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SAMANTHA ANSELMO DA SILVA GAYA Trabalho de Conclusão de Estágio CONTROLE DE ESTOQUE DE MERCADORIAS DA FARMAIS NOITE E DIA 24 HORAS Relatório Final desenvolvido para o Estagio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí. ITAJAI – SC., 2007

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SAMANTHA ANSELMO DA SILVA GAYA

Trabalho de Conclusão de Estágio CONTROLE DE ESTOQUE DE

MERCADORIAS DA FARMAIS NOITE E DIA 24 HORAS

Relatório Final desenvolvido para o Estagio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAI – SC., 2007

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Ao Criador que em vossa infinita bondade,

me concedeu saúde e perseverança em busca de um ideal.

Aos meus pais que foram meus primeiros mestres, abnegados lutadores,

e que sempre estiveram do meu lado, apoiando e incentivando-me.

Ao meu orientador de estágio, Prof. pelos seus ensinamentos, por sua amizade e apoio em todos os momentos.

Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização do mesmo.

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“Se desejam ter o que fazer no futuro, precisam ser capazes de demonstrar a maneira

clara, precisa e convincente como podem agregar valor.

A resposta, aliás, a única: ter um projeto. Não qualquer Projeto, mas sim um que se inclua

naquilo que eu e meus colegas batizamos de “Grandes Projetos”:

Projetos que agregam valor, que são importantes, que fazem diferença, que deixam

um legado, que transformam você numa estrela”.

(PETERS, Tom, 1999).

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

Samantha Anselmo da Silva Gaya

b) Área de estágio

Materiais

c) Supervisor do campo

Agatha Cristina A. S. Gaya

d) Orientador de estagio

Prof. Guido Renato Miranda

e) Responsável pelos Estágios em Administração

Prof. Eduardo Krieger da Silva

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DADOS DE IDENTIFICAÇAO DA EMPRESA

a) Razão social

Farmácia Noite e Dia

b) Endereço

Av. do Estado, 1690

c) Setor de desenvolvimento do estagio

Saúde

d) Duração do estágio

240 horas

e) Nome e cargo do supervisor de campo

Agatha Gaya, proprietária

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Itajaí, 10 de Dezembro de 2007

A Empresa “Farmácia Noite e Dia”, pelo presente instrumento, autoriza a

Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho

de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pela

acadêmica SAMANTHA ANSELMO DA SILVA GAYA.

__________________________________

Agatha Cristina A. S. Gaya

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GAYA, Samantha Anselmo da Silva. Controle de Estoque de Mercadorias da “Farmais Noite e Dia 24 Horas”. 2007. TCE – Trabalho de Conclusão de Estágio. (graduação). Curso de Administração, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí.

Nesta fase de muita concorrência dentro do mundo dos negócios, com o aumento crescente no grau de exigências do mercado consumidor e também no nível de competitividade dos comércios interno e externo a qualidade e o aprimoramento dos processos da empresa são vitais para o bom desempenho e o alcance dos objetivos. É notável que cada vez mais, as empresas num contexto geral, estão priorizando, além de maximizar os lucros, atender e controlar o acompanhamento de seus planejamentos, ou seja, através do mesmo reduzir eventuais desvios ou ainda antecipar possíveis mudanças do mercado. Portanto, uma boa administração dos estoques é essencial como vantagem competitiva e desenvolvimento diante da concorrência, visto que além dos estoques, segundo muitos estudiosos, ter a função de funcionar como reguladores do fluxo de negócios, a administração dos estoques e o processamento do pedido são fatores preponderantes na geração de custos e níveis de eficiência e eficácia dos objetivos que se deseja alcançar junto aos clientes. Sendo assim, este estudo apresenta, através de uma pesquisa descritiva qualitativa com observação participante, analisar e propor melhorias no controle de estoques da Farmais Noite e Dia 24 horas, possibilitando que a empresa participe do mercado com vantagem competitiva. Palavras-chave: Controle de Estoque. Técnicas de Gestão. Vantagem Competitiva.

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SUMÁRIO

RESUMO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................9 1.1 Problema de Pesquisa ......................................................................................10 1.2 Objetivos ............................................................................................................11 1.3 Aspectos Metodológicos..................................................................................12 1.3.1 Caracterização do projeto ................................................................................12 1.3.2 Contexto e participação....................................................................................13 1.3.3 Instrumentos e procedimentos de coleta de dados ..........................................14 1.3.4 Tratamento e análise de dados ........................................................................15 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................16 2.1 Administração ...................................................................................................16 2.2 Administração de Materiais..............................................................................19 2.3 Definição de Logística ......................................................................................21 2.3.1 Logística atual ..................................................................................................22 2.3.2 Áreas da logística.............................................................................................23 2.4 Estoque ..............................................................................................................24 2.4.1 Objetivos e custos de estoque .........................................................................26 2.4.1.1 Custo de manutenção ou armazenagem de estoque....................................27 2.4.1.2 Custo de compras/aquisição/pedidos............................................................28 2.4.1.3 Custo da falta ................................................................................................28 2.4.2 Controle de nível de estoque............................................................................29 2.4.2.1 Manutenção de altos níveis de estoques ......................................................30 2.4.2.2 Manutenção de baixos níveis de estoques....................................................31 2.5 A Curva ABC usada no Gerenciamento de Estoques....................................31 3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO .............................................35 3.1 Contexto da Empresa........................................................................................35 3.2 Resultados da Pesquisa ...................................................................................36 3.2.1 Software utilizado pela Farmais .......................................................................36 3.2.2 Produto.............................................................................................................39 3.2.2.1 Demanda dos produtos e a Curva ABC ........................................................40 3.2.3 Identificando os processos de compras e recebimento dos produtos ..............45 3.2.3.1 Compras........................................................................................................46 3.2.3.2 Recebimento .................................................................................................47 3.2.4 Analisando o processo de saída do produto da empresa ................................49 3.2.5 Caracterizando o setor de estoque da Farmais................................................50 3.2.5.1 Armazenagem ...............................................................................................54 3.2.6 Sugestões ........................................................................................................56 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................59 REFERÊNCIAS......................................................................................................61 DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO ..............................................64 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS..................................................................65 ANEXOS: Planilhas desenvolvidas para a Curva ABC ....................................66

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1 INTRODUÇÃO

A relevância da Administração tem se apresentado nos últimos dois séculos,

de relevante importância para a evolução das organizações e da sociedade. Desde

a Administração científica até o momento atual percebe-se o quanto a ciência

contribui para consolidação da nossa sociedade.

De acordo com Maximiano (2000, p. 25) “A administração é processo ou

atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos”.

A meta principal de uma empresa é sem duvida maximizar lucros sobre o

capital investido em fábricas e equipamentos, financiamentos de vendas, reserva de

caixa, estoque. Espera-se então, que o dinheiro que está investido em estoques seja

facilitador necessário para a produção e o bom atendimento das vendas.

A função da administração de estoques é justamente maximizar este efeito

facilitador de vendas não realizadas e o ajustamento da produção.

Entende-se por política de estoques o conjunto de atos diretivos que

estabelecem, de forma global e específica, princípios, diretrizes e normas

relacionadas ao gerenciamento. Em qualquer empresa, preocupação da gestão de

estoques está em manter o equilíbrio entre as diversas variáveis componentes do

sistema, tais como: custos de aquisição, de estocagem, nível de atendimento das

necessidades dos usuários consumidores.

A administração de materiais se preocupa com as compras de mercadorias,

se estão disponíveis no instante correto para atender as necessidades da operação,

que esses produtos sejam comprados pelo menor preço e que a entrega seja mais

rápida, com maior prazo de pagamento.

O sucesso empresarial é resultado de uma série de decisões estratégicas

que atua em todos os departamentos da empresa. Na logística assim como em

outras áreas da empresa, presenciamos uma verdadeira revolução tecnológica em

termos de disponibilidade de informação e meios de comunicação eficazes e

eficientes.

Neste sentido, dois aspectos são apontados por vários estudiosos, como

relevantes para a permanência das organizações no ambiente em que estão

inseridas. O primeiro tem relação em prever o futuro, o que nesse novo contexto,

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pode fornecer indicações de caminhos seguros para a organização trilhar. O

segundo, inclui a capacidade da organização em agregar valor aos seus produtos e

serviços, o que leva a organização a gerenciar não só aspectos financeiros, mas

também qualidade, inovação e outros atributos.

A valorização da logística na estratégia empresarial, tendo uma visão de

processo sistêmico, através de planejamento, organização e controle efetivo das

atividades, promove o melhor nível de rentabilidade nos serviços e distribuição aos

clientes e consumidores. A logística agrupa, portanto, atividades relacionadas ao

fluxo de mercadorias (produtos), informações e serviços, cujas atividades primárias

são o transporte, a manutenção de estoques e o processamento de pedidos, ao qual

contribuem com a maior parte do custo total e são essenciais para o cumprimento da

tarefa logística.

Com o aumento no mercado varejista farmacêutico atualmente em Balneário

Camboriú, a empresa percebe cada vez mais a importância de trabalhar com a

menor perda possível, assim identifica-se a necessidade de controlar precisamente

seu estoque, buscando assim menos desperdício, facilidade nas compras, oferecer

também segurança contra furtos internos e externos.

Sendo assim, frente ao contexto apresentado, a proposta de um plano para

controlar os estoques da Farmais Noite e Dia, trata de uma questão chave dentro

das empresas, uma vez que a utilização de controle de estoque preciso dificilmente

terá perdas grandes.

1.1 Problema de Pesquisa

Quais os fatores da logística que influenciam na eficiência de controle de

estoque de uma Farmais Noite e Dia 24 horas?

O presente trabalho proporciona o desenvolvimento e aplicação de

conhecimentos adquiridos durante o curso de Administração e uma experiência

prática para o aluno, destacando a importância estratégica para essa empresa da

área farmacêutica com a utilização de um projeto, proporcionando uma oportunidade

de futura implementação, buscando um controle mais correto, minimizando perdas.

A empresa ambiciona uma grande participação no mercado, para tanto é necessário

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o desenvolvimento de uma visão e estratégias profissionalizadas.

Visto que nunca foi realizado algum estudo envolvendo a administração de

estoques nesta empresa se estará apresentando dados até então novos, o que

caracteriza a originalidade do estágio.

O estágio será viável, pois a empresa fornecerá todas as condições para que

a mesma seja efetuada, além das transparências das informações, poderá ser

coletada no software da empresa, e nos arquivos a situação de fato.

Para a empresa há um grande interesse em desenvolver tal estágio, não

limitando, portanto, qualquer gasto, enquanto para a acadêmica, torna-se importante

porque será colocado em prática a teoria estudada, além disso, o estágio promove

assimilação dos conceitos e desenvolve o senso critico e analítico.

1.2 Objetivos

Este trabalho de estágio tem como objetivo geral propor melhorias no

controle de estoques da Farmais Noite e Dia 24 horas.

São os seguintes os objetivos específicos:

��caracterizar o software usado pela empresa;

��identificar os processos de entrada e saída dos produtos;

��estudar a curva ABC do estoque da empresa;

��viabilizar programa de contagem periódica para análise de desvio de

estoque;

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1.3 Aspectos Metodológicos

Existem diversos enfoques para a conceituação de metodologia, Gil (1999)

define que os métodos gerais procuram levar o pesquisador a objetividade que se

faz necessária para se chegar os fatos sociais, ou seja, uma ordem que se segue na

investigação da verdade, assim sendo, a metodologia traça o caminho para se

desenvolver uma pesquisa.

1.3.1 Caracterização do projeto

Este trabalho de estágio com o objetivo de analisar o controle de estoque da

Farmais Noite e Dia se caracteriza com tipologia de análise formativa, pois, pretende-se

analisar a situação atual e propor melhorias no processo, a qual Roesch (1999),

descreve como sendo um tipo de pesquisa que visa melhorar ou aperfeiçoar sistemas e

processos. A função da avaliação formativa, numa perspectiva ampla, supõe uma ação

do avaliador em direção ao desenvolvimento e crescimento do avaliado.

Dessa forma, o presente trabalho delineia-se quanto aos seus propósitos,

baseado em Roesch (1999), como pesquisa descritiva qualitativa. Com relação aos

meios da investigação, e a técnica de coleta de dados, caracteriza-se como

observação participante, que, segundo Gil (1999), expõe como um dos mais

utilizados nas ciências sociais dos mais modernos com alto grau de precisão.

Diante do exposto acredita-se que o presente estudo fica devidamente

adequado quanto aos seus objetivos.

A pesquisa caracteriza-se como qualitativa. Para Richardson (1999) a

pesquisa qualitativa tem como objetivo, situações complexas, determinando o

problema, analisando a interação de certas variáveis, dando possibilidade de

compreender e classificar os processos dinâmicos vividos por grupos sociais, a

prioridade depende da natureza do fenômeno analisado e o material que os métodos

permitem coletar.

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1.3.2 Contexto e participação

A empresa “Farmais Noite e Dia 24 horas” foi escolhida para validar o

presente estudo que teve como objetivo analisar e propor melhorias no controle de

estoque. A acadêmica por meio da observação participativa, consultas documental e

questionamentos informais levantará dados referentes ao tema pesquisado junto à

população do estudo, a qual será composta pelo público interno da Farmácia, ou

seja, a proprietária, o gerentes e funcionários, que compõem o quadro funcional

dependendo da necessidade, também com o público externo como, por exemplo, os

fornecedores. Assim se pode considerar que o caso para validar o modelo foi

escolhido através de amostragem intencional.

De acordo com Roesch (1999, p.138),

[...] uma população é um grupo de pessoas ou empresas que se interessa entrevistar para o propósito especifico de um estudo”. “Uma população é um grupo de pessoas ou empresas que interessa entrevistar para o propósito específico de um estudo.

Entretanto, acredita-se que o melhor processo utilizado foi o de amostra

intencional: escolhidos casos para a amostra que representem o “bom julgamento”

da população/universo.

Oliveira (2001) ressalta que a amostragem é uma etapa importante no

delineamento da pesquisa e pode determinar a validade dos dados obtidos. Na

presente pesquisa, foram utilizadas informações resgatadas com indagações em

uma amostra intencional por conveniência. Tal tipo de amostra acontece quando o

pesquisador seleciona os membros da população mais acessíveis.

A amostra intencional é classificada como sendo não probabilística por

Mattar (1996). Isto gera a impossibilidade de generalização de resultados, “mas

pode ser útil e até mesmo preferível em relação à amostra probabilística em uma

série de situações” (OLIVEIRA, 2001, p. 4).

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1.3.3 Instrumentos e procedimentos de coleta de dados

Para Marconi & Lakatos (1996, p. 57), “o levantamento de dados, primeiro

passo de qualquer pesquisa científica, é feito de duas maneiras: pesquisa

documental (fontes primárias) e pesquisa bibliográfica (fontes secundárias)”.

Para as autoras, a característica da pesquisa documental é que a fonte de

coleta de dados está restrita a documentos escritos, que constituem o que se

denomina de fontes primárias. Essas podem estar à disposição do pesquisador no

momento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois.

Pretende-se com o auxílio da pesquisa documental analisar situações de

problemas relacionados ao controle de estoque. Assim, será efetuado um

levantamento e a análise dos dados contidos nos documentos da empresa, tais

como seu organograma e seus diversos relatórios de análise de demanda, controle

de pedido, inventário, entrada por fornecedores, margem de contribuição, posição

semanal (recebimentos e pagamentos), controle de estoque, balancete simplificado,

apuração de preços, livros fiscais, comissão de vendedores, vendas, entre outros.

Além disso procurar-se-á conhecer o programa de gestão empresarial em uso.

Os dados utilizados neste estudo foram obtidos por intermédio de fontes

primárias, compreendendo os documentos colocados à disposição da pesquisadora

pela proprietária e gerente da empresa objeto de estudo; fontes secundárias,

compreendendo o material bibliográfico já publicado sobre o tema de estudo, ou

seja, livros, revistas, relatórios de pesquisas, monografias, teses, etc., e, pesquisa de

campo, compreendendo a observação dos fatos e fenômenos que ocorreram

espontaneamente, realizada por meio de entrevista e observação participante, que,

segundo Roesch, (1999) a observação é uma técnica para conseguir informações e

utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade, permitindo

interpretar os processos, levantando o dimensionamento e a necessidade.

Segundo Marconi e Lakatos (1996, p. 82),

[...] a observação participante consiste na participação real do pesquisador com a comunidade ou grupo. Ele se incorpora ao grupo, confunde-se com ele. Fica tão próximo quanto um membro do grupo que está estudando e participa das atividades normais deste. Destaca-se que essa inserção se dá de uma maneira natural. Assim, o pesquisador, ao mesmo tempo que participa das atividades rotineiras de um grupo, realiza a sua pesquisa. Dessa forma, é possível ao pesquisador fazer com que as pessoas confiem nele e compreendam o objetivo e a importância da investigação.

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Neste trabalho, empregou-se a entrevista do tipo semi-estruturado ou

despadronizado. A entrevistadora, de posse de um roteiro com questões abertas

relativas ao tema, teve a liberdade de questionar razões e motivos, direcionando a

conversação para os assuntos que considerava mais adequados, sem estar atrelada

a uma estrutura formal.

1.3.4 Tratamento e análise de dados

Neste trabalho de estágio é importante voltar o delineamento da pesquisada

e que esta seja definida de uma forma clara, ou seja, explicar o tipo de estudo que

será usado, recorrendo a ajuda de computadores.

Para uma análise qualitativa das informações coletadas, o tratamento dos

dados foi elaborado a partir da análise de conteúdo, que segundo Roesch (1999)

permite que o pesquisador avalie com profundidade e detalhes os eventos da

implementação de um programa na empresa.

A tabulação será apresentada em forma de textos explicativos e conclusivos,

utilizando o software Microsoft Word, e planilhas Microsoft Excel, onde se

desenvolveram quadros e tabelas, a fim de buscar sintetizar dados e observação de

modo que se tornem mais compreensivos, para a visualização dos resultados.

O principal modelo proposto para análise deste trabalho é o sistema de

classificação ABC, a aplicação deste modelo tem por objetivo dar base para a

pesquisa, pois são estratégias de análises reconhecidamente eficazes, passiveis de

serem seguidos, aplicadas e adaptadas as diversas situações que se pode encontrar

no desenvolvimento desta.

Dessa forma, os dados foram identificados, descritos e confrontados com as

informações levantadas no referencial teórico. Foram ainda organizados e

analisados de forma a permitir extrair respostas às questões de pesquisa e assim

alcançar os objetivos propostos.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

As atividades de administração de materiais são bastante complexas e

completamente interrelacionadas, cada atividade é parte do processo.

Segundo Martins e Alt (2000) a administração dos recursos materiais

engloba a seqüência de operações que tem seu início na identificação do

fornecedor, na compra do bem, em seu recebimento, transporte interno e

acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo, em sua

armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao

consumidor final. Assim relaciona-se abaixo a seqüência de operações desde a

identificação do fornecedor até o consumidor final:

1. Cliente. 2. Sinal de demanda 3. Identificar fornecedor 4. Comprar materiais 5. Transportar 6. Recebimento de armazenagem 7. Movimentação interna 8. Armazenagem do produto acabado 9. Expedição 10. Transporte (MARTINS & ALT, 2000, p.5).

Independente da área selecionada, o trabalho deve ser feito voltado para o

lado de uma administração profissional a quem cabe o gerenciamento, o controle e a

direção da organização de suas áreas específicas. Desta maneira o administrador

prevê, planeja, organiza, comanda e controla o funcionamento, visando aumentar a

produtividade, rentabilidade e controle dos resultados.

2.1 Administração

Dentre inúmeras mudanças nas empresas, de uma forma geral a

administração surge com o intuito de fornecer informações que favoreçam as

empresas inseridas em um mundo cada vez mais globalizado. Ao longo de toda

história o homem sempre possuiu inteligência para inventar maneiras de melhor

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utilizar seus esforços e conseguir os melhores resultados para a sua vida pessoal e

profissional.

Como pessoa, um administrador tem seu dia-a-dia cheio de decisões que

tem que ser tomadas, envolvendo assim todo o conteúdo do administrativo. Ressalta

Maximiano (2000, p.22) que “a tarefa de tomar decisões sobre a definição de

objetivos e a utilização dos recursos necessários para atingi-los chama-se

administração”.

A administração pode ser considerada como sendo em primeiro lugar a ação

para o desenvolvimento da empresa ou para a tomada de decisão. Segundo

Maximiano (2000, p.26) “a administração é um processo de tomar decisões e

realizar ações que compreende quatro processos principais interligados:

planejamento, organização, execução e controle”.

A administração também combina um objetivo determinado com a facilitação

de sua utilização para atingir as metas da empresa. Alcançando ações de maneira

coerente a utilizar seus recursos e realizando os objetivos pela empresa almejada,

sendo que, o estudo da administração é propriamente o impacto sobre o

desempenho das organizações.

A administração é simplesmente fazer algo que possa ser inovador, flexível

e criativo.

Este setor foi dividido em grandes áreas: administração financeira,

administração de recursos humanos, administração da produção, administração

mercadológica, organização sistemas e métodos e administração de materiais.

Todas as atividades empresariais envolvem recursos financeiros que se

destinam para obtenção de lucros, a função financeira compreende um conjunto de

atividades relacionadas com a gestão dos fundos movimentados por todas as áreas

da empresa, sendo responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela

formulação de uma estratégia voltada para otimização do uso desses fundos, essa

função também contribui significativamente para o sucesso do empreendimento

(BRAGA, 1989).

Gitmam (2001) define finanças como a arte e a ciência de administrar

fundos. Onde quase todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam

fundos, gastam ou investem. Finanças abrangem processos, instituições, mercados

e investimentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e

governos.

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Administração financeira ajuda a empresa a manterem seus negócios e

funcionando de acordo com os padrões e as necessidades das mesmas. Manter o

negócio em operação significa usar da melhor forma os fundos de recursos obtidos.

De acordo com Kawasnicka (1987) o sistema global da administração financeira está

baseado nas decisões de investimento e a decisão de distribuição, de lucros e de

financiamentos.

A função de administração de pessoal está diretamente direcionada a área

de departamento de recursos humanos que procura desenvolver a empresa e os

funcionários que nela trabalham através de recursos, selecionando e desenvolvendo

todo o potencial desses colaboradores.

As pessoas trazem para a organização suas habilidades, conhecimentos, atitudes, comportamentos, percepções etc. Sejam diretores, gerentes, funcionários, operários ou técnicos, as pessoas desempenham papéis altamente diferentes, os cargos dentro de uma hierarquia da autoridade e de responsabilidade existente na organização. Ademais, as pessoas são extremamente diferentes entre si, constituindo um recurso altamente diversificado em face das diferenças individuais de personalidade, experiência, motivação etc. (CHIAVENATO, 1999, p. 141).

A administração de produção é uma função muito importante na

organização, porque se mal administrada afeta diretamente o nível pelo qual ela

satisfaz a seus consumidores, tendo impacto sobre a produção de bens e serviços.

(SLACK, 1997).

Para Erdmann (2000), é a geração de produtos que podem variar desde

ferramentas e maquinaria até a recreação ou informação, isto é, desde bens até

serviços, é, portanto o resultado prático, material ou imaterial, gerado

intencionalmente por um conjunto de fatores, para ter uma utilidade.

A Administração mercadológica tem como objetivo gerir e sustentar a política

da demanda do mercado em função da empresa, preocupando-se em desenvolver e

analisar todas as suas áreas. Desenvolver planos relacionados aos setores de

planejamento de vendas, projetos de novos produtos, plano de distribuição dos

produtos, previsão dos recursos humanos necessários, pesquisa de mercado,

análise das tendências do consumidor e plano de promoção e propaganda.

Marketing é o processo de planejamento e execução desde a concepção,

apressamento, promoção e distribuição de idéias, mercadorias e serviços para criar

trocas que satisfaçam os objetivos individuais e organizacionais (COBRA, 1992, p.

34).

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De acordo com Rocha (2001) assim define-se Organizações Sistemas e

Métodos (OSM) como uma função mista das funções de organizar e planejar uma

empresa, desenvolvendo uma estrutura de recursos e operações, para poder ser

determinado os planos que a empresa traçou e, consecutivamente, seus métodos.

A OSM definitivamente realiza um trabalho importante dentro das

organizações, pontos específicos, localizados no interior das estruturas

organizacionais ajudando assim para uma melhor compreensão da estrutura da

empresa.

2.2 Administração de Materiais

A administração de materiais tem como responsabilidade o planejamento e o

fluxo de materiais e seus objetivos principais são maximizar a utilização dos recursos

da empresa e fornecer o nível requerido de serviço ao consumidor.

Definindo de maneira mais ampla a administração de materiais, sabe-se que

esta estabelece conceitos e aquisições sobre a compra de produtos

desempenhando um papel de ajudar na parte de estocagem e na própria entrega do

produto.

A administração de materiais deve planejar as propriedades da empresa

para atender a demanda. A capacidade é a habilidade do sistema de produzir ou

entregar bens. Prioridade e capacidade devem ser planejadas e controladas para

atender a demanda de consumidores e custo mínimo. (ARNALD, 1999, p.31).

De acordo com análises essa definição acima, de administração de

materiais, ainda pode ter incluído o planejamento da produção e dos tempos

necessários para vários processos, o controle de estoques, inspeção de

recebimento, entrada de produtos, estoques dos produtos acabados. De uma forma

geral, as empresas, sem dúvida possuem idéias para maximizar mais ainda o lucro

sobre o capital investido em sua empresa, sendo esses investimentos em fábricas,

equipamentos, financiamentos de vendas e reserva de caixa ou em estoques.

Os enfoques encontrados na administração de materiais são dirigidos a

administração de recursos, sistemas de controle e de informações e processos. A

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administração de recursos é uma parte baseada em técnicas que integram os

elementos de tecnologia e otimização na integração de pessoas e na utilização de

materiais e instalação ou equipamentos. De acordo com Martins (2000), as principais

técnicas ligadas à administração de materiais são: JIT (Just in Time), que é um

sistema que os fornecedores devem mudar os suprimentos a medida que eles vão

sendo necessários na produção; o fornecedor preferencial, que é a técnica de

selecionar fornecedores e garantir qualidade, eliminando testes de recebimento e

garantindo feedback e correção de defeitos na fábrica do fornecedor; dentre outras

várias técnicas existentes na administração de matérias.

Na administração de materiais, a política de estoque também é algo

importante, principalmente no que diz respeito a estabelecer padrões para medir

controles de performance dos produtos que são entregues aos clientes. Conforme

Dias (1995) na política de estoques administração controle da empresa deverá

determinar ao departamento de controle de estoques o programa de objetivos a

serem atingidos, metas da empresa quanto ao tempo de entrega de produtos ao

cliente, a definição da rotatividade dos estoques, a especulação com relação aos

estoques.

Na verdade todos são Administradores de Materiais, só que não se percebe.

Pense no abastecimento da sua própria casa: comprar mantimentos, produtos de limpeza, de higiene pessoal, vestuário, etc. Para isso, é necessário: saber comprar, para garantir a qualidade e a quantidade do que será consumido, ao menor custo; controlar, para evitar consumo desnecessário e não correr risco de falta; armazenar adequadamente, para evitar perdas (VIANA, 2000, p. 41).

O objetivo de materiais é maximizar o investimento em estoques,

aumentando o uso eficiente dos meios internos da empresa, diminuindo assim o

capital investido. De acordo com Dias (1995) os estoques de produtos acabados,

para quaisquer que sejam as decisões tomadas, terão influência sobre todos os

tipos de estoques, é preciso repensar dentro da área de matérias, investir em

produtos com maior rotatividade e que não fiquem parados no armazém.

Pode-se dizer que administração de materiais é um conjunto de atividade

que permite o planejamento e a operação de sistemas que envolvem as diversas

etapas pelas quais passam tanto a matéria-prima como os produtos acabados,

desde o fornecedor, as fases intermediárias, até o consumidor final.

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2.3 Definição de Logística

Dentre as várias definições dos autores, acredita-se que, Logística é a

atividade que tem como objetivo, satisfazer as necessidades do cliente, entregando

o produto no lugar certo, no tempo exigido, com a qualidade esperada, ao menor

custo possível.

Segundo a definição de Ballou (1993, p.24):

A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos, desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação, que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes, a um custo razoável.

Cristopher (1992), define a Logística como o processo de gerenciar

estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e

produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e

seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e

futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo.

Em complementação, a Logística trata de todas as atividades de

movimentação e armazenagem, do fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da

matéria-prima até o ponto de consumo final, e do fluxo de informações inerentes ao

processo, almejando níveis de serviços adequados aos clientes a um custo razoável.

Portanto, a Logística estuda como prover melhor o nível de rentabilidade nos

serviços de distribuição aos clientes e consumidores.

Consiste na missão principal da Logística de acordo com Ballou (1995)

“colocar as mercadorias ou os serviços no lugar e no instante corretos e na condição

desejada, ao menor custo possível” (BALLOU 1995, p.23)

De acordo com Kobayashi (2002), Logística, é a atividade que deve oferecer

aos clientes, artigos comerciais, produtos e serviços com rapidez, a baixos custos e

com satisfação.

Para Martins e Caixeta-Filho (2001), a logística empresarial, tem como

objetivo, garantir a disponibilidade de produtos e materiais nos mercados e pontos

de consumo com a máxima eficiência, rapidez e qualidade, e a custos controlados.

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2.3.1 Logística atual

No cenário atual a logística é um fator essencial para a empresa se

sobressair perante a concorrência. O mundo globalizado trouxe consigo as

exigências cada vez maiores dos consumidores e em função disso as empresas de

todos os segmentos buscam se destacar melhorando seu desempenho com a ajuda

da logística.

O ambiente atual de competitividade acirrada, decorrente da queda de barreiras alfandegárias e globalização da economia, somados a um maior grau de exigência dos clientes, faz crescer em empresas industriais e de serviços à busca por melhores desempenhos, através da melhoria e seus sistemas produtivos e gerenciais. (VIANA, 2000, p.01).

Segundo expressa Viana (2000), para boa parte das empresas em todo o

mundo, os recursos e os consumidores estão espalhados em uma ampla área

geográfica. Esse é o problema enfrentado pela logística: diminuir o hiato entre a

produção e a demanda, de modo que os consumidores tenham bens e serviços

quando e onde quiserem, e na condição física que desejarem.

A logística tomou grande importância frente ao mercado no final da segunda

guerra mundial quando a economia verificou que a tecnologia crescia de forma

acirrada e que os processos atuais não davam suporte ao que o consumidor exigia.

Nessa fase a descoberta de novos materiais e a miniaturização dos produtos em

conjunto com a tecnologia exigiam que a logística fosse o suporte desses processos.

A importância da logística no atual estado da economia mundial é crescente na medida em que se toma consciência de seu grande valor, fenômeno notado principalmente a partir do final da segunda guerra mundial, havendo também um enorme progresso da tecnologia e da descoberta de novos materiais, com a conseqüente miniaturização dos produtos. (ROCHA, 2001, p.03).

Conforme Fleury, et al. (2000), a logística, até então restrita ao seu papel

clássico de transportar, armazenar e disponibilizar bens para transformação e

consumo, assumiu novo papel – o de Logística empresarial, implementada de forma

integrada, sob o conceito de gestão da cadeia de suprimentos (supply chain

management). Profissionais devem estar preparados para identificar e utilizar

recursos e processos que contribuam para o enfrentamento da concorrência na

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sociedade capitalista. Para sobreviverem nesse mercado de acirrada competição, e

serem bem-sucedidas, as organizações precisam desenvolver "vantagens

competitivas" e implementar relações colaborativas na cadeia de suprimentos por

meio de negociações produtivas. O resultado esperado deverá privilegiar o trinômio

qualidade/produtividade/custos.

2.3.2 Áreas da logística

Com o passar do desenvolvimento da logística surgiram os setores fazendo

uma divisão por áreas. É uma forma de organização dos processos logísticos. A

logística serve áreas desde o fabrico, a produção estoque e armazenagem, a

distribuição, planejamento e administração dos transportes, sistema de

processamento de pedidos, marketing e serviço ao cliente. Dentre outras áreas de

menor importância.

De todas as áreas da logística existem três atividades que são de suma

importância para atingir o nível de serviço ao consumidor, são elas o transporte,

manutenção dos estoques e processamento de pedidos.

O transporte é uma das atividades logísticas mais importantes por ser a que

tem a maior parcela dos custos logísticos. A manutenção dos estoques, pois a

empresa precisa manter seu centro de distribuição em um ponto estratégico para que

o produto esteja o mais próximo possível do consumidor final e em contrapartida

precisa manter o seu nível de estoque o mais baixo possível já que uma maior

quantidade sem giro gera custos adicionais para a empresa. E por fim o

processamento de pedidos onde os custos são irrisórios em relação aos anteriores

citados, mas é de suma importância por ser ela quem dá o inicio ao ciclo do pedidos

que é o princípio das áreas da logística.

Conforme expressa Dias (2006, p. 01),

Identificamos assim, três atividades que são de importância primária para atingir os objetivos logísticos de custo e nível de serviço, estas atividades chaves são: Transportes - Refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos. (...) Para a maioria das firmas, o transporte é a atividade logística mais importante simplesmente por que ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. Manutenção dos estoques - O estoque agrega valor de tempo. A administração de estoques envolve

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manter seus níveis tão baixos quanto possíveis, ao mesmo tempo em que provê a disponibilidade desejada pelos clientes. Processamento de Pedidos - Processamento de pedidos é uma atividade logística primária. Sua importância deriva do fato de ser um elemento critico em termos do tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes.

A escolha da estratégia para um sistema logístico fornece um esquema e

um plano de decisões específicas sobre a matéria. Saber escolher a estratégia

acertada é muitas vezes mais significante do "ponto de vista financeiro e do cliente,

do que a otimização de questões menos pertinentes" (VALVET, 2002, p. 1).

2.4 Estoque

Os estoques são materiais e suprimentos que uma empresa ou instituição

mantém, seja para vender ou para fornecer insumos ou suprimentos para o processo

de produção. Todas as empresas e instituições precisam manter estoques.

Slack (1997) define estoque como a acumulação armazenada de recursos

materiais em um sistema de transformação. Mas o mesmo autor lembra que estoque

também é usado para descrever qualquer produto armazenado. Contudo, Viana

(2000) apresenta entre outras, uma definição mais simples e generalista para

estoque, definindo-o como uma reserva para ser utilizada em tempo oportuno.

Uma boa explicação do motivo da formação dos estoques também é dada

por Slack (1997), segundo este autor, faz-se necessário a formação de estoques por

que há diferença entre fornecimento e demanda. Essa desarmonia força a

acumulação de materiais, de modo que quando o fornecimento for maior que a

demanda, haverá acumulação de produtos. E quando o fornecimento for menor que

a demanda, é justamente a quantidade acumulada que deve compensar a diferença

até que a situação normalize-se.

Considerada por muitos a base para o gerenciamento da cadeia de

suprimentos, a definição de uma política de estoques depende de quatro questões

colocadas por Wanke (2000):

�� onde localizar os estoques: Esta decisão é referente à centralização

ou à descentralização dos mesmos, vis-à-vis a análise de algumas dimensões relevantes, como o giro, o valor agregado e os níveis de

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serviço exigidos pelo cliente final: �� quando pedir o ressuprimento: busca-se determinar se a empresa vai

seguir ou não a metodologia sugerida pelo ponto de pedido: �� quanto manter em estoques de segurança: ao calcular o estoque de

segurança como função das variabilidades na demanda e no lead time de ressuprimento, as empresas devem determinar se é possível reduzi-lo sem prejuízo para os níveis de disponibilidade de produto exigidos pelo mercado:

�� quanto pedir: busca-se determinar se é mais adequado para uma empresa adotar a metodologia do lote econômico de compras ou implementar o regime de ressuprimento just in time. (FLEURY, WANKE & FIGUEIREDO 2000, p.187)

A boa administração dos estoques é essencial como vantagem competitiva e

seu desenvolvimento diante concorrentes da empresa.

Os estoques têm a função de funcionar como reguladores do fluxo de

negócios. Como a velocidade com que as mercadorias são recebidas – unidades

recebidas por unidade de tempo ou entradas – é usualmente diferente da velocidade

com que são utilizadas – unidades consumidas por unidades de tempo ou saídas, há

a necessidade de um estoque, funcionando como um amortecedor.

Devido ao fato de não se conhecer a demanda futura e não havendo

disponibilidade de suprimentos a todo momento, as empresas acumulam estoques

para assegurar essa disponibilidade.

Ballou (1995) descreve as finalidades de manutenção de estoques pelas

empresas, destacando a melhoria do serviço ao cliente que consta do auxílio ao

serviço do departamento comercial (vendas), quanto maior a demanda, maior a

quantidades de mercadorias a serem entregues. Disponibilidade imediata de

mercadorias ou tempos de ressuprimentos pequenos, mesmo quando a oferta é

sazonal.

Destaca também a economia de escala, em que os custos de aquisição

são inversamente proporcionais ao volume de compra. Quanto maior o lote,

menores serão os custos de frete (equivalente à carga do veículo), e preços das

mercadorias ocasionada por descontos.

O autor Ballou (1995) ainda ressalta a importância da proteção contra

aumento de preços: compras efetuadas em grandes volumes diminuem o efeito do

aumento de preços praticados pelos fornecedores, diga-se, em tempo de aumento

inflacionário; bem como a proteção contra oscilações de demanda, englobando

aqui a garantia de disponibilidade de mercadorias diante das incertezas do mercado

e do tempo de entrega, deve-se manter um estoque adicional (estoque de

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segurança); e, ainda a proteção contra contingências, sendo esta a garantia de

disponibilidade de estoques contra contingências externas, incêndios, inundações,

outros.

O valor do estoque varia muito de uma empresa para outra e dependendo

da forma como é avaliado, da mesma forma o estoque pode ser mais importante

para uma do que para outra empresa. Os estoques são recursos ociosos que

possuem um valor econômico e que estão destinados a suprir qualquer necessidade

no momento certo gerando lucro, assim a sua viabilidade, desfazendo a atratividade

deste investimento, conforme Viana (2000) e Francischini (2002).

Pode-se afirmar então que, à medida que os estoques vão sendo utilizados,

seu valor se converte em dinheiro, o que melhora o fluxo de caixa e o retorno sobre

o investimento. Existe um custo de estocagem dos estoques, que aumentam os

custos operacionais e diminui os lucros.

Não é concebível, frente à concorrência, a necessidade de longos prazos

para o atendimento das necessidades do cliente. A criação de estoques é a solução

para esse problema, pois haverá disponibilidade dos materiais necessários no

momento certo. Ou seja, conforme Martins e Alt (2000, p.137)

Atender aos clientes na hora certa, com a quantidade certa e requerida, tem sido o objetivo da maioria das empresas. Assim, a rapidez e presteza na distribuição das mercadorias assumem cada vez mais um papel preponderante na obtenção de uma vantagem competitiva duradoura.

Em contrapartida criação de estoques e sua manutenção acarretam custos e

despesas que podem inviabilizar o atendimento do cliente num preço competitivo.

Considerando que existem fortes motivos para a criação de estoques de

materiais da mesma forma que existem para a extinção destes, deve-se trabalhá-los

de forma racional e equilibrada, reduzindo-os ao mínimo possível sem comprometer

o máximo de benefícios que o estoque pode oferecer.

2.4.1 Objetivos e custos de estoque

O objetivo dos estoques é balancear os custos de manutenção de estoques,

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custos de aquisição e de falta de estoques.

Um dos principais desafios da logística é conseguir gerenciar a relação entre

custos e o nível de serviço. Como o preço é um qualificador e o nível de serviço um

diferenciador perante o mercado, os esforços assumem um papel preponderante nos

custos da empresa.

Para Ballou (1995) estes custos têm comportamentos conflitantes, visto que:

[...] quanto maiores as quantidades estocadas, maiores serão os custos de manutenção. Será necessária menor quantidades de pedidos, com lotes maiores, para manter níveis de inventário [...] O objetivo é encontrar um plano de suprimento que minimize o custo total. (BALLOU, 1993, p.213).

Segundo Ballou (2004, p. 249) “as razões para manter estoques relacionam-

se com o serviço ao cliente ou com as economias de custo derivadas indiretamente

dele”. Ou ainda segundo esse autor, a necessidade de manter estoques acarreta

uma série de custos à empresa, custos estes classificados por Balou (1993), em

custos de manutenção, para Dias (2006) custos de armazenagem; o custo de

aquisição ou compra (BALOU, 1993) ou custo de pedido (DIAS, 2006) e ainda,

segundo ambos os custos de falta.

2.4.1.1 Custo de manutenção ou armazenagem de estoque

As empresas, entretanto devem estar conscientes dos custos para manter

estoques, pois a manutenção de estoques é considerada de suma importância para

garantir competitividade.

De acordo com Ballou (1993, p.123), “Estão associados a todos os custos

necessários para manter certa quantidade de mercadoria por um período de tempo”.

Segundo Dias (2006), todo e qualquer armazenamento de material gera

determinados custos que são:

�� juros; �� depreciação; �� aluguel; �� equipamentos de movimentação; �� deterioração; �� obsolescência; �� seguros; �� salários; �� conservação.

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Segundo ainda o autor, todos eles podem ser agrupados nas seguintes

modalidades:

�� custos de capital (juros, depreciação); �� custos com pessoal (salários, encargos sociais); �� custos com edificação (aluguéis, impostos, luz, conservação); �� custos manutenção (deterioração, obsolescência, equipamento).

2.4.1.2 Custo de compras/aquisição/pedidos

Estes, conforme Ballou (1993, p.212), “Estão associados ao processo de

aquisição das quantidades requeridas para a reposição do estoque”. Ou seja, uma

ordem de compra envolve custos que originam no custo do pedido, como o

transporte, custo de manuseio e por fim o preço da mercadoria.

2.4.1.3 Custo da falta

Os custos associados à falta de estoque estão intimamente associados ao

nível de serviço atingido, sendo sua quantificação financeira. Apesar de sua grande

importância, raramente são utilizados para Ballou (1993, p.212) “São aqueles que

ocorrem caso haja demanda por itens em falta, [...]. Este custo pode ser estimado

como lucro perdido na venda agregada de qualquer perda de lucro futuro [...]”.

Existem certos componentes de custo que não podem ser calculados com

grande precisão, mas que ocorrem quando um pedido atrasa ou não pode ser

entregue pelo fornecedor. De acordo com Dias (2006), pode-se determinar os custos

de falta de estoque ou custo de ruptura das seguintes maneiras:

�� Por meio de lucros cessantes, devido à incapacidade do fornecimento. Perdas de lucros, com cancelamento de pedidos;

�� Por meio de custeios adicionais, causados por fornecimentos em substituição com material de terceiros;

�� Por meio de custeios causados pelo não-cumprimento dos prazos contratuais como multas, prejuízos, bloqueio de reajuste;

�� Por meio de quebra de imagem da empresa, e em conseqüência beneficiando o concorrente (DIAS, 2006, p.49).

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Garcia (2001) coloca que a gestão de estoque abrange uma grande gama

de atividades de uma empresa, normalmente existem custos, que não os de

manutenção de estoque ou associados diretamente à falta de produto, que são

impactados pelo processo de gestão. A definição de quais custos devem ser

considerados é função das características operacionais de cada empresa, devendo

ser identificados seus principais impactos na gestão de estoque.

As dificuldades em estimar os custos de faltas, de acordo com Ballou (2004)

leva às empresas em optarem por estratégias de atendimento diretamente pelo

estoque disponível.

2.4.2 Controle de nível de estoque

Inicialmente, antes de adentrar-se ao controle do nível de estoque, deve-se

dissertar, mesmo que de forma sumária sobre os princípios do controle do estoque.

Segundo bibliografia encontrada existem diversos aspectos que devem ser

definidos, antes de se montar um sistema de controle de estoques, como por

exemplo, os diferentes tipos de estoques existentes em uma empresa; os diferentes

pontos de vista quanto ao nível adequado que cada um deve manter para atender às

necessidades e, outro como a relação existente entre o nível do estoque e o capital

necessário envolvido.

Referente aos objetivos existentes para que se organize um setor de

controle de estoques, embasando-se em Dias (2006, p.25) têm-se como os

principais:

a) determinar “o que” deve permanecer em estoque: número de itens; b) determinar “quando” se devem reabastecer os estoques: periodicidade; c) determinar “quanto” de estoque será necessário para um período

predeterminado: quantidade de compra; d) acionar o departamento de compras para executar aquisição de

estoque: solicitação de compra; e) receber, armazenar e guardar os materiais estocados de acordo com as

necessidades; f) controlar os estoques em termos de quantidade e valor; fornecer

informações sobre a posição do estoque; g) manter inventários periódicos para a avaliação das quantidades e

estados dos materiais estocados; h) identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.

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As empresas atribuem importâncias variadas aos controles de nível de

estoques. Os recursos investidos em estoques variam grandemente dependendo do

setor a que a empresa pertence. Quando administram estoques, as empresas estão

cuidando de parcela substancial dos seus ativos. Daí a justificativa de a maioria das

empresas terem um departamento, setor ou divisão, para cuidar e gerir os materiais

em estoques quer sejam matéria-prima, quer sejam produtos em processo ou

acabados (MARTINS; ALT, 2000).

O controle de estoques exerce grande influência na rentabilidade da

empresa, no qual pequenos erros acarretam prejuízos, portanto, o nível de estoque

a ser adotado é fundamental para o sucesso das mesmas.

O controle do nível de estoque de forma eficaz, naturalmente, está

associado à previsão da demanda quanto à época em que se realizará, como

também em relação à quantidade. A projeção de vendas passadas, com o emprego

de técnicas matemáticas e estatísticas, fazendo as correções quanto a evolução do

mercado internacional, é a técnica de previsão mais comum em grande empresas.

No mercado há softwares prontos para calcular os níveis de estoque previstos. O

prazo considerado na previsão depende fundamentalmente do tempo de

ressuprimento. Em princípio, transportadores que oferecem um tempo de

ressuprimento menor e, principalmente, mais confiável devem ter a preferência de

compradores e fornecedores (BALLOU, 1993).

2.4.2.1 Manutenção de altos níveis de estoques

Pode-se dizer que, de um modo geral, significam maior probabilidade de

pronto atendimento aos clientes. O departamento comercial gostaria que os

estoques fossem sempre elevados e com grande variedade, pois, dessa forma,

teriam muito mais flexibilidade na hora de vender, podendo prometer prazos curtos

ou mesmo imediatos para as entregas.

O não atendimento de um pedido, no rompimento, na quantidade e prazo

solicitado pelo cliente, traz, certamente, prejuízo à empresa. Embora seja muito

difícil quantificar monetariamente esse prejuízo.

Os principais itens responsáveis por elevados estoques são de acordo com

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Ballou (1993), matéria-prima e material em processo não necessários ao

balanceamento ótimo do ciclo de produção e produto acabado que não possa ser

vendido ou acima do nível necessário para satisfazer a futura demanda e a

capacidade de produção.

2.4.2.2 Manutenção de baixos níveis de estoques

As empresas cada vez mais tem objetivo de reduzir estoques e buscando

garantir disponibilidade de produto aos clientes, mantendo um ótimo nível de serviço

e alcançando vantagens competitivas.

O que vem determinando este tipo de política, segundo Wanke (2000), são:

�� a diversidade crescente no número de produtos, que torna mais

complexa e trabalhosa a contínua gestão dos níveis de estoque, dos pontos de pedidos e dos estoques de segurança;

�� elevado custo de oportunidade de capital, reflexo das proibitivas taxas de juros brasileiras, tem tornado a posse e a manutenção de estoques cada vez mais onerosas;

�� foco gerencial na redução do capital circulante líquido, uma das medidas adotadas por diversas empresas que desejam maximizar seus indicadores de Valor Econômico Adicionado (Economic Value Added – EVA) (FLEURY, WANKE & FIGUEIREDO 2000, p.182).

2.5 A Curva ABC usada no Gerenciamento de Estoques

A classificação ABC é uma atenção administrativa dada aos itens de

estoque com maior valor.

A curva ABC é um importante instrumento para o administrado, ela permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamentos adequados quanto à sua administração. Obtém-se a curva ABC através da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa (DIAS, 2006, p.83).

Para Messias (1993, p. 103) a classificação ABC "É um método que consiste

separar em três grupos ABC, classificando-os de acordo com os seus valores, e

dando importância de controle de materiais de maior valor monetário".

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Completando Messias, de acordo com Arnold (1999), a classificação ABC é

utilizada para classificar itens de acordo com a sua importância, ter um controle

melhor a um custo razoável, baseando-se na observação de um pequeno número de

itens com custos mais altos.

O perfil de curva ABC deriva da observação dos perfis dos itens nas

empresas, tratando-se de uma ferramenta gerencial que permite identificar quais

itens justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua importância relativa.

O princípio da classificação ABC ou curva 80 – 20 é atribuído a Vilfredo

Paretto, um renascentista italiano do século XIX, que em 1897 executou um estudo

sobre a distribuição de renda. Através deste estudo, percebeu-se que a distribuição

de riqueza não se dava de maneira uniforme, havendo grande concentração de

riqueza (80%) nas mãos de uma pequena parcela da população ( 20% ).

A partir de então, tal princípio de análise tem sido estendido a outras áreas e

atividades tais como a industrial e a comercial, sendo mais amplamente aplicado a

partir da segunda metade do século XX.

De acordo com Dias (2006), a curva ABC tem sido bastante utilizada para a

administração de estoques, para a definição de políticas de vendas, para o

planejamento da distribuição, para a programação da produção e uma série de

problemas usuais de empresas, quer sejam estas de características industriais,

comerciais ou de prestação de serviços.

Considerando-se as atividades de uma empresa, todos os materiais

merecem atenção. Contudo, analisando o estoque sob o prisma econômico-

financeiro (movimentações de valor),verifica-se que existe uma variação na

importância dos diferentes itens, "poucos vitais, muitos triviais". (FRANCISCHINI;

GURGEL, 2002, p. 98).

Sendo assim, qualquer inventário estudado destaca-se por uma pequena

porcentagem de itens responsável por grande porcentagem do valor global (classe

A), enquanto se tem, em contrapartida, uma grande porcentagem de itens

responsável por parte irrisória do valor global (classe C). Situando-se numa faixa

intermediária das anteriores têm-se os itens classe B.

Para Slack, Chambers e Johnston (2002, p. 402): "os itens com

movimentação de valor particularmente alto demandam controle cuidadoso,

enquanto aqueles com baixas movimentações de valor não precisam ser controlados

tão rigorosamente". É através da CURVA ABC que se pode conhecer, portanto, a

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ordem de prioridade de uma lista de estoques, separando (segundo Pareto) o

essencial do trivial, tornando possível estabelecer uma política de gestão, definindo

procedimentos e critérios específicos, de ação administrativa, capazes de melhorar o

desempenho da organização.

Desta forma, alude Jacobsen (2006, p.36):

Os itens A devem permanecer em estoque pelo menor tempo possível, o controle deve ser mais rigoroso, as previsões feitas com maior exatidão possível, e a movimentação desde o fornecedor até a utilização final programada e acompanhada atentamente, acarretando significativo resultado. Os itens C podem ser estocados em quantidades maiores, exceção feita aos produtos perecíveis (importante não deixar faltar), com controles menos rígidos em termos de quantidade e freqüência, requerendo menor esforço administrativo e pouca imobilização de capital. Para os itens da classe B o tratamento pode ser intermediário, devendo ser controlados de forma atenta, mas flexível.

Sendo assim, constatar-se-á que uma pequena economia obtida na

administração do estoque dos itens classe A significará para a empresa muito mais

do que uma grande economia nos itens classe C, conforme alude Jacobsen (2006).

Alerta ainda Jacobsen (2006, p. 37), que “a lógica da CURVA ABC deve ser

usada com certos cuidados. Alguns itens de estoque, independentemente da classe

(A, B ou C) a qual pertencem, apresentam particularidades que exigem tratamentos

diferenciados dos demais”.

Sendo assim, uma análise ABC é preparada freqüentemente para

determinar o método mais econômico para controlar itens de estoque, pois, através

dela torna-se possível reconhecer que nem todos os itens estocados merecem a

mesma atenção por parte da administração ou precisam manter a mesma

disponibilidade para satisfazer os clientes. Assim, conduzir uma análise ABC é com

freqüência um passo muito útil no projeto de um programa de ação para melhorar a

performance dos estoques, reduzindo tanto o capital investido em estoques como os

custos operacionais.

Ballou (1993) coloca que dentro do critério ABC, podem-se estabelecer

níveis de serviços diferenciados para as diversas classes, por exemplo: 99% para

itens A, 95% para itens B e 85% para itens C, de forma a reduzir o capital

empregado em estoques, ou podem-se usar métodos diferentes para controlar o

estoque e, assim, minimizar o esforço total de gestão.

Em suma, é inegável a utilidade da aplicação do princípio ABC aos mais

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variados tipos de análise onde se busca priorizar o estabelecimento do que é mais

ou menos importante num extenso universo de situações e, por conseqüência,

estabelecer-se o que merece mais ou menos atenção por parte da administração,

particularmente no que diz respeito às atividades de gestão de estoques.

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3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

Neste capítulo estão apresentados os resultados da pesquisa como a

caracterização do software usado pela empresa; o estoque, bem como a

identificação dos processos de entrada e saída dos produtos, o que possibilitará

analisar e propor melhorias no controle de estoques da Farmais Noite e Dia 24

horas.

3.1 Contexto da Empresa

A cidade de Balneário Camboriú é uma cidade turística, atingindo 1 milhão

de habitantes durante a alta temporada, assim sendo torna-se uma cidade bastante

atraente para investimentos, por apresentar uma menor taxa de risco e significativa

quantidade de consumidores com alto poder aquisitivo.

Nos anos 80, a cidade de Balneário Camboriú atravessava a sua transição

de uma cidade turística para uma cidade de população urbana mantendo todas as

vantagens do pólo turístico. Nesse momento a família Gaya vislumbrou a

possibilidade de exploração de um comércio varejista no ramo farmacêutico. Assim

sendo, tornou realidade através da instalação de uma farmácia chamada Farmácia e

Drogaria Noite e Dia.

Após alguns anos, em função da carga de trabalho, mostrou certo

desinteresse pelo negócio. Mas a inclinação para o ramo fez com que um membro

da família se formasse em farmácia, ressurgindo a idéia de reinvestimento na área,

de forma a desenvolver a vertente empreendedora do profissional, a família à

motivou, novamente, em investir na área farmacêutica. Surgindo uma oportunidade

de negócio.

A escolha do local levou em consideração o fator estratégico, assim sua

avaliação se direcionou para uma avenida de grande fluxo de pessoas e

automóveis, em uma área com quase 100m2, e, principalmente, pela proximidade

aos hospitais e clínicas de saúde.

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Avaliando o mercado e concorrentes, percebeu a possibilidade de associar-

se a uma franquia. Ao entrar em contato com uma franquia denominada Farmais,

teve o retorno bastante positivo com favorabilidade de uma possível negociação.

Foram analisados pontos fortes e fracos, a otimização pela utilização de software da

franqueadora e a melhoria da competitividade através de compras de vantagens

exclusivas.

Dessa forma a proposta de franquia de uma marca de renome nacional e

com reconhecimento popular, tornou-se extremante favorável. Concluiu-se, após 5

meses, que este seria um negócio viável, tanto para empresa, quanto para os seus

clientes.

Enfrentou certa dificuldade com a marca antiga, sem reconhecimento local.

Com esse novo modelo operacional através de franquia, foi necessária a adequação

estrutural do local, exigindo, também, investimentos em mídia e publicidade. Sua

inauguração foi realizada no dia 13 de outubro de 2005, portanto, é uma empresa

nova, em atuação apenas dois anos, mas, engajada na competição acirrada do

mercado visualizando constantemente novas estratégias e melhorias para o seu

sucesso.

3.2 Resultados da Pesquisa

Inicialmente caracterizou-se o software usado pela empresa; analisou-se o

estoque da empresa identificando os processos de entrada e saída dos produtos,

cuja análise possibilitou propor melhorias no controle de estoques da “Farmais Noite

e Dia 24 Horas”.

3.2.1 Software utilizado pela Farmais

O Sistema SevenShop é uma solução de automação comercial elaborada

para permitir que as lojas de varejo obtenham elevado nível de eficiência através da

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utilização de código de barras, micro terminais de balcão e TEF- Transferência

Eletrônica de Fundos, para vendas em cartão de crédito e débito.

Permite redução de custos, melhor controle de estoque e maior domínio na

administração do estabelecimento, adequando-se a diferentes portes e ramos de

atividades, por possibilitar a contratação de seus módulos segundo as necessidades

de cada estabelecimento.

Totalmente desenvolvido para ambiente Windows, de fácil operação,

permitindo a abertura fácil de mais de uma tarefa simultaneamente (multi-tarefa),

podendo ser executado em rede ou mono-usuário.

O Sistema SevenShop pode ser configurado de acordo com as

necessidades de cada estabelecimento, como as lojas de varejo, englobando

livrarias e papelarias, calçados, bijuterias, confecções, drogarias, óticas, lojas de

conveniência, materiais de construção e elétricos, móveis, perfumarias,

supermercados, tapetes e cortinas, entre outros.

A empresa Farmais Noite e Dia 24 horas utiliza este software, sendo o

mesmo denominado SevenShop Básico.

Esta solução é voltada para a automação comercial dos processos de

vendas e estoque. Além disso, seus módulos permitem um controle detalhado das

rotinas administrativas do estabelecimento comercial através da emissão de

relatórios operacionais.

Através do módulo de cadastro de produto, efetua-se a manutenção dos

preços, exclusão e inclusão de novos produtos. As informações necessárias desse

cadastro, como por exemplo, preço e apresentação do produto, são utilizados no

atendimento ao cliente.

Os módulos desta versão são os seguintes:

Cadastro:

Apresentando as funções :

��Manutenção do cadastro de produtos;

��manutenção do cadastro de clientes;

��manutenção de tabelas auxiliares;

��manutenção do cadastro de fornecedores e fabricantes;

��manutenção do cadastro de bancos

Check-Out:

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Trata-se do módulo que administra todas as vendas, devoluções e

cancelamentos de produtos, efetuando recebimentos em dinheiro, cheque, cartão,

prazo e outros, como tickets e vales, e tem como funções :

��Vendas pelo caixa (por descrição, código interno e código de barras);

��TEF – Transferência Eletrônica de Fundos para vendas em cartão de

crédito e débito;

��recebimento dos pagamentos em dinheiro, cheque, cartão ou prazo;

��posição de caixa;

��sangria ( entrada/saída de valores );

��emissão de extrato da posição do caixa;

��fechamento de caixa ou múltiplos caixas;

��quitação de vendas a prazo;

��processo de redução “Z” e leitura “X” da impressora fiscal.

Gerência:

Trata-se do módulo no qual são extraídas as informações relativas ao

resultado da empresa. Principais funções:

��Relatórios operacionais diários;

��fechamento das vendas a prazo;

��manutenção do cadastro de usuários;

��manutenção do cadastro de comissões;

��avaliação do resultado dos inventários;

��histórico de produto;

��posição dos caixas.

Operação:

Módulo responsável pela execução do fechamento diário, manutenção

técnica e segurança do ambiente de processamento de dados. Principais funções :

��fechamento diário;

��cadastro de periféricos;

��back-up ou cópia de segurança;

��organização de arquivos;

��restauração de cópia de segurança;

��configuração de impressão de etiquetas;

��parametrização do sistema

Estoque:

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É responsável pelas movimentações especiais de estoque, tais como :

quebras, faltas, vencimento de validade, compra manual, transferência, roubo/furto,

entre outros, permite ainda a execução de inventário ou contagem física de estoque,

além da emissão de catálogos de produtos. Apresenta como funções :

��movimentação de estoque;

��geração de catálogos de produtos;

��contagem física ou inventário;

��manutenção de dados de produtos (enfoque Estoque).

A versão básica do SevenShop permite também realizar vendas on line em

cartão de crédito e débito através de TEF – Transferência Eletrônica de Fundos,

porém este recurso ainda não é utilizado pela Farmais Noite e Dia 24 Horas.

3.2.2 Produto

Em geral, as farmácias e drogarias trabalham com uma média de cinco mil

itens em seu estoque, dentre medicamentos, produtos de higiene pessoal e

perfumaria.

Na Farmais Noite e Dia os materiais são agrupados por linhas:

- Genéricos : O medicamento genérico é aquele que contem o mesmo

principio ativo de um medicamento de referência ( ético), normalmente na mesma

dose, apresentação farmacêutica, via administrativa pela mesma via e indicação

terapêutica. Sendo, bioequivalência, comprovada e controlada pelo Ministério da

Saúde.

-Similares: Os similares são medicamentos que possuem o mesmo fármaco, a

mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e

indicação terapêutica do medicamento de referência, mas não tem a sua

bioequivalência comprovada.

-Éticos: São medicamentos de referência, com marca e patente,

desenvolvido por uma indústria farmacêutica. Sendo que a patente fica por um

período com a mesma, e depois é liberada para o desenvolvimento dos

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medicamentos genéricos.

-Psicotrópicos: são medicamentos que exigem um controle especial perante

os órgãos específicos fiscais.

- Perfumaria: são produtos de higiene pessoal e beleza.

3.2.2.1 Demanda dos produtos e a Curva ABC

Através de relatórios de vendas da empresa dos meses de dezembro,

janeiro e fevereiro, organizados em uma planilha Excel, pode-se visualizar quais os

produtos mais vendidos.

Com o auxilio desta planilha, aplicou-se a técnica de classificação ABC, (na

qual) é um instrumento fundamental principalmente no ramo em questão, pois

permite identificar os itens que justificam atenção e tratamentos adequados quanto a

sua administração/controle.

A construção da curva ABC, foi feita com a finalidade do conhecimento do

grau da imobilização de capital dos itens mantidos regularmente no estoque.

Para o elaboração da Curva ABC do estoque da farmácia, nos meses de

maior demanda, que são os meses de dezembro, janeiro e fevereiro de 2007, foram

considerado os seguintes elementos e providencias:

- Nome do material;

- custo unitário;

- demanda unitária durante o período estudado;

- cálculo da demanda em valor monetário;

- e Ordenação decrescente dos itens em função da demanda em valores

monetários.

Após a construção da planilha no Excel, foi evidenciado que, a forma mais

adequada de fazer a divisão dos itens de estoque na farmácia em questão, que

possui uma grande variedade de materiais (aproximadamente 6.000 itens),

também pela questão operacional, muitos itens ficaria inviável controlar, então o

ideal ficou em: Classe A 50%, B 30% e C 20%, conforme pode ser visto no Anexo

1. A limitação desta análise se dá ao fato do período estudado ser referente aos

meses de dezembro, janeiro e fevereiro de 2007, que esse mesmo estudo deve

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ser feito, pelo menos, em outro período, como alguns meses de inverno, para

verificar a importância dos itens de estoque dentro deste novo período.

A divisão das classes, acima de tudo, requer o uso do bom senso por parte

do administrador. Pozo (2004, p. 86) afirma que “não existe regra restrita ou fixa”.

Portanto o ideal foi ter como classe A, algo como 4,7% dos itens acumulando um

total em valor monetário de R$ 168.002,53, B 17% representam R$ 100.767,65 e C

R$ 67.070,19.

Tubino (1997, p.109) defende a distribuição escolhida como classe A

representando um percentual oscilando entre 50% e 70% do volume de compras,

como B 20% e 30% e C 10% e 20%.

Os 4,7% dos itens classificados como A, representam 245 itens, B com 17%

representam 963 itens e C 4505 itens, sendo um total de 5.713 itens, acumulando

R$ 335.840,37 que correspondem aos gastos em itens de estoque durante o período

estudado.

Considerando as atividades de uma empresa, todos os materiais merecem

atenção, portanto, analisando o estoque sobre prisma econômico-financeiro, verifica-

se que existe uma variação na importância dos diferentes itens. Com essa

ordenação dos materiais, o gerente de materiais pode estabelecer prioridades e

critérios de análise.

Dessa forma os itens classificados como A, deverão ter um estoque maior,

devem permanecer em estoque pelo menor tempo, devendo ter uma elaboração

mais criteriosa das previsões e, monitorar o consumo destes itens com freqüência

para maior segurança.

Os produtos classificados como B também deverão encontrar-se com

número em estoque, mas é preciso analisar com mais cautela as previsões, pois

esses produtos são intermediários.

Já os produtos que se apresentaram como C, o tratamento deve ser feito

com muito critério, pois são produtos que não giram tão rápido, porém não com

menos importância, devendo levar-se em consideração, que o cliente sempre quer

levar todos os medicamentos necessários ao seu tratamento.

Para Slock, Chambers e Johnston (2002, p.402) “os itens com

movimentação de valor particularmente alto demandam controle cuidadoso,

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enquanto aqueles com baixas movimentações de valor não precisam ser controlados

tão rigorosamente”.

É através da Curva ABC que se pode conhecer, a ordem de prioridade em

uma lista de estoques, assim podendo estabelecer uma política de gestão, definindo

procedimentos e critérios específicos, capazes de melhorar o desempenho da

organização.

Alguns itens de estoque independente da classe que se apresentam exigem

tratamentos diferenciados dos demais, principalmente em relação a itens sazonais,

muito comum nesse ramo, é preciso chegar no final deste período sazonal com seus

estoques baixos, para prevenir contra possibilidade de obsolência, perecibilidade ou

mesmo deterioração do material.

A empresa tem o objetivo de reduzir seus estoques, mas buscando garantir

a disponibilidade de produtos ao cliente, que se por ventura na prescrição dada por

um médico, um único medicamento de tantos prescritos estiver em falta há uma

grande probabilidade da venda ser cancelada pelo cliente.

Observa-se a falta de um adequado controle nas quantidades solicitadas

destes produtos, pois foram identificados alguns produtos que chegaram a perder a

sua validade.

A seguir, o gráfico da Curva ABC.

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Curva ABC

0,00

50000,00

100000,00

150000,00

200000,00

250000,00

300000,00

350000,00

400000,00

AMIDALIN LARANJA 20PAST

GESSO SINT HC 10CMCINZA

TIPOIA IDEAL DIR G SH SUAVE COCONUTRIT 350ML

SH SUAVE CAB CACH 350ML

Medicamentos

R$

Gráfico 1: Curva ABC Fonte : Farmais Noite e Dia. Período de Dez/2006, Jan/2007 e Fev/2007.

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Gráfico 2: Gastos em itens de estoque. Fonte : Farmais Noite e Dia. Período de Dez/2006, Jan/2007 e Fev/2007.

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Depois de conhecidos e realizada a curva ABC dos produtos, constatou-se

alguns problemas em razão da falha de dados expostos no sistema da empresa em

relação à quantidade de produtos, valor da compra, valor de venda, sendo assim, foi

necessário a conferir todos os preços e corrigi-los. (Planilhas do Excelll em anexo).

A empresa não utiliza de todos os recursos disponíveis e facilitadores de

tecnologia, correndo o risco por falta de produtos em estoque onde poderá acarretar

uma série de custos para a empresa, na qual este custo pode ser estimado como

faturamento perdido na venda agregada de qualquer perda de lucro futuro.

3.2.3 Identificando os processos de compras e recebimento dos

produtos

A entrada e o processamento de reabastecimento são fatores essenciais no

tempo da disposição das mercadorias ao cliente. As atividades se resumem em

atividades de transmissão do pedido ao fornecedor; consulta à documentação que

contém informações do estoque, vendas e faturas; documento contendo a ordem de

reposição para atualização de estoque; registro escrito da solicitação do pedido;

verificação do crédito do cliente (no caso de solicitação de remédios de alto custo,

controlados e solicitados seqüencialmente pelo cliente).

A entrada dos produtos se dá através do módulo, formado pelas atividades

que estão na interface entre o cliente e o fornecedor, envolvendo a forma pelo qual a

informação de venda é fornecida, o que é transmitido e como é realizada a

comunicação, com o objetivo de obter o menor tempo, maior precisão de dados ao

mínimo custo da operação.

Uma pequena parcela, ou seja, 5% da encomenda para procedimento de

compras é solicitada pelos atendentes, enviando à área de compras a necessidade

de comprar um item para o uso em benefício da empresa. O restante é feito pela

farmacêutica na qual imprime toda saída do dia anterior até o momento, e faz o

pedido diário. A função de comprador era até recentemente atribuições do dono da

empresa, que negociava desde as condições de pagamento até prazos de entrega,

porém, foi criada na empresa a área de compras.

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A solicitação de pedidos geralmente é realizada através de contato

telefônico ou fax, correio, diretamente aos vendedores/representantes ou através de

terminais eletrônicos e internet, o que vem agilizar e evitar a falta de produtos em

aproximadamente 80% após as opções de novas tecnologias.

Em determinadas épocas do ano, como no verão, aumenta o número de

pedidos, a quantidade dos produtos, pois a demanda com o fluxo de turistas é muito

maior, bem como no inverno existe uma maior número de solicitações e de produtos

para gripe, tosse, resfriado, por exemplo, em que se realiza pedidos mais freqüentes

e em quantidades maiores.

3.2.3.1 Compras

A compra de produtos é realizada de acordo com a divisão:

��Medicamentos, similares, perfumaria e produtos de marca própria

Diariamente. É feito pedido de medicamento, através da geração de relatório

com as vendas do período. O pedido é feito pelo telefone, direto com

representante e por pedido eletrônico, em home Page ou programas

específicos.

��Similares

Esses produtos possuem uma grade pré-definida junto aos representantes.

Os mesmos juntamente com o comprador realizam a verificação do estoque

remanescente num período de 7 a 15 dias para fazer a reposição de acordo

com o estoque determinado.

��Perfumaria

O departamento de compras de perfumaria verifica todos os produtos em

falta, ou com pouca quantidade, na qual é realizado através do pedido

diretamente com o representante dentro da loja.

Produtos de marca própria (Farmais), é feito uma avaliação pelo

representante da franquia quinzenalmente. O comprador então, analisa para

ver o que realmente a loja precisa, finalizando o pedido.

O processo de compra para produtos novos, é realizado quase que da

mesma forma, porém não há dias pré-estabelecidos, depende do fornecedor, oferta

e disponibilidade do encarregado da compra.

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A franquia disponibiliza uma vantagem perante a compra de alguns produtos

em determinada época, o produto é comprado por todas as franquiadas, sendo uma

quantidade de pedido significativa para que a mercadoria entre para venda com um

preço mais barato tornando-se uma vantagem competitiva diante dos concorrentes

deste ramo de atuação.

3.2.3.2 Recebimento

Quando a mercadoria chega na empresa, é conferida a nota fiscal, validade

dos produtos e embalagem, visto que os medicamentos só deverão ser recebidos

acompanhados de documentação fiscal (exemplo: nota fiscal, nota de empenho,

guia de remessa etc.). A não-conformidade do documento em relação aos produtos

entregues ou a falta de algum produto, é imediatamente comunicado ao

responsável, pelo transporte da mercadoria e fornecedor. De acordo com os

responsáveis, se faz um registro na hora ou até mesmo, devolve-se a mercadoria

através de nota fiscal de devolução.

Para maior segurança na conferência, a recepção deve dispor de cópias de

todos os pedidos de compras efetuados.

Referente à embalagem, os medicamentos deverão estar nas embalagens

originais, devidamente identificadas e sem apresentar sinais de violação, aderência

ao produto, umidade e inadequação em relação ao conteúdo. Obedecendo a

legislação vigente (Portaria SVS n° 802/98, de 08/10/98) (BRASIL, 1998c).

Outro item a ser observado, é quanto à rotulagem que deve estar de acordo

com o que estabelece a legislação vigente (Artigo 3° da Portaria SVS n° 802/98, de

08/10/98) (BRASIL, 1998c):

��lote - quantidade de um medicamento que se produz em um ciclo de

fabricação, cuja característica essencial é a homogeneidade;

��número do lote - combinação distinta de números e/ou letras que

identifica determinado lote em seu rótulo, registros e certificados de

análises. O número do lote do medicamento recebido deverá ser o

mesmo constante na Nota Fiscal;

��validade - data limite de vida útil do medicamento expressa na

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embalagem e produto.

Como citado por Marin (2003), para que o fármaco exerça o máximo da ação

benéfica desejada e o mínimo de efeitos adversos, é necessário que o medicamento

mantenha preservada as condições de estabilidade. A estabilidade é, assim, a

propriedade de um produto em preservar – dentro de limites estabelecidos e sob

determinadas condições ambientais – as mesmas características físicas, químicas e

farmacológicas, durante seu período de vida útil. Esse espaço de tempo, no qual se

assegura sua integridade, representa o período de validade.

Porém, deve-se ressaltar que esta função de inspeção, bem como a da

qualidade apresenta aspectos diversificados e complexos devido à grande variedade

de produtos constantes dos catálogos do setor da saúde.

Dessa forma, Viana (2002) descreve que um sistema de recebimento de

materiais deve ter, como um dos seus requisitos, o gerenciamento global, que irá

determinar, entre outras, as vantagens de:

��racionalização e agilização, no âmbito operacional, das rotinas e

procedimentos, em todos os segmentos do processo;

��maior integração com os sistemas envolvidos;

��estabelecimento de critérios administrativos mais adequados, para

tratamento de pendências;

��minimização das ocorrências de erros no processamento das

informações.

Após tal conferência, a entrada dos produtos referente ao pedido, são

processados e inseridos no sistema para que possa examinar o preço lançado, a

disponibilidade do item, consolidação dos valores de venda e inclusão no estoque.

Há observação constante envolvendo a verificação do recebimento da

ordem de carga pelo cliente. Em entregas acima do tempo do ciclo normal, a

atualização periódica da data possível e entrega, e ações corretivas, para o sucesso

da operação.

Sintetizando-se, pode-se afirmar que dentre os vários aspectos a serem

observados e necessários ao recebimento, armazenamento, enfim, no manuseio

com medicamentos, pelas farmácias, de modo geral, alguns merecem atenção

especial, como: a manutenção da estabilidade dos medicamentos, a observância

rigorosa dos prazos de validade, o gerenciamento e controle do estoque.

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3.2.4 Analisando o processo de saída do produto da empresa

Na maioria das vezes, o cliente quando procura uma farmácia, está em

posse de um receituário médico, ou procura medicamentos que usa habitualmente.

Normalmente, o cliente se dirigi ao balcão e é recepcionado pelo atendente/

farmacêutico, que tem como dever receber o cliente muito bem, auxiliá-lo na

efetivação da compra e na promoção do uso racional dos medicamentos. Já em

posse da receita, o atendente/farmacêutico deverá dirigir-se ao cliente chamando-o

pelo nome.

Sempre que possível é mantido um diálogo com o cliente, a fim de

esclarecer quaisquer dúvidas com relação ao medicamento prescrito, melhor forma

de administração do medicamento, horários, reações adversas, interações

medicamentosas, entre outras. (Utiliza-se um selo que é colado na caixa do

medicamento, onde constam modo de usar, horário e duração do tratamento).

É de extrema importância que o cliente saia da farmácia totalmente sem

dúvidas quanto ao receituário prescrito.

Frente inúmeros tipos de medicamentos, sejam eles genéricos, de referência

ou similares, não é raro o cliente sugerir opções de preços. Cabe ao atendente/

farmacêutico, respeitando sempre a legislação e ética profissional, esclarecer as

opções existentes. Jamais enganar o cliente passando informações erradas,

somente, para ganhar uma venda. Isso logo virá à tona e afetará a credibilidade

profissional.

Apos esclarecidas todas as dúvidas, é chegada a hora do fechamento da

venda, onde são sugeridas formas de pagamento ao cliente ou como seria a melhor

forma do mesmo efetuar o referido pagamento. É utilizado um selo, que é colocado

na caixa do medicamento, onde constam o modo de usar, horário e duração do

tratamento.

Agradecer, deixando sempre claro que a farmácia estará à inteira disposição

frente a dúvidas que possam surgir durante o uso dos medicamentos. Se possível,

acompanhar o cliente até a saída.

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3.2.5 Caracterizando o setor de estoque da Farmais

A empresa em pesquisa dispõe de 8 funcionários sendo: 5 atendentes, 2

farmacêuticas, 1 responsável pela limpeza. Toda a equipe auxilia nos controles de

entradas e saídas e da distribuição física dos produtos, exceto o funcionário

responsável pela limpeza.

Interessante mencionar, referente a estoque, um parâmetro citado por

Paterno (1990) de que o custo de manutenção dos estoques por ano gira em torno

de 20 a 30% do material estocado/ano. Naturalmente estes parâmetros devem ser

usados com cautela e avaliados com a especialização e opção gerencial da unidade.

Entre os envolvidos, os gestores de materiais, são as 2 farmacêuticas, onde

analisam e decidem o que colocar ou não, e repor os estoques da empresa. A

responsabilidade no setor de estoque é muito importante, pois as verbas mobilizadas

são elevadas e limitadas, portanto conhecem bem suas missões e o que a empresa

espera do seu trabalho, atendimento e produtividade.

Na função de estocagem, as responsáveis admitem que devem ordenar

adequadamente os produtos em áreas apropriadas, de acordo com suas

características, como por exemplo, condições de conservação exigidas (termolábeis,

psicofármacos, inflamáveis, material médico-hospitalar, instrumentais, equipamentos

etc.). É importante realizar alguns critérios, listados e fixados em local estratégico no

setor para auxiliar, na orientação do produtos aos atendentes. Assim, relaciona-se

uma síntese dos mesmos:

��Estocar os produtos por nome genérico, lote e validade, de forma que

permita fácil identificação. Os medicamentos com datas de validade mais

próximas devem ficar na frente.

��Manter distância entre os produtos, paredes, piso, teto e empilhamentos,

de modo a facilitar a circulação interna de ar.

��Conservar os medicamentos nas embalagens originais, ao abrigo da luz

direta.

��Estocar os medicamentos de acordo com as condições de conservação

recomendadas pelo fabricante.

��Não armazenar medicamentos diferentes no mesmo estrado ou

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prateleira, para evitar possíveis trocas na hora da expedição.

��Materiais passíveis de quebras (ampolas e frascos de vidro) devem ser

guardados em local menos exposto a acidentes.

��Manter próximo à área de distribuição os produtos de grande volume e

rotatividade.

��Proteger os produtos contra pragas e insetos.

��Exercer um controle diferenciado dos psicotrópicos, por serem produtos

que causam dependência física e psíquica, sujeitos a controle específico.

Esses medicamentos devem ficar em local seguro, isolado dos demais,

sob controle e responsabilidade legal do farmacêutico.

��Manter os medicamentos termolábeis em áreas específicas, por serem

produtos sensíveis à temperatura.

Também existem boas razões para que a empresa mantenha e reduza os

estoques, vejamos no quadro abaixo uma síntese das colocações :

Reduzir os estoques, pois... Manter os estoques, pois...

�� a crescente diversificação da linha de produtos da empresa exige que esta utilize seus recursos financeiros da forma mais produtiva possível;

�� maior liquidez, itens parados no estoque não agregam valor para os clientes;

�� estoque reduzido tem maior feedback e permite resposta rápida na mudança da linha;

�� redução dos custos de armazenagem, tais como espaço físico, perdas por manuseio e movimentação;

��perdas por obsolência dos matérias.

�� persistência as causas e incertezas e flutuações na oferta e na demanda;

�� a falta de materiais pode comprometer o atendimento, reduzindo o faturamento, e permitindo que o cliente procure alternativas na concorrência.

Quadro 1: Opinião dos entrevistados

Fonte: a pesquisa.

Deve-se assegurar que o estoque corresponda ao tamanho certo para as

tarefas a serem executadas, pois como alegam as funcionárias entrevistadas, em

termos financeiros, os estoques são muito importantes para todas as empresas.

Devido ao fato de não se conhecer a demanda futura e não havendo

disponibilidade de suprimentos a todo momento, “o ideal seria que a empresa

acumulasse estoques para assegurar essa disponibilidade”, comenta uma das

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responsáveis pelos setor.

A colocação feita pela proprietária, do que os estudiosos chamam de

“Proteção contra oscilações de demanda: garantia de disponibilidade de

mercadorias, diante das incertezas do mercado, e do tempo de entrega, deve-se

manter um estoque adicional (estoque de segurança). Porém, por outro lado o valor

necessário é muito alto, então procura-se trabalhar com um estoque de nível médio.

Percebeu-se um baixo estoque, uma falha na previsão da quantidade do

produto na farmácia, devido o pouco espaço para a armazenagem e disposição nos

balcões, ou seja, alega-se esta falha a ocupação do espaço físico. Visto que, além

do pouco espaço já comentado, foi ocupado uma parte no centro da farmácia para

uma maior exposição dos produtos de perfumaria.

Porém, também ficou revelado que, em vez de faltar, o estoque excedeu em

determinadas mercadorias como shampoo, sabonetes, hidratantes entre outros, sem

lastro em demanda real (prevista). Algumas vezes devido à barganha de preços, ou

adiantamento de pedidos, criando com isso, um excesso o que incapacita a correta

armazenagem, principalmente devido à falta de espaço físico, já ressaltado.

Podendo prejudicar até o atendimento aos clientes, sendo que o ideal seria um

estoque nas quantidades certas e no momento correto.

Enfim, deve-se relembrar que o controle de estoque evita desvios e perdas

de mercadorias com data de validade vencida, gerando argumentos para uma boa

negociação com os distribuidores de medicamentos, com melhores preços e

condições de pagamento. O estoque automatizado, os erros são reduzidos no

momento da venda, já que o operador não precisa mais digitar o código do produto,

e sim somente fazer a leitura pelo leitor óptico, agilizando a consulta sobre a posição

da mercadoria no estabelecimento.

Os controles buscam garantir que os resultados que foram planejados,

organizados e dirigidos, se ajustem tanto quanto possível aos objetivos a prioridades

estabelecidos, estando à essência do controle na verificação, se a atividade

controlada está ou não atingindo os objetivos e resultados desejados.

Dadas às mudanças que as organizações estão passando, é fundamental

como interna, para facilitar a adaptação estratégica. O controle estratégico é aquele

que está orientado à manutenção e à melhora contínua da posição competitiva da

empresa, buscando orientar a atuação individual e de cada unidade aos objetivos

globais dos membros da administração.

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De acordo com Gomes e Salas (1999), duas perspectivas podem ser

claramente diferenciadas, seguindo o conceito de controle. A primeira representa

uma perspectiva limitada do que significa o controle na organização; a segunda,

uma perspectiva mais ampla, em que se considera, também, o contexto em que

ocorrem as atividades e os aspectos ligados à estratégia, estrutura organizacional,

comportamento individual, cultura organizacional e meio ambiente.

O Quadro 2, apresentado a seguir, traça de maneira resumida um paralelo

com as duas perspectivas.

ASPECTO PERSPECTIVA LIMITADA PERSPECTIVA AMPLA

Filosofia Controle de cima para baixo Controle efetuado por todos

Ênfase Cumprimento Motivação, autocontrole

Conceito de Controle Medição de resultado na

análise de desvios e geração

de relatórios

Desenvolvimento de uma

consciência orientada para o

aperfeiçoamento contínuo.

Consideração do contexto

social, organizacional e

humano

Limitado. Normas rígidas,

padrões valores monetários

Amplo. Contexto social,

sociedade, cultura, emoções,

valores.

Fundamento teórico Economia, Engenharia Antropologia, Sociologia,

Psicologia.

Mecanismos de controle Controle baseado no resultado

da Contabilidade de Gestão

Formal e Informal. Outras

variáveis, aprendizado.

Quadro 2: Perspectiva de Controle

Fonte: (adaptado de GOMES & SALAS, 1999).

Durante a pesquisa realizada junto à Farmais Noite e Dia, foi possível

identificar pontos críticos do estoque, caracterizados talvez por uma sobreposição de

atribuição, ou até mesmo, uma falha na delegação de funções, o que,

consequentemente, reflete numa incorreta realização das atividades entre os

funcionários encarregados desta área. Observe-se que foi percebido e comentado

anteriormente “que toda a equipe, exceto o responsável pela limpeza auxilia no

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controle de entradas e saídas e na distribuição física dos produtos”, auxílio este, que

nem sempre traz resultados positivos, como acredita-se no caso em questão.

Pode-se considerar também como ponto crítico no controle do estoque “a

falta de uma previsão das quantidades para os períodos de sazonalidade”, o que foi

relatado por funcionários que “a demanda por medicamentos para tosse e gripe no

inverno aumenta, a demanda nos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro, e

também em Julho, ser muito superior”, claro pelo fato que Balneário Camboriú é uma

cidade turística e como tal está sujeita à sazonalidade pelo fluxo de turistas.

3.2.5.1 Armazenagem

Na Farmais Noite e Dia, a forma de armazenagem é de fundamental

importância, para que os funcionários trabalhem com eficiência e para que os

clientes tenham seus produtos em perfeitas condições de consumo

As palavras que resolvem boa parte dos problemas de armazenamento de

produtos, principalmente em unidades de saúde, como é o caso da Farmais, é o

bom senso combinado com as técnicas de armazenamento.

Embasando-se em Patermo (1990), pode-se afirmar que é conveniente

prever para a área de armazenamento ambiente de grande altura (pé direito),

marquise protegendo a descarga dos materiais. Deve ter rede de combate a

incêndio. Para efeito de segurança é melhor uma única entrada e saída.

Paterno (1990) faz recomendações gerais quanto à circulação de ar,

ausência de umidade e temperatura não superior a 25 graus.

Naturalmente, o espaço de armazenamento é função dos itens de estoque a

serem guardados. Este é função da política de suprimentos adotada. Folgas nos

espaços de armazenagem ou previsões para expansões devem ser consideradas.

Do ponto de vista de Martins e Campos (2000), a evolução tecnológica,

como não poderia deixar de ser, estendeu seus múltiplos benefícios à área de

armazenagem, tanto pela introdução de novos métodos de racionalização e dos

fluxos de distribuição de produtos, como pela adequação de instalações e

equipamentos para movimentação física de cargas.

Assim, o objetivo primordial do armazenamento é utilizar o espaço nas três

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dimensões, da maneira mais eficiente possível. As instalações do armazém devem

proporcionar a movimentação rápida e fácil de suprimentos, desde o recebimento

até a expedição.

Outro fator fundamental analisado que pode estar afetando o serviço de

controle do estoque, foi referente ao próprio espaço físico de armazenagem, pois foi

constatado que a Farmais não possui espaço físico suficiente e adequado, não

atendendo como deveria as necessidades do serviço de armazenagem e,

principalmente de recebimento.

Apesar da empresa Farmais não possuir uma área específica de

armazenagem, como um escritório ou depósito, os produtos estão armazenados da

seguinte forma: medicamentos por ordem alfabética, separados por linha, por

exemplo, éticos, similares e genéricos, a mercadoria que necessita de um lugar com

temperatura, fica nas geladeiras.

Armazenar, observando o critério da ordem de entrada e saída, significa

obedecer à ordem cronológica de saída levando em conta a sua época de entrada.

Isso quer dizer: as unidades estocadas há mais tempo devem sair primeiro, a fim de

que não venha a ocorrer situações de esquecimento de itens em estoque, o que

pode causar oxidações, deterioração, obsoletismo, perda de propriedades físicas,

endurecimentos, ressecamentos e outras situações que impliquem em perda de

material, o que é fundamental no armazenamento de medicamentos, o que faz com

que a empresa pesquisada esteja sempre atenta a estas colocações.

Para que os materiais sejam armazenados considerando a sua similaridade

com outros itens, o funcionário encarregado de repor estoque utiliza-se do auxílio do

catálogo de materiais.

Em suma, deve-se destacar que o local deve ser apropriado e proporcionar

maior condição de segurança.

Frente ao contexto, para a Farmais Noite e Dia, a forma de armazenagem é

de fundamental importância, exigindo eficiência para que os clientes tenham seus

produtos em perfeitas condições de consumo.

É levado em consideração a resistência do produto, pois há alguns que

podem ser danificados com mais facilidade.

Também se deve destacar que os produtos que estão para vencer, possuem

uma etiqueta diferenciada.

Já os produtos de perfumaria ficam expostos nas gôndolas no lado externo

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do balcão, para que fique a disposição dos clientes.

Após os dados coletados, a observação constante durante o estágio e a

análise realizada, constatou-se alguns problemas aos quais, sem querer parecer

prepotentes, mas colaborar, se pensou em algumas sugestões.

3.2.6 Sugestões

Como sugestões que possam viabilizar a solução destes problemas

constatados e, objetivando uma melhoria no controle de estoque da Farmais Noite e

Dia, sugere-se:

��Primeiramente, uma reestruturação referente à delegação de funções

entre a equipe da Farmais.

��Acompanhar o fluxo de compras e dos atendimentos (prazo de

recebimentos e entregas), não apenas em relatórios diários, mas em

maiores períodos, como por exemplo, nos meses de dezembro , janeiro e

fevereiro do ano anterior, fazendo um comparativo para auxiliar na

reposição do estoque, especificamente, na área de recebimento,

objetivando-se um maior equilíbrio, ou seja:

. programar o recebimento de produtos (dia – horário);

. programar o procedimento de “exceções” (prioridades ou

emergências);

. funcionário delegado para esta função, disponível no horário;

. área específica definida para a conferência e acomodação dos

produtos recebidos;

. inclusão do item recebido imediatamente no estoque dentro do

método PVPS.

��Referente à área de armazenamento:

. armazenamento imediato e preciso, pelo funcionário delegado como

responsável pelo recebimento do pedido.

Cada item deverá possuir um local de armazenamento e sua localização

rastreada pelo sistema de informações;

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. itens de alta rotatividade serão armazenados na área de acesso

rápido;

. itens de baixa rotatividade deverão ficar fora do caminho de acesso,

porém acessíveis quando necessário.

. o produto antigo entrará em rotatividade com a entrada do novo

produto respeitando o PVPS;

. acesso adequado ao local de armazenamento restrito entre os

funcionários.

��Também por não existir atualmente um eficaz controle de estoque,

sugere-se:

. Realizar inventários periódicos para apuração de possíveis desvios,

diferenças de registro, etc;

. Realizar contagens diárias para os itens classificados como A, ação

esta de estrema importância que será de responsabilidade da

farmacêutica do dia. A contagem será realizada no comeco da tarde,

cujo horário é mais calmo para a atividade.

. Realizar contagens mensais para itens classificados como B. Melhor

forma de contagem para esta categoria, é dividir em 2 grupos de

produtos, em dois turnos. Cada uma das farmacêuticas fica

responsável por um número um grupo de produtos.

. Realizar contagens semestrais para itens classificados como C,

melhor forma de fazê-lo será separar os itens em 3 grupos. As

farmacêuticas responsáveis pela contagem dos itens B, mais um

funcionário da parte da tarde ajudaria nas contagens dos itens C.

. Realizar inventário geral para fins contábeis, ficais e administrativos 1

vez ao ano;

. estocar os produtos por nome genérico, lote e validade, de forma que

permita fácil identificação. Os medicamentos com datas de validade

mais próximas devem ficar à frente (PVPS);

. controlar quantidades e valores estocados;

. identificar e retirar do estoque itens obsoletos ou danificados. Quando

identificados através das verificações rotineiras, das contagens

periódicas,etc.

��E, ainda de modo geral, atentar para:

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. manter próximo à área de expedição os produtos de grande volume e

rotatividade;

��fazer a análise ABC em outro período do ano, no inverno por

exemplo, e sugerir também que essa análise seja refeita anualmente

. não armazenar medicamentos diferentes no mesmo estrado ou

prateleira, para evitar possíveis trocas na hora da expedição;

. prever a atual política de compra da empresa através de uma análise

de previsões de demanda baseada no histórico de vendas e com a

subjetiva sensibilidade do gestor de compras para a projeção da

demanda futura inclusive, por sua importância, ser alvo de um futuro

estudo por este acadêmico ou para outro que possa vir a estagiar na

empresa.

. Refazer, ao menos, anualmente a análise da Curva ABC, pois o mix

de produtos vendidos bem como a procura tende a variar com o

passar do tempo.

. Realizar controle de custos operacionais relativos a administração de

estoques, custo da mercadoria vendida, salários, colaboradores,

turnos e horários de trabalho, para maximizar a utilização dessa mão-

de-obra, etc, que por sua importância, pode ser alvo de um futuro

estudo por este acadêmico ou para outro que possa vir a estagiar na

empresa.

Estes foram os pontos críticos analisados e as sugestões para que a

Farmácia Noite e Dia obtenha melhor desenvolvimento e arrecadação em suas

atividades.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo se focou no gerenciamento do controle de estoques e,

consequentemente, no processamento de pedidos. Não se propôs a discutir

exaustivamente todos os aspectos ferramentais da pesquisa, não tendo a pretensão

de ser definitivo e nem de esgotar os assuntos estudados. Os dados se limitaram em

verificação das quantidades estocadas e do formato de gerenciamento destas

quantidades, visto o controle de estoques exercer grande influência na rentabilidade

da empresa, no qual pequenos erros acarretam prejuízos.

A pesquisa demonstrou que o departamento comercial gostaria que os

estoques fossem sempre elevados e com grande variedade, pois, dessa forma,

teriam muito mais flexibilidade na hora de vender, podendo prometer prazos curtos

ou mesmo imediatos para as entregas. Bem como o não atendimento de um pedido,

no rompimento, na quantidade e prazo solicitado pelo cliente, traz, certamente,

prejuízo à empresa. Embora se saiba que é difícil quantificar monetariamente esse

prejuízo, conforme alguns respondentes da entrevista realizada.

Diante do exposto, este trabalho enfatizou o controle de nível de estoque do

cliente, gerenciado pelo fornecedor, ou seja, o fornecedor controla os estoques de

seus clientes, ou seja, recorrendo-se a sustentação da presente pesquisa na

aplicação da curva ABC, cujo perfil deriva da observação dos perfis dos itens nas

empresas, tratando-se de uma ferramenta gerencial que permite identificar quais

itens justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua importância relativa,

constatou-se alguns pontos negativos no controle de estoque da Farmais Noite e Dia

24 Horas”, para os quais já se registrou algumas sugestões no capítulo anterior.

Assim, pode-se constatar que conduzir uma análise ABC é com freqüência

um passo muito útil no projeto de um programa de ação para melhorar a

performance dos estoques, reduzindo tanto o capital investido em estoques como os

custos operacionais.

Bem como é inegável a utilidade da aplicação do princípio ABC aos mais

variados tipos de análise onde se busca priorizar o estabelecimento do que é mais

ou menos importante num extenso universo de situações e, por conseqüência,

estabelecer-se o que merece mais ou menos atenção por parte da administração,

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particularmente no que diz respeito às atividades de gestão de estoques, foco do

presente estudo.

Sendo assim após a pesquisa realizada, os objetivos alcançados, acredita-

se que se contribuiu com a empresa enfatizando que a administração de estoques

deve ser cuidadosamente realizada, com o auxílio das técnicas existentes, tendo em

vista a preocupação de dirigir esforços em minimizar o inventário e almejar o nível de

serviço desejado, objetivando a melhor política de atendimento.

Considerando-se ainda o enfoque deste estudo, ressalta-se a necessidade

de, em estudos futuros, discutir e fundamentar a questão de custos dos estoques e

dos resultados financeiros, bem como medidas de desempenho para aprimorar o

gerenciamento de estoques; recomendações estas, voltadas a beneficiar a própria

empresa bem como para outros pesquisadores, dar continuidade e aprofundamento

deste estudo, visto o controle de estoque ter por objetivo atingir aos níveis de

serviços estabelecidos pelos clientes e minimizar os custos de manutenção dos

mesmos.

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DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO

A organização cedente de estágio Farmácia Noite e Dia declara, para os devidos

fins, que a estagiária Samantha Anselmo da Silva Gaya, aluna do Curso de

Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CECIESA/Gestão da

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, de 06 de agosto de 2007 a 19 de

novembro de 2007, cumpriu a carga horária de estágio prevista para o período,

seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou

nossas normas internas.

Itajaí, xx de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx de 2007.

_____________________________________ Agatha Gaya

proprietária

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Samantha Anselmo da Silva Gaya

Estagiária

Agatha Gaya

Supervisor de campo

Prof. Guido Renato Miranda

Orientador de estágio

Prof. Eduardo

Responsável pelos Estágios em Administração

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ANEXOS: Planilhas desenvolvidas para a Curva ABC

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