trauma de torax, abdome e extremidades
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TRAUMA DE TÓRAX, ABDOME E EXTREMIDADES
TRAUMA DE TÓRAX
As lesões de tórax são divididas naquelas que implicam em risco imediato à vida e que, portanto, devem ser pesquisadas no exame primário e naquelas que implicam em risco potencial à vida e que, portanto, são observadas durante o exame secundário.
CLASSIFICAÇÃO Quanto ao tipo da lesão:
Aberto X Fechado Quanto ao agente causal:
FAF,FAB,Acidentes automobilísticos e outros.
Quanto à manifestação clínica: Hemotórax Pneumotórax(Hipertensivo ou não) Tamponamento Cardíaco Contusão Pulmonar ou miocárdica Lesão de grandes Vasos(aorta ,artéria pulmonar, veias cavas). Lesão traqueobrônquica Obstrução das vias aéreas Tórax Instável
Quanto ao órgão atingido
MECANISMO DA LESÃO
Trauma Direto; Trauma por compressão; Trauma por desaceleração; Trauma penetrante.
HEMOTÓRAX
É a presença de sangue na cavidade pleural resultante de lesões do parêquima pulmonar, de vasos da parede torácica ou de grandes vasos como aorta, artéria subclávia,pulmonar ou mesmo do coração.
CLASSIFICAÇÃO
Hemotórax maciço - acúmulo de mais de 1500ml na cavidade torácica é mais comum ferimentos penetrantes suspeitar quando sinais de choque associado a ausência MV e/ou macicez à percussão tratar inicialmente reposição volume e descompressão torácica. Se o volume drenado for 1500ml sugere necessidade de toracotomia
PEQUENO: 300 A 350 ml de sangue drenado.
MÉDIO: 350 A 1500ml de sangue drenado.
GRANDE: Maior que 1500 ml.
TRATAMENTO Estabilização geral do cliente; Entubar os pacientes em choque e insuficiência
respiratória; Toracocentese; Inserção do tubo torácico; Autotransfusão se a perda de sangue alcançar
ou exceder; Terapia IV,atividade física,oxigenio e
analgésicos; Toracotomia.
PNEUMOTÓRAX ABERTO
Ferida torácica que promove uma solução de continuidade entre o ar atmosférico e cavidade pleural.
Quando a abertura deste ferimento é maior ou igual a dois terços do diâmetro da traquéia, o ar passará pela ferida e não pela via aérea, causando assim insuficiência respiratória.
TRATAMENTO
Entubar, se o paciente é instável ou em insuficiência respiratória;
Ocluir o defeito da parede torácica com curativo oclusivo, fixado em 3 lados para servir como uma válvula. Evitar fixar o curativo nos 4 lados na ausência de um dreno torácico, o que pode produzir um pneumotórax hipertensivo;
Realizar drenagem torácica, evitando colocar o tubo próximo ao ferimento;
Realizar toracotomia urgente para tratar lesões intratorácicas associadas.
PNEUMOTÓRAX FECHADO
O ar existente no espaço interpleural não comunica com o ar presente nos pulmões;
É CAUSADO POR: Uma lesão fechada resultante da penetração de
costelas fraturadas nas membranas pleurais;
Por uma súbita compressão da caixa torácica.
TRATAMENTO
Imediata descompressão com agulha calibrosa no segundo espaco interscostal na linha médio clavicular ou no quinto espaco intercostal na linha axilar anterior; isto converte o pneumotórax hipertensivo em um simples pneumotórax.
A seguir imediata drenagem torácica fechada
TAMPONAMENTO CARDÍACO
Conceito
Presença de líquido na cavidade pericárdica que comprime as câmaras cardíacas, promovendo a restrição diastólica, levando assim a um colapso circulatório .
Manifestações clínicas Hipotensão sistêmica Bulhas cardíacas abafadas Distensão venosa jugular
Complicações Insuficiência cardíaca; Edema pulmonar; Choque cardiogênico; Morte.
TRAUMA DE ABDOME
A gravidade dos traumatismos abdominais baseia-se especialmente na possível existência de uma lesão visceral, capaz de produzir alterações gerais graves como são as hemorragia ou as peritonites. Representa uma emergência cirúrgica.
PELVE FEMININA
PELVE MASCULINA
HISTÓRIA DO TRAUMA
As informações colhidas da vítima, as noções da biomecânica do trauma, o estado inicial da vítima no local de atendimento, diagnósticos realizados, a resposta à infusão de fluidos no início e o tempo decorrido desde o trauma irão auxiliar na suspeita de lesão abdominal.
BIOMECÂNICA DO TRAUMA
Quando há uma desaceleração brusca as vísceras abdominais continuam a se movimentar para a frente.
Gera-se uma força de cisalhamento ( tensão gerada por forças aplicadas em sentidos opostos, porém em direções semelhantes) nos locais de fixação dos órgãos.
O fígado também pode sofrer lacerações na região do ligamento redondo. Isto porque é fixado principalmente no diafragma. Como esse músculo possui grande mobilidade, permite a movimentação do fígado para a frente, forçando-o contra o ligamento redondo.
SINAIS E SINTOMAS
Todo paciente traumatizado deve ser atendido seguindo-se a sistematização do exame primário do Advanced Trauma Life Support (ATLS);
Abordagem Inicial inclui aspectos fundamentais no ABCDE: necessidades fisiológicas imediatas para a sobrevivência :
A: Airway, vias aéreas e estabilização da coluna cervical (usar colar cervical, num plano duro, com 2 blocos laterais); B: Breathing; C: Circulation, e ver se há choque; D: Disability: exame neurológico sumário);E: Environment: estudar o meio que causou o acidente).
O exame físico abdominal é importante, mas não é confiável.
EXAME FÍSICO
Inspeção: faces anterior e posterior como também as nádegas e a região perineal;
Ausculta: permite confirmar a presença ou ausência de ruídos hidroaéreos;
Percussão: pode demonstrar som timpânico;
Palpação: rigidez abdominal voluntária pode tornar o exame físico abdominal não confiável.
A compressão manual das cristas ilíacas ântero-superior pode mostrar movimento anormal ou dor óssea;
O toque retal deve ser parte obrigatória do exame físico do paciente politraumatizado;
Exame vaginal na mulher;
O exame do períneo e do pênis pode demonstrar uretrorragia e hematoma de bolsa escrotal;
Ferimentos penetrantes em região glútea.
CLASSIFICACÃO DO TRAUMA
FECHADO
ABERTO
Julyana Porto
TRAUMA FECHADO
DIRETO Cinto de Segurança
INDIRETO Contusão de abdômen;
TRAUMA ABERTO PENETRANTES
Afetam o peritônio, comunicando a cavidade abdominal com o exterior.
PERFURANTES É quando o objeto que penetra
na cavidade abdominal atinge alguma víscera , lesando órgãos e estruturas.
As lesões abdominais compreendem ruptura ou laceração dos órgãos ocos, fazendo extravasar conteúdo das vísceras o que provoca a infecção conhecida por peritonite, assim como de estruturas sólidas (fígado, baço, pâncreas e rins), causando hemorragias internas.
SITUAÇÕES CLÍNICAS RELACIONADAS
Alteração do nível de consciência por traumatismo cranioencefálico, etilismo agudo ou abuso de drogas depressoras do sistema nervoso central;
Pacientes com lesões da coluna cervical; Fratura costal baixa ou pélvica; Anestesia para a realização de procedimentos cirúrgicos extra-
abdominais.
MEDIDAS AUXILIARES DO EXAME ABDOMINAL
Manter assistência ventilatória; Cateterização de veias periféricas; Sondagem vesical de demora; Tratamento do choque e S.N.G.
EXAMES COMPLEMENTARES Exames radiológicos:
1. No trauma contuso de abdome identificar a presença de ar livre na cavidade peritoneal;
2. O achado de fraturas das costelas inferiores, da coluna lombar, dos processos transversos de vértebras lombares e da pelve;
3. Detectar a presença de corpos estranhos radiopacos.
Exames laboratoriais – Aparecimento de leucocitose e o aumento da amilase
Radiografias contrastadas Ultrassonografia abdominal Tomografia computadorizada Lavado peritoneal diagnóstico (LPD) - É muito sensível
para a detecção de hemorragia (98%), é rápido e simples de ser realizado e não requer equipamento sofisticado.
Laparoscopia - Evita laparotomia em mais de dois terços dos pacientes com suspeita de lesão intra-abdominal
TRATAMENTO
Não operatórioO paciente deve permanecer em observação clínica e,
dependendo do potencial para instabilidade hemodinâmica, deverá ficar em ambiente de terapia intensiva com monitorizarão contínua dos sinais vitais. Não deve receber analgésicos e nem antibióticos e estar em jejum por, pelo menos, 12 horas.
Cirúrgico Os pacientes com sinais de irritação peritoneal, instabilidade
hemodinâmica ou sangramento retal após ferimentos penetrantes, por arma branca ou arma de fogo do tronco devem ser encaminhados para exploração cirúrgica imediata.
Os pacientes com instrumentos empalados no abdome devem ser submetidos à laparotomia exploradora para a retirada do mesmo sob visão direta.
TRAUMA DE EXTREMIDADES
O trauma musculoesquelético consiste em lesões causadas por trauma que envolvem ligamentos, músculos e os ossos. De maneira geral, a história e o exame clínico fazem o diagnóstico destas lesões, que demandam atenção logo que possível por poderem, quando não adequadamente tratadas, resultar em invalidez permanente ou complicações decorrentes da hemorragia, principalmente em fraturas múltiplas, da pelve ou bilaterais do fêmur.
Devemos nos ater a observar:
Semelhança das extremidades; Sangramentos; Coloração da pele; Escoriações; Crepitação; Temperatura; Dor; Movimentação ativa e passiva e, sobretudo, pulsos.
Os ferimentos que apresentam maior gravidade e risco de infecção são:
Ferimentos com mais de 6 h de evolução; Ferimentos contusos, abrasões ou avulsões; Ferimentos com mais de 1 cm de profundidade; Lesões resultantes de projetil de arma de fogo de alta
velocidade; Lesões resultantes de queimaduras por
eletricidade,calor ou frio; Lesões com contaminação significativa; Lesões com tecido denervado ou isquêmico.
SÍNDROME COMPARTIMENTAL
Tem como causas:
- Esmagamentos;
- Fraturas;
- Compressão mantida em extremidades de paciente comatoso
- Após restauração de fluxo em membro previamente isquêmico;
- Após o uso de dispositivo pneumático antichoque, etc.
Sinais e sintomas da Sd compartimental:
Dor progressiva e intensa; Diminuição da sensibilidade; Edema e endurecimento; Fraqueza ou paralisia dos músculos envolvidos.
Pressão Intracompartimental 35-45 mmHg Comprometimento neuro-vascular indica a fasciotomia de
urgência.
AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS Ruptura total ou parcial de um corpo, sendo as mais
freqüentes atingindo membros e apêndices.
Causas mais comuns: Acidentes de trabalho; Acidentes domésticos; Acidentes de Trânsito;
Complicações mais comuns: Hemorragia Choque Infecção alterações psicológicas Fenômeno do Membro Fantasma
LESÕES LIGAMENTARES
Ocorre quando um movimento ultrapassa a amplitude normal da articulação.
Podem causar entorse ligamentar ou até rupturas completas (luxações).
Diagnóstico. Tratamento:
Restituição da estabilidade articular, podendo ser incruento (imobilização) ou cirúrgico ( sutura de ligamentos e capsula articular)
LESÕES MUSCULARES
Causados por traumas diretos e indiretos nos músculos, provocando lesões que interrompem as fibras musculares
Podem ser:
Estiramento ou Distensão:
Músculo excessivamente estirado ou forçado a se contrair contra a resistência excessiva, excedendo seus limites de extensibilidade
Contusão:
Lesão por compressão, sem corte, em tecidos moles causando dor e edema em consequência da ruptura capilar e resposta inflamatória.
Laceração:
Perda de tecido muscular, devido a ferida provocado por rasgos ou cortes.
Principais Tipos: Faturas Fechadas: Não há comunicação entre a
superfície externa do corpo e a fratura.
Fraturas Expostas: Há comunicação entre a fatura e a pele.
RECONHECIMENTO DE FRATURAS
Dor Local; Edema Local; Hematoma; Deformidade ou inchaço; Incapacidade funcional ou mobilidade anormal; Pulso periférico deficiente ( pode ocorrer); Crepitação óssea; Hemorragia e exposição do osso ( fratura exposta); Mobilidade anormal.
A - Fratura;
B - Alinhamento e redução da fratura;
C - Fase inflamatória;
D - Fase reparativa;
E - Fase de remodelamento.
TRATAMENTO Fratura Fechada: Aplicar tração em fraturas de membros sempre que possível. Imobilizar a fratura mediante o emprego de talas, de acordo às
circunstâncias e alinhamento do osso. Imobilizar também a articulação acima e abaixo da fratura para
evitar qualquer movimento da parte atingida. Observar a perfusão nas extremidades dos membros. Verificar presença de pulso distal e sensibilidade. Tranqüilizar o acidentado mantendo-o aquecido e na posição
mais cômoda possível.
Prevenir o estado de choque.
Remover a vítima em maca.
Transportar para o hospital.
Em fraturas anguladas ou em articulações não se deve tracionar. Imobilizar como estiver.
Fraturas Expostas:
Gentilmente, tentar realinhar o membro. Estancar a hemorragia, mediante emprego de um dos
métodos de hemostasia. Não tentar recolocar o osso no interior da ferida. Prevenir a contaminação, mediante assepsia local. Imobilizar com tala comum fratura onde os ossos
permaneçam no seu alinhamento, com tala inflável,que estancará a hemorragia (tamponamento) e prevenirá a contaminação.
Se não for possível realinhar a fratura, imobilizá-la na posição em que estiver.
Checar a presença de pulso distal e sensibilidade Nos casos em que há ausência de pulso distal e/ou
sensibilidade, o transporte urgente para o hospital é medida prioritária.
Prevenir o estado de choque tranqüilizando a vítima e evitando que veja o ferimento.
Remover a vítima em maca. Transportar a vítima para o hospital.
REFERÊNCIAS
Pasternak, Jacyr. Manual de primeiros socorros. São Paulo: Ática, 2002. BEHNKE, Robert S. Anatomia do movimento. Porto Alegre: Artmed, 2004. http://www.saudenarede.com.br/?p=av&id=ENTENDENDO_AS_LESOES Suporte básico à vida no trauma, SBVT, 2009 Pasternak Jacyr. Manual de primeiros socorros, Ática. São Paulo, 2002 http://anfisio.blogspot.com/2009/05/consolidacao-de-uma-fratura.html http://www.defesacivil.pr.gov.br/arquivos/File/primeiros_socorros_2/
cap_16_trauma_abdome.pdf http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/1654907-trauma-abdominal/ PIRES, Marco T. B.; STARLING, Sizenando V. Manual de Urgências em
Pronto-Socorro. Editora Guanabara Koogan. 8ª Ed. Rio de Janeiro, 2006. SMITHUDDLESTON, Sandra. Emergências Clínicas Abordagem e
Intervenção e Auto Avaliação