trabalho final meio ambiente

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GESTÃO INTEGRADA DE ÁGUAS URBANAS André Scarpino Gabriel Casaroli Mariana Hiroki Pedro Favale Tiago Franco Ulisses Sales IMPORTÂNCIA DA HIDROLOGIA PARA A GESTÃO DAS ÁGUAS URBANAS O ciclo hidrológico, que envolve a precipitação, evapotranspiração, infiltração e escoamento superficial, é de extrema importância para o estudo dos recursos hídricos, visando à avaliação e monitoramento da oferta de água em determinada área. A unidade geográfica para esses estudos é a bacia hidrográfica, demarcada por divisores topográficos, onde toda a água captada pela chuva converge para um único ponto, sendo os rios os principais componentes dessas bacias de drenagem. INFILTRAÇÃO E ESCOAMENTO SUPERFICIAL A área relativamente plana adjacente a um rio, coberta por água nas épocas de enchente, é chamada de planície de inundação e normalmente apresenta-se intensamente vegetada. As inundações ocorrem quando a descarga do rio torna-se elevada e excede a capacidade do canal, extravasando suas margens e alagando essas planícies. No entanto, historicamente as populações concentram-se às margens dos rios e invariavelmente estão sujeitas às inundações. Períodos de chuvas excepcionais podem ocasionar a súbita elevação do nível d’água dos cursos fluviais, acarretando a destruição de construções e podendo resultar na perda de vidas humanas. Obras de engenharia podem ser executadas no sentido de minimizar os efeitos das enchentes, com resultados positivos, mas também com alguns inconvenientes. A canalização de rios pode envolver a desobstrução do canal, seu alargamento e aprofundamento (em casos extremos sua retificação) e é uma das formas de aumentar a velocidade de fluxo das águas e evitar que estas atinjam o nível de inundação. Porém, essa estratégia não impede o rio de retornar a seu curso prévio no caso de uma grande descarga. No município de São Paulo, as inundações ao longo das antigas várzeas dos rios Pinheiros e Tietê ocorrem em função da redução da área de infiltração das águas pluviais pelas construções e pavimentações que impermeabilizam o solo, levando a um rápido escoamento superficial rumo a rios originalmente meandrantes e atualmente retificados, com suas planícies de inundação densamente ocupadas.

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Trabalho de meio ambiente PECE - Poli USP

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  • GESTO INTEGRADA DE GUAS URBANAS

    Andr Scarpino

    Gabriel Casaroli

    Mariana Hiroki

    Pedro Favale

    Tiago Franco

    Ulisses Sales

    IMPORTNCIA DA HIDROLOGIA PARA A GESTO DAS GUAS URBANAS

    O ciclo hidrolgico, que envolve a precipitao, evapotranspirao, infiltrao e escoamento

    superficial, de extrema importncia para o estudo dos recursos hdricos, visando avaliao e

    monitoramento da oferta de gua em determinada rea. A unidade geogrfica para esses estudos

    a bacia hidrogrfica, demarcada por divisores topogrficos, onde toda a gua captada pela chuva

    converge para um nico ponto, sendo os rios os principais componentes dessas bacias de

    drenagem.

    INFILTRAO E ESCOAMENTO SUPERFICIAL

    A rea relativamente plana adjacente a um rio, coberta por gua nas pocas de enchente,

    chamada de plancie de inundao e normalmente apresenta-se intensamente vegetada. As

    inundaes ocorrem quando a descarga do rio torna-se elevada e excede a capacidade do canal,

    extravasando suas margens e alagando essas plancies.

    No entanto, historicamente as populaes concentram-se s margens dos rios e invariavelmente

    esto sujeitas s inundaes. Perodos de chuvas excepcionais podem ocasionar a sbita elevao

    do nvel dgua dos cursos fluviais, acarretando a destruio de construes e podendo resultar na

    perda de vidas humanas.

    Obras de engenharia podem ser executadas no sentido de minimizar os efeitos das enchentes, com

    resultados positivos, mas tambm com alguns inconvenientes. A canalizao de rios pode envolver a

    desobstruo do canal, seu alargamento e aprofundamento (em casos extremos sua retificao) e

    uma das formas de aumentar a velocidade de fluxo das guas e evitar que estas atinjam o nvel de

    inundao. Porm, essa estratgia no impede o rio de retornar a seu curso prvio no caso de uma

    grande descarga.

    No municpio de So Paulo, as inundaes ao longo das antigas vrzeas dos rios Pinheiros e Tiet

    ocorrem em funo da reduo da rea de infiltrao das guas pluviais pelas construes e

    pavimentaes que impermeabilizam o solo, levando a um rpido escoamento superficial rumo a rios

    originalmente meandrantes e atualmente retificados, com suas plancies de inundao densamente

    ocupadas.

  • O volume e a velocidade de infiltrao dependem de vrios fatores, entre eles a cobertura vegetal e a

    topografia do terreno: em reas vegetadas a infiltrao favorecida pelas razes e parte da

    precipitao sofre interceptao de folhas e caules que retardam o contato com o solo; declives

    acentuados favorecem o escoamento superficial direto, diminuindo a infiltrao. A ocupao do solo

    tambm influencia significativamente a quantidade de gua infiltrada, uma vez que as construes e

    pavimentaes impedem esse processo e aumentam o escoamento superficial.

    OFERTA E DEMANDA DE GUA

    O problema da escassez de gua est atingindo propores alarmantes e o fornecimento de gua

    potvel para todos o grande desafio da humanidade para os prximos anos. A gua de boa

    qualidade pode reduzir a taxa de mortalidade e aumentar a expectativa de vida da populao,

    enquanto a falta de higiene associada escassez de gua causadora de graves doenas.

    No sculo XX a demanda de gua aumentou em mais de seis vezes, superando em duas vezes o

    crescimento populacional no perodo. O consumo per capita do recurso aumenta com a melhora da

    renda da sociedade e o crescimento populacional demanda um aumento da produo agrcola.

    O Brasil um pas privilegiado, uma vez que concentra cerca de 12% da gua doce superficial

    disponvel no mundo. No entanto, os recursos hdricos e a populao esto distribudos de forma

    heterognea no territrio, sendo que a regio Sudeste, por exemplo, possui apenas 6% dos recursos

    hdricos e concentra mais de 41% da populao brasileira.

    As extraes desmedidas dos corpos de gua e a contaminao so os dois grandes problemas que

    tm ocupado a ateno dos governos nas ltimas dcadas. O abastecimento de grandes reas

    metropolitanas exige que a gua seja trazida de regies cada vez mais distantes, onerando e

    comprometendo os recursos hdricos. Ao mesmo tempo, os rios urbanos tm servido de receptores

    para o lanamento de esgotos e resduos. Em vrias regies o meio ambiente tem sido incapaz em

    degradar estes contaminantes e restituir o seu equilbrio natural.

    DESCRIO DA REA OBJETO DE ANLISE

    O distrito de Vila Andrade administrado pela subprefeitura do Campo Limpo e localiza-se na zona

    sul do municpio de So Paulo, SP.

    Situado margem oeste do rio Pinheiros, no trecho entre as pontes Morumbi e Joo Dias, faz divisa

    com os distritos Jardim So Luis, Campo Limpo, Vila Snia e Morumbi; e com o distrito de Santo

    Amaro margem leste do rio. Possui uma rea de aproximadamente 10 Km e uma populao2010 de

    cerca de 127 mil moradores.

    Est inserido na poro sudoeste da Bacia Hidrogrfica do Alto Tiet, mais precisamente na sub-

    bacia Penha-Pinheiros, conforme Figura 1.

  • Figura 1 Sub-bacias do Alto Tiet e localizao da rea de estudo

    A sub-bacia Penha-Pinheiros, por sua vez, dividida em bacias menores e assim o territrio da Vila

    Andrade abrange 3 bacias hidrogrficas, sendo: 1 Crrego Morro do S; 2 Crrego Pirajussara; 3

    Bacia Intermediria Morro do S/Pirajussara, conforme Figura 2.

    A Bacia Intermediria Morro do S/Pirajussara uma rea de vrzea do Rio Pinheiros sendo,

    portanto, classificada como uma rea de contribuio direta aos corpos hdricos principais. nessa

    bacia que est a maior rea do distrito de Vila Andrade.

  • Figura 2 Vila Andrade e as trs bacias onde o distrito est inserido

    A rea de estudo deste trabalho definida considerando-se a diviso topogrfica das bacias

    hidrogrficas, mas tambm a diviso administrativa dos distritos e subprefeituras do municpio de

    So Paulo.

    Sendo assim, a rea estudada compreende a poro sul da Bacia Intermediria Crrego do

    S/Pirajussara, at o limite superior do distrito de Vila Andrade, conforme Figura 3.

    Figura 3 Delimitao da rea de estudo

  • JUSTIFICATIVA

    O objeto de estudo, como citado anteriormente, uma rea de contribuio direta ao Rio Pinheiros.

    Antiga rea de vrzeas e florestas inundveis do rio, ainda hoje uma das regies mais arborizadas

    do municpio e uma das poucas reas permeveis de So Paulo.

    No entanto, a preservao dessa rea encontra-se ameaada pelos projetos de 3 grandes

    empreendimentos imobilirios das construtoras Bueno Netto, Cyrela e Camargo Corra.

    Alm da retirada de milhares de rvores, muitas nativas da Mata Atlntica, as construes colocam

    em risco tambm reas de brejo, nascentes e cursos dgua, consideradas reas de Preservao

    Permanente (APP), conforme Figuras 4 e 5.

    Figura 4 - Hidrobacia do Crrego Panamby e rea de interveno do projeto da Bueno Netto (inserido na rea

    da Operao Urbana Consorciada gua Espraiada)

    Figura 5 - Hidrobacia do Crrego Tangar e reas de interveno dos projetos da Cyrela e Camargo Corra

  • IMPORTNCIA DA APLICAO INTEGRADA DOS INSTRUMENTOS DE GESTO

    Todo planejamento, qualquer que seja o nvel territorial que ocorra, uma atividade do Estado e tem

    um carter poltico. Portanto, necessrio conhecer a entidade qual este est vinculado.

    No Brasil, as reas de Preservao Permanente (APP) foram institudas em 1965 pelo Cdigo

    Florestal (Lei n 4.771 revogada pelo Lei n 12.651/2012) com a funo de proteger os corpos

    dgua, evitar assoreamento dos rios e as enchentes, manter a permeabilidade do solo e permitir a

    recarga de aquferos, entre outros servios ambientais.

    Em 1981, com a aprovao da Lei n 6.938 (Poltica Nacional de Meio Ambiente) ficou estabelecida a

    necessidade de prvio licenciamento pelo rgo ambiental competente, para a construo de

    estabelecimentos capazes de causar degradao ambiental, ou seja, alterao prejudicial das

    caractersticas do meio ambiente.

    A Resoluo CONAMA n 001/1986 estabeleceu a obrigatoriedade de elaborao de estudo de

    impacto ambiental a ser submetido aprovao do rgo estadual competente durante o processo

    de licenciamento, para diversas atividades modificadoras do meio ambiente, entre elas os projetos

    urbansticos em reas consideradas de relevante interesse ambiental.

    Em 1994, o Estado de So Paulo instituiu sua Poltica Estadual de Recursos Hdricos PERH (Lei n

    9.034), dividindo o Estado em 22 Unidades de Gerenciamento de Recursos Hdricos UGRHI, a fim

    de resolver e prevenir problemas de escassez hdrica, solucionar os conflitos de uso e poluio dos

    recursos hdricos, e harmonizar a conservao de reas ambientalmente protegidas com as

    atividades econmicas e sociais nas bacias hidrogrficas.

    Em 1997 foi instituda a Poltica Nacional de Recursos Hdricos - PNRH (Lei n 9.433) com o objetivo

    de assegurar a disponibilidade de gua, atual e s futuras geraes, em padres de qualidade

    adequados; promovendo a utilizao racional e integrada dos recursos hdricos.

    Em 2010 foi iniciado o Plano Diretor de Drenagem e Manejo de guas Pluviais do Municpio de So

    Paulo PMAPSP, com objetivo de reduzir os riscos de inundao e melhorar a qualidade das guas.

    Entre as diretrizes est contemplada a revitalizao de corpos hdricos e a recuperao de

    corredores verdes para melhorias na paisagem urbana.

    Entretanto, em 2001 a Operao Urbana Consorciada gua Espraiada (Lei n 13.260) incluiu em sua

    rea de interveno, no setor Marginal Pinheiros, as APPs da Hidrobacia do Crrego Panamby,

    (Figura 4). Entre 2006 e 2007 o crrego Pau Arcado, localizado nessa rea de interveno, foi

    canalizado com licena obtida na Companhia Ambiental do Estado de So Paulo (CETESB) e em

    2013 milhares de rvores foram suprimidas com licena obtida na Secretaria Municipal de Verde e

    Meio Ambiente (SMVMA), para construo de um empreendimento imobilirio. Desde outubro de

    2014 a obra est embargada pela Justia devido ausncia de estudo de impacto ambiental e aos

    problemas no processo de licenciamento.

    Sendo assim, percebe-se que a presena de instrumentos em lei no suficiente para mudanas

    prticas e, portanto, so necessrios esforos para que as polticas saiam do papel, sejam

    integradas e implementadas de fato no processo de urbanizao das cidades.

  • AES POSSVEIS E ALTERNATIVAS TCNICAS

    Com vistas promoo do planejamento integrado foram considerados trs cenrios para a previso

    de aes e alternativas tcnicas a serem empregadas:

    A Cenrios de curto prazo

    A1 com crise hdrica

    A2 sem crise hdrica

    B Cenrio de mdio a longo prazo

    Entende-se que o primeiro cenrio (com crise hdrica) esteja mais focado em questes relacionadas

    ao abastecimento, ou seja, as aes emergenciais a serem empregadas e estimuladas visariam

    diminuio do consumo. O segundo cenrio, embora no se possa desconsiderar a gua como um

    recurso infinito, estaria voltado para outra questo de segunda importncia que a drenagem

    urbana. Em longo prazo, estabelecem-se as aes que demandam um recurso e um tempo maior

    para implantao. (QUADRO RESUMO EM ANEXO)

    A1 Para cenrios de curto prazo com crise hdrica

    A) Medidores individuais

    A instalao de medidores individuais extremamente necessria para o controle do consumo da

    gua. Isto significa que dada a responsabilidade pelo consumo de gua para cada unidade

    habitacional ou comercial pelo seu uso.

    O sistema, alm de contribuir com a economia de gastos, tambm permite a deteco de

    vazamentos e reduz o valor do condomnio.

    Em alguns municpios, como Rio de Janeiro e Braslia, j existem leis que impem a obrigatoriedade

    de instalao de hidrmetros individuais em projetos de novos prdios condominiais. Mas,

    considerando que grande parte da cidade de So Paulo, sobretudo o distrito de Vila Andrade, j so

    reas bastante consolidadas, a tendncia que esta exigncia se estenda aos edifcios j

    construdos, o que implicaria em um custo maior na instalao.

    Portanto, alm da obrigatoriedade, necessrio um estmulo fiscal.

    B) Reso de gua

    O reuso de gua uma tendncia que se firma, tendo em vista a escassez de gua potvel em

    mbito mundial.

    Existem diversas possibilidades de reuso de gua, sendo mais significativas as formas de reuso na

    rea urbana e o reuso industrial. O uso urbano para fins potveis uma alternativa associada a

  • riscos sanitrios muito elevados, alm do custo elevado dos sistemas de tratamento avanados

    necessrios.

    Os usos urbanos no potveis envolvem riscos menores e necessitam de tratamento mais

    simplificado. Entre os maiores potenciais esto: irrigao de parques e jardins pblicos, reserva de

    proteo contra incndios, descargas sanitrias, lavagem de trens e nibus, controle de poeira em

    obras com movimentao de solo, lavagem de lajes, preparao e cura de concreto na construo

    civil.

    O uso para fins industriais pode ser viabilizado, geralmente, para instalaes em um raio de

    aproximadamente cinco quilmetros da estao de tratamento. Entre os maiores potenciais esto:

    torres de resfriamento, caldeiras, lavagem de peas e equipamentos, lavagem de pisos e veculos,

    processos industriais.

    Assim, propomos que na rea em estudo seja implantada uma Estao de Tratamento de Efluentes

    (ETE) que receber a descarga de efluentes domsticos da populao do entorno e fornecer gua

    que atenda aos padres de qualidade requeridos pelos novos usos que se deseja fazer.

    C) Dispositivos economizadores de gua

    As aes para a diminuio das perdas de gua tambm seriam feitas pelos proprietrios de imveis,

    na pequena escala e sem a necessidade de grandes investimentos por parte do poder pblico, como

    por exemplo: a normatizao e incentivos fiscais para se instalar componentes economizadores de

    gua em reformas e novas construes: bacia sanitria com capacidade nominal menor ou igual a 6

    litros, torneiras e chuveiros com temporizadores e metais sanitrios dotados de componentes

    economizadores, restries a maquinas de lavar de eixo horizontal e outras aes de menor impacto

    como a obrigatoriedade de maquinas pressurizadoras para lavar piso. Para instalaes existentes, a

    simples campanha de instalao de redutores de vazo em torneiras e chuveiros j poderia reduzir o

    consumo destes metais em pelo menos 50%.

    Essas medidas teriam uma dupla funo de economizar gua potvel e conscientizar moradores

    sobre a questo hdrica na cidade de So Paulo e especialmente na Vila Andrade.

    D) Campanhas de reduo do consumo e Aumento progressivo da tarifa

    Aes que visem o consumo consciente de gua fazem parte das

    estratgias adotadas para garantir a disponibilidade hdrica. No

    entanto, ainda no se pode afirmar que os resultados sejam

    satisfatrios para uma reduo efetiva de consumo de gua, pois

    impulsionado por muitos fatores como o crescimento

    populacional, aumento da renda per capita que reduz a

    percepo do valor cobrado pela gua, dentre outros. (SILVA;

    TEIXEIRA). No modelo atual de cobrana e prticas de mercado

    utilizadas pela Sabesp, empresa de economia mista do governo

    de So Paulo que tem a obrigao de gerar lucro para atender os

  • anseios de seus investidores, a utilizao de aumento do preo como moderador de consumo seria

    uma prtica bem sucedida em alguns casos, por outro lado seria uma medida socialmente desigual

    e politicamente controversa (LOWE; LYNCH, 2014). Na cidade de So Paulo, por exemplo, ao invs

    do preo ser um instrumento de controle do consumo pelo aumento da tarifao, a estratgia

    adotada foi inversa, reduzindo o valor da conta para aqueles que reduzissem o consumo. Entretanto,

    Alguns estudos medindo a elasticidade-preo da demanda sugerem que o mecanismo de preos no

    muito eficaz, porque os consumidores no so muito sensveis a aumentos de preos da conta de

    gua, e no tem sequer um conhecimento exato da composio das tarifas (CARTER; MILON,

    2005). Por isso da necessidade de avaliar as estratgias utilizadas para promover mudanas quanto

    ao consumo de gua. Contudo, no atual cenrio de crise financeira na qual passa o pas (FINANCIAL

    TIMES 23/03/15), o brasileiro passou a ser sensvel a qualquer aumento em suas contas.

    Em vista desse cenrio de crise financeira e hdrica, em parte, ocasionado pela negligencia da

    sociedade, ao deixar esse problema margem da agenda pblica e dos nossos anseios

    consumistas, a conscientizao e a tarifao progressiva do uso da gua tornam-se fundamentais

    para enfrentarmos esse grave momento de crise hdrica que nos acomete em sua forma mais radical

    desde que se tem relato at a presente data.

    Por fim, diferentemente o que prega a lei Nacional de guas (lei 9433) que instituiu a Poltica

    Nacional de recursos hdricos, deve haver prioridade para o atendimento de pessoas e animais na

    disponibilizao da gua, a Sabesp no tem sido transparente na distribuio de seus insumos, seja

    no tocante quantidade vendida diretamente para as industrias, seja pelo o preo pelo qual tem sido

    vendida a gua para a industria e grandes consumidores.

    A) Captao de gua de chuva

    Cisternas Urbanas

    Com o foco de captar a gua da chuva para posterior utilizao, prope-se uma campanha para a

    distribuio (residncias de baixa renda) e o incentivo (reduo do IPTU para residncias de

    mdia/alta renda e comrcios) de cisternas e mini cisternas urbanas. Para as novas obras prope-se

    que seja obrigatria a implantao destes dispositivos que, alm de contriburem na drenagem,

    tambm ajudam a populao a utilizar esta gua para fins no potveis.

    Diante da crise hdrica e com o receio de desabastecimento comearam a ser comercializadas mini

    cisternas de baixo custo e fcil instalao conforme imagens a seguir:

  • Figura 6 Funcionamento de minicisterna

    O projeto destes equipamentos deve seguir a norma ABNT NBR 15.527/2007, cujo objetivo

    fornecer os requisitos para o aproveitamento de gua de chuva de coberturas em reas urbanas

    para fins no potveis.

    Esta gua pode ser utilizada para regar plantas, descarga, limpeza de reas comuns em geral,

    automveis etc. Com a adio de cloro orgnico (o mesmo usado em piscinas) tambm serve para

    lavar roupas.

    A) Reduo de presso na rede

    Como medida emergencial prope-se a reduo na presso da gua fornecida, em especial no

    perodo noturno, para evitar desperdcio com vazamentos.

    importante salientar que a reduo no representa racionamento, ou seja, interrupo no

    fornecimento. Isso porque a prtica do racionamento mais prejudicial pois, quando o sistema

    religado, a presso da gua acarreta novos vazamentos.

    Segundo informaes do site da Sabesp toda a rede possui sistema remoto de medio para

    identificar a quantidade de gua consumida e a vazo nas tubulaes ao longo de cada hora do dia.

    Com base nestas informaes possvel controlar, atravs de vlvulas ligadas na rede, a quantidade

    de gua conforme o perodo do dia.

  • A2 Para cenrios de curto prazo sem crise hdrica

    A) Lagoas de vrzea

    As lagoas de vrzea so formaes comuns aps as cheias, fica alojada entre barreiras de

    sedimentos deixados pelos rios ao voltarem ao seu leito normal. Estas esto presentes na rea do

    terreno do Parque Global, como se pode constatar nos mapas hidrolgicos.

    Figura 7: MDC Mapa Digital da Cidade (2012) Bacias Hidrogrficas e Hidrografia complementar, destaque

    para as lagoas de vrzea a leste do distrito, prximo ao Rio Pinheiros.

    Quando se trata de drenagem urbana, recomenda-se respeitar a natureza dos rios e crregos, no

    que se refere sua dinmica e diminuir a taxa de impermeabilidade do solo. Alm disso, segundo o

    Cdigo Florestal Brasileiro, Lei n12.651/12, so reas de APP (reas de preservao

    permanente)as reas ao redor de lagoas, lagos ou reservatrios d gua naturais ou artificiais.

    Partindo deste princpio, sero mantidas as lagoas de vrzea juntamente com um parque.

  • Figura 8: PANAMBY MAGAZINE, JUNHO 2014 - Parque Global (inserido na rea da Operao

    Urbana gua Espraiada) e sua interferncia em reas de Preservao Permanente Hidrobacia do

    crrego Panamby

    Nos perodos em que as lagoas no estaro cheias, o espao se torna rea de lazer. Evidentemente

    sistemas de alarmes sero acionados para alertar a populao nos perodos de cheia.

    Apesar de ser uma rea particular, o PDE (2014) estabelece que identificadas as reas de proteo

    ambiental, Todo parque existente eplanejado passa a ser uma Zona de Proteo Ambiental

    (ZEPAM). Assim, impede-se que reas particulares destinadas implantao de futuros parques

    sejam apropriadas pelo mercado imobilirio. (Plano Diretor Ilustrado,p. 54, 2014)

    Figura 9: Turenscape, 2014. Parque de Yanweizhou na China

    B) Parques lineares

  • Segundo o Cdigo Florestal Brasileiro, Lei n12.651/12, as reas de preservao permanente

    possuem a funo, dentre outras, de preservar os recursos hdricos e proteger o solo. Esto

    includas as reas situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso d gua, com a largura destas

    reas variando de acordo com a largura dos cursos d gua.

    Como uma regio com divisores de gua presentes, h uma grande quantidade de nascentes e

    crregos canalizados e no canalizados, fechados e abertos.

    Afim de otimizar o sistema de drenagem, a naturalizao dos cursos dos crregos respeitando os

    recuos exigidos pelo Cdigo Florestal a opo mais favorvel porque se aproxima mais das

    condies iniciais e naturais do distrito. Alm de permitir a permeabilizao das margens, juntamente

    com a urbanizao de favelas, evita a poluio e diminui a velocidade de escoamento para o rio e

    pontos de alagamento.

    C) Destinao correta dos resduos da obra

    Os resduos gerados nas atividades de construo so responsveis por grande parte do total de lixo

    produzido nas cidades. Se no forem tratados corretamente, esses materiais podem poluir rios e

    mananciais responsveis pelo abastecimento de gua nas cidades, favorecer a reproduo de

    insetos, roedores e microorganismos transmissores de doenas e entupir os sistemas de drenagem

    de gua e assorear de rios e crregos causando inundaes.

    Alm dessas consequncias, a remoo dos resduos irregularmente acumulados aumenta os custos

    municipais. Isso tem se transformado num "negcio estabelecido em quase todas as grandes

    cidades brasileiras, envolvendo as empresas contratadas pela prefeitura para recolher o entulho

    depositado irregularmente", a um custo mdio de R$10/hab/ano (transporte e disposio).

    A Resoluo CONAMA n. 307, j define e classifica os possveis destinos finais dos resduos da

    construo e demolio, alm de atribuir responsabilidades para o poder pblico municipal e tambm

    para os geradores de resduos no que se refere sua destinao, porm no suficiente e nem

    eficiente.

    Desta forma todas as construtoras devem ser obrigadas a ter um plano de gesto de resduos

    slidos nos canteiros de obras (fiscalizados atravs de auditorias tanto internas quanto provenientes

    do rgo pblico) incluindo treinamento dos trabalhadores para que se comece a criar uma cultura,

    um hbito, do descarte correto destes resduos, principalmente em uma regio com potencial

    construtivo, como no contexto atual da Vila Andrade.

    D) reas de nascentes

    No distrito h vrias nascentes, algumas preservadas em reas cercadas, outras j ocupadas por

    condomnios como o Vilaggio Panamby e outras localizadas em lotes desocupados e sem proteo

    contra ocupao.

    [] o projeto original do Vilaggio Panamby foi alterado por recomendao do DEPAVE, aps

  • consulta dos empreendedores Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Originalmente, a rea de

    241.331 m2 em forma de anfiteatro que abriga trs nascentes e um crrego teria seu fundo de vale

    ocupado por jardins formais e seu crrego canalizado, formando espelhos dgua. (FERREIRA,

    2012, p.149-150 apud SILVA FILHO, 2005)

    De acordo com o Cdigo Florestal, so reas de APP o limite a partir de um raio de 50 metros de

    largura das reas de nascentes. Considerado isto e que o PDE estabelece que identificadas as

    reas de proteo ambiental, Todo parque existente e planejado passa a ser uma Zona de Proteo

    Ambiental (ZEPAM). Assim, impede-se que reas particulares destinadas implantao de futuros

    parques sejam apropriadas pelo mercado imobilirio. (Plano Diretor Ilustrado,p. 54, 2014)

    Figura 10: Mapa de elementos de drenagem da hidrobacia do crrego Tangar no Parque Burle Marx

    Apesar do Plano Diretor estabelecer parques planejados, estes no contemplam todas as reas de

    nascente. O nico parque planejado no PRE do Campo Limpo (2004) o Parque Paraispolis, e

    ainda uma parte pequena da rea verde cercada que possui vrias nascentes.

  • Figura 11: PDE (2014) Mapa de reas Verdes Destaque para limite do distrito.

    necessrio cadastrar as reas de nascente, bem como a sua situao, para que haja aes

    especficas a fim de preserv-las. O afastamento de ocupaes prximo das nascentes impede a

    poluio da gua que posteriormente ser utilizada para abastecimento.

    O consumo da gua deve ser pensada como um ciclo mas de forma otimizada. As nascentes e

    riachos fornecem gua que ser tratada para o abastecimento, ao mesmo tempo que deve ser

    utilizada como solvente para diluir o esgoto. Depositar este esgoto nas nascentes s encarecer o

    processo de filtragem para que a populao possa consumi-la em um nvel adequado.

    E) Lixeiras nos edifcios

    A necessidade de dispor lixeiras inteligentes em edifcios se revela com a grande quantidade de

    sacos de lixo que so carregados nos dias de chuva. A falta de lixeiras e a grande quantidade de

    sacos so uma combinao terrvel quando se pensa em gesto e qualidade das guas urbanas.

    Para combater toda essa carga difusa que eventualmente chegar aos crregos, prevemos a

    normatizao das lixeiras inteligentes nos edifcios novos e existentes, com as dimenses

    adequadas para o manejo dessa carga de lixo.

    F) Cestos de Boca de Lobo

    A cidade de So Paulo possui um contrato com empresas

    de lixo que somam 2,5 bi ao ano, nesse certame existe a

    previso de limpeza de ruas, implantao de mais de 150

    mil lixeiras, limpeza de rua e da boca de lobo. Contudo, a

    manuteno e limpeza de bocas de lobo no impede o que

    preconiza a PNRS, Lei 12.305, em que as administraes

    municipais so responsveis por impedir que o lixo seja levado pelas guas de chuva para os

    bueiros seja enviado para as vias pluviais. Quando no ficam retidos nos bueiros, os resduos slidos

    acabam por seguirem para os rios, poluindo-os e gerando enormes prejuzos ao meio ambiente. Com

    isso, o processo de desassoreamento dos rios assoreados torna-se mais caro e consequentemente,

    o DBO dos rios e crregos tornasse exponencialmente alto para que seja posteriormente tratado em

    nossas estaes de gua e esgoto. Ao passo que implanta-se um filtro ou cesto em nossos bueiros,

    seria possvel diminuir os problemas com enchentes, despesas com manuteno e limpeza de

  • galerias pluviais, bem como melhorar a qualidade das guas pluviais que vo para os nossos rios e

    crregos, melhorando a qualidade de vida e do nosso meio ambiente.

    F) Captao de gua de chuva (reteno) e reviso da lei das picininhas

    So Paulo promulgou a lei municipal 13.276/2002 em 04/01/2002 que torna obrigatria a execuo

    de reservatrios para as guas coletadas por coberturas e pavimentos nos lotes, edificados ou no,

    que tenham rea impermeabilizada superior a 500 m, a famosa lei das piscininhas. Esta lei tem o

    objetivo de diminuir os prejuzos causados pela enchente atravs do armazenamento temporrio da

    gua de chuva em um reservatrio para que no sobrecarregue o sistema de drenagem. Trata-se

    aqui de intervenes em escala da microdrenagem que, portanto tero consequncias diretas sobre

    a macro-drenagem. Esta gua tambm pode ser utilizada como reuso, como j foi comentado em

    outro item sobre a captao de gua de chuva.

    Apesar da inteno, a restrio desta lei para novos imveis no reduz o impacto sobre o sistema de

    macrodrenagem, visto que a cidade de So Paulo j est quase totalmente adensada e as reas

    mais impermeabilizadas esto na periferia, onde os imveis so pequenos e muito adensados. A

    fiscalizao ainda deficiente mostra a falha de implantao da lei, tambm no h punio efetiva e

    nem incentivo para cumprimento da lei. Esta tambm no explora muito a reutilizao da gua

    reservada, o que significa o aproveitamento parcial da instalao de um sistema como este que no

    barato.

    O ideal, ento, seria a integrao do sistema de aproveitamento de guas pluviais e do sistema de

    infiltrao do volume de gua extravasada do reservatrio, pois dessa maneira se reduz a vazo de

    escoamento superficial. Conforme o esquema de instalao a seguir:

    Sistema de aproveitamento de gua pluvial integrado ao sistema de poo de infiltrao. Fonte: CAIXA, Selo Casa Azul Boas Prticas para Habitao Mais Sustentvel

    O controle da macro drenagem demandaria um maior tempo de implementao por conta do custo

    elevado e necessidade de grandes reas livres com a localizao adequada. Por outro lado, a

    deteno no nvel de microdrenagem de mais fcil implementao por necessitar de um sistema

  • simples e demandar um espao muito menor, portanto, neste sentido a lei possui um carter muito

    positivo, mas precisa de ajustes. Incentivos ao reuso que reduziriam a conta de gua quer seria uma

    vantagem da instalao do prprio sistema, reduo do custo dos kits de instalao, desconto no

    IPTU dos imveis que instalassem os reservatrios, mesmo naqueles que j esto ocupados; alm

    da punio/multa e fiscalizao dos imveis.

    H) Remoo de ocupao irregular em reas de APP

    A ocupao nas reas de preservao como nascentes, crregos e lagoas de vrzea implicam na

    impermeabilizao das margens e poluio destes cursos d gua e a populao local a maior

    atingida com estas aes.

    Inundaes pontuais ou nas vrzeas dos rios, aumento do custo do tratamento da gua so algumas

    das consequncias ligadas gua.

    No se trata apenas da ocupao irregular, mas tambm da ocupao regular em reas de

    preservao (Vilaggio Panamby) e reas particulares (Parque Global, terreno pertencente Cyrela,

    prximo do Parque Burle Marx Figura 3).

    necessria a determinao clara das reas de preservao ambiental pela prefeitura e a

    manuteno destas como ZEPAM. a partir da determinao destas reas que se poder

    determinar as reas de ocupao e de modo ordenado para que estes cursos d gua continuem

    sendo minimamente afetados.

    B Para cenrios de mdio e longo prazo

    A) Troca e manuteno da rede de distribuio

    A troca e manuteno das redes de distribuio de guas uma questo fundamental para a

    diminuio do desperdcio de gua potvel, que na cidade de So Paulo chegam a 30%. Essa perda

    significativa, principalmente em tempos de crise hdrica, e entendemos as diminuies desses

    valores como uma importante ao para um Distrito que se prope sustentvel (Vila Andrade

    Sustentvel).

    Assim entendemos essa troca como uma ao importante de resultados a longo prazo. Essa ao

    tambm entendida por ns como desejvel independendo do cenrio, se com ou sem crise hdrica.

    Firmaramos portanto para o distrito o chamado contrato de performance para reduo de perdas

    reaiscom a Sabesp, com metas de troca de tubulao e ao mesmo tempo na diminuio das guas

    ilegais na rea de Paraispolis.

    B) Urbanizao das reas informais

    As ocupaes irregulares so resultado do crescimento desordenado da cidade e como resultado

    pode-se ver a ocupao em reas de risco, reas de mananciais e cursos d gua. A falta de

    infraestrutura acompanhada destas ocupaes est diretamente ligada a falta de servios bsicos

    como ligao regular com a rede de abastecimento de gua e esgoto e coleta de lixo.

  • Esta situao leva a uma utilizao dos recursos hdricos da forma mais insustentvel no sentido que

    no h controle do consumo de gua potvel (desperdcio), o esgoto jogado no prprio crrego

    prximo, poluindo uma fonte de gua limpa que ser tratada com um custo muito maior; o lixo, alm

    de poluir, ir obstruir os sistemas de drenagem e a impermeabilizao das margens dos cursos d

    gua iro contribuir para o aumento da velocidade de escoamento superficial levando a pontos de

    alagamento e enchentes.

    O problema das ocupaes no pode ser resolvido sem integrao das aes que foram citadas

    anteriormente porque a gua nica, a mesma que utilizamos para beber e diluir dejetos. Alm

    disso, a desobstruo do sistema de drenagem com a coleta de lixo ligada maior permeabilidade

    (estabelecendo-se e respeitando-se as reas de APP) evitar os pontos de alagamento.

    Figura 12: Archdaily, 2012 - Corte do projeto de Habitao Novo Santo Amaro V Vigliecca &

    Associados

    C) Legislao para utilizao de gua que aflora em escavao

    Tendo em vista o momento crtico em que se encontra a disponibilidade hdrica em nossa cidade,

    todas iniciativas propositivas no sentido de economizar, otimizar e melhorar a distribuio da gua a

    todos, torna-se essencial para que no falte esse recurso natural no futuro. Com a verticalizao

    residencial promovida pelas construtoras e fundos de investimento, para se ter ideia, apenas na Vila

    Andrade foram mais de 100 empreendimentos em 2007, h a necessidade de escavao do terreno

    para implantao de seu alicerce e construo de garagens, ocasionando o afloramento das guas

    subterrneas existentes naquele local.

    Assim, dentro do que preconiza o PNRH que impe uma gesto com a utilizao racional e integrada

    dos recursos hdrico, e mais, especificamente no artigo 3, inciso V resoluo n 15, de 11 de janeiro

    de 2001: V - Os Sistemas de Informaes de Recursos Hdricos no mbito federal, estadual e do

    Distrito Federal devero conter, organizar e disponibilizar os dados e informaes necessrios ao

    gerenciamento integrado das guas. Pargrafo nico. Os Planos de Recursos Hdricos devero

    incentivar a adoo de prticas que resultem no aumento das disponibilidades hdricas das

    respectivas Bacias Hidrogrficas, onde essas prticas forem viveis.

    Desse modo, todas as construtoras e todos que construrem em seus lotes, deveriam ser fiscalizados

    quanto a existncia do aparecimento dessas laminas de gua e ao mesmo tempo, a criao de leis

  • que estimulem uma outorga ou cadastro dessas nascentes artificiais para que no haja a poluio

    dessas guas e ao mesmo tempo possamos fazer o melhor uso desses recursos para todos.

    D) ETE/ETA Parque Global

    No primeiro trabalho realizado por este grupo sobre planejamento urbano, nesta mesma rea da Vila

    Andrade, propomos a desapropriao de um terreno de 220 mil/m, s margens do Rio Pinheiros,

    onde pretende-se construir um empreendimento imobilirio denominado Parque Global.

    Afora todos os problemas ambientais e oramentrios envolvidos nesse processo, a proposta seria

    implantar, na maior parte desta rea, um parque pblico. Em outra rea menor foi sugerida a

    implantao de vrios equipamentos ambientais dentre os quais uma ETE para o tratamento das

    chamadas guas negras e uma ETA.

    Com o final da reurbanizao da comunidade Paraispolis e a regularizao das ligaes de esgoto

    da regio da Vila Andrade seria feita uma rede coletora de esgoto para leva-lo ETE Parque Global.

    Tomamos como exemplo a ETE construda em Campos do Jordo que coberta com tratamento de

    odores e rudo. A estao trataria o esgoto da regio com a finalidade de fornecer gua de reuso

    para a limpeza das ruas de feiras livres, nibus e outras utilizaes especficas. Tambm haveria a

    separao do lodo do esgoto para a gerao de energia eltrica.

    Esto bastante avanadas as pesquisas, inclusive do Departamento de Qumica da USP So Carlos,

    que utilizam o lodo resultante do tratamento do esgoto para a gerao de combustvel ou para a

    gerao de energia eltrica.

    Tambm h a previso da implantao de uma Estao de Tratamento da gua proveniente da ETE.

    A concepo uma estao coberta com tratamento de rudo e odores. Neste caso a gua tratada e

    potvel volta rede de abastecimento sendo fornecida populao da regio.

    O objetivo do trabalho demonstrar que podemos ter bairros/cidades autossustentveis. Que

    conseguem solucionar, em suas microrregies, os problemas ali gerados. Atualmente, e cada vez

    mais, os recursos so escassos para realizar grandes obras. A soluo dos problemas localmente

    tende a minimizar esses investimentos.

    E) ETE em edifcios comerciais, industriais, canteiros de obra e condomnios

    importante que seja amplamente adotada a reciclagem interna de gua, que consiste no reuso

    antes de sua descarga em um sistema geral de tratamento, com objetivo de economizar gua e

    controlar a poluio. Aplicvel para instalaes industriais e para guas cinzas (lavatrios, chuveiros,

    lavagem de roupas) de edifcios comerciais, hotis e shopping centers.

    F) Caladas verdes

    As caladas verdes so, para alm da drenagem urbana, uma questo de qualificao ambiental das

    cidades. Consideramos para nosso trabalho a grande variedade de aes que podem ser traadas a

    partir dessa premissa, como a construo de bolses de reteno de gua em rea de baixio, ou a

    colocao de pisos drenantes em rea que a circulao no to grande, a instalao de parklets

    com jardins para a infiltrao da gua no solo perto de escolas, ou pontos de grande movimentao

    de pedestres e toda uma gama de aes que serviriam tanto para uma qualificao do espao

    publico, deixando-o mais atraente e convidativo, como para uma ao conjunta de drenagem urbana.

  • G) Pavimento permevel

    A Vila Andrade, como outras regies lindeiras a Marginal Pinheiros, comporta uma grande

    quantidade de centros comerciais com grandes reas para estacionamento. Alem desses espaos

    temos uma grande quantidade de grandes condomnios, como grandes reas de estacionamento,

    com piso impermevel. Combater esse rpido escoamento gerado por reas de pavimentadas onde

    possvel uma premissa de um bairro que se pretende sustentvel.

    Incentivaramos ento, a troca desses pisos ou por pisos permeveis ou de asfalto poroso como em

    estacionamentos residenciais e com baixo trafego de automvel e por pisos capazes de reter a gua

    da chuva com mantas sob ele em reas como avenidas e ruas de trafego mais intenso. Essas

    iniciativas de tentar se urbanizar com o menor impacto, como a pavimentao permevel uma das

    premissas da Vila Andrade distrito sustentvel

    REFERNCIAS

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    orientao Poltica Estadual de Recursos Hdricos bem como ao Sistema Integrado de

    Gerenciamento de Recursos Hdricos. So Paulo. Disponvel em:

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