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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Psicologia Antônio Marcos da Silva Valéria Crystina dos Reis Atanázio Araújo TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR: REPRESENTAÇÃO SOCIAL DOS ALUNOS DO PRIMEIRO E ÚLTIMO TERMOS DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM SAÚDE LINS – SP 2012

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Psicologia

Antônio Marcos da Silva Valéria Crystina dos Reis Atanázio Araújo

TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR: REPRESENTAÇÃO SOCIAL DOS ALUNOS DO

PRIMEIRO E ÚLTIMO TERMOS DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM SAÚDE

LINS – SP 2012

ANTONIO MARCOS DA SILVA

VALÉRIA CRYSTINA DOS REIS ATANÁZIO ARAÚJO

TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR: REPRESENTAÇÃO SOCIAL DOS

ALUNOS DO PRIMEIRO E ÚLTIMO TERMOS DOS CURSOS DE

GRADUAÇÃO EM SAÚDE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Psicologia, sob a orientação do Prof. Me. Oscar Xavier de Aguiar e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni

LINS – SP 2012

Araújo, Valéria Crystina dos Reis Atanázio; Silva, Antonio Marcos da

Transtorno afetivo bipolar: representação social dos alunos do primeiro e último termos dos cursos de graduação em saúde / Antônio Marcos da Silva; Valéria Crystina dos Reis Atanázio. – – Lins, 2012.

72p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia, 2012.

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Oscar Xavier de Aguiar

1. Transtorno Afetivo Bipolar. 2. Representação Social. 3. Graduação em Saúde. I Título.

CDU 159.9

A692t

ANTONIO MARCOS DA SILVA

VALÉRIA CRYSTINA DOS REIS ATANÁZIO ARAÚJO

TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR: REPRESENTAÇÃO SOCIAL DOS

ALUNOS DO PRIMEIRO E ÚLTIMO TERMOS DOS CURSOS DE

GRADUAÇÃO EM SAÚDE

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxlium,

para obtenção do título de Bacharel em Psicologia.

Aprovado em: ____/____/_____

Banca Examinadora:

Professor. Orientador: Oscar Xavier de Aguiar

Mestre em Psicologia Clínica – PUC Campinas

Assinatura:_____________________________

1º Prof(a):_______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:____________________________

2º Prof(a):_______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:____________________________

Aos meus pais Ana e José, pois sem eles eu não estaria aqui, a minha noiva

Aline pela paciência e dedicação, a minha filha Angel que em seu breve tempo de

vida trouxe significado a minha existência, a meus irmãos e irmãs e aos meus

parceiros profissionais, que acreditaram e investiram durante todo o processo de

minha formação.

Antônio Marcos da Silva

Um carinho exclusivo ao meu marido Carlos Tito Silva Araujo que sempre

esteve ao meu lado, me ajudando e me dando força em todos os momentos de

minha vida, agradecer aos meus filhos Marcus Vinícius e Victória, por ter me

dado a felicidade de ser mãe.

Obrigada mãe Dirce e Vó Dina, tios e tias, primos e primas e amigos por tudo

que sempre me ofereceram, pelo amor e carinho.

Amos vocês, obrigada por tudo.

Valéria Crystina dos Reis Atanázio Araújo

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida e por vossa benevolência infinita.

Aos mestres e doutores, que de forma significativa, me proporcionaram

conhecimento.

Aos orientadores, direto Prof(a) Me. Oscar Xavier de Aguiar, Ma. Jovira

Maria Sarraceni e indiretos Prof(a) Ma. Ana Elisa Carvalho, Me. Marcos

José Ardenghi, Me. Rodrigo Feliciano Caputo, que nortearam a concretização

deste trabalho.

As instituições, que me acolheram e me auxiliaram na construção de um perfil ético.

As pessoas e grupos ao qual estiveram sob meus cuidados e possibilitara-me a

articulação teórico-prática.

Aos meus colegas de curso, mesmos os que não continuaram, mas que fizeram da

jornada profissionalizante, algo único e passível de saudade.

E a todos que fizeram parte desta história, de forma passiva ou ativa, este trabalho

eu dedico a vocês.

Antônio Marcos da Silva

Primeiramente a Deus, que através da força do teu espírito, me fez superar

as dificuldades encontradas no caminho. E consegui mais uma conquista ao

concluir este trabalho, acrescentando, assim, ainda mais a minha paixão por

viver.

Para que a concretização deste estudo se efetivasse: agradeço aos

incentivadores neste processo e seus ensinamentos e serão a partir de agora

essenciais em minha caminhada pessoal e profissional.

Agradeço meu amigo e parceiro Antônio Marcos, que me apoiou e ajudou

nesse trabalho e a inúmeras pessoas que foram extraordinários exemplos,

expresso meus reais agradecimentos.

A Prof. Ana Elisa Carvalho que com sua capacidade e empenho de

coordenar o Curso de Psicologia, sempre esteve disposta a melhor atender

sempre que precisamos e prof. Oscar Xavier nosso orientador e grande amigo

Aos Professores pela sua dedicação e empenho em nos fornecer seus

conhecimentos, paciência e inteligência, fazendo que meu desenvolvimento

fosse o melhor possível.

Aos voluntários que foram fundamentais para a realização desta pesquisa.

Aos meus colegas de curso e disciplinas que compartilharam comigo seus

Conhecimentos e alegria.

Aos meus amigos conquistados durante essa caminhada e por fazer arte da

minha vida até o presente momento.

A todos aqueles que de alguma forma contribuíram ou torceram pela

concretização desta pesquisa.

Valéria Crystina dos Reis Atanázio Araújo

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar os resultados obtidos através da pesquisa elaborada e aplicada no contexto acadêmico com a finalidade de conhecer qual a representação social do Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) nos alunos ingressantes e naqueles que estão concluindo a graduação na área da saúde. A metodologia utilizada consiste de pré-teste e posterior aplicação de questionário na amostra que foi composta pelos cursos: Enfermagem, Fisioterapia e Psicologia, sendo sujeitos da pesquisa 70 alunos dos termos que iniciam e finalizam. A análise dos resultados foi realizada a partir das respostas de cada pergunta tendo como referencial teórico a teoria das representações sociais de Moscovici, S., assim como Compêndio de Psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica e o Manual Diagnóstico e Estatístico de transtornos mentais (DSM IV). Os resultados obtidos evidenciam que ao passo que os alunos caminham dentro deste processo do conhecimento do mundo científico as impressões oriundas do senso comum, aos poucos vão sendo deixadas de lado ou tornam-se parte do novo mundo, mas com uma nova roupagem, o conceito mais empírico. Também se fez notar o alto índice de questões com ausência de informação de ambos os termos, o que demonstra pouca ou nenhuma representação acerca de algumas peculiaridades do transtorno, e a inversão ocorrida com relação à questão referente à depressão, onde o termo iniciante demonstrou-se mais representativo com relação às características de identificação da depressão, do que o termo concluinte.

Palavras-chave: Transtorno afetivo bipolar. Representação social. Graduação em saúde.

ABSTRACT

The aim of this study is to present the results obtained through research which was designed and implemented in the academic context to understand the social impact of bipolar affective disorder (BAD) in students who are in the health graduation or finished this graduation. The methodology of this study consists of pre-test and subsequent questionnaire with the 70 samples which includes the students of Nursing, Physiotherapy and Psychology graduation. The analysis was performed based on the answers of each questions, that were based on theory of social representations of Moscovici, S. and Compendium of Psychiatry: Behavioral Sciences and Clinical Psychiatry and Diagnostic and Statistical Manual of mental disorders (DSM IV). The results show that while students walk into this process of knowledge of the scientific word, impressions derived from common sense, few will be left out or become part of the new world, but with a new look, the concept more empirical, also noted the high rate of issues with lack of information both terms that demonstrates little or no representation about some peculiarities of the disorder, and the inversion occurred in relation to the issue of the depression, where the term beginner demonstrated it is more representative regarding the identifying characteristics of depression, the term conclusive. Keyword: Bipolar disorder. Social representation. Undergraduate health

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Você sabe o que é transtorno afetivo bipolar (TAB)?........................43

Tabela 2: Se a resposta for sim, então o que é Transtorno Afetivo

Bipolar?..............................................................................................43

Tabela 3: Você conhece alguém com esse transtorno?....................................44

Tabela 4: Quais são as principais características? Citar as três principais.......44

Tabela 5: Em sua opinião quais os tipos de tratamento que você conhece?

citar os três principais........................................................................45

Tabela 6: Quais as principais dificuldades vivenciadas pela família do

indivíduo com esse transtorno?.........................................................45

Tabela 7: O que é depressão?..........................................................................46

Tabela 8: O que é mania?.................................................................................46

Tabela 9: Em sua opinião quais são as causas do Transtorno Afetivo

Bipolar?..............................................................................................47

Tabela 10: Assinalar com um ‘X’ os enunciados que estiverem corretos

com relação aos sintomas do Transtorno Afetivo Bipolar nas

respectivas fases?.............................................................................47

LISTA DE SIGLAS

CID10 - Classificação Internacional de Doenças, Décima edição

DSM IV - Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, Quarta

edição

TAB - Transtorno Afetivo Bipolar

TOC - Transtorno obsessivo compulsivo

TRS - Teoria das Representações Sociais

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................13

CAPITULO I: TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR.........................................15

1 HISTÓRIA.......................................................................................................15

1.1 Epidemiologia..............................................................................................17

1.2 Etiopatogenia...............................................................................................18

1.2.1 Inato ou adquirido.....................................................................................18

1.3 Fisiopatologia...............................................................................................19

1.4 Diagnóstico..................................................................................................20

1.5 Curso da doença..........................................................................................22

1.5.1 Prognóstico...............................................................................................23

1.6 Tipos de tratamentos...................................................................................24

CAPITULO II: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS.................................................26

2 PSICOLOGIA SOCIAL...............................................................................26

2.1 Primórdio da representação social..............................................................27

2.2 Representação social na visão sociológica.................................................28

2.3 Conceituando as representações sociais....................................................29

2.4 Teoria das representações sociais..............................................................31

2.4.1 A teoria das representações sociais e seus processos............................32

2.4.2 Aplicação da teoria...................................................................................34

CAPITULO III: PESQUISA................................................................................37

3 INTRODUÇÃO.............................................................................................37

3.1 Método.........................................................................................................37

3.1.1 Critérios de exclusão................................................................................37

3.2 Histórico da instituição.................................................................................38

3.3 Caracterização da amostra..........................................................................38

3.3.1 Instrumento e procedimento.....................................................................39

3.4 Análise dos resultados.................................................................................42

3.5 Discussão....................................................................................................47

3.6 Considerações finais....................................................................................50

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................52

CONCLUSÃO....................................................................................................53

REFERÊNCIAS.................................................................................................55

APÊNDICES......................................................................................................58

ANEXOS............................................................................................................64

INTRODUÇÃO

O tema abordado apresenta as características de uma doença crônica

com alto potencial biológico e que tem como principais formas de tratamento a

medicalização, as psicoterapias e a hospitalização. Este transtorno traz

importantes conseqüências psicossociais, interpessoais e de diminuição da

qualidade de vida, assim como o estigma, a desmoralização e os problemas

familiares e conflitos psicodinâmicos. Esta patologia afeta cerca de 1,6% da

população e representa uma das principais causas de incapacitação no mundo.

Nos últimos 10 anos, tem-se demonstrado que o TAB é um transtorno

heterogêneo, com uma ampla variação de sintomatologia e curso, consistindo

de um conjunto de sinais e sintomas persistentes por semanas ou meses que

representa um desvio marcante no desempenho habitual do indivíduo e que

tendem a recorrer, por vezes, de forma periódica ou cíclica.

Essas informações no seu aspecto geral e parcial podem fazer parte das

representações sociais de alunos universitários na área da saúde e que no

decorrer de sua graduação irão tornar-se mais complexas. As representações

sociais são entidades quase tangíveis, que se articulam e se cristalizam por

meio de gestos, falas, encontros, de forma ininterrupta, no universo cotidiano,

impregnando a maioria de nossas relações sociais. Os dados arrolados

mostram a relevância de pesquisar nesta área a fim de ampliar o conhecimento

sobre o assunto.

O que pensam os alunos do primeiro e último termos dos cursos da área

da saúde sobre o TAB?

Com base na pergunta acima, pretende-se chegar à hipótese de que as

informações pertinentes ao transtorno ainda é muito sucinta dentre as áreas da

saúde, havendo assim a necessidade de formas mais efetivas de inserção de

tais informações.

O resultado que se é esperado ao final deste processo é a identificação

de uma representação social, pouco condizente com a realidade do transtorno

afetivo bipolar.

O primeiro capítulo apresenta o contexto histórico do transtorno, assim

como a sua epidemiologia e etiopatogenia com vista para o fator Inato ou

adquirido, a fisiopatologia, o diagnóstico, o curso da doença com referência ao

prognóstico e os principais tipos de tratamentos existentes atualmente.

O segundo capitulo refere-se ao processo histórico das representações

sociais, sua conceituação, seus processos, sua aplicação e a representação

social na atualidade.

O último capítulo aborda a pesquisa de campo, através da aplicação de

um questionário, sendo que a amostra é composta pelo primeiro e último termo

de cada curso. Apresenta-se o método, assim como os critérios de exclusão, o

histórico da instituição e a caracterização da amostra, os instrumento e

procedimento que foram base para a análise dos resultados, com vista para

uma posterior discussão e as considerações finais.

CAPITULO I

TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR

1 HISTÓRIA

O transtorno afetivo bipolar enquadra-se no grupo de patologias

pertencentes aos “transtornos do humor”, sendo que esta patologia, traz como

características principais os episódios de “depressão maior”, de “mania” e de

“hipomania”. Tais características podem ser evidenciadas em documentos

antigos como no caso da historia do Rei Saul (velho testamento) que descreve

uma síndrome depressiva, assim como a história do suicídio de Ájax na Ilíade

de Homero. Por volta de 400 a.C., Hipócrates (pai da medicina) fez uso dos

termos “mania e melancolia” para descrever transtornos mentais (SADOCK,

2007).

Outras fontes de pesquisa fazem referência a Araeteus da Capadócia

(que viveu em Alexandria no século I d.C.), escritor de vários e importantes

textos referentes à unidade da doença maníaco-depressiva. Em um destes,

consta a melancolia como o início, e que o desenvolvimento da mania é o

resultado da piora da melancolia, em vez de se tornar uma ponte para outra

doença. Sendo que nestes melancólicos, a tristeza transforma-se em alegria e

tais pacientes passam a apresentar o que chamamos de mania (PORTO,

2004).

Dando prosseguimento ao histórico da patologia, em 1854, Jules Falret,

na França, descreveu a “Folie Circulares” como sendo o período em que os

pacientes experimentavam estados de humor alternativos de depressão e

mania. Já no ano de 1882, o psiquiatra alemão Karl Kahlbaum, com o termo

“ciclotimia”, compreendeu os estágios maníaco e depressivo como

pertencentes à mesma patologia. Logo em seguida, no ano de 1889, Emil

Kraepelin descreveu a psicose maníaco-depressiva utilizando a maioria dos

critérios que os psiquiatras atualmente fazem uso para estabelecer o

diagnóstico do Transtorno Afetivo Bipolar I (TAB I) (SADOCK, 2007).

Segundo Porto (2004) as modernas classificações (DSMs, CID-10 e

outras), em linhas gerais, ainda utilizam-se dos conceitos trazidos por

Kraepelin, que salientou na base de seu estudo, a importância de se trabalhar

tanto o quadro clínico quanto o percurso de desenvolvimento longitudinal das

doenças. Em 1919, Kraepelin havia incluído quase todos os modelos

melancólicos e de mania em seu conceito de "insanidade maníaco-depressiva",

sendo que o mesmo não excluiu de suas concepções os fatores psíquicos e

sociais, dando ênfase a estes como apenas alguns haviam feito. Também

incluiu no conceito de enfermidade maníaco-depressiva as formas brandas da

doença, que alcançam os limites dos temperamentos.

Nos estados "puros", maníacos ou depressivos, os três domínios encontram-se alterados na mesma direção. Na mania típica, por exemplo, há fuga de idéias, exaltação do humor e aumento da atividade motora. Na depressão "pura" há inibição do pensamento, lentificação psicomotora e humor triste. Nos estados mistos, ao contrário, há alterações em diferentes direções, considerando as

áreas do afeto, da atividade e do pensamento. (KRAEPELIN apud

PORTO, 2004, p. 4).

Após Kraepelin, ocorre o surgimento de outro personagem na evolução

do conceito de doença maníaco-depressiva. Nos Estados Unidos, a influência

de Adolf Meyer e sua escola dita "psicobiológica" foi visível, abrindo caminho

para a aceitação da psicanálise. Sua presença, consta no DSM de 1952 que

menciona a doença maníaco-depressiva como uma "forma de reação". Para

Adolf Meyer, os quadros clínicos seriam "formas de reação", transformadas

pelos fatores que circundam a patologia, tais como a vulnerabilidade individual

a influências específicas, psicológicas e sociais (PORTO, 2004).

Em 1957, Leonhard apresentou a distinção entre as formas mono e

bipolares. Tais psicoses fásicas distinguiam-se em: Monopolares (mania,

melancolia, depressões, euforias) e Bipolares (doença maníaco-depressiva e

psicoses ciclóides). Na Mania, o afeto, o pensamento e a vontade apresentam-

se alterados, enquanto nas Euforias constata-se tais alterações apenas na

esfera emocional. Alguns dos conceitos de Leonhard podem ser encontrados

na DSM-III, DSM-III-R e DSM-IV, assim como na CID-10, onde a categoria F23,

traz as psicoses ciclóides compreendidas no tópico “Transtornos Psicóticos

Agudos e Transitórios” (PORTO, 2004).

1.1 Epidemiologia

Atualmente sabe-se que o TAB afeta adultos de ambos os sexos, com

início mais recorrente na juventude. Tanto a mania como a depressão são

identificadas como síndromes clínicas de polaridades opostas e, em geral,

excludentes. Estas observações ocorrem desde que foram apresentadas por

Kraepelin, referindo-se a coexistência de sintomas maníacos ou hipomaníacos

com sintomas depressivos que pode ocorrer, principalmente em alguns

pacientes com transtorno bipolar grave, os quais são chamados de “estados

mistos” (ABREU et al., 2006).

Segundo Alda (1999) o TAB é uma condição psiquiátrica que se

apresenta com uma prevalência populacional de 1% a 2%, sendo que suas

características sintomáticas podem aparecer em qualquer idade, mas costuma

surgir com maior frequência entre o início da segunda e meio da terceira

década de vida.

Para Abreu et al. (2006) o TAB é considerado uma doença crônica que

está presente em torno de 1,6% da população, apesar de a mesma possuir

quadros leves que não são reconhecidos e que elevaria significativamente o

percentual desta prevalência. Tais sintomas apresentam-se, normalmente, no

final da adolescência e no inicio da vida adulta, basicamente entre 18 e 22

anos, mas também podem ocorrer em faixas etárias mais jovens. No idoso, o

transtorno associa-se em grande parte a fatores orgânicos, enquanto na

infância apresenta-se, na maior parte das vezes, em quadros atípicos,

dificultando o diagnóstico. Estudos realizados apontam igual prevalência entre

homens e mulheres na fase adulta, mas, na infância, é mais comum em

meninos do que em meninas.

De acordo com Sanches e Jorge (2004) faltam evidencias de que o TAB

seja mais prevalente em determinadas etnias ou mostre um perfil

epidemiológico distinto em etnias específicas. O que pode ocorrer em alguns

relatos é a presença de fatores como, por exemplo, “os ambientais”, que

propiciam maior ou menor risco de aquisição do TAB, para os indivíduos de

determinadas etnias que estariam sujeitos a eles.

Segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar, cerca de 50%

dos portadores do TAB apresentam pelo menos um membro da família afetado.

A estimativa refere-se à cerca de 1,8 a 15 milhões de brasileiros que sejam

portadores do Transtorno (O QUE É..., 2012).

1.2 Etiopatogenia

Franco (2012, p.13) descreve a etiopatogenia como uma forma de

estudo que leva em consideração “as causas, evolução, ambiente, biologia e

principalmente a carga genética que determina e dá o colorido no quadro

clínico, obviamente, sem desconsiderar o seu aspecto sintomatológico”.

Segundo Franco (2012), tal descrição seria possível se tivesse como

base uma teoria de personalidade consistente, que permitisse o melhor

entendimento da patogênese dos quadros nosológicos, interligando os dados

psicológicos com a fisiologia cerebral e sua disposição heredológica, facilitando

assim a compreensão do quadro e propiciando um diagnóstico mais assertivo,

com um prognóstico mais seguro e até contribuindo na identificação precoce

dos possíveis indivíduos predispostos na constelação familiar.

Segundo Abreu et al. (2006) os fatores que podem ocasionar o TAB

podem ser divididos em três, mas com interações entre os mesmos. O primeiro

deles seria o biológico, sendo que, a adrenalina e a serotonina, que são os dois

neurotransmissores, apresentam-se como os mais envolvidos na fisiopatologia

do transtorno; o segundo é o genético: alguns estudos realizados com gêmeos

monozigóticos referem-se a uma alta herdabilidade, já nos dizigóticos em

casos de adoção e de família com múltiplos afetados permitiu concluir que o

seu aparecimento depende da presença de genes da vulnerabilidade e de

fatores ambientais; e o terceiro fator é o psicossocial, que engloba os traumas

cerebrais precoces intra-uterinos, neonatais ou adquiridos na infância,

infecções virais, privações alimentares, maus-tratos e abuso físico ou sexual na

infância, situações estas que podem resultar em alterações permanentes,

contribuindo para o desenvolvimento dos transtornos.

1.2.1 Inato ou adquirido

Existem várias pesquisas em andamento para responder a esta dúvida

que está presente a cada tentativa de diagnóstico, mas segundo Alda (1999) os

resultados dos estudos com famílias sugerem que o transtorno bipolar tenha

uma base genética, hipótese que foi reforçada nos estudos de adoção e de

gêmeos. Os estudos que tinham como objetivo a busca pelos genes de

suscetibilidade já apontaram os cromossomos 4, 12, 18 e 21, entre outros, mas

os avanços que chamaram maior atenção foram obtidos através de estudos de

ligação, com relação aos estudos de associação, geram dados interessantes,

mas ainda vagos. Os estudos de populações de pacientes homogêneos e a

melhor definição do fenótipo deverão contribuir para avanços futuros, assim

como a identificação dos genes relacionados ao transtorno irá permitir o melhor

entendimento e tratamento dessa doença.

1.3 Fisiopatologia

Existem vários estudos que segundo Kapczinski, Frey e Zannatto (2004)

têm demonstrado que a regulação do humor envolve uma interação de

múltiplos sistemas e que a maioria das drogas atuam modulando o balanço

funcional destes sistemas interacionais. Estes sistemas, por sua vez,

funcionando harmonicamente, são necessários para a manutenção do apetite,

do sono, da estabilização do peso e do interesse na atividade sexual, funções

neurovegetativas geralmente alteradas nos transtornos de humor.

Os avanços das técnicas de pesquisa em biologia molecular têm demonstrado que o TAB está associado a alterações de substâncias intracelulares envolvidas na regulação de neurotransmissores, plasticidade sináptica, expressão gênica, sobrevivência e morte neuronal. (KAPCZINSKI; FREY; ZANNATTO, 2004, p. 6).

Ainda segundo Kapczinski, Frey e Zannatto (2004) é visível a crescente

evidencia do funcionamento dos estabilizadores de humor na regulação de vias

de sinalização intracelular implicadas nos processos de neuroplasticidade e

neuroproteção. Não pode ser negado o fato de que os estabilizadores de

humor necessitam de tratamento crônico, consistente com o tempo necessário

para a cascata de eventos intracelulares e subseqüente modulação da

expressão gênica. Devido a este panorama, faz-se necessária a pesquisa por

novos medicamentos com atividade em vias de sinalização mais específicas,

para progressão do tratamento desta patologia tão complexa que é o TAB.

1.4 Diagnóstico

Como já foi mencionado nos parágrafos anteriores, às crises

relacionadas à depressão maior, maníaca e hipomaníaca, compõem como

critérios fundamentais para o diagnóstico do TAB. O transtorno depressivo

maior (unipolar) é mencionado apenas para ressaltar a depressão maior que é

um fator fundamental para o transtorno afetivo bipolar.

Tanto no DSM-IV e na CID-10, o TAB corresponde a uma categoria

distinta dos quadros depressivos unipolares. Enquanto na CID-10 o diagnóstico

de TAB é feito com base na presença de pelo menos dois (ou mais) episódios

de alteração de humor (dos quais ao menos um deve corresponder a um

episódio maníaco ou hipomaníaco), no DSM-IV a presença de um ou mais

episódios de mania ou hipomania permite efetuar o diagnóstico de TAB tipo I

ou II, respectivamente. Nestes não constatam o diagnóstico de "mania

unipolar", como pode ser visto na CID-9, mas a CID-10 permite a classificação

dos pacientes como portadores de um episódio maníaco único, pacientes estes

não considerados como portadores de TAB (SANCHES & JORGE, 2004).

Para melhor esclarecimento, Sadock (2007), baseado no DSM-VI-TR,

apresenta o “Episódio Depressivo Maior” como um período onde o indivíduo

experimenta pelo menos quatro sintomas de uma lista que inclui mudanças no

apetite e no peso, alterações no sono e no período de atividades, falta de

energia, sentimento de culpa, dificuldade para pensar e tomar decisões além

de pensamentos recorrentes de morte e suicídio, como representado no anexo

A.

Com relação ao “Episódio Maníaco”, é concebido como um período

distinto de estado de humor anormal e persistente elevado, expansivo ou

irritável, durante pelo menos uma semana, ou menos se o paciente for

hospitalizado, assim representado no anexo B. Já no “Episódio Hipomaníaco”,

os sintomas podem dura pelo menos quatro dias e é similar ao episódio

maníaco, exceto por não ser grave suficiente para causar comprometimento do

desempenho social e ocupacional e por não estarem presentes manifestações

psicóticas, expostas no anexo C. Tanto a mania como hipomania associam-se

ao aumento da auto estima, redução da necessidade de sono, distratibilidade,

grande atividade física e mental e envolvimento excessivo em comportamento

prazeroso (SADOCK, 2007).

Ainda segundo Sadock (2007) um “Episódio Misto” é um período de, no

mínimo, uma semana, em que tanto um episódio maníaco como um episódio

depressivo maior ocorrem quase todos os dias, assim apresentado no anexo D.

O “Transtorno Depressivo Maior” (Unipolar) ocorre sem história de

episódios maníacos, mistos ou hipomaníacos, sendo que cada episódio deve

durar no mínimo duas semanas. Já o “Transtorno Distímico” é caracterizado

por pelo menos dois anos de estado de humor deprimido que não é grave o

suficiente para se enquadrar no diagnóstico de episódio depressivo maior. O

“Transtorno Ciclotímico” se caracteriza por pelo menos dois anos de sintomas

hipomaníacos ocorrendo com freqüência, mas que não se enquadra no

diagnóstico de transtorno depressivo maior (SADOCK, 2007).

Kerr-Corrêa e Torresan (2012) apresentam uma noção sintetizada do

transtorno afetivo bipolar, onde referem-se ao TAB I com sendo a forma

clássica da doença maníaco-depressiva, na qual o indivíduo apresenta pelo

menos um episódio de mania ou estado misto ao longo da vida, não

importando quantas depressões ou hipomanias o paciente tenha apresentado.

Já no TAB II, a presença de pelo menos um episódio de hipomania, de duração

mínima de dois a quatro, com os mesmos sintomas de mania, mas jamais

graves a ponto de causarem conseqüências sérias ou surtos psicóticos, além

de episódios depressivos em frequência e intensidade variáveis.

De acordo com Abreu et al. (2006) na CID-10 (classificação internacional

de doenças em sua décima edição), o TAB pode ser classificado, de acordo

com o tipo de episódio atual, em hipomaniaco, maníaco ou depressivo; os

episódios maníacos são subdivididos de acordo com a presença ou ausência

de sintomas psicóticos; o TAB inclui ainda os episódios mistos F3.6; episódio

depressivo (usado para episódio depressivo único) pode ser, dependendo de

sua intensidade, classificado como: leve, moderado ou grave; os episódio leves

e moderados podem ser subdivididos quanto a presença ou ausência de

sintomas sintomáticos; os episódios depressivos graves são subdivididos de

acordo com a presença ou ausência de sintomas psicóticos.

1.5 Curso da doença

De acordo com o DSM-IV (2002), a média do início do TAB I é de 20

anos para homens e mulheres, mas como este é um transtorno recorrente,

mais de 90% dos indivíduos que tem um Episódio Maníaco único terão

episódios futuros. O intervalo entre os episódios tende a diminuir com a idade.

Embora a maioria dos indivíduos com TAB I experimentem uma redução

significativa dos sintomas entre os episódios, alguns (20-30%) continuam a

demonstrar instabilidade de humor e outros sintomas residuais. Quando um

indivíduo tem Episódios Maníacos com características psicóticas, os Episódios

Maníacos subsequentes tentem mais a ter características psicóticas. A

recuperação incompleta entre os episódios é mais comum quando o episódio

atual é acompanhado por características psicóticas incongruentes com o

humor.

Há algumas curiosidades com relação ao transtorno, como por exemplo

o fato de as pessoas atingidas possuírem inteligência muito aguçada, até com

certa genialidade. Tais pessoas se distinguem em suas áreas de atuação, em

especial nos setores da ciência, poesia, musica e das artes, e é notável nesses

pacientes uma diferenciação intelectual maior do que a média da população

(FRANCO, 2012).

Segundo o DSM-IV (2002), o suicídio consumado ocorre em 10 a 15%

dos indivíduos com TAB I, quando o indivíduo está em estado depressivo ou

misto. Episódio Maníaco Grave ocorre quando acontece abuso contra criança,

cônjuge, ou outro comportamento violento. Outros problemas associados

incluem divórcio, fracasso profissional e comportamento anti-social. O TAB I

está associado ao uso de álcool e outras substâncias em muitos indivíduos,

sendo que o uso excessivo do álcool leva a um número maior de internações

em um curso pior da doença. Transtornos mentais estão associados também a

Anorexia nervosa, Bulimia, Transtorno do Pânico, Fobia Social e Transtornos

Relacionados a Substâncias.

Os fatores externos como os inúmeros acontecimentos vitais

estressantes podem agravar a predisposição endógena do transtorno, como

separações conjugais, conflitos no trabalho, falências, situações graves na

família. Fazem parte deste contexto, as drogas estimulantes do sistema

nervoso central, que servem como um gatilho para desencadear todo o

processo, alterando assim a ciclagem do TAB (FRANCO, 2012).

De acordo com Bowden (2011), o longo curso do TAB desafia os

processos terapêuticos quando os pacientes almejam continuar empregados

ou que tentam retornar ao emprego após um período de incapacidade para o

trabalho, porque o transtorno compromete a função familiar e social em

aproximadamente metade das pessoas com esse diagnóstico. A função

cognitiva apresenta comprometimentos sutis prolongados, relacionados à

memória de trabalho, e outro fator importante seria o humor (mania, hipomania,

estados mistos e depressivos), fatos que possibilitam a distratibilidade, fala e

pensamentos maníacos, comportamento de risco e agitação. Todos esses

comportamentos podem interferir nas responsabilidades profissionais.

1.5.1 Prognóstico

Segundo Sadock (2007) em torno de 40% a 50% dos pacientes com

TAB l podem ter um segundo episódio maníaco dentro de dois anos do

primeiro episódio, apesar do tratamento com lítio (antimaníaco ou estabilizador

do humor) melhorar o curso e prognóstico do transtorno; é provável que 50 a

60% dos pacientes consigam controle significativo de seus sintomas com o

medicamento. Através de um estudo de acompanhamento, verificou-se que um

mau estado ocupacional pré mórbido, dependência de álcool, manifestações

psicóticas e manifestações depressivas entre os episódios favorecem a piora

do prognóstico; já a curta duração dos episódios maníacos, a idade avançada

de início, poucos pensamentos suicidas e poucos problemas psiquiátricos ou

médicos contribuem para um bom prognóstico.

No TAB ll os estudos são recentes, mas dados preliminares apontam

que o diagnóstico é estável, assim demonstrado pela alta probabilidade dos

pacientes manterem o mesmo diagnóstico até cinco anos mais tarde. Isso

mostra que o tab ll é uma doença crônica que necessita de estratégias de

tratamento a longo prazo (SADOCK, 2007).

Segundo Abreu et al. (2006), o TAB I é uma doença crônica e

recorrente, onde mais de 90% dos indivíduos que apresentam um episódio

maníaco terão outros ao longo de suas vidas. Estima-se que aproximadamente

5 a 15% dos indivíduos com TAB I têm quatro ou mais episódios de humor

depressivo, maníaco, hipomaniaco ou misto, que ocorrem dentro de um ano.

Este modelo é denominado ciclagem rápida e é característica da piora do

prognóstico, bem como o acréscimo de sintomas psicóticos. É atípico este

quadro em idade precoce, mas quando acometidas, as crianças podem

apresentar: hiperatividade, idéias de grandeza, perda do sono, grande

irritabilidade, instabilidade emocional, mudança brusca de comportamento e

comportamento anti social.

1.6 Tipos de tratamentos

Segundo Sadock (2007) além do tratamento de pacientes com

transtorno de humor envolver a orientação para que a segurança da pessoa

possa ser garantida, deve haver uma avaliação diagnóstica completa,

promover um plano de tratamento que vise não só tratar os sintomas imediatos,

mas também contribuir para o bem estar futuro, não menos importante, dar

ênfase aos acontecimentos estressantes da vida que de forma clara visando

diminuir as taxas de recaídas. Fazem parte do contexto de tratamento do

paciente a hospitalização, as terapias psicossociais (terapia cognitiva, terapia

interpessoal, terapia comportamental, terapia de orientação psicanalítica,

terapia familiar) e a farmacoterapia.

De acordo com Abreu et al. (2006), nos episódios maníacos, alguns

medicamentos chamados estabilizadores do humor são utilizados

principalmente no tratamento e na profilaxia da mania, como os sais de lítio, a

carbamazepina, o oxcarbamazepina, o valproato, a lamotrigina e o topiramato.

O lítio é o medicamento que apresenta mais evidências, ao longo dos anos, de

eficácia profilática e no tratamento da mania aguda. Os antipsicóticos típicos,

como haloperidol e clopromazina, eram a principal opção para a mania antes

do advento do lítio. Atualmente vem crescendo o uso de antipsicóticosatípicos

como a olanzapina, a quetiapina, a ziprasidona, o aripiprazol e a risperidona no

tratamento da fase aguda e ainda em experimentação para a profilaxia.

Ainda segundo Abreu et al. (2006) vários modelos psicoterápicos têm

sido proposto para a intervenção junto a esses pacientes, como a Psicoterapia

de Apoio, a Psicoterapia Breve, a Terapia Interpessoal, a Terapia Cognitivo

Comportamental, os Modelos Psicopedagógicos de Grupo e outros. Tais

psicoterapias não são diretivas com relação à etiologia da doença, mas

minimiza a possibilidade de que os fatores psicossociais desencadeiem novas

fases. Com a aplicação dessas formas de atuação, aumentam a adesão,

melhorando a compreensão da doença e das limitações que elas

proporcionam.

De acordo com Justo e Calil (2004) a redução da auto-estima devido à

troca do status de pessoa saudável pelo de portadora de uma doença crônica,

assim como os receios ligados à perda de controle de si próprio, alteram

drasticamente a relação do paciente com o mundo e consigo mesmo. A

negação do problema é frequente e uma barreira para o tratamento. Além do

mais, não basta estar ciente da existência do TAB, mas é preciso compreender

do modo mais amplo possível suas características e assumir a postura de co-

responsável pelo tratamento, participando ativamente do estabelecimento de

medidas protetoras.

CAPITULO II

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

2 PSICOLOGIA SOCIAL

É próprio do homem ser necessariamente um ser sociável e um ser socializado; entendemos com isso que ele é , ao mesmo tempo, um sujeito que aspira a se comunicar com os seus semelhantes e o membro de uma sociedade que existe previamente, que o forma e o controla, quer ele queira quer não. E é próprio da psicologia social compreendê-lo nessa espécie de encruzilhada das influências externas e das espontaneidades; portanto, ela constitui não como uma ciência independente, por certo, mas um estudo especial que não se confunde nem com a psicologia clássica nem com a sociologia. (MAISONNEUVE,1988, p. 1)

De acordo com Ramos (2003) William McDougall traz a concepção das

tendências instintivas do homem e mostra suas transformações no ambiente

social, apresenta como problema fundamental da psicologia social a

moralização do indivíduo pela sociedade, mas também, as tendências não-

morais e puramente egoístas que se apresentam mais fortes do que as

tendências altruístas; já Ross apresenta a psicologia social próxima à

sociologia, como uma interpsicologia, trabalhando contatos mentais ou

interações mentais para assim explicar a sociedade nos seus planos psíquicos

de sentimentos, crenças, suas cooperações e seus conflitos, entre outros.

Segundo Cabral e Nick (2006), a psicologia social é vista como um ramo

da psicologia que estuda os fenômenos psicológicos que ocorrem em grupo e

as interações comportamentais dentro e entre os grupos. Enquanto psicólogos

sociais apresentam conceitos que derivam do estudo do comportamento

individual, o sociólogo tende a enfatizar conceitos derivados do estudo de

instituições e grupos. Os grandes avanços devem-se aos trabalhos de

dinâmicas de grupo de Kurt Lewin, Rorthlisberger, Lippitt, Cartwright, Sears e

outros, e de comportamentos psicossocial - Allport, Newcomb, Hofstater,

McClelland, Riesman, Duverger. Estes converteram esta área da psicologia

numa das mais importantes para o estudo do comportamento.

A psicologia social, após uma visão panorâmica de sua trajetória,

apresenta de forma mais compreensível três ordens gerais de fenômenos. O

primeiro seria que a psicologia social estuda as bases psicológicas do

comportamento social que se aproxima da psicologia do indivíduo; em

segundo, as inter-relações psicológicas dos indivíduos na vida social, tornando-

se uma interpsicologia; e em terceiro, a psicologia social considera a influência

total dos grupos sobre a personalidade, esta, por sua vez, será uma sociologia

psicológica e uma psicologia cultural (RAMOS, 2003).

O interesse especifico do Psicólogo Social, segundo Maisonneuve

(1988), seria estabelecer como cada indivíduo se integra às normas coletivas,

de que forma se adapta ao meio em que esta inserido, qual sua função nele,

quais representações constrói sobre estes, qual influência exerce sobre eles.

Enfim, a psicologia social não se reduzirá nem à psicologia intermental, nem a

um mero anexo da sociologia de estilo marxista ou durkhemiano, seu foco será

a interação das influências sociais e das personalidades singulares e as

relações dos indivíduos entre eles e dos grupos entre si.

2.1 Primórdio das representações sociais

O termo Representação Social vem há tempos se difundindo dentre as

sociedades, seja no meio cultural, político ou religioso. Tal conceito inspirou

grandes nomes do século passado a pesquisarem sobre o assunto. Segundo

Oliveira & Werba (1998), a “representação social” teve origem na Sociologia

com Durkheim e na Antropologia com Levi-Bruhl, inicialmente conhecido como

“Representação Coletiva”, e foi base para a elaboração de uma teoria da

religião, da magia e do pensamento mítico. Posteriormente, contribuiu para a

criação da Teoria das Representações Sociais, a Teoria da Linguagem de

Saussure, a Teoria das Representações Infantis de Piaget e a Teoria do

Desenvolvimento Cultural de Vigotsky.

Para chegar até a TRS de Moscovici, a maioria dos teóricos anteriores à

segunda guerra mundial, segundo Farr (2003), distinguiu entre dois níveis de

fenômenos, o nível do indivíduo e o nível do coletivo (cultura ou sociedade).

Wundt distinguiu entre psicologia fisiológica e “Volkersychologie”, que equivalia

à cultura; já Durkheim distinguiu entre o estudo das representações individuais

(o domínio da psicologia) e o estudo das representações coletivas (domínio da

sociologia); Le Bon distinguiu entre o indivíduo e as massas (ou a multidão) e

Freud tratou o indivíduo clinicamente e desenvolveu uma crítica psicanalítica

da cultura e da sociedade.

2.2 Representação social na visão sociológica

Através da ótica sociológica, Durkheim é o autor que primeiro trabalha o

conceito que chamará de “representações coletivas”. Estas seriam categorias

de pensamento através das quais determinada sociedade elabora e expressa a

sua realidade. Durkheim afirma que essas categorias não são universais na

consciência, mas aparecem ligadas aos fatos sociais, modificando-se elas

próprias, em fatos sociais passíveis de observação e interpretação (MINAYO,

2003).

As representações coletivas traduzem a maneira como o grupo se pensa nas suas relações com os objetos que o afetam. Para compreender como a sociedade se representa a si próprio e ao mundo que rodeia, precisamos considerar a natureza da sociedade e não a dos indivíduos. Os símbolos com que ela se pensa mudam de acordo com sua natureza (...). Se ela aceita ou condena certos modos de conduta, é porque entram em choque ou não com alguns dos seus sentimentos fundamentais, sentimentos estes que pertencem à sua constituição (DURKHEIM, 1978, p. 79).

Outro sociólogo, segundo Minayo (2003), seria Max Weber, este

desenvolvendo suas concepções do campo das representações sociais através

de termos como “idéias”, “espírito”, “concepções”, “mentalidade”, utilizados

muitas vezes como sinônimos, e trabalhando de forma singular a noção de

“visão de mundo”. A vida social, que consiste na conduta cotidiana dos

indivíduos, é repleta de significados culturais. Este significado é dado tanto pela

base material como pelas idéias, no centro de uma relação adequada, em que

ambas se condicionam mutuamente. Com os termos, base material e eficácia

das idéias em relação de afinidade eletiva, ele analisa a história do avanço

capitalista no mundo ocidental.

Ainda segundo Minayo (2003) na interpretação do papel das

representações sociais, o socialista Karl Marx fala da idéia e da base material;

mostra que os filósofos de seu tempo consideravam “as quimeras, as idéias, os

dogmas, as ilusões” como produzidos e reproduzidos pela própria cabeça, isto

é, pela consciência. Para esses filósofos, as mudanças da sociedade adviriam

da substituição das “falsas representações” por pensamentos correspondentes

à essência do homem. Para Marx, a manifestação da consciência se faz

através da linguagem.

O sociólogo Alfred Schutz faz uso do termo “senso comum” para falar

das representações sociais do cotidiano. Da mesma forma que o conhecimento

científico, o senso comum envolve conjuntos de abstrações, formalizações e

generalizações, segundo ele. A existência cotidiana é dotada de significados e

portadora de estruturas de relevância para os grupos sociais que vivem,

pensam e agem em determinado contexto social. Esses significados, que

podem ser objeto de estudo dos cientistas sociais, são selecionados através de

construções mentais, de “representações” do “senso comum”. A própria

ciência, para Schultz, é uma representação da realidade, denominada por ele

“constructo” de segunda ordem (MINAYO, 2003).

2.3 Conceituando as representações sociais

As Representações Sociais são “teorias” sobre saberes populares e do senso comum, elaboradas e partilhadas coletivamente, com a finalidade de construir e interpretar o real. Por serem dinâmicas, levam os indivíduos a produzir comportamentos e interações com o meio, ações que sem dúvida, modificaram os dois. (OLIVEIRA; WERBA, 1998, p. 105).

De acordo com Minayo (2003), representações sociais é um termo

filosófico que possui significado de representação de uma percepção retida na

lembrança ou do conteúdo do pensamento. Já nas Ciências Sociais é definido

como categorias de pensamentos que expressam a realidade, explicam-na,

justificando-a ou questionando-a.

De acordo com Wagner (2003) a representação social possui um

conceito multifacetado. Por um lado, ela é concebida como um processo social

que compreende a comunicação e discurso, ao longo do qual significados e

objetos sociais são construídos e elaborados. Por outro lado, na relação com o

conteúdo de pesquisas orientadas empiricamente, as representações sociais

são operacionalizadas como atributos individuais, como estruturas individuais

de conhecimento, símbolos e afetos distribuídos entre as pessoas em grupos

ou sociedades. Esta visão duplicada do conceito o faz versátil, e dá inicio a

várias interpretações e utilizações que nem sempre são compatíveis uns com

os outros.

Estudos realizados no campo das representações sociais permite

entender melhor o papel da contradição na elaboração das representações. De

acordo com Spink (2003), um apontamento feito por Geerz, mostra que ao

trabalhar com o senso comum não cabe catalogar os conteúdos em busca do

estável e consensual porque eles são essencialmente heterogêneos. O mesmo

ocorre ao tentar buscar as estruturas lógicas subjacentes porque elas não

existem. Aprofundando a análise do senso comum, deparamo-nos não apenas

com a lógica e com a coerência, mas também com a contradição.

Mas o que vem a ser o “senso comum”? Segundo Bock (2008), até

mesmo o mais especializado dos cientistas, quando se ausenta de seu

laboratório, esta sujeito à dinâmica do cotidiano, que elabora suas próprias

“teorias” a partir das teorias científicas, seja simplificando ou interpretando os

fatos, a despeito das considerações feitas pela ciência. Assim, como por

exemplo, a eficácia do chá de boldo para o fígado se propagou através de

gerações sem que se tenham realizado estudos farmacológicos, ou até mesmo

atravessar a rua medindo a velocidade e a distância dos carros sem a

necessidade de calculadora ou fita métrica, a esse tipo de conhecimento dá-se

o nome de “senso comum”.

E é nessa tentativa de facilitar o dia-a-dia que o senso comum produz suas próprias “teorias”; na realidade, um conhecimento que, numa interpretação livre, poderíamos chamar de teorias médicas, físicas, psicológicas etc (BOCK, 2008, p. 18).

Ainda segundo Bock (2008), o conhecimento do senso comum acaba

por se apropriar, de forma particular, dos conhecimentos produzidos pelos

outros setores da produção do saber humano. O senso comum recicla e

mistura esses outros saberes, mais especializados, e os resumir a um tipo de

teoria simplista, criando uma determinada visão-de-mundo. Ele integra, de

forma precária, o conhecimento humano, absorvendo lentamente quando se

trata de conteúdos mais “sofisticados e especializados”, mas nunca o é

totalmente.

O local de produção das representações sociais encontra-se nas

instituições, nas ruas, nos meios de comunicação de massa, nos canais

informais de comunicação social, nos movimentos sociais, nos atos de

resistência e em uma série inesgotável de lugares sociais. Ocorrem nos

momentos em que as pessoas se encontram para falar, argumentar, discutir o

cotidiano, ou quando elas estão expostas às instituições, aos meios de

comunicação, aos mitos e à herança histórico-cultural de suas sociedades

(GUARESCHI; JOVCHELOVITCH, 2003).

Segundo Jovchelovitch (2003), a coletividade da vida de uma sociedade,

gera os processos de constituição simbólicas, nos quais sujeitos sociais lutam

para dar sentido ao mundo, entendê-lo e nele encontrar o seu lugar, através de

uma identidade social. Expõem como as representações sociais, enquanto

fenômeno psicossocial, estão difundidas no espaço público e nos processos

onde o ser humano desenvolve uma identidade, cria símbolos e se torna

receptivo para a diversidade de um mundo de Outros.

2.4 Teoria das representações sociais

De acordo com Farr (2003) a teoria das representações sociais (TRS) é

uma forma sociológica de Psicologia Social, que teve origem na Europa com o

Psicólogo Social romeno naturalizado francês Serge Moscovici, através da

publicação de seu estudo La Psychanalyse: Son image et son public.

Segundo Guareschi (2003) em seu trabalho no ano de 1963, Moscovici

fez uma revisão das pesquisas referentes a atitudes e opiniões, apresentando

seu desconforto com relação a esses conceitos, onipresentes e dominantes no

campo da psicologia social da época. A partir de suas críticas aos conceitos,

ele deixou transparecer ali o seu desejo de criar uma teoria (que

posteriormente chamou de representações sociais) que fosse dinâmica e

explicativa ao mesmo tempo. Tal realidade deveria dar conta da compreensão

das dimensões físicas, sociais e culturais. Este conceito (representações

sociais) deveria abranger a dimensão cultural e cognitiva; a dimensão dos

meios de comunicação e das mentes das pessoas; a dimensão objetiva e

subjetiva.

Com o aparecimento do conceito na obra de Moscovici sobre a

psicanálise na França, o debate, o enriquecimento teórico e a pesquisa em

torno das representações sociais tornaram-se uma realidade no campo de

ação da psicologia social. Esta teoria nasceu e cresceu sob o escudo de

interrogações radicais, que repõe contradições e dilemas que até nos dias de

hoje ainda precisamos responder, sendo, talvez, a relação indivíduo-sociedade

e como ela se constrói, a principal dessas contradições (JOVCHELOVITCH,

2003).

De acordo com Guareschi e Jovchelovitch (2003), as principais bases da

TRS dentro da Psicologia, Moscovici vai buscar na obra piagetiana. Seu olhar

para a Sociologia lhe permite encontrar conceitos, e trazê-los para a Psicologia

Social. Mas foi com Durkheim que talvez ele possa ter reconhecido a real força

da realidade social, e através de seu pensamento, pode perceber que a

sociologia durkheiniana esquecia que a força do que é coletivo encontra sua

mobilidade na dinâmica social, que é consensual, mas permite os esforços dos

sujeitos sociais, que o desafiam e o modificam se necessário.

Para melhor entendimento desta diferenciação, Moscovici ressalta que a

noção de representação coletiva de Durkheim assemelha-se, ou identifica, uma

categoria coletiva que deve ser explicada a nível inferior, isto é, em nível de

psicologia social, e a partir daí, surge a noção de representação social de

Moscovici. Este, por sua vez, estava modernizando a ciência social, ao

substituir as representações coletivas por representações sociais, no intuito de

tornar a ciência social mais adequada ao mundo moderno (FARR, 2003).

2.4.1 A teoria das representações sociais e seus processos

De acordo com Guareschi e Jovchelovitch (2003) a TRS estabelece uma

síntese teórica entre fenômenos que, em nível da realidade, estão

profundamente ligados. As dimensões cognitiva, afetiva e social estão

presentes na própria noção de representação social. O fenômeno das

representações sociais e a teoria que se ergue para explicá-lo diz respeito à

construção de saberes sociais e, nessa medida, ele envolve a cognição. O

caráter simbólico e imaginativo desses saberes traz à tona a dimensão dos

afetos, por que quando sujeitos sociais empenham-se em entender e dar

sentido ao mundo, eles também o fazem com emoção, com sentimento e com

paixão.

Segundo Farr (2003), Moscovici percebeu através de seus estudos que

características estranhas da história original, com o passar dos anos, eram

alteradas ao se recontar a história. A história se ajustou nos termos da cultura

na qual ela foi transmitida. Semelhante processo foi apresentado por Moscovici

em ação com relação à psicanálise e a esse processo ele chamou de

“ancoragem”, onde o não familiar torna-se familiar.

Para Moscovici, o termo “ancorar” é trazer para categorias de imagens

conhecidas o que ainda não esta classificado e rotulado. O que permanece

inclassificável e não rotulável, parece não existir, apresenta-se como estranho

e ameaçador, ao passo que a neutralidade é proibida pela própria lógica do

sistema em que cada objeto, ao ser, deve possuir um valor positivo ou

negativo. Já a “representação” é basicamente um processo de classificação e

nomeação, um método de estabelecer relações entre categorias e rótulos

(GUARESCHI, 2003).

Para melhor entendimento do processo que ocorre no interior da TRS,

de acordo com Jovchelovitch (2003), apresenta-se os termos “objetificação e a

ancoragem” como os moldes específicos em que as representações sociais

estabelecem mediações, aproximando do nível quase material a produção

simbólica de uma comunidade e dando conta da concreticidade das

representações sociais na vida social. Objetificar é também condensar

significados diferentes que frequentemente ameaçam significados indizíveis,

inescutáveis em uma realidade familiar. Ao fazer desta maneira, sujeitos

sociais ancoram o desconhecido em uma realidade conhecida e

institucionalizada e, paradoxalmente, movem aquela geografia de significados

já integrados, que as sociedades, na maior parte das vezes, lutam para

preservar.

Segundo Guareschi (2003), Moscovici menciona a existência de dois

tipos de sistema dentro da sociedade, o econômico e o político, e dois tipos

diferentes de “universos”: os “reificados”, onde estão situados os não-

familiares, que são mundos restritos por onde circulam as ciências que

procuram trabalhar com o mais possível de objetividade; e os “consensuais”,

onde estão as praticas interativas do dia-a-dia, produtoras das representações

sociais, que são teorias do senso comum. E entre estes temos os divulgadores

científicos de todos os tipos (jornalistas, políticos, professores, entre outros

meio de comunicação de massa), fazendo a transição do universo reificado

para o universo consensual.

Já de forma mais simplificada, de acordo com Oliveira e Werba (1998),

os “universos reificados” são restritos e neles circulam as ciências e a

objetividade, e é neste universo que se situa e é gerado o não-familiar. Já nos

“universos consensuais” encontram-se as práticas interativas do dia-a-dia, são

as teorias do senso comum, onde impera o familiar.

Segundo Guareschi (2003), Moscovici, ao analisar o processo formador

das representações sociais, afirma que o móvel desencadeante desse

processo, “o propósito de todas as representações é de transformar algo não

familiar, ou a própria não familiaridade, em familiar”. Essa seria a razão de

porque as pessoas formam e constroem representações sociais.

A TRS se edifica sobre uma teoria dos símbolos. Estas são

consideradas de acordo com Moscovici, formas de conhecimento social que

envolvem duas faces, tão interligadas como os dois lados de uma folha de

papel (o figurativo ou lado imageante, e o lado simbólico). Os símbolos dão a

entender a capacidade de chamar à presença apesar da ausência, já que sua

característica fundamental é que eles possuem o significado de uma outra

coisa. Desta forma, eles geram o objeto representado, construindo uma nova

realidade que já esta lá. Também provocam uma fusão entre o sujeito e o

objeto porque eles são expressão da relação entre sujeito e objeto. Através de

símbolos, coisas diferentes podem ter o mesmo significado e podem mergulhar

umas nas outras, permitindo assim uma variabilidade infinita, e, ainda assim,

são referenciais. É da essência da atividade simbólica, da atividade do espaço

potencial, o reconhecimento de uma realidade compartilhada, a realidade de

Outros (JOVCHELOVITCH, 2003).

2.4.2 Aplicação da teoria

Para observar como se dá este processo da TRS, segundo Joffe (2003),

os objetos sociais que são estranhos evocam medo, porque eles ameaçam o

sentido de ordem e a sensação de controle que as pessoas possuem sobre o

mundo. Assim que representado sob uma feição mais familiar, o objeto social

passa a ser menos ameaçador e tal processo nos ajuda a entender, como por

exemplo, porque a AIDS foi ancorada a representações mais familiares, como

a “praga”. Nos meios de comunicação ocidental proclamavam a AIDS como “a

praga homossexual”, extraindo tal representação do mundo médico. Desta

forma, objetifica a ameaça da AIDS nos homossexuais que seriam um grupo

externo, fazendo-a assim menos ameaçadora para o grupo interno.

Ainda segundo Joffe (2003) a disseminação da AIDS, seja ela

representada em termos de sexualidade inter-racial, seja em termos de

conspiração, aparece sempre como responsabilidade de grupos que são

externos ao próprio grupo. A projeção da responsabilidade sobre grupos

estranhos é um mecanismo de defesa que afasta tanto o próprio grupo como o

Eu da AIDS, deixando intacta a sensação de controle. A projeção intergrupal

ocorre como forma de controlar o que ameaça nossos sentimentos de

onipotência.

De acordo com Bauer (2003), os estudos das representações sociais se

colocam contrários ao modelo de comunicação da ciência de “alta fidelidade”

porque identificam no objeto em difusão uma mudança ao longo do processo.

Os estudos das representações sociais se baseiam em segmentações culturais

no interior de uma unidade de análise seja ela uma instituição, uma sociedade,

ou qualquer unidade mais ampla. Seu conteúdo simbólico é analisado

quantitativamente quanto à intensidade flutuante da cobertura, e

qualitativamente, quanto aos padrões de mudança do seu conteúdo.

Segundo Guareschi e Jovchelovitch (2003) a TRS vem nos apresentar

novas possibilidades, repousando seu olhar sobre a epistemologia do sujeito

“puro” e do objeto “puro”, e através desta observação, ela recupera um sujeito

que, por meio de sua atividade e relação com o objeto-mundo, constrói tanto o

mundo como a si próprio.

Na construção das representações sociais, segundo Jovchelovitch

(2003), existem cinco características quem vêm a ser fundamentais. Tais

características seriam o seu caráter imaginativo, construtivo, autônomo, criativo

e finalmente sua natureza social, o fato é de que os elementos que estruturam

a representação advêm de uma cultura comum.

Em vista da aplicação, no que se diz a respeito às representações da

Psicanálise, segundo Farr (2003), Moscovici estava interessado em observar o

que ocorreria quando uma nova esfera de conhecimento fosse difundida dentro

de uma população humana. Ele optou por amostragens do conhecimento, das

opiniões e das atitudes das pessoas, com respeito à psicanálise e aos

psicanalistas, sendo utilizado questionários semi-estruturados, pesquisa de

opinião e coleta de amostragens sobre a informações que circulava na

sociedade. Este trabalho compreendeu a uma analise dos conteúdos dos

meios de comunicação de massa, atingindo 241 jornais e revistas publicadas

na França entre 1º de janeiro de 1952 e 1º de março de 1953, de todas as

referências à psicanálise.

De acordo com Guareschi (2003), no estudo das representações sociais

da psicanálise, Moscovici apresenta três fases da evolução desse

conhecimento, sendo estas: a fase científica (criação da teoria), a fase

representacional (sua difusão e a criação de representações sociais) e a fase

ideológica (a apropriação e o uso dessa realidade por um grupo ou instituição).

A partir deste momento, ocorre a reificação, se torna discurso estruturado e

estruturante, impondo uma ordem estabelecida como natural.

Esclarecer uma representação social ao nível de avaliação social se

expressa em determinar a condição social que lhe deu origem e caracterizar e

justificar a relação estrutural entre ambos. Grande parte das pesquisas que

investigam as relações entre condições sociais e representações sociais

partem do conflito social introduzido por mudanças nas condições de vida

(WAGNER, 2003).

Segundo Spink (2003) os estudos que visam entender as

representações sociais na perspectiva dos grupos, procurando aí tanto a

diversidade quanto o que existe de comum e compartilhado, utilizam formas de

coleta de dados mais estruturadas, em especial os questionários (auto-

aplicados ou utilizados como roteiro de entrevista) com perguntas abertas. A

estrutura da representação social é, neste caso, consequência da somatória da

análise de associação de idéias de várias perguntas.

CAPITULO III

PESQUISA

3 INTRODUÇÃO

Para conhecer a representação social dos alunos das diferentes áreas

da saúde a cerca do Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), após aprovação do

Comitê de Ética em Pesquisa de protocolo nº 425 em 28 de junho de 2012

(ANEXO D), realizou-se uma pesquisa de campo no Centro Universitário

Católico Salesiano Auxilium de Lins localizada à rua Dom Bosco, 265 na cidade

de Lins – SP. Com início e término em Agosto/2012.

Foi elaborado um questionário contendo 10 perguntas sobre o referido

tema e após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, ocorreu à aplicação

do mesmo, inicialmente como um pré-teste e, posteriormente, como pesquisa

definitiva. A amostra se constituiu de 70 alunos dos cursos de Enfermagem,

Fisioterapia e Psicologia.

3.1 Método

Consistiu na aplicação de um questionário e a seguir a realização de

análise quantitativa e qualitativa entre os termos (inicial e final) de graduação,

usando análise comparativa das porcentagens de incidências das respostas

(expressas nas tabelas) dos alunos do primeiro e último termos de cada curso,

de análise de conteúdo a partir das referências teóricas expostas nos capítulos

I, II e Anexos, respectivamente.

3.1.1 Critérios de exclusão

Os critérios de exclusão foram aplicados aos alunos que não estavam

cursando todas as disciplinas, ou seja, alunos que estavam cursando uma

disciplina, alunos que se recusaram a participar da pesquisa, alunos do curso

de Educação Física que participaram do pré-teste e também o curso de

Terapia Ocupacional que possui somente alunos do último termo.

3.2 Histórico da instituição

A instituição Unisalesiano – Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium, tem como data fundante o dia 18 de janeiro de 1942, na época

funcionavam os cursos de Primário, Ginasial, Colegial Científico e Técnico em

Contabilidade. O processo para a instalação de cursos de nível superior teve

início no ano de 1969, mas somente em 1972 a Faculdade de Ciências

Administrativas e Contábeis (FACAC) foi aprovada, com os cursos de

Administração e Ciências Contábeis. No início de 1970 foi montado o projeto

para criação da Faculdade de Educação Física de Lins (FEFIL), sendo

aprovada no ano de 1972. Já criadas e funcionando regularmente, as

Faculdades tiveram seus cursos reconhecidos pelo MEC. A mesma é mantida

pela Missão Salesiana de Mato Grosso (MSMT). No dia 02 de agosto de 2005,

foi publicada a Portaria 2.701 de 29 de julho de 2005, no D.O.U., assinada pelo

Ministro da Educação Tarso Genro credenciando o “Centro Universitário

Católico Salesiano Auxilium”. Está localizada à rua Dom Bosco, 265 na cidade

de Lins – SP. Atualmente conta com 15 cursos de graduação na sede, sendo

que fizeram parte do presente trabalho 3 destes cursos (QUEM, 2012).

3.3 Caracterização da amostra

O trabalho refere-se à pesquisa realizada no mês de agosto de 2012,

com alunos do primeiro e último termos dos cursos de graduação em saúde do

Centro Universitário Católico Auxilium Unisalesiano. Os cursos que

compuseram a amostra foram: Enfermagem, Fisioterapia e Psicologia, a

população da pesquisa são 223 alunos de ambos os sexos, os quais foram

selecionados de forma aleatória simples a partir da lista de chamada do

professor, uma amostra de 70 alunos.

Faz–se necessário ressaltar que, a princípio, eram 5 os cursos de

graduação a fazerem parte da amostra, mais os alunos do curso de graduação

em Educação Física (modalidade Bacharelado e Licenciatura), que

participaram do pré-teste na validação do questionário da pesquisa e o curso

de graduação em Terapia Ocupacional, que por não possuir o primeiro termo,

apenas o último, ficou fora da amostra de pesquisa. O percentual de amostra

utilizado oscilou entre 27% e 30% no decorrer da aplicação.

3.3.1 Instrumento e procedimento

Foi elaborado um questionário com base no Compêndio de Psiquiatria:

ciências do comportamento e psiquiatria clínica e no DSM IV – Manual

diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, contendo 10 questões e

aplicado, inicialmente como um pré-teste e posteriormente, como pesquisa

definitiva, exposta no APÊNDICE A. O mesmo não sofreu alteração, ficando

assim descrito: a primeira questão vem identificar a porcentagem de alunos

que possuem alguma representação social do TAB; a segunda tem como

fundamento, extrair o conteúdo daqueles que responderam “sim” a primeira

pergunta; a terceira busca identificar a porcentagem de alunos que tiveram

contato com o portador; a quarta vem questionar quais as três principais

características que identificam o TAB; a quinta refere-se aos três principais

tipos de tratamento utilizados no cuidado do portador; a sexta questiona os

tipos de dificuldades vivenciadas pela família com espaço para três itens; a

sétima refere-se à representação social sobre a depressão, assim como a

oitava que se refere à mania; a nona traz o questionamento sobre as causas

que conduziriam ao surgimento do transtorno e a décima questão, apresenta

alternativas corretas e incorretas sobre as fases do TAB com base nos

ANEXOS A, B e C.

A partir da análise das respostas de cada questão, criou-se categorias

de acordo com suas semelhanças, sendo elas:

Variação de humor (oscilação do humor, variação do humor entre euforia

e depressão, variação brusca de humor, mudança de humor, transtorno de

humor, descontrole emocional, picos de humor ou personalidade diferentes,

dois tipos de humor, vida desequilibrada sempre muito triste ou muito feliz,

mudança constante de humor do super feliz ao super triste e alteração de

humor subitamente).

Mudança de comportamento (doença psicológica que apresenta dois

comportamentos/sentimentos, diferentes tipos de comportamentos, mudança

repentina no comportamento e mudança de comportamento devido a qualquer

problema).

Terapias (psiquiatria, psicoterapia, psicólogos, terapia cognitiva

comportamental, acompanhamento psicológico, terapia ocupacional,

tratamento psicológico, tratamento familiar e equipe multiprofissional).

Farmacologia (medicamentoso, fármacos, remédios, antidepressivos,

hormonal, laboratoriais / exames e medicina alternativa).

Os sentimentos para com o paciente (medo, temor, emocional, aflição,

culpa e apreensão).

Comportamento hostil (brigas, raiva, agressão, mau humor, às vezes

violento e repulsão).

Relacionamento (conversar, manejo, cuidar, paciência, tratamento,

convivência, diálogo, interação, compreensão/entendimento das dificuldades

do paciente, dificuldade no convívio, aceitação da doença, dificuldade em lidar

com a situação e não saber lidar).

Mudança de comportamento (alteração de humor, dupla personalidade,

inconstância, inconstância de personalidade e insensatez).

Pensamentos de morte ou ideação suicida (profundo mal onde afloram

pensamentos negativos, excesso de pensamentos ruins, sentimento de morte,

medos e angústias, a pessoa perde a vontade de viver e constante desejo de

morte).

Acentuada diminuição do interesse ou prazer (desanimo, perda de

interesse, perda da vontade de seguir, sem vontade e desmotivação).

Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva (se sente inútil de todas as

maneiras e sentimento de vazio).

Humor deprimido (tristeza o tempo todo, tristeza profunda, tristeza

extrema, sentimento de tristeza, doença que priva a pessoa de sua rotina

deixando-a infeliz, perda da perspectiva de vida, transtorno psíquico que

envolve o rebaixamento do humor, baixa auto estima, tristeza muitas vezes

sem motivo e estado de vida onde a pessoa fica muito triste).

Doença psicológica (problemas ligados a área psíquica, doença

emocional que afeta o psicológico e o físico, estado psicológico em que o

indivíduo se encontra, estado psicológico que ocorre negação da vida e das

pessoas, é uma patologia, é psíquica e reflete o organismo e patologia que

acomete a parte psíquica).

Fadiga ou perda de energia (falta de energia e ficar em inércia).

Comportamento repetitivo (quando você faz sempre a mesma coisa,

comportamento vicioso, costume que se faz sem pensar, algo que se faz ou

consome varias vezes, mania de fazer a mesma coisa, algo que não consegue

deixar de lado sempre tem que fazer, algo com frequência, atos repetitivos,

repetição de algo várias vezes ao mesmo tempo, hábito ou costume que se

torna compulsivo, sempre tem vontade de fazer a mesma coisa, hábito de fazer

a mesma coisa a todo tempo, algo feito sempre e varias vezes, repetir

determinada ação, algum tipo de obsessão do indivíduo, algo que se faça

varias vezes, fazer sempre as mesmas coisa, um ritual que deve ser seguido,

repetir varias vezes, algo que se torna repetitivo podendo chegar a um grau

patológico, vontade de repetir o comportamento, costume praticado varias

vezes, necessidade de fazer e não consegue controlar, hábito de se fazer algo,

costume ou modo que se aplica no seu dia a dia, não medir esforços para fazer

algo que costumamos fazer, fazer algo repetidas vezes sem saber o por que,

problemas psicológicos adquirido que requer métodos obsessivos, fazer algo

varias vezes, sempre faz toda hora e repetitivo e contínuo sem mudanças).

Hábito difícil de impedir que aconteça (quando tem sempre que fazer

algo, realizar um gesto ou ter uma atitude dentro da rotina, roer unhas, mexer

no cabelo, falar alto se não nada dará certo e é quando você tem mania de

alguma coisa).

Genes da vulnerabilidade, fatores ambientais e os psicossociais (trauma,

uso de drogas ou pré disposição genética, alcoolismo, traumas, drogas e

outras patologias como demências, fator genético, fator ambiental, estresse -

ambientes conflitantes, frustrações, falta de diálogo - de um bom convívio, falta

de auto confiança - fatores hereditários, o meio em que você vive, algum tipo

de opressão na infância (bullying), tanto biológico quanto social, um cuidado

que a família deve ter, carência de afeto dos familiares, isolamento familiar,

falta de estrutura familiar, conflitos familiares, biopsicossocial e pode ser

familiar com problemas na infância).

Depressão, ansiedade, decepção (depressão - mudança repentina de

hábito, desilusão - baixa auto estima - dependência química).

Foram analisadas as frequências das respostas por curso e,

posteriormente, calculadas as porcentagens de suas incidências sobre o total

da amostra dos cursos referentes ao primeiro e último termos. Realizou-se,

também, uma análise comparativa entre as respostas dos alunos do primeiro

termo e do último termos de cada curso e consideradas como ausência de

informação as perguntas que não foram respondidas.

Teve como base de respostas para análise das respostas oriundas dos

pesquisados, o “Compêndio de Psiquiatria: ciências do comportamento e

psiquiatria clínica e o DSM IV – Manual diagnóstico e estatístico de transtornos

mentais”.

3.4 Análise dos resultados

Tabela 1: Você sabe o que é transtorno afetivo bipolar (TAB)?

Primeiro termo Último termo

Cursos Enfer. (13)

Fisiot. (13)

Psicol. (19)

Total (45)

% Enfer. (07)

Fisiot. (06)

Psicol. (12)

Total (25)

%

Sim 12 6 11 29 64,44 7 4 10 21 84 Não 1 7 8 16 35,56 0 2 2 4 16

Fonte: Os autores, 2012

De acordo com a pesquisa realizada nos cursos de graduação na área

da saúde, a tabela 1, refere-se à análise das respostas “Você sabe o que é

transtorno afetivo bipolar (TAB)?” Evidencia-se que 64,44% dos alunos do

primeiro termo acreditam terem conhecimento sobre o transtorno, assim como

84% do último termo.

Desta forma, os dados obtidos apresentam uma discrepância de 19,56

pontos percentuais indicando que os alunos do último termo acreditam serem

detentores de informações sobre o transtorno.

Tabela 2: Se a resposta for sim, então o que é Transtorno Afetivo Bipolar?

Primeiro termo Último termo

Cursos Enfer. (12)

Fisiot. (6)

Psic. (11)

Total (29)

% Enfer. (07)

Fisiot. (04)

Psic. (10)

Total (21)

%

Mudança de comportamento

5 0 3 8 27,58 5 0 0 5 23,81

Outros 2 2 0 4 13,79 0 2 3 5 23,81 Variação de humor

5 4 8 17 58,63 2 2 7 11 52,38

Fonte: Os autores, 2012

Segundo a tabela 2, “Se a resposta for sim, então o que é Transtorno

Afetivo Bipolar?”, os resultados indicam que tanto o primeiro termo (58,63%)

como o último termo (52,38%), apóiam-se na categoria “Variação de humor”; a

segunda categoria mais apontada foi “Mudança de comportamento”, esta se

apresentou com um total de 27,58% para o primeiro termo e 23,81% para o

último.

Tabela 3: "Você conhece alguém com esse transtorno?"

Primeiro termo Último termo

Cursos Enfer. (13)

Fisiot. (13)

Psic. (19)

Total (45)

% Enfer. (07)

Fisiot. (06)

Psic. (12)

Total (25)

%

Sim 6 3 6 15 33,33 5 1 4 10 40 Não 7 10 13 30 66,67 2 5 8 15 60

Fonte: Os autores, 2012

A partir da tabela 3, "Você conhece alguém com esse transtorno?",

verifica-se que 33,33% de alunos do primeiro termo e 40% dos alunos do

último termo informam ter algum conhecido. Por outro lado, a resposta negativa

é maior para os alunos do 1º termo (66,67%) ante os do último termo (60%).

Tal índice apresenta baixo percentual de contato com o portador do TAB entre

primeiro e último termo, onde o acesso ao portador do TAB, por intermédio do

curso, deveria aumentar este percentual de alunos do último para com os do

primeiro termo.

Tabela 4: "Quais são as principais características? Citar as três principais"

Primeiro termo Último termo

Cursos Enfer. (39)

Fisiot. (39)

Psic. (57)

Total (135)

% Enfer. (21)

Fisiot. (18)

Psic. (36)

Total (75)

%

Agressividade 8 5 2 15 11,12 3 1 2 6 8 Alterações de humor

3 2 7 12 8,88 3 1 4 8 10,67

Depressão maior

3 6 3 12 8,88 3 1 7 11 14,67

Mania / Hipomania

6 5 6 17 12,60 3 0 9 12 16

Mudança de comportamento

3 0 1 4 2,96 1 0 0 1 1,33

Outros 1 0 3 4 2,96 2 0 2 4 5,33 Em branco / Não sei

15 21 35 71 52,60 6 15 12 33 44

Fonte: Os autores, 2012

A tabela 4 "Quais são as principais características? Citar as três

principais" apresenta as respostas “Depressão maior” e “Mania/Hipomania”

como as principais características do transtorno, totalizando em conjunto

21,48% no primeiro e 30,67% no último termo. As demais representações

somadas alcançaram 25,56% no primeiro e 25,33% no último termo, mas a

categoria “Em branco / Não sei” chama atenção para o alto índice percentual

de respostas (acima de 43% para os dois termos).

Tabela 5: "Em sua opinião quais os tipos de tratamento que você conhece? citar os três principais"

Primeiro termo Último termo

Cursos Enfer. (39)

Fisiot. (39)

Psic. (57)

Total (135)

% Enfer. (21)

Fisiot. (18)

Psic. (36)

Total (75)

%

Família bem estruturada

0 1 2 3 2,22 0 0 0 0 0

Farmacológico 8 2 5 15 11,11 8 2 7 17 22,67 Internações 0 0 2 2 1,48 0 0 0 0 0 Outros 0 2 0 2 1,48 0 0 0 0 0 Terapias 14 8 8 30 22,22 7 3 14 24 32 Em branco / Não sei / Não conheço

17 25 41 83 61,49 6 13 15 34 45,33

Fonte: Os autores, 2012

A tabela 5, "Em sua opinião quais os tipos de tratamento que você

conhece? citar os três principais" apresenta alto índice percentual na categoria

“Em branco / Não sei / Não conheço” que aponta a ausência de informação

com 61,49% no primeiro e 45,33% no último termo. Por outro lado, o primeiro

termo apresentou maior variabilidade de representações contendo 05

categorias contra 02 do último termo.

Tabela 6: "Quais as principais dificuldades vivenciadas pela família do indivíduo com esse transtorno?"

Primeiro termo Último termo

Cursos Enfer. (39)

Fisiot. (39)

Psic. (57)

Total (135)

% Enfer. (21)

Fisiot. (18)

Psic. (36)

Total (75)

%

Comportamento hostil

1 2 3 6 4,44 1 0 0 1 1,33

Falta de conhecimento da doença

0 0 0 0 0 2 0 2 4 5,33

Mudança de comportamento

3 1 2 6 4,44 0 0 6 6 8

Os sentimentos para com o paciente

2 2 3 7 5,18 3 0 0 3 4

Outros 3 1 5 9 6,67 2 0 2 4 5,33 Relacionamento 4 1 6 11 8,15 9 2 9 20 26,67 Em branco / Não sei

26 32 38 96 71,12 4 16 17 37 49,34

Fonte: Os autores, 2012

Na tabela 6, intitulada “Quais as principais dificuldades vivenciadas pela

família do indivíduo com esse transtorno?”, apesar da categoria “Em branco /

Não sei” atingir 71,12% no primeiro e 49,34% no último termo, em comparação

com os campos que continham algum tipo de informação, faz-se notar a

categoria “Relacionamento” com índice de 8,15% apontado pelos alunos do

primeiro termo contra 26,67% do último termo.

Tabela 7: "O que é depressão?"

Primeiro termo Último termo

Cursos Enfer. (13)

Fisiot. (13)

Psic. (19)

Total (45)

% Enfer. (07)

Fisiot. (06)

Psic. (12)

Total (25)

%

Acentuada diminuição do interesse ou prazer

1 4 1 6 13,33 1 2 2 5 20

Doença psicológica

1 1 2 4 8,89 3 1 0 4 16

Fadiga ou perda de energia

0 3 1 4 8,89 0 0 0 0 0

Humor deprimido

4 1 10 15 33,34 0 2 3 5 20

Pensamentos de morte ou ideação suicida

4 1 1 6 13,33 1 0 0 1 4

Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva

0 2 0 2 4,44 0 0 0 0 0

Outros 2 0 2 4 8,89 1 0 6 7 28 Em branco 1 1 2 4 8,89 1 1 1 3 12

Fonte: Os autores, 2012

Na tabela 7, identificada pelo título "O que é depressão?", faz-se notar

uma multiplicidades de categorias representativas, mas entre elas a mais

citada foi a categoria “Humor deprimido” com 33,34% no primeiro e 20% no

último termo. As categorias “Acentuada diminuição do interesse ou prazer” e

“Doença psicológica” aparecem como representações citadas à cima dos 15%

no último termo e a baixo dos 14% no primeiro, já na categoria “Pensamentos

de morte ou ideação suicida” o primeiro termo apresenta-se com 13,33%

enquanto o último termo traz a categoria com 4%.

Tabela 8: "O que é mania?"

Primeiro termo Último termo

Cursos Enfer. (13)

Fisiot. (13)

Psic. (19)

Total (45)

% Enfer. (07)

Fisiot. (06)

Psic. (12)

Total (25)

%

Comportamento repetitivo

11 9 14 34 75,55 6 3 3 12 48

Hábito difícil de impedir que aconteça

0 2 1 3 6,67 0 1 1 2 8

Fase do TAB em que o paciente esta hiperativo

0 0 0 0 0 1 0 0 1 4

Outros 1 1 2 4 8,89 0 1 3 4 16 Em branco/Não lembro

1 1 2 4 8,89 0 1 5 6 24

Fonte: Os autores, 2012

De acordo com a tabela 8, intitulada "O que é mania?", tanto o primeiro

termo com 75,55% quanto o último termo com 48% apresentaram a categoria

“Comportamento repetitivo” como sendo a mais indicada na representação da

“mania”. Apresenta-se com 4% no último termo a representação de mania que

mais se aproxima da resposta cientifica.

Tabela 9: "Em sua opinião quais são as causas do Transtorno Afetivo Bipolar?"

Primeiro termo Último termo

Cursos Enfer. (13)

Fisiot. (13)

Psic. (19)

Total (45)

% Enfer. (07)

Fisiot. (06)

Psic. (12)

Total (25)

%

Depressão, ansiedade, decepção

0 1 0 1 2,22 2 0 0 2 8

Genes da vulnerabilidade, fatores ambientais e os psicossociais

5 2 7 14 31,11 3 2 3 8 32

Outros 2 2 2 6 13,33 1 0 3 4 16 Em branco/Não faço a mínima idéia/Não sei

6 8 10 24 53,34 1 4 6 11 44

Fonte: Os autores, 2012

Na tabela 9, intitulada "Em sua opinião quais são as causas do

Transtorno Afetivo Bipolar?", a categoria “Em branco / Não faço a mínima idéia

/ Não sei” apresenta um percentual a cima dos 43% para ambos os termos. Já

a categoria “Genes da vulnerabilidade, fatores ambientais e os psicossociais”

apresentou-se com margem percentual próxima entre os dois termos, sendo a

categoria “representativa” mais apontada por ambos os termos.

Tabela 10: "Assinalar com um ‘X’ os enunciados que estiverem corretos com relação aos sintomas do Transtorno Afetivo Bipolar nas respectivas fases"

Primeiro termo Último termo

Cursos Enfer. (13)

Fisiot. (13)

Psic. (19)

Total (45)

% Enfer. (07)

Fisiot. (06)

Psic. (12)

Total (25)

%

Nenhuma alternativa correta assinalada

1 1 4 6 13,33 0 2 0 2 0

Uma assinalada de seis corretas

3 3 4 10 22,22 1 1 0 2 10,53

Duas assinaladas de seis corretas

3 1 3 7 15,56 1 0 3 4 15,78

Três assinaladas de seis corretas

2 2 3 7 15,56 1 2 5 8 31,58

Quatro assinaladas de seis corretas

3 3 4 10 22,22 1 1 3 5 26,32

Cinco assinaladas de seis corretas

0 2 1 3 6,67 2 0 0 2 5,26

Todas as alternativas corretas assinaladas

1 1 0 2 4,44 1 0 1 2 10,53

Fonte: Os autores, 2012

Na tabela 10, intitulada "Assinalar com um ‘X’ os enunciados que

estiverem corretos com relação aos sintomas do Transtorno Afetivo Bipolar nas

respectivas fases" os alunos deveriam assinalar até 6 respostas corretas de um

total de 12 respostas. Pode-se observar que, o primeiro termo apresentou um

total de 33,33% para 4, 5 ou 6 respostas certas, enquanto o último termo

42,11%.

3.5 Discussão

Para que as informações pudessem ser acessíveis e manejáveis, de

acordo com Bardin (1977), é necessário que tais representações sejam

condensadas (análise descritiva do conteúdo) e explicáveis (análise do

conteúdo). Primeiramente, ocorreu à reunião e o desconto de palavras

idênticas, sinônimas ou próximas ao nível semântico e, posteriormente, ouve o

agrupamento por classificação (ventilação das unidades significativas em

categorias).

Ainda segundo Bardin (1977) a análise quantitativa empregada na

pesquisa, é uma análise objetiva, fiel e exata, com base nos seus dados

descritivos através do método estatístico. Já a análise qualitativa, corresponde

a um procedimento intuitivo, maleável e adaptável, este tipo de análise ocorreu

nas fases de lançamento das hipóteses, já que tal análise permite sugerir

possíveis relações entre um índice da mensagem e uma ou várias variáveis do

locutor.

Através das respostas obtidas com a aplicação do questionário, buscou-

se expor as representações sociais sobre o TAB, sendo que a primeira e

terceira questão (APÊNDICE A) identificaram quantos alunos possuíam alguma

representação e quantos tiveram contato com o portador do transtorno. Essa

tal representação social, segundo Oliveira e Werba (1998), são “teorias” dos

conhecimentos populares e do senso comum, construídas e divididas

coletivamente, tendo como objetivo elaborar e interpretar o real. Observou-se

que nesta pesquisa a representação social do TAB está mais vinculada ao

contato indireto através de intermediários do que ao contato direto, através do

próprio portador do transtorno.

Na sequência dos questionamentos, na segunda pergunta, procurou-se

extrair dos alunos que se apresentaram sendo portadores da representação do

TAB, uma definição sobre o transtorno. A maioria dos pesquisados não fugiu

da referência, mas de acordo com Jovchelovitch (2003), objetificar é condensar

significados diferentes que frequentemente ameaçam significados indizíveis,

inescutáveis em uma realidade familiar. Isso pode ter ocorrido com as formas

de representar o TAB, expressas na categoria “variação do humor” que foi

citada anteriormente, e apresentou-se acima dos 50%, tanto para o primeiro

como para último termo.

Analisando as respostas sobre as características principais do

transtorno, referentes à pergunta de número 4, o primeiro termo se apresentou

com número maior de respostas com variados sentidos para as características

do TAB, contrapondo o último termo com número mais sintetizado e objetivo da

resposta contida no material cientifico, mas apesar da pergunta incluir os

alunos que não responderam a pergunta de número 2 e conter três respostas,

tanto o primeiro quanto o último termo tiveram um percentual semelhante de

“ausência de informação” e quase atingiram a metade da amostra. O mesmo

ocorreu com a pergunta de número 5 que utilizou como referência o

“Compêndio de Psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica”,

que traz como fontes de tratamento a Hospitalização, Terapia psicossocial e

Farmacoterapia. (SADOCK, 2007, p. 599, 604). Desta forma, segundo Strey et

al. (1998), os alunos do último termo estariam em contato com os “universos

reificados”, onde circulam as ciências e a objetividade, universo onde se situa e

é gerado o não-familiar. Já os alunos do primeiro termo estariam em meio aos

“universos consensuais” que trazem as práticas interativas do dia-a-dia, são as

teorias do senso comum, onde impera o familiar, e estariam iniciando ou

ampliando seu contato com os universos reificados.

A questão 6, que trata das dificuldades vivenciadas pela família do

portador do TAB traz o primeiro termo com representações variadas enquanto

o último termo apresenta, em sua maioria, respostas voltadas para a categoria

“Relacionamento”. Isso pode ocorrer, de acordo com Bowden (2011), porque o

transtorno compromete a função familiar e social em aproximadamente metade

das pessoas com esse diagnóstico, a função cognitiva apresenta

comprometimentos sutis prolongados, relacionados à memória de trabalho,

outro fator importante seria o humor (mania, hipomania, estados mistos e

depressivos), fator que possibilitam a distratibilidade, fala e pensamentos

maníacos, comportamento de risco e agitação. Também apresentou expressivo

índice percentual de alunos com ausência de informação referente ao

questionamento.

A “depressão” apresentada na questão 7, surgiu na análise das

pesquisas, através de suas características, sendo as de número 1, 2, 6, 7 e 9,

mas nesta questão, ocorreu uma inversão nos termos, onde o primeiro termo

superou o último termo, na soma das categorias que compõem o episódio

depressivo. Segundo Jovchelovitch (2003), os símbolos dão a entender a

capacidade de chamar à presença apesar da ausência, já que sua

característica fundamental é que eles possuem o significado de uma outra

coisa. Desta forma, eles geram o objeto representado, construindo uma nova

realidade que já esta lá. Também provocam uma fusão entre o sujeito e o

objeto porque eles são expressão da relação entre ambos. Através de

símbolos, coisas diferentes podem ter o mesmo significado e podem mergulhar

umas nas outras, permitindo assim uma variabilidade infinita, e, ainda assim,

são referenciais. Apesar disso, fica a lacuna dando margem para uma posterior

pesquisa que viria a fim de esclarecer o porquê do referencial teórico, nesta

questão, estar mais próximo do primeiro do que do último termo, visto o grau

de envolvimento com os “universos reificados”, que se deu durante a análise

dos questionários a favor do último termo.

De acordo com Wagner (2003) a representação social possui um

conceito multifacetado. Por um lado, ela é concebida como um processo social

que compreende a comunicação e discurso, ao longo do qual significados e

objetos sociais são construídos e elaborados. Por outro lado, na relação com o

conteúdo de pesquisas orientadas empiricamente, as representações sociais

são operacionalizadas como atributos individuais, como estruturas individuais

de conhecimento, símbolos e afetos distribuídos entre as pessoas em grupos

ou sociedades.

Com base na citação anterior, pode-se observar que as respostas

oriundas dos alunos, tanto do primeiro, quanto do último termo, para a questão

de número 8, voltaram-se para a categoria “comportamento repetitivo”, onde,

de forma exemplificada, se assemelha ao TOC (Transtorno Obsessivo

Compulsivo), que segundo Silva (2004) é composto por “obsessões” que

seriam pensamentos e idéias recorrentes de caráter intrusivo e desagradável

que provocam o aumento significativo da ansiedade e tomam grande parte do

tempo dos indivíduos portadores do TOC, e as “compulsões”, conhecidas no

popular como “manias”, que são comportamentos, ações ou atitudes de

aspecto repetitivo adotadas para responder a uma obsessão com a finalidade

de diminuir a ansiedade que esta provoca. Esta referência não satisfaz os

critérios de mania empregados no TAB. Nesta questão de número 8, apenas

um aluno do último termo veio de encontro à resposta correta (ANEXO B),

A pesquisa procurou identificar na questão de número 9 as

representações relacionadas aos fatores causais da patologia, que de acordo

com Abreu (2006) seriam os genes da vulnerabilidade, fatores ambientais e os

psicossociais como traumas cerebrais precoces intra-uterinos, neonatais ou

precocemente na infância, infecções virais, privações alimentares, maus-tratos

e abuso físico ou sexual na infância. Através desta referência, podemos

observar que os alunos dos termos (primeiro e último) se equivalem ao

apresentarem esta resposta, mas ficam bem abaixo de seus companheiros, em

quantidade, quando comparados aos que utilizaram respostas que continham

sentidos variados ou não responderam.

A questão de número 10, foi inserida com formato mais técnico-

científico, no intuito de correlacionar as representações do TAB dos alunos com

o modelo científico desta relação, utilizando o referencial de Strey et al. (1998)

com os mundos reificados, apresentando-se no quadro geral, o último termo

mais envolvido neste contexto dos mundos reificados do que o primeiro termo.

3.6 Considerações finais

Analisando todo o exposto deste capítulo, há certa concordância nas

referências de Strey al. (1998) onde ao passo que os alunos caminham dentro

deste processo do conhecimento do mundo científico, impressões oriundas do

senso comum aos poucos vão sendo deixadas de lado ou tornam-se parte do

novo mundo, mas com uma nova roupagem, um conceito mais empírico. Isso

se fez presente na maioria das questões, algumas com maior e outras com

menor discrepância.

Também se fez notar o índice de questões com ausência de informação

de ambos os termos, o que demonstra pouca ou nenhuma representação

referente a algumas peculiaridades do transtorno. A representação da “mania”

relacionada ao Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) como algo comum e

vinculado a maioria dos pesquisados, descaracterizando a “mania” referente ao

Transtorno Afetivo Bipolar. E a inversão ocorrida com relação à questão

referente à depressão, onde o termo iniciante demonstrou-se mais

representativo com relação às características de identificação da depressão, do

que o termo concluinte, sendo passível de posterior aplicação de pesquisa e

análise da mesma, para identificação dos mecanismo existentes capazes de

interferir e provocar tal resultado.

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Embora a pesquisa não tenha a duração relativa ao tempo de graduação

do aluno, a fim de acompanhá-lo na aquisição cognitiva do conteúdo cientifico,

a referida pesquisa vem apontar para itens que apesar de sucintos, podem

fazer a diferença em uma posterior vida profissional.

O diagnóstico realizado através do questionário sobre TAB possibilitou a

comparação do contexto bibliográfico do transtorno com a representação social

que os alunos do primeiro e último termos dos cursos das áreas de

Enfermagem, Fisioterapia e Psicologia possuem; e, através da TRS, puderam

ser melhor interpretadas as respostas que surgiram expressas nos

questionários, em relação a conceitos como “universos reificados” e os

“universos consensuais”, que trariam os alunos do “senso comum” para o

campo das “ciências e da objetividade”.

Devido ao resultado ter sido favorável à hipótese, nos cursos referidos,

existe a disciplina de Psicologia adequada ao curso onde ela esta inserida,

neste conteúdo sugerimos a inclusão de temas como o TAB e outros

transtornos psicológicos, a fim de ajudar o aluno a compreender melhor o seu

cliente.

CONCLUSÃO

O tema abordado para o referido trabalho visa à importância do

conhecimento sobre o assunto para os futuros profissionais que ainda estão

em processo de graduação na área da saúde, visto que o transtorno ao qual se

é mencionado no título possui uma condição crônica e atualmente afeta cerca

de 15 milhões de brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Transtorno

Bipolar. Isso reflete na equipe de saúde que precisa estar atenta e preparada

para conduzir o tratamento dos portadores, e a análise representativa é de vital

importância para que os cursos tenham conhecimento de como se apresenta a

representação social dos alunos e se há necessidade de reorganizar a

estrutura metodológica sobre o TAB.

O trabalho evidenciou que ao passo que os alunos caminham dentro

deste processo do conhecimento do mundo científico, impressões oriundas do

senso comum aos poucos vão sendo deixadas de lado ou tornam-se parte do

novo mundo, mas com uma nova roupagem, um conceito mais empírico.

Apesar do índice de questões com ausência de informação de ambos os

termos, também ocorreu à inversão com relação a uma das questões, onde o

termo iniciante demonstrou-se mais representativo com relação às

características de identificação do que o termo concluinte, sendo passível de

posterior aplicação de pesquisa e análise da mesma, para identificação dos

mecanismos existentes capazes de interferir e provocar tal resultado.

A ênfase foi nos autores Sadock (2007), DSM-IV-TR (2002) e Guareschi

e Jovchelovich (2003), demonstrando sua aplicabilidade na análise das

respostas oriundas dos alunos dos cursos de graduação.

A pesquisa realizada, em busca da representação social do TAB nos

graduandos, aponta que o aluno caminha com pouca representatividade com

relação ao TAB.

O presente trabalho responde à pergunta formulada apontando que as

informações pertinentes ao transtorno ainda são muito sucintas entre as áreas

da saúde, havendo assim a necessidade de formas mais efetivas de inserção

de tais informações na atualidade.

Os objetivos do trabalho foram atingidos totalmente, pois comprovou-se

que a pouca informação e ou alteração do senso comum para formas cientifica-

se no contato do aluno em processo de formação com relação ao TAB.

A presente pesquisa proporcionou reflexão, aprofundamento,

identificação de conceitos, representações diversas acerca do tema.

O assunto abordado é envolvente e atual, mas não se esgota aqui.

Outros aspectos poderão ser aprofundados em futuros trabalhos, tais como: a

descoberta da representação da “depressão”, que se apresentou com melhor

representatividade pelos alunos do primeiro termo do que do último; e a

“mania”, tão vinculada ao TOC, e descaracterizando a sua empregabilidade no

TAB.

REFERÊNCIAS

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SILVA, A. B. B. Mentes & manias: entendendo melhor o mundo das pessoas sistemáticas, obsessivas e compulsivas. São Paulo: Editora Gente, 2004.

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APÊNDICES

APÊNDICE A – Questionário sobre a representação social do TAB

I- INTRODUÇÃO:

Idade:____ sexo:____ Curso:_________________________ Termo:____ Data:___/____/____

II- QUESTIONÁRIO:

1- Você sabe o que é Transtorno Afetivo Bipolar (TAB)?

Sim ( ) Não ( )

2- Se a resposta for sim, então o que é Transtorno Afetivo Bipolar?

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

3- Você conhece alguém com esse Transtorno?

Sim ( ) Não ( )

4- Quais são as principais características? Citar as 3 principais.

a)_________________________b)________________________ c)______________________

5- Em sua opinião quais os tipos de tratamento que você conhece? Citar os 3 principais.

a)_________________________b)________________________c)______________________

6- Quais as principais dificuldades vivenciadas pela família do indivíduo com esse Transtorno?

a)_________________________b)________________________c)______________________

7- O que é depressão?

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

8- O que é mania?

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

9- Em sua opinião quais são as causas do Transtorno Afetivo Bipolar?

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

10- Assinalar com um “x” os enunciados que estiverem corretos com relação aos

sintomas do Transtorno Afetivo Bipolar nas respectivas fases.

a. [ ] Aumento da atividade

dirigida a objetos (socialmente, no

trabalho, na escola ou sexualmente)

na fase depressiva maior.

b. [ ] Redução da necessidade de sono

(sente-se refeito depois de a penas três

horas de sono) na fase hipomaníaca.

c. [ ] Insônia ou hipersonia quase

todos os dias (dificuldade de dormir

ou sono excessivo) na fase depressiva

maior.

d. [ ] Presença de um ou mais

episódios depressivos maiores sem a

presença de episódio hipomaníaco no

Bipolar II.

e. [ ] Envolvimento excessivo em

atividades prazerosas com alto

potencial para conseqüências

dolorosas (ex. surtos desenfreados de

compras, indiscrições sexuais ou

investimentos financeiros insensatos)

na fase hipomaniaca.

f. [ ] Pensamentos de morte

recorrentes (não apenas medo de

morrer), ideação suicida recorrente sem

um plano especifico, tentativa de

suicídio ou plano especifico para

cometer suicídio na fase maníaca.

g. [ ] Distratibilidade (a atenção é

desviada com excessiva facilidade

por estímulos externo insignificantes

ou irrelevantes) na fase maníaca.

h. [ ] Auto estima inflada ou

grandiosa (excessiva) na fase depressiva

maior.

i. [ ] Fadiga ou perda de energia

quase todos os dias na fase depressiva

maior.

j. [ ] Não há necessidade da presença

das fases de depressão maior e mania ou

hipomania na caracterização do

transtorno.

k. [ ] Capacidade diminuída de

pensar ou concentrar-se, ou indecisão,

quase todos os dias (por relato

subjetivo ou observação feita pelos

outros) na fase hipomaníaca.

l. [ ] Perda ou ganho significativo de

peso sem estar em dieta (ex. mais de 5%

do peso corporal em 1 mês) ou

diminuição ou aumento do apetite quase

todos os dias na fase depressiva maior.

APÊNDICE B – Termo de consentimento do curso de Enfermagem

APÊNDICE C – Termo de consentimento do curso de Fisioterapia

APÊNDICE D – Termo de consentimento do curso de Psicologia

ANEXOS

ANEXO D – Termo de aprovação para a realização da pesquisa

x

ANEXO E – Termo de consentimento

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UniSALESIANO

(Resolução nº 01 de 13/06/98 – CNS)

TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO

I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL

1. Nome do Paciente:

Documento de Identidade nº

Sexo:

Data de Nascimento:

Endereço:

Cidade: U.F.

Telefone:

CEP:

1. Responsável Legal:

Documento de Identidade nº

Sexo: Data de Nascimento:

Endereço:

Cidade: U.F

.

Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.):

II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA

1. Título do protocolo de pesquisa: Transtorno afetivo bipolar: representação social dos alunos do primeiro e último termo dos cursos de graduação em saúde.

2. Pesquisador responsável: Oscar Xavier de Aguiar

Cargo/função: Docente

Inscr.Cons.Regional: CRP: 06 / 7649

Unidade ou Departamento do Solicitante: Curso de Psicologia

3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência imediata ou tardia do estudo).

X SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO RISCO MAIOR

4. Justificativa e os objetivos da pesquisa (explicitar): O Transtorno Afetivo Bipolar são

melhores considerados como Síndrome (em vez de doenças distintas), consistindo de um conjunto de sinais e sintomas persistentes por semanas ou meses que representa um desvio marcante no desempenho habitual do indivíduo e que tendem a recorrer, por vezes, de forma periódica ou cíclica (SADOCK, 2007). Essas informações no seu aspecto geral e parcial, podem fazer parte das representações sociais de estudantes universitários na área da saúde e que no decorrer de sua graduação iram tornar-se mais complexas. As representações sociais são entidades quase tangíveis, que se articulam e se cristalizam por meio de gestos, falas, encontro, de forma ininterrupta, no universo cotidiano, impregnado a maioria de nossas relações sociais (PRAÇA; NOVAES, 2004).

Objetivo geral: conhecer a representação social dos alunos das diferentes áreas da saúde a cerca do TAB.

Objetivos específicos: elaboração e aplicação do questionário referente ao conhecimento do TAB; análise dos dados obtidos e apresentação dos mesmos.

5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais: (explicitar) Pesquisa de campo onde será elaborado um questionário a ser aplicado para sujeitos de ambos os sexos, que estejam devidamente matriculados nas áreas ligadas a saúde do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins. A amostra será composta pelo primeiro e ultimo termo de cada curso, os sujeitos serão sorteados aleatoriamente, será utilizado o método de amostragem estratificada por turma (30% de cada estrato). A análise será qualitativa e quantitativa usando a técnica de análise de conteúdo. Serão considerados como respostas incorretas nos questionários, as perguntas que estejam assinaladas as respostas erradas e que não tenham sido preenchidas. Será realizado um pré-teste com a finalidade de adequar o instrumento com os graduandos do curso de educação física do primeiro e último termo. Os critérios de exclusão serão aplicados aos alunos que não estiverem devidamente matriculados, alunos que estejam refazendo uma disciplina (alunos de outros termos que estejam participando de disciplinas no primeiro ano), os alunos que se recusarem a participar da pesquisa e o curso que participará do pré-teste.

6. Desconfortos e riscos esperados: (explicitar) Não se aplica

7. Benefícios que poderão ser obtidos: (explicitar) Não se aplica

8. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo: (explicitar) Não se aplica

9. Duração da pesquisa: A partir da aprovação do comitê de ética 03 (três) meses

10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise de projetos de pesquisa em / /

III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL

1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o tratamento do indivíduo.

2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu tratamento.

3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se manterá confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade.

4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber informações obtidas durante o estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar minha vontade de continuar participando da pesquisa.

5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de complicações e danos decorrentes da pesquisa.

Observações complementares.

IV – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido(a) pelo pesquisador, conforme registro nos itens 1 a 6 do inciso III, consinto em participar, na qualidade de paciente, do Projeto de Pesquisa referido no inciso II.

________________________________ Local, / / . Assinatura

____________________________________ Testemunha Nome .....: Endereço.: Telefone .: R.G. .......: ____________________________________ Testemunha Nome .....: Endereço.: Telefone .: R.G. .......:

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