trastuzumabe entansina no tratamento de segunda linha … · duração da resposta e tempo para a...

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INSTITUTO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE – IATS HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE (HCPA) CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE PARECER TÉCNICO CIENTÍFICO: TRASTUZUMABE ENTANSINA NO TRATAMENTO DE SEGUNDA LINHA DE PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA AVANÇADO HER2-POSITIVO Silvana Perini Porto Alegre, março de 2015.

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INSTITUTO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE – IATS

HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE (HCPA)

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE

PARECER TÉCNICO CIENTÍFICO:

TRASTUZUMABE ENTANSINA NO TRATAMENTO DE SEGUNDA LINHA DE PACIENTES COM

CÂNCER DE MAMA AVANÇADO HER2-POSITIVO

Silvana Perini

Porto Alegre, março de 2015.

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INSTITUTO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE – IATS

HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE (HCPA)

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE

PARECER TÉCNICO CIENTÍFICO:

TRASTUZUMABE ENTANSINA NO TRATAMENTO DE SEGUNDA LINHA DE PACIENTES COM

CÂNCER DE MAMA AVANÇADO HER2-POSITIVO

Silvana Perini

Porto Alegre, março de 2015.

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PARECER TÉCNICO CIENTÍFICO

TRASTUZUMABE ENTANSINA NO TRATAMENTO DE SEGUNDA LINHA DE PACIENTES COM

CÂNCER DE MAMA AVANÇADO HER2-POSITIVO

Autores:

Silvana Perini, Msc - Biomédica bolsista do Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde

(NATS).

Eliana Márcia Da Ros Wendland, MD, PhD - Professora adjunta do departamento de Saúde

Coletiva da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

Potenciais conflitos de interesse:

As autoras declaram ausência de conflito de interesses.

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RESUMO EXECUTIVO

Tecnologia: Trastuzumabe entansina

Indicação: Monoterapia para tratamento de pacientes com câncer de mama HER2-positivo

metastático ou localmente avançado não ressecável, que tenham recebido tratamento prévio

com trastuzumabe e um taxano.

Comparador: Terapia alvo-HER2 isolada ou combinada (trastuzumabe, lapatinibe ou

pertuzumabe) mais quimioterapia para o tratamento de segunda linha do câncer de mama

avançado HER2-positivo.

Contexto: Quando combinado com quimioterapia de primeira linha, o trastuzumabe mais

taxano (TRAST/TAX) aumenta o tempo para a progressão e sobrevida global entre pacientes

com doença metastática. No entanto, no caso de progressão durante ou após a terapia de

primeira linha com TRAST/TAX, não há consenso em relação a melhor alternativa de

tratamento (trastuzumabe, lapatinibe, pertuzumabe, isolados ou em combinação a

quimioterapia). Há evidências que manter o esquema de terapia alvo-HER2 é mais eficaz que

somente quimioterapia.

Recentemente, a associação de trastuzumabe entansina (T-DM1) foi proposta como

uma nova forma de tratamento de segunda linha, mais específica e com maior ligação às

células tumorais.

Pergunta: Em mulheres com câncer de mama avançado HER2-positivo previamente

tratadas com TRAST/TAX, o monoterapia com T-DM1 em segunda linha é mais eficaz e seguro

que o tratamento com outras terapias alvo-HER2 isoladas ou combinadas, associadas a

esquema quimioterápico?

Busca e análise de Evidências Científicas: Para avaliação de eficácia e segurança, foram

selecionados somente ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas e metanálises que

avaliaram a eficácia e a segurança do T-DM1 quando comparado às demais alternativas de

tratamento alvo-HER2. Foram excluídos os estudos que não avaliaram desfechos clínicos ou

com tempo de seguimento inferior a um ano.

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As buscas bibliográficas nas bases de dados de literatura científica Medline (via

Pubmed), CRD (Centre for Reviews and Dissemination), The Cochrane Library (via Bireme),

Embase, LILACS e Scielo, foram realizadas priorizando-se por estudos de metanálise, revisões

sistemáticas e ensaios clínicos randomizados. Foram selecionados somente os estudos

publicados em inglês ou espanhol, sem restrição de data de publicação.

Resumo dos resultados dos estudos selecionados:

EMILIA, um ensaio clínico de fase III, investigou a indicação de T-DM1 vs lapatinibe +

capecitabina em 991 pacientes. O tempo de sobrevida livre de progressão no grupo tratado

com T-DM1 foi prorrogado por 3,2 meses, em comparação com os pacientes tratados com

lapatinibe + capecitabina (HR = 0,65; 95% CI 0,55-0,77), regime comumente usado em

pacientes com a progressão da doença em tratamento com trastuzumabe. Este resultado foi

consistente entre os subgrupos clinicamente relevantes, com exceção dos pacientes com idade

≥75 anos. Para toda a população do estudo, a diferença na sobrevida global foi 5,8 meses (HR =

0,68; IC 95% 0,55-0,85; p <0,001). Também outros desfechos como taxa de resposta objetiva,

duração da resposta e tempo para a progressão dos sintomas favoreceram o T-DM1.

Recomendações:

( ) Recomendação forte a favor da tecnologia

(X) Recomendação fraca a favor da tecnologia*

( ) Recomendação fraca contra a tecnologia

(X) Recomendação forte contra tecnologia**

* Como tratamento de segunda linha para pacientes com câncer de mama metastático com

superexpressão do gene HER-2 com idade menor que 75 anos;

** Como tratamento de segunda linha para pacientes com câncer de mama metastático com

superexpressão do gene HER-2 com idade maior ou igual a 75 anos, uma vez que não foi

observada evidência de benefício nesta faixa etária.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária

DM1: derivado de maitansina

EGFR: fator1 de crescimento epidérmico

ER: estrogênio

HER2: fator de crescimento epidérmico humano 2

INCA: Instituto Nacional do Câncer

PTC: Parecer técnico científico

SUS: Sistema Único de Saúde

TRAST/TAX: trastuzumabe mais taxano

T-DM1: trastuzumabe entansina ou ado-trastuzumabe entansina

PGR: progesterona

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SUMÁRIO

CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................................ 8

PERGUNTA ..................................................................................................................................... 9

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 10

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS .................................................................................................... 11

A DOENÇA ................................................................................................................................... 12

DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA AVALIADA ..................................................................................... 16

MÉTODOS .................................................................................................................................... 20

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA EVIDÊNCIA ................................................................................ 24

RESULTADOS DOS ESTUDOS SELECIONADOS .............................................................................. 25

RECOMENDAÇÕES FINAIS ........................................................................................................... 26

LIMITAÇÕES ................................................................................................................................. 26

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 27

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CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

O presente Parecer Técnico Científico foi elaborado como produto final do trabalho de

conclusão do Curso de Especialização em Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS), oferecido

pelo Instituto de Tecnologias em Saúde (IATS) em parceria à Universidade Federal do Rio

Grande do Sul (UFRGS), e teve o objetivo de avaliar as evidências científicas acerca da eficácia e

segurança do T-DM1 no tratamento de segunda linha de pacientes com câncer de mama

avançado HER2-positivo. A escolha do tema para o presente parecer foi devido afinidade com o

assunto oncologia, tendo a finalidade de subsidiar a tomada de decisão do Ministério da Saúde

e dos demais gestores do SUS.

No processo de elaboração, buscou-se atender às Diretrizes Metodológicas propostas

pelo Ministério da Saúde para a elaboração de pareceres técnico-científicos, e a tecnologia

avaliada atende às necessidades de embasamento científico para incorporação de novos

medicamentos oncológicos no Sistema Único de Saúde (SUS).

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PERGUNTA

O objetivo deste PTC é analisar as evidências científicas disponíveis sobre a eficácia e

segurança do trastuzumabe entansina no tratamento de pacientes mulheres com câncer de

mama avançado HER2-positivo previamente tratadas com TRAST/TAX. Para a sua elaboração,

estabeleceu-se a seguinte pergunta cuja estruturação encontra-se no Quadro 1:

Pergunta: Em mulheres com câncer de mama avançado HER2-positivo previamente tratadas

com TRAST/TAX, o tratamento com T-DM1 em segunda linha é mais eficaz e seguro que o

tratamento com outras terapias alvo-HER2 isoladas ou combinadas, associadas a esquema

quimioterápico?

Quadro 1: Estrutura para elaboração da pergunta do PTC

População: Mulheres com câncer de mama metastático HER2-positivo

tratadas previamente com trastuzumabe associado a um

taxano.

Intervenção: Trastuzumabe entansina

Controle: Terapia alvo-HER2 isolada ou combinada (trastuzumabe,

lapatinibe ou pertuzumabe) mais quimioterapia para o

tratamento de segunda linha do câncer de mama avançado

HER2-positivo.

Outcomes/ Desfechos: Sobrevida, sobrevida global, sobrevida livre de progressão,

taxa de resposta e segurança.

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INTRODUÇÃO

O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o

mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos, e é a principal

causa de mortalidade por câncer entre as mulheres. Cerca de 1,67 milhões de novos casos

desta neoplasia foram observados no mundo no ano de 2012, o que representa 25% de todos

os tipos de câncer diagnosticados em mulheres.1

A estimativa para o ano de 2014 no Brasil, era que 57.120 novos casos de câncer de

mama fossem diagnosticados, com um risco estimado de 56,09 casos a cada 100 mil

mulheres.1 Dos casos diagnosticados, o câncer de mama metastático, incurável na maioria dos

casos,2 atinge cerca de 20% das mulheres3 e, entre as mulheres diagnosticadas com câncer de

mama metastático, 15% dos pacientes com câncer de mama têm tumores que super

expressam a proteína fator de crescimento epidérmico humano (HER2),4 tipo mais agressivo da

doença e que provavelmente progredirá mais rapidamente do que o câncer que não é positivo

para a proteína HER2.5

Ao longo da última década, novas terapias sistêmicas tornaram-se disponíveis para o

tratamento do câncer da mama avançado. Em particular, o tratamento com anticorpos

monoclonais contra o receptor do HER2 evoluiu, devido o desenvolvimento de terapias alvo-

HER2, que mostraram eficácia na melhora da sobrevida de pacientes com câncer da mama

HER2-positivo localmente avançado ou metastático. Neste contexto, o trastuzumabe foi

associado com uma melhora significativa tanto na sobrevida livre de doença quanto na

sobrevida global em mulheres com câncer de mama HER-2 positivo, administrado em

combinação ou em sequência à quimioterapia adjuvante.6 O que foi confirmado em metanálise

de ensaios clínicos randomizados elaborada pelo grupo Cochrane,7 embasando o uso da

terapia alvo-HER2, especificamente o trastuzumabe associado a um taxano, no tratamento de

primeira linha de câncer de mama metastático.4

Numa análise por intenção de tratar feita no ensaio clínico randomizado HERA,8 a taxa

de sobrevida livre de doença mostrou um benefício significativo a favor dos pacientes tratados

por um ano com trastuzumabe (78,6% dos pacientes com 4 anos de sobrevida livre de doença)

em comparação com o grupo de observação (72,2% dos pacientes com 4 anos de sobrevida

livre de doença); HR = 0,76; IC 95% 0,66-0,87; p <0 · 0001).

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Embora o trastuzumabe, em combinação com quimioterapia, seja considerado o

tratamento de primeira linha padrão para os cuidados de pacientes com câncer de mama

inicial HER2-positivo, aproximadamente 15% dos pacientes terão a progressão da doença após

a terapia com trastuzumabe adjuvante.9 Nestes casos de fracasso do tratamento de primeira

linha alvo-HER2 e progressão durante ou após a terapia com TRAST/TAX, as evidências

recomendam uma segunda linha de tratamento, também baseada em terapia HER2-alvo,

combinada à quimioterapia, ou em combinação de duas terapias alvo-HER2.4

Como tratamento de segunda linha baseada em terapia alvo-HER2 são oferecidas

alternativas de anticorpos monoclonais como trastuzumabe, lapatinibe, e pertuzumabe,

isolados ou em combinação a quimioterapia. Neste cenário, o anticorpo-fármaco trastuzumabe

entansina (T-DM1 ou ado-trastuzumabe entansina) tem se mostrado efetivo sobre os demais

em relação ao tempo livre de progressão, sobrevida global e menor toxicidade.

O T-DM1 é um conjugado de anticorpo-droga que incorpora propriedades antitumorais

contra o receptor 2 do HER2, composto de trastuzumabe, um ligante tioéter estável, e potente

agente citotóxico DM1 (derivado de maitansina). 10 Ou seja, o T-DM1 é um conjugado fármaco-

anticorpo que otimiza a entrega de quimioterapia com um anticorpo monoclonal anti-HER2,

diminuindo os efeitos colaterais sistêmicos.

O T-DM1 foi recentemente aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA) no Brasil com o nome comercial de Kadcyla®,10 e está disponível no mercado

brasileiro desde abril de 2014. Atualmente o Ministério da Saúde não disponibiliza o

medicamento T-DM1 para uso no Sistema Único de Saúde – SUS, ao contrário do trastuzumabe

(Herceptin®),11 que é financiado pelo sistema público.

Portanto, visto que se trata de uma droga de alto custo, não disponibilizada pelo SUS, e

que poderá vir a gerar inúmeros processos de concessão judicial de medicamentos,

objetivamos fazer um Parecer Técnico sobre o Kadcyla®, a fim de comprovar a evidência clínica

consolidada, eficácia, e segurança da nova droga.

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que no Brasil, para o ano de

2014, o que é válido também para o ano de 2015, a ocorrência de aproximadamente 576 mil

casos novos de câncer, reforça a magnitude do problema no país. São esperados 57.120 novos

casos de câncer de mama, com um risco estimado de 56,09 casos a cada 100 mil mulheres.1

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Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico, se

diagnosticado e tratado oportunamente, o câncer de mama é a maior causa de morte por

câncer nas mulheres em todo o mundo, com cerca de 520 mil mortes estimadas para o ano de

2012. É a segunda causa de morte por câncer nos países desenvolvidos, atrás somente do

câncer de pulmão, e a maior causa de morte por câncer nos países em desenvolvimento. No

Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente

porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados, e a sobrevida é de

aproximadamente 80%.1

A DOENÇA

Embora o câncer de mama seja considerado a maior causa de morte por câncer nas

mulheres em todo o mundo, nos últimos 40 anos, a sobrevida vem aumentando nos países

desenvolvidos e, atualmente, é de 85% em cinco anos, enquanto, nos países em

desenvolvimento, permanece com valores entre 50% e 60%.1

Assim como outras neoplasias malignas, o câncer de mama resulta de uma proliferação

incontrolável de células anormais, que surgem em função de alterações genéticas, sejam elas

hereditárias ou adquiridas por exposição a fatores ambientais ou fisiológicos, 12 como

envelhecimento, fatores relacionados à vida reprodutiva da mulher, história familiar de câncer

de mama, consumo de álcool, excesso de peso, sedentarismo, exposição à radiação ionizante.

Tais alterações genéticas podem provocar mudanças no crescimento celular ou a morte celular

programada, levando ao surgimento do tumor.7

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a idade do paciente no momento do

diagnóstico continua sendo um dos mais importantes fatores de risco, conferindo pior

prognóstico e sobrevida inferior até os 40 anos em comparação com aquelas com idade mais

avançada. As taxas de incidência do câncer de mama aumentam rapidamente até os 50 anos.

Após essa idade, o aumento ocorre de forma mais lenta, o que reforça a participação dos

hormônios femininos na etiologia da doença. Cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem

após os 50 anos.1

Geralmente o câncer da mama cresce lentamente, porém, eventualmente apresenta

crescimento rápido e maior possibilidade de disseminação. Ao ultrapassar a membrana basal

da unidade ductotubular terminal, invadir o estroma e produzir metástases,7 o câncer de

mama pode passar a assumir a forma mais agressiva da doença, na qual os tumores passam a

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super expressar receptores do fator de crescimento epidérmico humano tipo 2, resultando em

uma proteína HER2 constitutivamente ativada. Como consequência desta superexpressão, há

proteínas transmembranas extras funcionando como receptores do fator de crescimento, que

induzirão a dimerização e a determinação para divisão e multiplicação celular acelerada.7

A literatura relata que pacientes com câncer de mama com amplificação ou

superexpressão do HER2 apresentam menor sobrevida livre de doença, comparados a

pacientes que não apresentam amplificação ou superexpressão do HER2. A saber, o câncer de

mama metastático atinge 20% das mulheres diagnosticadas com câncer de mama, e a

superexpressão de HER-2 é observada em aproximadamente 15% dos casos de câncer de

mama,13 o que é, geralmente, associado a tumores mais agressivos, maior risco de recorrência

à distância num menor tempo de recaída, menor sobrevida global livre de doença e maior

resistência terapêutica em comparação aos tumores HER2-negativos.14

Os agentes terapêuticos de escolha para o tratamento de primeira linha do câncer de

mama metastático HER2-positivo são o trastuzumabe, e ou o pertuzumabe,4 isolados ou em

combinação, associados à quimioterapia com taxanos, e o T-DM1 é indicado para tratamento

de segunda linha. No cenário de terceira linha, os clínicos devem oferecer outras combinações

de terapia alvo-HER2 ou T-DM1 (se não for previamente administrada), que pode ser o

pertuzumabe, caso o paciente ainda não tenha recebido anteriormente.4

Até o momento, as diretrizes seguidas para o tratamento de pacientes com câncer de

mama avançado HER2-positivo são anteriores ao desenvolvimento do T-DM1, e o projeto de

diretrizes atuais do Ministério da Saúde do Brasil e INCA encontra-se sob avaliação pública, a

seguir as recomendações segundo a diretriz de prática clinica da Sociedade Americana de

Oncologia Clinica: 4

O clínico deve recomendar combinações baseadas na terapia alvo-HER2 para o

tratamento de primeira linha, com exceção de pacientes positivos aos receptores de

estrogênio (ER) ou de progesterona (PGR) e doença HER2-positivo, para os quais os

médicos podem usar a terapia endócrina sozinha;

Se o câncer de mama avançado HER2-positivo de uma paciente tenha progredido

durante ou após a terapia de primeira linha alvo-HER2, os clínicos devem recomendar

segunda linha de tratamento baseado em terapia alvo-HER2;

Se o câncer de mama avançado HER2-positivo de uma paciente tenha progredido

durante ou após a segunda linha ou após tratamento alvo-HER2, os clínicos devem

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recomendar terceira linha de tratamento ou tratamento superior baseado em terapia

alvo-HER2;

Os médicos devem recomendar a combinação de trastuzumabe, pertuzumabe, e um

taxano para o tratamento de primeira linha, a menos que o paciente tenha alguma

contraindicação para taxanos;

Se o câncer de mama avançado HER2-positivo de uma paciente tenha progredido

durante ou após a terapia de primeira linha alvo-HER2, os clínicos devem recomendar

T-DM1 como tratamento de segunda linha;

Se o câncer de mama avançado HER2-positivo de uma paciente tenha progredido

durante ou após a segunda linha ou após terapia alvo-HER2, mas ela não tenha

recebido T-DM1, os clínicos devem oferecer T-DM1;

Se o câncer de mama avançado HER2-positivo de uma paciente tenha progredido

durante ou após a segunda linha ou após tratamento alvo-HER2, mas ela não tenha

recebido pertuzumabe, os médicos podem oferecer pertuzumabe;

Se o câncer de mama avançado HER2-positivo de uma paciente tenha progredido

durante ou após a segunda linha ou após tratamento alvo-HER2, e ela já tenha

recebido pertuzumabe e T-DM1, os clínicos devem recomendar tratamento de terceira

linha ou superior baseado em terapia alvo-HER2. As opções incluem lapatinibe e

capecitabina, bem como outras combinações de quimioterapia, e trastuzumabe,

lapatinibe e trastuzumabe, ou terapia hormonal (em pacientes com ER-positivo e / ou

doença PGR-positivo). Não há evidência suficiente para recomendar um regime em

detrimento de outro;

Se um paciente está recebendo terapia alvo-HER2 e combinações de quimioterápicas,

a quimioterapia deve continuar durante cerca de 4 a 6 meses (ou mais) e / ou ao

tempo de resposta máxima, dependendo da toxicidade e na ausência de progressão.

Quando a quimioterapia é interrompida, os clínicos devem continuar a terapia alvo-

HER2 sem qualquer alteração no regime até a progressão ou toxicidades não

aceitáveis;

Se um paciente terminar o tratamento adjuvante com trastuzumabe ≤ 12 meses antes

de reincidência, os clínicos devem seguir a recomendação de tratamento segunda-

linha à base de terapia alvo-HER2;

Se um paciente terminar o tratamento adjuvante com trastuzumabe > 12 meses antes

de reincidência, os clínicos devem seguir as recomendações de tratamento de

primeira-linha à base de terapia alvo-HER2;

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Se o câncer de uma paciente é receptor hormonal positivo e HER2 positivo, os médicos

podem recomendar qualquer um:

o Terapia alvo-HER2 mais quimioterapia;

o Terapia endócrina mais trastuzumabe ou lapatinibe (em casos especiais);

o Terapia endócrina sozinha (em casos especiais).

Se um paciente começou com uma combinação de terapia e quimioterapia alvo-HER2-

positivo, os médicos poderão adicionar terapia endócrina à terapia alvo-HER2 ao

término da quimioterapia e / ou quando o câncer progredir;

Em circunstâncias especiais, como a baixa carga da doença, presença de morbidades

(contradições a terapia alvo-HER2, tais como insuficiência cardíaca congestiva), e / ou a

presença de um intervalo livre de doença por muito tempo, os médicos podem

oferecer terapia endócrina de primeira linha somente;

Embora os médicos possam discutir o uso de terapia endócrina, com ou sem terapia

direcionada-HER2, a maioria dos pacientes ainda receberá quimioterapia mais terapia

direcionada-HER2.

Terapia de primeira linha para pacientes com câncer de mama HER2 -positivo

avançado:

Trastuzumabe

Registrado na Agência Regulatória de Medicamentos da Europa desde 28 de agosto de

200015 (Herceptin®) e nos Estados Unidos desde 1998 (Herceptin®), o trastuzumabe está

registrado na ANVISA com o nome comercial Herceptin®,11 nas apresentações farmacêuticas de

440mg de pó liofilizado de trastuzumabe.

O Trastuzumabe é um anticorpo monoclonal humanizado recombinante que se liga

seletivamente ao HER2, melhorando significativamente a sobrevida de pacientes com câncer

de mama HER2-positivo em situações metastáticas e como terapia adjuvante.16

Combinações baseadas na terapia alvo-HER2, especificamente o trastuzumabe, é

recomendado como tratamento de primeira linha para pacientes com câncer de mama

avançado HER2-positivo. Não está indicado para aqueles com insuficiência cardíaca congestiva

clínica ou fração de ejeção do ventrículo esquerdo significativamente comprometido, que

devem ser avaliados caso-a-caso.4

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De acordo com a ANVISA, o Herceptin® tem as seguintes indicações:11

Para o tratamento de pacientes com câncer de mama metastático que apresentam

tumores com superexpressão do HER2:

Em monoterapia para o tratamento de pacientes que já tenham recebido um ou mais

tratamentos quimioterápicos para suas doenças metastáticas;

Em combinação com paclitaxel ou docetaxel para o tratamento de pacientes que ainda

não tenham recebido quimioterapia para suas doenças metastáticas;

Para o tratamento de pacientes com câncer de mama inicial HER2-positivo;

Após cirurgia, quimioterapia (neoadjuvante ou adjuvante) e radioterapia (quando

aplicável);

Após quimioterapia adjuvante com doxorrubicina e ciclofosfamida, em combinação

com paclitaxel ou docetaxel;

Em combinação com quimioterapia adjuvante de docetaxel e carboplatina;

Em combinação com quimioterapia neoadjuvante seguida por terapia adjuvante com

Herceptin® para câncer de mama localmente avançado (inclusive inflamatório) ou

tumores > 2 cm de diâmetro.

Embora o trastuzumabe associado a quimioterapia seja atualmente considerado como

terapia padrão de primeira linha de cuidados para câncer de mama HER2-positivo, existem

algumas deficiências; entre elas, a associação do trastuzumabe com certos eventos adversos

(por exemplo, cardiotoxicidade) e o desenvolvimento de resistência.2

Terapias de segunda linha para pacientes com câncer de mama HER2 -positivo

avançado:

DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA AVALIADA

Trastuzumabe entansina (T-DM1)

Trastuzumabe entansina (T-DM1) está registrado na Agência Nacional de Vigilância

Sanitária com o nome comercial Kadcyla®, nas apresentações farmacêuticas de 100 mg de pó

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para concentrado para solução para perfusão, que, após reconstituição permite obter 5 ml de

trastuzumabe entansina 20 mg/ml.

De acordo com a ANVISA, o Kadcyla® é indicado em monoterapia para tratamento de

pacientes com câncer de mama HER2-positivo metastático ou localmente avançado não

ressecável, que tenham recebido tratamento prévio com trastuzumabe e um taxano.10

A atividade não clínica do T-DM1 foi avaliada inicialmente em modelos experimentais

que eram refratários ao trastuzumabe ou lapatinibe,17, 18, 19 uma vez que já era consenso

trastuzumabe e lapatinibe para o tratamento de câncer de mama metastático HER2-postitivo.

O mecanismo de ação do T-DM1 se dá com a ligação do trastuzumabe ao receptor

HER2, que se sugere que bloqueia a dimerização HER2 com os demais receptores da família

(HER1, HER2, HER3, HER4) e é ativa por anticorpos-mediadores de citotoxicidade, mecanismo

que junto a outros, conduz à diminuição da sobrevivência e proliferação celular. O agente

citotóxico antitubulina DM1 permanece ligado ao trastuzumabe no exterior da célula até que

todo o conjugado fármaco-anticorpo seja transportado para o citoplasma por endocitose.

Postula-se que o T-DM1, em seguida, sofra uma degradação proteolítica intralisossomal,

resultando na libertação de Lys-MCC-DM1 e consequente morte celular associada a

antitubulina.17

Clinicamente, T-DM1 foi inicialmente avaliado como um único agente em um ensaio

fase I de escalonamento de dose em pacientes com câncer de mama metastático HER2-

positivo que anteriormente recebiam um regime de quimioterapia contendo trastuzumabe. T-

DM1 foi dada em várias doses em uma semana ou num cronograma a cada três semanas.20 A

dose máxima tolerada foi de 3,6 mg/kg a cada 3 semanas, com base na toxicidade limitante da

dose da trombocitopenia de grau 4 em 4,8 mg / kg a cada 3 semanas.

Em 2012, o Grupo de Estudo EMILIA randomizou 991 pacientes com câncer de mama

avançado HER2-positivo, que tinham sido previamente tratadas com trastuzumabe e um

taxano, com T-DM1 versus lapatinibe mais capecitabina. No qual T-DM1 mostrou aumento

significativamente do tempo livre de progressão e a sobrevida global com menor toxicidade do

que lapatinibe mais capecitabina.21 Neste estudo, os eventos adversos de graus 3 ou 4 foram

maiores no grupo tratado com lapatinibe e capecitabina do que com T-DM1 (57% vs 41%). No

entanto, incidência de trombocitopenia e aumento dos níveis de soro aminotransferase foram

maiores com T-DM1, enquanto a incidência de diarreia, náuseas, vômitos e eritodistesia

palmar-plantar foram maiores com lapatinibe e capecitabina.21

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18

ALTERNATIVAS TERAPÊUTICAS

Trastuzumabe

O trastuzumabe, já descrito acima, também é indicado como terapia de segunda linha

para o tratamento de mulheres com câncer de mama avançado HER2-positivo tratadas

previamente com algum esquema de terapia alvo-HER2, e que progrediram durante ou após o

tratamento de primeira linha.

Lapatinibe

Lapatinibe é uma pequena molécula oralmente ativa que inibe a tirosina-quinase do

HER2 e o fator1 de crescimento epidérmico (EGFR), ativada em combinação com capecitabina

em mulheres com câncer de mama metastático positivo para HER2 que progrediram após

terapia baseada em trastuzumabe. 22

Lapatinibe está registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária com o nome

comercial Tykerb, na apresentação farmacêutica de 250 mg de ditosilato de lapatinibe.23

De acordo com a ANVISA, Tykerb® em combinação com capecitabina é indicado para o

tratamento de pacientes com câncer de mama avançado ou metastático, cujos tumores

superexpressam HER2/neu (ErB2) e que tenham progredido com tratamento anterior, inclusive

com trastuzumabe, em tumores com metástase.23

Em estudos pré-clínicos, lapatinibe não apresentou resistência cruzada com

trastuzumabe.24, 25 A atividade clínica do lapatinibe em associação com capecitabina foi

demonstrada em mulheres com câncer de mama HER2-positivo que evoluíram enquanto

recebiam trastuzumabe.16

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19

Pertuzumabe

Pertuzumabe, é um anticorpo monoclonal humanizado que se liga a um epítopo HER2

diferente do domínio extracelular HER2 no qual se liga o trastuzumabe, impedindo a ligação

necessária para a dimerização do HER2 e sinalização. 26

Pertuzumabe está registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária com o nome

comercial Perjeta, na apresentação farmacêutica de 420 mg de pertuzumabe.27

Para a ANVISA, o pertuzumabe está indicado, em combinação com trastuzumabe e

docetaxel, para pacientes com câncer de mama HER2-positivo metastático ou localmente

recorrente não ressecável, que não tenham recebido tratamento prévio com medicamentos

anti-HER2 ou quimioterapia para doença metastática.27

A avaliação clínica de pertuzumabe e trastuzumabe foi realizada no estudo Cleopatra,

no qual foram avaliadas segurança e eficácia do pertuzumabe mais trastuzumabe acrescido de

docetaxel (grupo intervenção), em comparação com placebo mais trastuzumabe acrescido de

docetaxel (grupo controle), como tratamento de primeira linha para pacientes com câncer de

mama metastático HER2-positivo. O estudo mostrou que no grupo intervenção, a sobrevida

livre de progressão foi significativamente prolongada (razão de risco (HR) para progressão ou

morte, 0,62; intervalo de confiança (IC) de 95%, 0,51-0,75; p <0,001), sem aumento de efeitos

tóxicos cardíacos. 28

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20

MÉTODOS

Pergunta de pesquisa

Em mulheres com câncer de mama avançado HER2-positivo previamente tratadas com

TRAST/TAX, o tratamento com T-DM1 em segunda linha é mais eficaz e seguro que o

tratamento com outras terapias alvo-HER2 isoladas ou combinadas, associadas a esquema

quimioterápico?

Bases de dados e estratégia de busca

Foi realizada uma ampla busca nas bases Medline (via Pubmed), Centre for Reviews

and Dissemination (CRD), The Cochrane Library (via Bireme), Embase, LILACS e Scielo

objetivando-se encontrar revisões sistemáticas ou, na falta dessas, ensaios clínicos

randomizados, considerados as evidências científicas de melhor qualidade. Os termos

selecionados para construção da estratégia de busca foram representativos dos componentes

“população”, “intervenção” e “comparador” da pergunta estruturada (conforme Quadro 1). Foi

utilizado termo de “vocabulário controlado” para caracterização da população de interesse, ou

seja, termo “MeSH” na base MEDLINE e Cochrane Library , e termos “DeCS” na base LILACS.

Além do vocabulário controlado, foram utilizadas de palavras de texto e sinônimos combinadas

entre si por meio do operador booleano “OR”, a fim de sensibilizar a busca.

Critérios de seleção e exclusão de artigos

Para avaliação de eficácia e segurança, foram selecionados somente ensaios clínicos

randomizados, revisões sistemáticas e metanálises que avaliaram a eficácia e a segurança do T-

DM1 quando comparado à alternativa de tratamento considerada padrão. Foram excluídos os

estudos que não avaliem desfechos clínicos ou com tempo de seguimento inferior a um ano. A

estratégia de busca por evidências científicas utilizada nas bases de dados está apresentada na

Tabela 2.

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21

Tabela 2: Pesquisa em Bases de Dados Eletrônicos

Base Termos Data Resul

tado

s

Referênci

as

Selecion

adas

Referências

Utilizadas

Medline29

(via

PubMed)

Busca 2

"ado-trastuzumab

emtansine"[Supplementary

Concept] AND "Breast

Neoplasms"[Mesh] AND

((Randomized Controlled

Trial[ptyp] OR Meta-

Analysis[ptyp] OR

systematic[sb]) AND

"humans"[MeSH Terms] AND

(English[lang] OR

Spanish[lang]))

10fev2015 11 1 Ensaio clínico

randomizado:

Verma S, et al.,

2013.21

Medline29

(via

PubMed)

Busca 2

"Antibodies,

Monoclonal"[Mesh] AND

"Breast Neoplasms"[Mesh]

AND ((Randomized Controlled

Trial[ptyp] OR Meta-

Analysis[ptyp] OR

systematic[sb]) AND

"humans"[MeSH Terms] AND

(English[lang] OR

Spanish[lang]))

10fev2015 337 0 0

CRD30

(Centre for

Reviews and

Disseminatio

(trastuzumab emtansine) OR

(T-DM1 ) IN DARE, NHSEED,

HTA

10fev2015 5 0 0

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22

n)

The

Cochrane

Library31 (via

Bireme)

'TRASTUZUMAB ENTANSINE OR

T-DM1 in Title, Abstract,

Keywords in Trials'

10fev2015 11 0 0

Embase32

Busca 1

'trastuzumab emtansine'/exp

AND 'breast cancer'/exp AND

([cochrane review]/lim OR

[systematic review]/lim OR

[randomized controlled

trial]/lim OR [meta

analysis]/lim) AND

([english]/lim OR [spanish]/lim)

AND [humans]/lim AND

[embase]/lim

10fev2015 17 0 0

Embase –

busca 2

'monoclonal antibody'/de AND

'breast cancer'/de AND

([cochrane review]/lim OR

[systematic review]/lim OR

[randomized controlled

trial]/lim OR [meta

analysis]/lim) AND

([english]/lim OR

[spanish]/lim) AND

[embase]/lim

10fev2015 104 0 0

LILACS33 (via

Bireme)

(tw:(Trastuzumab emtansine ))

OR (tw:(T-DM1))

10fev2015 153 0 0

Scielo34 (Trastuzumab emtansine ) OR

(T-DM1)

10fev2015 516 0 0

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23

Fluxograma da seleção dos estudos

Publicações identificadas através de

pesquisa de bases de dados

(n = 1154)

Sele

ção

In

clu

ído

s El

egi

bili

dad

e

Iden

tifi

caçã

o

Publicações adicionais identificadas

por meio de outras fontes

(n = 0)

Publicações após a remoção das duplicatas

(n = 1140)

Publicações selecionadas

(n = 1140)

Publicações excluídas, com

justificativas

(n = 1120)

Artigos com texto

completo para avaliar a

elegibilidade

(n = 20)

Artigos com texto

completo excluídos, com

justificativas

(n = 19)

Estudos incluídos

(n = 1)

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24

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA EVIDÊNCIA

A tabela 2 apresenta aspectos da avaliação crítica dos ensaios clínicos randomizados.

Tabela 2 : Parâmetros para avaliação da qualidade da evidência de ensaios clínicos controlados

para terapia.35

Parâmetros Verma S, et al., 2013.21

O estudo foi randomizado? Sim

A alocação dos pacientes nos grupos foi sigilosa? Sim

Os pacientes foram analisados nos grupos aos quais foram

randomizados (a análise foi por intenção de tratar)?

Sim

Os pacientes dos dois grupos eram semelhantes com relação a

fatores de prognóstico previamente conhecidos?

Sim

O estudo foi cego? Não

Fora a intervenção experimental, os grupos foram tratados

igualmente?

Sim

As perdas foram significativas? Não

O estudo apresentou estimativa de precisão para os efeitos do

tratamento?

Sim

Os pacientes do estudo são semelhantes aos de interesse? Sim

Os desfechos apresentados pelo estudo são relevantes

clinicamente?

Sim

Todos os desfechos importantes foram considerados? Sim

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25

RESULTADOS DOS ESTUDOS SELECIONADOS

Devido ao fato de se ter achado somente um estudo compatível com os critérios de

elegibilidade, tabela de resultado dos resultados dos estudos selecionados foi revertida para o

formato de texto para o melhor entendimento:

Estudo: Verma S, et al., 2013.21 Trastuzumab emtansine for HER2-positive advanced breast

cancer.

Tipo de Estudo/ População:

Estudo aberto, randomizado, internacional;

Pacientes com câncer de mama HER2-positivo localmente avançado irressecável, ou

metastático previamente tratados com trastuzumabe e um taxano;

Randomização de 991 pacientes, 1:1 para T-DM1 ou lapatinibe mais capecitabina;

Intervenção (n=495): 3,6 mg/kg de peso corporal de T-DM1 i.v. a cada 21 dias;

Controle (n=496): 1250 mg/d de lapatinibe oral+ 1000 mg/m² de capecitabina BSA a

cada 12 horas (dose diária máxima prevista de 2000 mg/ m) nos dias 1 a 14 de cada

ciclo de tratamento de 21 dias.

Desfechos Avaliados:

Sobrevida livre de progressão avaliada por revisão independente;

Sobrevida global;

Sobrevida livre de progressão avaliada pelo investigador;

Taxa de resposta objetiva;

Segurança.

Resultados:

A mediana da sobrevida livre de progressão, avaliada pela revisão independente foi de

9,6 meses, com T-DM1 vs 6,4 meses com lapatinibe e capecitabina (taxa de risco de

progressão ou morte por qualquer causa, 0,65; 95% intervalo de confiança [IC], 0,55-

0,77; P <0,001);

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26

A mediana da sobrevida global foi de (30,9 meses vs 25,1 meses; taxa de risco para

morte por qualquer causa, 0,68; 95% CI, 0,55-0,85 ; P <0,001);

A taxa de resposta objetiva foi maior com T-DM1 (43,6%, vs 30,8% com lapatinibe e

capecitabina; P <0,001); resultados para todos os desfechos secundários adicionais

favorecidas T-DM1;

As taxas de eventos adversos grau 3 ou 4 foram maiores com lapatinibe e capecitabina

do que com T-DM1 (57% vs 41%);

A incidência de trombocitopenia e aumento dos níveis de aminotransferase no soro

foram maiores com T-DM1, enquanto a incidência de diarreia, náuseas, vômitos e

eritodistesia palmo-plantar foram maiores com lapatinibe e capecitabina.

RECOMENDAÇÕES FINAIS

A tecnologia (trastuzumabe entansina) avaliada tem aplicação no tratamento de

segunda linha de pacientes com câncer de mama avançado HER2-positivo. Com base na

avaliação da literatura, conclui-se que o esquema T-DM1 após primeira linha de terapia com

qualquer fármaco alvo-HER2 associado a taxano é efetivo, sendo possivelmente mais eficaz e

seguro. O principal benefício é o aumento de tempo de sobrevida livre de progressão.

O nível de evidência embasando a indicação é baixo devido às limitações dos estudos

localizados, que em sua maioria avaliaram a terapia para primeira linha e/ou sem os controles

adequados, originando assim, uma recomendação fraca a favor da tecnologia.

LIMITAÇÕES

Para o tratamento de 2ª linha do câncer de mama avançado HER2+, após 1ª linha de

tratamento com TRAS/TAX, encontramos somente um estudo que avaliou T-DM1 vs terapia

alvo-HER2 mais quimioterapia; e nenhum estudo comparando T-DM1 vs 2 terapias combinadas

alvo-HER2.

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27

REFERÊNCIAS

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4&pIdAnexo=2038058

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28

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Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S.A. Bula de remédio. [Citado em 2014, Out 20].

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Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama / Ministério da Saúde, Secretaria de

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drug conjugate, given every 3 weeks to patients with HER2-positive metastatic breast cancer. J

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21 Verma S, Miles D, Gianni L, Krop IE, Welslau M, Baselga J, Pegram M, Oh DY,Diéras V,

Guardino E, Fang L, Lu MW, Olsen S, Blackwell K; EMILIA Study Group. Trastuzumab emtansine

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35 Adaptado de GUYATT, G.; RENNIE, D. Diretrizes para Utilização de Literatura Médica – Fundamentos para a Prática Clínica da Medicina Baseada em Evidências. Porto Alegre: Artmed, 2006.