trecho do livro "o trono sol - a magia da aurora"

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  • O TRONO DO SOL 11

    PRELDIO: NESSNTICO

    SE UMA CIDADE TIVESSE SEXO, Nessntico seria mulher...Ela testemunhou o florescer de toda a sua prosperidade e beleza durante

    o longo reinado da kraljica Marguerite. Nesse magnfico meio sculo, a longa infncia de Nessntico, e sua ainda mais longa adolescncia, culminaram em uma mistura de elegncia e poder inigualvel em qualquer lugar do mundo conhecido. Por cinquenta anos, ela no teve outra igual. Por cinquenta anos, ela acreditou que esse presente glorioso seria eterno, que sua ascenso iria no, deveria continuar.

    Sua superioridade era consagrada. Era predestinada. Duraria para sempre.No durou.A kraljica Marguerite, assim como todos aqueles que governaram dentro

    das fronteiras de Nessntico, era humana e mortal; Justi, seu filho, e depois Audric, filho de Justi, herdaram o Trono do Sol, mas no os talentos de Mar-guerite. Sem o pulso firme da matriarca, sem sua lbia e sabedoria, o florescer de Nessntico teve, lamentavelmente, vida curta. O desabrochar do futuro promissor de Marguerite murchou e morreu em muito menos tempo que levou para florescer.

    Ainda pior, rivais se ergueram contra Nessntico. Firenzcia a traiu; Fi-renzcia, a cidade-irm que sempre a invejou; Firenzcia, que sempre fora sua

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  • S. L. FARRELL12

    companheira, sua fora, seu escudo e sua espada. Firenzcia a abandonou para formar seu prprio imprio.

    E do desconhecido oeste imps-se um novo, e mais cruel, desafio: um imprio estrangeiro, desconhecido, to forte quanto a prpria Nessntico. Mais forte, talvez; porque os tehuantinos como eram chamados no s arrancaram o controle de Nessntico sobre seu litoral, como mandaram um exrcito pelo mar para saquear, estuprar e destruir as cidades dos Domnios e despedaar as muralhas da prpria Nessntico.

    O ataque deixou Nessntico abalada e amedrontada. Ela ficou manchada com a fuligem do fogo mgico e foi duas vezes pisoteada pelas botas de soldados estrangeiros: primeiro as dos tehuantinos, depois as dos firenzcianos. A beleza arquitetnica de seus prdios transformou-se em colunas em runas, domos quebrados e carcaas sem teto. O ASele ficou apinhado de cadveres e lixo.

    Nessntico... uma mulher esgotada por suas lutas, envelhecida pelas preocupaes, e vestida com os farrapos rasgados da sua antiga supremacia. Seu senso de segurana e inevitabilidade foi perdido, talvez temia ela para sempre. O cheiro ainda permanecia em suas ruas: um fedor nauseabundo de carne podre, sangue e cinzas.

    Uma entidade menor teria entrado em colapso. Uma entidade menor teria olhado para seu pobre reflexo nas guas imundas do rio ASele e visto a mscara esqueltica da morte devolver o olhar. Uma entidade menor teria desistido e cedido sua supremacia a Firenzcia ou s incomparveis cidades tehuantinas.

    Mas ela no.No Nessntico.Ela recolheu os farrapos em volta de si. Empertigou-se e limpou-se o me-

    lhor que pde. Envolveu-se no orgulho, nas memrias, na convico e na pro-messa de que um dia, um dia, todo o mundo se curvaria novamente diante dela.

    Um dia...Mas hoje ainda no.

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  • LAMENTAES

    Allesandra caVrl

    Varina caPallo

    Sergei caRudka

    Allesandra caVrl

    Nico Morel

    Brie caOstheim

    Allesandra caVrl

    Rochelle Botelli

    Sergei caRudka

    Jan caOstheim

    Varina caPallo

    Niente

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  • O TRONO DO SOL 15

    v Allesandra caVrl v

    O Gschnas o Baile do Falso Mundo agitava-se sob Allesandra no Grande Salo do Palcio da Kraljica. O salo ainda se encontrava parcialmen-te sob construo, mas isso s intensificava o ambiente.

    Afinal, o Baile do Falso Mundo era o lugar onde a realidade virava do avesso. Fantasias quanto mais estranhas e criativas, melhor eram exigi-das de todos os participantes. As rachaduras nas paredes foram preenchidas por esculturas de demnios ou cenrios pastoris em miniatura, como se os ali-cerces da prpria realidade tivessem se quebrado e as rachaduras permitissem vislumbrar novos mundos dispostos em seus prprios e excntricos ngulos. Um bando de aves no voadoras foi trazido da distante Namarro: to altas quanto um homem, traziam tufos de plumagem esplendidamente colorida nos traseiros; caminhavam entre os folies. Vrios tnis do Templo Atni fo-ram destacados para manter um rio de gua cristalina fluindo em uma curva, e com enormes peixes dourados nadando placidamente nas correntes mgicas, sobre a cabea dos danarinos. Os msicos estavam sentados em cadeiras em-poleiradas dentro de uma enorme armao dourada, pendurada em uma das paredes do salo com uma linda paisagem ao fundo para dar a impresso de uma pintura de msicos magicamente materializada.

    Gschnas: uma fantasia criada para entretenimento dos ca e co as pessoas ricas e importantes da cidade e dos grandes Domnios. Eles vinham com os convites de luxo da kraljica em mos; lotavam o piso abaixo do de Allesandra, enfeitados em seus trajes reluzentes: atni caPaim, a tni de maior patente da cidade; o comandante Telo coIngres, da Garde Kralji; o coman-dante Eleric caTalin, da Garde Civile; Sergei caRudka, antigo regente e agora embaixador dos Domnios em Firenzcia; todos os integrantes do Conselho dos Ca, exceto a numetoda Varina caPallo, que estava em casa com o marido gravemente doente...

    Kraljica, a senhora est deslumbrante!

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  • S. L. FARRELL16

    Talbot ciNoel, o assistente de Allesandra, surgiu ao seu lado enquanto ela olhava sobre o balco para a multido. Ele estava vestido de macaco, uma fantasia irnica para um homem que sempre foi exageradamente educado e elegante, e que comandava os funcionrios do palcio com punho de ferro e voz de fogo. Por trs do focinho peludo da mscara, ele sorria.

    Pronta para a sua entrada?Cerca de uma dezena de tnis j haviam comeado a entoar cnticos.

    Talbot testou pelo que parecia ser a centsima vez as cordas presas armao escondida sob o vestido de Allesandra: uma fantasia esvoaante de chiffon e fitas de renda, de forma que, quando a kraljica se movia, trilhas de cores cintilantes ondulavam em v perseguio.

    Estou pronta respondeu ela para Talbot.Dois criados aproximaram-se, cada um com uma bola de vidro encanta-

    da com feitios numetodos o prprio Talbot era um numetodo, e a prpria Varina, a amorce dos numetodos, havia colocado os feitios nas bolas de vidro. Allesandra pegou uma em cada mo. Talbot gesticulou para outro criado no piso de baixo, que por sua vez sinalizou para os msicos. A gavota que estava sendo tocada foi abruptamente interrompida e seguida de um lento e sinistro ribombar de tambores. O cntico dos tnis aumentou, e o teto do palcio foi subitamente obscurecido por nuvens negras e agitadas, de onde raios estala-vam e arqueavam. Allesandra pronunciou a palavra mgica dada por Varina, e os globos em suas mos brilharam com luz branca pura to intensa que Allesandra, que usava culos escuros como proteo, mal conseguiu enxergar por causa do brilho coruscante. Quem quer que olhasse para os inesperados sis gmeos ficaria momentaneamente cego. Allesandra sentiu as cordas puxa-rem e erguerem-na: ela pairou sobre o peitoril do balco e desceu lentamente na direo do cho. A magia numetoda mantinha os globos de vidro nas mos de Allesandra frios, e agora deixavam um rastro brilhante de fagulhas, como se dois lentos meteoros descessem dos cus para a terra, e uma figura humana estivesse presa em seu intenso esplendor. Allesandra ouviu os aplausos e vivas aumentarem para saud-la. Seus ps tocaram o piso de mrmore (ela estava

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  • O TRONO DO SOL 17

    certa de ter ouvido o suspiro de alvio de Talbot), e a luz no interior dos globos floresceu em um azul iridescente, quase angustiante, seguido de um dourado puro e inflamado: as cores dos Domnios. Simultaneamente, criados correram das laterais do salo para tirar as cordas das presilhas na armao e pegar os globos. As cordas foram rapidamente puxadas para o alto enquanto os globos mantinham seu esplendor at finalmente se apagarem.

    E l, conforme a viso dos espectadores retornava lentamente, estava a kraljica, com sua coroa na cabea. A ovao foi agradavelmente ensurdecedora.

    Obrigada a todos disse ela enquanto o pblico se curvava e aplau-dia. Obrigada. Agora, por favor, aproveitem o baile!

    Ela gesticulou e a msica recomeou. Os casais fizeram mesuras uns para os outros e retomaram a dana. Fantasiados, os ca e co aglomeraram-se em volta da kraljica, fazendo mesuras e murmurando sua aprovao enquanto Allesandra sorria em resposta e passava pelos convidados.

    A kraljica viu Sergei e gesticulou para que ele se juntasse a ela. Ele fez uma mesura desajeitada, seu corpo artrtico j no era to elstico e flexvel como quando Allesandra o conheceu, e veio at ela, apoiando-se pesadamente sobre a bengala. Ele sorriu para ela, e a reluzente tinta prateada em seu rosto craquelou levemente ao faz-lo. O nariz de prata de Sergei o falso, que ele sempre usava para substituir o de carne que ele perdera na juventude quase parecia fazer parte dele nesta noite. Um retalho de pequenos espelhos cobria a bashta que ele usava. Reflexos fendidos e partidos da kraljica, dos danarinos e da multido atrs dela moviam-se desordenadamente em volta dele. As luzes do salo flamejavam e reluziam nos pequeninos espelhos danando na parede prxima.

    Essa foi uma entrada e tanto disse Sergei.Allesandra diminuiu o passo conforme eles se moviam entre a multido. Obrigada por sugerir o mtodo, embora o pobre Talbot tenha ficado

    com medo de que algo desse errado. Mas devo dizer que terei que me ausentar um momento para que meus criados tirem a armao, que est arrancando minha pobre pele.

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    Ele sorriu. A entrada da kraljica deve ser sempre dramtica falou Sergei sor-

    rindo. Um pequeno desconforto um preo justo a pagar pela esplndida apresentao. A senhora j devia saber disso.

    Isso fcil de dizer, Sergei, quando no voc que tem que passar por isso.

    Eu sempre adorei o Gschnas. Estou feliz que a senhora tenha trazido de volta a tradio, kraljica. Nessntico precisa de suas tradies, especialmen-te depois dos ltimos anos.

    Especialmente depois dos ltimos anos. O comentrio fez Allesandra aper-tar os lbios e estreitar os olhos.

    Desnecessrio trazer esse assunto tona agora, embaixador.A histria nunca sara da memria de ningum em Nessntico: o terrvel

    custo da recuperao aps os ocidentais destrurem a cidade quase por com-pleto, a persistente separao das naes dos Domnios e da Coalizo e, mais recentemente, o desastre poltico e militar na Magyaria Ocidental.

    No trarei, portanto respondeu ele. Embora eu precise falar com a senhora a respeito do espio firenzciano que Talbot acredita ter descoberto...

    Enquanto Sergei falava, Allesandra afastava o olhar de seu prprio reflexo na roupa do embaixador para olhar para multido aglomerada em volta deles. Ela percebeu um homem a encarando. Era bonito, a pele um pouco mais es-cura que a da maioria dos presentes no salo, e tinha a cabea completamente raspada, embora a barba fosse espessa e muito escura. Usava uma roupa solta e multicolorida com plumas nos ombros, como se ele fosse uma ave extica. Seus olhos por trs de uma meia-mscara bicuda eram estranhamente azuis e brilhantes, e seu olhar penetrante e atento. Ele notou a ateno de Allesandra e acenou com a cabea levemente na sua direo.

    Sergei continuava falando. ... o criado traidor j est na Bastida e, portanto, ele no ser mais um

    problema. Mas ainda h os morellis... Ele parou quando a kraljica ergueu a mo.

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    Quem aquele homem? ela sussurrou para Sergei, com o olhar novamente no sujeito. Ele parece magyariano.

    Sergei acompanhou o olhar. De fato, kraljica. Aquele Erik caVikej. Ele chegou em Nessntico

    ontem. H, sem dvida, uma mensagem em sua mesa em que ele solicita uma audincia. Ainda no tive a oportunidade de falar com ele pessoalmente.

    O filho de Stor caVikej?O homem realmente tinha olhos lindos. E continuava a encarar Allesan-

    dra, embora no fizesse meno de se aproximar. O prprio. Eu o verei disse ela para Sergei. Na alcova sul, daqui a uma

    marca da ampulheta. Diga a ele.Sergei talvez tivesse franzido a testa, mas abaixou a cabea. Como queira, kraljica.Sua bengala estalava no piso de mrmore conforme ele se afastava de

    Allesandra, e sua fantasia lanava partculas de luz tremeluzentes. Allesandra se virou e passou a caminhar lentamente pelo salo acenando e conversando com as pessoas. Talbot veio a seu encontro, aps ter pago para se livrar dos tnis que a ajudaram a descer, e Allesandra mandou que ele liberasse a alcova sul. Ela continuou a procisso ao redor do salo. A atni caPaim, a lder da f concnziana em Nessntico, vestida nesta noite como um dos moitidi verme-lhos, estava se aproximando.

    Ah, atni caPaim, que bom que a senhora veio, seus tnis fizeram um servio maravilhoso hoje...

    Uma marca da ampulheta depois, Allesandra completou o circuito do salo e passou pela fileira de criados que Talbot tinha postado em torno da alcova para afastar a multido. Ela sentou-se ali, ouvindo a msica. Alguns momentos depois, Sergei aproximou-se, com caVikej bem atrs dele.

    Kraljica, deixe-me apresentar Erik caVikej...O homem deu um passo frente e fez uma longa e elaborada mesura. Ela

    se lembrou do gesto: um cumprimento magyariano. Os ca e co da Magyaria

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    Ocidental curvavam-se da mesma forma para seu falecido marido, Pauli, que se tornara o gyula da Magyaria Ocidental aps sua rancorosa separao, para ser assassinado por seu prprio povo oito anos depois. H dois anos, o vatarh de Erik, Stor, tentou preencher o espao deixado pela morte de Pauli.

    Allesandra tomara a deciso de apoi-lo. Escolha essa que se revelou ps-sima, e sua verdadeira dimenso ainda estava por ser determinada. Ela decidiu mandar apenas uma pequena parte do exrcito dos Domnios para apoiar as tropas do prprio Stor caVikej. Isso foi sua runa, e a tentativa culminou em uma derrota militar para os Domnios, sob o comando de seu filho, o hrzg Jan.

    Especialmente depois dos ltimos anos... O comentrio de Sergei ainda incomodava.

    Kraljica Allesandra, um prazer conhec-la finalmente.A voz dele era to impressionante quanto os olhos: baixa e melflua, em-

    bora ele no parecesse notar seu poder. Erik manteve a cabea baixa. Eu queria lhe agradecer por apoiar o meu vatarh. Ele sempre foi grato

    por defender a nossa causa e sempre falou bem da senhora.Allesandra procurou por um sinal de sarcasmo ou ironia em sua voz; no

    havia nenhum. Ele parecia totalmente sincero. Sergei estava voltado cuida-dosamente para o lado, escondendo o que quer que estivesse pensando. De perto, a kraljica pde notar os tons grisalhos na barba de caVikej e as rugas em volta dos olhos e da boca; ele no era muito mais jovem do que ela o que no era de se admirar, visto que Stor caVikej tinha tentado tomar o trono do gyula em idade j avanada.

    Eu gostaria que os acontecimentos tivessem se dado de outra forma disse Allesandra , mas no foi a vontade de Cnzi.

    O homem fez o sinal de Cnzi ao ouvir a declarao ele seguia a f concnziana, ento.

    Talvez tenha sido menos culpa de Cnzi do que das circunstncias, kraljica respondeu Erik. Meu vatarh era... impaciente. Eu o aconselhei a esperar por um momento em que a kraljica e os Domnios pudessem nos apoiar mais abertamente. E disse que os dois batalhes que a senhora enviou

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    eram o mximo que ele poderia contar a no ser que esperasse, mas... Ele deu de ombros; o gesto foi to gracioso quanto seus modos. Eu alertei a ele que o hrzg Jan viria com toda a fria do exrcito firenzciano.

    Sim, e Sergei disse o mesmo, e eu no acreditei nele. Allesandra meneou a cabea, mas no disse nada. Bonito, modesto, educado, mas tambm havia ambio em Erik caVikej. Ela podia v-la. E havia uma raiva voltada para a Coalizo devido morte de seu vatarh.

    Talvez voc seja mais paciente do que seu vatarh, vajiki caVikej, mas ainda quer o mesmo. E vai me dizer que ainda h muitos magyarianos que o apoiam.

    Ele sorriu: sim, gracioso. Evidentemente, minha mente transparente para a kraljica. Erik

    passou a mo sobre seu crnio careca. Ele conseguiu parecer quase comica-mente confuso. Da prxima vez, talvez eu deva usar um chapu.

    Allesandra riu suavemente; e percebeu o olhar estranho de Sergei. Apoiar seu vatarh do modo como o fiz quase me levou guerra com

    meu prprio filho falou a kraljica. Relaes familiares muitas vezes se assemelham quelas entre pases

    respondeu Erik, ainda sorrindo. H algumas fronteiras que no devem ser cruzadas. Ele inclinou a cabea levemente ao ouvir os msicos comea-rem uma nova cano no salo e ergueu a mo na direo de Allesandra. A kraljica gostaria de danar comigo, em nome do que ela representou para o meu vatarh?

    Allesandra notou que Sergei fazia uma sutil negativa com a cabea. E tambm sabia o que ele estava pensando: A senhora no quer que Brezno receba relatrios dizendo que est entretendo o filho de Stor caVikej... Mas havia algo nele, algo que a atraa.

    Eu pensei que voc fosse um homem paciente. Meu vatarh tambm me ensinou que uma oportunidade desperdia-

    da uma oportunidade perdida.Ele sorriu com os olhos, cercados de belas e delicadas rugas.

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