trabalho - direito do mar - 29-04-2011 - final

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JAIR ANTONIO DONADON DIREITO DO MAR, DIREITO DO ESPAÇO AÉREO E DIREITO DO ESPAÇO EXTERIOR (EXTRA-ATMOSFÉRICO)

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Page 1: Trabalho - Direito Do Mar - 29-04-2011 - Final

JAIR ANTONIO DONADON

DIREITO DO MAR, DIREITO DO ESPAÇO AÉREO E

DIREITO DO ESPAÇO EXTERIOR (EXTRA-ATMOSFÉRICO)

Centro Universitário FIEO – UNIFIEO

OSASCO/2011

Page 2: Trabalho - Direito Do Mar - 29-04-2011 - Final

JAIR ANTONIO DONADON

DIREITO DO MAR, DIREITO DO ESPAÇO AÉREO E

DIREITO DO ESPAÇO EXTERIOR (EXTRA-ATMOSFÉRICO)

Trabalho apresentado ao curso de Ciências

Sociais e Jurídicas do Centro Universitário

FIEO – UNIFIEO, como requisito parcial da

avaliação da disciplina Direito Internacional

da turma 4º MA.

Orientadora: Profª. Dra. Cláudia Maria

Carvalho do Amaral Vieira

Centro Universitário FIEO – UNIFIEO

OSASCO/2011

Page 3: Trabalho - Direito Do Mar - 29-04-2011 - Final

FOLHA DE APROVAÇÃO

JAIR ANTONIO DONADON

DIREITO DO MAR, DIREITO DO ESPAÇO AÉREO E

DIREITO DO ESPAÇO EXTERIOR (EXTRA-ATMOSFÉRICO)

___________________________________

___________________________________

___________________________________

___________________________________

_________________________________

Orientadora: Profª. Dra. Cláudia Maria

Carvalho do Amaral Vieira

Centro Universitário FIEO – UNIFIEO

OSASCO/2010

Page 4: Trabalho - Direito Do Mar - 29-04-2011 - Final

SUMÁRIO

1 DIREITO DO MAR

1.1 ÁGUAS INTERIORES

1.2 MAR TERRITORIAL

1.3 ZONA CONTIGUA

1.4 ZONA ECONÔMICA EXCLUIVA

1.5 PLATAFORMA CONTINENTAL

1.6 ALTO MAR

1.7 FUNDOS MARINHOS

1.8 ESTREITOS

1.9 CANAIS

2 DIREITO DO ESPAÇO AÉREO

3 DIREITO DO ESPAÇO EXTERIOR (EXTRA-ATMOSFÉRICO)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

ANEXOS

Decreto Legislativo n° 5, de 1987

Decreto n° 1.530, de 1995

Page 5: Trabalho - Direito Do Mar - 29-04-2011 - Final

DIREITO DO MAR, DIREITO DO ESPAÇO

AÉREO E DIREITO DO ESPAÇO EXTERIOR

(EXTRA-ATMOSFÉRICO)

O presente trabalho procurou abordar os principais pontos do Direito do Mar, do

Direito do Espaço e do Direito do Espaço Exterior. Esta matéria é extremamente relevante

no contexto atual e fundamental para o Direito Internacional Público.

1.DIREITO DO MAR

O Direito do Mar é um dos Ramos do Direito Internacional Público. No século

passado surgiu uma enorme preocupação em codificá-lo e várias foram às tentativas desde

1930, em Haia. Tentou-se por duas vezes em Genebra em 1958 e 1960. No ano de 1973

tem início a 3ª Conferência das Nações Unidas para o Direito do Mar, que em 1982 chega a

seu fim com a conclusão e assinatura de uma convenção que foi assinada na cidade de

Montego Bay – Jamaica, por 117 países (MELLO, 2001).

Foi decidido que a Convenção entraria em vigor após 12 meses do depósito do 60°

instrumento de ratificação. Isso ocorreu em 16 de novembro de 1993 e entrou em vigor em

16 de novembro de 1994.

No Brasil, o Congresso Nacional aprovou por meio do Decreto Legislativo n° 5 de 09

de novembro de 1987 a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, concluída

em Montego Bay, Jamaica, em 10 de dezembro de 1982. A Presidência da República

através do Decreto 1.530 de 22 de junho de 1995 declarou a entrada em vigor da

Convenção.

Page 6: Trabalho - Direito Do Mar - 29-04-2011 - Final

Segundo Guy de Lacherrière (apud MELLO, 2001, p. 1114) o Direito do Mar

apresenta as seguintes características:

a) Ele regulamenta de modo preciso, sendo que os dispositivos ambíguos são poucos;

b) A regulamentação foi necessária para atender o 3° Mundo, porque o regime de

liberdade beneficiava as grandes potências;

c) Tentou-se dar uma igualdade aos Estados na apropriação dos recursos do mar;

d) Visa atender os interesses regionais;

e) Houve um aumento das áreas submetidas à competência dos Estados;

f) Consagra a solução pacifica dos litígios por diferentes modos pacíficos (como

exemplo o Tribunal Internacional do Direito do Mar).

Esta Convenção também definiu, de forma precisa, os espaços marítimos, e, como

conseqüência, nos dias atuais, mesmo os países não signatários da Convenção adotam e

respeitam os conceitos relacionados com as definições dos espaços marítimos e ao meio

ambiente (MATTOS, 1996).

1.1 ÁGUAS INTERIORES

Para o Direito Internacional, como conceitua Celso C. de Albuquerque Mello, são

“aquelas localizadas entre a costa e o limite interior do mar territorial. O limite interior é a

linha base a partir de onde começa a medida da largura do mar territorial” (2001, p.1115).

Em complemento temos também o conceito do professor Francisco Resek (2005,

p.305), que aproveita o Art. 7, § 1, ou seja:

As águas interiores a que a Convenção (do Mar) se refere são águas de

mar aberto: fazem parte daquela grande extensão de água salgada em

comunicação livre na superfície da Terra, e sua interioridade é pura ficção

jurídica. Cuida-se das águas situadas aquém da linha de base do mar

territorial, em razão da existência de baías, de portos e ancoradoros, ou de

um litoral caracterizado por recortes profundos e reentrâncias ou em que

existia uma franja de ilhas ao longo da costa na sua proximidade imediata.

Page 7: Trabalho - Direito Do Mar - 29-04-2011 - Final

Essencialmente o que diferencia as águas nacionais ou internas das do mar territorial

é que nesta ultima existe o direito de passagem inocente, em favor dos navios mercantes

estrangeiros, e que não se admite esse direito nas águas nacionais (ACCIOLY, 2009).

1.2 MAR TERRITORIAL

O professor Accioly (2009) conceitua mar territorial, como segue:

O mar territorial é a faixa de mar que se estende desde a linha de base até

uma distância que não deve exceder 12 milhas marítimas da costa e sobre

a qual o Estado exerce a sua soberania, com algumas limitações

determinadas pelo direito internacional.

Existem três métodos para determinar o limite exterior do mar territorial:

a) O traçado paralelo à costa, mas este é impraticável quando ela apresenta

sinuosidades;

b) O traçado poligonal consiste em fazer na linha de base do mar territorial uma

série de retas idéias, unindo, dois a dois o limite da costa;

c) Método das curvas tangente consiste em traçar uma série de arcos de círculos

com raio igual à largura do mar territorial em todos os pontos da costa.\

A jurisprudência internacional não considera nenhum obrigatório. A convenção

estabelece que o limite do mar territorial é a linha que esta mais próxima de cada um

dos pontos da linha base a uma distancia igual ao território.

O mar territorial é uma noção ao mesmo tempo do Direito Internacional Público e do

direito interno. São sinônimos as expressões mar litoral e mar nacional, porém esta

consagrado desde as convenções de 1958 e 1982, mar territorial.

Sempre houve uma busca de dar um regime jurídico ao mar. Porém mar territorial

surge no período medieval. Inúmeras são as razões para sua criação, por exemplo, a

percepção de impostos sobre a navegação, a pesca ou ainda a finalidade de assegurar a

paz contra ataque de piraras (MELLO, 2001).

Mister se faz ressaltar que os Estados possuem direitos exclusivos como uma

decorrência da soberania que exercem no mar territorial, inclusive inclui o direito sobre o

Page 8: Trabalho - Direito Do Mar - 29-04-2011 - Final

solo e o subsolo e ao espaço áereo. Esta região é normalmente a plataforma continental no

sentido geográfico.

O professor Albuquerque de Mello ensina que o solo e o subsolo do mar territorial

estão sujeitos ao regime jurídico deste e não da plataforma continental.

O Artigo 17 da Convenção trata da passagem inocente. Esta é a principal restrição a

soberania do Estado sobre seu mar territorial. Consiste no direito de passagem inocente de

um navio de qualquer país (com ou sem costa), desde que não prejudique à paz, à ordem, à

segurança. Esse direito também se aplica aos navios de guerra, desde que não pratique

manobras ameaçadores ao Estado costeiro. Assim, passagem inocente deverá respeitar as

leis do Estado Costeiro e as normas internacionais pertinentes.

1.3 ZONA CONTIGUA

O conceito de zona contigua foi muito bem elaborado por Francisco Resek:

Cuida-se de uma segunda faixa, adjacente ao mar territorial, e, em princípio,

de igual largura, onde o Estado costeiro pode tomar medidas de fiscalização

em defesa de seu território e de suas águas, no concerne à alfândega, à

imigração, à saúde, e ainda à disciplina regulamentar dos portos e do

transito pelas águas territoriais (2007, p. 311).

Esta zona não pode ultrapassar as 24 milhas marítimas, a partir da linha de base do

mar territorial.

1.4 ZONA ECONÔMICA EXCLUIVA

A Zona Econômica Exclusiva é uma faixa adjacente ao mar territorial, que a este se

sobrepõe e cuja largura máxima é de 188 milhas marítimas, contadas do limite exterior

deste.

A largura é limitada a 200 milhas marítimas a partir da linha de base, de onde se

mede o mar territorial.

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Esta zona tem sua natureza jurídica bastante discutida, pois a Convenção optou por

uma expressão hibrida, ao afirmar que nela o Estado tem direitos soberanos, isto é, apenas

alguns direitos ali especificados, e não uma soberania completa, o que poderia levar a se

considerar que pertenceria ao alto-mar (MELLO, 2001). Assim, a natureza da zona vai

depender da atividade que for enfocada:

a) do ponto de vista dos recursos, ela é patrimônio do Estado.

b) do ponto de vista da navegação é alto-mar.

Nessa zona qualquer Estado goza do direito de navegação e sobrevôo, cabendo-lhe

ainda, a liberdade de instalação de cabos e dutos submarinos. Já os Estados costeiros têm

o direito de exercer sua soberania para fins de exploração e aproveitamento dos recursos

biológicos e minerais existentes no leito e subsolo do mar e nas suas águas sobrejacentes,

devendo a pesca ser praticada dentro dos limites de captura exigidos para a preservação

das espécies, cuja reprodução esteja gravemente ameaçada, cabendo-lhe a autorização,

mediante licença, para que outros países completem o nível de captura recomendada pelos

organismos internacionais, estabelecendo as cotas, o período de tempo em que a pesca

ocorrerá e as espécies que poderão ser capturadas (ZÓRIA, 2002)

Caberá, ainda, ao Estado costeiro, na Zona Econômica Exclusiva direito de

exploração dos minerais encontrados no solo e subsolo marinhos. Esse direito estender-se-

á à produção de energia derivada da água, das correntes e dos ventos, além de abranger

jurisdição para o estabelecimento e a utilização de ilhas artificiais, instalações e estruturas,

para a investigação científica marinha e para a proteção e preservação do meio ambiente

marinho.

A Convenção deixou uma lacuna interpretativa, na questão da liberdade de

navegação nesta área, pois não esclareceu se essa liberdade, definida pelo artigo 58,

permite ou não a realização de manobras e exercícios militares por outros Estados que não

o Costeiro.

1.5 PLATAFORMA CONTINENTAL

Geograficamente plataforma continental é aquela parte do leito do mar adjacente à

costa, cuja profundidade em geral não ultrapassa aos 200 metros, e que, a uma certa

distancia do litoral, cede lugar às inclinações abruptas que conduzem aos fundos marinhos

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A Convenção de 1982 estabelece o limite da Plataforma Continental ao da Zona

Econômica Exclusiva, ou seja, 200 milhas marítimas da linha de base. Porém esse limite

pode ser alongado se o bordo exterior da margem continental (o limiar da área dos fundos

marinhos) esteja ainda mais distante. Neste caso o bordo será o limite da plataforma, desde

que não ultrapasse a extensão de 350 milhas marítimas da linha de base (REZEK, 2007).

Na plataforma os direitos econômicos do Estado costeiro são exclusivos. Esta

soberania diz respeito à exploração dos recursos naturais, ou seja, não pode impedir que

outro Estado coloque cabos ou dutos, dentro dos rigores técnicos.

1.6 ALTO MAR

Este espaço marítimo (alto mar) é caracterizado por compreender todas as partes do

mar não incluídas na Zona Econômica Exclusiva, no Mar Territorial ou nas águas interiores

de um Estado, nem nas águas arquipelágicas de um Estado Arquipélago. Foi reafirmado o

princípio da liberdade de navegação para os navios de todos os Estados, tenham ou não

litoral, sendo inaceitável, nos termos da Convenção, que este ou aquele Estado pretenda

submeter qualquer parte do Alto-Mar à sua soberania (Zoria, 2002).

1.7 FUNDOS MARINHOS

Os Fundos Marinhos receberam tratamento singular na convenção. Foi estabelecido

regimes jurídicos distintos para o Alto-Mar e para os Fundos Marinhos situados além das

jurisdições nacionais. Enquanto que para o Alto-Mar foi estipulado o regime de liberdade,

uma mudança fundamental ocorreu com relação aos Fundos Marinhos. Estes, embora

situados além das áreas de jurisdição nacional, não mais são livres, pois foram

considerados patrimônio comum da humanidade, ou seja, res communis.

Outrossim, existe uma Câmara de Controvérsias dos Fundos Marinhos, em pleno

funcionamento no Tribunal Internacional sobre Direito do Mar, instituída com a Convenção

em seu Anexo VI, responsável por dirimir quaisquer lides ocorridas neste local.

Os Estados Unidos da América não aceitaram esta Convenção porque defendiam a

posição dos fundos marinhos ser considerado res nulium.

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1.8 ESTREITOS

O professor Resek define que o Estreito típico é o corredor cujas águas integram o

mar territorial de um ou mais Estados, e que assegura a comunicação entre espaços de alto

mar ou zona econômica exclusiva, interessando a navegação internacional. Neste corredor

é garantido o direito de passagem em transito a navios e aeronaves, civis ou militares, de

qualquer bandeira.

1.9 CANAIS

Estes também são corredores que facilitam o transito, mas não são obras da

natureza. Assim o regime jurídico de todo canal há de ser o ditado por aquela soberania que

assumiu o empreendimento de construí-lo no seu território.

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2 DIREITO DO ESPAÇO AÉREO

A soberania do Estado se dá sobre os ares situados acima de seu território e de seu

mar territorial. Assim, o espaço aéreo tem o mesmo regime jurídico da superfície subjacente.

Não obstante isso, é livre a navegação aérea, civil ou militar, sobre os espaços onde não

incide qualquer soberania estatal (RESEK, 2007).

O Direito Internacional Aéreo pode ser definido como o conjunto de normas

internacionais que regulamentam o espaço aéreo e a sua utilização.

Para Albuquerque (2001) o processo de internacionalização do Direito Aéreo esta em

ritmo acelerado, pois:

a) a navegação aérea não se restringe ao território de um único Estado;

b) Todos os Estados possuem espaço aéreo;

c) No espaço aéreo não existe fronteiras claramente definidas;

d) Para segurança da navegação é necessário que a sinalização seja uniforme.

O Direito Aéreo pertence tanto ao Direito Público como o Privado, possuindo normas

de Direito Comercial, Direito Penal, Direito Internacional Público, Direito Civil.

O documento básico em matéria de navegação aérea é a Convenção Internacional

sobre Aviação Civil, assinada em Chicago em 7 de dezembro de 1944. Esta convenção

consagrou as 5 liberdades do ar, ou seja:

a) O direito de sobrevôo, igual ao direito de passagem inocente no mar;

b) O direito de escala técnica para reparações (igual ao direito de ancorar);

c) O direito de embarcar no território do Estado de que a aeronave é nacional

d) O direito de desembarcar no território do Estado contratante mercadorias e de

passageiros e correio que tenham sido embarcados no Estado que a aeronave é

nacional;

e) O direito de embarcar passageiros, mercadorias e correio com destino ao

território de qualquer contratante e desembarcar passageiros e mercadorias do

território de qualquer Estado contratante.

As aeronaves se classificam em publicas e privadas e as utilizadas pelo Estado a

seus serviços.

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As aeronaves públicas (civis ou militares) não gozam do direito de sobrevôo ou de

escala técnica. Estas precisam de autorização previam (RESEK, 2007).

No Brasil se vê algumas particularidades, o Código Brasileiro do Ar usa a ficção já

abandonada no Direito Internacional, ao declarar que as aeronaves militares são território do

Estado de sua nacionalidade. O Código Brasileiro de Aeronáutica diz que as aeronaves

militares ou civis de propriedade ou a serviço do Estado são consideram-se situadas no

território do Estado de sua nacionalidade.

Ao ensejo de conclusão desse item, cabe anotar que o Código Brasileiro de

Aeronáutica entrou em nosso ordenamento pela Lei 7.565 de 19/12/1986.

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3.DIREITO DO ESPAÇO EXTERIOR (EXTRA-

ATMOSFÉRICO)

O Direito Internacional começou a se interessar pelo Espaço Exterior em 1957, com

o lançamento do primeiro satélite artificial.

Conforme Celso D. de Albuquerque (2001), o direito que regula este espaço recebe

vários nomes, dependendo do doutrinador, por exemplo temos as seguintes denominações:

Direito Interplanetário, Direito Cósmico, Direito Astronáutico, Direito do Espaço, Direito

Supra-atmosférico, Direito do Espaço Exterior (esta última esta consagrada nos textos

internacionais aprovados pela ONU).

Importante esclarecer que o espaço exterior somente pode ser delimitado de forma

negativa, pois o que não é espaço aéreo é espaço exterior.

Para um melhor entendimento desse tema temos que conceituar o que é espaço

aéreo é o limite vertical da soberania do Estado. Porém, temos nada menos que dez (10)

teorias sobre a fórmula de delimitar esse espaço. A ordem jurídica internacional ainda não

consagrou qualquer uma delas. Isso ainda não tem gerados problemas porque os Estados

não têm considerado os satélites artificiais como violação do seu espaço aéreo (MELLO,

2001).

O espaço pode ser dividido em camadas (MATTE apud MELLO, 2001, p. 1265):

a) Troposfera nível do mar até 10.000 metros;

b) Estratosfera 10.000 até 40.000 metros;

c) Ionosfera 40.000 até 375.000 metros

d) Exosfera 375.000 até 20.000.000 ou mais

Os doutrinadores não possuem um consenso sobre até onde iria à atmosfera. Para

uns até 300 Km, para outros 600 Km e por último, outros até 1.100 Km. Se fosse adotado

que seria aquela região que um avião pode voar, ficaria em torno das 20 a 25 milhas. Em

virtude dessa consideração é preciso ter em mente que avião é um aparelho que pode ser

sustentado na atmosfera graças às reações do ar. Alguns países possuem aviões que voam

acima dessas marcas, porém fazem a decolagem como avião e depois utilizam foguete.

Interessante se faz esclarecer que, enquanto o avião tem o ar como aliado o foguete tem o

ar como obstáculo.

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A exploração espacial desperta um interesse meramente científico. Já os corpos

celestes foram motivos de grandes debates sobre sua natureza jurídica, sendo que duas

teorias se destacaram, sendo a primeira a que considera os corpos celestes res communis,

logo insuscetíveis de ocupação e, a segunda, que os considerava res nullius assim estariam

sujeitos ao primeiro ocupante.A primeira é que foi adotada.

Em 13 de dezembro de 1963, na ONU foi elaborada a Declaração de Princípios

Legais. Esta foi a primeira regulamentação jurídica normatizando as atividades na

exploração e uso do espaço exterior.

No ano de 1967 tem-se o Tratado sobre os Princípios que regerão as atividades dos

Estados na exploração e utilização do espaço exterior, inclusive a Lua e outros corpos

celestes. Também nesse ano foi aprovado tratado sobre o salvamento e a devolução de

astronautas e de objetos lançados ao espaço ultra terrestre.

Desde então temos o surgimento de várias agencias de diversos países para

pesquisa, tanto na Europa como na América.

Cabe um destaque final, a reivindicação feita em 1976 pelos seguintes países: Brasil,

Congo, Equador, Indonésia, Uganda, Zaire, Colômbia. Estes países possuem parte do seu

território na zona equatorial e reivindicaram a sua soberania sobre 35.000 Km de órbita

equatorial como recurso natural raro e querem forças os países lançadores a associá-los na

sua exploração. Essa posição foi muito criticada, pois violaria o tratado do espaço exterior

(MELLO, 2001).

Page 16: Trabalho - Direito Do Mar - 29-04-2011 - Final

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista que o processo de globalização caminha a passos largos, fica

evidente que os direitos e deveres de cada indivíduo e de cada Estado afloram por todas as

regiões do nosso planeta.

Assim, esperamos estar próximo o dia que todos os Estados serão forçados a

encarar suas responsabilidades, não se esquivando de assumir compromissos que afetem,

em última instancia, a nossa própria sobrevivência como espécie suprema. Somente assim

poderemos gozar os benefícios culturais, sociais, econômicos, tão almejados.

Page 17: Trabalho - Direito Do Mar - 29-04-2011 - Final

REFERÊNCIAS

ACCIOLY, Hildebrando. Manual de Direito Internacional Público. 14. ed. São Paulo:

Saraiva, 2009.

BRASIL. Congresso Nacional. Decreto Legislativo nº 5, de 09 de novembro de 1987. Aprova

o texto da Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, concluído em Montego Bay,

Jamaica, em 10 de dezembro de 1982. Disponível em

<http://www2.camara.gov.br/legin/fed/decleg/1980-1987/decretolegislativo-5-9-novembro-

1987-367281-publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em 29 abr. 2011.

BRASIL. Presidência da República. Decreto n° 1530, de 22 de junho de 1995. Declara a

entrada em vigor da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, concluída em

Montego Bay, Jamaica, em 10 de dezembro de 1982. Disponível em

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1995/D1530.htm>. Acesso em 29 abr. 2011.

MATTOS, Adherbal Meira. O Novo Direito do Mar. Rio de Janeiro: Renovar, 1996.

MELLO, Celso D. de Albuquerque, Curso de Direito Internacional Público. 13. ed. Rio de

Janeiro: Renovar, 2001. v. 2.

RESEK, J. Francisco, Direito Internacional Público – curso elementar. 10. ed. São Paulo,

Saraiva, 2007.

SORIA, Mateus da Fonseca. Convenção das Nações Unidas e o Direito do Mar.

Disponível em: < http://jus.uol.com.br/revista/texto/6021/convencao-das-nacoes-unidas-

sobre-direito-do-mar> Acesso em 29 abr. 2011