treinamento global para jovens atletas de voleibol feminino

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Treino voleibol atletas femininos

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Treinamento global para jovens atletas de voleibol femininoIncioRESUMOA estrutura do processo de treinamento, o trabalho multidisciplinar, asistematizao do treinamento, a evoluo ttica individual e coletiva, a evoluo fsica, a integrao social, a qualidade de vida, a sade das atletas, o equilbrio emocional durante a competio, pontos relevantes no moderno processo de preparao do desportista. Trata-se de uma proposta de treinamento global para jovens atletas de voleibol feminino, tendo como referncia o modelo desenvolvido com a Seleo Brasileira durante a preparao para o Campeonato Mundial Juvenil de Voleibol Feminino (2001), respeitando o princpio da individualidade da preparao e, tendo presente a perspectiva da preparao de muitos anos. Trata-se de um procedimento de estruturao da carga estudado para atletas de qualificao superior, adaptado para a categoria juvenil; fundamenta-se no princpio de que o aperfeioamento da maestria tcnica e, do estado de preparao condicional especial so componentes estreitamente interconexes e interdependentes do sistema plurianual de preparao; baseia-se na utilizao predominante dos meios de preparao condicional especial precedente ao trabalho de profundidade sobre a tcnica objetivando a qualidade e a preciso das aes competitivas; no treinamento ttico aborda estratgias para aperfeioar as decises sobre o que fazer, como fazer e quando fazer; no treinamento psicolgico, aborda meios de desenvolvimento da motivao, controle da ansiedade, integrao do grupo e busca constante de objetivos. O objetivo maior foi apresentar um modelo de preparao, que se saiu vencedor, e tambm abrir discusses praticas e acadmicas sobre a metodologia aplicada na preparao de jovens atletas de voleibol.Palavras-Chave:Voleibol; Treinamento desportivo; Fora (Esporte); Periodizao.

SUMRIO1 INTRODUO2 JUSTIFICATIVA3 OBJETIVO4 DELIMITAES DO TRABALHO5 TREINAMENTO FSICO6 METODOLOGIATestes de controleTreinamento das Habilidades Especficas VoleibolSaqueTreinamento da tcnicaTreinamento tticoRecepoTreinamento da tcnicaTreinamento tticoLevantamentoTreinamento da tcnicaTreinamento tticoAtaqueTreinamento da tcnicaTreinamento tticoBloqueioTreinamento da tcnicaTreinamento tticoDefesaTreinamento da tcnicaTreinamento ttico7 ATIVIDADES FISIOTERPICASAvaliao FisioterpicaTratamento FisioterpicoAtividades PreventivasReavaliaes8 PREPARAO TERICA9 DISCUSSO E CONSIDERAES FINAIS10OUTROS TESTESTeste ForaTeste de PotenciaTeste de AgilidadeTeste de ResistnciaTeste de Flexibilidade11 AVALIAO DONDICE DE MASA CORPORALANEXOS1 INTRODUOO voleibol, modalidade esportiva que exige do atleta um nvel de condicionamentofsico, ttico, tcnico e emocional aprimoradssimo de um treinamento integral e umapreparao metdica, contnua, sempre planejada, vem ganhando destaque em nvel nacional e internacional, isto graas ao empenho dos jogadores e treinadores em tornar o esporte mais dinmico e competitivo.O voleibol provavelmente o desporto que mais modificou suas regras sem sedescaracterizar. Com isto se adaptou s exigncias dos novos tempos, s novasmetodologias do treinamento e sem dvida consiste na atualidade um dos desportosmais atrativos para a iniciativa privada como meio de propaganda e difuso de umalogomarca.Pela sua plasticidade, beleza e riqueza de opes nas aes motoras ofensivas edefensivas, desperta um grande interesse junto ao pblico. Vem se constituindo em umaatividade econmica importante em nosso pas.A evoluo estrutural da modalidade possibilitou que a sua prtica inicialmenterecreativa passasse para a esfera do treinamento desportivo no s como um eficiente eatraente meio de desenvolvimento da aptido fsica, alicerada por modernos mtodosde preparao do desportista, mas ganhasse um grande espao como desporto decompetio.Evidentemente, no sentido estrito, a competio representa uma atividade quetem por forma especfica a participao em eventos desportivos regulamentados eorganizados de tal forma que se possa comparar objetivamente determinadas aptidesassegurando a mxima manifestao das possibilidades do ser humano (foraresistncia, velocidade e a habilidade de utilizar com eficincia o potencial motriz).A competio em si tem vrias particularidades especficas como o constante crescimento da motivao e superao das performances,possibilidades do desportista chegar ao alto nvel intimamente relacionado com os bonsresultados obtidos em categorias anteriores.Faz-se necessrio sistematizao e a definio de princpios especficos dosistema de preparao dos atletas de voleibol do Brasil. um problema de atualizao esuperao, uma vez que a permanncia no grupo de elite mundial no tarefa fcil.A renovao dos grupos de atletas e uma constante procura do aprimoramentotcnico, ttico, fsico e psicolgico, juntamente com a diminuio de intercmbiosinternacionais. Tais evidncias colocaram um pas na retaguarda dos demais paises daAmrica do Sul e por conseqncia do Mundo.Alm das particularidades do voleibol praticado pelos pases que representam aelite do voleibol mundial, as mudanas das regras promoveram no somente um maiorinteresse do publico pelo desporto, como a necessidade de constante adaptao dosistema de treinamento s novas exigncias do desporto.Hoje o voleibol jogado de maneira veloz, onde a fora explosiva prevalece namaior parte do tempo; a mudana da regra definindo que no existe mais a vantagem,Rally Point Sistem, facilitou ao publico o entendimento do jogo e por outro lado,aumentou a carga emocional sobre as atletas. fundamental estruturar o voleibol como um processo de preparao de muitosanos, assegurando ateno especial no s para as selees adultas queorepresentam.A proposta do presente estudo contribuir com estabelecimento de umametodologia de trabalho para jovens atletas especialmente voltado ao voleibol moderno,onde as caractersticas fsicas e anatmicas, aliadas as emocionais e tticas interferemdiretamente nos resultados de um trabalho de alto rendimento. Nossa experincia vivida frente das Selees de Base do Brasil e em especial Seleo Brasileira JuvenilFeminina que se sagrou Tri-campe Mundial em 2001, faz entender que no Brasil,no existe definido um padro de treinamento e que as diferenas raciais, religiosas,metodolgicas, cientificas e, as caractersticas regionais de nosso povo, so fatores queinfluenciam na seleo dos meios de treinamento utilizados.Faz-se necessrio cada vez mais a sistematizao do trabalho e a inter-relao dediferentes reas das cincias do desporto, voltadas para a orientao e o controle doprocesso com o intuito de fortalecer ainda mais o voleibol.Nota-se uma grande necessidade de melhorar as atletas brasileiras no que dizrespeito s capacidades tcnicas, tticas, caractersticas fsicas, o entendimento do jogoe caractersticas emocionais.Apresentar sugestes acerca de possveis solues para o treinamento do jovemdesportista, partir do relato de toda a estruturao e organizao do ciclo depreparao da equipe do Brasil para o Campeonato Mundial Feminino da CategoriaJuvenil Under 20 (17 a 19 anos), refletir as caractersticas das cargas de treinamentodentro das diferentes etapas e micro-etapas, a sucesso e a interconexo entre as tarefasfsicas, tcnico-tticas de treinamento, a maneira escolhida para contribuir com aelucidao dos diferentes e complexos problemas metodolgicos do treinamento.2 JUSTIFICATIVAA planificao do treinamento dos atletas brasileiros, que por muito tempobaseou-se em experincias e instruo de treinadores alicerados pelo mtodo dastentativas e erros, comea a ser substitudas por pressupostos mais objetivos,fortalecidos pelas pesquisas dos pases do primeiro mundo (ZAKHAROV, 1992).O Brasil vem apresentando desde a dcada de 80, resultados expressivos emnvel internacional nas categorias de base (infanto-juvenil e juvenil). Em 1987 a SeleoBrasileira Juvenil, sagrou-se Campe Mundial (na Coria) e em 1989, conquistou outrosdois ttulos, no primeiro Campeonato Mundial Infanto-juvenil, realizado no Brasil, aequipe Brasileira foi Vice Campe Mundial e a equipe Juvenil Brasileira foi Bi -Campe Mundial, no Peru.A partir de nossa experincia nestas categorias, tanto em Clubes como emSelees Nacionais, amadureceu gradativamente a idia de colaborarmos com o campode conhecimento sobre o treinamento no voleibol, relatando nossa experincia frenteda Seleo Brasileira Juvenil Feminina, que foi Tri-Campe Mundial, na RepblicaDominicana em 2001.A estrutura do processo de treinamento, o trabalho multidisciplinar, asistematizao do treinamento, a evoluo ttica individual e coletiva, a evoluo fsica,a integrao social, os cuidados com a qualidade de vida, a sade de nossas atletas e oequilbrio emocional durante uma competio, so pontos que devem nortear umtreinamento moderno.Dentre os diferentes componentes envolvidos em cada habilidade motoradestacam-se os processos sensrios e perceptivos, a tomada de deciso e a produo demovimentos; todos os fundamentos do voleibol envolvem marcadamente essescomponentes (PROENA, 1998). Toda informao percebida por uma jogadora pededecises sobre o que fazer, como fazer e quando fazer. A tomada de deciso, mostra-secomo um importante componente no sucesso.Procura-se na formao de uma jogadora cuidar em promover uma melhora noseu desenvolvimento como um todo, buscando uma maior versatilidade e utilizando odesporto como promotor da integrao social do individuo.A motivao para desenvolver este trabalho, exatamente definir nossa parcelade colaborao para que o trabalho realizado no Brasil seja ponto de discusso para oaperfeioamento do treinamento no Voleibol.Arajo (1994) destaca que o progresso da evoluo fsica e tcnica devermanifestar-se em um domnio cada vez mais apurado dos seus fundamentos e recursos;o desenvolvimento ttico exigir, de forma crescente, que a jogadora se torne o maisecltica possvel. Entende-se que cada vez mais a jogadora deve entender o jogo emtodas as suas fases, ofensivas e defensivas.De acordo com Platonov (1995), a estrutura de um processo de treinamento estconstituda pelas associaes sistemticas entre os componentes deste processo e suaordem de sucesso; esta estrutura se caracteriza por: articulao entre os diferentes aspectos do treinamento (comoexemplo, entre os treinamentos gerais e especiais); relaes entre as limitaes impostas pelas competies e ascaractersticas do treinamento;tipo de associao e a ordem de sucesso dos diferenteselementos do processo de treinamento. Nota-se a necessidade deum nmero maior de pesquisas no sentido de observar odesenvolvimento tcnico dentro dos diferentes nveis depreparao fsica.Questionando esta necessidade que se apresenta no Brasil, e na busca de umametodologia que se adapte realidade Brasileira, procuramos apresentar uma propostade treinamento para jovens atletas, atentando para as diferentes reas em um processode preparao.3 OBJETIVOEste estudo visa relatar a preparao de equipes de Voleibol Feminino,utilizando como modelo preparao utilizada com a Seleo Brasileira Juvenil, para oCampeonato Mundial da categoria, no ano de 2001.4 DELIMITAES DO TRABALHOEste estudo procurou estabelecer variveis do treinamento, relacionadas com aidade do grupo, e com o desenvolvimento tcnico, fsico, psicolgico e tticoapresentado pelas atletas.O desenvolvimento do trabalho iniciou com um grupo de 18 atletas e foiencerrado com as 12 atletas que participaram do Campeonato Mundial Juvenil, naRepblica Dominicana, em 2001.No houve um controle dos fatores emocionais e climticos durante o perodo depreparao e de competio.Os resultados deste estudo no objetiva estabelecer relaes com equipes deVoleibol de um nvel tcnico inferior ou mesmo superior.5 TREINAMENTO FSICO A preparao do desportista representa o sistema de utilizao orientada de todo o complexo de fatores que condicionam a obteno de objetivos da atividade desportiva (ZAKHAROV, 1992). O sistema de preparao para a prtica desportiva torna-se fator fundamental para o desenvolvimento das condies adequadas de rendimento do atleta dentro de sua especificidade. Devemos observar a necessidade de se dividir todo o processo de treinamento em fases que tenham objetivos especficos para determinado perodo de adaptao das atletas. Os conceitos de preparao fsica baseada nos princpios de periodizao (estruturao do treinamento) permitem a atleta atingir o mximo rendimento desportivo. Zakharov (1992), afirma que o processo de preparao desportiva (Macrociclo) decorre em uma seqncia de 3 fases: aquisio, manuteno (estabilizao relativa) e perda temporria.. De acordo com cada fase, o autor distingue ainda o Macrociclo em 3 perodos:Perodo Preparatrio- que assegura o desenvolvimento das possibilidades funcionais do organismo do desportista e pressupe a soluo das tarefas de vrios aspectos especficos do estado de preparao);Perodo Competitivo- que pressupe a estrutura direta da forma desportiva);Perodo Transitrio- que contribui para a recuperao completa do potencial de adaptao do organismo do desportista e serve de elo de ligao entre os macrociclos de preparao).Morton (1992), dividiu os fatores que interferem no desenvolvimento de periodizao como:rendimento mximo previsto;data na qual o rendimento mximo deve ocorrer;ndice destresspor overtraining;o nvel do mximo de desempenho durante o pico de preparao. Preconiza ainda que os atributos fisiolgicos de uma atleta e o nvel de fadiga como resposta ao treinamento so extremamente relevantes em um desempenho otimizado, bem como em um gerenciamento de um programa de treinamento. De acordo com a utilizao de energia observada no voleibol imagina-se que um desporto aerbio, mas, exige uma altssima produo de potncia anaerbia alctica, alm de longos perodos de recuperao. No voleibol, habilidades tcnicas e tticas, caractersticas antropomtricas e capacidade de rendimento fsico individual so fatores importantes que contribuem para o sucesso competitivo de toda uma equipe. Segundo de Matveev tem sido instrumento de muita controvrsia, com debates centrados em torno de questes como a combinao de cargas e intensidades, as relaes entre treinamentos gerais e especiais e a diviso do ciclo de treinamento em diferentes ciclos. Zakharov (1992), afirma que o processo de preparao desportiva (Macrociclo) decorre em uma seqncia de 3 fases: aquisio, manuteno (estabilizao relativa) e perda temporria.. De acordo com cada fase, o autor distingue ainda o Macrociclo em 3 perodos: Em um estudo com atletas de voleibol feminino, Hakkinen (1993), desenvolveu um programa de treinamento visando duas fases competitivas; para a primeira fase, o treinamento prcompetitivo constou de exerccios com pesos, bem como durante a fase competitiva, apesar do volume reduzido; para a segunda fase competitiva, o volume de preparao com pesos foi reduzido totalmente, bem como durante a fase de competio. Os resultados demonstraram que os treinamentos de fora e de fora explosiva utilizada para a primeira fase competitiva contriburam para um significativo aumento na produo de fora explosiva; enquanto que na segunda fase competitiva foi observado um decrscimo significativo para a fora mxima, bem como para a produo de fora explosiva. Verkhoshanski, adaptado por Oliveira (1998), divide o grande ciclo de preparao em trs blocos:Bloco A- dedicado ativao do mecanismo do processo de preparao e orientao para a especializao morfofuncional do organismo na direo necessria para o trabalho no regime motor especfico. O objetivo principal deste bloco o aumento do potencial motor do atleta, tendo em conta sua excessiva utilizao no exerccio especfico.Bloco B- tem como princpio o desenvolvimento do trabalho de potncia do organismo no regime motor especfico em condies correspondentes aos de competio. Consiste na assimilao da capacidade de utilizar o crescente potencial motor em intensidades igualmente crescentes durante a execuo de exerccios especficos da modalidade.Bloco C- esta etapa prev a concluso do ciclo de treinamento e a passagem do organismo ao mximo nvel de potncia de trabalho no regime motor especfico. O objetivo principal deste bloco consiste na assimilao da capacidade de realizar com a mxima eficcia o potencial motor nas condies do prprio desporto. No quadro complexo do processo de preparao especfica, a rapidez de ao um fator importante no rendimento de jogo; medida que vai se aprofundando a preparao, a ateno deve ser voltada prioritariamente ao desenvolvimento da alta complexidade do desporto (MARTIN et al., 1997). Verkhoshanski (1996) destaca que o mecanismo principal que determina o progresso do desenvolvimento desportivo em um programa de treinamento plurianual est constitudo do contnuo aumento do potencial motor do organismo e do melhoramento da capacidade do atleta em utilizar-se eficientemente das condies prprias da modalidade desportiva. O autor ressalta ainda que a preparao fsica especial no processo de treinamento consiste dos seguintes tpicos:o aumento do nvel da capacidade funcional do organismo;a ativao da transformao morfolgica que constitui a basematerial da adaptao do organismo a um determinado regime motor;a criao da base energtica para o progresso da maestria esportiva. No voleibol, algumas consideraes devem ser descritas sobre a preparao do atleta. Brislin (1997), subdivide o treinamento fsico para o Voleibol de acordo com as seguintes fases:* hipertrofia;* fora;* potncia;* mximo rendimento;* fase de recuperao ativa. Segundo o autor, a fase de hipertrofia est geralmente associada fase de prtemporada. a fase do treinamento que o objetivo est voltado para adaptaes anatmicas nos msculos, no sistema nervoso e nos tecidos associados. Este perodo desenvolve a base para os altos nveis de treinamentos em perodos posteriores. A maioria dos exerccios nesta fase correspondem a um treinamento de fora geral utilizando-se um trabalho com pesos. A segunda fase (fora), compreende o perodo onde o volume de repeties reduzido e a intensidade de cargas significativamente aumentada. Exerccios complexos so adicionados, utilizando-se um trabalho com uma velocidade aumentada com um peso (carga) tambm elevado; o ganho de massa muscular obtido na fase anterior utilizado para um incremento na produo de fora nesta fase. Na fase de potncia, o intuito converter a fora adquirida na fase anterior para os movimentos especficos do voleibol; durante este perodo utilizado em larga escala o mtodo de treinamento com exerccios de fora especial. Durante a fase de mximos rendimentos, o treinamento enfoca principalmente a maximizao da potncia, fora e ganhos metablicos obtidos nas fases anteriores; exerccios especficos so os fatores primrios e fundamentais do treinamento. A fase de manuteno encerra a temporada de preparao; este perodo visa preservar a potncia e a fora desenvolvida durante todo o processo de preparao. A fase de recuperao ativa deve evitar atividades especficas do voleibol e enfatizar cargas de treinamento geral, com intensidades reduzidas. Moura (1988), afirma que a utilizao do contra-movimento em tarefas motoras tem resultado em melhor desempenho do que uma mesma tarefa no precedida desse meio auxiliar. O autor ainda destaca algumas particularidades do mtodo que devem ser observadas:Movimentos curtos e balsticos beneficiam-se particularmente do ciclo excntrico-concntrico do msculo esqueltico ativo;As alturas de plataforma que parecem possibilitar o maior salto vertical subseqente ao salto em profundidade situa-se entre 38 e 48 cm para a mulher e 40 a 66 cm para homens;Desconforto steo-articular e muscular pode acompanhar o treinamento pliomtrico. A fim de evitar isso, importante que os indivduos adquiram um bom nvel de fora previamente;O treinamento pliomtrico deve ser introduzido gradualmente no processo global de treinamento, visando objetivos a mdio e longo prazo;O nmero de sries e repeties deve ser limitado. mais interessante executar relativamente poucos saltos mximos do que um grande nmero de esforos sub-mximos;Para garantir uma boa adaptao ao treinamento importante assegurar intervalos adequados de recuperao entre as repeties e as sries. Platonov (1994), destaca que a estrutura geral de preparao a longo prazo depende dos seguintes fatores:a estrutura da atividade competitiva do desporto e o grau de preparao do atleta que potencialmente poder garantir resultados elevados;uma formao de um desenvolvimento sistematizado e regular dos diversos componentes da maestria desportiva e uma constante evoluo do processo de adaptao do sistema funcional, so fundamentais para o desporto em questo;a caracterstica individual do atleta e o ritmo da maturao biolgica, esto relacionados pr vrios aspectos ao ritmo do desenvolvimento da maestria desportiva;a idade de incio da atividade desportiva e aquela em que o atleta desempenha um nvel de especializao aumentado;o contedo do processo de treinamento, a organizao dos meios e mtodos, a dinmica das cargas, a construo das diversas estruturas organizacionais do processo de treinamento. Tschiene (1990), afirma que as estruturas do processo de preparao deveriam envolver os seguintes aspectos:as teorias da ao humana e as leis da atividade dos mecanismos reguladores;a adaptao biolgica s cargas desportivas de diversos tipos, nas distintas etapas de desenvolvimento dos sistemas;a formao de um sistema de preparao desportiva; a construo de seus modelos cronolgicos e de contedo, de modelos de direo e controle das medidas de treinamento de parmetros permanentes;uma metodologia de treinamento no mbito juvenil que se baseie nas leis da ao concebida como uma totalidade. O autor ainda destaca que a estruturao de um processo eficaz nesta faixa etria deve garantir, a um grande prazo, o contnuo incremento do rendimento, tendo em conta os nveis de resultados que se alcanaro no futuro. Vitasalo (1991), ressalta que a altura de salto vertical uma das caractersticas bsicas do rendimento fsico treinada pelo atleta de voleibol. O autor ainda coloca que o teste Sargent Jump e suas modificaes tm sido amplamente desenvolvidos com o objetivo de se avaliar nveis de fora rpida em atletas de voleibol por determinarem a produo de fora explosiva dos msculos extensores dos membros inferiores e tronco, coordenao do balano de movimentos dos membros superiores e a habilidade para alcanar. Uma produo de fora explosiva da musculatura da parte superior do corpo necessria especialmente para o ataque no voleibol. Ercolessi (1992), destaca que o voleibol um desporto de potncia (fora explosiva) sendo formado pelos componentes fora e velocidade associadas; destaca ainda que o salto - componente fundamental nesta modalidade uma perfeita exemplificao do trabalho de potncia muscular. Em um estudo com atletas de voleibol feminino, Hakkinen (1993), desenvolveu um programa de treinamento visando duas fases competitivas; para a primeira fase, o treinamento pr-competitivo constou de exerccios com pesos, bem como durante a fase competitiva, apesar do volume reduzido; para a segunda fase competitiva, o volume de preparao com pesos foi reduzido totalmente. Os resultados demonstraram que o treinamentos de fora e de fora explosiva utilizada para a primeira fase competitiva contriburam para um significativo aumento na produo de fora explosiva; enquanto que na segunda fase competitiva foi observado um decrscimo significativo para a fora mxima, bem como para a produo de fora explosiva. Em um estudo desenvolvido com atletas de voleibol (feminino e masculino) por Hewett et al. (1996), atravs de um programa de treinamento pliomtrico, com a utilizao de um programa de exerccios com pesos, demonstraram aumentos significativos nos nveis de salto, bem como uma eficincia aumentada na fase de amortecimento dos saltos. Os resultados de um estudo realizado por Newton, Kraemer e Hakkinen (1998), demonstraram que um programa de 8 semanas de treinamento balstico (reativo) com sobrecarga eficiente para a evoluo dos nveis de salto e altura de alcance em atletas de elite de voleibol. Destaca ainda que esses ganhos no rendimento esto associados com aumentos nos nveis de fora mxima, velocidade e nvel de fora durante os saltos. Bompa (2000), afirma que o treinamento com pesos para crianas e jovens proporcionam um baixo risco de leses, e, pelo contrrio, ajudam a prevenir problemas futuros neste sentido. O autor ainda afirma que, os atletas situados na faixa etria entre 15 e 18 anos possuem uma alta capacidade de tolerncia aos treinamentos e competies; os atletas nesta faixa etria que participaram de um processo de preparao a longo prazo desde uma fase anterior a esta, devem iniciar um trabalho de alta especializao e intensificao dos treinamentos.6 METODOLOGIATreinamento Fsico Verkhoshansky (1990) afirmou que a preparao do atleta de nvel intermedirio se diferencia substancialmente da preparao do atleta de nvel superior;que os princpios tradicionais de construo do treinamento possibilitaram desenvolver plenamente o desempenho dos atletas da poca, porm, no so suficientes para atender as exigncias do desporto moderno. A diferena do nvel dos resultados do passado em relao ao presente bastante acentuada e, a utilizao dos princpios tradicionais de organizao e periodizao pode impedir o alcance de resultados elevados. Decorrente das atuais curvas de intensidade e volume o ciclo anual tm um curso praticamente paralelo de elevado nvel. Para compensar o maior volume de treinamento necessrio programar interrupes profilticas, caso contrrio a probabilidade de leses aumenta significativamente. Os aumentos adicionais do volume de participaes em torneios e campeonatos de nvel nacional e internacional, comuns desde as categorias infantis, podem conduzir mais rapidamente para o alto nvel, acelerando o processo natural e progressivo de preparao de muitos anos. A cincia do desporto deve comprometer-se com a construo de modelos e com a definio de critrios cientficos de quantificao das cargas de treinamento propondo concepes mais eficientes em concordncia com as exigncias mecnicas e metablicas das diferentes modalidades desportivas, faixas etrias, sexo, nvel de rendimento e tempo de treinamento. A adoo generalizada dos modelos oriundos do desporto de alto nvel para os desportistas de nvel intermedirio, sem uma reflexo cuidadosa ou uma viso perspectiva de longo prazo pode ser um equvoco irreparvel. Faz-se necessrio direcionar esforos no sentido de se definir diretrizes cientificas da teoria do desporto para jovens, minimizando possveis riscos para a sade e possibilitando o encaminhamento seguro para o desporto de alto nvel. A estrutura da preparao da Seleo Brasileira Juvenil feminina de 2001, seguiu o modelo das cargas concentradas de fora, proposto por Verkhoshansky (1990) e, adaptado por Oliveira (1998). O ciclo anual foi dividido nas etapas A, B e C e nas micro-etapas A1, A2, A3. A etapa A, caracterizou-se pela utilizao das cargas concentradas de fora. A etapa B objetivou o aprimoramento da velocidade das aes motoras especficas, a versatilidade ttica e as adaptaes do metabolismo especfico competitivo. A etapa C visou a manuteno das diferentes capacidades motoras e o aperfeioamento mximo das aes tcnicas e da inteligncia ttica. Foi estabelecido de acordo com o conceito de Modelao da Atividade Desportiva formulado por Verkoshansky (1990) para atletas de alto nvel. Tal estruturao foi adaptada, principalmente a distribuio dos contedos e adequao das cargas de treinamento por tratar-se da categoria juvenil. O ciclo anual constituiu-se de um macro-ciclo desenvolvido entre os meses de Maio e Setembro de 2001, com 18 semanas de durao, dividido em 3 etapas; A, B e C. A etapa A, desenvolveu-se por um perodo de 12 semanas (bloco das cargas concentradas de fora); subdividiu-se em 3 micro-etapas: A1, A2 e A3. A micro-etapa A1 (Anexo VI), (micro-ciclos 1, 2, 3 e 4); caracterizou-se pelas cargas gerais de volumes reduzidos e especiais de volume crescente; os exerccios para aperfeioamento da coordenao das aes motoras do jogo, foram desenvolvidos atravs de formas repetidas e concentradas de elementos tcnicos simples com baixa mobilizao de fora e velocidade, respeitando a estrutura rtmica dos movimentos e suas ligaes (saque-recepo/recepo-passe). A micro-etapa A2 (Anexo VII), (micro-ciclos 5, 6, 7); caracterizou-se pelas cargas de fora de elevado volume (maior volume do macro-ciclo), com introduo do Treinamento Complexo, 3 vezes por semana (exerccios para membros superiores ou inferiores, executados com carga adicional e, em seguida em condies normais ou facilitadas). A forma de exerccios para aperfeioamento dos elementos tcnicos caracterizou-se pelas ligaes mais complexas, como saque/recepo/levantamento/ataque, ataque/bloqueio etc., com maior mobilizao da fora motora; o micro-ciclo 8, caracterizou-se como de recuperao e controle. A micro-etapa A3 (Anexo VIII), (micro-ciclos 9, 10, 11); caracterizou-se pelas cargas de fora de menor volume e maior intensidade. Nesta micro-etapa foram utilizados saltos de profundidade (regime reversivo excntrico/concntrico), duas a trs vezes por semana, com o objetivo de intensificar o nvel de tenso muscular e ativar o sistema neuromuscular, na expectativa de garantir o aperfeioamento dos componentes especficos do esforo explosivo/reativo balstico. Os exerccios tcnicos de coordenao caracterizaram-se por ligaes mais complexas dos fundamentos da modalidade, incluindo o exerccio competitivo propriamente dito. O dcimo segundo micro-ciclo (12), caracterizou-se como de recuperao e controle. A etapa B (Anexo IX), (micro-ciclos, 13, 14, 15); caracterizou-se pelos exerccios de coordenao e tcnica do jogo, realizado com grande velocidade e intensidade, visando o aperfeioamento das aes motoras especficas e a habilidade tcnica/ttica global em condies prximas das situaes de competio. nfase especial foi dada aos exerccios de agilidade e acrobticos; o micro-ciclo (16) caracterizou-se como de recuperao e controle. A etapa C (Anexo X), (micro-ciclo 17); foi estruturada com nfase nos exerccios dirigidos mxima eficincia tcnica das aes motoras e, a inteligncia ttica aproveitando a manifestao pontual do Efeito Posterior Duradouro do Treinamento (EPDT). Para a manuteno do nvel das principais capacidades motoras durante o perodo de competio, utilizou-se exerccios de fora de alta intensidade, curta durao e escasso volume (tonificao do sistema neuromuscular e manuteno dos nveis de fora mxima, rpida e explosiva). A bateria de testes de controle foi subdividida em: fora explosiva de membros inferiores, fora explosiva de membros superiores, velocidade mxima de deslocamento, resistncia abdominal e flexibilidade. A aplicao dos testes ocorreu em 3 momentos no macro-ciclo, ou seja, ao final das micro-etapas A2 e A3 e B. Foi observada a dinmica da alterao da fora explosiva e da velocidade mxima de deslocamento e a manifestao do fenmeno do Efeito Posterior Duradouro do Treinamento(EPDT)decorrente do modelo das cargas concentradas de fora que possa servir como subsdio metodolgico para a estruturao do processo de treinamento.

Testes de controleFora explosiva de membros inferioresImpulso vertical no bloqueio (IVB) -(Anexo XVIII) Incio do teste em posio ereta, ps totalmente apoiados no solo, braos semiflexionados frente do tronco, com ambas as mos na altura dos ombros (posio inicial de bloqueio). A partir de uma semiflexo dos joelhos, a atleta realizou uma rpida transio excntrica/concntrica e saltou o mais verticalmente possvel tocando a rgua com a ponta dos dedos, de ambas as mos previamente marcadas com p de giz. Foram realizadas 3 repeties do salto/bloqueio, sendo considerado como controle a altura mxima de bloqueio. Instrumental: rgua graduada em centmetros, fixada em uma parede a partir de 2,50 metros, edificada sobre uma laje, propiciando a realizao dos movimentos preparatrios em um vo livre.Impulso vertical no ataque (IVA) - (Anexo XVIII) Semelhante ao teste anterior, a atleta fez uma corrida de aproximao com 3 passadas, oblqua parede, com ngulo entre 30 a 45 graus. Aps a chamada nos dois ps, realizou um salto buscando a mxima elevao vertical com o brao dominante.Salto horizontal com as duas pernas -(Anexo XVI) Em p, com as pernas semi-flexionadas, em afastamento lateral pouco maior que a largura dos quadris. A atleta realiza uma impulso horizontal com a ajuda do movimento de braos. A medida feita a partir do ponto mais prximo da linha de sada do salto.Fora Explosiva de Membros SuperioresArremesso de medicine-ball sentada (Ar2b) -(Anexo XV) Sentada no solo com o quadril, dorso e cabea apoiados na parede, pernas estendidas e afastadas (aproximadamente 90 graus); a atleta lanou a medicine-ball de 2 quilogramas com ambas as mos, em uma ao semelhante ao passe de peito do basquetebol, sem balano preliminar, com a mxima extenso dos cotovelos; foi orientado a no perder contacto com a parede durante o lanamento.Arremesso de medicine-ball em p (Ar2P) -(Anexo XV) Em P, com afastamaento lateral das pernas, pouco mais largo que o quadril. A atleta segura o medicine-ball de 2 quilogramas com as duas mos, atrs da cabea e lana sobre a cabea, buscando a maior distancia, podendo utilizar o arco com a coluna.Velocidade mxima de deslocamentoVelocidade/Agilidade (9-3-6-3-9) - (Anexo XIV) Em p atrs da linha de sada (linha de fundo da quadra de voleibol, rea de saque). Ao comando de sua marca, pronto, j, a atleta correu at a linha central divisria da quadra (9 metros), retornou at a linha demarcatria da zona de ataque (3 metros), correu at a linha demarcatria da zona de ataque oposta (6 metros), retornou linha central (3 metros) e correu at a linha de fundo (9 metros) totalizando 30 metros de corrida com a mxima velocidade. Todas as linhas citadas foram tocadas com uma das mos; para melhor orientao da direo de deslocamento o teste foi aplicado prximo a linha lateral da quadra.Velocidade/agilidade (3F) -(Anexo XIV) Foram fixadas no solo 3 faixas paralelas com fita crepe, medindo 1,00 m de comprimento x 0,025 m de largura dispostas a cada 1m medidas a partir da borda externa da fita. A atleta executou 10 deslocamentos laterais (direita/esquerda) no menor tempo possvel, partindo-se daposio ereta, pernas flexionadas com um p de cada lado da linha central. Ao comando de pronto, j, a atleta deslocou-se inicialmentepara a faixa fixada sua esquerda colocando um p para cada lado desta faixa; em seguida retornou a linha central, quando se contou a primeira execuo; realizou a mesma seqncia para o lado direito e assim sucessivamente at completar as 10 execues previstas.Abdominal 1 minuto -(Anexo XIII) Deitada em decbito dorsal, com as pernas semi-flexionadas e os ps apoiados no cho. Braos flexionados e cruzados sobre o peito, com a mo direita tocando o ombro esquerdo e a mo esquerda tocando o ombro direito. A atleta deve realizar flexes abdominais em velocidade, tocando os braos no joelho, sem afasta-los do peito, e tocando as costas no cho. Cada ao de elevao do tronco contada cada vez que a atleta eleva o tronco e toca na coxa. So marcados dois nmeros, o primeiro na passagem de 30 segundos e o numero final.Flexibilidade de Wells -(Anexo XVI) A atleta se posiciona sentada com as pernas estendidas frente e ps unidos e descalos. A uma altura de 25cm, encontra-se uma plataforma onde a atleta coloca os ps por baixo e os apia. A atleta executa uma flexo de tronco, mantendo os dedos indicadores unidos e desliza as mos por esta plataforma milimetrada, onde se afere o valor alcanado. A preparao fsica foi trabalhada sempre no perodo da manh, precedendo a preparao tcnica. A individualizao do trabalho ponto fundamental na preparao de uma equipe e o acompanhamento mdico se faz necessrio em todas as etapas. So importantes as perspectivas que as cargas concentradas de fora e a anlise do nvel de manifestao do fenmeno do Efeito posterior Duradouro de Treinamento (EPDT) possibilita para a proposio de novas estruturas de treinamento de voleibolistas juvenis do sexo feminino. Nas micro etapas de treinamento ( Bloco A1 e A2) utilizou-se como mtodo de treinamento Circuittraining, tal circuito apresenta-se duas vezes na semana, na micro etapa A1(AnexoVI) e uma vez por semana na micro etapa A2 (Anexo VII). Os objetivos so de resistncia muscular localizada aerbia e anaerbia. So realizadas, de 4 a 6 sries em 15 segundos de execuo com 20 segundos de intervalo entre os estgios. Os estgios so em nmero de 11 e esto relacionados no Anexo VI. O repouso entre as sries de 1 minuto e 30 segundos. Nas micro etapas de treinamentos A1 e A2, so realizados saltos diversificados como, saltos de um p para o outro, com os dois ps, tipo r, saltos carpados, salto carpado invertido, ente outros. Na micro etapa de treinamento A2 (Anexo VII) introduzido o Mtodo adaptado,Complexo de Membros Inferiores(MI) e o Mtodo Complexo de Membros Superiores (MS). Tal mtodo consiste na realizao de exerccios sobre carregados seguido de exerccios em condies normais, podendo ser exerccios tcnicos. No Mtodo Complexo MI, a atleta realiza duas sries de agachamento de 3 repeties com 90% da sua carga mxima, em seguida executa 4 sries de 4 repeties de ataques, repouso ativo por 6 minutos e repete toda a srie anterior. No Mtodo Complexo MS, a atleta realiza duas sries de Pullover Quebrado, de 3 repeties com 90% da sua carga mxima. Em seguida executa ataques, somente com o movimento dos braos, utilizando uma punheira de 50 gramas, em quatro sries de cinco repeties. Repouso ativo de seis minutos e executa novamente a mesma srie com o Pullover reto. Na micro etapa A3 (Anexo VIII), existe a reduo da freqncia semanal dos Mtodos Complexos MI e MS, sendo assim realizados uma vez por semana. Neste momento da preparao inicia-se um trabalho mais especifico de saltos em profundidade com um volume mximo de 40 saltos por unidade, com uma variao da altura do salto de 40 a 50cm, pausa entre as sries de saltos de 2 (dois) minutos. O trabalho de saltos em profundidade teve uma freqncia de duas vezes na semana(Anexo VIII). Outra caracterstica da micro etapa A3, a introduo do Circuito Especial. O Circuito Especial composto de seis estaes sendo quatro com gestos tcnicos do voleibol e duas de exerccios localizados. Os estgios so: ataque, a atleta realiza ataques consecutivos, com o levantamento efetuado pelo tcnico (ou companheira), procurando a cada queda recuar at o limite da zona de ataque para retornar e realizar o prximo ataque, e assim sucessivamente; abdomem, exerccios para fortalecimento da musculatura abdominal, com variaes para os diferentes grupos musculares; rolamento, a atleta realiza uma seqncia de rolamentos alternados, direita e esquerda. O tcnico (ou companheira) lana as bolas objetivando uma velocidade grande na retomada da posio de partida para a prxima ao; dorsal, exerccios para a musculatura dorsal, com variaes de posicionamentos; bloqueio, a atleta realiza bloqueios consecutivos, (de bolas atacadas pelo tcnico ou companheira) sempre com pequenos deslocamentos laterais; defesa, a atleta realiza aes de defesa de bolas atacadas pelo tcnico (ou companheira). Procura-se alternar a direo e a fora destes ataques. O tempo de execuo de 10 (dez segundos) e o de repouso de 15(quinze segundos), sendo realizadas de 4 (quatro) a 6 (seis) sries. Toda a execuo dos exerccios feita em velocidade mxima. Na etapa B (Anexo IX), no se executa mais os trabalhos de Mtodos Complexos MS e MI, enfatizando a velocidade incluindo-se as Rotinas, sries de movimentos relacionados com as aes de jogo. Com um tempo de execuo de tais rotinas entre 12 e 15 segundos, com o mximo de velocidade. Nesta etapa da preparao, a equipe j se encontra em condies de velocidade e potncia muscular, para a realizao de jogos amistosos e dar-se nfase ao treinamento ttico mais intenso. Na etapa C (Anexo X), a adequao s condies de competio e as necessidades individuais das atletas, so as prioridades. De acordo com o calendrio de jogos e efetiva participao de cada atleta nas partidas realizadas. Acredita-se que a carga diria de cada atleta de ser considerada e controlar-se para que a mesma no seja inferior nem superior a necessidade de cada atleta. H de se ressaltar que seguindo tal metodologia o grupo apresentou tima condio de jogo. O controle das cargas de treinamentos em conjunto entre, tcnicos, preparador fsico e departamento medico, proporciona uma maior segurana da preservao da qualidade fsica das atletas. No se apresentou problemas graves de ordem fsico, o grupo trabalhou sempre prximo ao seu limite e a recuperao fisioterpica, quando necessria, foi realizada sem a necessidade de afastamentos de treinamentos.Treinamento das Habilidades Especificas do VoleibolSaqueNo incio da prtica do voleibol em nosso pas, a finalidade do sacador era apenas colocar a bola em jogo. At a dcada de 80 no existia uma preocupao efetiva com a utilizao do saque e muito menos com o treinamento especfico para este fundamento. Com as mudanas das regras e a evoluo do treinamento, o saque, que era uma arma importante na estratgia de jogo, passou a ser ainda mais valiosa para uma equipe. A variao da calibragem e do tamanho da bola, que em 1984 era de 0,48 a 0,52 Kg/cm2 (REGRAS, 1984; 1996) e hoje era varia de 0,40 a 0,45 Kg/cm2 e a circunferncia que era de 65 a 67 cm hoje de 65 a 68 cm , influenciaram na velocidade do jogo. Uma importante mudana nas regras atuais, (REGRAS,1996) permite que o sacador utilize os nove metros da largura da quadra para efetuar seu saque, isto permite uma mudana significativa nas tticas de saque e de recepo do saque. Por exemplo, uma alternncia maior do ponto de partida do saque, visto que o espao agora de nove metros para o sacador. Na recepo a necessidade muitas vezes da incluso de um terceiro ou um quarto passador, para inutilizar a fora do saque e a modificao do posicionamento quando o sacador varia o ponto de partida do saque. Procurou-se neste trabalho desenvolver o saque em todos os seus aspectos: tcnico, estilo, domnio, regularidade, fora, preciso, variao de trajetria da bola, ttico com variao de estilos, estratgia, relao com o ataque adversrio, liberdade de deciso do atleta, variao da distancia e ponto de partida do saque. O gesto deve ser executado na busca da proficincia do desempenho, isto , mxima certeza de alcance de meta, com o mnimo gasto de energia.Treinamento da tcnica Dentro do trabalho tcnico, procurou-se desenvolver em cada atleta uma melhora da tcnica, respeitando o padro motor e o tipo de saque que a atleta j executa. Aproveitando seu estilo, estabeleceu-se uma relao de regularidade do gesto e quando possvel, uma variao do tipo de trajetrias das bolas sacadas. Cada atleta se adapta a uma situao ensinada, baseada nos seus padres motores. No treinamento de domnio, trabalhou-se com alvos na quadra adversria, dividindo a quadra em 9 zonas de 9 metros quadrados. O controle da altura da trajetria do saque e da velocidade da bola, onde preferencialmente trabalhvamos com elsticos estendidos sobre a rede, alterando a altura em que a bola deveria ser enviada para a quadra adversria. Nos treinamentos estabelecia-se objetivos a serem alcanados quanto a eficincia dos mesmos. A freqncia do trabalho de saque era diria, todas as manhs eram executado um trabalho especifico deste fundamento, nos Blocos A2, A3 e B, com as variaes necessrias tticas ou tcnicas. Fator fundamental o controle das cargas de trabalho. O saque um fundamento que alm dos demais segmentos do corpo, exige muito dos membros superiores. Uma preocupao constante foi o volume do trabalho, baseado em sries de repeties, uma atleta deveria executar no mximo 10 (dez) saques dentro de uma srie, e dar um intervalo de recuperao em torno de dois minutos entre as sries. Outra exigncia foi a realizao de alongamentos especficos entre as sries, proporcionando uma proteo ainda maior da articulao do ombro e dos msculos exigidos no gesto tcnico. Evidentemente, durante tais exerccios no se objetivava o aumento da flexibilidade, mas relaxar e alongar os msculos.Treinamento ttico Opta-se muito pela variao ttica, no voleibol moderno, principalmente numa equipe com um bom controle de saque, das sacadoras. Esta afirmao encontra justificativa em Paolini (2001, p. 22), onde diz: O saque condiciona os outros fundamentos de ponto como bloqueio e defesa, e por conseqncia uma melhor organizao nos contra-ataques. As tticas de saque variam de jogo para jogo e muitas vezes, at mesmo dentro de um set. Uma equipe levada a alterar a ttica pr-estabelecida, as vezes por adaptao do adversrio ao tipo de saque que estava sendo utilizado, as vezes por necessidade de provocar o levantamento adversrio para determinada jogadora. Avalle (1998) acentua que a ttica um instrumento pelo qual um atleta pode administrar quando utilizar a tcnica. O saque uma arma de ataque que no pode ser desprezada. Os treinamentos, que devem ser especficos e variados, para facilitar no momento do jogo, o seguimento das orientaes tticas previamente estabelecidas pelo treinador. Nesse fundamento, o atleta deve ter a conscincia de quais seriam as causas e efeitos de sua ao, ou seja, conhecer o jogo como um todo e que sempre existir uma relao de continuidade da sua ao. Sendo o saque um fundamento do Voleibol que apresenta a menor motivao para ser treinado, uma preocupao exatamente com os fatores motivacionais que tem varias influencias e que contribuem para seu melhoramento, dois aspectos de carter geral e de absoluta importncia: A criatividade (tpica das crianas) que caracteriza cada indivduo e o diferencia dos outros, e o stress (tpico de adultos), que normalmente o acompanha em desporto de alto nvel, exatamente porque jogar uma bola sobre o placar de zero a zero no a mesma coisa que joga-lo no quatorze a quatorze do quinto set. preciso salientar que, nossa proposta o ensino do Voleibol pela ttica e pela compreenso do todo do jogo, a liberdade de mudanas pode, muitas vezes, deixar o jogo mais fcil. Autonomia e versatilidade so dois fatores desejveis em atletas de alto rendimento. No momento em que a pontuao do set evolui, pressiona e intimida a atleta, que se espera a sua criatividade. Em uma primeira abordagem a ateno fazer com que as atletas percebam o jogo, em seguida a tomada de deciso sobre o que fazer e finalmente o como fazer. Esta metodologia acompanhou o trabalho em todos os fundamentos. O que fazer intimamente relacionado com o pensamento da atleta e o como fazer o controle do seu gesto tcnico.Recepo O jogo elemento central na aprendizagem, dever por isso estar sempre presente em cada faixa etria no treinamento e ser organizado de modo tal, que todos os que participam devem tocar na bola o maior nmero possvel de vezes. A recepo do saque durante o treinamento um dos pontos de maior ateno. O Voleibol do Brasil carente de atletas que o executem a recepo permanecendo em boas condies de equilbrio para realizar um ataque, tambm pela representao que tem o fundamento na continuidade e na organizao do jogo. Em minha carreira no busquei executar coisas muito novas, mas insisti em fazer bem as coisas de sempre. A perfeio do gesto tcnico no esta na biomecnica perfeita para a ao, mas na sua adaptao ao momento e as variaes do jogo, ou seja, para cada situao teremos o gesto certo. Sendo o Voleibol um desporto de situao, a manchete para recepo do saque, representa exatamente o que foi dito anteriormente. Deve-se aos jovens, escolher o que ensinar, a este ponto deve-se especializar mais ou menos um jogador, escolhendo a prioridade a ensinar. O mtodo global de treinamento objetiva recriar situaes tal e qual aquela dos jogos, se faz, que no para treinar a equipe, mas para treinar melhor e mais veloz todas as tcnicas do voleibol. Ele permite ao jogador reconhecer imediatamente durante o jogo, as situaes treinadas durante a semana. A teoria do treinamento global, todavia tem um grave erro, isto , se comea a treinar uma situao de jogo e se transgride nos problemas tcnicos. Sobretudo na sua correo, ou quando se corrige, se arrisca faze-lo somente em situao analtica.Treinamento da tcnica O recebedor deve ter como caracterstica uma boa superfcie de apoio, a maior possvel, executa-se trabalhos utilizando como recurso a parede. A atleta se posiciona diante de uma parede de superfcie plana e realiza a manchete, com alternncia de altura da bola, distancia da parede e velocidade da bola. Estes trabalhos eram realizados na freqncia de trs vezes por semana no Bloco A1 (Anexo VI), e duas vezes por semana no Bloco A2 (Anexo VII). O problema na recepo de saque no tanto pelo deslocamento, mas sim entender ou avaliar bem, aonde vai a bola, desta forma dedica-se um trabalho especfico para a avaliao de trajetria de saque. As variaes so executadas primeiro com o saque dos treinadores, em distancias alternadas, em planos superiores e em velocidade alternadas, e em outro momento com o saque das prprias atletas. Na correo da tcnica no se deve treinar todos os jogadores da mesma maneira. A individualizao do treinamento faz-se necessria e os exerccios devem apresentar graus de dificuldades diferentes para cada atleta. A aprendizagem dos desportos tem acontecido, na sua grande maioria, pela repetio de gestos tcnicos e copias de treinamento de equipes adultas. Bfero (1996, p.26) diz que: A maioria das escolas de voleibol, fundamentadas na cultura do voleibol brasileiro, proclamam que saber voleibol jogar como se joga no alto nvel. Nossa preocupao foi a adaptao dos exerccios para cada situao de jogo, e no com a repetio dos gestos isolados, a variedade de estmulos deve ser feita durante cada sesso de treinamento. Vrios artigos publicados no peridico Journal of Physical Education Recreation and Dance (JOPERD, 1996), revelam a aprendizagem dos jogos/esportes, por meio da compreenso deles e no da pura e simples repetio. Afirmam que a repetio pura no serve para resolver um problema criado num jogo, pois a atleta s executa movimentos predeterminados. A funo de um treinador de jovens atletas, aquele de dar o nmero maior de informaes possveis, para propiciar a atleta, uma gama cada vez maior de atitudes motoras, representando assim uma forma de evoluo.Treinamento ttico A base de uma boa recepo do saque, muitas vezes no est na qualidade tcnica das atletas que fazem parte da recepo, mas de uma boa estrutura ttica. Preocupa-se em primeiro lugar, como definir as atletas que fariam parte desta estrutura, observando os seguintes aspectos: qualidade tcnica da execuo da manchete, condies de adaptao ao esquema ttico proposto, coragem, qualidade de deslocamentos. A proposta foi de utilizarmos a estrutura de trs passadoras nas seis posies. Nossas passadoras seriam as jogadoras atacantes de ponta e a Libero, tendo como opo a jogadora oposta para algumas situaes de jogo. A recepo com quatro atletas seria utilizada quando, nosso adversrio utilizasse um saque em salto (tipo viagem) com fora e eficincia. Nos treinamentos tcnicos foram treinadas alem da parte tcnica a relao entre as jogadoras da posio 6 e 1 e das posies 6 e 5, alternando as atletas. As novas tticas de saque (saque partindo de qualquer ponto de fundo quadra) a partir de 1996 promoveram uma grande alterao no sistema de recepo. Muitas vezes o jogador que executa a recepo dever atacar do fundo. Numa mesma sesso de treinamento a recepo deve ser treinada de forma variada, para que haja uma boa adaptao das atletas as situaes solicitadas no jogo. A atleta deve realizar gestos que sero aplicados no jogo, na seqncia do jogo, tomando decises nos momentos adequados. Treinamentos devem ser realizados prevendo estas situaes, tais como jogos de 1 x 1, atacante de fundo contra atacante de fundo aps a recepo, obrigando a efetivao do ataque, independente do tipo de saque aplicado pelo adversrio. A qualidade da recepo definir a possibilidade do primeiro ataque da equipe e a velocidade do jogo. No perodo da tarde os treinamentos foram dirigidos para esta relao, ou seja, o treinamento das situaes de jogo, com jogos combinados, exerccios que proporcionam situaes imprevistas e situaes preestabelecidas de jogo. O ajuste da recepo dependendo da colocao do sacador adversrio, e do tipo de saque, deve ser treinada em situaes de continuidade de jogo. Uma das formas que podemos utilizar so os exerccios em forma de competio. Exemplo: Saque e Recepo 3 contra 3; duas equipes sendo uma em recepo e outra em saque. A equipe que saca efetua 20 saques, a pontuao para a equipe que recebe feita a cada recepo perfeita ou a cada erro de saque do adversrio, perdendo um ponto a cada ace do adversrio. Aps os 20 saques, troca-se de funo, passando a equipe que sacou a receber e vice e verso. Vence o jogo, aquele que realizar maior numero de pontos em melhor de 5 sets. No Anexo XXII, Campeonato Mundial Juvenil, apresenta-se situaes de jogo, onde a ttica de recepo foi modificada em funo da eficincia do saque adversrio. Optou-se pela incluso da jogadora de sada de rede (oposta a levantadora) para receber o saque da equipe da Repblica Theca, pois estas estavam dirigindo o saque nas nossas jogadoras de ponta. Esta ttica de saque estava atrasando o ataque e com tal mudana retomamos o controle do jogo.Levantamento Quanto funo da levantadora temos a convico que a maioria dos treinadores e pessoas relacionadas com o Voleibol, concordam que sem duvida a funo mais importante e significativa dentro do voleibol moderno; a jogadora que toca na bola em todas ou na maioria das aes de ataque de uma equipe, dele parte o jogo e a imprevisibilidade, que uma qualidade indispensvel para uma boa levantadora (sobretudo na fase de recepo de saque). A levantadora deve ser aquela atleta que tem o maior controle do jogo, deve raciocinar em funo do momento da sua equipe e de suas companheiras em campo. Dentro da filosofia do seu tcnico deve executar estratgias regulares, e eficientes, preocupando-se em no repeti-las com freqncia, dificultando assim as aes dos adversrios. O jogo da levantadora, antes de ser preciso, deve ser contra o bloqueio do adversrio, mais precisamente contra a bloqueadora central adversria, limitando ao mximo as suas aes de bloqueios duplos ou triplos.Treinamento da tcnica A dedicao ao trabalho tcnico das levantadoras da equipe ocorreu em uma freqncia diria nos Blocos A1 e A2, sendo que no Bloco A3 (etapas de treinamentos). O treinamento tcnico foi executado no somente individualizado, como tambm junto com o ttico, em situaes de jogo propriamente dito. Para o posicionamento das mos, utilizamos como recurso, a bola de medicineball de 3, 4 e 5 quilos, e tambm as bolas especiais para treinamento de toques. Com o fortalecimento da musculatura que compem todo o tronco, acredita-se proporciona a levantadora uma condio melhor de coordenao e preciso no levantamento. Em relao aos deslocamentos, utilizou-se treinamento variado que obrigaram a atleta a aproximar-se da bola em situaes de dificuldade, ou seja, aumentando as distncias e alternando as posies de sada para o deslocamento. A velocidade de deslocamento de uma levantadora pode definir a boa qualidade de seu levantamento e aumentar as possibilidades de escolha ttica. A quantidade de levantamentos executados em uma sesso de treinamento, no foi necessariamente uma preocupao para o treinamento. O raciocnio baseou-se na qualidade dos movimentos que estava sendo treinado e no no nmero de repeties. No treinamento tcnico, com a preciso em levantamentos que seriam utilizados, o numero de repetio era controlado de acordo com a etapa de treinamento. No ultrapassar os limites da atleta, para a preservao de sua integridade fsica.Treinamento ttico A ttica de jogo de uma levantadora pode ser definida como a procura constante da soluo ideal para cada ao de jogo. Acredita-se que a primeira regra de uma ttica de jogo, prev o levantamento preciso sem ser antecipado pelas bloqueadoras, e para tal situao procura-se executar treinamentos onde as levantadoras sejam obrigadas a observar a ao da bloqueadora central adversria para efetuar o levantamento. Outra situao onde a escolha do levantamento feita somente em inverses, ou seja, sempre utilizando como opo a maior distancia. Como a ttica de jogo de uma boa levantadora deve basear-se na avaliao das caractersticas da equipe adversria e da sua prpria equipe, a ateno do treinador direcionada para desenvolver nas levantadoras uma condio de avaliao de jogo. Neste sentido utilizou-se a apresentao para as levantadoras, de diversas partidas, onde as mesmas deveriam avaliar as caractersticas destas equipes, para que aprendessem a diagnosticar aspectos que definem a estratgia de jogo destas equipes. A definio ttica da equipe do Brasil foi discutida com as atletas e principalmente com as levantadoras. Tais escolhas foram divididas em duas situaes: as situaes que seriam nosso padro por posies e as que seriam utilizadas de acordo com as caractersticas de nossos adversrios. O treinamento foi executado em situaes isoladas de cada tipo de bola de ataque de nossas atletas e em um segundo momento na combinao de dois ou trs tipos de ataques (fintas). O voleibol moderno exige uma variao muito grande dos tipos de ataque. Nossa preocupao era a de utilizar com uma freqncia maior as atacantes da zona de defesa (ataques de fundo) e esta adaptao se fazia necessria. O treinamento foi executado utilizando at como forma de aquecimento, jogos somente com ataques de fundo, e treinamentos especficos com cada atacante e as levantadoras.Ataque A importncia do ataque no jogo de voleibol quase unnime na opinio de todas as pessoas relacionadas com o desporto. At os anos 70, os ataques eram dentro de um padro de fora e inclusive de gesto tcnico, como por exemplo, o apoio dos ps para o salto era feito de forma simultnea e com ps paralelos. Nos jogos olmpicos de Munique,1972 os japoneses e alemes comearam a demonstrar outros tipos de corrida e de saltos, como o salto em um p. A quebra deste padro passou a caracterizar a individualizao do gesto, onde cada atleta se adapta as suas caractersticas. Deve-se trabalhar o ataque em todas as suas fases, trabalho este, que seguindo os padres motores da idade (17 a 19 anos), utilizando tanto o mtodo analtico como o global. Ivoilov (1986), afirma que o ataque dividido somente em quatro etapas: corrida de aproximao, o salto, o golpe propriamente dito e a aterrissagem. O autor ainda completa que a corrida de aproximao se divide em trs micro-fases:inicial, central e final, ponto em que concordamos e para os quais devemos dar nfase nos treinamentosTreinamento da tcnica No trabalho tcnico de ataque, procurou-se antes de tudo um domnio do fundamento no que diz respeito principalmente ao encaixe (golpe na bola), e na manualidade (controle e variao do pulso na ao de ataque). Deu-se muita nfase ao controle e variao do pulso no momento do ataque, trabalhando com uma freqncia diria esta fase do fundamento. Entende-se que uma atleta que possua controle de direo e fora na execuo do ataque pode facilitar as aes defensivas de sua equipe, no caso de no conseguir efetuar o ponto direto. A fase da corrida de aproximao define uma boa condio a atleta, de efetuar um ataque vencedor. A avaliao da trajetria da bola levantada e o tempo de sada, so momentos que devem ser treinados com muito rigor e com muitas variaes. Para tal fase utilizam-se recursos como, auto levantamento (a atleta executa o lanamento da bola para si mesma e efetua o ataque), ataques com levantamentos de alturas variadas, ataques com bolas levantadas a partir da zona de defesa, etc. Na fase do golpe propriamente dito, procurou-se no estabelecer um padro de posicionamento dos braos, ou seja, trabalha-se com atletas, respeitando o padro de movimento adquirido por ela. No Brasil temos treinadores que desenvolvem diferentes trabalhos no que diz respeito ao brao de ataque. Dois tipos de modelo de gesto tcnico para preparao do brao de ataque: um com o cotovelo atrs na altura do ombro e outro com o cotovelo alto e mos atrs da cabea, acredita-se que o gesto primeiro possibilite aos atletas melhores condies de realizar o ataque, porm ressalta-se a importncia em respeitar a individualidade de cada atleta. Procurou-se dentro deste padro aperfeioar e tornar eficaz o ataque, trabalhando com recursos tcnicos para cada atleta. A fase de aterrissagem uma fase que normalmente no treinada de forma mais detalhada. Acredita-se que esta fase que coloca o atleta em condies de contra atacar com maior eficincia. Uma boa aterrissagem propicia ao atacante uma retomada de posicionamento para executar um novo ataque ou mesmo uma ao de bloqueio, em condio de equilbrio e controle do jogo.A queda deve ser feita com os dois ps e buscando o equilbrio do corpo, atravs de um bom controle abdominal e de semiflexo dos joelhos. Trabalhou-se com situaes especificas, como por exemplo: a atleta realiza um ataque e aps a queda o treinador lana uma bola pala ela mesma passar e contra-atacar. O movimento dos braos no ataque, so de fcil interpretao pelas bloqueadoras, torna-se necessrio definir tcnicas para usar contra o bloqueio simples, duplo ou triplo. Utilizou-se varias formas, que a seguir apresentamos: Ataque na mo de fora do bloqueador de extremidade, como recurso contra um bloqueio defensivo ou mais alto que o atacante. Ataque na mo de fora do bloqueador central, como recurso contra um bom posicionamento da defesa e um bloqueador central que mantm o brao externo afastado da rede. Ataque alto, nos dedos da bloqueadora, tanto de extremidade como central, como recurso para bolas levantadas altas, que propiciem ao bloqueio tempo necessrio para se equilibrar. Largadas como recurso de quebra de ritmo da defesa e do bloqueio. Ataque fora da zona de bloqueio, buscando a defesa adversria e principalmente contra aes de bloqueio simples. Finalmente a alternncia de fora no ataque como arma poderosa contra a defesa adversria.Treinamento ttico A necessidade em surpreender o bloqueio adversrio e a criao de recursos tcnicos nos atacantes levou alguns treinadores a preocupar-se com diferentes elementos. Delgado (1998) define dois aspectos no ataque, a criatividade e a tcnica mais a potncia. Entende-se que a potncia utilizada no no momento certo e no lugar certo, pode colocar uma ao de ataque em situao desfavorvel. Preocupa-se atualmente em dar liberdade ao atleta (tomada de deciso), para que o mesmo desenvolva sua criatividade durante uma sesso de treinamento e conseqentemente durante uma partida. A criatividade em um atacante deve ser desenvolvida de diversas formas, como, por exemplo, criando jogos de ataque contra bloqueio, ataque contra defesa, ataque contra bloqueio e defesa. Desta forma as regras estabelecidas para o atacante so duas, a bola deve ser atacada no cho adversrio ou explorando o bloqueio (bola que toca o bloqueio e cai). Como variaes tticas desenvolvemos movimentaes que provocam, no sistema defensivo do adversrio, instabilidade e que no tenham a possibilidade de antecipar nossas aes. Utilizou-se o treinamento das fintas (jogadas combinadas com a participao de dois ou mais atacantes). O treinamento foi dividido em partes, primeiro o tipo de bola que o atleta numero um ir executar, e depois os tipos de bola do segundo atleta e assim por diante. A combinao destes tipos de ataques foram treinadas juntas, em um primeiro momento isolado do jogo e em um segundo momento em situaes de jogo. Ponto importante neste tipo de ao o sincronismo e avelocidade de execuo. Utilizou-se vrios tipos de combinaes (fintas).Jogada 1- Pela posio 4, com a atleta da posio 4 (P4) e a atleta da posio 3 (P3), atleta P3 ataca uma bola de trajetria rpida (chutada de meio) e a P4 ataca uma bola mais curta entre a levantadora e a central (Between).Jogada 2 -Pela posio 4, com a atleta P3 na mesma bola anterior e a atleta P4 em uma bola de trajetria mais alta, atrs da P3 (volta da Between).Jogada 3- Pela posio 4, a atleta P3 ataca uma bola rpida prxima antena (chutada de ponta) e a atleta P4 ataca uma bola baixa, prxima da levantadora.Jogada 4- Pela posio 4, atleta P3 ataca uma bola de trajetria rpida a mais ou menos 3 metros da levantadora (chutada de meio), e a atleta P3 ataca uma bola de trajetria rpida a mais ou menos 5 metros da levantadora (chutada de ponta).Jogada 5 -Pela posio 2, atleta P3 ataca uma bola de trajetria rpida na posio 2, salto com um p (China) e a atleta da posio 2 (P2) ataca uma bola rpida, entre a levantadora e a atleta P3.Jogada 6- Pela posio 2, a atleta P2 ataca uma bola rpida prxima levantadora (tempo costas), a atleta P3 ataca uma bola atrs da atleta P2.Jogada 7- Pela posio 2, a atleta P3 ataca uma bola rpida na posio 2(China), a atleta P2 ataca uma bola frente da levantadora.Jogada 8 -Pela posio 3, a atleta P3 ataca uma bola rpida prxima levantadora (tempo frente), a atleta P2 ataca uma bola pouco mais alta atrs da atleta P3 ( Dismico).Jogada 9- Pela posio 3, a atleta P3 ataca uma bola rpida prxima levantadora (tempo frente), a atleta P2 faz a variao da jogada anterior, atacando a bola na posio 2 atrs da levantadora(volta da dismico)Jogada 10 -Pela posio 1 (P1), a atleta da posio 1 ataca uma bola atrs da levantadora, saltando do fundo da quadra (bola de fundo).Jogada 11 -Combinao da atleta da posio 3 com a atleta da posio 1. A atleta P3 ataca uma chutada de meio, e a atleta P1 ataca uma bola de fundo.Jogada 12 -Combinao da atleta da posio 3 (P3) com a atleta da posio 6 (P6). A atleta P3 ataca uma bola de tempo costas e a atleta P6 ataca uma bola de fundo pela posio 6Jogada 13 -Combinao da atleta da posio 3 (P3) com a atleta da posio 6 (P6). A atleta P3 ataca uma bola chutada de meio e a atleta P6ataca uma bola de fundo da posio 6.Jogada 14 -Combinao da atleta da posio 3 (P3) com a atleta da posio 1 (P1). A atleta P3 ataca uma bola rpida atrs da levantadora (tempo costas) e a atleta P1 ataca uma bola da posio intermediaria 1 e 6.As fintas individuais devem ser trabalhadas de acordo com as caractersticas de cada jogadora. A utilizao destas fintas ponto importante, porque facilita a ao e a eficincia do ataque e dificulta a ao do bloqueio adversrio. Uma grande variao na corrida de aproximao para o ataque provoca na equipe adversria uma indefinio de onde e como ser executado o ataque. Entende-se que o sistema ofensivo deve ser trabalhado de forma diferenciada. Primeiro ataque, aes de ataque realizadas aps a recepo de saque e Contra ataques, aes realizadas aps a realizao de uma defesa. So situaes com muitas diferenas, entre elas que em um primeiro ataque a ao anterior foi realizada pela atleta que realizou a recepo e as demais esto j prontas para o ataque, e na situao de contra ataque a grande dificuldade a forca e direo do ataque adversrio e a sada para o contra-ataque em uma situao de desequilbrio. Ela vem aps uma ao de bloqueio ou de uma ao de defesa. A combatividade uma outra caracterstica que fundamental para uma boa atacante. A atacante deve alterna seus golpes em direo e em variao da fora em todas as suas aes. Esta combatividade deve ser incentivada pelos tcnicos, provocando nos treinamentos situaes de competio entre seus atletas. Faz-se este tipo de treinamento com jogos de ataque contra defesa e ataque contra bloqueio. Importante a pontuao nestes jogos, de forma que exista sempre um desafio a ser vencido.Bloqueio O bloqueio considerado por alguns estudiosos como um dos fundamentos mais fceis de serem aprendidos (BIZZOCCHI, 2000), afirmao que discordamos. Com a evoluo do ataque no voleibol, a participao do bloqueio no jogo passou a ser mais e mais efetiva. Somente em 1961 houve a permisso da invaso do bloqueio quadra adversria e na dcada de 70 a introduo das antenas limitou o espao para o ataque e, por conseguinte o do bloqueio. Porm naquele momento o bloqueio era considerado um toque e somente em 1976 passou a no ser contado como um contato. A velocidade do jogo mudou e a utilizao de 4 atacantes hoje uma realidade do voleibol moderno, criando ainda mais dificuldade para as atletas conseguirem uma atuao que converta em pontos para sua equipe. Por estes e outros motivos que consideramos que o bloqueio um fundamento complexo e de difcil aprendizado. A bloqueadora precisa analisar vrios aspectos, como, qualidade da recepo adversria, caractersticas da levantadora, tipo de levantamento, corrida da atacante, caracterstica da atacante, altura de alcance da atacante, fora aplicada pela atacante, quem a bloqueadora que compe o bloqueio com ela, tempo de salto ideal, equilbrio, posicionamento. Com a introduo do Rally Point Sistem (RPS, 1998), valoriza-se mais ainda o significado das tticas de bloqueio, obrigando as equipes a utilizar um saque mais forado para dificultar as aes das bloqueadoras. Acredita-se que como nas outras habilidades especificas do voleibol, ou fundamentos, o treinamento executado pela Pratica Intercalada, proporciona uma fixao maior deste fundamento em nossas atletas.Treinamento da tcnica O conceito que guia o bloqueio no voleibol moderno consiste na atuao de uma srie de funes individuais, tais como: escolha do sistema ttico do bloqueio a ser utilizado, comunicao com a defesa, posicionamento e tempo de salto e finalmente a administrao do tipo de plano de mos e braos (defensivo ou ofensivo). Utilize-se como treinamento do gesto tcnico do bloqueio formas de trabalho conhecido como Prtica Concentrada, onde o atleta executa vrias tentativas relativas ao fundamento tcnico, para depois passar a executar o outro fundamento. Em proporo muito maior utilizou-se tambm utilizada a Prtica Intercalada, onde os fundamentos so executados de forma misturada, sem se deter somente em um fundamento. Partindo da primeira forma (Prtica Concentrada), os treinamentos foram realizados com as fases especificas do bloqueio, onde se preocupa com o nmero de repeties e a qualidade das execues. Para os treinamentos trabalha-se dividindo em duas partes gerais, ou seja, os gestos referentes aos membros inferiores (deslocamentos e saltos) e os gestos referentes aos membros superiores (invaso e plano de apoio). Nos gestos referentes aos membros inferiores encontram-se as passadas. A coordenao dos membros inferiores de fundamental importncia para um bom desempenho das variaes de passadas. Acredita-se que a atleta deve ser capaz de executar todos os tipos e variaes das passadas. Respeita-se, porm, sua caracterstica quando da definio de qual passada ser utilizada para cada situao. Os treinamentos so desenvolvidos de modo que as atletas executem os deslocamentos partindo das duas extremidades e do centro da quadra. Definiu-se os tipos de passadas em trs padres: passada lateral, passada cruzada (com duas variaes: cruzada, lateral e fechamento, e lateral, cruzada e fechamento), e finalmente a passada com corrida lateral. atacante, fora aplicada pela atacante, quem a bloqueadora que compe o bloqueio com ela, tempo de salto ideal, equilbrio, posicionamento. Com a introduo do Rally Point Sistem (RPS, 1998), valoriza-se mais ainda o significado das tticas de bloqueio, obrigando as equipes a utilizar um saque mais forado para dificultar as aes das bloqueadoras. Acredita-se que como nas outras habilidades especificas do voleibol, ou fundamentos, o treinamento executado pela Pratica Intercalada, proporciona uma fixao maior deste fundamento em nossas atletas.Treinamento tticoO bloqueio tem uma relao com a qualidade do saque. Portanto ostreinamentos tticos de bloqueio devem ser executados, tambm em conjunto com osaque, pois assim a jogadora pode avaliar a partir da recepo adversria, a condio dalevantadora e qual atacante receber a bola para efetuar o ataque. Este trabalho debloqueio utilizando a direo e a eficincia do saque de suma importncia para umbom entendimento das bloqueadoras, de como tomar as decises nas diversas situaesde jogo.Defesa A defesa no voleibol teve uma grande evoluo, onde muito se discute que houve uma queda acentuada na qualidade do gesto tcnico. As primeiras defesas no voleibol eram feitas apenas de toque por cima, ou mesmo com as mos espalmadas, porm com o aumento da fora de ataques, foi necessrio uma postura diferente e mais apropriada. Com a mudana das regras o voleibol moderno passou a se permitir a utilizao de todo o corpo par a execuo de uma defesa, inclusive os dois toques simultneos. Para um jogador possuir uma boa qualidade de defesa, sua caracterstica ligada ao carter, isto um defensor deve querer defender antes mesmo de ser um exmio executante da tcnica de defesa. Um bom defensor deve ser combativo, tenaz, determinado e sobretudo querer defender. No voleibol moderno as adaptaes de posicionamentos para se defender uma bola atacada pelo adversrio, faz com que a atleta possua uma boa coordenao de movimentos e uma boa interpretao da ao da atleta adversria. Existiu nos ltimos anos uma evoluo muito grande no que diz respeito a analise do jogo. A introduo em 1984, pelos Estados Unidos, da estatstica no voleibol feita atravs de analises computadorizadas, colaboraram para uma ainda maior adaptao da defesa e sua evoluo.Treinamento da tcnica O treinamento da tcnica de defesa exige da atleta uma ateno especial em no se limitar a defender somente em uma determinada zona do campo. A tcnica de defesa diferenciada de acordo com o posicionamento que a atleta se encontra durante o jogo. Uma tcnica de defesa para a atleta que esta posicionada, a zona 1 (defesa direita) pode ser com a perna direita ligeiramente frente, para ataques vindos da zona 4 (ataque esquerdo) do adversrio. Outra possibilidade a atleta posicionar-se, para a mesma situao de ataque, com a perna esquerda ligeiramente frente. Estas situaes ocorrero durante uma partida, porm acredita-se que uma atleta deve dominar as duas situaes. As intervenes de defesa durante uma partida so basicamente de: bolas fortes diretamente no corpo do defensor, bolas fortes atacadas na regio prxima ao defensor e bolas lentas que podem ser recuperadas com corrida, rolamentos ou outros recursos. Para cada situao acima citada, temos diferentes tipos de intervenes que estaro relacionados com a distncia que se encontra o defensor do ponto em que deve ser dirigida a defesa. Sobre uma bola atacada diretamente no corpo da defensora, pretende-se apenas coloca-la alta no meio do campo para que a levantadora possa executar um levantamento. No que com este conceito no se procure executar uma defesa altamente precisa, o que se enfatiza que esta uma defesa de alto grau de dificuldade e por conseguinte, procura-se uma maior margem de segurana ao executar o gesto. Para bolas fortes atacadas na regio prxima do defensor, exige-se uma postura de expectativa baixa de modo que se possa partir para qualquer direo e executar a defesa. Nesta situao que a atleta executa afundos laterais, frontais, defesa alta, rolamentos e tambm defesas com apenas um dos braos. Para bolas lentas, que mudam de trajetria por terem sido tocadas pelo bloqueio, na rede ou mesmo bolas largadas pelos atacantes, a atleta executar corridas de aproximao o mais veloz possvel, tambm quedas com ou sem rolamentos. A cada diferente etapa de treinamento, Proena,1998, prope a utilizao de metodologias, que foram seguidas neste estudo. Numa primeira fase de treinamento utilizou-se a Prtica Distribuda, para a fixao do gesto bsico, que com o tempo foi adaptado a cada situao futura nos treinamentos e jogos. No treinamento da tcnica de defesa, utilizou-se o mtodo da Prtica Macia, onde a quantidade de repouso menor que a da atividade, como por exemplo, um minuto de pratica de defesa e 10 segundos de descanso. Tambm utilizamos a Prtica Concentrada, onde a atleta executa varias tentativas relativas ao mesmo fundamento, para depois executar outro. A repetio no treinamento tcnico da defesa de fundamental importncia pelas variedades de estmulos que so proporcionados. A fora diferenciada no momento do impacto com a bola imposta pelo tcnico, a alternncia de movimentos de ataques feita pelas demais atletas, habilitam a defensora a adaptar-se as diferentes situaes de jogo. Em uma prxima etapa, utiliza-se tambm a Prtica Variada, proporcionando a atleta, em um mesmo exerccio executar a defesa de diferentes zonas da quadra. Os exerccios devem proporcionar a atleta uma variao grande de estmulos, sendo que o objetivo seja sempre o direcionamento da bola para a zona em que a levantadora poder utilizar todas as opes de levantamento. Acredita-se que utilizao da Prtica Concentrada (PROENA, 1998), provoca efeitos passageiros, no so retidos na memria do executante por muito tempo. Portanto a utilizao da pratica intercalada a mais utilizada nos treinamentos modernos, sendo que o desempenho momentneo possa parecer menos eficiente, porm as investigaes tem demonstrado que a pratica intercalada se mostra mais eficiente nodesempenho duradouro.Outro treinamento bastante utilizado foi o treinamento acrobtico, que proporciona as atletas maior versatilidade nos movimentos. Rolamentos para ambos os lados, defesas com uma das mos, direita e esquerda alternadas, defesas altas (bolas acima da cabea). Utilizou-se como recurso para tais treinamentos, jogos combinados, como por exemplo, tnis, onde cada jogadora se posiciona de um lado da rede, e somente na zona de defesa devem passar a bola para a outra quadra, por sobre a rede , utilizando somente um dos braos. Quanto definio dos posicionamentos relacionados com as zonas do campo, e a definio de qual perna estar a frente, acreditamos que a lateralidade deve ser fortalecida, ou seja, a atleta deve ser apta a defender em qualquer zona, tanto com a perna direita a frente, como com a perna esquerda. A definio de qual utilizar depender da sua adaptao e da eficincia, deixando-se a escolha para a prpria atleta. Os treinamentos devem ser executados utilizando as duas situaes, e partir da definir qual ser mais eficiente.Treinamento ttico Aps os anos oitenta, precisamente depois das Olimpadas de Los Angeles, 1984, o conceito de defesa ttica, foi modificado no voleibol. As equipes dos Estados Unidas da Amrica iniciaram a utilizar a estatstica como uma arma mais efetiva no voleibol. Isto quer dizer que se passou a estudar mais as caracterstica individual dos atletas atravs de filmagens em vdeo cassete e partir destes estudos definir as tticas defensivas a serem utilizadas. Anteriormente a este perodo, as tticas defensivas eram mais ou menos um padro para cada determinada situao. Estudos, como as avaliaes tticas feitas pela Federao Internacional de Voleibol (FIVB), nas Olimpadas de 1984, demonstraram que as equipes comearam a apresentar tipos de estruturas defensivas adaptadas para as caractersticas de um determinado atacante. As estruturas de defesa eram padres, tipo a escola Russa que defendia com a jogadora da zona 6 (defesa centro) adiantada, ou seja sempre em baixo do bloqueio. As equipes asiticas, que utilizavam o sistema ttico de defesa, com ajogadora da zona 6 sempre deslocando para o lado do levantamento adversrio e a jogadora correspondente da zona de defesa, se posicionava atrs do bloqueio. Neste perodo as equipes brasileiras utilizavam um sistema misto de defesa, onde por vezes era igual aos asiticos e por vezes deslocava a jogadora da zona 6, para a diagonal maior em relao ao ataque adversrio. O treinamento ttico do sistema defensivo deve ser organizado de forma que a atleta tenha condies de conhecer o jogo de voleibol, isto saber interpretar as situaes que ocorrem durante uma partida. Para tal desenvolvimento entende-se que as atletas devem vivenciar situaes de treinamento o mais prxima possvel da realidade do jogo. Os exerccios devem criar situaes de jogo, como a imprevisibilidade, para que as decises sejam tomadas de forma rpida e eficaz. O conhecimento ttico do jogo pode ser entendido como a interpretao correta da atitude a ser tomada pela equipe adversria, ou pela atleta adversria, e antecipar tal ao posicionando-se de forma que sua ao de defesa seja favorecida. Exerccios de jogos combinados, de uma contra uma em jogo de ataque e defesa, uma contra uma em jogo de recepo e saque, jogo de uma contra uma em ataque e bloqueio, jogo de duas contra duas em ataque, bloqueio e defesa, etc. Estes jogos propiciam as atletas leitura do gesto da atleta oponente e com isso o desenvolvimento dos recursos de posicionamento e gestos mais apropriados. Utilizou-se muito os jogos de duplas em quadras de areia ou mesmo em quadra de piso de madeira, para o desenvolvimento do senso de posicionamento das atletas. No desenvolvimento do treinamento ttico da defesa de uma equipe, trabalhou-se em um primeiro momento as situaes de defesa sem bloqueio e com ataques da zona de defesa adversria. Iniciando desta maneira as jogadoras tem mais tempo de avaliao das aes de ataque, facilitando a leitura e o posicionamento para a defesa. A evoluo do treinamento propicia uma velocidade maior nos ataques e uma exigncia ainda maior do treinador quanto a preciso da defesa executada. O passo seguinte foi a defesa para situaes de bloqueio simples, tais situaes so desenvolvidas com as atacantes das zonas quatro e dois, podendo executar os ataques tanto na paralela (direo do ataque seguindo a linha lateral correspondente da atacante) ou diagonal (direo do ataca buscando a linha lateral contraria ao atacante). Neste caso foi feita pela comisso tcnica a definio de como se posiciona cada jogadora de defesa, ou seja, se a jogadora da posio seis (defesa centro) deve deslocar-se para a paralela ou para a diagonal. Esta determinao ttica feita pelo treinador, porm a jogadora deve ter a liberdade de analisar a atacante adversria para poder posicionar-se de forma mais adequada no momento do exerccio. Aps a realizao do treinamento com bloqueio simples de ataques das extremidades, introduziu-se tambm o treinamento de defesa com bloqueio simples pelas bloqueadoras centrais. Da mesma forma, a definio de qual o lado que a jogadora da zona seis deve deslocar-se, ser definida pelo treinador e em um segundo momento ser sinalizado pela bloqueadora central o lado que ela efetuara o bloqueio. Assim a jogadora da zona seis de defesa saber qual o lado que ela deve deslocar-se. Esta sinalizao foi convencionada pela equipe e utilizada respeitando as caractersticas das atacantes adversrias sero enfrentadas no decorrer do campeonato. O passo seguinte foi o treinamento de defesa com bloqueio duplo, o mais utilizado nas partidas de voleibol feminino, e sendo assim o que deve ser mais treinado e sincronizado. Nas situaes de defesa com bloqueio duplos, que so utilizadas as maiores variaes tticas no sistema defensivo de uma equipe. As variaes de posicionamento das jogadoras de defesa ou mesmo da atleta que sobra do bloqueio devem ser treinadas em todas as suas possibilidades. Tais variaes que iro provavelmente, definir a eficincia do sistema defensivo da equipe. Os posicionamentos devem ser claros para todas as jogadoras e o sincronismo deve ser respeitado. O no sincronismo entre o bloqueio e as jogadoras de defesa, provoca uma desarticulao na equipe e por conseqncia uma maior fragilidade do sistema. nesta fase que a atleta deve vivenciar situaes com os diferentes tipos de atacantes, como por exemplo: atacante mais alta que a bloqueadora, atacante com mais habilidade em ataques em diagonal, atacante com mais habilidade em ataques na paralela, atacante com caracterstica de largadas, etc. Os treinamentos do sistema tticos de defesa com a utilizao de bloqueio triplo, no foram abandonados, foi treinada tanto para bloqueios triplos nas duas extremidades da rede como na zona central da rede. um sistema que vem com o tempo, sendo mais utilizado no voleibol moderno. Como foi dito anteriormente, o sistema ttico defensivo, hoje muito utilizado de acordo com as caractersticas das equipes que sero enfrentadas. As adaptaes a cada situao so fundamentais e ao nosso ver estas adaptaes podem levar uma equipe a uma maior eficincia em seu sistema defensivo. Um exemplo real destas situaes de adaptao, foi a mudana do sistema defensivo da seleo brasileira juvenil, no campeonato mundial de 2001, para anular os ataques de meia fora utilizados pela equipe da Coria na partida final (Anexo XXVI).7 ATIVIDADES FISIOTERPICASAvaliao Fisioterpica A avaliao fisioterpica teve como objetivo agrupar toda a anamnese de leses, os hbitos de vida, as caractersticas gerais da sade e as alteraes biomecnicas articulares presentes, quantificadas em 1, 2 ou 3, isto , leve, moderada ou intensa. Esta avaliao foi criada para padronizar os dados, das selees de base (infanto-juvenil e juvenil) brasileiras (Anexo XI). Os testes funcionais fisioterpicos, de fora e flexibilidade determinaram os parmetros de cada atleta do grupo, sendo quantificadas em 0, 1, 2 ou 3. Estes dados foram agrupados quantitativamente em tabelas. Essa analise melhora a comparao de todo o grupo. Esse relatrio mostra a realidade do grupo, as das atletas individualmente, determina os passos, os objetivos e as atividades preventivas seguidas no perodo de preparao para a competio. A abordagem quantitativa e as tabelas tornam a atuao fisioterpica mais cientifica, trazendo melhores resultados durante este perodo.Tratamento Fisioterpico O tratamento fisioterpico foi realizado nas atletas que chegaram lesionadas de seus clubes ou que apresentaram leses durante a fase de treinamento. O tratamento fisioterpico era dirio. Se necessrio, a atletas era afastada dos treinos para aumentar a intensidade do tratamento. Objetivando uma recuperao mais rpida e preservando a integridade fsica das mesmas, apenas os segmentos corpreos lesionados eram poupados. Por exemplo, atletas que apresentam leses nos ombros, realizam trabalhos somente de pernas. Atletas que apresentam leses nas pernas realizam treinamentos de braos.Atividades Preventivas As atividades preventivas comearam aps o termino das avaliaes. Considera-se o relatrio da avaliao para elaborar a programao dos objetivos das atividades preventivas. Tais atividades so programadas em conjunto com o preparador fsico para no gerar nenhuma sobrecarga fsica durante os treinamentos. O circuito preventivo foi includo no treinamento fsico executado diariamente, tambm entregue a cada atleta um folder personalizado, orientando cada uma nos seus alongamentos mais importantes a serem realizados diariamente. Juntamente a este treinamento foi realizada uma orientao bsica em relao a alimentao e postura. Exerccios especficos foram prescritos as atletas que apresentavam alteraes biomecnicas, diminuio de fora ou encurtamentos musculares especficos.Reavaliaes As reavaliaes foram realizadas em funo dos tratamentos efetuados, com a periodizao individual. tambm realizada reavaliao para uma comparao quantitativa da evoluo das atletas na fase de treinamento.8 A PREPARAO TERICA As palestras foram atividades preventivas realizadas noite aps os treinamentos. Os temas escolhidos foram relacionados a orientaes posturais, flexibilidade, fora, causas de leses, aspecto nutricional, hidratao, higiene pessoal e preveno de leses, buscando maior conscincia das atletas em relao sade. Tambm foram realizadas palestras nas reas sociais, relao de grupo; na rea de cultura geral, a economia moderna e visitas a hospitais e asilos. A exibio de filmes atuais que tratassem do desporto e a luta para uma conquista foram apresentados como forma de recreao e de reforo ao sacrifcio dirio dos treinamentos.9 DISCUSSO E CONSIDERAES FINAIS Este estudo uma proposta sobre a globalizao do treinamento de voleibol, a procura de um sistema de preparao que possibilite a adequao da estruturao para jovens atletas de voleibol. Fica claro que no possvel desconectar os elementos que compem o treinamento. No se pode tratar separadamente, preparao fsica, preparao tcnica, preparao ttica, preparao psicolgica. O treinamento multidisciplinar no desporte moderno uma realidade e neste estudo busca-se a integrao dos vrios componentes do sistema de preparao. Este estudo demonstra que a relao entre a condio do atleta e a carga de treinamento constitui o problema central da teoria e da tcnica da programao do treinamento desportivo. A relao entre a condio do atleta e a carga de treinamento muito complexa e depende de uma infinidade de fatores. Isto se agrava mais ainda quando se trata de atletas jovens que recebem pouca ateno dos estudos desenvolvidos sobre teoria do treinamento em nosso pas. Normalmente, no Brasil, assim como nos pases mais avanados na pesquisa desportiva, as investigaes realizadas so isoladas, fragmentadas e incompletas, no permitindo que se avance significativamente para a soluo do sistema de preparao enfocado na sua dimenso ampla; as pesquisas isoladas acabam sendo incompatveis, contraditrias, e os tcnicos acabam atuando sem conhecer detalhadamente todas as componentes que constituem o sistema de preparao. A programao proposta uma forma nova e melhor estudada de planificao do treinamento, suportada por um nvel cientfico e metodolgico mais rigoroso, que pode permitir o aumento da probabilidade de se obter sucesso nas competies. No campo da preparao fsica indiscutvel que a metodologia evoluiu significativamente nestes ltimos anos e j se sabe bastante sobre a importncia dos controles iniciais, peridicos e dos modelos de periodizao para as diferentes modalidades desportivas visando aprimorar a capacidade de trabalho fsico do desportista. Devido s prprias necessidades de evoluo do condicionamento fsico das atletas de voleibol e a estreita relao desta modalidade com a efetividade das respostas neuromusculares, utilizamos como base no treinamento, o mtodo de cargas concentradas de fora. A atleta tendo o conhecimento do seu estado fsico, saber controlar-se e com a autonomia adquirida saber dosar seu esforo. Poder durante uma partida controlar a quantidade de movimentos em momentos no fundamentais e desta forma estar mais concentrada e apta para utilizar seu melhor potencial em momentos decisivos do jogo. Por outro lado, no se pode esquecer que a maestria desportiva , principalmente a arte do movimento. A preparao tcnica, que exige regularidade e preciso, necessita que as habilidades especficas do voleibol sejam bem desenvolvidas. Esse desenvolvimento tem a necessidade de ser individualizado. Este estudo ressalta a aprendizagem motora como uma rea que busca compreender e explicar o que ocorre internamente a uma pessoa quando adquire uma habilidade. Procura explicar porque essa pessoa pas