tratamentos contra a corrosão em estruturas metálicas · sobre a estrutura, em vez de ser...

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sobre a estrutura, em vez de ser retirada? Por isso, a recomendação é a de que os projetos prevejam sempre furos de drena- gem para o escoamento da água, onde necessário. Outra ação simples é evitar a formação de cavidades e frestas, onde a água possa ficar retida. A ATENÇÃO AO DETALHAMENTO DO PROJETO É A MANEIRA MAIS ECONÔMICA DE SE PROMOVER A PRO- TEÇÃO DO AÇO CONTRA A CORROSÃO. 2) Escolha do melhor sistema de proteção A seleção de um sistema de proteção ade- quado depende do conhecimento prévio de alguns fatores, tais como: Agressividade do ambiente circundante e interno à estrutura. Esse é o ponto de partida para a escolha de um sistema de proteção que proporcione a durabilidade desejada; Dimensão e forma dos componentes metálicos estruturais; Possibilidade de intervenções periódicas de manutenção. 3) Impactos ambientais É cada vez mais importante considerar a utilização das TINTAS COM BAIXO TEOR DE SOLVENTES e que não contenham pigmentos nocivos ao meio ambiente. Da mesma forma, sistemas de proteção mais duradouros devem ser preferidos àqueles que necessitam de manutenção periódica mais frequente. Na hora de comparar diferentes opções de tratamento, é aconselhável fazer o CÁLCULO DO CUSTO DO CICLO DE VIDA de cada solução para fazer a escolha mais acertada. Toda construção, independentemente do sistema construtivo adotado, demanda cui- dados para garantir sua durabilidade perante as agressões do meio ambiente. No caso das estruturas metálicas, a proteção frente à corrosão pode ser feita através de medidas simples, descritas em normas, códigos de conduta e manuais. A principal abordagem pode ser agrupada em três linhas de atuação complementares: 1) Cuidados no detalhamento do projeto Como é de conhecimento geral, a corrosão atmosférica é um fenômeno espontâneo que, para acontecer, necessita de água e, concomitantemente, do oxigênio atmosférico, sobre a superfície metálica. Então, por que permitir propositalmente a ocorrência de situações onde a água possa ser mantida Tratamentos contra a corrosão em estruturas metálicas informe publicitário Foto: Divulgação Galvanização x pintura Dois dos métodos mais consolidados para a proteção do aço contra a corrosão são a pintura e a galvanização. Quando a escolha recai sobre a pintura, é impor- tante não deixar de observar as normas internacionais. Fabio Domingos Pannoni, Consultor Técnico de Produto & Processo da Gerdau Aços Longos Brasil, explica que os sistemas propostos na norma ISO 12944 são reconhecidos mundialmente e tendem a funcionar muito bem na maior parte das situações práticas. Outra alternativa eficaz é a galvani- zação a quente. Segundo Pannoni, há uma crença infundada no Brasil de que esse tratamento é uma solução cara. Na realidade, a galvanização é, em muitas situações, tão ou mais vantajosa que a pintura, especial- mente quando analisado o custo total da proteção ao longo da vida útil da estrutura. A durabilidade do aço gal- vanizado alcança facilmente 75 anos em uma grande variedade de ambi- entes. Já que os custos podem ser semelhantes, a dica do especialista é NUNCA DEIXAR DE AVALIAR AS DUAS POSSIBILIDADES DE PROTEÇÃO. Este material faz parte do Programa “Aço Construindo a COPA 2014” promovido pelo CBCA - Centro Brasileiro da Construção em Aço. Confira mais detalhes em: www.cbca-iabr.org.br/copa2014 Ponte rodoferroviária sobre o rio Orinoco, na Venezuela. Aço patinável de alta resistência à corrosão suporta severas condições de atmosfera. Foto: Ciete Silvério/ Governo do Estado de SP Quando recebe o tratamento adequado, o aço pode resistir a intensas condições de uso, como as que ocorrem em uma estação de metrô. Gestor: Mais informações sobre formas de proteger o aço contra a corrosão podem ser obtidas nos Manuais de Construção em Aço “Projeto e Durabilidade” e “Tratamento de Superfície e Pintura”, ambos editados pelo Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA). As publicações estão disponíveis para download gratuito no website do CBCA. Também são comercializadas pela Editora Pini. Escolhendo o sistema de pintura A especificação do sistema de pintura deve levar em conta: Fatores climáticos -radiação ultravioleta, variação de temperatura, chuvas, umidade, poeiras, névoa salina etc; Poluentes presentes na atmosfera; Tipo de superfície a ser protegida; Características do microambiente; Temperatura e condições de trabalho; Método de aplicação da pintura, entre outros. Cabe lembrar que a pintura de estruturas metálicas envolve muito mais do que a simples aplicação de tintas. O sistema deve abranger: Preparo da superfície, grau de limpeza, perfil de rugosidade; Número de demãos da tinta de fundo e espessuras da película seca por demão em micrometros; Intervalo entre cada demão; Número de demãos da tinta intermediária (se houver) ou da tinta de acabamento e espessuras por demão; Intervalo entre cada demão e tempo para a cura final antes de colocar o equipamento ou a estrutura em operação. Tipos de tintas utilizados na proteção de estruturas metálicas: Tintas alquídicas – conhecidas como esmaltes ou primers sintéticos, são monocomponentes e muito utilizadas em portas e esquadrias. Caracterizam-se pelo baixo custo. Tintas acrílicas – monocomponentes, podem ser à base de solventes orgânicos ou de água. Os produtos hidrossolúveis são indicados para ambientes de média agressividade. Costu- mam ter ótimo desempenho na pintura de estruturas, equipamentos, bombas etc. Tintas epoxídicas – bicomponentes, sendo o componente A geralmente à base de resina epóxi e o B à base de poliamida, poliamina ou isocianato alifático. De acordo com a com- posição, podem ser utilizadas em ambientes de média e alta agressividade. Tintas poliuretânicas - bicomponentes. O componente A pode ser à base de resina de poliéster ou de resina acrílica polihidroxilada. Já o componente B costuma ser à base de isocianato alifático ou isocianato aromático. Geralmente têm resistência aos raios ultravioleta superior à das tintas epóxi e se caracterizam pela boa retenção de cor. São normalmente utilizadas em esque- mas de pintura com primers epóxi. Etil silicato de zinco – dá proteção catódica ao aço carbono pelo mesmo mecanismo da galvanização e por isso é substituto econômicos para galvanizações. Tintas para altas temperaturas - resistentes a temperaturas elevadas. Podem ser mono ou bicomponentes, à base de silicone ou silicatos.

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sobre a estrutura, em vez de ser retirada?

Por isso, a recomendação é a de que os

projetos prevejam sempre furos de drena-

gem para o escoamento da água, onde

necessário. Outra ação simples é evitar

a formação de cavidades e frestas, onde

a água possa ficar retida. A ATENÇÃO AO

DETALHAMENTO DO PROJETO É A MANEIRA

MAIS ECONÔMICA DE SE PROMOVER A PRO-

TEÇÃO DO AÇO CONTRA A CORROSÃO.

2) Escolha do melhor sistema de proteção

A seleção de um sistema de proteção ade-

quado depende do conhecimento prévio de

alguns fatores, tais como:

• Agressividade do ambiente circundante

e interno à estrutura. Esse é o ponto de

partida para a escolha de um sistema de

proteção que proporcione a durabilidade

desejada;

• Dimensão e forma dos componentes

metálicos estruturais;

• Possibilidade de intervenções periódicas

de manutenção.

3) Impactos ambientais

É cada vez mais importante considerar a

utilização das TINTAS COM BAIXO TEOR

DE SOLVENTES e que não contenham

pigmentos nocivos ao meio ambiente. Da

mesma forma, sistemas de proteção mais

duradouros devem ser preferidos àqueles

que necessitam de manutenção periódica

mais frequente. Na hora de comparar diferentes

opções de tratamento, é aconselhável fazer o

CáLCuLO DO CuSTO DO CICLO DE VIDA de

cada solução para fazer a escolha mais acertada.

Toda construção, independentemente do

sistema construtivo adotado, demanda cui-

dados para garantir sua durabilidade perante

as agressões do meio ambiente. No caso

das estruturas metálicas, a proteção frente à

corrosão pode ser feita através de medidas

simples, descritas em normas, códigos de

conduta e manuais. A principal abordagem

pode ser agrupada em três linhas de atuação

complementares:

1) Cuidados no detalhamento do projeto

Como é de conhecimento geral, a corrosão

atmosférica é um fenômeno espontâneo

que, para acontecer, necessita de água e,

concomitantemente, do oxigênio atmosférico,

sobre a superfície metálica. Então, por que

permitir propositalmente a ocorrência de

situações onde a água possa ser mantida

Tratamentos contra a corrosão em estruturas metálicas

informe publicitário

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ação

Galvanização x pintura

Dois dos métodos mais consolidados

para a proteção do aço contra a corrosão

são a pintura e a galvanização. Quando

a escolha recai sobre a pintura, é impor-

tante não deixar de observar as normas

internacionais. Fabio Domingos Pannoni,

Consultor Técnico de Produto & Processo

da Gerdau Aços Longos Brasil, explica

que os sistemas propostos na norma ISO

12944 são reconhecidos mundialmente e

tendem a funcionar muito bem na maior

parte das situações práticas.

Outra alternativa eficaz é a galvani-

zação a quente. Segundo Pannoni, há

uma crença infundada no Brasil de

que esse tratamento é uma solução

cara. Na realidade, a galvanização

é, em muitas situações, tão ou mais

vantajosa que a pintura, especial-

mente quando analisado o custo total

da proteção ao longo da vida útil da

estrutura. A durabilidade do aço gal-

vanizado alcança facilmente 75 anos

em uma grande variedade de ambi-

entes. Já que os custos podem ser

semelhantes, a dica do especialista

é NuNCA DEIXAR DE AVALIAR

AS DuAS POSSIBILIDADES DE

PROTEÇÃO.

Este material faz parte do Programa “Aço Construindo a COPA 2014” promovido pelo CBCA - Centro Brasileiro da Construção em Aço.

Confira mais detalhes em:www.cbca-iabr.org.br/copa2014

Ponte rodoferroviária sobre orio Orinoco, na Venezuela.Aço patinável de alta resistênciaà corrosão suporta severas condições de atmosfera.

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Quando recebe o tratamento adequado, o aço pode resistir a intensas condições de uso, como as que ocorrem em uma estação de metrô.

Gestor:Mais informações sobre formas de proteger o aço contra a corrosão podem ser obtidas nos Manuais de Construção em Aço “Projeto e Durabilidade” e “Tratamento de Superfície e Pintura”, ambos editados pelo Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA). As publicações estão disponíveis para download gratuito no website do CBCA. Também são comercializadas pela Editora Pini.

Escolhendo o sistemade pintura

A especificação do sistema de pintura deve

levar em conta:

• Fatores climáticos -radiação ultravioleta,

variação de temperatura, chuvas, umidade,

poeiras, névoa salina etc;

• Poluentes presentes na atmosfera;

• Tipo de superfície a ser protegida;

• Características do microambiente;

• Temperatura e condições de trabalho;

• Método de aplicação da pintura, entre outros.

Cabe lembrar que a pintura de estruturas

metálicas envolve muito mais do que a

simples aplicação de tintas. O sistema deve

abranger:

• Preparo da superfície, grau de limpeza,

perfil de rugosidade;

• Número de demãos da tinta de fundo e

espessuras da película seca por demão em

micrometros;

• Intervalo entre cada demão;

• Número de demãos da tinta intermediária

(se houver) ou da tinta de acabamento e

espessuras por demão;

• Intervalo entre cada demão e tempo para

a cura final antes de colocar o equipamento

ou a estrutura em operação.

Tipos de tintas utilizados na proteção

de estruturas metálicas:

• Tintas alquídicas – conhecidas como

esmaltes ou primers sintéticos, são

monocomponentes e muito utilizadas em

portas e esquadrias. Caracterizam-se pelo

baixo custo.

• Tintas acrílicas – monocomponentes, podem

ser à base de solventes orgânicos ou de água.

Os produtos hidrossolúveis são indicados para

ambientes de média agressividade. Costu-

mam ter ótimo desempenho na pintura de

estruturas, equipamentos, bombas etc.

• Tintas epoxídicas – bicomponentes, sendo

o componente A geralmente à base de resina

epóxi e o B à base de poliamida, poliamina

ou isocianato alifático. De acordo com a com-

posição, podem ser utilizadas em ambientes

de média e alta agressividade.

• Tintas poliuretânicas - bicomponentes. O

componente A pode ser à base de resina de

poliéster ou de resina acrílica polihidroxilada.

Já o componente B costuma ser à base de

isocianato alifático ou isocianato aromático.

Geralmente têm resistência aos raios

ultravioleta superior à das tintas epóxi

e se caracterizam pela boa retenção de

cor. São normalmente utilizadas em esque-

mas de pintura com primers epóxi.

• Etil silicato de zinco – dá proteção catódica

ao aço carbono pelo mesmo mecanismo da

galvanização e por isso é substituto econômicos

para galvanizações.

• Tintas para altas temperaturas - resistentes

a temperaturas elevadas. Podem ser mono ou

bicomponentes, à base de silicone ou silicatos.