trabalhos realizados na semana · “enfeitadas” de cravos, as habituais vendedoras de flores do...
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Trabalhos realizados na semana de 11 a 15 de Maio
Pelos alunos da Turma A nas disciplinas de Português, História e Geografia de Portugal, Inglês,
Educação Visual e Educação Tecnológica. Em contexto de Ensino a Distância
Canção Grândola Vila Morena Cantada em família
Declamação do poema “REVOLUÇÃO DOS CRAVOS” Poema de Guilherme Varela
https://drive.google.com/file/d/1VLfw59Qf21qUB
n5wE8VynKPJn8nJUsBK/view?usp=sharing
Nº3
Trabalhos
3:45h – Primeiro comunicado do posto de comando do MFA a
pedir à população que esteja calma e a informar que há uma
revolução em curso para pôr fim ao governo de Marcello Caetano
𝐼𝑙𝑢𝑠𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑃𝑜𝑒𝑚𝑎
Nº 6
Nº 7
FRISO
Nº 8
6:00h às 9:00h – Tropas comandadas por Salgueiro Maia, vindas
de Santarém ocupam o Terreiro do Paço onde estavam tropas
fiéis ao Governo que após negociações acabam por aderir ao MFA.
“Ia a caminho do trabalho, notava-se que havia mais agitação do que o normal nas
ruas de Portalegre. Quando cheguei, estava algo receosa mas depois os meus colegas
de trabalho explicaram o que sucedera durante madrugada. Fiquei espantada com a
coragem dos militares e muito contente por sermos livres de expressar os nossos
pensamentos e ideias.
Ainda me lembro do meu pai ter sido preso por estar a fumar e não ter licença para
usar um isqueiro. Por todos estes motivos, fomos festejar a liberdade. Pela rádio
soubemos que em Lisboa os militares usavam cravos nas espingardas e também nós
andámos com cravos ao peito, alegres e livres. As coisas mudaram e mudaram para
melhor.”
Lucília de Carvalho Ferreira 27 anos (avó paterna)
(Atualmente com 73 anos)
Celeste meteu-se no metro e desceu no Rossio, caminhando até ao Chiado, onde morava num
5º andar em frente aos Armazéns do Chiado, para ver com os seus olhos o que estava a
acontecer. Chegada à rua do Carmo cruzou-se com um grupo de soldados em cima de um
tanque. Curiosa, perguntou-lhes se estavam ali há muito tempo. “Desde as 3 da manhã”,
respondeu um militar, que lhe pediu “um cigarrinho”. “Não tinha e tive pena, olhei para todos
os lados a ver se havia alguma coisa aberta para lhes arranjar qualquer coisa para comerem,
mas não havia nada. Então tirei um cravo e dei-lhe, era a única coisa que tinha. Era vermelho,
mas também tinha brancos. Aceitou, podia não ter aceitado. Pôs no cano da espingarda e achei
bonito. Depois tirei outro e dei a outro soldado, que também pôs no cano. As pessoas julgam
que fui eu que pus os cravos nas espingardas, mas não, eles estavam muito alto”. Ao verem
alguns soldados já com as armas “enfeitadas” de cravos, as habituais vendedoras de flores do
Rossio trataram de multiplicar o gesto de Celeste, dando força ao movimento que não
derramou sangue na sua operação. (os 4 mortos dos civis da revolução foram atingidos por
balas da DGS).
Celeste Caeiro 41 anos
(Atualmente com 87 anos) fonte:iolonlie.sapo.pt
“Ia a caminho do trabalho, notava-se que
havia mais agitação do que o normal nas ruas
de Portalegre. Quando cheguei, estava algo
receosa mas depois os meus colegas de
trabalho explicaram o que sucedera durante
madrugada. Fiquei espantada com a coragem
dos militares e muito contente por sermos
livres de expressar os nossos pensamentos e
ideias.
Ainda me lembro do meu pai ter sido preso
por estar a fumar e não ter licença para usar
um isqueiro. Por todos estes motivos, fomos
festejar a liberdade. Pela rádio soubemos que
em Lisboa os militares usavam cravos nas
espingardas e também nós andámos com
cravos ao peito, alegres e livres. As coisas
mudaram e mudaram para melhor.”
Lucília de Carvalho Ferreira 27 anos (avó
paterna)
(Atualmente com 73 anos)
Celeste meteu-se no metro e desceu no Rossio, caminhando até
ao Chiado, onde morava num 5º andar em frente aos Armazéns
do Chiado, para ver com os seus olhos o que estava a
acontecer. Chegada à rua do Carmo cruzou-se com um grupo
de soldados em cima de um tanque. Curiosa, perguntou-lhes se
estavam ali há muito tempo. “Desde as 3 da manhã”,
respondeu um militar, que lhe pediu “um cigarrinho”. “Não
tinha e tive pena, olhei para todos os lados a ver se havia
alguma coisa aberta para lhes arranjar qualquer coisa para
comerem, mas não havia nada. Então tirei um cravo e dei-lhe,
era a única coisa que tinha. Era vermelho, mas também tinha
brancos. Aceitou, podia não ter aceitado. Pôs no cano da
espingarda e achei bonito. Depois tirei outro e dei a outro
soldado, que também pôs no cano. As pessoas julgam que fui
eu que pus os cravos nas espingardas, mas não, eles estavam
muito alto”. Ao verem alguns soldados já com as armas
“enfeitadas” de cravos, as habituais vendedoras de flores do
Rossio trataram de multiplicar o gesto de Celeste, dando força
ao movimento que não derramou sangue na sua operação. (os 4
mortos dos civis da revolução foram atingidos por balas da
DGS).
Celeste Caeiro 41 anos
(Atualmente com 87 anos) fonte:iolonlie.sapo.pt
Friso
11:00h – As tropas de Salgueiro Maia dirigem-se para o Quartel do Carmo acompanhadas por milhares de pessoas
que distribuem alimentos e cravos aos militares
25th April 1974 CARNATION REVOLUTION People are forbidden
to talk about the Government
We can live without fear!
It is peace, love and freedom!
It isn´t war, it is peace!
The Carnation Revolution is freedom now
The 25th April made people live differently
A war with no bullets
Freedom forever!
Troops together
with people
25th April 1974 CARNATION REVOLUTION
Truth
Live Spring morning
Talk
Smile
Fear
Friends
New world
Prohibition
Love
Bullets
Peace
War
Slaves
Freedom
Prison
Friso e Ilustração do poema
Nº 11
15:00h às 17:00h – As tropas de Salgueiro Maia, no Quartel
do Carmo, conseguem a rendição de Marcello Caetano.
Friso
25 de Abril de 1974
O que sei sobre o 25 de Abril de 1974, é através do meu avô. Ele na
altura já tinha feito a tropa. Fez a tropa na Guiné-Bissau, chamando-se
guerra colonial. Ele diz que militares das forças armadas juntaram- se nos
estúdios de uma rádio, e através dela explicaram à população que
queriam que o país fosse de novo uma democracia e que houvesse
liberdade nas eleições. Antes Portugal era uma ditadura. Na altura, o
presidente era Marcelo Caetano que se refugiou no quartel do Carmo da
GNR. Durante esse dia, a população de Lisboa, juntou-se aos militares,
depois uma vendedora de flores começou a distribuir cravos, os soldados
enfiavam o cravo no cano da espingarda e a população punha o cravo ao
peito, por isso se deu a revolução dos cravos. Ao fim da tarde, Marcelo
Caetano rendeu-se e entregou o poder ao general Spínola. Um ano
depois, a 25 de Abril de 1975, os portugueses votaram pela primeira vez
em liberdade. Nessa altura o meu pai tinha um mês de vida.
Português
Friso
18:00h – Salgueiro Maia e Sousa Tavares pedem à população
que enchia o Largo do Carmo para se retirar (o que não
aconteceu), para que Marcello Caetano possa abandonar o quartel.
Nº14
A Revolução de 25 de Abril
No dia 24 de Abril, pelas 22h45m, a rádio emissora transmitiu a canção «E depois
do adeus», que era o primeiro sinal do início da revolução. E foi quando os militares
começaram a sair dos quarteis.
Na madrugada, do dia 25 de Abril, a canção «Grândola Vila Morena» de Zeca
Afonso, transmitida pela rádio renascença foi o segundo sinal para o início da
revolução. A população é informada que está a decorrer uma revolução para pôr fim ao
governo de Marcelo Caetano. É pedida à população para manter a calma.
De manhã, as tropas instalaram-se no Quartel do Carmo para pedirem a rendição
de Marcel Caetano. E, enquanto, as tropas aguardavam pelas negociações, a
população distribui alimentos e cravos.
Ao final do dia, Marcelo Caetano e outros membros do governo entraram numa
viatura blindada, acabando assim o governo de Marcelo Caetano.
Esta revolução foi feita de uma forma ordeira e sem violência, chamada a
revolução dos cravos.
A partir do dia 25 de Abril de 1974, o povo deixou de ser controlado pela PIDE
(polícia militar) e começou a poder expressar-se livremente. Todos os maiores de 18
anos podiam votar (incluindo as mulheres que antes não podiam). Os jornais já não
eram controlados.
A revolução dos cravos deu ao povo a liberdade de expressão que tanto ansiavam.
E esta foi a forma que os meus avós decidiram contar-me a história de um povo
que fez uma revolução sem haver o vermelho do sangue, mas sim o vermelho dos
cravos.
Friso
19:30h – Marcello Caetano e outros membros do
Governo entram numa viatura blindada e são conduzidos
à Pontinha.
Nº16
25 DE ABRIL DE 1974
Estive a falar com o meu pai, sobre o 25 de Abril de 1974. Nesta época ele tinha 21 anos. Era furriel militar e estava
no quartel de Tavira.
Segundo ele, no dia 24 de Abril pelas 23:00hs a Rádio Emissora Associados de Lisboa tocou a canção ``E
depois do Adeus`` do Paulo de Carvalho.
A canção do Paulo de Carvalho não era proibida pelo regime e foi por isso mesmo que foi escolhida para dar o
primeiro sinal, aliás esta canção foi a vencedora do festival da canção neste ano e estava na moda.
Mais tarde por volta das 00:20 horas da madrugada do dia 25 de Abril, para confirmarem que estava tudo em
movimento a Rádio Renascença tocou a canção Grândola Vila Morena. Esta canção era proibida pela censura do
regime de Salazar. Este era o segundo sinal para os militares comparecerem nos pontos estratégicos.
Nessa mesma madrugada, os militares falaram na rádio à população explicando os seus objetivos: Portugal ser
uma democracia com eleições livres e liberdade. Pela manhã os populares saíram às ruas, juntaram-se aos militares
para celebrarem a queda da ditadura. Por não ter sido necessário o uso das armas, não houve tiros, nem feridos.
Neste mesmo dia, uma senhora chamada Celeste que ainda não sabia do que se estava a passar, ao sair à
rua viu os tanques dos revolucionários, surpreendida dirigiu-se a um soldado para saber o que estava acontecendo,
ele disse que era uma revolução. Como era primavera, ela ofereceu ao soldado um molho de cravos que trazia nas
mãos. O soldado aceitou e pôs a flor no cano da espingarda. A Celeste foi dando cravos aos soldados que ia
encontrando. É por isso que esta revolução ficou conhecida com nome Revolução dos Cravos.
O meu pai diz que tanto para ele como militar como para a população civil o 25 de Abril de 1974 foi motivo de
orgulho. Estavam livres, podiam sonhar e concretizar os seus sonhos.
A liberdade do 25 de Abril é a concretização da esperança.
Friso
1:30h – “A Junta de Salvação Nacional” apresentou
ao povo português o programa do MFA
Português
A Revolução dos Cravos ocorreu a 25 de Abril de 1974. De
madrugada, militares do MFA (Movimento das Forças Armadas) ocuparam
os estúdios do Rádio Clube Português e, através da rádio, explicaram à
população que pretendiam que o país fosse de novo uma democracia,
com eleições e liberdade.
Este acontecimento mudou e melhorou muito a vida das pessoas que
deixaram de viver com medo, porque ganharam liberdade de expressão,
passaram a poder votar no partido que quisessem. Até aí as mulheres não
podiam votar, só se tivessem o ensino secundário, o que acontecia com
muito poucas. As mulheres e homens passaram a ter os mesmos direitos
e deveres, passou a haver um salário mínimo nacional e a Guerra Colonial
acabou.
7:40h - Marcello Caetano, o Presidente Américo Tomás e outros elementos do anterior Governo partem da Portela com destino à ilha da Madeira e mais tarde para o Brasil.
Português
“Eu acompanhei a revolução desde a música E Depois do Adeus de Paulo de Carvalho. Até aí tudo bem.
Comecei a estranhar quando ouvi a música Grândola Vila-Morena de Zeca Afonso pois era uma música proibida
pelo regime, mas já era tarde e entrava às 8 da manhã no dia seguinte, por isso fui dormir. Eu trabalhava na Central
de Telecomunicações que estava aberta 24 horas por dia.
Naquele dia, o meu turno era o das 8 da manhã às 4 da tarde. Logo que fui para a Central, que era perto do
Quartel do Carmo onde se refugiou Marcello Caetano, reparei que algo estava a acontecer. Ninguém podia passar de
um certo perímetro, só nós é que tínhamos autorização para passar naquela rua e tínhamos de estar escoltadas por
militares. Os militares formavam uma espécie de triângulo cujos vértices eram as nossas instalações, a PIDE e o
Governo Civil, ou seja, pontos estratégicos. Na Central de Telecomunicações era-nos dado um pequeno almoço que
era constituído por pão com manteiga e leite, pequeno almoço esse que oferecemos aos militares que estavam
esfomeados, como é possível ver na foto abaixo, uma foto exclusiva em que a minha amiga Ana e a minha amiga
Fernanda distribuíam o pão e o leite pelos militares. Voltamos então para o edifício e observamos a revolução da
janela, sempre com receio de sermos alvejados pois os polícias da PIDE estavam nos telhados armados a tentar
fugir.
Em termos de liberdade, começamos a poder ver certos e filmes e a ouvir certas músicas que eram proibidas. As
mulheres, por exemplo, antes da revolução não votavam e não tinham autorização para sair do país se os maridos
não deixassem. Vivíamos com o medo de alguém nos denunciar por falar mal do governo, mesmo que fosse mentira.
Consegui observar os momentos mais importantes da revolução como quando o Marcello Caetano saiu num carro
blindado. A revolução foi muito gira! Ver os tanques, as flores, foi tudo incrível!”
Depoimento de Lucília Oliveira que tinha 21 anos.
(Atualmente com 67 anos)
As minhas amigas Ana e Fernanda a distribuir o pão e o leite pelos militares.
Friso
Matilde
Nº 21
Nº 22
Construção do PowerPoint e Tratamento de imagem
Professoras responsáveis pelo projeto.
Trabalhos realizados pelos alunos da turma.