVOGADO : Luis Antonio Alcoba de Freitas

    IMPUGNADO : SONIA CRISTINA PADOANI BARROS

    ADVOGADO : Emanuelle Silveira dos Santos

    DECISÃO

    Vista ao impugnado no prazo legal.

    Intimem-se.

    Porto Alegre, 16 de julho de 2007.

    AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2007.04.00.022799-2/RS

    RELATORA : Des. Federal MARIA LÚCIA LUZ LEIRIA

    AUTOR : SABANCO DE CURITIBA SERVICOS DE ASSISTENCIA BANCARIA E COML S/C

    ADVOGADO : Mariluiza Razente e outro

    REU : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - ECT

    DECISÃO

    Trata-se de ação rescisória contra acórdão desta Corte, assim proferido, nos autos da AC 2000.04.01.066696-5/PR:

    "ADMINISTRATIVO. QUEBRA DO MONOPÓLIO POSTAL DA UNIÃO. ENTREGA DE BLOQUETES DE COBRANÇA DE

    TÍTULOS POR EMPRESA PRIVADA. ART. 21, INCISO X, DA CONSTITUIÇÃO. DL 509/69. LEI 6538/78. 1. A Constituição

    Federal de 1988 recepcionou e manteve o monopólio da União sobre o serviço postal. CF, art. 21, X. 2. Não prejudica a

    exclusividade da União o fato de o monopólio postal não estar previsto no artigo 177 da Constituição porque esta norma trata

    apenas de exceção à livre iniciativa privada e não de serviços públicos. 3. Consoante cediça jurisprudência, a entrega de títulos decrédito para aceite e/ou de bloquetos bancários de cobrança equiparam-se a carta, para fins de remessa de documentos, estandosubmetidos ao monopólio postal da União. 4. A imposição de "astreintes" é o meio mais efetivo para garantir a efetividade dedecisão judicial cominatória. 5. Apelação improvida."

    Por ocasião do julgamento do recurso especial interposto contra o acórdão supra, restou assim ementada a decisão no autos do AgRg

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  • no REsp 434399/PR:

    ADMINISTRATIVO - AGRAVO REGIMENTAL - RECURSO ESPECIAL - MONOPÓLIO DA ATIVIDADE POSTAL -

    FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL INATACADO - SÚMULA 126/STJ - PRECEDENTES DA CORTE.

    1. Fundando-se o acórdão recorrido na alegada recepção pela Carta Federal, de legislação supostamente malferida, sustentando

    as razões de decidir no art. 21 inciso X e 177 da Constituição Federal, revela-se inequívoca a incidência da Súmula 126 desta Corte

    em razão da não impugnação de fundamento constitucional suficiente para manutenção do aresto recorrido.

    2. Deveras, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de que documentos bancários e títulos decrédito constituem carta, cuja distribuição só pode ser explorada pela União Federal.3. Precedentes.

    4. Agravo regimental improvido."

    É o relatório. Decido.

    Se no julgamento do agravo regimental contra a decisão que não conheceu do recurso especial, o Superior Tribunal de Justiça,

    enfrentou o mérito da decisão rescindenda, como demonstrado pela transcrição da ementa, e do voto às fls.153/156, aplicável aSúmula nº 249 do STF.

    "É COMPETENTE O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA A AÇÃO RESCISÓRIA, QUANDO, EMBORA NÃO TENDO

    CONHECIDO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO, OU HAVENDO NEGADO PROVIMENTO AO AGRAVO, TIVER APRECIADO

    A QUESTÃO FEDERAL CONTROVERTIDA."

    A hipótese dos autos não comporta declinação de competência, tendo em vista os precedentes do STJ e do STF no sentido de que a

    ação rescisória ajuizada equivocadamente deve ser extinta, sem julgamento de mérito. Constatada o equívoco insuperável, não há

    como ser remetida a ação ao STJ, pois em momento algum foi postulada a rescisão de sua decisão de mérito.

    Ante o exposto, julgo extinto processo sem julgamento de mérito, nos termos do art. 267, IV, do CPC.

    Sem condenação em honorários, porque não contestada.

    Restitua-se o depósito.

    Porto Alegre, 17 de julho de 2007.

    CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 2007.04.00.023343-8/SC

    RELATOR : Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ

    PARTE AUTORA : CARLOS JOAO MULLER

    ADVOGADO : Rodrigo Duarte da Silva e outro

    PARTE RÉ : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

    SUSCITANTE : JUÍZO SUBSTITUTO DA 04A VARA FEDERAL DE FLORIANÓPOLIS

    SUSCITADO : JUÍZO SUBSTITUTO DA VARA JEF CÍVEL DE FLORIANÓPOLIS

    DECISÃO

    Vistos, etc.

    É este o teor do parecer do MPF, a fls. 34/5, verbis:

    "Trata-se de conflito de competência, suscitado pelo Juiz Federal da 4ª Vara Federal de Florianópolis/SC, em ação ajuizada

    perante o JEF CÍVEL dessa Subseção Judiciária contra a CEF, a fim de assegurar revisão de contrato bancário.

    O conflito merece procedência.

    A questão cinge-se ao valor da causa, sendo atribuído à demanda o valor de R$ 9.705,28, conforme cálculo na fl. 24.

    Assim, considerando-se que a competência do Juizado Federal para o processo e julgamento de feitos cujo valor seja superior a 60

    salários mínimos é absoluta, opina o Ministério Público Federal pelo provimento do conflito negativo de competência, a fim de que

    os autos retomem ao Juízo Federal da Vara [Tab]JEF cível de Florianópolis/SC para processamento e julgamento do feito."

    Correto o parecer.

    Nesse sentido, precedentes da Corte, verbis:

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  • TRIBUNAL - QUARTA REGIÃO - CONFLITO DE COMPETÊNCIA Processo: 200504010236841 UF: RS Fonte DJU

    DATA:17/05/2006 PÁGINA: 539 Relator(a) LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON

    CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUIZADO ESPECIAL. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS.

    - A Lei nº 10.259/01, que dispõe acerca da instituição dos Juizados Especiais Cíveis no âmbito da Justiça Federal, elenca, de forma

    taxativa, as hipóteses que refogem à competência daqueles juizados (art. 3º), possibilitando, por outro lado, a realização de prova

    técnica (art. 12) quando for necessária.

    TRIBUNAL - QUARTA REGIÃO - CONFLITO DE COMPETENCIA Processo: 200504010236853 UF: RS Fonte DJU

    DATA:24/08/2005 PÁGINA: 672 Relator(a) SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB

    CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUIZ FEDERAL E JUIZ DE JUIZADO ESPECIAL FEDERAL CÍVEL.

    COMPLEXIDADE DA CAUSA. NECESSIDADE DE PERÍCIA. COMPETÊNCIA JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.

    - A competência dos Juizados Especiais Cíveis é definida pelo valor da causa e é absoluta, conforme dispõe o art. 3°, caput e § 3°,

    da Lei n° 10.259/01.

    - Tratando-se de pedido de fornecimento de medicamentos, inexiste a alegada complexidade no procedimento a afastar a

    competência do Juizado Especial, cujo rito admite a realização de exames técnicos.

    - Competência do juízo suscitado, Juizado Especial da Vara Federal de Santa Maria/RS.

    TRIBUNAL - QUARTA REGIÃO - CONFLITO DE COMPETENCIA Processo: 200404010515970 UF: RS Fonte DJU

    DATA:09/11/2005 PÁGINA: 76 Relator(a) VALDEMAR CAPELETTI

    CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO CONSIGNATÓRIA. FINANCIAMENTO HABITACIONAL. JUÍZO FEDERAL E

    JUIZADO ESPECIAL FEDERAL. COMPETÊNCIA DO TRF4ªR. COMPLEXIDADE DA CAUSA. FATOR NÃO EXCLUDENTE DA

    COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL.

    - Compete ao TRF dirimir conflito de competência estabelecido entre Juizado Especial Federal e Juízo Federal Comum. Conflito de

    competência conhecido. Precedente da Corte Especial.

    - A complexidade da causa - ausente da previsão constante do §1º do art. 3º da Lei n.º 10.259/01 - não constitui, por si só, fator

    excludente da competência do Juizado Especial pelo processamento do feito.

    - Conflito solucionado no sentido de fixar a competência do Juizado Especial Federal Cível de Pelotas/RS.

    Por esses motivos, com fulcro no art. 120, § único, do CPC, declaro a competência do juízo suscitado.

    Intime-se. Dil. legais.

    Porto Alegre, 20 de julho de 2007.

    AUTOS COM VISTA

    O(s) processo(s) abaixo relacionado(s) encontra(m)-se com VISTA À PARTE AUTORA para RAZÕES FINAIS, na formaprevista no artigo 493 do C.P.C., c/c o artigo 179 do RITRF/4ª Região:

    AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2006.04.00.039641-4/PR

    RELATOR : Juiz Federal ROGER RAUPP RIOS

    AUTOR : SONIA CRISTINA PADOANI BARROS

    ADVOGADO : Emanuelle Silveira dos Santos

    REU : UNIÃO FEDERAL

    ADVOGADO : Luis Antonio Alcoba de Freitas

    DECISÃO

    Versando a demanda unicamente acerca de matéria de direito, às partes para razões finais no prazo de lei.

    Após, ao Ministério Público Federal.

    Intimem-se.

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  • Porto Alegre, 16 de julho de 2007.

    (Vista à parte autora para razões finais.)

    SECRETARIA DA 1ª TURMA

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃOExpediente Nro 173/2007

    Secretaria da Primeira Turma

    00001 APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2002.72.00.007872-7/SC

    RELATOR : Des. Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA

    APELANTE : UNIÃO FEDERAL

    ADVOGADO : Luis Henrique Martins dos Anjos

    APELANTE : CENTRAIS ELETRICAS DE SANTA CATARINA - CELESC

    ADVOGADO : Otavio Luiz Fernandes e outros

    APELADO : TUPY FUNDICOES LTDA/

    ADVOGADO : Luiz André Nunes de Oliveira e outros

    REMETENTE : JUÍZO FEDERAL DA 04A VARA FEDERAL DE FLORIANÓPOLIS

    DECISÃO

    Trata-se de apelações e remessa oficial contra nova sentença, pois por decisão desta Corte, foi reconhecida, de ofício, a ilegitimidade

    passiva da ANEEL e de seu Diretor-Geral, extinto o processo sem exame do mérito em relação a esta e anulada a r. sentença das fls.

    264/272 e todos os atos decisórios que a antecederam, para possibilitar a emenda da inicial com a inclusão da União Federal no feito,

    visto que reconhecida como legitima a figurar no feito.

    Após o julgamento que anulou a r. sentença, a impetrante opôs embargos de declaração, os quais, por unanimidade, restaram

    rejeitados. Inconformada, interpôs Recurso Especial ao Colendo STJ, que decidiu, por unanimidade, não conhecer do recurso.

    Após o retorno dos autos à origem, excluída a ANEEL do feito e incluída a União no pólo passivo do writ, o Juízo a quo revigorou

    os termos da limiar deferida às fls. 45/47.

    Às fls. 604/605, a CBEE atravessa petição requerendo a suspensão do feito, com base no art. 265, do CPC, em virtude da sua

    extinção programada para 30.06.2006.

    Às fls. 630/645, a União interpõe agravo retido contra decisão proferida às fls. 45/47 dos autos.

    Posteriormente, às fls. 676/684, foi proferida nova sentença, concedendo a segurança para reconhecer a inexigibilidade do "encargo

    de capacidade emergencial", destinado a ratear os custos "relativos à aquisição de energia elétrica (kWh) e à contratação de

    capacidade de geração ou potência (kW) pela Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial - CBEE", instituído pelo art. 1º

    da Lei 10.438/2002 (resultado da conversão da Medida Provisória nº 14/2001). Decidiu, ainda, ser desnecessária a habilitação formal

    da União como sucessora da extinta CBEE, pois àquela já se manifestou no feito.

    Entendeu o MM. Juízo monocrático que o encargo em discussão constitui espécie de tributo, concluindo por sua

    inconstitucionalidade, por ofensa aos princípios da legalidade e da anterioridade, uma vez que a disciplina e a quantificação do

    adicional foi efetivada por meio de Resolução da ANEEL. Sem honorários advocatícios e custas ex lege.

    A CELESC em apelação, preliminarmente, defende sua ilegitimidade passiva ad causam. No mérito alega a legalidade da cobrança.

    Pede a reforma da r. sentença, julgando improcedente o pedido.

    A UNIÃO no seu apelo, preliminarmente, postula a apreciação dos agravos retidos acostados às fls. 183/213 (conversão 589/590) e

    fls. 630/645, interpostos em face da decisão proferida à fl. 47 dos autos, revigorada à fl. 600. Ainda em preliminar, visando evitar

    possíveis nulidades e/ou irregularidades na representação da CBEE, pede a instauração de procedimento de habilitação para que se

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  • realize a sucessão processual (art. 43, 265, I, § 1º e 1060, I do, CPC). No mérito, defende a natureza tarifária dos encargos em

    discussão, não havendo falar em compulsoriedade.

    Com as contra-razões, subiram os autos.

    A ilustre Procuradoria Regional da República anexa parecer opinando pelo improvimento dos apelos.

    É o relatório.

    Agravo retido

    Preliminarmente, conheço do agravo de instrumento da CBEE às fls. 183/213, convertido em retido às fls. 589/590 (nos termos do

    art. 527, II, do CPC), bem como do agravo retido interposto pela União às fls. 630/645, pois esta, em seu apelo, conforme dispõe o

    art. 523, § 1º, do CPC, postulou expressamente a apreciação de tais recursos. Contudo, verifico que a matéria veiculada em ambos os

    agravos confunde-se com o mérito da presente demanda e, pois, com este serão analisados.

    Procedimento de Habilitação postulado pela União Federal

    A União postula, em preliminar, forte nos artigos 43, 265, I, § 1º e 1060, I, do CPC, a instauração de procedimento de habilitação

    para efetuar a sucessão processual da extinta CBEE. Pretende, assim, evitar possíveis nulidades e/ou irregularidades na

    representação da citada Comercializadora.

    No entanto, em que pese as alegações da União, ante a existência de expressa disposição legal, tal postulação não merece prosperar.

    O art. 23 da Lei nº 8.029/90 assim dispõe:

    "Art. 23. A União sucederá a entidade, que venha a ser extinta ou dissolvida, nos seus direitos e obrigações decorrentes de norma

    legal, ato administrativo ou contrato, bem assim nas demais obrigações pecuniárias"

    Nesses termos, como a União já integra a lide na condição de litisconsórcio passivo necessário, tendo inclusive se manifestado no

    feito, na qualidade de parte, como bem assentado pelo Juízo a quo, verifico a impertinência da modalidade procedimental postulada.

    Legitimidade passiva da concessionária de energia elétrica

    Inicialmente, não se olvide que à concessionária dos serviços de distribuição de energia elétrica cumpre somente a arrecadação dos

    valores relativos aos encargos e o respectivo repasse do numerário à Comercializadora Brasileira de Energia Elétrica - CBEE,

    detendo esta a legitimidade para defender em juízo a cobrança dos referidos encargos até a data de sua extinção, prevista para 30 de

    junho de 2006.

    Os recursos arrecadados, portanto, não constituem receita da concessionária, fato que, em tese, afastaria a sua legitimidade para

    figurar no pólo passivo da presente demanda.

    Ocorre, entretanto, que, nas ações de mandado de segurança, a autoridade - ainda que "pública" por delegação - responsável pelo

    recolhimento dos valores devidos detém legitimidade para responder ao mandado, embora seja necessário o litisconsórcio da

    entidade efetivamente interessada - in casu, a CBEE.

    Veja-se, por fim, que a ordem almejada na presente ação mandamental é dirigida justamente à concessionária, a fim de que esta

    suspenda os recolhimentos mensais, na hipótese de concessão da ordem.

    É de ser afastada, portanto, a preliminar de ilegitimidade passiva da concessionária de energia elétrica.

    Mérito

    A questão ora devolvida a julgamento diz com a natureza jurídica dos encargos criados pela MP nº 14/2001, posteriormente

    convertida na Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, regulamentada por Resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica -

    ANEEL (nº 71, de 07 de fevereiro de 2002, e nº 249, de 06 de maio de 2002).

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  • O encargo decorrente da contratação de capacidade de geração ou potência pela CBEE (artigo 1º da Lei nº 10.438/2002) foi

    denominado encargo de capacidade emergencial, sendo apurado em reais/kWh de forma proporcional ao consumo individual

    verificado, com exigibilidade a partir do mês de março de 2002, inicialmente à proporção de R$ 0,0049/kWh (artigo 2º da Resolução

    nº 249).

    O encargo referente à aquisição de energia elétrica contratada (artigo 1º da Lei nº 10.438/2002) foi denominado encargo de aquisição

    de energia elétrica emergencial, sendo igualmente apurado em reais/kWh, com base no custo projetado de aquisição de energia

    elétrica emergencial para o mês correspondente e no consumo projetado de energia elétrica, no mesmo período, em relação a cada

    consumidor final. Há previsão, ainda, de compensação e eventual cobrança de valores a maior (artigos 3º e 4º da Resolução nº 249).

    Os encargos de aquisição de energia elétrica emergencial e de capacidade emergencial vigoraram até 30 de junho de 2006, data em

    que se encerraram as atividades da CBEE (artigo 6º da Resolução nº 249).

    O encargo previsto no artigo 2º da Lei nº 10.438/2002, referente às despesas com compra de energia elétrica no âmbito do Mercado

    Atacadista de Energia (MAE), realizadas até dezembro de 2000, foi denominado encargo de energia livre adquirida no MAE, sendo

    que seu valor será calculado com base no montante de energia elétrica adquirida a título de energia livre, nos termos do artigo 12 da

    Resolução nº 249, e valorado pela diferença positiva entre o preço do MAE (PMAE) e o valor de R$ 0,04926/kWh. O valor apurado

    será publicado mensalmente pela ANEEL, levando-se em conta o custo de aquisição da energia livre, o consumo e os valores

    cobrados no mês imediatamente anterior ao da cobrança (artigo 12). Ainda, segundo o artigo 13 da referida Resolução, o encargo

    vigorará no período entre a data do término do Programa Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica, em cada

    submercado, e 31 de dezembro de 2002.

    Portanto, o chamado "seguro-apagão" é composto por três encargos: a) o encargo de capacidade emergencial; b) o encargo de

    aquisição de energia elétrica emergencial; c) o encargo de energia livre adquirida no MAE.

    O fundamento utilizado pela demandante com o intuito de afastar a validade do adicional previsto no art. 1º da Lei 10.438/2002

    traduz-se, basicamente, na defesa do caráter tributário da exação, hipótese que acarretaria, incontinenti, a inviabilidade da cobrança

    por ofensa aos princípios constitucionais-tributários da legalidade e da anterioridade.

    No que pertine à natureza jurídica dos encargos previstos na Lei 10.438/2002, a questão foi devidamente apreciada pelo Órgão

    Especial desta Corte, no julgamento da Argüição de Inconstitucionalidade em AMS nº 2002.72.05.002803-3/SC, cuja decisão é

    vinculante, no âmbito do Tribunal (art. 151 do Regimento Interno). Peço vênia para transcrever a ementa do julgado:

    "APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ARGÜIÇÃO DE INSCONSTITUCIONALIDADE DO CAPUT E §§ 1º E 2º DO

    ARTIGO 1º DA LEI Nº 10.438/2002. ENCARGO DE CAPACIDADE EMERGENCIAL (ECE). ENCARGO DE AQUISIÇÃO DE

    ENERGIA ELÉTRICA EMERGENCIAL (EAEEE). NATUREZA JURÍDICA DE TARIFA. NÃO-COMPULSORIEDADE.

    1 - A exploração de energia elétrica compete à União, diretamente ou mediante autorização, concessão e permissão (CF, art. 21,

    XII), a ser remunerada mediante tarifa, contratualmente, de conformidade com a política formulada pela Administração (CF, art.

    175, parágrafo único, I e II), quando não prestada/fornecida diretamente.

    2 - O denominado Sistema Elétrico Interligado Nacional é composto por agentes atuando em três etapas distintas (geração,

    transmissão e distribuição), todas remuneradas pelo preço pago pelo consumidor final ao distribuidor, que repassa os valores

    correspondentes às demais concessionárias ou autorizadas.

    3 - Conforme entendimento assente do Superior Tribunal de Justiça, "a remuneração pelo fornecimento de energia elétricaconstitui preço público, não constituindo imposto, taxa ou contribuição (...)" (2ª Turma, REsp nº 8570/91, Min. José de JesusFilho, unânime, DJU de 13.12.93). 4 - O fato de eventualmente possuir fração que se reporta às despesas com aquisição emergencial de energia de produtores

    independentes não desnatura a tarifa, porque é igualmente preço o que à ela venha a ser acrescido segundo a política própria.

    5 - Sendo a capacidade de geração um componente do Sistema, de responsabilidade dos agentes respectivos e a ser remunerado por

    tarifa, não haveria como concluir, sob o argumento da inexistência de prestação de serviço público, que um adicional a esse

    serviço, como o encargo de capacidade emergencial, não deva ser remunerado por sobretarifa ou adicional.

    6 - "(...) o serviço de eletricidade é prestado pelo Estado ou por concessionário dele, mas não é compulsório, porque se alguémquiser não usar dele (preferir usar de fogão a carvão ou a gás engarrafado, e iluminar-se com vela ou lampião) não estáobrigado a valer-se desse serviço e, portanto, não está obrigado a pagar por ele" (RE nº 89.876, STF, Pleno, Rel. Min. MoreiraAlves, DJU de 04-07-1980). Ausente a compulsoriedade, não há como pretender identificar tarifa com tributo.

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  • 7 - Constitucionalidade reconhecida."

    (TRF - 4ª Região, Órgão Especial, Argüição de Inconstitucionalidade em AMS nº 2002.72.05.002803-3/SC, Relator p/ o Acórdão

    Des. Federal Luiz Fernando Wowk Penteado, por maioria, DJ 08/09/2004)

    (sem destaques no original).

    Veja-se, portanto, que o Órgão Especial manifestou-se pela natureza tarifária dos encargos, reconhecendo a constitucionalidade dos

    mencionados dispositivos da Lei 10.438/2002, inclusive com sustentação no REsp 8570/91 e no RExt 89.876.

    Na mesma esteira, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, se manifesta:

    CONSTITUCIONAL. ENCARGO TARIFÁRIO. LEI 10.438, DE 26.04.2002.

    MANDADO DE SEGURANÇA. LIMINAR. IMPOSSIBILIDADE.

    1. Tratam os autos de agravo de instrumento interposto pela UNIÃO contra decisão que defere liminar em mandado de segurança

    para o efeito de garantir às empresas impetrantes o depósito judicial dos valores referentes ao Encargo de Capacidade

    Emergencial incidente sobre as tarifas de energia elétrica instituído pela Medida Provisória nº 14/2001, convertida na Lei nº

    10.438/02, da fatura de cobrança do consumo de energia elétrica. O Tribunal de origem deu provimento ao inconformismo da

    UNIÃO, restando prejudicado o agravo regimental por esta interposto, da decisão que negou o efeito suspensivo pleiteado, ao

    argumento de que o deferimento do depósito judicial pelas empresas: "tornaria indisponíveis os valores referentes aos encargos.

    Com efeito, a esse depósito não se aplicaria o regramento da Lei 9.703/98, que prevê o repasse imediato dos valores depositados na

    Caixa Econômica Federal para a conta única do Tesouro Nacional, pois a Lei é dirigida aos depósitos de tributos administrados

    pela Secretaria da Receita Federal, o que não é o caso". (fl. 270). Asseverando ainda que, nessa perspectiva, ficando os valores

    indisponíveis, do ponto de vista do sistema energético nacional, traria grandes e graves conseqüências o deferimento do depósito

    judicial dos encargos discutidos. Em sede de recurso especial, além de dissídio jurisprudencial, as recorrentes apontam violação do

    art. 151, II, do CTN onde aduzem em suas razões, que deve ser reconhecida a possibilidade, com fulcro no art. 151, II, do CTN, de

    se efetuar o depósito judicial dos valores referentes aos encargos emergenciais, a fim de que seja suspensa sua exigibilidade,

    enquanto são discutidas questões como legitimidade ou constitucionalidade na via administrativa ou judicial.

    2. O encargo tarifário criado pela Lei nº 10.438, de 26.04.2002, tem natureza de preço público. Ausência dos pressupostos paraconcessão de liminar em mandado de segurança que visa o seu não-pagamento.3. Inviabilidade de depósito judicial para sustar a sua inclusão na fatura de energia elétrica. Manutenção de acórdão que

    reconheceu inexistir direito à efetivação de depósito e sustação do seu pagamento.

    4. Recurso especial improvido.

    (REsp 692.550/RS, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16.12.2004, DJ 21.03.2005 p. 292)

    (texto sem destaque no original)

    Dessa forma, resta prejudicada a análise de todos os argumentos que tenham por premissa a natureza tributária dos encargos

    impugnados e, à ausência de outros fundamentos, é de ser denegada a ordem impetrada.

    Consectários legais.

    Custas pela impetrante. Sem honorários (Súmulas 105 do STJ e 512 do STF).

    Dispositivo.

    Frente ao exposto, afastando as preliminares, dou provimento às apelações da CELESC, da UNIÃO e à remessa oficial, com fincas

    no artigo 557, § 1º-A, do CPC e julgo prejudicados os agravos retidos, nos termos da fundamentação.

    Porto Alegre, 16 de julho de 2007.

    00002 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2006.04.00.039774-1/RS

    RELATOR : Des. Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA

    AGRAVANTE : SINDICATO DOS SERVIDORES FEDERAIS DO RIO GRANDE DO SUL - SINDISERF/RS

    ADVOGADO : Airton Tadeu Forbrig e outros

    AGRAVADO : UNIÃO FEDERAL

    ADVOGADO : Luis Henrique Martins dos Anjos

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento interposto pelo SINDICATO DOS SERVIDORES FEDERAIS DO RIO GRANDE DO SUL -

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  • SINDISERF/RS, com pedido de antecipação da pretensão recursal, contra decisão do MM. Juíza Federal Substituta da 1ª Vara

    Tributária de Porto Alegre, exarada nas seguintes letras:

    "Visto que as liquidações e/ou execuções de sentença devem ser individualmente ajuizadas e distribuídas livremente, pois cabe a

    cada substituído beneficiar-se da sentença prolatada no presente feito, indefiro o pedido de requisição de documentos para

    instrução da liquidação do julgado.

    Intime-se; não havendo manifestação no prazo de dez dias, dê-se baixa e arquivem-se os autos."

    A agravante postula a reforma da decisão recorrida para, em síntese, ser reconhecida sua legitimidade para promover o processo

    executivo e possibilitada a requisição de documentos à agravada para a liquidação do julgado.

    Relatei. Decido.

    A questão acerca da ausência de legitimidade ao Sindicato para propor a ação executiva em prol dos substituídos não merece

    maiores digressões. De fato, a guerreada decisão foi proferida em atenção aos precedentes desta Turma. Confira-se, a propósito,

    excerto do voto proferido na AC nº 2001.71.00.005767-5/RS, de relatoria do Desembargador Federal Wellington M. de Almeida,

    DJU de 23/06/2004, onde o apelante vem a ser, neste recurso, o agravante:

    "(...)

    Da ilegitimidade do sindicato para promover a execução do julgado

    Note-se, em um primeiro momento, que a decisão vai ao encontro do entendimento jurisprudencial consolidado por esta Corte,

    como se extrai do seguintes precedentes:

    'Processual Civil. Execução. Sindicato. Ilegitimidade ativa ad causam. Substituição e representação processual. Título. Liquidez e

    Certeza. (...).

    1. O Sindicato não tem legitimidade ativa ad causam para propor ação de execução em nome dos sindicalizados, quando o título

    executivo judicial se originar de sentença proferida em matéria versando sobre direitos individuais homogêneos.

    2. A substituição processual é a exceção, pois, tratando-se de direitos individuais homogêneos, por serem simples direitos subjetivos

    individuais, divisíveis e integrados ao patrimônio de titulares certos, que exercem com exclusividade o poder de disposição, a ação

    de execução somente será possível pelo regime da representação.(...).' (TRF 4ª Região, Relatora Marga Inge Barth Tessler, DJU

    17/06/2003).

    'Agravo de instrumento. Execução de Sentença. Sindicato. Ação Civil Pública. A legitimidade do sindicato de classe ou associação

    profissional para atuar como substituto processual de seus filiados, limita-se à defesa dos direitos e interesses coletivos ou

    individuais da categoria, sendo, portanto, parte ilegítima para promover a execução.' (TRF 4ª Região, Maria de Fátima Labarrere,

    DJU 18/12/2002).

    Doutro lado, já sinalizou o e. Superior Tribunal de Justiça entendimento em sentido contrário (RE nº 567.257-RS, rel. Ministro

    Félix Fisher, DJU 15/12/2003):

    'Processual Civil e Administrativo. Recurso Especial. Acórdão Recorrido. Omissão. Inexistência. (...). Liquidação da sentença.

    Legitmidade. Sindicato.(...).

    III. Consoante previsão do artigo 98 do Código de Defesa do Consumidor, as sentenças proferidas em ações coletivas visando à

    defesa de interesses individuais homogêneos podem ser liquidadas coletiva ou individualmente. IV. Legitimidade do sindicato

    configurada.'

    Com efeito, versando a ação coletiva sobre direitos individuais homogêneos, nada impede, ao que se convencionou nos repertórios

    jurisprudenciais, venha o sindicato a substituir seus filiados na fase cognitiva da demanda. No entanto, diferente o é na execução do

    julgado, onde os titulares do direito se fazem plenamente identificáveis, e diferentemente do que acontece na ação de conhecimento,

    o objeto perfeitamente divisível. Desta forma, cabe àqueles exercerem com exclusividade o poder de disposição de eventuais valores

    que tenham direito, não se podendo obrigá-los ao recebimento do respectivo montante via sindicato, ainda que, dentro de uma

    normalidade, possivelmente a parte não se impusesse à providência.

    Doutra ponta, seria no mínimo estranho que o MM. Juiz viesse a efetuar o pagamento do numerário a quem, em princípio, não

    detém poderes expressos para receber e dar quitação em nome dos servidores, não prescindindo o caso da juntada de instrumento

    de mandato outorgado pelos sindicalizados, constando os mencionados poderes especiais.

    (...)"

    Já tive a oportunidade de, na mesma senda, manifestar-me por ocasião do julgamento do AI nº 2005.04.01.012744-4/RS, cuja

    ementa abaixo segue transcrita:

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  • "AGRAVO DE INSTRUMENTO. VALOR DA CAUSA. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. EXECUÇÃO. SINDICATO.

    ILEGITIMIDADE ATIVA.

    1. O valor da causa deve refletir a dimensão econômica do pedido, se o magistrado verificar que o valor atribuído à causa não

    corresponde ao conteúdo econômico buscado na ação, deve determinar à parte que promova a emenda à inicial.

    2. A isenção de custas do CDC não alcançam o sindicato, especialmente quando não foi ajuizada ação civil pública, e, também,

    esse é sustentado pela contribuição dos sindicalizados não se caracterizando como pobres.

    3. O sindicato não tem legitimidade ativa para propor ação de execução em nome dos sindicalizados.

    4. Agravo de instrumento improvido." (AI nº 2005.04.01.012744-4/RS, 1ª Turma, Rel. Des. Federal Álvaro Eduardo Junqueira,

    julgamento unânime, DJU de 29.06.05)

    No mesmo sentido trago à colação o seguinte julgado do egrégio STJ:

    "PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. EXECUÇÃO FISCAL. LIQUIDAÇÃO E LEVANTAMENTOS

    DOS VALORES. SINDICATO. LEGITIMIDADE. REGIME DE REPRESENTAÇÃO. RECURSO DESPROVIDO.

    1. O Sindicato tem legitimidade ativa para atuar no processo de conhecimento como substituto processual de seus filiados. Pode

    também atuar no processo de execução e na liquidação de sentença, sob o regime de representação processual. Precedentes.

    2. Recurso especial desprovido." - grifo nosso.

    (Resp 692987/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Denise Arruda, DJ de 04.12.2006, p. 265).

    Dessa forma, mantenho a decisão objurgada, prejudicado o pedido de requisição de documentos.

    Frente ao exposto, indefiro a antecipação da tutela recursal.

    Intime-se a parte agravada para, querendo, apresentar resposta.

    Publique-se. Dispensadas as informações.

    Porto Alegre, 16 de julho de 2007.

    00003 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2006.04.00.039775-3/RS

    RELATOR : Des. Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA

    AGRAVANTE : SINDICATO DOS SERVIDORES FEDERAIS DO RIO GRANDE DO SUL - SINDISERF/RS

    ADVOGADO : Airton Tadeu Forbrig e outros

    AGRAVADO : UNIÃO FEDERAL

    ADVOGADO : Luis Henrique Martins dos Anjos

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento interposto pelo SINDICATO DOS SERVIDORES FEDERAIS DO RIO GRANDE DO SUL -

    SINDISERF/RS, com pedido de antecipação da pretensão recursal, contra decisão do MM. Juíza Federal Substituta da 1ª Vara

    Tributária de Porto Alegre, exarada nas seguintes letras:

    "Primeiramente, revogo o despacho da fl. 304, tendo em vista que as liquidações e/ou execuções de sentença devem ser

    individualmente ajuizadas e distribuídas livremente, pois cabe a cada substituído beneficiar-se da sentença prolatada no presente

    feito, indefiro o pedido de requisição de documentos para instrução da liquidação do julgado, já que cada substituídos pode obter

    as fichas financeiras diretamente junto às respectivas fontes pagadoras.

    Intime-se; não havendo manifestação no prazo de dez dias, dê-se baixa e arquivem-se os autos."

    A agravante postula a reforma da decisão recorrida para, em síntese, ser reconhecida sua legitimidade para promover o processo

    executivo e possibilitada a requisição de documentos à agravada para a liquidação do julgado.

    Relatei. Decido.

    A questão acerca da ausência de legitimidade ao Sindicato para propor a ação executiva em prol dos substituídos não merece

    maiores digressões. De fato, a guerreada decisão foi proferida em atenção aos precedentes desta Turma. Confira-se, a propósito,

    excerto do voto proferido na AC nº 2001.71.00.005767-5/RS, de relatoria do Desembargador Federal Wellington M. de Almeida,

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  • DJU de 23/06/2004, onde o apelante vem a ser, neste recurso, o agravante:

    "(...)

    Da ilegitimidade do sindicato para promover a execução do julgado

    Note-se, em um primeiro momento, que a decisão vai ao encontro do entendimento jurisprudencial consolidado por esta Corte,

    como se extrai do seguintes precedentes:

    'Processual Civil. Execução. Sindicato. Ilegitimidade ativa ad causam. Substituição e representação processual. Título. Liquidez e

    Certeza. (...).

    1. O Sindicato não tem legitimidade ativa ad causam para propor ação de execução em nome dos sindicalizados, quando o título

    executivo judicial se originar de sentença proferida em matéria versando sobre direitos individuais homogêneos.

    2. A substituição processual é a exceção, pois, tratando-se de direitos individuais homogêneos, por serem simples direitos subjetivos

    individuais, divisíveis e integrados ao patrimônio de titulares certos, que exercem com exclusividade o poder de disposição, a ação

    de execução somente será possível pelo regime da representação.(...).' (TRF 4ª Região, Relatora Marga Inge Barth Tessler, DJU

    17/06/2003).

    'Agravo de instrumento. Execução de Sentença. Sindicato. Ação Civil Pública. A legitimidade do sindicato de classe ou associação

    profissional para atuar como substituto processual de seus filiados, limita-se à defesa dos direitos e interesses coletivos ou

    individuais da categoria, sendo, portanto, parte ilegítima para promover a execução.' (TRF 4ª Região, Maria de Fátima Labarrere,

    DJU 18/12/2002).

    Doutro lado, já sinalizou o e. Superior Tribunal de Justiça entendimento em sentido contrário (RE nº 567.257-RS, rel. Ministro

    Félix Fisher, DJU 15/12/2003):

    'Processual Civil e Administrativo. Recurso Especial. Acórdão Recorrido. Omissão. Inexistência. (...). Liquidação da sentença.

    Legitmidade. Sindicato.(...).

    III. Consoante previsão do artigo 98 do Código de Defesa do Consumidor, as sentenças proferidas em ações coletivas visando à

    defesa de interesses individuais homogêneos podem ser liquidadas coletiva ou individualmente. IV. Legitimidade do sindicato

    configurada.'

    Com efeito, versando a ação coletiva sobre direitos individuais homogêneos, nada impede, ao que se convencionou nos repertórios

    jurisprudenciais, venha o sindicato a substituir seus filiados na fase cognitiva da demanda. No entanto, diferente o é na execução do

    julgado, onde os titulares do direito se fazem plenamente identificáveis, e diferentemente do que acontece na ação de conhecimento,

    o objeto perfeitamente divisível. Desta forma, cabe àqueles exercerem com exclusividade o poder de disposição de eventuais valores

    que tenham direito, não se podendo obrigá-los ao recebimento do respectivo montante via sindicato, ainda que, dentro de uma

    normalidade, possivelmente a parte não se impusesse à providência.

    Doutra ponta, seria no mínimo estranho que o MM. Juiz viesse a efetuar o pagamento do numerário a quem, em princípio, não

    detém poderes expressos para receber e dar quitação em nome dos servidores, não prescindindo o caso da juntada de instrumento

    de mandato outorgado pelos sindicalizados, constando os mencionados poderes especiais.

    (...)"

    Já tive a oportunidade de, na mesma senda, manifestar-me por ocasião do julgamento do AI nº 2005.04.01.012744-4/RS, cuja

    ementa abaixo segue transcrita:

    "AGRAVO DE INSTRUMENTO. VALOR DA CAUSA. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. EXECUÇÃO. SINDICATO.

    ILEGITIMIDADE ATIVA.

    1. O valor da causa deve refletir a dimensão econômica do pedido, se o magistrado verificar que o valor atribuído à causa não

    corresponde ao conteúdo econômico buscado na ação, deve determinar à parte que promova a emenda à inicial.

    2. A isenção de custas do CDC não alcançam o sindicato, especialmente quando não foi ajuizada ação civil pública, e, também,

    esse é sustentado pela contribuição dos sindicalizados não se caracterizando como pobres.

    3. O sindicato não tem legitimidade ativa para propor ação de execução em nome dos sindicalizados.

    4. Agravo de instrumento improvido." (AI nº 2005.04.01.012744-4/RS, 1ª Turma, Rel. Des. Federal Álvaro Eduardo Junqueira,

    julgamento unânime, DJU de 29.06.05)

    No mesmo sentido trago à colação o seguinte julgado do egrégio STJ:

    "PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. EXECUÇÃO FISCAL. LIQUIDAÇÃO E LEVANTAMENTOS

    DOS VALORES. SINDICATO. LEGITIMIDADE. REGIME DE REPRESENTAÇÃO. RECURSO DESPROVIDO.

    1. O Sindicato tem legitimidade ativa para atuar no processo de conhecimento como substituto processual de seus filiados. Pode

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  • também atuar no processo de execução e na liquidação de sentença, sob o regime de representação processual. Precedentes.

    2. Recurso especial desprovido." - grifo nosso.

    (Resp 692987/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Denise Arruda, DJ de 04.12.2006, p. 265).

    Dessa forma, mantenho a decisão objurgada, prejudicado o pedido de requisição de documentos.

    Frente ao exposto, indefiro a antecipação da tutela recursal.

    Intime-se a parte agravada para, querendo, apresentar resposta.

    Publique-se. Dispensadas as informações.

    Porto Alegre, 16 de julho de 2007.

    00004 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006.70.00.031342-0/PR

    RELATOR : Des. Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA

    APELANTE : CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO PARANA - CRM/PR

    ADVOGADO : Afonso Proenco Branco Filho e outro

    APELADO : RUI FERNANDO CRUZ SAMPAIO

    DECISÃO

    Em face de pedido expresso, formulado pelo Apelante (fl.27), tendo em vista o pagamento do débito pelo executado, levado a efeito

    na via administrativa, homologo desistência do feito, para que surta seus legais e jurídicos efeitos.

    Intime-se. Publique-se.

    Porto Alegre, 16 de julho de 2007.

    00005 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006.70.03.001510-1/PR

    RELATOR : Des. Federal VILSON DARÓS

    APELANTE : DEXPLAM DISTRIBUIDORA DE EXPLOSIVOS ARMAS E MUNICOES LTDA/

    ADVOGADO : Jamal Ramadan Ahmad e outros

    APELADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

    PROCURADOR : Simone Anacleto Lopes

    DECISÃO

    Nos termos do pedido da embargante, homologo a desistência da apelação com fundamento no artigo 501 do CPC.

    Cumpridas as formalidades de estilo, dê-se baixa na distribuição e remetam-se os autos à vara de origem. Intimem-se.

    Porto Alegre, 18 de julho de 2007.

    00006 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006.72.05.001316-3/SC

    RELATOR : Des. Federal VILSON DARÓS

    APELANTE : AUTO VIACAO RAINHA LTDA/

    ADVOGADO : Diogo Nicolau Pistica e outros

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Joao Ernesto Aragones Vianna

    APELADO : (Os mesmos)

    REMETENTE : JUÍZO FEDERAL DA VF CRIMINAL EXEC.FISCAIS E JEF CRIMINAL DE BLUMENAU

    DESPACHO

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  • Atenda-se aos pedidos dos ítens 1 e 2 da petição da folha 155.

    Porto Alegre, 18 de julho de 2007.

    00007 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.007452-0/RS

    RELATOR : Des. Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA

    AGRAVANTE : CONSELHO REGIONAL DE CORRETORES DE IMOVEIS - 3A REGIAO/RS

    ADVOGADO : Rudinei de Souza Dorneles e outro

    AGRAVADO : MARIA HELENA LUDKE

    DECISÃO

    O agravante peticiona requerendo a desistência do presente recurso (fls. 25/26), tendo em vista a retratação no Juízo a quo. Desse

    modo, homologo o pedido de desistência.

    Com as cautelas legais, dê-se baixa na distribuição e remetam-se os autos ao juízo de origem.

    Intimem-se. Publique-se.

    Porto Alegre, 16 de julho de 2007.

    00008 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.008652-1/SC

    RELATOR : Des. Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA

    AGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

    ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes

    AGRAVADO : DOHLER S/A

    ADVOGADO : Joao Joaquim Martinelli e outros

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento interposto pela FAZENDA NACIONAL, com pedido de concessão de efeito suspensivo, contra

    decisão da MM. Juíza Federal Substituta da 2ª Vara de Joinville que recebeu apelação, por ela interposta em sede de mandado de

    segurança, apenas no efeito devolutivo.

    A agravante sustenta, em síntese, que, a despeito de ser proferida em sede de mandado de segurança, a sentença que reconhece a

    existência de crédito tributário a ser compensado ou restituído não deve ter eficácia imediata, em observância ao disposto no artigo

    170-A do CTN, que exige o trânsito em julgado da decisão.

    Aduz que, apesar de a Lei nº 4.348/64 não contemplar a concessão de efeito suspensivo à apelação em mandado de segurança,

    trata-se de nova sistemática implantada pela Lei Complementar nº 104/2001.

    Defende que, a partir dessa lei, que acrescentou o artigo 170-A ao Código Tributário Nacional, torna-se desnecessário a Fazenda

    Pública requerer efeito suspensivo à sua apelação, assim como despiciendo ao magistrado dizer em que efeitos a recebe, porquanto

    só poderá ser recebida no efeito suspensivo, tendo em vista a impossibilidade de compensação antes do trânsito em julgado, pela

    redação do artigo 170-A do CTN.

    Conclui que, ao receber expressamente a apelação no efeito devolutivo, o juiz singular agiu como legislador positivo e deu efeito

    imediato a uma situação em que a lei exige efeito suspensivo.

    Relatei. Decido.

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  • O egrégio Superior Tribunal de Justiça, por meio de suas duas Turmas Tributárias, entende que a data da propositura da demanda é

    que orientará a aplicação ou não do disposto no artigo 170-A do Código Tributário Nacional. Destaco, a esse propósito, os recentes

    precedentes do STJ:

    "TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. PIS. PRESCRIÇÃO. "CINCO MAIS CINCO". COMPENSAÇÃO. TRIBUTOS DEESPÉCIES DISTINTAS. LEI N. 8.383/91. TRÂNSITO EM JULGADO. ART. 170-A/CTN. APLICAÇÃO. JUROS MORATÓRIOS.NÃO INCIDÊNCIA. PRECEDENTES.

    1. (...)

    2. (...)

    3. Proposta a ação na vigência do artigo 170-A do CTN, (introduzido pela Lei Complementar n. 104/01), impõe-se a observânciada regra nela contida, que veda a compensação antes do trânsito em julgado.4. (...)

    5. Recurso especial conhecido em parte e provido parcialmente." (STJ, REsp 923736/SP, Recurso Especial 2007/0025445-2,

    Relator Ministro João Otávio de Noronha, Segunda Turma, DJ de 08.06.2007, p. 244) - (os grifos não pertencem ao original).

    "PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. FINSOCIAL. ART. 170-A DO CTN. INAPLICABILIDADE ÀS AÇÕES AJUIZADASANTES DA VIGÊNCIA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 104/01. ART. 66 DA LEI Nº 8.383/91.1. Quando a propositura da ação ocorrer antes da vigência da Lei Complementar nº 104/01, que introduziu no Código Tributárioo artigo 170-A, ou seja, antes de 10.01.01, a compensação tributária prescinde da espera do trânsito em julgado da decisão que aautorizou, porquanto este diploma legal não possui natureza processual, o que faz com que se aplique ao tempo dos fatos.Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público.2. (...)

    3. (...)

    4. Recurso especial provido em parte." (STJ, REsp 918680/SP, Recurso Especial 2007/0011426-7, Relator Ministro Castro Meira,

    Segunda Turma, DJ de 04.06.2007, p. 334) - (os grifos não pertencem ao original).

    "PROCESSO CIVIL - TRIBUTÁRIO - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - DATA DA PROPOSITURA DA AÇÃO - INCIDÊNCIA DALEI N. 9.430/96 - INAPLICAÇÃO, NO CASO, DO ART. 170-A DO CTN, ACRESCENTADO PELA LEI COMPLEMENTAR N.104/01.

    1. A controvérsia essencial destes autos restringe-se ao direito de se pleitear a compensação dos valores recolhidos indevidamente

    a título de FINSOCIAL, tendo em vista a declaração de inconstitucionalidade dos aumentos de alíquotas determinados pelas Leis n.

    7.787 e n. 7.894, ambas de 1989 e pela Lei n. 8.147/90.

    2. In casu, aplicou-se o direito à espécie, ao determinar que a legislação que rege o direito à compensação dos tributosindevidamente recolhidos, fundamenta-se na norma vigente no momento da propositura da ação (18.12.1998), ou seja, a Lei n.9.430/96. Diversos precedentes.

    3. O art. 170-A do CTN, inserido pela Lei Complementar n. 104/01, dispõe que: "É vedada a compensação mediante o

    aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão

    judicial."

    4. Na hipótese dos autos, todavia, constata-se que os pagamentos indevidos realizados antes da vigência do aludido art. 170-A doCTN, não são alcançados por essa norma. Agravo regimental provido em parte, no sentido de afastar, no caso, o disposto no art.170-A do CTN, inserido pela Lei Complementar n. 104/01." (STJ, AgRg no REsp 726241/CE, Agravo Regimental no Recurso

    Especial 2005/0027164-5, Relator Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJ de 30.05.2007, p. 285) - (os grifos não

    pertencem ao original).

    "PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. SUCESSIVASMODIFICAÇÕES LEGISLATIVAS. LEI 8.383/91. LEI 9.430/96. LEI 10.637/02. REGIME JURÍDICO VIGENTE À ÉPOCA DA

    PROPOSITURA DA DEMANDA. LEGISLAÇÃO SUPERVENIENTE. INAPLICABILIDADE EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL.

    1. A interposição do recurso especial impõe que o dispositivo de Lei Federal tido por violado, como meio de se aferir a admissão da

    impugnação, tenha sido ventilado no acórdão recorrido, sob pena de padecer o recurso da imposição jurisprudencial do

    prequestionamento, requisito essencial à admissão do mesmo, o que atrai a incidência do enunciado n.° 282 da Súmula do STF.

    2. A compensação, posto modalidade extintiva do crédito tributário (artigo 156, do CTN), exsurge quando o sujeito passivo da

    obrigação tributária é, ao mesmo tempo, credor e devedor do erário público, sendo mister, para sua concretização, autorização por

    lei específica e créditos líquidos e certos, vencidos e vincendos, do contribuinte para com a Fazenda Pública (artigo 170, do CTN).

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  • 3. A Lei 8.383, de 30 de dezembro de 1991, ato normativo que, pela vez primeira, versou o instituto da compensação na seara

    tributária, autorizou-a apenas entre tributos da mesma espécie, sem exigir prévia autorização da Secretaria da Receita Federal

    (artigo 66).

    4. Outrossim, a Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996, na Seção intitulada "Restituição e Compensação de Tributos e

    Contribuições", determina que a utilização dos créditos do contribuinte e a quitação de seus débitos serão efetuadas em

    procedimentos internos à Secretaria da Receita Federal (artigo 73, caput), para efeito do disposto no artigo 7º, do Decreto-Lei

    2.287/86.

    5. A redação original do artigo 74, da Lei 9.430/96, dispõe: "Observado o disposto no artigo anterior, a Secretaria da Receita

    Federal, atendendo a requerimento do contribuinte, poderá autorizar a utilização de créditos a serem a ele restituídos ou

    ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos e contribuições sob sua administração".

    6. Consectariamente, a autorização da Secretaria da Receita Federal constituía pressuposto para a compensação pretendida pelo

    contribuinte, sob a égide da redação primitiva do artigo 74, da Lei 9.430/96, em se tratando de tributos sob a administração do

    aludido órgão público, compensáveis entre si.

    7. A Lei 10.637, de 30 de dezembro de 2002 (regime jurídico atualmente em vigor) sedimentou a desnecessidade de equivalência da

    espécie dos tributos compensáveis, na esteira da Lei 9.430/96, a qual não mais albergava esta limitação.

    8. Em conseqüência, após o advento do referido diploma legal, tratando-se de tributos arrecadados e administrados pela Secretaria

    da Receita Federal, tornou-se possível a compensação tributária, independentemente do destino de suas respectivas arrecadações,

    mediante a entrega, pelo contribuinte, de declaração na qual constem informações acerca dos créditos utilizados e respectivos

    débitos compensados, termo a quo a partir do qual se considera extinto o crédito tributário, sob condição resolutória de sua

    ulterior homologação, que se deve operar no prazo de 5 (cinco) anos.

    9. Deveras, com o advento da Lei Complementar 104, de 10 de janeiro de 2001, que acrescentou o artigo 170-A ao Código

    Tributário Nacional, agregou-se mais um requisito à compensação tributária a saber: "Art. 170-A. É vedada a compensação

    mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da

    respectiva decisão judicial."

    10. Entrementes, a Primeira Seção desta Corte consolidou o entendimento de que, em se tratando de compensação tributária,deve ser considerado o regime jurídico vigente à época do ajuizamento da demanda, não podendo ser a causa julgada à luz dodireito superveniente, tendo em vista o inarredável requisito do prequestionamento, viabilizador do conhecimento do apeloextremo, ressalvando-se o direito de o contribuinte proceder à compensação dos créditos pela via administrativa, em conformidade

    com as normas posteriores, desde que atendidos os requisitos próprios (EREsp 488992/MG).

    11. In casu, a empresa recorrente ajuizou a ação ordinária em 15.12.2000, pleiteando a compensação de valores recolhidos

    indevidamente a título de FINSOCIAL com os valores vincendos devidos a título de COFINS e CSSL.

    12. À época do ajuizamento da demanda, vigia a Lei 9.430/96, sem as alterações levadas a efeito pela Lei 10.637/02, sendo

    admitida a compensação entre quaisquer tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, desde que

    atendida a exigência de prévia autorização daquele órgão em resposta a requerimento do contribuinte, que não podia efetuar a

    compensação sponte sua, o que denota que o pleito estampado na petição inicial não poderia, com base no direito então vigente, ser

    acolhido.

    13. Nada obstante, a instância ordinária não aludiu à existência de qualquer requerimento do contribuinte protocolado na

    Secretaria da Receita Federal, sendo defeso ao Superior Tribunal de Justiça o reexame dos autos a fim de verificar o atendimento

    ao requisito da Lei 9.430/96, ante o teor da Súmula 7/STJ.

    14. É vedado à parte inovar em sede de agravo regimental, ante a preclusão consumativa, bem como, em razão da ausência de

    prequestionamento.

    15. Hipótese em que a alegação de que a existência de interesse de agir, suscitada em sede de embargos de declaração, não obteve

    pronunciamento pela Corte de origem, não tendo sido alegado, na irresignação especial, a afronta ao art. 535, do CPC.

    16. Agravo Regimental desprovido." (STJ, AgRg no REsp 861514/SP, Agravo Regimental no Recurso Especial 2006/0140569-8,

    Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ de 29.03.2007, p. 231) - (os grifos não pertencem ao original).

    "TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. ORIENTAÇÃO FIRMADA PELA

    1ª SEÇÃO DO STJ, NA APRECIAÇÃO DO ERESP 435.835/SC. LC 118/2005: NATUREZA MODIFICATIVA (E NÃO

    SIMPLESMENTE INTERPRETATIVA) DO SEU ARTIGO 3º. INCONSTITUCIONALIDADE DO SEU ART. 4º, NA PARTE QUE

    DETERMINA A APLICAÇÃO RETROATIVA. ENTENDIMENTO CONSIGNADO NO VOTO DO ERESP 327.043/DF. PIS. BASE

    DE CÁLCULO. ART. 170-A DO CTN. INAPLICABILIDADE ÀS AÇÕES AJUIZADAS NO PERÍODO ANTERIOR À LC104/2001. PRECEDENTES. 1. A 1ª Seção do STJ, no julgamento do ERESP 435.835/SC, Rel. p/ o acórdão Min. José Delgado, sessão de 24.03.2004, consagrou

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  • o entendimento segundo o qual o prazo prescricional para pleitear a restituição de tributos sujeitos a lançamento por homologação

    é de cinco anos, contados da data da homologação do lançamento, que, se for tácita, ocorre após cinco anos da realização do fato

    gerador - sendo irrelevante, para fins de cômputo do prazo prescricional, a causa do indébito. Adota-se o entendimento firmado

    pela Seção, com ressalva do ponto de vista pessoal, no sentido da subordinação do termo a quo do prazo ao universal princípio da

    actio nata (voto-vista proferido nos autos do ERESP 423.994/SC, 1ª Seção, Min. Peçanha Martins, sessão de 08.10.2003).

    2. O art. 3º da LC 118/2005, a pretexto de interpretar os arts. 150, § 1º, 160, I, do CTN, conferiu-lhes, na verdade, um sentido e um

    alcance diferente daquele dado pelo Judiciário. Ainda que defensável a "interpretação" dada, não há como negar que a Lei inovou

    no plano normativo, pois retirou das disposições interpretadas um dos seus sentidos possíveis, justamente aquele tido como correto

    pelo STJ, intérprete e guardião da legislação federal. Portanto, o art. 3º da LC 118/2005 só pode ter eficácia prospectiva, incidindo

    apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da sua vigência.

    3. No julgamento do EREsp 327.043/DF, a 1ª Seção entendeu que o art. 4º, segunda parte, da LC 118/2005 não é aplicável às ações

    propostas a partir da data da sua vigência, mas apenas às demais, ainda não propostas. Assim, por considerar que a ilegitimidade

    da norma restringe-se a algumas hipóteses de aplicação e não a outras, considerou-se dispensável a instauração do incidente de

    inconstitucionalidade de que trata o art. 97 da CF. Ressalva, no particular, do ponto de vista pessoal do relator.

    4. É orientação assentada na 1ª Seção, desde o julgamento do RESP 144.708/RS, aquela segundo a qual o parágrafo único do art.

    6º da LC 7/70 estabelece a base de cálculo do PIS, que é o faturamento do sexto mês anterior ao do recolhimento.

    5. A compensação pode ser realizada independentemente do trânsito em julgado, pois à época da propositura da ação (2000), nãoestava em vigor a Lei Complementar 104/2001, que introduziu no Código Tributário o art. 170-A, segundo o qual "é vedada acompensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito emjulgado da respectiva decisão judicial".6. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido e recurso especial da autora parcialmente provido." (STJ, REsp 876663/SP,

    Recurso Especial 2006/0179957-0, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJ de 08.02.2007, p. 302) - (os grifos

    não pertencem ao original).

    Filio-me ao entendimento unânime do Superior Tribunal de Justiça, nos termos dos precedentes acima citados.

    No presente caso, a Fazenda Nacional não acostou aos autos cópia da inicial do mandamus para aferição da data correta de sua

    impetração. Contudo, não resta a menor dúvida de que o mandado de segurança foi impetrado depois da edição da LeiComplementar nº 104/2001, pela simples análise do número do processo originário, qual seja, 2005.72.01.001379-2/SC.

    Portanto, impetrado o mandamus na vigência do artigo 170-A do CTN (introduzido pela Lei Complementar n. 104/01), impõe-se a

    observância da regra nele contida, que veda a compensação antes do trânsito em julgado. Isso implica, necessariamente, conferir

    efeito suspensivo à apelação interposta pela Fazenda Nacional.

    Frente ao exposto, com apoio no § 1º-A do CPC, dou provimento ao agravo de instrumento para determinar seja conferido efeito

    suspensivo à apelação interposta pela Fazenda Nacional.

    Publique-se. Intimem-se. Comunique-se ao Juízo a quo, dando-lhe ciência do inteiro teor desta decisão.

    Porto Alegre, 16 de julho de 2007.

    00009 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.017069-6/PR

    RELATOR : Des. Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA

    AGRAVANTE : BEATRIZ VIEIRA URIZZI e outros

    ADVOGADO : Luiz Fabiani Russo

    AGRAVADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

    ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento interposto por BEATRIZ VIEIRA URIZZI E OUTROS, com pedido de antecipação da pretensão

    recursal, contra decisão do MM. Juiz Federal da 2ª Vara de Londrina que, em sede de execução de sentença proferida em ação civil

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  • pública (empréstimo compulsório de combustíveis - APADECO), indeferiu pedido formulado para o prosseguimento da execução.

    Relatei. Decido.

    No presente caso, anteriormente, o julgador a quo havia determinado o sobrestamento da execução até o julgamento final da ação

    rescisória referente à ação civil pública nº 93.0013933-9, nos termos da alínea "a" do inciso IV do artigo 265 do CPC.

    Decorrido o prazo de um ano fixado no § 5º do artigo 265 do CPC, os agravantes ingressaram com o pedido de prosseguimento do

    feito, ocasião em que o juiz monocrático reportou-se à decisão das fls. 120/122, determinando, dessa forma, fosse aguardada a

    decisão do Supremo Tribunal Federal.

    Entendem os agravantes que, ultrapassado o prazo de um ano (suspensão prevista no § 5º do artigo 265 do CPC), é imperativo o

    prosseguimento da ação sobrestada, ficando o magistrado livre para dar a tutela jurisdicional, sob pena de espera indefinida pela

    solução de causa que tramita perante outro juízo.

    A irresignação, contudo, não merece prosperar. Vejamos.

    Sem embargo da discussão sobre a caracterização da questão constitucional no particular aspecto da relação de consumo e, por

    conseqüência, na legitimidade da APADECO para propor ação civil pública, porque ambas com definição e origem em normas

    infraconstitucionais, é de ver que na pirâmide do Poder Judiciário reina absoluto o Supremo Tribunal Federal. Cabe a seus membros

    dizer, bem ou mal, a natureza constitucional da lide e o azimute a ser perseguido.

    Na situação concreta houve a anulação do título judicial ostentado pela coletividade, face à ausência de condição da ação, levando à

    nulidade da execução, art. 583 do CPC.

    Por esse motivo, a jurisprudência desta Corte está consolidada no sentido de que as execuções de sentença referentes à ação civil

    pública nº 93.0013933-9 devem permanecer paralisadas enquanto não sobrevier o trânsito em julgado no AI nº 382.298 AgR/RS,

    que tramita junto ao e. STF, em cujo bojo foi desconstituído o título judicial que amparava o pleito.

    No caso, a União Federal ingressou com Ação Rescisória com o fim de desconstituir acórdão desta Corte que confirmou a sentença

    proferida em Ação Civil Pública, assegurando a todos os contribuintes do Estado do Paraná a restituição do empréstimo compulsório

    sobre combustíveis. Defende a União, dentre outras questões, a ilegitimidade ativa da APADECO para figurar em demanda de

    natureza tributária, não existindo similitude entre relação de consumo e relação tributária.

    Em 04/05/2004, o egrégio Supremo Tribunal Federal, julgando o AI nº 382298-Agr/RS, assim decidiu:

    "EMENTA: Agravo Regimental em Agravo de Instrumento. 2. Recurso extraordinário. Ação Rescisória. 3. Ilegitimidade ativa da

    associação de defesa do consumidor para propor Ação Civil Pública na defesa de direitos individuais homogêneos. Matéria

    devidamente prequestionada. Questão relativa às condições da ação não pode ser conhecida de ofício. 4. Empréstimo compulsório

    sobre aquisição de combustíveis. Qualificação dos substituídos como contribuintes. 5. Inexistência de relação de consumo entre o

    sujeito ativo (poder público) e o sujeito passivo (contribuinte). 6. Precedentes do STF no sentido de que o Ministério Público não

    possui legitimidade para propor ação civil pública com o objetivo de impugnar a cobrança de tributos. 7. Da mesma forma, a

    associação de defesa do consumidor não tem legitimidade para propor ação civil pública na defesa de contribuintes. 8. Agravo

    regimental provido e, desde logo, provido o recurso extraordinário, para julgar procedente a ação rescisória." (Relator Ministro

    Gilmar Mendes)

    Cumpre ressaltar que o provimento dessa Ação Civil Pública deu origem à inúmeras execuções, como a que originou o presente

    agravo de instrumento. A maioria delas se encontra em fase de pagamento de precatórios, razão pela qual impõe-se a suspensão dos

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  • feitos a ela relacionados até o trânsito em julgado da decisão do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar maiores danos ao erário

    público.

    Apesar de já terem sido rejeitados os embargos de declaração opostos ao acórdão exsurgido do julgamento do Agravo Regimental

    no Agravo de Instrumento nº 382298-2 (no STJ), estão agora pendentes de julgamento embargos de divergência e embargos

    infringentes, ambos interpostos pela APADECO, nos embargos de declaração no agravo regimental no agravo de instrumento.

    Desse modo, a melhor solução é o Estado Juiz, usando do poder geral de cautela, suspender o processo executório até a orientação

    imutável do STF tornando insubsistente o título definitivamente, ou não, resguardando os interesses dos pólos envolvidos na relação

    processual.

    É o caminho percorrido por esta Corte e pelo próprio Superior Tribunal de Justiça:

    "EXECUÇÃO DE SENTENÇA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. APADECO. RESCISÃO DO JULGADO. SENTENÇA. NULIDADE DA

    EXECUÇÃO. REFORMA PARCIAL. SUSPENSÃO DO FEITO.

    1. O título judicial ostentado pela coletividade, extraído em sede de Ação Civil Pública foi rescindindo pelo Supremo Tribunal

    Federal no AgrAI 382298.

    2. Sem embargo da caracterização ou não da relevância da questão constitucional pois a definição da relação de consumo e a

    legitimidade para as associações proporem a Ação Civil Pública foi relegada à normação infraconstitucional, a decisão do

    Supremo Tribunal Federal não se tornou imutável, pois pende julgamento de Embargos de Declaração.

    3. Anulada a sentença que julgou extinta a execução, e determinado o sobrestamento da execução, de ofício, até o desfecho

    definitivo da ação no Supremo Tribunal Federal, consoante precedentes desta Corte e mais recentemente do Superior Tribunal de

    Justiça ( STJ - 1ª Turma Resp 759475/PR, Ministro José Delgado, DJU de 29/09/2005).

    4. Apelação parcialmente provida." (TRF da 4ª Região, AC nº 2004.70.13.000082-2/PR, Primeira Turma, Relator Desembargador

    Federal Álvaro Eduardo Junqueira, DE de 16/05/2007).

    "PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL. SUSPENSÃO. AÇÃO RESCISÓRIA. PROCEDÊNCIA.

    A fim de evitar o pagamento de valores fundados em título judicial rescindido, devem ser suspensas as execuções de sentença

    relativas à Ação Civil Pública 93.0013933-9, ajuizada pela APADECO." (TRF da 4ª Região, AC nº 2004.70.05.001828-7/PR,

    Segunda Turma, Relator Leandro Paulsen, D.E. de 11/04/2007).

    "MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. DEVOLUÇÃO DE EMPRÉSTIMO

    COMPULSÓRIO DOS COMBUSTÍVEIS. APADECO. SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO. DECISÃO DO STF. O Supremo Tribunal

    Federal, em sede agravo regimental em ação rescisória (AI nº 382298 AgR/RS), reconheceu a ilegitimidade ativa da APADECO

    para pleitear a devolução do empréstimo compulsório sobre combustíveis. Diante de tal julgado, é prudente a decisão que, em nome

    do poder geral de cautela e da excepcionalidade do caso (CPC, art. 797), determina a suspensão provisória das respectivas

    execuções de sentença." (TRF da 4ª Região, AG nº 2004.04.01.034832-8, Segunda Turma, Relator Desembargador Federal João

    Surreaux Chagas, DJU de 09/03/2005).

    "TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. APADECO. EMPRÉSTIMO

    COMPULSÓRIO DE COMBUSTÍVEIS (DEC-LEI N.º 2.288/86). EXECUÇÃO. SUSPENSÃO. CABIMENTO. PODER GERAL DE

    CAUTELA.

    1. Insubsistentes são os argumentos de que a suspensão da execução gerará grave prejuízo aos exeqüentes pelo fato de aguardarem

    há anos por um desfecho da lide, pois, se for autorizado algum pagamento, dificilmente, o erário reaverá os valores pagos no caso

    de confirmação da procedência da ação rescisória.

    2. Segundo a doutrina de Ovídio Baptista, 'Há dois modos de conceber o que se convencionou chamar 'poder cautelar geral' do juiz.

    Um deles, indicado por Calamandrei, corresponde ao conceito de medida cautelar como 'polícia judiciária' ou como o grupo de

    poderes que o juiz exerce para disciplinar a boa marcha do processo, preservando-lhe de todos os possíveis percalços que possam

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  • prejudicar-lhe a função e utilidade final de seu resultado'.

    3. Recurso a que se nega provimento a fim de que seja mantida a suspensão da execução nos moldes conceptos pelo TRF/4ª

    Região." (STJ, REsp n.º 759475/PR, Primeira Turma, Ministro José Delgado, DJ de 26/09/2005).

    No mesmo sentido: REsp nº 761578/PR; REsp nº 760224/PR; REsp nº 763242/PR e REsp nº 768203/PR, todos publicados no DJU

    de 26/09/2005.

    Dessa forma, resta mantida a decisão ora agravada, pois por cautela é plausível a suspensão do processo até o trânsito em julgado da

    ação rescisória, pelos motivos acima explicitados.

    Frente ao exposto, por estar a decisão objurgada em consonância com a orientação desta Corte e do egrégio Superior Tribunal de

    Justiça, com apoio no caput do artigo 557 do CPC, nego seguimento ao agravo de instrumento.

    Publique-se. Intimem-se.

    Porto Alegre, 16 de julho de 2007.

    00010 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.020280-6/RS

    RELATOR : Des. Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA

    AGRAVANTE : JENY PRESTES MORCELLI

    ADVOGADO : Hermes Andre Gindri Gabriel

    AGRAVADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Milton Drumond Carvalho

    : Antonio Luiz Pereira Rosa

    INTERESSADO : MASV MOVIMENTO ASSISTENCIAL SAO VICENTE

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão que, em sede de execução fiscal, rejeitou exceção de pré-executividade.

    Relatei. Decido.

    O recorrente foi intimado da decisão agravada em 22/06/2007 (certidão de intimação - fl. 82 do processo principal ou fl. 87 destes

    autos).

    O agravo de instrumento, por sua vez, foi postado para o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul em 03 de julho de 2007 (fl. 88) e

    deu entrada neste TRF em 13 de julho de 2007 (fl. 96), ou seja, após esgotado o decêndio legal (artigo 522, caput, do CPC).

    O prazo para interposição do recurso não é interrompido pelo fato de haver sido protocolado erroneamente em tribunal

    incompetente. Assim, o recurso deve ser interposto tempestivamente e com as peças necessárias perante o tribunal competente para

    apreciá-lo.

    Nesse sentido:

    "PROCESSO CIVIL. AGRAVO DO ART. 545, CPC. INTERPOSIÇÃO EM TRIBUNAL INCOMPETENTE. INTEMPESTIVIDADE

    DO AGRAVO INTERNO. PRECEDENTE. DESPROVIMENTO.

    I- Não se exime da intempestividade a circunstância de o recurso ter sido, no prazo, protocolado erroneamente em tribunal

    incompetente.

    II - É direito da parte vencedora, para sua segurança, ter certeza de que, no prazo legal, perante o órgão judiciário competente, foi

    ou não impugnada a decisão."

    (STJ, AGA 327262, Quarta Turma, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJU 24/09/2001)

    "Agravo de instrumento. Prazo. Estado estrangeiro. Decisão interlocutória.

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  • 1. Contra decisão interlocutória de Juiz Federal em processo no qual seja parte Estado estrangeiro cabe a interposição de agravo

    de instrumento, que deve ser protocolado diretamente na Secretaria do Superior Tribunal de Justiça ou postado no correio dentro

    do prazo legal, a teor dos artigos 539 e 540 combinados com os artigos 524 e 525, todos do Código de Processo Civil.

    2. O prazo recursal do Estado estrangeiro não é interrompido ou suspenso pela apresentação, no decêndio legal, do agravo na

    Secretaria de Tribunal incompetente para processá-lo e julgá-lo. 3. O agravo é manifestamente intempestivo, já que remetido a esta

    Corte, competente para apreciá-lo, fora do decêndio legal. 4. Agravo de instrumento não conhecido."

    (STJ, AG 410661, Terceira Turma, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, DJU 1º/04/2002)

    Frente ao exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, nos termos do artigo 557, caput, do CPC.

    Publique-se. Intime-se.

    Porto Alegre, 19 de julho de 2007.

    00011 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.020873-0/SC

    RELATOR : Des. Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA

    AGRAVANTE : NEWTON EMANOEL SOARES XAVIER e outros

    ADVOGADO : Gustavo Antonio Pereira Goulart e outros

    AGRAVADO : UNIÃO FEDERAL

    ADVOGADO : Luis Henrique Martins dos Anjos

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento interposto por NEWTON EMANOEL SOARES XAVIER E OUTROS contra decisão do MM.

    Juiz Federal Substituto da 2ª Vara de Florianópolis que, em sede de cumprimento de sentença, determinou a citação da ré, nos

    termos do artigo 730 do CPC, e deixou de fixar honorários advocatícios, por se cuidar o caso de execução contra a Fazenda Pública

    (artigo 1º-D da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela MP nº 2.180/35/01).

    Os agravantes sustentam, em síntese, que a presente execução deriva de ação coletiva ajuizada pelo Sindicato dos Trabalhadores no

    Serviço Público Federal em Santa Catarina (SINTRAFESC) e, havendo autonomia entre a ação de conhecimento e a execução, são

    devidos honorários advocatícios nessa fase.

    Requerem a antecipação da pretensão recursal para ver fixada a verba honorária no percentual de 10% (dez por cento) sobre o total

    da execução, seja porque individualmente considerados os valores de cada exeqüente não ultrapassam 60 (sessenta) salários

    mínimos, seja porque a execução decorre de título executivo produzido nos autos de ação coletiva.

    Relatei. Decido.

    Atualmen