trabalho de fármacos

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Trabalho e Fármacos 11/06 1) Quais as fases do desenvolvimento de uma nova substância de uso farmacêutico? O desenvolvimento de novas substância são realizados a partir de uma pesquisa básica que consiste na análise de novos compostos que se mostram promissores, partindo assim para a pesquisa Pré – Clínica, seguida pela Clínica (Dividida em 3 fases) , e a fármaco- vigilância, ou também conhecida como pesquisa pós comercialização. Pesquisa Básica: Também denominada fase de descoberta, a pesquisa básica consiste na análise ou na síntese de novos compostos que se mostrem promissores no combate a alguma patologia. Pesquisa Pré-clínica: Esta etapa tem o objetivo de verificar se a substância candidata a fármaco é eficaz e segura, além de analisar como a nova substância se espalha pelo corpo, como é eliminada e sua segurança. Geralmente o estudo pré-clínico é realizado primeiramente in vitro (ensaios laboratoriais sem ouso de animais) e posteriormente in vivo (ensaios laboratoriais que utilizam animais); trata-se da etapa mais importante nesta fase, pois avalia a atividade do fármaco em um ser vivo. Pesquisa clínica: A pesquisa clínica é o estudo sistemático que segue métodos científicos aplicáveis aos seres humanos, denominados voluntários da pesquisa, sadios ou enfermos, de acordo com a fase da pesquisa. o Fase I : Nos estudos de Fase I, o medicamento será testado pela primeira vez em seres humanos; neste caso serão voluntários sadios. O principal objetivo desta fase é verificar se os efeitos indesejáveis são suportáveis, determinar a melhor forma de administração e verificar como o organismo reage ao fármaco. Esta fase tem duração de aproximadamente 3 anos. o Fase II: nos estudos de Fase II, o medicamento é dado a um número maior de indivíduos. Nesta fase, esses voluntários são pacientes acometidos pela doença investigada previamente selecionados. Os objetivos são: avaliar sua eficácia (isto é, se ele funciona para tratar determinada doença), estabelecer uma dose ótima e um intervalo adequado entre as doses e

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Fases de desenvolvimento de um novo fármaco e farmoquímica no Brasil

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Page 1: Trabalho de Fármacos

Trabalho e Fármacos 11/06

1) Quais as fases do desenvolvimento de uma nova substância de uso farmacêutico?

O desenvolvimento de novas substância são realizados a partir de uma pesquisa básica que consiste na análise de novos compostos que se mostram promissores, partindo assim para a pesquisa Pré – Clínica, seguida pela Clínica (Dividida em 3 fases) , e a fármaco-vigilância, ou também conhecida como pesquisa pós comercialização.

Pesquisa Básica: Também denominada fase de descoberta, a pesquisa básica consiste na análise ou na síntese de novos compostos que se mostrem promissores no combate a alguma patologia.

Pesquisa Pré-clínica: Esta etapa tem o objetivo de verificar se a substância candidata a fármaco é eficaz e segura, além de analisar como a nova substância se espalha pelo corpo, como é eliminada e sua segurança. Geralmente o estudo pré-clínico é realizado primeiramente in vitro (ensaios laboratoriais sem ouso de animais) e posteriormente in vivo (ensaios laboratoriais que utilizam animais); trata-se da etapa mais importante nesta fase, pois avalia a atividade do fármaco em um ser vivo.

Pesquisa clínica: A pesquisa clínica é o estudo sistemático que segue métodos científicos aplicáveis aos seres humanos, denominados voluntários da pesquisa, sadios ou enfermos, de acordo com a fase da pesquisa.

o Fase I : Nos estudos de Fase I, o medicamento será testado pela primeira vez em seres humanos; neste caso serão voluntários sadios. O principal objetivo desta fase é verificar se os efeitos indesejáveis são suportáveis, determinar a melhor forma de administração e verificar como o organismo reage ao fármaco. Esta fase tem duração de aproximadamente 3 anos.

o Fase II: nos estudos de Fase II, o medicamento é dado a um número maior de indivíduos. Nesta fase, esses voluntários são pacientes acometidos pela doença investigada previamente selecionados. Os objetivos são: avaliar sua eficácia (isto é, se ele funciona para tratar determinada doença), estabelecer uma dose ótima e um intervalo adequado entre as doses e determinar os regimes de administração do novo fármaco. Esta fase também permite obter informações mais detalhadas sobre a segurança (toxicidade) em curto prazo. Somente se os resultados forem bons passa-se para a fase seguinte. Esta fase dura aproximadamente 3 anos.

o Fase III : O medicamento é dado a um grupo extenso de pacientes para avaliar novamente a eficácia e a segurança do produto. Ocorre a comparação com o tratamento padrão já existente. Geralmente, nos estudos desta fase os pacientes são divididos em dois grupos: o grupo controle (recebe o tratamento padrão, já existente no mercado, ou placebo, em casos de nova substância) e o grupo investigacional (recebe o novo fármaco). A duração desta fase é de aproximadamente 4 anos.

o Registro: para que este produto chegue ao mercado, ele deverá ser registrado de acordo com a legislação sanitária vigente. Para esse processo, o fabricante deverá apresentar à agência reguladora (a Anvisa) os resultados de todas as fases pré-clinicas e estudos clínicos junto com a descrição dos processos de produção do medicamento. Se a Anvisa estiver de acordo com os dados submetidos referentes a qualidade, eficácia e segurança do medicamento, a autorização para lançamento e

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comercialização é concedida, e o novo medicamento estará disponível aos pacientes.

Pesquisa pós-comercialização (fármaco-vigilância): Esta fase é posterior ao registro e ao lançamento do novo medicamento no mercado. Estas pesquisas são executadas com base nas características com que foi autorizado o medicamento. Geralmente são estudos de vigilância pós-comercialização para estabelecer o valor terapêutico, o surgimento de novas reações adversas e/ou confirmação da frequência de surgimento das já conhecidas e as estratégias de tratamento. Estes estudos são essenciais principalmente para os medicamentos novos, pois proporcionam a avaliação do seu uso em grandes populações. Nos primeiros dois anos, o medicamento começará a ser usado pela população. Será ainda um número limitado de pessoas, mas já é possível observar eventos de hipersensibilidade. Nos oito anos seguintes haverá o uso rotineiro na população em geral, ampliando o número de pacientes que usarão o medicamento. Só a partir de 10 anos de comercialização será possível avaliar efeitos crônicos e acumulação de dose em pacientes usuários do medicamento.

2) Definição de Industria Farmo-química e como é no Brasil

Farmo-químicos são os produtos químicos que possuem atividade farmacológica, ou seja, que interagem com os sistemas biológicos tendo finalidades medicinais. Nesse sentido, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) considera a expressão “insumos farmacêuticos ativos” (IFAs) para definir os farmoquímicos, que também são usados como sinônimo para “princípio ativo”, presente nos medicamentos. A indústria farmoquímica é responsável, dessa maneira, por essa substância, fundamental nos tratamentos de saúde. A indústria trabalha com a extração dos farmoquímicos de várias formas. Pode ser por processos extrativos do reino animal, como no caso da heparina, ou vegetal, quando se trata da rutina. A extração ocorre também por síntese química, tendo como exemplo o omeprazol, e por processos biotecnológicos clássicos, para se obter penicilina, amoxicilina, dentre outros

Do ponto de vista de sua base técnica, portanto, a indústria farmo-química pertence à indústria química, consistindo, mais precisamente, em uma subdivisão da indústria de química fina. A indústria farmoquímica estabelece relações industriais “para trás” com os fornecedores de intermediários de síntese (química industrial, petroquímica, produtos naturais) e “para frente” com as empresas farmacêuticas, que são seus clientes. Por essa razão, as mudanças e tendências que impactam a indústria farmacêutica se refletem na indústria farmoquímica, induzindo adaptações nas estratégias empresariais. A dinâmica do segmento é, portanto, fortemente influenciada pela farmacêutica

A indústria farmoquímica brasileira é pequena proporcionalmente ao tamanho da indústria e do mercado farmacêutico brasileiro. Trata-se de uma indústria composta por um número limitado de empresas (36 empresas) predominantemente produzindo IFAs de origem sintética e que em sua maioria são produtores independentes de pequeno e médio porte. Do conjunto de industrias de capital nacional, apenas 27% apresentam faturamento anual superior a R$ 30 milhões. O pequeno porte da maior parte das empresas indica a limitada capacidade de realizar investimentos em ativos fixos e desenvolvimento de novos produtos, características essenciais para a ampliação de competitividade.

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Comparando com o estudo de 2007 (Fiocruz) houve crescimento de 30% no número de empresas visitada e foi observada uma pequena diminuição da força de trabalho no setor, porém crescimento no número de pós-graduados e graduados (aumento da especialização). O parque farmoquímico é concentrado na região sudeste e predominantemente de capital nacional, com menos da metade das empresas operando somente como farmoquímicas, já o grau de inovação em produtos é baixo, a maioria das empresastrabalha com moléculas fora de proteção patentária. Porém, observa-se um esforço por melhorias incrementais nos processos de produção.

O grau de consolidação das empresas do setor é heterogêneo, com um pequeno número de empresas emergentes e fortemente consolidadas, e um grupo maior de empresas em consolidação; As principais classes terapêuticas atendidas pelos fármacos produzidos no país são analgésicos, anestésicos, ansiolíticos e relaxantes musculares, antidepressivos e antivirais. No entanto, nas classes de maior crescimento no mercado internacional, em geral associadas às doenças crônicas, a produção brasileira apresenta fragilidades, especialmente no que diz respeito aos fármacos para tratamento oncológico, do sistema nervoso central e do sistema cardiovascular. Sendo a produção de antibióticos caracterizada como nula no estudo da Fiocruz em 2013.

Desde 2005, a indústria farmoquímica brasileira está sujeita à norma de Boas Práticas de Fabricação,9 que estabelece parâmetros para a rastreabilidade de processos e qualidade das instalações, além de regras para o uso da água e a gestão de resíduos, como a indústria nacional não chega nem perto de suprir o necessário, 78% das instalações produtivas no exterior que exportam para o Brasil localizam-se na China e na Índia, porém 54 inspeções realizadas entre outubro de 2010 e fevereiro de 2012, trinta obtiveram certificação BPF, enquanto as demais ficaram temporariamente impedidas de exportar para o país.

Entre os principais nichos de mercado, destaca-se o expressivo crescimento dos IFAs de alta potência, particularmente os destinados ao tratamento oncológico, além dos hormônios, o principal desafio das empresas farmoquímicas brasileiras (e condição necessária) para a atuação em IFAs de alta potência é a internalização de novas competências tecnológicas, já que a produção exige o domínio de processos mais sofisticados de síntese química além disso, com um mercado ainda bastante concentrado em produtos sob a proteção de patentes (80%), espera-se um ciclo de oportunidades para a produção de princípios ativos não exclusivos. As elevadas barreiras à entrada devem impedir uma queda mais significativa no preço desses fármacos após a expiração das patentes.