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ESTADO DE SANTA CATARINA PODER JUDICIÁRIO COORDENADORIA DOPROJETO LAR LEGAL TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA Coordenadoria do “Projeto Lar Legal” RELATÓRIO DE CONSTATAÇÃO Relatório sobre o “Projeto Lar Legal” em cada regional do Estado de Santa Catarina. Coordenador Desembargador Lédio Rosa de Andrade.

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Page 1: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA · Os principais motivos são os doravante expostos. ... Entre os processos ajuizados, há alguns protocolados em desacordo com as

ESTADO DE SANTA CATARINA

PODER JUDICIÁRIO

COORDENADORIA DOPROJETO LAR LEGAL

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Coordenadoria do “Projeto Lar Legal”

RELATÓRIO DE CONSTATAÇÃO

Relatório sobre o “Projeto Lar Legal”

em cada regional do Estado de Santa

Catarina. Coordenador Desembargador

Lédio Rosa de Andrade.

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ESTADO DE SANTA CATARINA

PODER JUDICIÁRIO

COORDENADORIA DOPROJETO LAR LEGAL

O Projeto Lar Legal, concebido e desenvolvido exclusivamente pelo Tribunal de

Justiça do Estado de Santa Catarina, criou ferramenta jurídica ágil, objetiva e coletiva

para o combate a uma das causas de exclusão social, teve seu nascimento no ano de

1999, quando o então Corregedor Geral da Justiça, Desembargador Francisco de

Oliveira Filho, publicou o Provimento nº. 37/99. Essa normativa teve êxito acanhado e

foi posta em prática por iniciativa dos magistrados locais com competência para o

Registro Público em apenas quatro comarcas: Tubarão, Brusque, Itajaí e Chapecó.

Sem maiores incentivos, em pouco tempo acabou por cair no esquecimento e

não foi implementado em nenhum outro local. No ano de 2008, o Presidente do

Tribunal de Justiça, o mesmo Desembargador Francisco de Oliveira Filho, nomeou o

Desembargador Lédio Rosa de Andrade para coordenar o Projeto, com a missão de

reerguê-lo. Desde então, o coordenador vem desenvolvendo atividades para

implementar o projeto em todo o Estado, pois se estima que mais de trezentas mil

famílias catarinenses possuem seu lar de forma irregular.

Tendo em vista o profundo valor social do Projeto e seus resultados benéficos a

milhares de famílias de baixa renda, esperava-se um esforço comum de toda a

sociedade, em especial das autoridades constituídas, para sua implementação célere e

abrangente. Entretanto, os caminhos traçados até o momento enfrentaram muitas

dificuldades, consubstanciado em verdadeira liça, com desgastes, escândalos e

resultados muito aquém do esperado. Os principais motivos são os doravante expostos.

As primeiras atividades da coordenadoria se direcionaram à divulgação do

Projeto, em nível estadual, tanto para os juízes de direito como para os prefeitos

municipais. Foi observado grande interesse por parte dos municípios em executar o

Projeto, pois combate a irregularidade dos imóveis no qual se situam moradores de

baixa renda, situação existente em todas as cidades barriga verde. Esse interesse,

entretanto, não resultou em ações concretas. Destaca-se, por exemplo, a falta de mão de

obra técnica especializada nas prefeituras capaz de atender em larga escala as

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necessidades operacionais e multidisciplinares exigidas para execução do Projeto Lar

Legal. Muitas tentativas acabaram frustradas.

Constatadas as dificuldades, a coordenadoria buscou uma solução por meio da

conjugação de esforços entre os Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e o

Ministério Público. Para materializar a parceria, foi firmado um “Termo de Cooperação

Institucional” entre todos no ano de 2011, o qual previu as seguintes responsabilidades:

● O Executivo, através da Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Habitação

(SST), assumiria a gestão operacional do programa, disponibilizando equipes

técnicas capacitadas, pré-qualificadas para desenvolver os andamentos

necessários do Projeto;

● O Legislativo contribuiria com eventual legislação necessária e, ainda, daria

apoio institucional às Comarcas;

● O Judiciário coordenaria as etapas, implementação e seria responsável pela

priorização da execução e tramitação das ações específicas nas Comarcas;

● O Ministério Público, com ênfase em seu papel fiscalizador, zelaria pela

execução do projeto, nos termos normatizados.

Porém, muito rapidamente foram constatadas sérias irregularidades na

concretização do projeto. A primeira denúncia proveio da Assembleia Legislativa, por

meio de Parecer da Comissão de Regularização Fundiária, firmado pelos deputados

Serafim Venzon, Relator da Comissão de Regularização Fundiária e Volnei Morastoni

Presidente da Comissão de Regularização Fundiária, realizado no ano de 2014. Ao

analisar o cadastro de empresas para atuar no Projeto Lar Legal, os deputados

constataram uma distribuição desigual entre as mesmas, tudo indicando a intenção de

beneficiar uma empresa em particular. Consta do parecer:

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“Da mesma forma, no que toca à distribuição quantitativa, foi identificada

gritante e injustificável discrepância conforme tabela e gráfico abaixo:

Empresas Atuantes N. de Municípios Percentual Total de Habitantes Percentual

SC Eng&Tec 47 21% 3.197.690 56%

TSC Topografia 40 18% 746.291 13%

Real Topografia 34 15% 199.184 3%

RV Topografia 30 13% 746.818 13%

Dias Moreira 28 13% 161.695 3%

XPNG 25 11% 192.893 3%

RAG Service 11 5% 422.080 7%

Adesão sem Empresa 8 4% 45.608 1%

Habitantes atendidos 223 5.712.259

A quantidade de habitantes atendidos por empresa é representada pelo gráfico a

seguir:

SC Eng&Tec56%

TSC Topografia13%

Real Topografia4%

RV Topografia13%

Dias Moreira3%

XPNG3%

RAG Service7%

Adesão sem Empresa

1%

Total de Habitantes

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Observa-se que uma única empresa credenciada detém a discrepante e incrível

responsabilidade de regularizar 56% dos munícipes hoje integrantes da adesão do

projeto.”

A segunda denuncia decorreu de investigação realizada pelo Ministério Público,

através do Coordenador Operacional, promotor Paulo AntonioLocatelli, no qual se

constatou que o Projeto Lar Legal foi maculado por irregularidades e atos fraudulentos,

os quais acabaram sendo divulgados, posteriormente, pelo jornal Diário Catarinense.

Nesta investigação, ficou evidente que, ademais do direcionamento em favor de uma

empresa, outras empresas cadastradas não possuíam a mínima condição técnica para

realizar os serviços necessários.

O mesmo parecer da Assembleia Legislativa informou que os resultados

alcançados pelas empresas eram praticamente nulos, conforme gráfico que verificou

percentual de eficiência elaborado com dados buscados em cada município participante:

*fonte: Parecer da Comissão de Regularização Fundiária ALESC, 2014, fls. 13.

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Referido parecer apresentou, em suas conclusões, o âmago do problema vivido

pelo Projeto à época, opinando pela municipalização da execução do Projeto para que

cada Prefeito deliberasse pela melhor forma de desenvolver o Lar Legal, levando em

consideração a peculiaridade de cada município. Nesse caso, o município poderia

escolher por viabilizar o Projeto Lar Legal através da estrutura da própria prefeitura

(àqueles capacitados), por meio de convênios com universidades ou contratação de

empresa efetivamente habilitada. O parecer da Assembleia Legislativa segue em anexo.

O cadastro de empresas efetuado de forma irregular pela Secretaria da

Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST) somado ao fato de essas empresas terem

sido impostas aos prefeitos municipais, levou o Projeto Lar Legal a grandes

dificuldades. Em muitos municípios a população foi iludida, confiou no Projeto, mas até

o momento nada ou pouco foi realizado. E o pior de tudo: em muitos municípios

algumas empresas cobraram os trabalhos adiantados da população carente e não

realizaram o trabalho de forma antecipada, contrariando, inclusive, o que prescrevia o

Termo de Cooperação, na qual a cobrança era devida somente após o efetivo

ajuizamento da ação prevista.

O coordenador do Projeto percorreu todo o Estado de Santa Catarina e manteve

contato direito com quase todos os prefeitos municipais. Nesse período, foi constatada a

inexecução do Projeto em muitos municípios e várias famílias lesadas, principalmente

aquelas que pagaram pelos serviços não realizados. As fraudes se aproximam de quase

um milhão e meio de reais em todo o Estado.

Ainda há que se destacar negativamente a morosidade dos trabalhos executados,

oriunda da ineficiência da maioria das empresas cadastradas pela Secretaria da

Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST) e da burocracia do Poder Judiciário.

Quando a SST ainda participava do Projeto Lar Legal, aproximadamente 80%

dos municípios do Estado se cadastraram no Plano Estadual de Regularização

Fundiária, operacionalizado pela Secretaria. Nesses municípios residem mais ou menos

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5.000.000 de habitantes. Estima-se, de forma acanhada, que 25% desse total, ou seja,

1.250.000 habitantes estejam inseridos na informalidade legal, ou seja, não possuem o

título de propriedade do imóvel no qual residem.

Também com dados estimados, acredita-se que em torno de 13.000 famílias

(65.000 habitantes1) ingressaram com ação judicial, via Lar Legal, para regularizar a

situação. Desse total, 10.000 famílias (50.000 habitantes) são atendidas por uma única

empresa, entre as cadastradas pela SST.

Entre os processos ajuizados, há alguns protocolados em desacordo com as

exigências do Projeto, ou seja, processos mal elaborados que provavelmente não

poderão conferir resultado positivo aos moradores; haverá a necessidade de revê-los,

para que se alcance a possibilidade de atingir resultado positivo.

Diante de tantos problemas e, ainda, devido a morosidade do próprio Poder

Judiciário, Presidência do Tribunal de Justiça, atendendo pedido efetuado por essa

Coordenadoria, através da Resolução nº. 04/2016-CM, nomeou 03 Juízes para atender

todo o Estado de Santa Catarina em demandas do Projeto Lar Legal. A iniciativa teve

êxito imediato. Em menos de um mês de atuação, esses três magistrados despacharam

todos os processos em tramitação e proferiram dezenas de sentenças.

O Projeto Lar Legal é viável e já comprovou concretamente sua exequibilidade.

Mesmo enfrentando adversidades, interesses obscuros e atitudes criminosas, já são

milhares de famílias contempladas com títulos de propriedade de suas moradias. Os

dados atuais sobre o número de títulos já julgado são:

MUNICÍPIO TÍTULOS EMITIDOS EXECUÇÃO EMPRESA

Araranguá 24 Pelo município

Balneário Piçarras 39 Empresa credenciada Ragserv

Brusque 250 Empresa credenciada Ragserv

1Cálculo base 05 habitantes/moradia.

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Caçador 90 Empresa credenciada Tsc Topografia

Chapecó 288 Pelo município

Curitibanos 233 Pelo município

Guaramirim 809 Empresa credenciada Ragserv

Itajaí 148 Empresa credenciada Ragserv

Lebon Regis 535 Empresa credenciada Xpng

Navegantes 131 Empresa credenciada Ragserv

Palhoça 54 Empresa credenciada Ragserv

São Francisco do Sul 911 Empresa credenciada Ragserv

São José 60 Convênio universidade

Tubarão 191 Convênio universidade /

Empresa credenciada

Ragserv

Três Barras 239 Empresa credenciada Ragserv

Vargeão 33 Pelo município

TOTAL (ago/2016): 16 municípios com 4.035 de títulos já deferidos.

E notícias positivas são veiculadas pela imprensa, como:

Fim de uma luta07/07/2015 | 20h45

Moradores da Praia do Ervino, em São

Francisco, recebem escrituras de imóveis

Entrega de documentos ocorreu nesta terça-feira durante solenidade com a

presença de autoridades

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Famílias compareceram em grande número ao evento de entrega das escrituras Foto: Leo Munhoz /

Agencia RBS

ÁtilaFroehlich

[email protected]

Para 911 famílias que vivem na região da Praia do Ervino, em São Francisco do Sul, a

tarde desta terça-feira (7) marcou o fim de quase 50 anos de luta e burocracias. Em evento que

contou com a presença de autoridades regionais, as famílias receberam, sem custos, a

matrícula do registro oficial de seus imóveis.

A regularização dos loteamentos é resultado de uma ação civil movida pelo Ministério

Público de Santa Catarina em 2012. No ano seguinte, foi assinado um termo de

ajustamento de conduta (TAC) entre promotoria, Prefeitura e loteadores. Decisão tomada no

começo deste ano pelo juiz Fernando Seara Hickel, da 2ª Vara Cível de São Francisco do Sul,

com base na resolução 8/2014, do Conselho da Magistratura, instituiu o Programa Lar

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Legal e abriu a oportunidade imediata para que fossem regularizadas áreas de dois

loteamentos: o Francismar e o Jardim Albatroz 2.

No caso da Praia do Ervino, loteada há cerca de 30 anos, com 2,5 mil moradores e procurada

por veranistas e pescadores da região, a regularização contribuiu para amenizar os conflitos

por terra. Por causa da urbanização rápida e desordenada, um mesmo lote chegou a ter mais

de um proprietário, informou Ricardo Calixto, integrante de uma das equipes credenciadas

pelo Estado para regularizar as ocupações.

Ele apontou ainda a existência de ligações ilegais da rede elétrica, a falta de saneamento e o

embargo de construções erguidas em área de preservação permanente (APP) como problemas

que podem ser sanados pelo Projeto Lar Legal.

– É o fim de capítulo conturbado na história da região e um passo importante para outros

casos de regularização fundiária que existem em todo o Brasil. A Praia do Ervino se torna

uma referência nacional – afirmou o presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merisio.

Na avaliação de Merisio, é importante haver a sensibilização dos prefeitos de todo o Estado

para que incentivem a regularização de seus municípios e protejam os seus cidadãos da

insegurança jurídica. De acordo com o deputado, cerca de 10 mil processos tramitam em

SC atualmente.

Fonte: (http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2015/07/moradores-da-praia-do-

ervino-em-sao-francisco-recebem-escrituras-de-imoveis-4797199.html)

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Programa Lar Legal distribuiu 535 escrituras em Lebon Régis

Repórter Marcos Antonio - Marcos Imprensa

Fotos:Marcos Imprensa

O programa Lar Legal, parceria entre Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa, Governo do Estado,

Ministério Público a prefeitura de Lebon Régis, cujo objetivo é oficializar empreendimentos irregulares em

situações consolidadas através da outorga de títulos de propriedade para pessoas de baixa renda, onde

nesta quinta-feira dia (16) foi a entregue 535 novas escrituras em benefício para os moradores do Bairro

Núcleo Rio Doce.

A solenidade aconteceu nesta tarde de quinta-feira às 14h00, na quadra de Esportes da Escola Municipal

do Bairro Núcleo Rio Doce. Na oportunidade, simbolicamente, 30 moradores receberão seus títulos das

mãos das autoridades que estavam presentes.

O Poder Judiciário foi representado na cerimônia pelo desembargador Sérgio IzidoroHeil, 2º vice-

presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Lédio Rosa de Andrade, idealizador do Lar Legal, e juiz

Rui Cesar Lopes Peiter, da comarca de Lebon Régis e o Prefeito Municipal de Lebon Régis Padre Labas

e outras autoridades locais

A sentença em ação de regularização de imóvel urbano, procedimento de jurisdição voluntária, foi

prolatada pela juíza Lívia Frâncio Rocha Cobalchini da comarca de Caçador, baseada na Resolução n.

8/2014 do Conselho da Magistratura, que definiu as linhas mestras do programa Lar Legal.

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Lar Legal entrega mais de 200 títulos de propriedade para

famílias de Brusque

04/09/2014 14:06 1684 visualizações

O desembargador Lédio Rosa de Andrade, idealizador do Programa Lar Legal, esteve na terça-

feira (2/9) em Brusque para fazer a entrega de 204 escrituras a famílias ocupantes do

loteamento Cyro Gevaerd, naquele município. Acompanhado da juíza Iolanda Volkmann, titular

da Vara da Fazenda Pública e Registros Públicos da comarca de Brusque, o magistrado foi

bastante empático com as lutas da comunidade, que há anos espera e luta pela escritura

pública de suas residências. Lédio ressaltou que o Programa Lar Legal não tem outro objetivo

que não seja o interesse da comunidade e dar às pessoas condições para que possam exercer

sua cidadania.

Segundo o desembargador, o problema atinge todo o Estado; para se ter ideia, 70% dos

moradores de Florianópolis, capital do Estado, moram de forma irregular. "A pessoa sem título

está sujeita à especulação, a ser expulsa a qualquer momento do seu lar, não consegue entrar

em projetos do governo nem financiamentos para fazer melhorias na sua casa. Com o título de

propriedade em mãos, eles podem participar de tudo isso, com reflexos na saúde pública, na

segurança pública e na cidadania e democracia, o que é fundamental", frisou o magistrado.

Em seu discurso, a juíza Iolanda Volkmann afirmou que o programa denota sensibilidade,

persistência em "mudar a cabeça das pessoas" e coragem de alterar "velhos conceitos, antigas

burocracias, e flexibilizar procedimentos, tudo em busca da tão esperada justiça social". O

prefeito de Brusque, Paulo Roberto Eccel, também presente na solenidade de entrega dos títulos,

não deixou de ressaltar o ineditismo da ação no município.

Além das mais de 200 famílias, participaram do evento a secretária de Governo e Gestão

Estratégica, Patrícia Pykocz, o representante da comunidade beneficiada, Alex Sandro Marino, e

o representante da empresa de regularização fundiária, Ricardo Calixto Palludo.

Fonte: (http://portal.tjsc.jus.br/web/sala-de-imprensa/-/lar-legal-entrega-mais-de-200-

titulos-de-propriedade-para-familias-de-brusque)

Além desses exemplos, também foram entregues títulos de propriedade a

moradores nos municípios de Navegantes, Curitibanos, Chapecó, Itajaí, Tubarão, São

José, Caçador, Araranguá, Balneário Piçarras e Guaramirim e Vargeão.

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A Coordenadoria do Projeto Lar Legal vem empreendendo esforços para melhor

operacionalizar o Projeto. Recentemente, um ofício foi remetido a todos os prefeitos

municipais. Nele ficou claro que há diversas formas possíveis de executar os trabalhos

técnicos: a) através da própria estrutura da municipalidade como feito em Araranguá; b)

através das universidades em parceria com a municipalidade, como feito em Tubarão e

São José; ou c) através da terceirização dos serviços, com contratação de empresas

efetivamente qualificadas e com estrutura técnica necessária. Nesse caso, o próprio

município pode pagar os custos ou, em sistema de cooperação, pode repassar os custos

aos moradores conforme foi feito pela SST no Plano Estadual de Regularização

Fundiária que atualmente não existe mais. De início, cobrava-se R$ 900,00 (novecentos

reais) por família, de forma parcelada. Posteriormente o valor foi atualizado.

No momento o Projeto Lar Legal é coordenado exclusivamente pelo Poder

Judiciário de Santa Catarina e incumbe ao Prefeito Municipal a decisão de implementá-

lo ou não em sua cidade. Se decidir realizá-lo, deverá optar por uma das modalidades de

execução. Caso opte por em terceirizar os serviços a uma empresa, deverá obedecer às

leis vigente e fixar um preço razoável para pagamento, tendo como parâmetro o valor

acima referido, devidamente atualizado. Nesse caso, deve a municipalidade ficar muito

atenta, primeiro para contratar empresa idônea e, segundo e mais importante, para

proibir qualquer cobrança às famílias, sem o prévio ajuizamento da ação judicial, mas

ajuizamento com os requisitos legais cumpridos. Remeto em anexo modelo de convênio

usado pela SST que atende às necessidades.

O Projeto Lar Legal é de inclusão social e pode beneficiar milhares de famílias

catarinense de baixa renda. Uma política pública de alta qualidade. Incentivo os

senhores Prefeitos Municipais a participarem da iniciativa e fico a inteira disposição

para qualquer esclarecimento.

Florianópolis, 30 de agosto de 2016.

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DESEMBARGADOR LÉDIO ROSA DE ANDRADE

Coordenador do Projeto Lar Legal