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Fonte: http://willyshistoria.spaceblog.com.br/325973/SERGIPE-NO- CONTEXTO-REPUBLICANO/ O ideal republicano representava uma velha aspiração do Brasil, pois esteve sempre presente aos movimentos ocorridos antes da Independência. Em época mais remota, que antecedeu à Independência, esses movimentos significaram a negação do regime colonial ante a exploração da Metrópole. No Segundo Reinado, a oposição ao Governo vigente. No entanto, não se tratava de movimentos especificamente republicanos: sem substância, carentes de uma ação organizada ou de um projeto revolucionário. A idéia republicana esteve presente em todos eles, apenas como um símbolo. Porém, com as novas condições sociais e econônicas que se iam estabelecendo progressivamente no país, a partir de 1870, o ideal republicano começava a se descortinar por um novo ponto de vista, ganhando nova força. A crise política em 1868, oriunda da cisão do Partido Liberal, levou os dissidentes a se organizarem em torno da idéia republicana, evoluindo em 1870 para a criação do Partido Republicano do Rio de Janeiro. Desta vez, os republicanos lançavam os fundamentos de um partido organizado, ampliando a sua influência e difundindo as suas idéias em várias regiões do país, através do surgimento de clubes republicanos e da proliferação dos jornais republicanos por todo o país. O Partido Republicano recrutava adeptos entre as novas elites urbanas e fazendeiros das áreas cafeeiras mais progressistas, como os do Oeste Paulista, que se sentiam impedidos de ascender, presos pelas estruturas políticas do Império. Insatisfeitos com

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Fonte: http://willyshistoria.spaceblog.com.br/325973/SERGIPE-NO-CONTEXTO-REPUBLICANO/O ideal republicano representava uma velha aspirao do Brasil, pois esteve sempre presente aos movimentos ocorridos antes da Independncia.Em poca mais remota, que antecedeu Independncia, esses movimentos significaram a negao do regime colonial ante a explorao da Metrpole. No Segundo Reinado, a oposio ao Governo vigente.No entanto, no se tratava de movimentos especificamente republicanos: sem substncia, carentes de uma ao organizada ou de um projeto revolucionrio. A idia republicana esteve presente em todos eles, apenas como um smbolo.Porm, com as novas condies sociais e econnicas que se iam estabelecendo progressivamente no pas, a partir de 1870, o ideal republicano comeava a se descortinar por um novo ponto de vista, ganhando nova fora.A crise poltica em 1868, oriunda da ciso do Partido Liberal, levou os dissidentes a se organizarem em torno da idia republicana, evoluindo em 1870 para a criao do Partido Republicano do Rio de Janeiro.Desta vez, os republicanos lanavam os fundamentos de um partido organizado, ampliando a sua influncia e difundindo as suas idias em vrias regies do pas, atravs do surgimento de clubes republicanos e da proliferao dos jornais republicanos por todo o pas. O Partido Republicano recrutava adeptos entre as novas elites urbanas e fazendeiros das reas cafeeiras mais progressistas, como os do Oeste Paulista, que se sentiam impedidos de ascender, presos pelas estruturas polticas do Imprio. Insatisfeitos com a velha ordem, o ideal republicano era um instrumento na realizao de suas aspiraes de controle do poder. Para sua efetivao, o Exrcito representava um meio de ascenso. Desde a Guerra do Paraguai, setores do Exrcito se indispuseram com o sistema monrquico. Imbudos de idias positivas e republicanas, difundidas na Escola Militar sob a ao de Benjamim Constant, estes setores estavam convictos da corrupo dos polticos civis e cabia aos militares uma ao regeneradora; a salvao nacional.Assim, sob os auspcios das elites vidas de poder, o golpe de 15 de novembro de 1889, executado pelo Exrcito, impunha a mudana de regime, derrubando a Monarquia e instituindo a forma Federativa de Governo, e que resultou da unio momentnea de foras profundamente divergentes, aliada ao desprestgio da Monarquia e o enfraquecimento das oligarquias tradicionais.Em Sergipe, antes de 1888, as idias republicanas tiveram pouca significao. Apenas alguns sentimentos republicanos como ressonncia de movimentos ocorridos no perodo de1817 a1848, que se caracterizou no Brasil como fase revolucionria. Exceto em 1824, com a Confederao do Equador, percebeu-se que uma conscincia revolucionria brotava no seio de sua populao.Nessa fase, alguns lderes das idias novas destacaram-se na Provncia de Sergipe: Antonio Pereira Rebouas, mulato, baiano, Secretrio do Presidente da Provncia de Sergipe, Manuel Fernandes da Silveira, acusado de doutrinar e persuadir a gentalha com a sua ideologia republicana, principalmente em Laranjeiras, levando contra si os rancores dos donos do poder; o Pe. Manuel Moreira de Magalhes difundia as suas idias em Estncia, centro econmico e cultural importante do sul da provncia, cujas mximas anarquistas o levaram priso, em 1827; o Pe. Francisco Missionrio, grande divulgador das idias republicanas em Japaratuba, tornou-se grave problema para os poderes constitudos; os irmos Antnio de Albuquerque Cavalcanti e Jos de Albuquerque Cavalcanti apregoavam as novas idiasem Brejo Grande; enfim, o engenho do Sargento-mor Francisco Rollemberg tornou-se o centro de reunio de propaganda das novas idias.Contudo, as idias de uma nova ordem no frutificaria ainda, haja vista a ausncia de uma classe mdia intelectualizada, definida, consciente, ou de um grupo coeso, interessado em solapar a ordem estabelecida. Havia sim, a aristocracia do acar, forte e detentora do poder, repressora oficial de qual quer indcio que oferecesse perigo aos seus interesses.A partir de 1870, com o surgimento do Partido Republicano no Brasil e o seu Manifesto, Sergipe se v alcanado pelo mesmo entusiasmo, cujo ponto inicial de convergncia das novas idias foi a cidade de Laranjeiras, centro intelectual e econmico dos mais importantes da chamada zona da Cotinguiba (regio aucareira da Provncia), se constituiu num dos mais propcios centros de difuso no meio sergipano.Ambiente propcio ao desenvolvimento de uma classe mdia intelectualizada, para l convergiam ex-alunos da Faculdade de Direito do Recife, influenciados pelas idias progressistas de Tobias Barreto, Slvio Romero e do eloqente Fausto Cardoso, bem como de mdicos, como Felisbelo Freire, Serafim Vieira de Almeida e do farmacutico Josino de Menezes. Tambm alguns militares estavam presentes, atravs de Oficiais da Marinha e do Exrcito, como Marcelino Jose Jorge, Moreira Guimares e Jose Siqueira de Menezes, este influenciado pela corrente positivista.Essa pliade insurgia-se contra a ordem poltica vigente, a qual uniam-se os intelectuais, como Francisco de Carvalho Lima Jnior, historiador, e Baltazar de Ges, professor- fundador do Liceu Laranjeirense.Em 1887, quando a ideologia republicana soou mais forte, houve a tentativa de se fundar um clube republicano em Estncia.A 18 de outubro de 1888, surgia o Manifesto em Laranjeiras, trazendo concretizadas as idias republicanas, assinado por Felisbelo Freire e mais 40 pessoas, no qual declaravam no mais pertencerem ao regime monrquico, mas aderirem ao partido republicano. So os chamados republicanos histricos de Sergipe. Em 01 de novembro foi criado o Clube Republicano de Laranjeiras e lanados os fundamentos do Partido Republicano de Sergipe, cujo mentor intelectual foi Slvio Romero, que, com outros ilustres sergipanos, como vila Franca, Ivo do Prado, Joo Ribeiro e o Pe. Job compunha o Centro Sergipano no Rio de Janeiro. Na difuso de suas idias os republicanos tiveram como veculo importante os jornais O Horizonte, O Laranjeirense e o Republicano. A presidncia do Partido coube ao coronel Vicente Lus de Oliveira Ribeiro, abastado proprietrio, e a vice-presidncia ao Dr. Felisbelo Freire. Slvio Romero foidesignado para represent-lo junto ao Partido Republicano na Corte.A incompatibilidade da monarquia com as reformas polticas e sociais era o ponto alto em que mais se batiam os republicanos e uma mudana da forma de governo para Repblica significava novos horizontes para a realizao das suas aspiraes. Para a efetivao dos seus intentos, compreenderam ser necessrio a utilizao de faces da classe dominante, insatisfeita. Assim, atraam para as suas fileiras parte das camadas mais importantes da aristocracia rural ressentida com a poltica imperial, ao calor da indignao provocada pelos prejuzos advindos com a libertao dos escravos. E a exemplo disso, Vicente Lus de Oliveira Ribeiro, Antnio de Siqueira Horta, Francisco Barros Pimentel Franco, Slvio Bastos, entre outros. Buscavam, enfim, na adeso dos coronis, majores e capites da Guarda Nacional, o sustentculo para a concretizao dos seus objetivos.Entre os setores mdios da populao urbana, os republicanos no podiam contar com grandes contingentes, dada a indiferena pela falta de conscientizao.Todos esses acontecimentos descortinavam-se, como irradiao da crise nacional, em uma rea geogrfica onde predominava a monocultura da cana-de-acar, esteio econmico da Provncia, em crise, desde os anos 70, gerada pelos escassos recursos que, por mais de 50 anos, no se conseguira modificar. As secas, as epidemias, a emigrao de mo-de-obra escrava para o sul cafeeiro com a venda das propriedades, nos anos 80,completavam o quadro desolador.V-se que havia um clima favorvel causaanti-monrquica, diante da desarticulao dos esquemas produtivos.Movimento alastrava-se, ganhando novos adeptos, e o Partido Republicano tornara-se o porta-voz dos insatisfeitos, quando, em maio de 1889, foram eleitos os representantes para o primeiro Congresso Federal do Partido Republicano, realizadoem So Paulo. Todos, proprietrios rurais, cuja suplncia coube a intelectuais sergipanos, residentes no Rio, tais como Slvio Romero, Joo Ribeiro, Bittencourt Sampaio e Pereira Guimares. Este era mdico e viviaem So Pauloe fundara um Partido Republicano em Bragana, cidade paulista.Sergipe, como os demais estados, recebeu a notcia da Proclamao da Repblica sem nenhuma alterao da ordem, com euforia e conformismo, porm, sem a participao do povo, que permaneceria marginalizada a merc das imposies da classe social dominante.As adeses e votos de fidelidade nova ordem no se fizeram esperar, efetivados por todas as esferas.Constituda a Junta Governativa, composta dos proprietrios rurais Antnio de Siqueira Horta e Antnio Diniz Dantas Melo e do Capito do Exrcito, Jos de Siqueira Menezes, logo foram substitudos, os dois primeiros, como demissionrios, pelo professor Baltazar Ges e pelo Coronel Vicente Lus de Oliveira Ribeiro. Novas demisses foram feitas por incompatibilidade entre os membros da Junta, at que foi decidido por parte do Governo Provisrio o nome do mdico Dr. Felisbelo Firmo de Oliveira Freire, que assumiu o Governo do Estado, em 13 de dezembro de 1889.