tratado de direito privado tomo15

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TRATADO DE DIREITO PRIVADO TOMO XVTBUA SISTEMTICA DAS MATRIAS TITULO III PROPRIEDADE MOBILIRIA (BENS CORPREOS) PARTE 1 Conceito e natureza da propriedade mobiliria CAPITULO 1 PROPRIEDADE MOBILIRIA 1.656.Classificao dos bens pela deslocabilidade e por lei. 1. Bem imveis e bens mveis, distino de relevncia varivel. 2.Bens mveis, objeto de direito das coisas. 3. Frutos naturais. 4. Energia eltrica, atmica e outras energias. 5.Direitos reais sbre bens mveis. 6. Objeto do dominio . 1.657.Registro de bens mveis. 1. Registro de bens mveis, exigncia excepcional. 2. Veculos automotores. 3. Aplices da divida pblica. 4. Navios. 5. Aeronaves CAPITULO II PROPRIEDADE DOS TTULOS CAMBIRIOS E CAMBIARIFORMES 1.658. Presuno de propriedade dos ttulos. 1. Posse e presuno da propriedade. 2. Como opera a presuno. 3. Presuno no pretrito. 4. Posse mediata e posses mediatas. 5. Posse e posterior propriedade. 6. Direito real limitado e presuno. 7. Ao de reivindicao e prova. 8. Perda e furto. 9.Leilo, feira e mercado 1.659. Propriedade. 1. Lex apecialis. 2. Conseqncias da regra jurdica especial PARTE II Aquisio da propriedade mobiliria CAPITULO 1 MODOS DE AQUISIO E BENS MVEIS 1.661.Sub-rogao real e comunho matrimonial de bens. 1. Conceito. 2. Modo de aquisio. 3. Comunho matrimonial de bens CAPITULO II OCUPAO 1.662. Conceito e classificao. 1. Suporte fctico da ocupao. 2.Ato-fato jurdico. 3. Apropriao por ato-fato. 4. Conceito de bem sem dono (res nulius) 1.663.Ocupabilidade coletiva. 1. Princpio da ocupabilidade por todos. 2. Direito contemporneo e caa. 3. Senso lato de ocupao. 4. Aves e peixes 1.664. Apropriao Livre ou em exercicio de direito. 1. Espcies de apropriao. 2. Ocupao de minerais e outras

coisas. 3. S o que nuilius ocupvel. 4. bice apropriabilidade.5.Direitos reais limitados sbre a coisa derrelicta . 1. OCUPAO SIMPLES 1.665. 1.666. Conceito de ocupao simples. 1. Conceito. 2.Pressupostos 3.Ineliminabilidade do occu pare nas espcies qualificadas. 1.Caa. 2. Pesca. 3. Tesouro II. CAA 1.667.Conceito de caa. 1. Sentido lato e sentido tcnico. 2. Cdigo de Caa e conceito de caa. 3. Caa, poder de caar; e caa, exerccio de direito de caa 1.668.Dados histricos. 1. Caa e ocupao. 2. Propriedade e caa 1 1.669.Animais bravios. 1. Conceito. 2. Direito brasileiro sbre ocupao de animais bravios 1.670.Direito de caa e apropriao da caa. 1. Importncia da distino. 2. Direito anterior. 3. Interpretao do Cdigo Civil, art. 598. 4. Bens pblicos e direito de caa. 5. Ato de ocupao e direito de caa 1.671.Evoluo do direito. 1. Direito de caa e transformaes do direito. . 2. Direito romano e direito de caa 1 1.672.Animais mansos e animais amansados 1. Interpretao dos arts. 593, II, e 596 do Cdigo Civil 2. Solues possveis e soluo certa 1.673.Natureza do direito de caa. 1 Direito de caa, bem imvel. 2. Renncia caa 1.674.Dever de caar. 1. Direito de caar e dever de caar. 2. Mudana e desapario; volta da nocividade51 1.675.Caabilidade. 1. Animais caveis. 2.Pr-excluso da caabilidade 1.676.Animal ferido. 1. Cdigo Civil, arts. 595 e .600. 2. Cdigo Civil, arts. 598 e 60153 1.677.Caa e regras de direito administrativo. 1. Cdigo Civil, art. 594. 2. Cdigo de Caa. 3. Meios e modos de caar. 4. Licenas 1.678.Vedao temporal de caa. 1. Perodo de caa. 2. Tcnica da limitao. 3. Direito administrativo brasileiro, soluo adotada 1.679.Direito administrativo e exerccio da caa. 1. Exerccio da caa. 2. Licena do dono. 3. Limitaes legais ao exerccio 1.680.Exerccio de faculdade de caar e exercicio do direito de caa. 1.Atos preparatrios ou atos componentes do exerccio do direito de caa. 2. Faculdade de caar, atos preparatrios e atos componentes do exerccio. 3. Atitude do dono do terreno em relao ao caador 1.681.Aes contra o exerccio ou derivadas da faculdade de caar ou do direito de caa. 1. Faculdade de caar. 2. Direito de caa e aes 1.682.Abelhas. 1. Abelhas, universalidades de fato. 2. Cdigo Civil, j.Art. 593, 1, ou 593, II?. 3. Abelhas, quando so res nulius III. PESCA 1.683.Conceito de pesca. 1. Pesca e exerccio da pesca. 2. Pescar e ocupar. 3. Espcies de guas. 4. Animais e vegetais que se pescam. 5. Piscinas e tanques 1.684.Pesca e ocupao. 1. Construo jurdica do direito de pesca. 2. Consequncias do art. 4O do Cdigo de Pesca. 3. Animais, no art. 4O do Cdigo de Pesca 1.685.Direito de pesca e direito de apropriao. 1. Direito de pesca e direito de apropriao. 2. Dever de pescar. 3. Direito de pesca e guas em terrenos ribeirinhos. 4. Peixes e retirada das guas 1.686 Exercicio do direito de pesca e da faculdade de pescar. 1.Direito de pescar e atos preparatrios. 2. Faculdade de pescar e seu exerccio 1.687.Pesca e direito administrativo. 1. Servios de pesca. 2.Limitaes legais ao exerccio da pesca. 3. Distritos de pesca, no mar, ou em lago, ou em rio. 4. Aparelhos de pesca

IV.. TESOURO 1.688.Conceito de tesouro. 1. Thesaurus. 2. Negao afirmativa de se tratar de tesouro. 3. Classificao do fato jurdico da inveno do tesouro. 4. Tesouro em bem imvel ou em bem mvel. 5. Tesouro em bens pblicos 1.689.Suporte fctico do tesouro. 1. Depsito ou acantonamento de bem mvel. 2. Ocultao e imperceptibilidade. 3. Vetustez, elemento necessrio no conceito de tesouro. 4. Bens mveis pblicos. 5. Preciosidade das coisas ou da coisa 1.690.Construo juridica do tesouro. 1. Problema tcnico legislativo do conceito de tesouro. 2. Solues. 3. Soluo do Cdigo Civil, arts. 607-61090 1.691.Ato de inveno como suporte factico. 1. Ato de achada do tesouro. 2. Posse e ocupao. 3. Permisso de pesquisa insuo e in alieno 1.692.Relaco juridica de propriedade e aquisio do tesoura. 1.Propriedade do tesouro. 2. Tesouro achado por algum condmino ou por algum comuneiro de apartamentos. 3. Tesouro achado em prdios confinantes. 4. Tesouro achado por possuIdor imprprio. 5. Situao jurdica entre o encontro e a posse. 6. Se foi o proprietrio do prdio ou do mvel em que estava o tesouro ou algum a seu servio especifico que descobriu

CAPTULO III USUCAPIO 1.693.Aquisio da propriedade mobiliria por usucapio. 1. Modo de aquisio originria. 2. As duas espcies de usucapio de bens mveis. 3. Bens mveis que no se podem usucapir. 4.Usucapio e condictio 1 . 694.Pressupostos comuns s dnas espcies de usucapio. 1. Coisa usucapvel, posse prpria e tempo. 2. Res habilis. 3. Posse prpria. 4. Tempus. 5. Ao de usucapio de bens mveis 1 .695.Successio possessionis e accessio possessionis. 1. Posse e continuidade. 2. ConseqUncias jurdicas. 3. Posse que se transmite ao herdeiro 1.696.bice ao prazo, suspenso e interrupo do prazo. 1. Cdigo Civil, art. 619. pargrafo nico. 2. Obstculo ao incio do prazo e suspenso do prazo. 3. Interrupo do prazo .. 1.697.Pressupostos da usucapio por longo tempo. 1. Cdigo Civil, art. 919. 2. j~Exceo ou objeo de furtividade?. 3. Boa f 1.698.Pressupostos da usucapio por tempo breve. 1. Tempus, bona fides, titulus iustus. 2. Res habilis. 3. Pressuposto de boa f. 4. Que se h de entender por m f. 5.Ttulo hbil CAPTULO IV 1.708.indenizabilidade 1. Contedo dos arts. 613 e 614 do Cdigo Civil. 2. Deslocaes patrimoniais. 3. lus tollendi e pretenso a toler CAPTULO V ACESSO (ADJUNO) 1 . 709.Accessio e suas espcies. 1. Conceitos. 2. Aquisio da propriedade por accessio. 3. Acesso e especificao 143 1.710.Usucapio sem e com. acesso. 1. Cdigo Civil, art. 615. 2. Cdigo Civil, art. 615, 1.~ e 2.0. 3. Mnimo de fixidez.4.Res rei cedit. 5. Dinheiro. 6. Natureza do fato jurdico da acesso 1.711.Acesso entre coisas equivalentes. 1. Acesso sem principalidade de qualquer das coisas. 2. Comunho 147 1.712.Acesso a coisa principal (Cdigo Civil, art. 615, 2.0).1.Principalidade de uma das coisas. 2. Acesso com principalidade da coisa. 3. Aquisio e indenizao. 4. Pintara, escultura, escrita ou outro trabalho grfico .... 148 1.713.Direito formativo gerador, segundo o Cdigo Civil, art. 616.1.Contendo do art. 616 do Cdigo Civil. 2. Direito brasileiro

CAPTULO VI CONFUSO E COMISSO ESPECIFICAO 1.699.Conceito de especificao. 1. Nova espcies . 2. Conceituao. 3. Matria prima. 4. Natureza da especificao como fato jurdico 1.700.Problema da propriedade da nova espcies . 1. Coisa e identidade. 2. Direito do trabalho. 3. As doutrinas romanas da especificao. 4. Ilicitude 1.701.(A) Valor do trabalho consideravelmente maior. 1. Superao econmica do trabalho. 2. Fonte do art. 612, 2.0, do Cdigo Civil. 3. Furtvidade, qualidade fctica 1.702.(B) Pintura, escultura e escrita ou grafia. 1. Regra jurdica especial sbre pintura, escultura, e escrita. 2. Fonte do art. 614 do Cdigo Civil. 3. De jure condendo 1.703.(C) Especificao irredutvel, de boa f. 1. Terceira situao. 2. Fonte do art. 612 do Cdigo Civil. 3. Atitude do Cdigo Civil. 4. Boa f. 5. Boa f e m f na mesma pessoa 1.704.(D) Especificao redutvel, eliminados os trs suportes facticos acima referidos. 1. Primeiro caso de propriedade ao dono da matria prima. 2. Fonte do art. 612, 1.0, 1.~ parte, do Cdigo Civil 1.705.(E) Irredutibilidade da espcie nova e m f do especificador. 1.Exaustividade do regramento jurdico. 2. Fonte do art. 612, 1.0, 2.~ parte, do Cdigo Civil 1.706. (F) Matria prima s em parte alheia e irredutibilidade. 1.Pluralidade de donos. 2. Outros sistemas jurdicos .. 137 1 .707. Continuidade e discontinuidade da propriedade. 1. Matria e nova espcie. 2. Exame das diferentes aquisies da propriedade 1.714. Os dois conceitos. 1. Terminologia. 2. Regramento jurdico uniforme 1. CONFUSO 1.715. Generalidades. 1. Conceito. 2. Natureza jurdica da confuso 1.716.Confuso s aparente.1. Caracterizao da confuso. 2.Confuso querida pelos donos das coisas confundidas. 3.Nenhuma comunho 1.717.Confuso sem principalidade de qualquer das coisas componentes. 1. Contedo do art. 615, 1.~, do Cdigo Civil. 2. Condomnio 1.718.Confuso com principalidade de uma das coisas componentes. 1 Contedo do art. 615, 2.0, do Cdigo Civil. 2. Perda de propriedade da coisa acedida e. indenizao 1.719. M f e confuso. 1. Incidente lateral. 2. Exerccio da opo II. COMISSO 1.720.Conceito e natureza. 1. Conceito. 2. Natureza jurdica da comisto. 3. Dinheiro e comisto 1721.Comisso sem principalidade de alguma das coisas comistas. 1.Comisto e coisas equivalentes. 2. Regime jurdico 1.722. Comisto eom principalidade de alguma das coisas comistas. 1.Coisa principal e comisto. 2. Principalidade de uma das coisas na comistio 1.723. M f em caso de comisto. 1. Cdigo Civil, art. 616. 2.Exerccio do direito ~oriundo de comisto com m f do outro dono . CAPTULO VII SEPARAO DE PARTES INTEGRANTES 1.724.Conceito de separao de partes integrantes. 1. Partes integrantes e separao. 2. Espcie mais simples. 3. Natureza da separao de partes integrantes. 4 Aquisio da propriedade cum causa. $. Problema de tcnica legis

lativa163 1.725.(A) Domnio e separao de partes integrantes. 1. Proprietrio e separao de partes integrantes. 2. Aquisio originria, e no derivativa 1.726.(B) Direito real sobre a coisa com explorao ou fructus e separao do partes integrantes. 1. Natureza dos direitos reais que permitem aquisio. 2. Direito real e posse 1.727.(C) Possuidor de boa f e partes integrantes. 1. Posse prpria. 2. Posse imprpria com adquiribilidade. 3. Possuidor imediato e possuidor mediato. 4. Boa f e erro de fato. 5.Posse no momento da separao. 6. Produtos da coisa segundo a destinao e as outras partes integrantes. 7. Aquisio pelo que tem permisso de apropriar-se dos frutos 1.728.(D) Aquisio em virtude de permisso de apropriao. 1.Permisso de apropriar-se. 2. Natureza da permisso de apropriar-se. 3. Negcio jurdico de permisso a apropriar-se. 4. Aquisio originria, e no derivativa. 5. Outorgado possuidor de boa f CAPTULO VIII AQUISIO EM VIRTUDE DE LEI 1.729.Modo especifico de adquirir. 1. Espcies excepcionais. 2. As espcies dos arts. 598 e 601 do Cdigo Civil e 603-606. 3. Espcies que no so de transitus dominii legalis 1. CAA E PESCA SEM DIREITO DE CAAR E DE PESCAR 1.730.Caa e pesca em terras alheias ou guas alheias. 1. Contedo do art. 598 do Cdigo Civil. 2. Problema de construo da aquisio pelo dono das terras. 3. Problema de construo da adquisio pelo dono das guas. 4. Situao jurdica do caador ou pescador que caou ou pescou e apanhou caa ou pesca sem que o permitisse o titular do direito de caa ou pesca II. ACHADA (OU INVENO DE COISAS PERDIDAS) 1.731.Achada de coisas perdidas. 1. Perda de bens mveis. 2. Direito romano e achada de coisas perdidas. 3. Direito alemo.4.Coisas esquecidas e coisas perdidas. 5. Achada e fonte 1.732.Entrega do achado autoridade pblica e procedimento edital.1.Entrega autoridade pblica. 2. Edital. 3. Achado em estabelecimentos pblicos ou em transportes coletivos. 4. Relaes jurdicas entre achador e dono da coisa. 5. Responsabilidade do achador. 6. Direitos do achador 1.733.Entrega da coisa. 1. Dever de entrega. 2. Ladro e entrega. 3. Quem faz entrega ao perdente da coisa .... 202 1.734.Recompensa ao achador. 1. Conceito e histria do achdigo 2.Derrelico da coisa achada 1.735.Aquisio pelo Estado ou pelo achador. 1. Destino da coisa achada. 2. Interpretao do Cdigo Civil, grt. 606, in fine .207 1.736.Decises do juiz. 1. Decises quanto venda e quanto ao preo da coisa. 2. Decises quanto entrega ao dono ou possuidor legtimo. 3. Carga de eficcia da sentena de entrega. 4. Deciso de adjudicao 208 1.737.Comparao entre as espcies dos arts. 598 e 601 e as dos arte. 603-606 do Cdigo Civil. 1. Traos comuns. 2. Traos diferenciais

III.DEPSITOS E CRDITOS NO-RECLAMADOS 1.738.Depsitos e bens recolhidos. 1. Natureza dos depsitos. 2. Decreto n. 22.468, de 15 de fevereiro de 1933, e Lei n. 2.313, de 3 de setembro de 1954. 3. Bens recolhidos aos Depsitos Pblicos. 4. Lei n. 2.313, de 3 de abril de 1954

IV. INCORPORAO A INVENTRIO 1.739.Conceito de incorporao a inventrio. 1. Inventrio. 2. Incorporao a inventrio 1.740.Aquisio por incorporao a inventrio. 1. Problema da construo. 2. Destinao explorao. 3. Momento da aquisio 1.741.Pressupostos da aquisio por incorporao. 1. Pressupostos para a incorporao. 2. Pressupostos da aquisio. Aquisio originria V.DIREITOS DOCUMENTADOS E DOCUMENTOS 1.742.Manifestaes de vontade e crtulas. 1. Crtula e promessa ou declarao. 2. Dados histricos (direito romano e direito germnico). 3. Generalidade do princpio. 4. Pressupostos da aquisio da propriedade. 5. Dinheiro, ttulos cambirios e cambiariformes. 6. Dispositividade do princpio .. 1.743.Aquisico e histria posterior do direito. 1. Natureza da aquisio. 2. Posteridade do direito. 3. Ttulos ao portador e ttulos ordem. 4. Escrita e primeira aquisio 1.744.Pretenses e aes. 1. Documentos. 2. Pretenses ligadas ao direito - 1745. Ttulos endossveis. 1. Endosso . 2. Crdito e crtula, partes integrantes, e no crtula-pertena Responsabilidade do alienante possuidor de boa f. 1. Direito romano e comum. 2. Direito vigente 1.746.histrica nos sculos XIII, XV e XVI. 6. Perda de coisa,no sentido do Cdigo Civil, art. 603. 7, Achada e elementos do suporte fctico . 8. Pluralidade de donos e de achadores .9.Achador, o que 188 198 CAPTULO IX AQUISIO PELA POSSE DE BOA F Modo de aquisio. 1. Direito comum dos bens mveis e direito especial. 2. Cdigo Civil. 3. Frutos. 4. Boa f 223 Ttulos ao portador. 1. Regras jurdicas gerais sbre eficcia real da tradio e regras jurdicas especiais. 2~ Ttulos ao portador, fora do direito cambirio e cambiariforme. 3. Aquisio, em direito cambirio ou cambiariforme, do titulo. ao portador ou endossado em banco. 4. Natureza aa aquisio pela posse de boa f (originria ou derivada). 5. Aquisio pelo outorgado de m f 2.Sucesso universal e pessoas jurdicas CAPTULO XII PLURALIDADE DE PROPRIETRIOS TRADIO 1.749.Transmisso da propriedade mobiliria. 1. Que tradio.no direito de propriedade. 2. Cdigo Civil, arte. 620-622 e 865.3. Tradio, elemento de suporte fctico da aquisio.4.Ato de disposio 239 1.750.Tradio elemento essencial da transmisso. 1. Elemento fctica essencial. 2. Tradio e negcio jurdico. 3. Posse mediata e tradio. 4. Aquisio da posse imediata .. 1.751.Acordo de transmisso. 1. Conceito. 2. Acordo de trans-misso e entrega-tomada. 3. Em que consiste a entrega-to-mada. 4. Brevi manu traditio. 5. Sucesso, na tradio.6.Transmisso da propriedade mobiliria e terceiro. 7. Natureza causal da transmisso. 8. Sorte do negcio jurdica consensual. 9. Tradio, posse e propriedade. 10. Trans-formao da posse. 11. Aquisio ao adquirente simulado.12.Natureza da proteo do terceiro 1.752.Tradio pelo no-dono. 1. Entrega-tomada para transmisso da propriedade. 2. Boa f e m f. 3. Bens mveis dotais 1.753.Tradio por ato inexistente ou nulo. 1. Acordo de transmisso inexistente ou nulo. 2. Transmisso da posse sem transmisso da propriedade. 8. No-dono e alienao.. 1.754.Ps-e ficaeisao do acOrdo com o no-dono. 1. Contedo do. ~rt. 622. 2. parte, do Cdigo Civil. 2. Principio do efeito possvel 1.755.AcOrdo posterior entrega-tomada. 1. Posposio do acordo de transmisso. 2 . Eficcia do acordo posterior. 3. Boa f e art. 622, 2. parte, do Cdigo Civil. 4. Alienao de coisa alheia e posse de boa f 1.756.Constituto possessrio. 1. Poder fctico e aquisio da propriedade mobiliria. 2. Definio do constituto

possessrio e propriedade; teorias. 3. Constituto possessrio e tradio. 4.Como se opera o constituto possessrio. 5. Exame das teorias. 6. Se de subentender-se a clusula constituti. 7.Ausncia e representao. 8. Pretenso e ao de imisso de pouse; constituto possessrio. 9. Transmisso para segurana ou garantia. 10. Representao, no constituto possessrio. 11. Constituto possessrio 1.757.Tradio com cesso da pretenso entrega. 1. Cesso da pretenso entrega. 2. Direito romano. 3. Acrdo de transmisso, sem forma especial. 4. Posio jurdica do terceiro. 5. Propriedade de mercadorias. 6. Alcance especfico do art. 621 do Cdigo Civil. 7. Anlise das espcies 1.759. Bens mveis e comunho por herana. 1. Herana e legado 1.760. Condomnio de bens mveis. 1. Condomnio e propriedade em mo-comum. 2. Comunho e mo-comum 1.761. Comunho pro diviso. 1. Excepcionalidade da espcie. 2.Patrimnio em comum e fundo de empresa em comum PARTE III Pretenses e aes mobilirias dominicais CAPTULO 1 PRETENSES E AES REAIS 1.762. 1.763. Preliminares. 1. Conceitos. 2. Aes especificas e aes pessoais que protegem a propriedade Precises indispensveis. 1. Aes que nascem de pretenses dominicais mobilirias. 2. Bens mveis CAPITULO II AO DECLARATRIA 1.764. 1.765. Conceito e pressupostos. 1. Ao declaratria. 2. Tempo a declarao Direitos incorporados a ttulos e direitos documentados. 1. Direitos incorporados a ttulos. 2. Direitos documentados AO DE REIVINDICAO 1.766. 1.767. 1.768. 1.769. 1.770. 1.771. CAPITULO XI SUCESSO UNIVERSAL E SUCESSO SINGULAR A CAUSA DE MORTE 1.758.Propriedade mobiliria e sucesso. 1. Aquisio da propriedade mobiliria. 2. Saisina. 3. Sucesso universal entre vivos Domnio e ius possidendi. 1. Domnio e ofensa ao domnio-2. Ao de reivindicao e injusta posse 1 Legitimao ativa. 1. Proprietrio. 2. Propriedade exclusiva e comunho Legitimao passiva. 1. Possuidor, ru. 2. Posse e execuo do julgado reivindicatrio Objeto da reivindicao mobiliria. 1. Bens mveis reivindicveis. 2. Bens mveis e determinao suficiente. 3. Individualizao do bem mvel Alegaes e prova. 1. nus de afirmao e de prova 2. Ttulos que se adquirem com a posse de boa f FOra e eficcia da sentena. 1. Fra sentencial 2. Benfeitorias

CAPTULO IV

AO NEGATRIA 1.772.Pretenso e ao negatria. 1. Ofensa sem retirada da posse. 2. Legitimao ativa e passiva. 3. Execuo da sentena negatria 1.773. Fundamentos do pedido negatrio. 1. Incurses. 2. Ofensa futura e ofensa j sofrida CAPTULO V PRETENSES E AES DE INDENIZAO 1.774.Aes de indenizao por ato no contrrio a direito. 1. Limitao ao contedo do direito de propriedade. 2. Ato contrrio a direito. 3. Ao de indenizao contra o possuidor. 4.Cauo de dano infecto. 5. Opus 1.775. Posse e propriedade. 1. Suporte fctico da regra jurdica que d a pretenso indenizatria. 2. Prescrio 1.776.Espcies de perda do propriedade. 1. As causas segundo o sistema jurdico. 2. Titulos documentais e ttulos incorporantes. 3. Ttulos nominativos. 4. Direitos documentados 1.777.Espcies complexas. 1. Suportes fcticos complexos. 2. Tcnica legislativa. 3. Reverses 1.778. Conceito de derrelico. 1. Derelictio. 2. Pressupostos de validade e de eficcia. 3. Abandono da posse e derrelico. 4.Poder de dispor e derrelico. 5. Negcio jurdico gratuito. 6. Comunizao 1.779. Representao e nunciatura 1. Representao. 2. Nncio e derrelico CAPTULO III AQUISIO POR OUTREM 1.780.Usucapio e outras aquisies. 1. Princpios comuns propriedade imobiliria e propriedade mobiliria. 2. Espcies de perda da propriedade mobiliria derivadas de aquisio por outrem. 3. Direitos formativos e pretenses aquisio. 4.Execuo forada e perda 1.781. Extracomercializao. 1. Perda da propriedade. 2. Especificao e obra intelectual ou industrial Causa objetiva de perda da propriedade mobiliria. 1. Bens mveis e perecimento. 2. Perecimento parcial Mundo lctico e perecimento. 1. Perecimento fctico. 2. Coisas proibidas ou anunciantes. 3. Sentenas que decidem pela destruio 1.782.Bem corpreo e renncia. 1. Propriedade mobiliria e renncia. 2. Eficcia da renncia pretenso restituio da propriedade do bem mvel corpreo CAPITULO V DESAPROPRIAO 1.783.Bem incorpreo e renncia propriedade. 1. Propriedade intelectual. 2. Propriedade industrial 1.784.Propriedade mobiliria e desapropriao. 1. Conceito de desapropriao e bens mveis, corpreos ou incorporeos. 2.Propriedade mobiliria e desapropriao 1.785.Processo de desapropriao. 1. Declarao de desapropriao ao em juzo. 2. Registro. 3. Sentena e recursos 1.786.Requisio e propriedade mobiliria. 1.Requisies expropriativas. 2. Princpios que regem as requisiesde bens moveis 1.787.Responsabilidade e legitimao ativa e passiva. 1.Legitimao ativa indenizao. 2. Responsabilidade 1.788.Incurses estatais. 1. Constituio de 1946. 2.Interveno por lei CAPTULO II

PERECIMENTO DERRELIO 1.789. 1.790. CAPTULO VIII DESTITULARIZAO 1.791.Evaso, perda da coisa e vetustez do tesouro (perda por destitularizao). 1. Destitularizao. 2. Evaso de animais.3.Imemorialidade do tesouro 1.792.Comunizao e adespotia. 1. Precises de conceitoS. 2. Perda por aquisio por outrem e perda por destitularizao CAPTULO IX RENUNCIA

PERDIMENTO PENAL DOS BENS 1.793.Sequestro e perdimento. 1. Medidas constritivas e perdimento. 2. Constituio de 1946, art. 141, 31, 3~5 parte. 3.Perdimento penal fora do art. 141, 31, 3~a parte, da Constituio de 1946343 1.794.Objeto do perdimento penal. L Alcance da pena. 2.Ps-destinao CAPTULO X AES CONCERNENTES PERDA DA PROPRIEDADE MOBILIRIA 1.795.Pretenses declaratrias e pretenses constitutivas. 1. Perda da propriedade mobiliria e pretenses. 2. Derrelio. 3.Aquisio por outrem. 4. Renncia. 5. Desapropriao. 6.Requisies. 7. Destitularizao. 8. Perecimento. 9. Perda por advento do termo ou implemento da condio. .... 1.796.Cominaes sentenciais e cominaes em preceito. 1. Medidas cominadas. 2. Alternatividade PARTE V Universalidades, empresa e fundo de empresa CAPITULO 1 UNIVERSALIDADES E EMPRESA 1.806.Aquisio do fundo de empresa. 1. Aquisio de elementos componentes e aquisio do fundo de empresa. 2. Usucapio e fundo de empresa. 3. Transmisso a causa de morte. 1.807.Propriedade e explorao. 1. Separao entre propriedade e explorao. 2. Gerncia livre 1.808.Alienao do fundo de empresa. 1. Importncia do fundo de empresa para o comerciante, o industrial ou o agricultor. 2.Ato jurdico de alienao. 3. Forma do negcio jurdico. 4. Recomendaes 1.809.Pr-contrato e promessa unilateral de contratar a alienao do fundo de empresa. 1. Promessa de contrato. 2. Contrato de opo 1.810.Credores do alienante e credores quirografrios. 1. Credores privilegiados. 2. Consentimento para a transmisso do passivo. 3. Re-alienao do fundo de empresa

1.811.Deveres e obrigaes do alienante. 1. Deveres e obrigaes em geral. 2. Clusula de no-restabelecimento igual 1.812. Extino do fundo de empresa. 1. Causas de extino.2.Recomposio CAPITULO IV 1.797. 5 1.798. Universalidades de fato e de direito. 1. Conceitos. 2. Coisas coletivas e universalidades iuris Patrimnio e propriedade. 1. Divergncias. 2.Direito sobre o patrimnio CAPTULO EMPRESA 1.799. 1.800. 1 1.801. ~ 1.802. Conceito de empresa. 1. Empresa . 2. Fundo de empresa Ciso conceptual.. 1. Empresa e fundo de empresa. 2.surgimento do conceito em sua primeira extenso. 3 Ambiglidade evitvel Coisas em direito industrial, lato senso. 1. Objeto de direito e coisa. 2. Aviamento. 3. Comrcio Clientela . 1. Clientela ou freguesia. 2. Clientela e antros elementos do fundo de empresa CAPITULO III FUNDO DE EMPRESA 1.803.Conceito. 1. Teorias sbre o fundo de empresa. 2Insignia. 3. Natureza mobiliria do fundo de empresa. 4 Pluralidade de fundos de empresa 1.804.Negcios jurdicos e fundo de empresa . 1. Transferncia do fundo de empresa. 2. Clusulas no contrato de transferncia do fundo de empresa. 3. Negcios jurdicos de carter pessoal . 4. Crditos e dbitos de origem nonegocial. 5 Dividas da empresa. 6. Usufruto 1.805.Elementos componentes do fundo de empresa . 1. Elementos corpreos e elementos incorpreos. 2. Elemento essencial. 3.Imvel, elemento do fundo de empresa. 4. Elemento emanado do emprego do nome civil e nome comercial. 5. Aviamento. 6. Titulo da empresa ou insgnia MERCADORIAS 1.813.Conceitos de mercadoria, gneros e fazendas. 1. Mercadoria, mercancia. 2. Gneros. 3. Fazendas 1.814.Outros conceitos. 1. Efeitos de comrcio. 2. Cereais 1.815Designao das mercadorias. 1. Designao e uso do trfico. 2. Tabelas das mercadorias 1.816.Determinao das mercadorias. 1. Mercadoria determinada por individualizao. 2. Mercadorias determinadas pelo gnero e qualidade, pelo menos. 3. Quantidade. 4. Sistema de pesos e medidas. 5. Determinao por aproximao .6.Quebra normal nas medidas 1.817.Valor e preo das mercadorias. 1. Conceitos. 2. Fixao do preo 1.818.Clusulas sObre preo. 1. Clusulas freqentes . 2. Clusulas de modo de pagamento 1.819.Procedncia estatal e procedncia interesta tal das mercadorias. 1.Procedncia estatal. 2. Mercadorias estrangeiras 1.820.Rotulagem obrigatria das mercadorias . 1. Conceito de rotulagem. 2. Interesse na rotulagem. 3. Indicao de origem ou procedncia. 4. Tradio e transferncia de direito 1.821.Circulao das mercadorias. 1. Circulao e regime jurdico. 2.Aquisio da propriedade e circulao das mercadorias. 3.Circulao regular e circulao irregular. 4. Tradio de mercadorias. 5. Lugar de entrega CAPTULO V

EMPRESA , FUNDO DE EMPRESA E ATIVIDADE EXTERIOR DAS EMPRESAS 1.822.Direito comercial e industrial e empresa. 1. Comrcio e empresa . 2. Empresa e fundo de empresa. 3 Dirigentes.4. Empregados 1.823.Natureza da empresa . 1. Preciso de conceitos. 2 Importncia e utilidade do conceito de empresa 1.824. Projeo da empresa. 1. Empresa e projeo de atividade. 2.Concentrao-efuso de empresas CAPITULO VI TTULOS REPRESENTATIVOS 1.825.Ttulos e mercadorias. 1. Propriedade mobiliria e ttulos representativos. 2. Armazns gerais. 3. Matrcula dos armazns gerais. 4. Empresrios, administradores e empregados. 5. Afixaes porta das empresas pblicas e particulares 1.825.Deveres das empresas de armazns gerais. 1. Livros. 2 Limitaes atividade das empresas de armazns gerais. 3 Dever de documentao 1.827.Negcio jurdico entre empresa de armazns gerais e dono das mercadorias depositadas. 1. Negcio jurdico de armazenagem. 2. Do ure condendo e de iure condito. 3. Fiscalizao. 4. Exame das mercadorias e conferncia das amostras 1.828.Responsabilidade das empresas de armazns gerais. 1. Finalidade dos armazns gerais que criam ttulos representativos. 2. Responsabilidades (regras jurdicas cogentes e regra jurdica dispositiva unilateral 1.829.Direitos do depositrio; prazo dos depsitos nos armazns gerais e leilo das mercadorias. 1. Tcnica da Lei n. 1.102, de 21 de novembro de 1903. 2. Expirao do prazo e suas conseqncias . 3. Amortizao dos ttulos e leilo pblico por excedncia do prazo. 4. Venda e produto da venda. 5.Direito de reteno. 6. Pretenso das empresas de armazns gerais a indenizao por atos ilcitos do dono das mercadorias 1.830.Ttulos representativos e armazns. 1. Tcnica da representatividade dos ttulos. 2. Conhecimento de depsito e warrant. 3. Requisitos comuns dos dois ttulos. 4. Responsabilidade dos armazns gerais quanto a endossatrios dos ttulos 1. 831.Circulao do conhecimento de depsito e do warrant. 1. Transferncia da propriedade e endosso . 2. Endosso em preto e endosso em branco. 3. Endosso dos dois ttulos e endosso do conhecimento de depsito sozinho ou do warrant sozinho . 4. Perda, roubo, furto, extravio ou destruio do conhecimento de depsito e d warrant 1.832.Relaes entre a empresa de armazns gerais e os donos dos ttulos especiais emitidos por ela e dos ttulos postos, contra a sua vontade, em circulao. 1. Diviso do todo de mercadorias entregues ao armazm geral. 2. Apresentao dos ttulos. 3. Retirada parcial. 4. Inadimplemento da divida garantida pelo warrant. 5. Ao regressiva. 6. Ao executiva do portador do conhecimento de depsito. 7. Ao de enriquecimento injustificado. 8. Salas de vendas pblicas 1.833.Ttulos no-representativos. 1. Documentos. 2. Ttulos em que h incorporao. 3. Bilhete de mercadorias. 4. Trapiches e armazns de depsito 1.834.Penalidades em matria de armazns gerais. 1. Direito especial. 2. Direito comum

Ttulo III PROPRIEDADE MOBILIRIA (bens corpreos) Parte 1. Conceito e natureza da propriedade mobiliria PROPRIEDADE MOBILIRIA 1.656. Classificao dos bens pela deslocabilidade e por lei 1.BENS IMVEIS E BENS MVEIS, DISTINO E RELEVNCIA VARIVEL. Os dois conceitos de ben8 imveis e de bens mveis, a despeito de cerne imutvel, que corresponde distino mesma, variaram atravs dos sculos e ganharam relevncia maior, ou a perderam, conforme necessidades prticas de cada momento histrico. O critrio da dicotomia econmico-social, porm seria absurdo deixar-se de perceber o elemento naturalstico que est base de cada um. Imobilidade, mobilidade. De sistema jurdico a sistema jurdico mudam de colocao alguns sres, porm mais em virtude de relaes jurdicas novas, ou de relaes que se erigiram em dados para a definio. No direito romano clssico, a classificao em res mancipi e res neo mancipi tinha importncia que no se poderia esperar distino entre bens imveis e bens mveis. Por volta do sculo VI ganha essa em significao e aplicao. E interessante observar-se que a distino entre as formas solenes e no-solenes acompanha a diviso das coisas, que, no momento, prevalece. A imobilidade a regra, no mundo jurdico. A terra e as guas, as rvores e mais seres ligados terra, fazem-nos um como tapete fixo em que o que mvel apenas marca, aqui e ali, os seus passos e os seus caminhos. O que no se pode deslocar, o que no se pode transportar, imvel. A impossibilidade da mudana de lugar como que enche de elemento invarivel o conceito de bem imvel. Todavia, desse imutvel pode-se tirar o mutvel. Do mar tiram-se gua, animais e vegetais; da terra, areia, pedra, barro, detritos de origem vegetal e animal. O direito no trata tudo isso como o que se tira do mar, ou o que se tira da terra. A gua parte que se separa. O peixe que est a andar, ou metido nas anfractuosidades das margens, ou no fundo do mar, ou dos rios, no parte dele . Nem os animais o so da terra em que nasceram ou vivem, ou em que nasceram e vivem. A gua considerada parte da terra. As pedras, o barro, o mrmore, tudo com que se edifica e tudo que d acabamento artstico e conforto ao edifcio pertencem ao terreno, so parte dele . Grande fator das transformaes conceptuais e do aperfeioamento da tcnica jurdica quanto a bens mveis foi o ter-se relevado a sociedades cuja estrutura jurdica mudava no serem res viles os bens mveis. A produo industrial, intelectual, artstica e cientfica passou a encher a superfcie da terra, em constante reproduzir-se e consumir-se da maioria dos bens criados pelo homem. O que em alimentos, vestes e utenslios para a vida, alguns pases produzem poderia recobri-los algumas vzes, cada ano. Em comparao com a vida agrria antiga, medieval e pr-industrial, a vida agrria de hoje assume altura enorme. O valor da industria, excedendo a produo artes, e o numerrio do comrcio, das indstrias e dos bancos suplantaram o valor das terras. 2.BENS MVEIS, OBJETO DE DIREITO DAS COISAS. No direito brasileiro, bens mveis, objeto de direito das coisas, no so s os objetos corpreos. No art. 47, diz-se que so mveis os bens suscetveis de movimento prprio, ou de remoo por fra alheia; porm, no art. 48, j se acrescenta que se tm por bens mveis, para os efeitos legais, os direitos reais sbre objetos mveis e as aes correspondentes, os direitos de obrigao e as aes respectivas, e os direitos de autor. No Cdigo Penal, art. 155, 3~o, assentou-se que se equipara coisa mvel a energia eltrica ou qualquer outra que tenha valor econmico. Em todo caso, o direito das coisas mobilirio s abrange as coisas mveis (em sentido estrito)~ os direitos de autor, a propriedade industrial e a energia eltrica ou outra qualquer que tenha valor econmico, espcie que se subsume na primeira. 7

Supomos conhecidos os conceitos de partes integrantes (Tomo II, 124, 127-131) e de pertenas (II, 132, 2, 139, 2, 143-149), antes estudados. Outrossim, os conceitos de universalidades de direito e de fato (Tomo II, 135, 3). A pertena participa do destino jurdico da outra coisa, sem ser parte dela. 3. FRUTOS NATURAIS. Os frutos naturais so coisas, se separados. Os frutos civis quando se consideram como objeto de direito a eles , ou de pretenso a exigi-los, ou de ao para cobr-los, so objeto de divida, pretenso, ou ao; mas, prestados, ou arrestados, ou seqestrados , ou de outro modo constritos, so coisas. O dinheiro, que paguei, coisa, bem mvel regido pelo direito das coisas, coisa fungvel, se excepcionalmente no lhe adveio infungibilidade , como acontece s moedas de pais que foi riscado do mapa poltico do mundo. Alis, quem tem de prestar imvel, com as dimenses tais, sem se lhe fixar situao, presta coisa incerta, e no coisa certa; ao passo que h de prestar coisa certa o que prometeu restituir a cdula de mil cruzeiros em que algum escreveu provrbio. 4.ENERGIA ELTRICA , ATMICA E OUTRAS ENERGIAS. Se a energia tem valor econmico, insere-se no mundo jurdico cOmo bem da vida. A certo momento da dogmtica jurdica tentou-se considerar a energia natural, por sua procedncia e ligao, bem imvel, com o que se dificultariam os negcios jurdicos sbre energia. Procedncia e isolabilidade no so o mesmo que separabilidade. A energia eltrica, que se consome, separa-se, pois que se mede o que se gasta e se corta o fluxo. No isolvel se no foi separada, independentizada. Os negcios jurdicos sbre energia so negcios jurdicos sbre o que se gaste, se isole. As energias so coisas e coisas mveis. Desde que se faam suscetveis de apropriao, o que chega ao mximo de evidncia com a distribuio ou os carregamentos de aparelhos, podem ser objeto de relaes jurdicas. A apropriao sem titulo justo das energias, que se tornaram coisas em comrcio, ainda que destinadas ao uso do produtor, furto (Cdigo Penal, art. 155, 3.0: Equipara-se coisa mvel a energia eltrica ou qualquer outra que tenha valor econmico, onde se devera ter escrito E bem mvel...). A energia dos animais bem mvel. Se A loca os cavalos de B para arrastar madeira, a prestao de B em energia animal. Se A, escondido, emprega os cavalos de E, furta energia animal. A energia gentica no bem parte; o poder dos garanhes, nas fazendas, no se tem por bem mvel separado deles , que so reprodutores. Quem utiliza para as fmeas da sua empresa agrcola, contra a vontade ou sem a vontade do dono, tal energia, no furta. Ofende a propriedade privada ou pblica imobiliria, diminuindo-a. Nem todos os direitos reais podem ser constitudos tendo por objeto a energia. O domnio, sim. Qualquer contraente das companhias de eletricidade dono da energia que passou pelo medidor. Tudo se h de conceber como se a energia fosse guardada pelos fios, ou caixas de pilhas. Quem a subtrai antes de ser medida furta companhia que a distribui; quem a subtrai depois da medio, ainda que esteja a escapar, furta ao que a adquiriu. Depois do escapamento, res nuilius. No h penhor de energia eltrica. H posse, com a tutela possessria dos bens mveis. O negcio jurdico de fornecimento de energia eltrica compra-e-venda, e no locao: promete-se transferir a que se marca no medidor, ou se promete que passe pelo medidor x durante o tempo t, ou se promete alimentar o funcionamento das mquinas tais, tantas horas por dia. O gs de iluminao e de cozinha bem mvel; a apropriao dele sem ttulo furto. De regra, a propriedade dle transfere-se no momento mesmo em que o relgio faz a medida. 5.DIREITOS REAIS SBRE BENS MVEIS. Todos os direitos, pretenses e aes concernentes a bens mveis so submetidos s regras jurdicas que se formulam para as coisas mveis. E o que diz o Cdigo Civil, no art. 48: Consideram-se mveis para os efeitos legais: 1. Os direitos reais sbre objetos mveis e as aes correspondentes. II. Os direitos de obrigao e as aes respectivas. III. Os direitos de autor. No art. 44, estatuira: Consideram-se imveis para os efeitos legais: 1. Os direitos reais sbre imveis, inclusive o penhor agrcola, e as aes que os asseguram. II. As aplices da dvida pblica oneradas com a clusula de inalienabilidade. III. O direito sucesso aberta. Assim, o usufruto de bens mveis bem mvel; o uso sbre bens mveis bem mvel; o penhor bem mvel, como o a coisa empenhada; os privilgios sbre bens mveis, as pretenses e as aes para se haver dinheiro, ou outras coisas mveis, so bens mveis; idem, as pretenses e aes que se destinam prestao de fazer ou de no fazer, inclusive manifestar ou declarar vontade. A ao hipotecria ou, mais largamente o direito, a pretenso e a ao de credor hipotecrio, se bem que o crdito seja de dinheiro, so direito, pretenso e ao reais imobilirios. Tambm o usufruto de imvel tem por finalidade uso e fruio e no se h de dizer que no bem imvel. As aes de sociedades civis, comerciais ou industriais, ainda que o capital conste de imveis e mveis, so bens mveis. O direito de renda imobiliria direito real imvel. O objeto do direito o imvel, e no a renda, como se d com a

hipoteca e o usufruto de imvel. Diferente o que ocorre com a pretenso do locador contra o locatrio (F. LAURENT, Principes, V, n. 490; sem razo, N. COvIELLO, Manuale, 265). O objeto da locao a prestao do locador, no o imvel. O Cdigo Civil brasileiro, no art. 44, 1, somente considera bens imveis os direitos reais sbre imveis, inclusive o penhor agrcola, e as aes que os asseguram. Os direitos de obrigao e as aes respectivas so bens mveis (art. 48, 1). Os crditos garantidos por hipoteca ou penhor podem ser caucionados (Decreto n. 24.778, de 14 de julho de 1934. art. 1.0). A cauo de tais crditos direito real mobilirio, conforme resulta do prprio texto do art. 1.0: Podem ser objeto de penhor os crditos garantidos por hipoteca ou penhor, os quais, para sse efeito, considerar-se-o coisa mvel, cuja redao revela a falta de cultura, ainda na lngua, dos legisladores daquele momento. 6.OBJETO DO DOMNIO. No s as coisas singulares so objeto de propriedade; as universalidades de direito podem ser objeto de usufruto (art. 714) e de propriedade. S as coisas ntegras, e no partes divisas das coisas. Por isso mesmo, para se conceber a propriedade dos apartamentos, teve-se de partir da propriedade da parte ideal do terreno. A coisa h de ser ou estar determinada. Se s determinada pelo gnero, a propriedade no se constitui: se A compra a E mil quilos de caf e B declara que transmite a propriedade, B devedor e obrigado pelos mil quilos de caf; porm a propriedade no se transmitiu: ou teria de haver a tradio (art. 620, V), ou cesso segundo o art. 621, que exige a determinao concreta, ou o constituto possessrio (art. 620, 2a parte), que tambm a exige. Se A compra a B mil sacos de caf, sem haver nmero de cada saco, ou marca dos mil, o acordo de transmisso inoperante: B devedor e obrigado, porque A no adquiriu a propriedade. Se A compra a B os mil sacos dos dois mil que se acham depositados no armazm 23, em nome de B, que declara transmitir os mil, estabelece-se compropriedade das vinte mil sacas. 1.657. Registro de bens mveis 1.REGISTRO DE BENS MvEIS, EXIGNCIA EXCEPCIONAL. Se a lei exige que algum bem seja registado, o dever de inscrio s se h de entender para certos efeitos (plano da eficcia, e no plano da existncia). Raramente as leis dos diferentes sistemas jurdicos exigem a inscrio para que se possam constituir negcios jurdicos (plano da validade). De ordinrio, a sano policial ou penal. 2. VECULOS AUTOMOTORES. (a) Os veculos automores esto sujeitos a licena (que ato jurdico administrativo), taxas e emolumentos, registro e placas. Cf. Decreto-lei n. 8.690, de 16 de janeiro de 1946, art. 75. No art. 43 elucida-se: So considerados veculos automotores: 1 os automveis, caminhes e auto-nibus; II as motocicletas, com ou sem side car e similares; III os bondes eltricos e similares. Todavia, o art. 75 do Decretolei n. 8.690 s se referiu ao art. 43, 1 e II. A infrao punida com multa (Decreto-lei n. 8.690, art. 76). Os proprietrios que transferirem domicilio ou residncia tm de fazer nvo registro (art. 81), entendendo-se por transferncia a permanncia por mais de sessenta dias (art. 81, pargrafo nico). A inscrio no registro deve conter a declarao do nome e da residncia do dono do veculo e das caractersticas do veculo. Todavia, tal inscrio no tem qualquer efeito constitutivo ou transativo de propriedade. O registro s tem finalidade policial e de publicidade. A prova da posse e da propriedade faz-se segundo os princpios de direito privado. Para eficcia a respeito de terceiros, os negcios jurdicos sbre veculos .automotores tm de ser registados no registro de ttulos e documentos (Decreto n. 4.857, de 9 de novembro de 1939, arts. 134, 1 e II, e 135; cf. art. 136, 5o e 7.0: os contratos de compra-e-venda de automveis, quaisquer que sejam as formas de que se revistam). 3. APLICES DA DVIDA PBLICA. (b) As aplices da dvida pblica so bens mveis; deixam de o ser se gravadas com a clusula de inalienabilidade (Cdigo Civil, art. 44, II). Tm elas, se federais, o registro de que fala o art. 5~0 do Decreto n. 35.913, de 28 de julho de 1954, no qual se mencionam o nmero e data do decreto que autorizou o emprstimo, a taxa de juros, o nmero de ordem, nome, estado civil e nacionalidade do tomador dos ttulos, ou a clusula ao portador, o valor, quantidade, numerao dos ttulos e importncia total, relativos a cada possuidor, o nmero do processo ou de qualquer outro documento de que se origine a emisso, como a sua natureza (subscrio compulsria ou voluntria). O art. 50, pargrafo nico, do Decreto n. 35.913 explicita: Tratando-se de ttulos ao portador, omitem-se os elementos que identifiquem o subscritor. O tomador, inclusive em se tratando de aplices ao portador, tem direito a certificado que comprove a origem legal dos mesmos (Decreto n. 35.913, art. 6.0); mas o titulus est na aplice, e no na certido. As cautelas provisrias so titulus. A entrega de ttulos definitivos somente se d com baixa e inutilizao material (Decreto n. 35.913, art. 9.0); de jeito que o Estado

responsvel pelas que no foram inutilizadas: se ainda esto em comrcio, ou se foram postas no trfego jurdico, ttulos so, e o Estado tem de os tratar como se no tivessem sido substituidos (cf. Constituio de 1946, art. 194). O registro dos ttulos de divida pblica constitutivo. Tratando-se de transferncia de ttulos nominativos, somente aps o registro se d a transmisso por ato jurdico entre vivos (Decreto n. 35.913, art. 29: As transaes sbre ttulos da divida federal interna fundada s podero ser realizadas em bolsa , no conformidade da legislao em vigor; art. 30: A transferncia de propriedade dos ttulos nominativos far-se- atravs dos registros competentes, na Caixa de Amortizao e nas Delegacias Fiscais). A transmisso por morte de acordo com o art. 1.572 do Cdigo Civil; apenas a eficcia da partilha que depende do registro dessa no registro de imveis e do registro da distribuio das aplices na Caixa de Amortizao ou nas Delegacias Fiscais. 4. NAvIOS. (c) Todo navio, destinado a navegao, de mais de vinte toneladas, ou no, tem de ser registado (cf. Cdigo Comercial, arts. 460, 466 e 467). Salvo para os que tm menos de vinte toneladas, o registro no Tribunal Martimo (Lei n. 2.180, de 5 de fevereiro de 1954, art. 75: O registro da propriedade das embarcaes de mais de vinte toneladas tem por objeto a nacionalidade, validade, segurana e publicidade da propriedade das embarcaes brasileiras, regra jurdica que se h de ler como se l estivesse escrito: o registro tem por finalidade a publicidade e a outorga da qualidade de embarcao nacional, bem como vigiar a validade dos negcios jurdicos de alienao e assegurar a observncia da lei nas transmisses de propriedade; art. 76: Adquire-se a propriedade da embarcao pela construo ou qualquer outro meio de direito. A transmisso, todavia, s se completa pelo registro no Tribunal Martimo~~ ,- regra jurdica que se h de ler como se se houvesse escrito: A transmisso entre vivos s se opera com o registro...). As embarcaes de pesca esto sujeitas a sse registro e s regras jurdicas do Decreto-lei n. 794, de 19 de outubro de 1938, arts. 27-41, inclusive quanto ao certificado do Servio de Caa e Pesca. Sbre a navegao de cabotagem, veja o Decreto-lei n. 2.538; de 27 de agsto de 1940. O registro , de regra, no Tribunal Martimo. Para as embarcaes de menos de vinte toneladas brutas eficaz o registro na capitania do prto, que tem o dever de remeter cpia ao Tribunal Martimo (Lei n. 2.180, art. 80), porm a falta da remessa no obsta eficcia do registro. No art. 81, diz a Lei n. 2.180: Nenhuma embarcao nacional de mais de vinte toneladas brutas, construda no pas, ou adquirida no exterior, ter trnsito livre em guas brasileiras, se a sua propriedade no estiver registada. Isso no quer dizer que o tenham as embarcaes de menos de vinte toneladas brutas que no estiverem registadas na respectiva capitania do prto. Mediante o registro, o navio, que era bem mvel ainda no introduzido no rol dos bens mveis destinados navegao, entra nesse rol, com as consequncias previstas pela lei. Somente aps o registro se expede ao dono do navio o ttulo de propriedade naval (Lei n. 2.180, art. 77). No caso de condomnio, o ttulo um s, nle indicados todos os condminos e as respectivas quotas (Lei n. 2.180, art. 78), podendo o Tribunal Martimo dar a cada condmino uma via do ttulo com a declarao expressa: via para condmino (art. 78, 1.0); se ocorre perda ou destruio, pode ser expedida segunda via (art. 78, 2.0), com declarao de o ser. No art. 79, a Lei n. 2.180 prev a expedio de documento provisrio, at que o documento definitivo possa ser expedido. O pedido de registro h de declarar: a) o nome do proprietrio, nacionalidade, estado civil, domicilio e residncia; b) o nome da embarcao e do construtor, o lugar e a data da construo; e) o tipo e a classificao, o comprimento, a bca, o pontal, o contrno, o nmero de cobertas e o nmero de pores; d) borda livre, calado mximo, tonelagem bruta e lquida, pso mximo de carga; e) material do casco; 1) mquina, construtor e tipo fra; g) caldeiras, construtor, tipo, nmero e presso de regime; h) combustvel, capacidade das carvoeiras ou tanques; i) propulsor e velocidade; j) estao radiotelegrfica, caractersticas e indicativo de chamada; k) a aptido para navegar em alto mar; 1) o preo de construo ou aquisio (Lei n. 2.180, art. 86). O pedido h de ser instrudo com os seguintes documentos: a) certido do registro de nascimento do proprietrio ou prova equivalente; b) se pessoa jurdica o proprietrio, prova de poder ser proprietrio de navio nacional (cf. Lei n. 2.180, art. 83, b); c) certificado de vistoria inicial; d) planos da embarcao; e) ttulo de aquisio, ou, em caso de construo, prova de quitao do preo e de que o projeto de construo foi aprovado pela autoridade competente; f) prova de quitao de nus fiscais que incidam sbre a embarcao e do ato transativo do domnio; g) certificado de arqueao; h) certificados de segurana da embarcao, de segurana radiotelegrfica, de borda lisa, e outros exigidos por fra de conveno internacional; i) passaporte extraordinrio de autoridade consular brasileira, quando se trate de embarcao adquirida no estrangeiro (Lei n. 21.080, art. 87). O pedido tem de ser assinado pela pessoa que se diz proprietria, ou por seu representante legal, ou rgo, ou procurador. Se h mais de um, todos os que se dizem condminos tm de assinar, ou o de maior quinho, referindose, expressa-mente, aos demais e s respectivas quotas (Lei n. 2.180, art. 89). Se a embarcao pertence Unio, a Estado-membro, ao Distrito Federal, a Territrio ou a Municpio, a entidade autrquica ou paraestatal, ou sociedade

de economia mista, o pedido feito por oficio (Lei n. 2.180, art. 89, pargrafo nico). (No Cdigo Comercial, art. 461, apenas se dizia: O registro deve conter: 1) a declarao do lugar onde a embarcao foi construda, o nome do construtor e a qualidade das madeiras principais; 2) as dimenses de embarcao em palmos e polegadas, e a sua capacidade em toneladas, comprovadas por certides de arqueao com referncia sua data; 3) a armao de que usa, e quantas cobertas tem; 4) o dia em que foi lanada ao mar; 5) o nome de cada um dos donos ou compartes, e os seus respectivos domiclios; 6) meno especificada do quinho de cada comparte, se fr de mais de um proprietrio, e a poca da sua respectiva aquisio, com referncia natureza da data do ttulo, que dever acompanhar a petio para o registro. O nome da embarcao registada e do seu proprietrio ostensivo ou armador sero publicados por anncios nos peridicos do lugar.) Na Lei n. 2.180, diz o art. 76, pargrafo nico: Presume-se proprietria, at sentena judicial transitada em julgado, a pessoa natural ou jurdica em cujo nome estiver registada a embarcao. O art. 76, pargrafo nico, da Lei n. 2.180 corresponde ao art. 859 do Cdigo Civil, concernente ao registro de imveis. A regra jurdica do art. 76, pargrafo nico, da Lei n. 2.180, tenta obviar aos inconvenientes do desajuste entre a histria dos direitos e o registro. Tambm a respeito dela se h de distinguir a f pblica que o registro no Tribunal Martimo e nas Capitanias de Portos tem e a eficcia por presuno de autenticidade e verdade. Presuno menos do que f pblica. A presuno, s por si, no protege o terceiro, porque a presuno se elimina, cancelando-se o registro, ou modificando-se, em virtude de retificao. Ocorre, quanto f pblica, que no h, a respeito de navios, o que se inseriu no Cdigo Civil, art. 530, 1, a propsito de imveis, de modo que no h bice a que se v contra o adquirente a non domino, embora haja sse confiado no registro e esteja de boa f. Dai no se poder equiparar situao dos que adquirem imveis a dos que adquirem navios (cp. Tomo XI, 1.219, 1, e 1.222). A relevncia do art. 76, pargrafo nico, da Lei n. 2.180, quase s processual (civil, registaria, administrativa, penal). Qualquer pessoa, que intersse tenha, pode ir contra a presuno, inclusive o herdeiro, ou o legatrio, que prove o direito hereditrio. Contra a presuno somente se vai com a prova da inexatido material do registro. Se h dois registros diferentes do mesmo navio, tem-se de provar a aquisio segundo o direito material. A presuno no concerne a circunstncias fcticas, como o tamanho do navio, ou a qualidade dos motivos. A presuno somente se refere a relaes jurdicas. Quem vai contra a presuno tem de alegar e provar que o direito no existia, ou que o direito cancelado sobreviveu ao cancelamento. Se o titular do direito, a favor de quem h a presuno, alega que o ato era ineficaz, mas se tornou eficaz (e. g., o alienante do navio adquiriu, depois do registro, o navio, cf. art. 622, 2~a parte), o nus da prova cabe ao que veio contra a presuno, e no ao alegante. O registro faz f e tem a presuno legal em tudo que se refira a partes indivisas e quotas sbre o todo. Alm do registro, o navio, que vai viajar, tem de matricular-se. A matrcula s se refere viagem que o navio vai empreender e restrita, temporalmente, a essa viagem. Deve ser feita no prto do armamento e conter: a) nomes, idades, estado, naturalidade, domicilio e ocupao a bordo, do capito, oficiais e gente da tripulao; b) o prto de partida e destino e a torna-viagem, se estabelecida; c) as soldadas, com as especificaes do ajuste; d) as quantias adiantadas ou prometidas por conta das soldadas; e) a assinatura do capito e oficiais do navio e mais pessoas de bordo que saibam escrever (Cdigo Comercial, art. 467). A matricula inconfundvel com o registro, porque sse concerne identificao e qualidade nacional do navio, ao passo que aquela diz respeito viagem projetada, razo por que h de ser renovada. A matricula facilita a identificao do navio e distingue o navio nacional, alm de dar ensejo fiscalizao das viagens. 5. AERONAVES. (d) Aeronave o aparelho que, apto a transportar, possa ser elevado e dirigido no ar (Cdigo do Ar, Decreto-lei n. 483, de 8 de junho de 1938, art. 18). Pblicas so as militares e as utilizadas pelo Estado em servio pblico (art. 19); de modo que as aeronaves bens pblicos dominicais (Cdigo Civil, art. 66, III), que o Estado utilizar em servio privado, se consideram privadas para os efeitos da legislao de navegao aeronutica. Entenda-se: servio somente privado; e no servio privado acidental. As aeronaves que cabem no art. 66, 1 e II, no perdem o carter de pblicas por ocasionalmente ou irregularmente se empregarem em servio privado. No art. 19, pargrafo nico, do Cdigo do Ar, explicita-se: . . . considera-se militar toda aeronave comandada por pessoa incorporada s Fras Armadas nacionais em servio ativo; e se assimilam s aeronaves privadas as pblicas empregadas exclusivamente em trfego comercial ou postal, quando dirigidas por civis A aeronave nacional bem mvel. A aquisio e a perda da propriedade so regidas pelo direito comum aos bens mveis e pelo direito especial aos navios nacionais (Decreto n. 16.983, de 22 de julho de 1925, art. 18: Vigoraro em relao s aeronaves as disposies dos Cdigos Civil e Comercial aplicveis aos navios nacionais, cf. Lei n. 4.911, de 12 de janeiro de 1925, art. 19). A inscrio no Registro Aeronutico Brasileiro dotada de f pblica e h a presuno do art. 76, pargrafo nico, da Lei n. 2.180, de 5 de fevereiro de 1954, concernente a navios (cf. Decreto n. 16.983, art. 18). Quanto f pblica,

a mesma que tm os atos de registro naval. Todavia, no art. 26, o Decreto-lei n. 483, de 8 de junho de 1938, foi mais longe do que a legislao sbre navios: A inscrio no Registro Aeronutico Brasileiro, de acrdo com o art. 22, importa, para a aeronave, na perda automtica de qualquer matricula anterior. Pergunta-se: ~ o art. 26 estabelece a perda automtica da propriedade? No; a matrcula (alis o registro) posterior tira eficcia ao registro anterior. No se estatuiu que a propriedade se gera com o registro, ainda que o registante no tivesse a propriedade, nem o terceiro adquirente, que confiou no registro, a adquira a non domino, como se d em direito imobilirio (Cdigo Civil, art. 530, 1). Assim, o que se h de consultar o direito civil sbre mveis e o direito sbre navios. O art. 76, pargrafo nico, da Lei n. 2.180, faz parte do direito de propriedade das aeronaves. O adquirente que no conhece a inexatido do registro est de boa f. O que conhece est de m f. Mas, enquanto, a despeito da m f, o outorgado do direito de propriedade imobiliria adquire-a se quem consta do registro no dono, no se d o mesmo respeito a bens mveis que tm registro para a aquisio da propriedade. A f pblica, enquanto no cessa, faz ter eficcia, como sendo exato, o registro inexato (Tomo XI, 1.225). As pessoas que vo adquirir precisam estar a par do registro imobilirio ou mobilirio; mas os arts. 530, 1, e 531, com o fundamento e as consequnqias que mostrmos no Tomo XI, 1.226, especialmente, nos ns. 8 e 9, tornam proprietrio o terceiro, ainda de m f, que adquire de quem consta do registro.. H plus que se soma f pblica. Se A e B obtm o registro, como outorgante e outorgado, e A no constava do registro como outorgante, B no adquire a propriedade imobiliria. Mas C, que seja outorgado de B, ainda de m f, adquire; porque h os arts. 530, 1, e 531. Em todo ramo do direito em que no haja regra jurdica como a do art. 530, 1, C s adquire se estava de boa f, desde que, ex hypothesi, B no havia adquirido. Se A vende a B o navio, ou a aeronave, e A no constava do registro, e se obtm, a despeito disso, o registro, B no adquire. Tal qual se passa em direito imobilirio. Mas, se C compra de B, que j consta do registro, o navio ou a aeronave, e estava de m f (~ conhecia a inexatido do registro), C, com o registro que lhe foi feito, no adquire o navio ou a aeronave. No h, a respeito do navio e da aeronave, a regra jurdica do art. 530, 1, -~o Cdigo Civil. A diferena da mxima importncia. O que se passa, em direito brasileiro, com os navios e as aeronaves, o mesmo que se observa em outros sistemas jurdicos quanto a imveis; porm no o mesmo que rege a aquisio dos imveis, pelo fato da transcrio, no direito brasileiro. Nio basta para se adquirir o navio ou a aeronave, se o alienante no dono, o simples fato de constar do registro o nome do alienante, salvo se de boa f o adquirente. Tratando-se de imveis, abstrai-se da boa f ou da m f do terceiro, que adquire. CAPTULO II PROPRIEDADE DOS TTULOS CAMBIRIOS E CAMBIARIFORME 1.658. Presuno de propriedade dos ttulos 1.POSSE E PRESUNO DA PROPRIEDADE. O que tem a posse imediata, prpria, da coisa mvel, sem a ter recebido de possuidor mediato, no se presume, somente por isso, dono; mas o portador do ttulo cambirio ou cambiariforme presume-se dono. No lhe cabe, portanto, o nus de provar que dono, nem que possuidor prprio; o que lhe incumbe provar a sua posse imediata. Se h servidor da posse, a presuno aproveita ao senhor da posse, e no quele. Se o possuidor imediato mostra, de si-mesmo, que no possui como dono, pr-exclui a presuno. A presuno no apanha os ttulos que no so cambirios ou cambiariformes. Se a posse como proprietrio, ou se o no , questo de fato. Seria de discutir-se a natureza da existncia da presuno no direito brasileiro, que no tem a Gewere alem ou o En fctit de meubles possession vaut titre (Cdigo Civil francs, art. 2.279), mas exatamente a tem a respeito dos ttulos cambirios e cambiariformes. A presuno juris tantum pode ser no escrita, j o dissemos, psto que dificilmente aparea. A respeito dos outros bens mveis, a presuno hominis (aliter, no direito alemo), e no juris tantum. Todavia, a tradio transmite a posse (art. 493, 1)e a propriedade (art. 620), o que estabelece a razo da presuno, s hominis, que no dependente da concepo da Gewere. Se no existisse presuno, cair-se-ia, em certos casos, na probatio diabolica: o possuidor teria de dar prova de todas as propriedades anteriores sua posse. 2.COMO OPERA A PRESUNO. A presuno opera a favor do possuidor dos ttulos cambirios e

cambiariformes, nao contra le; nem a favor de terceiro, e. g., o credor do possuidor, que precisa provar pertencer ao possuidor a coisa (G. PLANCK, Kommentar, ~ 4.~ ed., 527). Mas a presuno serve ao que, perante o possuidor, ou perante anterior possuidor, autorizado a possuir (J. BIERMANN, Sachenrech~t, 302). Se possuidor anterior prova que o fra, e perdera, ou lhe fra furtada a coisa, elide a presuno (cf. art. 521). D-se o mesmo quanto ao herdeiro ou o sucessor singular do possuidor anterior. Tambm se elide a presuno, se se prova que, a despeito de possuidor, o possuidor no adquiriu a propriedade, ou que a perdeu. Por outro lado, quem alegar a propriedade e a posse, no conseguindo provar a essa, tem de dar prova da propriedade. 3.PRESUNO NO PRETRITO. O possuidor imediato anterior presume-se ter tido propriedade durante a sua posse. O nus de provar que perdeu aquela, ao cessar essa, incumbe a quem alega que a perdeu. Mas, para elidir a presuno, basta ao adversrio alegar e provar que o possuidor anterior, ao adquirir a posse, no adquirira a propriedade. Porque, ento, ao possuidor anterior, invertido o nus da prova, que toca alegar e provar a aquisio posterior. O que reivindica se pe em situao mais forte. 4.POSSE MEDIATA E POSSES MEDIATAS. Em caso de posse mediata, a presuno a favor do possuidor mediato. Se h duas ou mais posses mediatas, a presuno a favor do possuidor mediato de ltimo grau (cf. J. BIERMANN, Sachenrecht, 301) 5.POSSE E POSTERIOR PROPRIEDADE. Se o possuidor alega que adquiriu depois da posse a propriedade, o nus da prova incumbe-lhe. O possuidor, a favor de quem tem eficcia a presuno, no precisa dizer como adquiriu, nem de quem. ( assaz importante saber-se que a presuno de ser dono o possuidor no significa que, se h posse, existe propriedade; e sim que, adquirindo a posse, adquiriu a propriedade.) O que foi depositrio ou credor pignoraticio e pretende que se tornou, depois, dono, por traditio brevi manu, no pode invoc-la; tem de provar a aquisio da propriedade. O que adquiriu do depositrio ou do credor pignoratcio, e no do dono, e alega que o dono ratificou a alienao, tem de provar a ratificao. A presuno de comos simultneos da posse e da propriedade. Certos, O. PLANCK (Kommentar, ~, 4a ed., 526) e FR. LEoNHARD (Die Beweislast, 2~a ed., 393); sem razo,J.W. HEDEMANN (Die Vermutung, 273). 6.DIREITO REAL LIMITADO E PRESUNO. A presuno apanha aqules casos em que o possuidor imediato se atribui direito real, como usufruto, ou penhor, ou posse facultada por aqule que possuidor mediato. Para os compossuidores, h presuno de propriedade comum. Se um dos que so apontados como compossuidores alega e prova que os outros so possuidores no-prprios, ou possuidores prprios porm no proprietrios, a presuno s a favor dle e da exclusividade. Se h comunidade, sem que se saiba se pro indiviso, ou pro diviso, presume-se ser pro indiviso; se h dvida sbre as quotas, presumem-se iguais (art. 639) 7.Ao DE REIVINDICAO E PROVA. Na rei vindicatio, o nus da prova de no ser dono o possuidor toca ao demandante. No basta provar que foi dono, tem de prover que o e, pois, q1~e no dono ou deixou de o ser o demandado. Na ao negatria, o possuidor tido como proprietrio, porque se diz tal (J. W. HEDEMANN, Die Vermutung, 286 5.): no precisa alegar e provar os fatos de que se irradiou o efeito da aquisio. Nas aes de indenizao e outras aes de direito das obrigaes, o possuidor, que se diz proprietrio, no precisa provar que o ; a prova da posse prpria basta. 8. PERDA E FURTO. De regra, a propriedade mvel adquire-se por tradio; os outros modos de aquisio no so id quod plerum que fit. A respeito das coisas perdidas e furta das, a presuno encontraria presuno contrria, que a de que se cortou a srie de possuidores-donos. preciso, portanto, que se haja alegado e provado a perda, extravio, furto, ou roubo, isto , a posse anterior. A posse do demandado, que seria simultnea aquisio da propriedade, tem contra si a alegao de perda, extravio, furto, ou roubo. A presuno no se estabelece. Fora dai, o demandado tem de alegar e provar que adquiriu, a despeito do que se passou, a propriedade, por usucapio. 9.LEILO, FEIRA OU MERCADO. Quanto ao que se comprou em leilo, feira- ou mercado, a lei civil brasileira somente d ao comprador-possuidor direito pessoal ao preo, por que o comprou, segundo o art. 521, pargrafo nico; naturalmente com direito de reteno (arg. ao art. 518, in une). O art. 521, pargrafo nico, contm presuno de ser de boa f o possuidor que adquiriu em leilo pblico, feira, ou mercado. O art. 521, pargrafo nico, incide, ainda que se trate de coisa perdida, extraviada, furtada, ou roubada. Aqui, no s de ttulos cambirios e cambiariformes que se trata.

1.659. Propriedade 1.LEX SPECIALIS. A respeito dos ttulos cambirios e cambiariformes h a lez specialis: o possuidor de boa f adquire a propriedade, quer se trate de titulo endossvel quer de Parte II. Aqujaiio da propriedade mobiliria titulo ao portador, o que melhor se ver quando tratarmos da aquisio da propriedade pela posse de boa f. 2.CONSEQUNCIAS DA REGRA JURDICA ESPECIAL. Uma vez que, no tocante a certos bens mveis, que so os ttulos cambirios e cambiariformes, excepcionalmente se faz adquirir a propriedade se se adquire a non domino de boa f, a posse de boa f que , em verdade, o modo de adquirir, e toda discusso de domnio se tem de colocar nos planos das relaes possessrias e da boa f. MODOS DE AQUISIO E BENS MVEIS 1.660. Aquisio da propriedade mobiliria 1.MODOS DE AQUISIO. A propriedade dos bens mveis adquire-se: pela ocupao, que a apropriao das coisas nuilius ou abandonados por seus donos (derrelictas), arts. 592 e 593, pela caa, arts. 594-59 8, pela pesca, arts. 599-602, e pelo encontro de tesouro, art. 607-610; pela especificao, arte. 611-614, confuso, comisto e adjuno, arts. 615-617; pela separao e posse, ou somente pela posse, em virtude de direito a frutos, arte. 510-512, e 620; pela posse de boa f (ttulos cambirios e cambiariformes); pela tradio em virtude de negcio jurdico (arts. 620-622); pela sucesso universal e pela comunho de bens (arte. 1.572, 1.6901.707, 230, etc.); pela usucapio, arte. 618 e 619; pela sub-rogao real; por ato do Estado, tal como se d aps a desapropriao, ou por fra de lei, e. g., nas espcies dos arte. 598 e 601 e na inveno, arts. 603-606. Quem l os arte. 603-606 logo h de perceber que a achada, dita inveno, de objetos perdidos no aquisio, a despeito da colocao de tais regras jurdicas entre as regras jurdicas sbre pesca e as regras jurdicas sbre tesouro. Por outro lado, os ttulos cambirios e cambiariformes e os ttulos ao portador tm os seus modos especiais de aquisio. A desapropriao no modo de adquirir; modo de perder. Bem assim a requisio expropriativa (Constituio de 1946, art. 141, 16, 2~a parte). A aquisio opera-se por ato do Estado, se caso de operar-se (aliter,. se perda sucede passar a coisa a ser de todos). 2.ORDEM METDICA DA EXPOSIO. A ordem em que se ho de tratar as matrias pertinentes aquisio da propriedade mobiliria tem de ser diferente da que se adotou para as matrias pertinentes aquisio da propriedade imobiliria. No h ocupao de bens imveis. A usucapio exerce papel menos relevante em se tratando de bens mveis. A ordem de mais prstimo prtico a seguinte: 1.Ocupao: ocupao simples, ou inqualificada, caa, pesca, inveno de tesouro. Exclui-se a achada de coisas perdidas, porque, a despeito da colocao que lhe deu o Cdigo Civil, no h ocupao pela qual se adquira achdigo, seria preciso que primeiro fsse derrelicta a coisa perdida, ou o dono perdesse, por alguma causa prevista em lei, a propriedade. II.Usucapio. III. Especificao. IV.Acesso. V.Confuso e comisto. VI.Separao de partes integrantes. VII.Aquisio em virtude de lei. VIII.Aquisio pela posse de boa f. IX. Tradio. X. Sucesso universal e sucesso singular a causa de morte. 1.661. Sub-rogao real e comunho matrimonial de bens 1.CONCEITO. A sub-rogao real passa-se no mundo jurdico. Ao mundo fctico estranho o que est a acontecer

ou aconteceu no plano da eficcia jurdica. Muda-se o objeto de certa relao jurdica (Tomo V, 602). No depende da singularidade ou da coletividade do bem. Nem de ser imvel ou mvel; se bem que a sub-rogao real de mvel, salvo ttulos de crdito ou de sociedade, seja rara. O que mais ocorre a substituio objetiva, que nada tem, em si, com a sub-rogaao real. 2.MODO DE AQUISIO. A sub-rogao real no modo de aquisio da propriedade. Supe que se adquiriu a propriedade de um bem e se perdeu a propriedade de outro. Na sub-rogao real, a aquisio da propriedade do bem em virtude de sentena, ou de negcio jurdico, ou de lei. No se pode pensar, portanto, em modo de adquirir. A perda do outro bem em virtude de sentena, ou de negcio jurdico, ou de lei, ou de algum dos outros modos de se perder a propriedade. A matria da aquisio e perda da propriedade mobiliria to minudente, to cheia de particularidades, que se ganha em tratar-se a matria medida que se desenrola diante de ns, com os seus mnimos caracteres e a sutileza de composio dos diferentes suportes fcticos. 3.COMUNHO MATRIMONIAL DE BENS. Tambm no modo de aquisio a comunho universal ou parcial de bens. Os arts. 258 e 259 (Tomo VIII, 879) so regras jurdicas dispositivas. Quando o bem que o marido adquiriu, ou que a mulher adquiriu, entra na comunho de bens, no foi pela comunho de bens que o outro cnjuge adquiriu a meao. Alis, sempre que em patrimnio entra algum bem, no o regime do patrimnio que determina a aquisio: o que o regime do patrimnio, inclusive o regime do patrimnio comUm dos cnjugeS, determina que a aquisio pelo titular ou por um dos titulares seja para o patrimnio especial ou para o patrimnio comum. No se pode dizer que A adquire e, depois, o bem passa ao patrimnio especial; nem que A adquire e o regime da comunho de bens faa, depois, comum o bem. No h depois. O bem que o tutor adquire com o dinheiro do menor adquirido pelo menor. O bem que o falido adquire com o dinheiro que no alcanado pela falncia no vai massa e, depois, a le; nem o bem que o sndico adquire vai ao falido e, depois, massa. E preciso que se no confundam regime de patrimnio e modo de aquisio. A tela que a mulher comprou, ou que o marido comprou, havendo comunho universal de bens, ou comunho limitada, foi por fra do regime comprada pelos dois. A eficcia do regime contempornea; no posterior eficcia da aquisio. Expostos sses conceitos preliminares, temos de entrar na anlise de um dos mais rduos assuntos do direito privado, que o da propriedade mobiliria; porque a se apresentam bens corpreos, direitos que se encorporam e bens incorpreos, todos, no sistema jurdico brasileiro, como em outros sistemas, submetidos rigidez construtiva dos direitos reais. De passagem, teremos de cogitar de universalidades de coisas, do fundo de empresa, nome pelo qual se h de substituir o superado fundo de comrcio e os ttulos representativos. Aps isso, estaremos aptos ao trato da propriedade intelectual e da propriedade industrial, assunto do Tomo XVI em que vm tona do estudo assuntos de quase todos os Tomos 1 a XV. CAPITULO II OCUPAO 1.662. Conceito e classificao 1.SUPORTE FCTICO DA OCUPAO. A ocupao a aquisio da propriedade da~ coisa sem dono pela tomada da posse, em nome prprio. A referncia posse em nome prprio somente tem a pertinncia de excluir a aquisio por aqule que tomou posse da coisa em nome de outrem. Em verdade, no se pe como pressuposto a opinio domini. Nem se exige, sequer, o animus domini. No direito alemo, o animus seria de exigir-se (cf. E. STROHAL, Der Sachbesitz, 13; F. ENDEMANN, Lehrbuch, ~ 6.~ ed., 120, e fi, 8~a e 9~a ed., 154, nota 11; contra O.FISCHER e W. HENLE, Burgerliches Gesetzbuch, 170, que adotou opinio que se aproxima da soluo seguida, depois, pelo Cdigo Civil brasileiro, isto , de abstrao, tambm, do animus domini). No Cdigo Civil brasileiro, art. 592, diz-se: Quem se assenhorear de coisa abandonada, ou ainda no apropriada, para logo lhe adquire a propriedade, no sendo essa ocupao defesa por lei. Coerente com a sua atitude quanto posse, o Cdigo Civil abstrai, a, do animus e do corpus. Adquire a propriedade o que pensa que a coisa no nuilius, mas perdida, ou furtada, se nuilius , e o que ocupa a coisa, sem ser pela tomada da posse corporal; bem como a adquire o absolutamente incapaz. A propriedade das coisas nuilius, ou porque nunca tiveram ou porque j agora no tm dono, vai quele que delas toma posse, em nome prprio. Se a coisa nuflius e o que a ocupou se acreditava simples possuidor de m f, por

estar convicto de que se tratava de coisa perdida, , malgrado seu, proprietrio (G. PLANCI no serve espcie das guas particulares, no-pertencentes ao Estado, de que antes se cogitou, como classe (c). Mas , evidentemente, a que se tira do art. 4~0 do Decreto-lei n. 794, onde explicitamente se diz que so do domnio pblico todos os animais e vegetais que se encontrem nas guas pblicas dominicais. Temos, assim, a construo de HANS GOLDSCH MIDT, que no se presta expresso do direito de pesca em guas particulares. 2.CONSEQNCIAS DO ART. 40 DO CODIGO DE PESCA. Uma vez que so do domnio pblico os animais (e vegetais) que se encontrem em guas dominicais, temos: a) tais animais (ou vegetais) no so res nullius, pertencem ao Estado; b) no h ocupao de tais animais (ou vegetais); c) se retirados das guas e separados, tornam-se bens mveis parte e podem ser alienados como tais; d) uma vez que so dominicais, nada obsta a que o direito de pesca, que tem o Estado, seja arrendado, e o arrendatrio faz seus os animais (ou vegetais), derivativamente, e no por ocupao; e) o Estado pode alienar os animais (ou vegetais) que se encontrem nas guas dominicais, antes de serem pescados ou colhidos, entendendo-se que, para a colheita, atribuiu, com a posse transmitida (posse prpria!) dos animais (e vegetais), a posse das terras no que necessrio pesca ou colheita, ou apenas assumiu dever de permitir a entrada; 1) o Estado pode apenas vender, obrigando-se entrega dos animais (ou vegetais), com ou sem a promessa de arrendar o direito de pesca ou colheita, sendo de interpretar-se, no primeiro caso, que se deu a obrigao de pescar ou colhr. 3.ANIMAIS, NO ART. 4 DO CDIGO DE PESCA. O art. 4~0 do Cdigo de Pesca no falou de peixes, mas de animais e vegetais. Quanto aos vegetais, nenhum problema surge; so partes integrantes do solo sob guas, ou das guas e, pois, de regra, do solo sob guas. Quanto aos animais, tem-se de saber se a lez epecialis do art. 4~O do Cdigo das guas, que muda a figura jurdica quando se trata de guas pblicas dominicais, s se refere ao que se pesca, ou a quaisquer animais, inclusive anfbios que se caam. A resposta seria no sentido de s apanhar animais que se pescam, e no animais que se caam,, se tivssemos de seguir a opinio a) do 1.683, 4; no sentido de abranger o art. 4~O do Cdigo de Pesca quaisquer animais e vegetais, isto , no sentido da soluo b). Em verdade, porm, a soluo c) a mais adequada redao e colocao da regra jurdica, sbre ser a mais prtica: o que se pesca ou colhe em guas pblicas dominicais pertence ao Estado, porque j lhe pertencia. Se o pescador, que arpoou, ou farpou, o animal que no se encontrava em guas pblicas dominicais, o persegue e o animal entra em guas pblicas dominicais, no o perde, ainda que outrem o colha (art. 600), porque adquirira a propriedade antes de ir o animal s guas pblicas dominicais. D-se o mesmo se o animal manso ou amansado marcado (art. 593, II, ex argumento a contrario) e penetra em guas pblicas dominicais. Se o animal foi arpoado, ou farpado, em guas pblicas dominicais, e delas sai, entrando em guas em que se tornaria nuilius, pertence ao Estado, enquanto perseguido, embora outrem o colha. Mas, cessada a perseguio, passa a no ter dono. Se o animal, arpoado ou farpado, no saiu das guas pblicas dominicais, indiferente se algum o colheu ou no, ou se continuou, ou no, de ser perseguido. A pesca em guas pblicas dominicais furto. 1.685. Direito de pesca e direito de apropriao 1.DIREITO DE PESCA E DIREITO DE APROPRIAO. O direito de pesca pode conter e pode no conter o direito de apropriar-se. De regra, entende-se que, ao arrendar o direito de pesca, o titular no se reservou fazer seu o que o arrendatrio apanhe. Se no se trata de pesca para venda, o arrendatrio s~mente se pode apropriar do que necessrio alimentao da famlia, ou do grupo de pescadores: o excesso, que apanhe, adquirido pelo titular do direito de pesca, porque o arrendatrio ocupou para entregar (quem ocupou foi o arrendatrio, como servidor da posse), salvo se houve reconhecimento da apropriabilidade pelo arrendatrio, com o dever e a obrigao de prestar ao titular do direito de caa o excesso. 2.DEvER DE PESCAR. Quando da omisso de pescar resulte dano s guas, ou s pessoas, ou a animais das margens, h dever de pescar; outrossim, se tal dever emana de clusula do negcio jurdico de arrendamento do direito de pescar. Se h lei de direito administrativo que .tenha por fito o abastecimento do pblico, dela pode constar dever de pescar, correlativo ao direito de pescar.

3.DIREITO DE PESCA E GUAS EM TERRENOS RIBEIRINHOS. Segundo o art. 602, nas guas particulares, que atravessam terrenos de muitos donos, cada um dos ribeirinhos tem direito de pescar de seu lado, at ao meio delas. Se se trata de lago, redondo, os proprietrios marginais, se forem mais de dois, tm de traar as linhas em que ho de pescar, em direo do centro do lago (cf. arts. 544 e 537; e Decreto n. 24.643, de 10 de julho de 1934, arte. 23-25, sbre ilhas). A regra jurdica procede do Esbo de TEIxEIRA DE FREITAS, art. 4.103: Quando guas particulares atravessarem terrenos de diversos donos, cada um dos ribeirinhos tem de seu lado o direito de pescar at o meio delas, a no haver direito adquirido em contrrio. A proposio final de subentender-se. No Cdigo Civil argentino, art. 2.548, apenas se falou das guas de uso pblico: Es libre pescar en guas de uso pblico. Cada uno de los ribereflos tiene el derecho de pescar por su lado hasta ei medio del rio o del arroyo. Alis, tem-se de resolver analogicamente, ainda na falta de regra jurdica como a do art. 544 do Cdigo Civil brasileiro. 4. PEIXEs E RETIRADA DAS GUAS. No caso de inundao, a) o dono do terreno inundado adquire por adjuno os peixes que ficam nos charcos, se seriam nuilius, ou b) por confuso, se entraram em curral ou outro meio de apanhamento, sem se poderem distinguir dos que eram nuilius ou prprios os que j haviam sido apanhados pelo dono das guas invadentes. Se, c) com a retirada das guas, no ficaram ao alcance normal da mo os peixes, de modo que se teriam de pescar, o dono das guas restantes que tem o direito de pesca. Em a) alguns vem direito de apropriao (e. g., MARTIN WOLFF, Lehrbuch, III, 258), mas, assim, confundir-se-ia aquisio por adjuno (o peixe passou a ser como a flha de rvore do vizinho que o vento trouxe ou o prprio vizinho jogou no terreno, ou frutos, segundo o art. 557) e o direito de apropriao (e. g.,art. 558). ~1.686. Exerccio do direito de pesca e da faculdade de pescar 1.DIREITO DE PESCA E ATOS PREPARATRIOS. O direito de pesca em terreno alheio compreende a pretenso a penetrar no terreno alheio (e. g., ribanceira, ilha, ponte), at onde seja de mister pescaria, a pretenso a conservar os peixes e, por conseguinte, eliminao, com ou sem apropriao, dos animais ou vegetais nocivos aos peixes. Uma vez que o direito de pesca no direito real, no se podem ver, a, direitos reais, considerando-se direitos auxiliares reais: h a pretenso pessoal, apenas. Se foi atribuida a posse do espao e meios necessrios, ento h a defesa possessria do arrendatrio, ou, em geral, da posse do titular do direito pessoal, que se regula no art. 486. Quanto recusa pelo dono das guas ou terras, tem o titular do direito de pesca as aes oriundas do negcio jurdico, como a de resoluo e a de indenizao por inadimplemento. Quanto apropriao, pelo titular do direito de pesca, do que nocivo aos peixes, tem-se de distinguir o que entraria no conceito de pesca e o que no entraria. Se algo entra no conceito de pesca, mas de animal ou vegetal nocivo que se trata, tanto disso se pode apoderar o pescador quanto dos outros sres pescveis. O que no entra no conceito de pesca afastvel por ato do pescador, titular do direito de pesca, porm dle s se pode apropriar o pescador se res nuUius e se o dono das guas no o ocupa. O que tem o direito de pesca tem pretenso a que o dono das guas se abstenha de fazer instalaes prejudiciais pesca (turbinas, lquidos corrosivos ou venenosos, encachoeiramento). Bem assim, assiste-lhe a pretenso regulao do exerccio dos direitos, se h, por exemplo, coliso entre o direito de pesca e o de aproveitamento de gua (determinao da medida, tempo e modo de exerccio). 2.FACULDADE DE PESCAR E SEU EXERCCIO. O que se disse quanto diferena entre a faculdade de caar e o direito de caa tambm se h de entender quanto faculdade de pescar e o direito de pesca. Igualmente, em relao aos respectivos exerccios. 1.687. Pesca e direito administrativo 1.SERVIOS DE PESCA. O Decreto-lei n. 794, de 19 de outubro de 1938, que lanou o Cdigo de Pesca, revogando os Decretos n. 23.348, de 14 de novembro de 1933, e n. 704, de 24 de maro de 1936, diz no art. 1.0: Os servios de pesca em todo o Brasil, inclusive a administrao, direo, fiscalizao tcnica do pessoal e material respectivos, a instruo especializada dos pescadores e sua organizao profissional, e tudo mais que com a mesma se relacione no interesse da defesa da fauna e flora agrcolas e desenvolvimento de suas indstrias, ficam inteiramente subordinadas ao Ministrio da Agricultura pelo seu rgo competente o servio de Caa e Pesca do Departamento Nacional da Produo Animal e sujeitos s determinaes dste Cdigo. No art. 50, estabeleceu-se:

Somente aos Brasileiros facultado exercer e explorar profissionalmente a pesca e indstrias correlatas. No pargrafo nico, acrescentou-se: A exigncia dste artigo extensiva aos armadores de pesca e administrao das sociedades civis, comerciais, ou industriais que explorem a pesca Brasileiros natos ou naturalizados. Todavia, tratando-se de exerccio de faculdade ou de direito de pesca, em que no haja formao de em que se tenha de observar o art. 155 e seu pargrafo nico da Constituio de 1946, ou outra regra jurdica constitucional, a limitao feita pelo art. 5O e seu pargrafo nico contrria ConstituIo de 1946, art. 141, 12, 14 e 16, ou outras regras jurdicas constitucionais. No art. 6.0, o Cdigo de Pesca exige a idade mnima de dezesseis anos para o exerccio da pesca; salvo ( 1.~) se se trata de pesca de canio, ou linha de mo, feita de terra. A infrao ( 2.~) punida com multa, elevada ao dbro, em caso de reincidncia, e apreenso do material de pesca utilizado. O que foi pescado pelo menor de dezesseis anos pertence-lhe, em virtude dos princpios de direito privado concernentes ocupao. Quanto ao pescador profissional, os arts. 7-13 do Cdigo de Pesca cogitaram da matrcula e da participao em colnias de pescadores. O art. 14, dos deveres do pescador, no plano do direito administrativo. 2.LIMITAES LEGAIS AO EXERCCIO DA PESCA. Nos .arts. 15-19 e 20-26, o Cdigo de Pesca tratou das limitaes ao exerccio da pesca (ditas, l, restries gerais pesca) e dos aparelhos de pesca. No h dominium eminens do Estado quanto pesca. A pesca, pelo interesse pblico, est sujeita a lint~es legais, de ordem policial e administrativa, tais como proibies de certos meios de pesca, de certas construes de captao, e exigncia de licena. Tudo isso s concernente ao exerccio da pesca (faculdade ou direito) . O que se disse sbre a caa, cabe aqui relembrar-se. Os arts. 16, 1.0, e 19 do Decreto-lei 794 (Cdigo de Pesca) tm repercusso no direito privado. Diz o art. 16, que expressamente proibido o lanamento de leos e produtos oleosos, nas guas interiores ou litorneas. A responsabilidade civil existe ainda se sem culpa foram lanados. O art. 19 diz: So proibidos os cercados de peixe, fixos, de qualquer denominao, tais como currais, camboas, paris, cacuris, corao, caoal, curral duplo, curral em srie, estaqueadas e muradas, desde que causem embaraos navegao, que provoquem assoreamento, salvo quando construdos sbre recifes e outras formaes rochosas (Lei n. 2.238, de 2 de junho de 1954) . Essa .regra jurdica Somente concerne ao exerccio da pesca; de modo nenhum altera o direito comum sbre aquisio do que fr pescado. 3.DISTRITOS DE PESCA, NO MAR OU EM LAGO, OU EM RIO. Em princpio, pode permitir o Estado: a) a pesca no mar, em lago, ou em rio, que seja comum, mediante lei, ou b) em guas pblicas destinadas pesca pelo Estado, ou e) em guas pblicas dominicais. Na espcie a), no possvel monoplio, salvo o estatal, conforme o art. 146 da Constituio de 1946; na espcie b) ou na espcie e), o bem do Estado e h o negcio jurdico entre le e a exploradora da pesca: o titular do direito de pesca arrenda-o a outrem. No h, no direito brasileiro, a aquisio de direito de pesca por usucapio e desde cedo DOMINGOS ANTUNES PORTUGAL (Tractatus de DonationibUs, II, Livro III, Cap. 9, n. 85) e MANUEL LVARES PEGAS (Commentaria ad Ordinationes, IX, Ord. do Livro II, Ttulo 28, n. 120), reagiram contra influncia de leituras estrangeiras. O chamado direito de preocupao de lugares pblicos, como se se fazem carreiros ou pesqueiros permanentes, ou estacadas para redes, no pode ir alm das figuras de direito administrativo, que no importem em aquisio da propriedade, ou de direito real (uso ou usufruto, ou enfiteuse), salvo tresdestinao, com a deslocao do bem para a classe que o permita, observadas a Constituio e as leis (sbre a preocupao, veja MANUEL LVARES FERREIRA. Novorum operum aedificationibus. Livro IV, d. 15, n. 51, e Livro II, d. 3, n. 30, e Livro III, d. 1, n. 34). 4.APARELHOS DE PESCA. O Cdigo de Pesca (Decreto -lei n. 794, de 19 de outubro de 1938), art. 15, estatui: E proibido pescar: a) com rdes ou aparelhos de qualquer espcie, tipo ou denominao, nos lugares em que embaracem a navegao; b) com rdes ou aparelhos de espera que impeam o livre trnsito das espcies da fauna aqutica, nas barras, rios, riachos e canais, ou a~ menos de cinco milhas de distncia dos citados lugares; e) com rdes ou aparelhos de arrasto de qualquer espcie, tipo ou denominao, na pesca interior ou na litornea; d) com rdes de arrasto (trawl) a menos de trs milhas da costa; e) com rdes de arrasto de praia, na pesca litornea ou na interior e nas proximidades das embocaduras de rios; f) com rdes traineiras a menos de 200 metros das margens, nas baas ou enseadas; g) com dinamite ou qualquer explosivo; h) com substncias txicas; i) a menos de 500 metros dos tubos de descarga dos esgotos; 5) a distncia menor de 200 metros da montante ou jusante das cachoeiras, corredeiras, barragens e escadas para peixes; k) com facho ou luz de qualquer natureza, quando tal processo possa causar embarao navegao; 1) em outros lugares interditados pelo Servio de Caa e Pesca; m) por meio de qualquer sistema ou processo que prejudique a criao ou procriao das espcies da fauna aqutica, a juzo do Servio de Caa e Pesca. No 1.0: Os infratores dste artigo sero punidos com a multa de Cr$ 100,00

a Cr$ 2.000,00 (cem cruzeiros a dois mil cruzeiros), elevado ao dbro na reincidncia. No 2.0: A infrao das alneas g e h considerada crime, ficando os seus infratores sujeitos s sanes da Consolidao das Leis Penais, isto , do Cdigo Penal. So considerados aparelhos mveis: a) as rdes de espera ou de barrar de qualquer tipo, no podendo ter malhas inferiores a 30 mm; b) os gradeados de qualquer espcie, os covos, matapis, cestas de junco, de palha ou flecha, de tela ou arame, com espaamento mnimo de 40 mm; e) cercadas mveis ou currais mveis com espaamento mnimo de 50 mm.; d) linhas e espinhis (art. 21). Os aparelhos flutuantes devem ter malha mnima de 30 mm. (art. 22). So considerados aparelhos de arrasto: a) as rdes denominadas arrasto de praia, com malha mnima de 30 mm., seja qual fr o seu tipo ou dimenso; b) as rdes de arrasto para camaro sete barbas, com malha mnima de 12 mm.; e) a rde de arrasto trawl, com malha mnima de 30 mm. no copo~~ (art. 23) So considerados aparelhos especiais de pesca: 1. As rdes denominadas vulgarmente traineiras, de dois tipos: a) a sardinheira, de malha mnima de 10 mm, no ensacador, e de 25 mm e 30 mm, nas armaduras superior e inferior; b) a traineira de malha lassa com 15 mm, de malha, no mnimo, no ensacador, e 35 e 40 mm, no mnimo, nas armaduras. II. A rde denominada caicai ou tria, com malhas mnimas de 20 mm, comprimento mximo de 80 metros. III. Rdes candombl e balo, para camaro, com malha mnima de 10 mm. IV. Tarrafas de fio fino: a) para peixe, com malha mnima de 15 mm.; b) para camaro, com malha mnima de 12 mm., e carapua de 10 mm (art. 24). O crco das traineiras s& poder ser efetuado, quando a profundidade das guas fr nitidamente superior ao calado das rdes (pargrafo nico). As malhas das rdes sero medidas pela distncia entre dois ns consecutivos do mesmo fio (art. 25). A rde tinta ser medida depois do terceiro banho e a rde branca depois de permanncia de 24 horas na gua (pargrafo nico). III. TESOURO 1.688. Conceito de tesouro 1. THESAURUS. Tesouro a coisa de valor, achada em bem imvel, ou mvel, h longo tempo oculta a, de modo que no mais se pode pensar em relao jurdica de propriedade, por faltar o titular. A vetustez do tesouro mais a no--memria do momento de que provm, tais os elementos fcticos. S h tesouro se a coisa bem mvel, ainda que se trate de titulo de crdito. No h, todavia, conceito que sirva, exatamente, a todos os sistemas jurdicos, conforme se ver ao tratarmos das solues ao problema de tcnica legislativa. Segundo a concepo do antigo direito romano, o tesouro era acesso da propriedade do imvel, sem haver posse (L. 3, 3, D., de adquirenda vel amittenda possessione, 41, 2: Brutus et Manilius putant eum, qui fundum longa possessione cepit, etiam thensaurum cepisse, quamvis nesciat in fundo esse). H intervalo, sob o imprio, com algumas leis espordicas, sob principio da fiscalidade do tesouro, salvo favores mais ou menos pessoais. A atribuio da metade ao inventor ou achador proveio de constituio de Adriano ( 39, 1., de rerum divisione, 2, 1): Inspirado na equidade natural, o divino Adriano concedeu aos que descobriram em lugar seu o que descobriram. Igualmente estatuiu se algum descobriu casualmente (fortuito casu) em lugar sacro ou religioso. Todavia, se algum houver encontrado em lugar alheio, no buscando-o mas fortuitamente (non data ad hoc opera, sed fortuitu), concedeu metade ao dono do solo. E convenientemente estatuu ser, se algum houver inventado em lugar de Csar, metade do inventor metade de Csar. Donde se segue ser, se algum houver inventado em lugar pblico ou fiscal, metade dle metade do fisco ou da cidade. Na L. 1, 4, C., de thesauris, 10, 15, de Leo e Zeno (474), diz-se que, se algum, arando ou de outra maneira cultivando a terra, ou por qualquer casualidade, no com empenho de buscar, houver achado tesouro em lugares alheios, parta o que houver sido encontrado, retida a metade e dada a outra. Primeiramente, advirta-se em que a proibio de p