trabalho de hidrologia

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UNAMA – UNIVERSIDADE DA AMAZONIA ENGENHARIA CIVIL ALBERTO W. FOLHA DE CASTRO LAURO MEDEIROS MORAES LUCAS HACHEM CAVALCANTE MICHEL BESTENE PAULO LUCAS PAES DUARTE WILMAR N. FRAZÃO NETTO HIDROLOGIA APLICADA 1

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Page 1: Trabalho de Hidrologia

UNAMA – UNIVERSIDADE DA AMAZONIA

ENGENHARIA CIVIL

ALBERTO W. FOLHA DE CASTRO

LAURO MEDEIROS MORAES

LUCAS HACHEM CAVALCANTE

MICHEL BESTENE

PAULO LUCAS PAES DUARTE

WILMAR N. FRAZÃO NETTO

HIDROLOGIA APLICADA

Belém – PA

2014

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIACURSO DE ENGENHARIA CIVILTURMA 6ENM1/2

PLANEJAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS

Trabalho de análise ao Plano Nacional de

Recursos Hídricos, proposto a disciplina de

Hidrologia, ministrada pela professora

Euzelis.

Belém - PA

2014

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1. PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS1.1. INTRODUÇÃO AO PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS1.2. ESTRUTURA DO INSTRUMENTO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS.1.3. CARACTERÍSTICAS DO PLANO NACIONAL DE RECURSOS.1.4. OBJETIVOS DO PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS1.5. OBJETIVOS DO PNRH2. IMPLEMENTAÇÃ O DO PNRH NO PERÍODO 2006-2010 2.1. DESTAQUES DO INFORME 2012 SOBRE DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUPERFICIAL2.2. QUALIDADE DE ÁGUA2.3. DEMANDAS CONSUNTIVA2.4. IRRIGAÇÃO2.5. Saneamento2.6. Eventos críticos2.7. Destaques do quadro institucional e legal2.8. Monitoramento hidrológico2.9. Planos de Recursos Hídricos2.10. Outorga2.11. Cobrança pelo uso da água2.12. Monitoramento hidrológico2.13. Planos de Recursos Hídricos2.14. Outorga2.15. Cobrança pelo uso da água3. Informações complementares:3.1. Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos: 3.2. Região Hidrográfica: 3.3. Bacia Hidrográfica: 3.4. Comitê de Bacia Hidrográfica: 3.5. Plano de Recursos Hídricos: 3.6. Política Nacional de Recursos Hídricos: 3.7. Sobre a ANA: 4. PRIORIDADES DO PNRH PARA 2012-20154.1. Definição das prioridades do PNRH5. ESTRATÉGIAS PARA A IMPLEMENTAÇÃ O DO PNRH5.1. Articulacao Institucional5.2. Fortalecimento do SINGREH6. GERENCIAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃ O DO PNR6.1. O Sistema de Gerenciamento do PNRH (SIGEOR)6.2. Cadeia Estratégica de Implementação do PNRH6.3. Mecanismos de Gerenciamento, Monitoramento e Avaliação do PNRH

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PARTE 2 – DETALHAMENTO DAS PRIORIDADES DO PNRH PARA 2012-2015

1. IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA1.1. Apoio à criação de Comitês de Bacia e ao fortalecimento dos Comitêsjá existentes.1.1.1. Objetivo1.1.2. Contexto1.1.3. Recomendações advindas do processo de consulta ao SINGREH1.1.4. Executores1.1.5. Parcerias e Interlocutores1.1.6. Indicadores de monitoramento e avaliação1.2. Ampliação do Cadastro de Usos e Usuários de Recursos Hídricos.1.2.1. Objetivo1.2.2. Contexto1.2.3. Recomendações advindas do processo de consulta ao SINGREH1.2.4. Executores1.2.5. Parcerias e Interlocutores1.2.6. Indicadores de monitoramento e avaliação1.3. Estruturação, ampliação e manutenção do monitoramento hidrológiconacional.1.3.1. Objetivo:1.4. Desenvolvimento do SNIRH e implantação dos Sistemas Estaduais deInformação de Recursos Hídricos, integrados ao SNIRH.1.4.1. Objetivos1.4.2. Contexto1.4.3. Recomendações advindas do processo de consulta ao SINGREH1.4.4. Executores1.4.5. Parcerias e Interlocutores1.4.6. Indicadores de monitoramento e avaliação1.5. Elaboração de Planos de Recursos Hídricos.1.5.1. Objetivos1.5.2. Contexto1.5.2.1. Executores e intervenientes1.5.2.2. Parcerias e Interlocutores1.5.3. Indicadores de monitoramento e avaliação1.6. Apoio ao enquadramento dos corpos d’água.1.6.1. Objetivo1.6.2. Contexto1.6.3. Objetivos1.6.4. Contexto1.7. Implantação da cobrança pelo uso dos recursos hídricos nas baciasonde o instrumento for aprovado pelos Comitês.1.7.1. Objetivo1.7.2. Contexto1.7.3. Fiscalização do uso dos recursos hídricos nas bacias hidrográficas.1.7.4. Objetivos1.7.5. Contexto2. DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL2.1. Implementação dos Fundos de Recursos Hídricos e identificação de

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mecanismos que permitam a maior efetividade na aplicação dos recursos financeiros disponíveis no Singreh.2.1.1. Recomendações do processo de consulta ao SINGREH:2.2. Desenvolvimento de processos de suporte à decisão visandoàaresolução de conflitos pelo uso da água.2.2.1. Objetivo2.2.2. Contexto:2.3. Definição de diretrizes para a introdução do tema mudanças2.3.1. climáticas nos planos de recursos hídricos Objetivo:2.4. Desenvolvimento de um plano de comunicação social e de difusãode informações para o SINGREH.2.4.1. Recomendações advindas do processo de consulta ao SINGREH2.5. Desenvolvimento de processos formativos continuados para os2.5.1. atores do SINGREH e para a sociedade. Objetivo:2.5.2. Recomendações advindas do processo de consulta ao SINGREH2.6. Desenvolvimento da Gestão Compartilhada de Rios Fronteiriços eTransfronteiriços.2.6.1. Recomendações advindas do processo de consulta ao SINGREH3. ARTICULAÇÃO INTERSTITUCIONAL3.1. Mapeamento e avaliação de áreas vulneráveis a eventos extremos.3.2. Desenvolvimento dos mecanismos de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), com foco na conservação de água das bacias hidrográficas. 3.3. Recuperação e conservação de bacias hidrográficas em áreas urbanas e rurais. 3.4. Avaliação integrada das demandas de recursos hídricos e dos impactos setoriais, considerando os planos e programas governamentais e os projetos dos setores público e privado. 4. O SISTEMA DE GERENCIAMENTO ORIENTADO PARA RESULTADOS –

SIGEOR/PNRH

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1. PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

1.1. INTRODUÇÃO AO PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

O Brasil é um país privilegiado na disponibilidade de recursos hídricos, contando com 12% de toda a água doce do planeta. Em contrapartida, no cenário mundial, mais de um bilhão de pessoas não possuem acesso a água.

Apesar de todo esse potencial, os recursos hídricos brasileiros não são inesgotáveis e estão longe de serem perfeitos, visto que a água não chega para todos na mesma quantidade e/ou qualidade, uma consequência da falta de planejamento estrutural para a distribuição de água, bem como um reflexo dos fatores naturais de cada região, como variações climáticas e mudanças de vazão dos rios.

Visando mudar esta realidade, no dia 08 de janeiro de 1997, foi criada a lei no 9.433, mais conhecida como Lei das Águas, que instituiu a política nacional de recursos hídricos, além da criação do sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos do Brasil

Como resultado da Lei das Águas, foi instituído, em 30 de janeiro de 2006, o Plano Nacional de Recursos Hídricos, que estabelece metas, diretrizes e programas, visando orientar a gestão dos recursos hídricos do país e dos estados brasileiros.

A implementação do PNRH está sendo realizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) e a coordenação do projeto está sob supervisão do Ministério do Meio Ambiente.

1.2. ESTRUTURA DO INSTRUMENTO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS.

O Plano Nacional de Recursos Hídricos é constituído pelos seguintes documentos principais: Síntese Executiva; Panorama e Estado dos Recursos Hídricos no Brasil (volume 1); Águas para o Futuro - Uma Visão para 2020 (volume 2); Diretrizes (volume 3); Programas Nacionais e Metas (volume 4), sendo desenvolvido em três níveis: 1 - Nacional : Plano Nacional de Recursos Hídricos; 2 – Estadual: Planos de Recursos Hídricos dos Estados;3:Bacia Hidrográfica: Planos de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas.

A estrutura do PNRH foi organizada em 04 componentes principais, dos quais são divididos em treze programas, dos quais sete estão subdivididos em trinta subprogramas que buscam orientar as entidades públicas sobre as principais questões relacionadas à gestão dos recursos hídricos no País.

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O primeiro componente, intitulado de “ componente de desenvolvimento da gestão integrada dos recursos hídricos – GIRH no Brasil”, encerra ações programáticas voltadas para o ordenamento institucional da gestão integrada dos recursos hídricos no Brasil (GIRH), bem como para os instrumentos da política de recursos hídricos, além de ações de capacitação e comunicação social.

O segundo componente, denominado de “Componente de Articulação Intersetorial, interinstitucional e intrainstitucional da GIRH, aborda as articulações intersetoriais, interinstitucionais e intra-institucionais, centrais para efetividade da gestão integrada dos recursos hídricos, tratando de temas relacionados aos setores usuários e aos usos múltiplos dos recursos hídricos.

O terceiro componente, “Componente de Programas Regionais de Recursos Hidrícos”, expressa ações em espaços territori Q ais cujas peculiaridades ambientais, regionais ou tipologias de problemas relacionados a água conduzem a um outro recorte, onde os limites não necessariamente coincidem com o de uma bacia hidrográfica, e que necessitam de programas concernentes à especificidade de seus problemas (Situações Especiais de Planejamento).

E por último, o quarto componente, intitulado de “Componente do gerenciamento da implementação do PNRH”, resulta da necessidade de promover avaliações sistemáticas do processo de implementação do PNRH e do alcance de seus resultados, visando apoiar as atualizações e mudanças de orientações que se fizerem necessárias.

1.3. CARACTERÍSTICAS DO PLANO NACIONAL DE RECURSOS.

O Plano Nacional de Recursos Hídricos utiliza como base a Divisão Hidrográfica Nacional – DNH, para o estabelecimento de sua estratégia de planejamento de recursos hidrícos. O DNH divide o território nacional em 12 regiões hidrográficas, considerando características sobre fatores naturais da região, bem como aspectos sociopolíticos, conforme imagem abaixo:

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Sendo assim, o Plano Nacional de Recursos Hidrícos possui como fundamental characteristica seu caráter de multisetorialidade, pois analisa individualmente os diferentes setores no que diz respeito as suas vantagens e desvantagens, criando uma interacão inteligente entre estes setores com o Plano Nacional de Recursos Hidrícos na sua totalidade (Brasil).

Neste mesmo contexto, podemos concluir que o PNRH apresenta como outra caracterísca sua transversalidade, já que não se limita a analisar apenas questões ligadas diretamente aos recursos hídricos, mas também questões políticas, sociais e econômicas, além de ser um documento multidimensional, pois abrange múltiplos fatores relacionados a água (hidrológicos, econômicos, sociopolíticos, etc).

1.4. OBJETIVOS DO PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

Como metas especificas, o Plano Nacional de Recursos Hídricos foi constituído para o alcance dos seguintes objetivos:

1. A melhoria das disponibilidades hídricas, superficiais e subterrâneas, em qualidade e em quantidade;

2. A redução dos conflitos reais e potênciais de uso da água, bem como dos eventos hidrológicos críticos;

3. Percepção da conservação da água como valor sócioambiental relevante.

Desta forma, podemos perceber que as diretrizes estabelecidas pelo PNRH, visam criar um pacto nacional voltado a orientar a população e as entidades políticas, em questões

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como o uso consciente e sustentável da água, bem como definir um planejamento estrutural para que haja melhoria na qualidade e na oferta da água para a população.

1.5. OBJETIVOS DO PNRH

No ano em que é realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) e completam-se 15 anos de promulgação da Lei 9.433/97 (Lei das Águas), a edição 2012 do Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos – Informe 2012 – elaborado pela Agência Nacional de Águas, traz o retrato atualizado dos recursos hídricos e de sua gestão no Brasil.

O informe destaca que todos os estados já possuem leis de recursos hídricos e que em 26 unidades da federação já há Conselho Estadual de Recursos Hídricos. O balanço mostra ainda que o Brasil possui mais de 51% do território coberto por planos de bacias com rios interestaduais e 16 unidades da Federação já elaboraram seus planos estaduais de recursos hídricos. Atualmente o país conta com 176 comitês de bacia instalados (169 estaduais e sete de bacias de rios interestaduais), e mais dois de bacias interestaduais sendo criados.

As informações reunidas no Relatório de Conjuntura possibilitam um crescente conhecimento das condições gerais das bacias hidrográficas brasileiras, suas transformações e principais tendências”, diz o diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu. Para ele, o Informe 2012 assinala o alto grau de integração alcançado entre os parceiros institucionais, que vem sendo ampliado a cada ano, dentre os quais se destacam a Secretaria Nacional e Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU), do Ministérios do Meio Ambiente; o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), a Secretaria Nacional de Irrigação (Senir), do Ministério da Integração; e os órgãos estaduais de recursos hídricos e meio ambiente, totalizando cerca de 50 instituições.“Com o Informe 2012 encerra-se o primeiro ciclo de Relatórios de Conjuntura iniciado em 2009. Em 2013 será apresentado um novo Relatório de Conjuntura que vai avaliar e consolidar o conjunto de informações. Esta sequencia de Informes permite montar uma ampla rede de parcerias com instituições estaduais e federais, hoje com alto grau de efetividade, que assegura confiabilidade aos resultados”, disse Andreu.

2. IMPLEMENTAÇÃ O DO PNRH NO PERÍODO 2006-2010

No ano em que é realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) e completam-se 15 anos de promulgação da Lei 9.433/97 (Lei das Águas), a edição 2012 do Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos – Informe 2012 – elaborado pela Agência Nacional de Águas, traz o retrato atualizado dos recursos hídricos e de sua gestão no Brasil.

O informe destaca que todos os estados já possuem leis de recursos hídricos e que em 26 unidades da federação já há Conselho Estadual de Recursos Hídricos. O balanço mostra ainda que o Brasil possui mais de 51% do território coberto por planos de bacias com rios interestaduais e 16 unidades da Federação já elaboraram seus planos estaduais

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de recursos hídricos. Atualmente o país conta com 176 comitês de bacia instalados (169 estaduais e sete de bacias de rios interestaduais), e mais dois de bacias interestaduais sendo criados.

As informações reunidas no Relatório de Conjuntura possibilitam um crescente conhecimento das condições gerais das bacias hidrográficas brasileiras, suas transformações e principais tendências”, diz o diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu. Para ele, o Informe 2012 assinala o alto grau de integração alcançado entre os parceiros institucionais, que vem sendo ampliado a cada ano, dentre os quais se destacam a Secretaria Nacional e Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU), do Ministérios do Meio Ambiente; o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), a Secretaria Nacional de Irrigação (Senir), do Ministério da Integração; e os órgãos estaduais de recursos hídricos e meio ambiente, totalizando cerca de 50 instituições.

“Com o Informe 2012 encerra-se o primeiro ciclo de Relatórios de Conjuntura iniciado em 2009. Em 2013 será apresentado um novo Relatório de Conjuntura que vai avaliar e consolidar o conjunto de informações. Esta sequencia de Informes permite montar uma ampla rede de parcerias com instituições estaduais e federais, hoje com alto grau de efetividade, que assegura confiabilidade aos resultados”, disse Andreu.

2.1. DESTAQUES DO INFORME 2012 SOBRE DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUPERFICIAL

–  O Brasil apresenta uma situação confortável quanto aos recursos hídricos (12% da disponibilidade do planeta). Entretanto, há uma distribuição espacial desigual no território. Cerca de 80% de sua disponibilidade hídrica estão concentrados na Região Hidrográfica Amazônica, onde está o menor contingente populacional, além de valores reduzidos de demandas consuntivas.

–  Os reservatórios artificiais possuem papel estratégico no Brasil. Para a região Nordeste, por exemplo, os açudes cumprem a função de estocar água no período úmido para a garantia de água em períodos de seca. O Informe 2012 mostra que em 2011 houve um aumento de 9% no volume armazenado na região Nordeste, em relação a 2010. Entretanto, a análise por estado revela que o estado da Bahia apresentava em dezembro de 2011 valores de volume estocado bem abaixo da média da região (42% da capacidade contra 68% da região Nordeste).

–  Como novidade, o Informe 2012 fez um levantamento dos principais reservatórios artificiais brasileiros e determinou o volume reservado per capita do País e por região hidrográfica. Constatou-se que o Brasil possui 3.607 m³ de volume armazenado em reservatórios artificiais por habitante. Esse número é superior a vários continentes como Europa, 1.486 m³/hab; América Central e Caribe, 836 m³/hab; e Ásia, 353 m³/hab. Importante destacar que grande parte dos principais reservatórios do País possui como finalidade principal a geração hidrelétrica.

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2.2. QUALIDADE DE ÁGUA

– Considerando os valores médios do IQA (Índice de Qualidade da Água), ano de referência 2010, dentre os 1.988 pontos com IQA calculado, observa-se condição ótima em 6% dos pontos de monitoramento, boa em 75%, regular em 12%, ruim em 6%, e péssima em 1%. Os pontos estão distribuídos em todo território nacional e não somente nas áreas mais críticas, como regiões metropolitanas.

2.3. DEMANDAS CONSUNTIVA

- A vazão de retirada dos corpos de água foi estimada em 2.373 m³/s (médias anuais – ano referência 2010) e a consumida de 1.212 m3/s. Esses valores são 51% e 38%, respectivamente, superiores aos estimados para o ano de 2000. O aumento deveu-se ao aprimoramento no levantamento das informações e nos avanços metodológicos. Acréscimos de demanda ocorreram possivelmente também devido à expansão da irrigação nas bacias dos rios Paranaíba, São Francisco e Tocantins-Araguaia.

- A maior vazão de retirada foi para fins de irrigação, 1.270 m3/s, o que correspondente a 54% do total, seguido do uso para fins de abastecimento humano urbano, cuja vazão de retirada foi de 522 m3/s. Com relação à vazão efetivamente consumida, 72% correspondem à irrigação, seguida de dessedentação animal (11%), abastecimento urbano (9%), abastecimento industrial (7%) e abastecimento rural (1%).

2.4. IRRIGAÇÃO

– Importante insumo à agricultura já que o País possui 5,4 milhões de hectares irrigados, valor 20% superior ao levantado pelo Censo Agropecuiário de 2006 (IBGE).–  A Região hidrográfica do Paraná se destaca entre as demais com uma área de 1,8 milhão de hectares irrigados, dos quais 609 mil ha estão somente em uma bacia, a do Rio Paranaíba. Observa-se, ainda, que todas as regiões hidrográficas apresentaram incremento da área irrigada no período 2000-2010, o que sinaliza para a necessidade de serem adotados protocolos que primem pelo uso eficiente da água.

2.5. Saneamento

– Houve melhora no índice de tratamento de esgotos, que passou de 21% em 2000 para 30% em 2008 (percentual do esgoto tratado em relação ao produzido). O documento destaca cidades e regiões com ampliação significativa no tratamento de esgotos entre 2000-2008: as RMs de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, além de Curitiba, Londrina e Maringá (PR) e Sorocaba (SP).

2.6. Eventos críticos

– Em 2011, foram publicados 933 decretos de SE (situação de emergência) ou ECP (estado de calamidade pública) devido à ocorrência de cheias, em 754 municípios brasileiros (14% do total de municípios do País). O número de decretos em 2011 foi superior ao registrado em 2010, conforme apresentado no Informe 2011, e foi o segundo maior número registrado desde 2003. No que refere às secas e estiagens, em 2011, 125 municípios (cerca de 2% do total de municípios do País) publicaram 127 decretos de SE

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devido à ocorrência de estiagem ou seca. Esse valor é inferior ao registrado em 2010, conforme apresentado no Informe 2011, e foi o menor registrado entre 2003 e 2011.

2.7. Destaques do quadro institucional e legal

– O Informe 2012 mostra o quadro da evolução da gestão no País, revelando que atualmente todas as UFs brasileiras possuem suas leis de recursos hídricos e 26 unidades da federação possuem conselhos estaduais de recursos hídricos. Nesse quadro evolutivo também é destacado o processo de instalação dos organismos de bacia. Atualmente o País conta com 176 comitês de bacia instalados (169 estaduais e sete de bacias de rios interestaduais), sendo que mais dois de bacias interestaduais estão sendo criados.

2.8. Monitoramento hidrológico

– A Rede Hidrometeorológica Nacional aumentou de 11.245 pontos de medição em 2000, para 16.011 em 2011. Atualmente a ANA gerencia 4.507 estações. Entre 2002 e 2010, houve expressivo aumento de pontos de monitoramento da qualidade das águas, feita geralmente pelos estados. Os pontos da Rede Hidrometeorológica Nacional que analisam a qualidade da água passaram de 485, em 2002, para 1.560 em 2010. Nos 17 estados que operam redes estaduais foram acrescentados mais mil pontos de monitoramento.

2.9. Planos de Recursos Hídricos

– O Informe 2012 mostra que o Brasil possui mais de 51% do território coberto por planos de bacias com rios interestaduais e 16 estados já elaboraram seus planos estaduais de recursos hídricos.  No que diz respeito aos planos de bacias interestaduais, destaca-se a aprovação do Plano da Bacia Hidrográfica do Rio Verde Grande, pelo comitê da bacia, e do Plano Estratégico de Recursos Hídricos – Margem Direita do Amazonas, pelo CNRH; ambos em junho de 2011.

2.10. Outorga

– A vazão total outorgada no país (ref. Jul/2011) é de 6864m3/s de um total de 189.968 outorgas emitidas. O Informe 2012 revela que o número de outorgas emitidas no último período analisado (jul/2010 a jul/2011) representa em torno de 9% do totalizado até julho de 2010, sendo a vazão correspondente a aproximadamente 18%. Importante destacar que os dados de vazão outorgada apresentados correspondem à vazão de pico dos empreendimentos, que não coincidem necessariamente no tempo, diferentemente dos dados de demandas consuntivas, os quais são totalizados a partir de médias anuais.

2.11. Cobrança pelo uso da água

– O documento mostra que em novembro de 2011 foi iniciada a cobrança na Bacia do Rio Doce, que juntamente com as Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul (desde março/2003), PCJ – Piracicaba, Capivari e Jundiaí (desde janeiro/2006) e do Rio São Francisco (desde julho/2010) integram as quatro bacias de rios de domínio da União cuja cobrança já foi implementada.

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2.12. Monitoramento hidrológico

– A Rede Hidrometeorológica Nacional aumentou de 11.245 pontos de medição em 2000, para 16.011 em 2011. Atualmente a ANA gerencia 4.507 estações. Entre 2002 e 2010, houve expressivo aumento de pontos de monitoramento da qualidade das águas, feita geralmente pelos estados. Os pontos da Rede Hidrometeorológica Nacional que analisam a qualidade da água passaram de 485, em 2002, para 1.560 em 2010. Nos 17 estados que operam redes estaduais foram acrescentados mais mil pontos de monitoramento.

2.13. Planos de Recursos Hídricos

– O Informe 2012 mostra que o Brasil possui mais de 51% do território coberto por planos de bacias com rios interestaduais e 16 estados já elaboraram seus planos estaduais de recursos hídricos.  No que diz respeito aos planos de bacias interestaduais, destaca-se a aprovação do Plano da Bacia Hidrográfica do Rio Verde Grande, pelo comitê da bacia, e do Plano Estratégico de Recursos Hídricos – Margem Direita do Amazonas, pelo CNRH; ambos em junho de 2011.

2.14. Outorga

– A vazão total outorgada no país (ref. Jul/2011) é de 6864m3/s de um total de 189.968 outorgas emitidas. O Informe 2012 revela que o número de outorgas emitidas no último período analisado (jul/2010 a jul/2011) representa em torno de 9% do totalizado até julho de 2010, sendo a vazão correspondente a aproximadamente 18%. Importante destacar que os dados de vazão outorgada apresentados correspondem à vazão de pico dos empreendimentos, que não coincidem necessariamente no tempo, diferentemente dos dados de demandas consuntivas, os quais são totalizados a partir de médias anuais.

2.15. Cobrança pelo uso da água– o documento mostra que em novembro de 2011 foi iniciada a cobrança na Bacia do Rio Doce, que juntamente com as Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul (desde março/2003), PCJ – Piracicaba, Capivari e Jundiaí (desde janeiro/2006) e do Rio São Francisco (desde julho/2010) integram as quatro bacias de rios de domínio da União cuja cobrança já foi implementada.– no âmbito dos rios de domínio dos estados, a cobrança pelo uso da água já está implementada: i) em todas as bacias do estado do Rio de Janeiro (desde janeiro/2004); ii) em São Paulo, nas Bacias PCJ (desde janeiro/2007), Paraíba do Sul (desde janeiro/2007) e Sorocaba – Médio Tietê (desde agosto/2010); iii) em Minas Gerais, nas Bacias PJ – porção mineira das Bacias PCJ (desde março/2010), do Rio das Velhas (desde março/2010) e do Rio Araguari (desde março/2010).– O valor total arrecadado em 2011 em rios de domínio da União e dos estados corresponde a um montante de R$ 131 milhões.

3. Informações complementares:

3.1. Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos:

Elaborado pela ANA por determinação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), para uso do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos

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(Singreh). O documento completo é publicado a cada quatro anos, com informes anuais com atualizações. O Informe 2012 é uma edição especial, devido à realização da Rio+20. Para esta edição, a ANA contou com parcerias da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU/MMA), da Secretaria de Biodiversidade e Floresta (SBF/MMA), do Ministério do Meio Ambiente, Departamento Nacional de Obras contras as Secas (DNOCS), do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), e dos órgãos gestores estaduais de recursos hídricos e meio ambiente.

3.2. Região Hidrográfica: 

Considera-se como região hidrográfica o espaço territorial brasileiro compreendido por uma bacia, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas com características naturais, sociais e econômicas homogêneas ou similares, com vistas a orientar o planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos. A Resolução nº32/2003 do CNRH dividiu o País em 12 Regiões Hidrográficas.

3.3. Bacia Hidrográfica: 

Região compreendida por um território e por diversos cursos d’água com um só exutório (saída) natural. Da chuva que cai no interior da bacia, parte escoa pela superfície e parte infiltra no solo. A água superficial escoa até um curso d’água (rio principal) ou sistema conectado de cursos de água afluentes. Essas águas normalmente são descarregadas por uma única foz localizada no ponto mais baixo da região.

3.4. Comitê de Bacia Hidrográfica:

Fórum que reúne um grupo de pessoas para discutir sobre o uso da água na bacia. O comitê tem poder deliberativo e deve ser composto por representantes da sociedade civil (20%), dos usuários (pelo menos 40%) e poder público (no máximo 40%). Nos comitês são estabelecidos acordos entre os múltiplos usos e feitos arranjos institucionais que permitem a conciliação dos diferentes interesses. Uma das principais decisões a ser tomada pelo comitê é a aprovação do Plano de Recursos Hídricos da bacia.

3.5. Plano de Recursos Hídricos:

É o plano diretor para os usos da água. Nele devem ser definidas metas de racionalização, para a garantia da oferta de água  e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis e programas e projetos destinados ao atendimento dessas metas. No plano são definidas as prioridades para outorga de direito de uso da água, estabelecidas as condições de operação dos reservatórios, orientações e regras a serem implementadas pelo órgão gestor, além de diretrizes e critérios para a cobrança da água.

3.6. Política Nacional de Recursos Hídricos:

O fundamento da gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos foi introduzido em nível nacional em 1997 com a promulgação da Lei das Águas (Lei nº 9.433), que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh), integrado por diversos entes que trabalham de forma integrada e complementar em escala nacional,

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estadual e da bacia hidrográfica. A PNRH instituiu os seguintes instrumentos de gestão: Plano de Recursos Hídricos, Outorga, Cobrança pelo Uso da Água, Enquadramento dos Corpos de Água e o Sistema Informação sobre Recursos Hídricos. 

3.7. Sobre a ANA:

Autarquia sob regime especial vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, além de função de reguladora do uso da água bruta nos corpos hídricos de domínio da União, implementa a PNRH. Em 2010, passou a regular os serviços de irrigação em regime de concessão e adução de água bruta em corpos de água da União e, com a aprovação da Lei nº 12.334/2010, que estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens, passou a fiscalizar a segurança das barragens por ela outorgadas e pela coordenação do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens.

4. PRIORIDADES DO PNRH PARA 2012-2015

4.1. Definição das prioridades do PNRHImplementação Da Política:1. Apoio à criação de Comitês de Bacia e ao fortalecimento dos Comitês já existentes.2. Ampliação do Cadastro de Usos e Usuários de Recursos Hídricos.3. Estruturação, ampliação e manutenção da rede hidrometeorológica e da rede hidrogeológica nacional.4. Desenvolvimento do SNIRH e implantação dos Sistemas Estaduais de Informação de Recursos Hídricos, integrados ao SNIRH.5. Elaboração de Planos de Recursos Hídricos.6. Apoio ao enquadramento dos corpos d’água.7. Definição de critérios de outorga para diferentes situações.8. Implantação da cobrança pelo uso dos recursos hídricos nas bacias onde o instrumento for aprovado pelo Comitê de Bacia.9. Fiscalização do uso dos recursos hídricos nas bacias hidrográficas.

Desenvolvimento Institucional:10. Implementação dos Fundos de Recursos Hídricos e identificação de mecanismos que permitam amaior efetividade na aplicação dos recursos financeiros disponíveis no SINGREH.11. Desenvolvimento de processos de suporte à decisão visando à resolução de conflitos pelo uso da água.12. Definição de diretrizes para a introdução do tema das mudanças climáticas nos Planos de Recursos Hídricos.13. Apoio ao desenvolvimento e difusão de tecnologia, incluindo a tecnologia social, para a gestão de recursos hídricos.14. Desenvolvimento de um plano de comunicação social e de difusão de informações para o SINGREH.15. Desenvolvimento de processos formativos continuados para os atores do SINGREH e para a sociedade.16. Desenvolvimento da gestão compartilhada de rios fronteiriços e transfronteiriços.

Articulação Institucional:17. Mapeamento e avaliação de áreas vulneráveis a eventos extremos.18. Desenvolvimento dos mecanismos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), com foco na conservação de águas de bacias hidrográficas.

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19. Recuperação e conservação de bacias hidrográficas em áreas urbanas e rurais.20. Avaliação integrada das demandas de recursos hídricos, considerando os planos e programas governamentais e os projetos dos setores público e privado.21. Articulação da Política Nacional de Recursos Hídricos, com as políticas, planos e programas governamentais que orientam os setores usuários de recursos hídricos.

– no âmbito dos rios de domínio dos estados, a cobrança pelo uso da água já está implementada: i) em todas as bacias do estado do Rio de Janeiro (desde janeiro/2004); ii) em São Paulo, nas Bacias PCJ (desde janeiro/2007), Paraíba do Sul (desde janeiro/2007) e Sorocaba – Médio Tietê (desde agosto/2010); iii) em Minas Gerais, nas Bacias PJ – porção mineira das Bacias PCJ (desde março/2010), do Rio das Velhas (desde março/2010) e do Rio Araguari (desde março/2010).– O valor total arrecadado em 2011 em rios de domínio da União e dos estados corresponde a um montante de R$ 131 milhões.

5. ESTRATÉGIAS PARA A IMPLEMENTAÇÃ O DO PNRH5.1. Articulacao Institucional

De acordo com o estudo feito pelo Misterio do Meio Ambiente tendo como conclusao o plano nacional de recursos hídricos (PNRH) deve influenciar em todos os setores envolvendo diretamente e indiretamente a água saneamento, indústria, turismo, transporte, energia e irrigação, dentre outras. Unindo os sistemas políticos nacionais e estaduais de recursos hídricos para que os mesmo possam convergi em um sitema único de recursos.

5.2. Fortalecimento do SINGREH

Visar administrar e consolidar a execução dos deus principais setores o Sistema Nacional De Gerenciamento de Recursos Hídricos –SINGREH tem como base coordenar,planejar,regular e controlar todos os recursos hídricos disponíveis no pais para uso, preservação e consumo do ser humano.

Assim como todo órgão o SINGREH tem inúmeros setores de apoio SINGREH, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH, os conselhos de recursos hídricos dos Estados e do Distrito Federal, os comitês de bacias hidrográficas, as agências de água, a ANA (Agência Nacional de Águas) e os órgãos dos poderes públicos Federal, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais, cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos.

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6. GERENCIAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃ O DO PNRH

6.1. O Sistema de Gerenciamento do PNRH (SIGEOR)

O SIGEOR foi criado com o objetivo de monitorar a evolução do PNRH controlando qualquer desvio de seus objetivos apresentados inicialmente, não só corrigir mas apoiar gestores e executores para que possam concluir o plano com total rendimento.

A fim de que o SIGEOR se torne uma ferramenta utilizável, é recomendado que tal sistema seja composto deuma estrutura leve, flexível, lógica e orientada para:• guiar as atividades das equipes envolvidas na execução e controle do PNRH;• gerar informações que orientem a tomada de decisões; • documentar os sucessos do PNRH de modo a assegurar o seu suporte financeiro e sua continuidade notempo.

Por resumo o SIGEOR em analise financeira faz que planos/programas/projetos prestem contas relacionando estatísticas antigas com atuais vendo o desenvolvimento ocorrente no plano. E vale relembrar que somente o SIGEOR tem esse tal poder citado nenhum outro órgão federal ou estadual tem acesso a prestação de contas do PNRH o SINGREH.

6.2. Cadeia Estratégica de Implementação do PNRH

Assim como toda instituição o PNRH se divide da seguinte forma.

-CNRH e a atribuição do CNRH “acompanhar a execução e aprovar o Plano Nacional de Recursos Hídricos e determinar as providências necessárias ao cumprimento desuas metas” (Lei n° 9.433/97, art. 35º, IX). Ao reunir representações dos Ministérios,CERH’s, Usuários e Organizações Civis de Recursos Hídricos, o Conselho é tambémum importante espaço para a pactuação das metas do PNRH e a articulação entre asPolíticas, Planos e Programas do Governo Federal, que se relacionem com a gestãode recursos hídricos.

-SRHU/MMA “Coordenar a elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos, bem como acompanhar e monitorar sua implementação” (Lei nº 9.433/97, e Lei n° 9.984/2000).Proceder a revisão do PNRH, a cada 4 anos, em articulação com a CTPNRH e com oapoio da ANA. (Resolução CNRH nº 58 de 2006).

-ANA possui as competências legais relativas à implantação, monitoramento eavaliação do PNRH, conforme o estabelecido na Lei n° 9.984/2000, especialmentenos artigos 3º e 4º, a saber: “... implementar, em sua esfera de atribuições, a PolíticaNacional de Recursos Hídricos, integrando o Sistema Nacional de Gerenciamentode Recursos Hídricos”; e “participar da elaboração do Plano Nacional de RecursosHídricos e supervisionar a sua implementação”

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-GIA – grupo Interinstitucional de Articulação SRHU e ANA, instituído por Portaria Conjunta nº 186 - SRHU e ANA, de 1/9/2009, composto por um Grupo de Orientação e um Grupo Técnico. Em relação ao PNRH, o GIA tem a função de “definir mecanismos para implementação, acompanhamento, monitoramento, avaliação e revisões do PNRH” (Portaria Conjunta nº 186, art. 3º, inciso II, de 1º de setembro de 2009).

6.3. Mecanismos de Gerenciamento, Monitoramento e Avaliação do PNRH

Como foi dito a cima o PNRH tem órgãos responsáveis que atuam em sua fiscalização sendo assim temos os seguintes mecanismos e suas descrições mostrados no estudo do MMA sobre o PNRH:

Em suma, os diferentes mecanismos de monitoramento e avaliação do PNRH devem convergir para o avanço, transformação e aprimoramento contínuo dos programas, para o desenvolvimento dos atores envolvidos e para o fortalecimento institucional, com vistas à consolidação de uma nova institucionalidade no país

PARTE 2 – DETALHAMENTO DAS PRIORIDADES DO PNRH PARA 2012-2015

5. IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA

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Esta categoria reúne as ações de rotina do SINGREH, previstas na Política Nacional de Recursos Hídricos.Fazem parte dessa categoria as prioridades que se referem à consolidação do ambiente institucional e à implementação dos instrumentos de gestão.

5.1. Apoio à criação de Comitês de Bacia e ao fortalecimento dos Comitêsjá existentes.

5.1.1. ObjetivoApoiar o planejamento participativo e descentralização da gestão de recursos hídricos, por meio da criação de novos Comitês de Bacia e do fortalecimento institucional dos Comitês já existentes.

5.1.2. ContextoOs Comitês de Bacia são órgãos colegiados locais cujas atribuições, a teor do disposto no § 1º do artigo 1º da Resolução CNRH no 05/2000, devem ser exercidas na bacia hidrográfica de sua jurisdição, incumbindo-lhes promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação das entidades intervenientes, bem como arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados aos recursos hídricos, aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia, acompanhar sua execução e sugerir as providências necessárias ao cumprimento de suas metas.A gestão eficiente dos recursos hídricos reclama soluções a curto, médio e longo prazos, por meio do planejamento e da execução de programas, projetos e ações coletivas de cunho socioambiental, neles compreendidos simultaneamente seus aspectos antrópicos, físicos e biológicos. Tais soluções, planos e ações coletivas, envolvendo a participação de todos os interessados, devem necessariamente ser buscados nos CBH ,cuja composição e funcionamento devem igualmente abarcar a representação e a participação efetiva dos vários segmentos sociais, dos setores econômicos e dos entes federativos envolvidos: as comunidades e suas organizações civis, os usuários diversos e os poderes públicos, para garantir as condições de acesso universal e uso múltiplo das águas, bem como o debate democrático necessário ao gerenciamento participativo e descentralizado desses recursos.A partir de 1997, com a Lei das Águas, houve um aumento considerável no número de Comitês de Bacia Estaduais instalados, passando de 29 para 164 em 2010, conforme apresentado na Figura 1 (ANA 2011). A Figura apresenta a distribuição dos comitês por UF, com destaque para o estado de Minas Gerais com maior número de comitês estaduais instalados. Posteriormente, no mapa da Figura, mostra-se o quadro de comitêsestaduais e interestaduais instalados até 2010.

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Figura 1 – Evolução da instalação de comitês de bacia hidrográfica no Brasil (ANA 2011).

Figura 2 – Distribuição de comitês de bacia hidrográfica instalados nos Estados (ANA 2011).

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Figura 3 – Comitês de bacia instalados (ANA 2011).

5.1.3. Recomendações advindas do processo de consulta ao SINGREH• Definir bacias hidrográficas prioritárias para o fomento à criação de CBHs, considerando o mapa de gestão de recursos hídricos (Resolução CNRH nº 109 de 2010).• Mobilizar os atores para a implantação dos Comitês, em especial nas regiões: Tocantins-Araguaia, Uruguai, Parnaíba e Mampituba.• Prever recursos financeiros para custeio dos CBHs nos PPAs do Governo Federal e dos Governos Estaduais.• Fortalecer os CBHs já criados, visando à sua sustentabilidade.

5.1.4. Executores• ANA, Órgãos Gestores Estaduais, Agências de Bacia.

5.1.5. Parcerias e Interlocutores• Conselhos de Recursos Hídricos e Comitês de Bacia Hidrográfica.

5.1.6. Indicadores de monitoramento e avaliaçãoOs indicadores de monitoramento e avaliação serão construídos no decorrer do primeiro semestre de 2012, pela ANA, em conjunto com a SRHU e as parcerias e interlocutores.

5.2. Ampliação do Cadastro de Usos e Usuários de Recursos Hídricos.

5.2.1. ObjetivoPromover, de forma coordenada com os órgãos estaduais, o amplo cadastramento de usos e usuários de recursos hídricos no país.

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5.2.2. ContextoO conhecimento, a quantificação e o registro cadastral das demandas por recursos hídricos constituem elementos fundamentais para ações efetivas de gestão, inclusive no que concerne à identificação de bacias e situações prioritárias em vista de conflitos instalados e potenciais. Esse tema envolve a ampliação, consolidação e consistência de todos os cadastros sobre usos e usuários de recursos hídricos (federal e estaduais) e campanhas de regularização, mantendo, também, forte articulação com ações de comunicação social, além de estimular formas de autodeclaração periódica de uso das águas.

5.2.3. Recomendações advindas do processo de consulta ao SINGREH• Identificar as bacias hidrográficas e regiões prioritárias para o cadastramento de usos e usuários de águas superficiais e subterrâneas.• Cadastrar os usos e usuários nas bacias priorizadas.• Avançar no cadastramento de efluentes.• Integrar o Cadastro Nacional de Recursos Hídricos (CNARH) e Cadastros dos Estados.

5.2.4. Executores• ANA, Órgãos Gestores de Recursos Hídricos.

5.2.5. Parcerias e Interlocutores• Comitês de Bacia, DNOCS, CODEVASF.

5.2.6. Indicadores de monitoramento e avaliaçãoOs indicadores de monitoramento e avaliação serão construídos no decorrer do primeiro semestre de 2012, pela ANA, em conjunto com a SRHU e as parcerias e interlocutores.

5.3. Estruturação, ampliação e manutenção do monitoramento hidrológiconacional.

5.3.1. Objetivo:Consolidar uma adequada rede de monitoramento hidrológico para a coleta de dados qualitativos e quantitativos sobre as disponibilidades hídricas superficiais e subterrâneas do país nas diversas bacias e regiões, assegurando que os dados coletados sejam efetivamente processados e interpretados e subsidiem decisões acerca da gestão dos recursos hídricos, além de devidamente armazenados e difundidos entre todos os segmentos interessados.

5.4. Desenvolvimento do SNIRH e implantação dos Sistemas Estaduais deInformação de Recursos Hídricos, integrados ao SNIRH.

5.4.1. ObjetivosConsolidar o Sistema Nacional de Informações de Recursos Hídricos, complementando dados e lacunas, e, principalmente, assegurando a interlocução com sistemas similares instalados nos Estados e/ou em bacias determinadas.

5.4.2. ContextoAs decisões de gestão em recursos hídricos requerem o adequado suporte de dados e informações, sistematizados e disponíveis a todos os atores e segmentos interessados. O Sistema de Informações tem como objetivo principal produzir, sistematizar e disponibilizar dados e informações que caracterizam as condições hídricas da bacia em termos de quantidade e qualidade da água para os diversos usos e em termos dascondições do ecossistema, traduzido pelas pressões antrópicas nela existentes.A propósito de seu conteúdo, o Sistema de Informações tem como insumos o cadastro de usuários, dados da rede hidrológica, hidrogeológica e de qualidade da água, devidamente sistematizados e interpretados, e dados sobre as outorgas concedidas, além

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de informações sobre bacias hidrográficas, dos meios físico, biótico e socioeconômico (geomorfologia, geologia, atividades de produção e consumo, uso e ocupação do solo,biomas e dados ambientais, infraestrutura instalada, fontes de poluição pontuais e difusas, entre outras).Vale registrar a importância desse instrumento em um modelo de gestão pautado na participação da sociedade no processo decisório. Além de as informações sobre os recursos hídricos serem basilares para a aplicação de todos os instrumentos da política, a disseminação de informações confiáveis será peça fundamental para a tomada de decisões seguras e responsáveis por parte das comunidades, dos usuários e do poder público.No âmbito dos estados, a situação dos sistemas de informações é mostrada na Figura 4, onde estão indicados na cor verde os estados que têm esse sistema em funcionamento.Tendo em vista a necessidade de dados para a gestão dos recursos hídricos em âmbito nacional, a interoperabilidade com os sistemas de entidades relacionadas à gestão de recursos hídricos e de pesquisa, a integração com outros sistemas é uma característica essencial do SNIRH.

5.4.3. Recomendações advindas do processo de consulta ao SINGREH• Complementar o Sistema Nacional de Informações de Recursos Hídricos – SNIRH.• Implementar os Sistemas Estaduais de Informação de Recursos Hídricos.• Fazer a integração dos Sistemas Estaduais ao Sistema Nacional de Informações de Recursos Hídricos.

5.4.4. Executores• ANA, Órgãos Gestores Estaduais.

5.4.5. Parcerias e Interlocutores• SRHU-MMA, CPRM, Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

5.4.6. Indicadores de monitoramento e avaliaçãoOs indicadores de monitoramento e avaliação serão construídos no decorrer do primeiro semestre de 2012, pela ANA, em conjunto com a SRHU e as parcerias e interlocutores.

5.5. Elaboração de Planos de Recursos Hídricos.5.5.1. Objetivos

Promover a elaboração de planos de recursos hídricos em bacias de rios de domínio federal e apoiar metodologicamente os Estados na elaboração de seus planos e de planos de bacias de estaduais.

5.5.2. ContextoO planejamento do uso de recursos hídricos, consubstanciado em Planos Estaduais e em Planos de Bacia Hidrográfica, constitui instrumento importante que subsidia a concessão de outorgas, a definição de metas de enquadramento e, por conseqüência, a própria gestão de conflitos, a conservação e a utilização sustentável das disponibilidades hídricas, notadamente em bacias com elevado grau de utilização da água.

Os planos de recursos hídricos são o primeiro instrumento citado na Política Nacional de Recursos Hídricos e, de acordo com o disposto no artigo 6º da referida Lei, são planos que visam a fundamentar e a orientar sua implementação e o gerenciamento desses recursos.

O conteúdo mínimo desses planos encontra-se definido no artigo 7o da Lei no 9.433/1997, sendo essa definição legal complementada pelas Resoluções no 17/2001 e no 22/2002 do CNRH.

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A figura 5 mostra a situação, em dezembro de 2010, dos planos de bacias interestaduais, enquanto a figura 6 ilustra a situação dos planos estaduais de recursos hídricos.

Figura 5 – Planos de bacias interestaduais. (ANA 2011).

5.5.2.1. Executores e intervenientes• ANA, SRHU-MMA, Órgãos Gestores Estaduais, Comitês e Agências de Bacia.

5.5.2.2. Parcerias e Interlocutores• Conselhos de Recursos Hídricos e Comitês de Bacia Hidrográfica.

5.5.3. Indicadores de monitoramento e avaliação• Os indicadores de monitoramento e avaliação serão construídos no decorrer do primeiro semestre de 2012, pela ANA, em conjunto com a SRHU e as parcerias e interlocutores.

5.6. Apoio ao enquadramento dos corpos d’água.5.6.1. Objetivo:

Promover a elaboração de propostas de enquadramento de corpos d’água em bacias de rios de domínio federal e apoiar metodologicamente os Estados na elaboração de suas propostas, em bacias de domínio estadual.

5.6.2. ContextoO enquadramento é um instrumento de planejamento que visa indicar as metas de qualidade das águas a serem alcançadas em uma bacia hidrográfica, em determinado período temporal, definindo a classe que os corpos de água devem atingir, ou em que classe de qualidade dever permanecer para atender às necessidades de uso definidas pela sociedade.

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Com o advento da Lei no 9.433/1997, que possui, entre seus objetivos, “assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos”, esse instrumento foi incorporado à Política Nacional de Recursos Hídricos. De acordo com a referida Lei, o enquadramento deveser estabelecido pelo CNRH ou pelos Conselhos Estaduais, mediante proposta apresentada pela Agência de Bacia Hidrográfica ao respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica (artigo 44, XI, a).

5.6.3. ObjetivosAvançar e consolidar a metodologia e o sistema de outorga de direitos de uso da água e apoiar esforços similares nas unidades federadas, assegurando consistência de critérios e metodologias e subsidiando a consolidação da sistemática de outorga em todo o território nacional.

5.6.4. ContextoCom suporte em dados de demandas e informações sobre disponibilidades hídricas (Cadastro e Sistema de Informações de Recursos Hídricos), será possível consolidar, em todo o país, uma sistemática consistente de outorga de direitos de uso da água, com vistas ao estabelecimento de condições objetivas para a gestão de conflitos, a prevenção de eventos críticos, a conservação e o aproveitamento racional das disponibilidadeshídricas.

A Lei no 9.433/1997 estabelece a outorga de direito de uso como aquele instrumento que tem como objetivos:assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água, superficiais ou subterrâneas, e o efetivo exercício dos direitos de acesso a ela. A outorga é, assim, o ato administrativo pelo qual a autoridade outorgante concede ao outorgado o direito de uso de recurso hídrico, por prazo determinado e de acordo com os termos e as condições expressas no ato. A outorga visa a dar garantia ao usuário outorgado quanto à disponibilidade de água como insumo básico de processo produtivo.

5.7. Implantação da cobrança pelo uso dos recursos hídricos nas baciasonde o instrumento for aprovado pelos Comitês.

5.7.1. ObjetivoEmpreender estudos sobre alternativas na implementação da cobrança pelo uso de recursos hídricos em bacias prioritárias, com foco na conscientização do usuário da água.

5.7.2. ContextoA gestão de recursos hídricos, quando restrita aos mecanismos tradicionais de comando e controle, apresenta reconhecidas limitações, sempre dependendo da eficiência e da eficácia das estruturas públicas de fiscalização.

Assim, devem ser incorporados instrumentos descentralizados de gestão econômica que induzam os usuários a comportamentos ambientais mais adequados e à utilização racional das disponibilidades hídricas.

A implantação da cobrança não se justifica como alternativa geral para o país, devendo ser focada em bacias que apresentem elevada densidade de atividades e de usuários de água, notadamente em setores que reúnam maior capacidade de pagamento. Os benefícios serão advindos tanto da mudança potencial de comportamento dos usuários,

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racionalizando usos e reduzindo emissões, quanto dos fundos recolhidos para investimentos previstos nos Planos de Bacia.

A cobrança objetiva incentivar a racionalização do uso da água, bem como obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e das intervenções contemplados nos Planos de Recursos Hídricos. A Lei prevê que esses recursos sejam aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que forem gerados (artigo 22, caput, da Lei no 9.433/1997).

Outrossim, cabe registrar que o ordenamento jurídico brasileiro não prevê a possibilidade de comercialização e mercantilização da água por particulares, visto se tratar de bem público inalienável, de domínio da União ou dos Estados.Atualmente, encontra-se implantada a cobrança nos rios de domínio da União nas Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul, dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e, desde 1o de julho de 2010, na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

5.7.3. Fiscalização do uso dos recursos hídricos nas bacias hidrográficas.5.7.4. Objetivos

Organizar ações sistemáticas de fiscalização, pautadas pelas perspectivas preventivas e de orientação aos usuários de recursos hídricos.

5.7.5. ContextoA regulação de direitos de uso pressupõe a fiscalização da situação de regularidade do usuário com o órgão gestor, bem como o cumprimento dos parâmetros que foram estabelecidos no ato da outorga, notadamente quando a utilização fora dos valores estabelecidos apresentar repercussões sobre terceiros e sobre o conjunto da sociedade.As ações sistemáticas devem imprimir um caráter preventivo e orientativo às atividades de fiscalização, sendo definidas a partir de critérios de hierarquização de empreendimentos e pontos estratégicos de monitoramento que orientem uma atuação seletiva. Assim, a fiscalização pontual deve ficar restrita a casos de denúncias ouconflitos locais evidentes. Não obstante esse caráter predominante, não deve ser estabelecido impedimentos ou condicionantes à aplicação de penalidades.

6. DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL6.1. Implementação dos Fundos de Recursos Hídricos e identificação de

mecanismos que permitam a maior efetividade na aplicação dos recursos financeiros disponíveis no Singreh.

Promover a ampliação e a coordenação de fontes de financiamento à gestão dos recursos hídricos, estruturandode modo adequado condicionantes para linhas de crédito.

No contexto da estruturação de linhas de crédito, merece atenção a possibilidade de criação do Fundo Nacional de Recursos Hídricos, como forma de otimizar e segregar – evitando contingenciamentos – aportes oriundos da cobrança pelo uso da água, no intuito de garantir seu retorno às bacias de origem.

Cabe também a proposição de mecanismos que assegurem que a maior parte dos recursos originados da compensação financeira e de royalties recolhidos pelo setor elétrico sejam investidos em recursos hídricos.

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6.1.1. Recomendações do processo de consulta ao SINGREH:• Identificar fontes de receita para a sustentabilidade financeira das ações de gestão de recursos hídricos,considerando os recursos oriundo da compensação financeira paga pelo setor elétrico.• Revisar o arcabouço legal relativo à sustentabilidade financeira de Fundos de Recursos Hídricos.• Adequar os órgãos gestores estaduais para a gestão desses Fundos de Recursos Hídricos.

6.2. Desenvolvimento de processos de suporte à decisão visandoàaresolução de conflitos pelo uso da água.

6.2.1. ObjetivoDesenvolver técnicas de suporte à tomada de decisão, visando orientar o gerenciamento e planejamento do uso dos recursos hídricos na bacia hidrográfica.Este trabalho apresenta os resultados do ajuste de curvas-chave em estação instável, sob efeito de remanso, obtidos pela aplicação de dois métodos de calibragem de curva-chave: um método simplificado que desconsidera a correção da vazão pela declividade da linha de água e o método Boyer ou método do desnível normal. Os resultados são apresentados em termos de desvio médio das curvas ajustadas, amplitude de vazões, hidrogramas gerados e vazão de referência Q90 e evidenciam a importância da escolha do método empregado na consistência de dados fluviométricos e seus impactos para a gestão de recursos hídricos. 

6.2.2. Contexto:

Nas últimas décadas cresceu e prosperou uma metodologia de auxílio à tomada de decisões baseada na intensa utilização de modelagem matemática e de base de dados, propiciada pela rápida evolução dos computadores.Esta metodologia, conhecida como Sistema de Suporte à Decisões – SSD, vem sendo aplicada com sucesso a diversos campos da atividade humana em que o problema de tomada de decisão é muito complexo, como é o caso do gerenciamento e planejamento dos recursos hídricos.

6.3. Definição de diretrizes para a introdução do tema mudançasclimáticas nos planos de recursos hídricos.

6.3.1. Objetivo:Uma das primeiras ações seria estabelecer programas de pesquisas e monitoramento para avaliar os riscos relativos as mudanças do clima.Regiões como o nordeste e o centro-oeste-sudeste são altamente vulneráveis , pela dependência da energia elétrica.Nessas régios,mudanças climáticas pode acrescentar o risco imposto pela crescente população ,urbanização ,industrialização ,e mudanças no uso da terra associadas a agricultura e a pecuária .Na Amazônia , entretanto , os problemas são associados possível perda de biodiversidade e aos impactos no ciclo hidrológico.

6.4. Desenvolvimento de um plano de comunicação social e de difusãode informações para o SINGREH.

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Refere-se a iniciativas de difusão ampla de informações sobre a gestão de recursos hídricos, seja para finalidades genéricas, seja para apoio a programas específicos ou situações de eventos críticos. Deve-se buscar os diversos veículos de divulgação, incluindo a articulação com redes de organizações não governamentais com atuação na temática ambiental e de recursos hídricos.A disseminação da informação e do conhecimento, via formação de “redes”, será importante linha de ação neste subprograma, como veículo de compartilhamento de experiências e informações. Em adição, ações específicas devem ser destinadas a incentivar a participação dos Municípios no SINGREH.

6.4.1. Recomendações advindas do processo de consulta ao SINGREH• Estabelecer estratégia de comunicação no âmbito do Singreh e com a sociedade, sob os enfoques nacional e regional.• Implantar Plano de Comunicação para o Singreh e com a sociedade.• Constituir uma rede de troca de experiências sociambientais para o Singreh.• Constituir uma rede nacional de Conselhos de Recursos Hídricos.

6.5. Desenvolvimento de processos formativos continuados para osatores do SINGREH e para a sociedade.

6.5.1. Objetivo:Desenvolver ações de capacitação, voltadas a agentes multiplicadores que possam, pela via de programas descentralizados e capilares de educação ambiental focados em recursos hídricos, difundir conceitos e práticas, além de apoiar transversalmente a própria implementação do PNRH.As ações da União estarão focadas em programas de capacitação, contemplando a perspectiva de formar agentes multiplicadores para diferentes públicos-alvo, dentre os quais merecem destaque os membros do CNRH, as câmaras técnicas, os comitês de bacias federais e das respectivas agências, além de técnicos da SRHU, da ANA e do Ibama (inclusive escritórios regionais), para que a Política Nacional de Recursos Hídricos sejadifundida no país.

6.5.2. Recomendações advindas do processo de consulta ao SINGREH• Realizar o mapeamento inicial da demanda por capacitação no âmbito do Singreh.• Construir projeto político-pedagógico.• Desenvolver os processos formativos dirigidos ao público priorizado.• Fomentar a capacitação em eco-inovação dos grandes usuários da água.

6.6. Desenvolvimento da Gestão Compartilhada de Rios Fronteiriços eTransfronteiriços.

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Recursos Hídricos Fronteririços e Transfroteiriços do brasil tem por objetivo colocar a disposição da sociedade brasileira,e dos países vizinhos, um conjunto de informações que tratam do tema no Brasil , não se limitando as águas superficiais.De relevância estratégica para o Estado brasileiro ,esse tema se identifica perfeitamente com a atuação da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da Republica .Afinal , as ações da SAE incluem a elaboração de subsídios para iniciativas de governo , bem como a articulação de políticas para o desenvolvimento sustentável de longo prazo.

6.6.1. Recomendações advindas do processo de consulta ao SINGREH• Definir plano de ação para a gestão transfronteiriça de recursos hídricos.• Identificar oportunidades de articulação para a gestão transfronteiriça com a Argentina e o Uruguai (ex.UGRH Peperi-Guaçu e Ururguai).• Implementar ações previstas do Acordo do Rio Apa.• Firmar o acordo de gestão compartilhada do Aqüífero Guarani.• Assinar o acordo trilateral para a gestão do rio Acre.

7. ARTICULAÇÃO INTERSTITUCIONAL7.1. Mapeamento e avaliação de áreas vulneráveis a eventos extremos.

Neste tópico, leva-se em consideração que o processo de gestão indevida dos recursos hídricos pode causar eventuais impactos ambientais, como possíveis mudanças no clima, enchentes frequentes ou secas com tamanha severidade, os quais podem acabar afetando demais todo o ecossistema ou comunidade de determinada região caso venha a acontecer, esses distúrbios sistemáticos podem ser chamados de eventos extremos.

Para o decorrer da ação deste mapeamento, é de extrema importância que haja tomadores de decisões bases sólidas quanto à política pública voltada a gestão dos recursos hídricos quanto a sua vulnerabilidade. Para o desenvolvimento dessas bases, faz-se necessário o desenvolvimento de parcerias entre munícipios, estados e instituições detentoras de informações hidrológicas e climáticas. Leva-se em consideração também as variáveis hidrológicas históricas presentes naquela região, além da coerência dos dados hidrometeorológicos.

O CNARH é de extrema importância nessa parte da pesquisa, o qual identificará os quantitativos conflitantes do uso indevido da água, juntamente com o mapeamento das áreas vulneráveis oferecidos pelas instituições, será possível orientar quanto a gestão da oferta e da demanda dos recursos hídricos.

7.2. Desenvolvimento dos mecanismos de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), com foco na conservação de água das bacias hidrográficas.

Os serviços ambientais têm como foco oferecer atividades, produtos e processos, que a natureza pode oferecer a custos reduzidos e que também há de possibilitar a prosperidade da vida.

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O pagamento desses serviços, com o olhar crítico quantos aos recursos hídricos pode ser considerado uma boa oportunidade para a implementação de programas contributário de ações de mitigação e adaptação do meio ambiental vivenciado pela pessoa física.

A continuidade desses serviços depende integralmente de sua manutenção devidamente realizada, de conservação e recuperação ambiental, bem como de práticas impactantes das ações humanas, a fim de maximizar características essenciais para a sobrevivência de todas as espécies habitantes daquele local.

Quando se trata do PSA em recursos hídricos, os projetos geralmente determinam os serviços ambientais que serão gerados, a partir de uma determinada utilização dos solos e ou atividade de gestão de terrenos. (VEIGA NETO, 2008 apud JARDIM, 2010).

A concepção quanto ao pagamento em si realizado, remete quanto a gestão unitária de agentes que prestam serviços ambientais naquela região, como por exemplo, a recomposição de uma mata ciliar para o proteção de um curso d’água ou o reflorestamento de uma área local com previsão de possíveis eventos extremos. Por meio desses conceitos, há de vir recomendações advindas quando realizada a consulta no SINGREH, apoiando projetos de conservação do ecossistema por meio da PSA.

7.3. Recuperação e conservação de bacias hidrográficas em áreas urbanas e rurais.

Há anos de luta quanto ao processo de conservação e recuperação de rios brasileiros, sempre atendendo demandas ambientais, sociais e econômicas da sociedade presente na região daquela bacia hidrográfica em questão. Sempre visando a despoluição e revitalização dos rios, visamento do uso sustentável dos recursos naturais, a melhoria das condições socioambientais, aumento da quantidade e melhoria da qualidade com a inserção de projetos, como por exemplo, o Programa de Revitalização de Bacias Hidrográficas, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente.

No objetivo da revitalização dos recursos hidrográficos de bacias, há toda uma amplitude e complexidade envolvendo essa questão, com diversos objetivos visando sempre a sustentabilidade da região, são eles: implementação de atividades socioambientais e ações voltadas a recuperação dos recursos naturais; principalmente nas áreas de preservação permanente, áreas degradadas e de recarga de aqüíferos; incluindo a recomposição da cobertura vegetal; a conservação da biodiversidade e ecossistemas aquáticos; a proteção de nascentes; a gestão racional da água; a remoção de cargas poluidora; o controle de processos erosivos; a prevenção e mitigação de impactos ambientais; a oferta de água doce a poluição rural difusa; a recuperação e/ou implantação de sistemas de dessalinização ambientalmente sustentáveis; de parques fluviais e centros integrados de referência; a promoção da melhoria e gestão dos recursos pesqueiros; ainda pela difusão de práticas conservacionistas de solo e água; assim como ações de educação ambiental; de mobilização social; articulação interinstitucional e sociocultural; monitoramento e fiscalização ambiental; como também disseminação de técnicas agrícolas sustentáveis e atividades ecológicas em comunidades tradicionais; apoio a planos de desenvolvimento sustentáveis; e atividades

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ecoturísticas, entre outras, somadas a um forte processo de articulação permanente, com o conjunto de atores sociais e governamentais envolvidos com a revitalização e desenvolvimento sustentável das bacias.

7.4. Avaliação integrada das demandas de recursos hídricos e dos impactos setoriais, considerando os planos e programas governamentais e os projetos dos setores público e privado.

Podemos identificar que cerca de 95% de intervenções realizadas nos recursos hídricos, são de determinados setores preenchidos por usuários físicos, restando algo em torno de 5% para o controle imediato e gestão da MMA, ANA dentre outros órgãos vinculados com tal responsabilidade institucional, sobre a gestão da água.

Esta avaliação refere-se à identificação de novos programas, projetos e investimentos setoriais que afetam de forma direta a gestão da água em termos de seus devidos propósitos e devidos impactos possivelmente ocasionados.

De acordo com recomendações do processo de consulta ao SINGREH , é necessário que haja o desenvolvimento de estudos para abastecer a demanda de água com um provável horizonte de 25 anos, a qual poderia possibilitar a tomada de futuras decisões de ações e investimentos, as quais podem garantir o desenvolvimento econômico, qualidade de vida e a conservação ambiental.

8. O SISTEMA DE GERENCIAMENTO ORIENTADO PARA RESULTADOS –

SIGEOR/PNRH

A fundamentação do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) se

caracteriza por um conjunto de fatores que garante aos seus beneficiários que o

resultado alcançado possua longa duração. No campo da Gestão Integrada de Recursos

Hídricos (GIRH) a fundamentação baseia-se na disseminação da informação e do

conhecimento, na participação social, na formação de parcerias e na busca de

colaboradores, alguns de seus alicerces, não somente no sentido de conferir legitimidade

às ações empreendidas, mas também de garantir a sua aceitação e execução, reforçando

a perspectiva de governança incorporada na concepção da Política Nacional de

Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

O Sistema de Gestão Orientada para Resultado – SIGEOR corresponde à

indicação de como serão colocadas em prática às ações previstas no Plano, o

cumprimento das atividades programadas e a obtenção dos resultados pretendidos. Tem

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como objetivo definir os resultados que as organizações encarregadas na concepção e

gerenciamento de planos e programas pretendem atingir com a inserção destes, bem

como criar nessas organizações uma cultura de gestão baseada em fatos e dados, de

forma a atingir, de forma clara e responsável, resultados e metas.

Também tem como foco o apoio gerencial à execução do PNRH e de seus

componentes, em termos conceituais, técnicos, operacionais e logísticos, sempre

mediante o devido acompanhamento de indicadores de monitoramento e avaliação,

proporcionando adequações e ajustes periódicos, mantendo as características do Plano

como um processo flexível, permanente, integrado e multidisciplinar.

O SIGEOR/PNRH não sairá totalmente pronto, será construído gradualmente, à

medida que o processo de implantação do PNRH for avançando, em uma dinâmica de

sucessivos refinamentos.

Por mais que seja mais prático e agradável adotar um sistema de gerenciamento

orientado que tenha tido sucesso em outra organização, isso não se mostra viável, pois é

necessário que o sistema seja desenvolvido com base nas necessidades e situação dos

usuários. Devendo conter um conjunto de sinalizadores capazes de conferir atendimento

dos objetivos e das metas do PNRH, dos objetivos e das metas relacionados aos seus

programas e outros que se relacionem à satisfação dos usuários do SINGREH e à

participação social. Essa característica do SIGEOR permitirá aos coordenadores do seu

processo de implantação medir os reflexos do andamento dos programas, dos

subprogramas e, principalmente, do plano como um todo.

Sobre as principais recomendações advindas do processo de consulta ao

SINGREH estão, a de instalação do Comitê Interministerial de Articulação de Políticas

Setoriais com reflexos sobre a gestão de recursos hídricos; promoção do Plano Nacional

de Recursos Hídricos (PNRH) com o Plano Nacional de Saneamento Básico

(PLANSAB); Plano Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC); Plano Nacional de

Resíduos Sólidos; Plano Nacional de Irrigação; dentre outros.

Os atores envolvidos na Coordenação/Supervisão do Plano são o CNRH, a ANA

e SRHU, por meio do GTCE. Para a implantação do PNRH são definidos como atores

os executores dos Programas, os órgãos governamentais de nível municipal, estadual e

federal, representações da sociedade civil e dos usuários, comitês de bacias

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hidrográficas, agências de bacias, instituições de fomento à pesquisa, dentre outros a

depender do objeto da ação.

Nas parcerias e interlocutores estão inclusos o Conselho Nacional de Recursos

Hídricos (CNRH); Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Em

relação aos indicadores de monitoramento e avaliação do programa foram construídos

no decorrer do primeiro semestre de 2012, pela ANA, em conjunto com a SRHU.

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