trabalho de conclusão de curso | toni roberto de souza filho | engenharia civil

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO AVALIAÇÃO DAS INSTALAÇÕES PREVENTIVAS E DE COMBATE A INCÊNDIOS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE ENSINO FUNDAMENTAL DE ITAJAÍ-SC Itajaí 2011

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Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Engenharia Civil do acadêmico TONI ROBERTO DE SOUZA FLHO referente a AVALIAÇÃO DAS INSTALAÇÕES PREVENTIVAS E DE COMBATE A INCÊNDIOS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE ENSINO FUNDAMENTAL DE ITAJAÍ-SC

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Page 1: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO

AVALIAÇÃO DAS INSTALAÇÕES PREVENTIVAS E DE COMBATE A

INCÊNDIOS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE ENSINO

FUNDAMENTAL DE ITAJAÍ-SC

Itajaí 2011

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TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO

AVALIAÇÃO DAS INSTALAÇÕES PREVENTIVAS E DE COMBATE A

INCÊNDIOS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE ENSINO

FUNDAMENTAL DE ITAJAÍ-SC

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar. Orientador: Prof. Moacir de Oliveira Júnior.

Itajaí 2011

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Page 4: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta

caminhada. Agradeço também a minha namorada, Kenia, que de forma especial e

carinhosa me deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades.

Quero agradecer também ao meu filho, Toni Neto, que embora não tivesse

conhecimento disto, iluminou de maneira especial os meus pensamentos me

levando a buscar mais conhecimentos. Não poderia esquecer minhas avós Natalina

Sabadini e Maria de Souza, minha tia-avó Idalina, e meus avós Gilberto Pacheco e

Anisio de Souza, que apesar de ausentes, sempre me incentivaram a alcançar meus

sonhos e objetivos. E não deixando de agradecer de forma grata e grandiosa aos

meus irmãos Felipe, Guilherme, Maria Fernanda e Juliana, e principalmente meus

pais, Toni e Cláudia, a quem eu rogo todas as noites a minha existência.

Page 5: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

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O sucesso nasce do querer, da

determinação e persistência em se

chegar a um objetivo. Mesmo não

atingindo o alvo, quem busca e

vence obstáculos, no mínimo fará

coisas admiráveis."

José de Alencar

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APRESENTAÇÃO

Atendendo ao disposto no Regulamento do Curso de Engenharia Civil, submetemos

à consideração superior o presente TCC realizado no período de 01/03/2011 a

05/12/2011, bem como as considerações a respeito do mesmo.

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RESUMO

O objetivo do presente trabalho foi analisar e avaliar as edificações escolares de ensino fundamental de Itajaí – SC em relação ao sistema preventivo e combate ao incêndio. Entende-se por prevenção contra incêndios o conjunto de medida de cautela, recursos legais e materiais para evitar sinistros, bem como saber combate-los de início caso ocorram. Foram realizadas pesquisas em normas técnicas para fundamentação de um check list contendo os requisitos a serem observados e avaliados em campo, totalizando trinta e nove escolas pesquisadas. Através dos dados obtidos, pode-se perceber que todas as escolas apresentaram alguma desconformidade, caracterizada pela ausência ou condições precárias das instalações preventivas e de combate a incêndios das edificações, fato preocupante, já que coloca em risco a segurança dos usuários e causam perdas sociais, econômicas e principalmente humanas.

Palavras-chave: Escolas, Incêndio, Bombeiros.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina .................................... 18 Figura 2 - Origem do fogo .................................................................................... 19 Figura 3 - Triângulo e tetraedro do fogo ............................................................... 20 Figura 4 - Detalhe do extintor. .............................................................................. 29 Figura 5 - Detalhe de hidrante .............................................................................. 32 Figura 6 - Planta baixa de casa de gás. ............................................................... 34 Figura 7 - Corte A.A. da casa de gás. .................................................................. 35 Figura 8 - Detalhe do ponto de alimentação dos fogões a gás............................. 35 Figura 9 - Funcionamento do SPCDA por método de Franklin. ........................... 40 Figura 10 - Desenho genérico do sistema Faraday em galpão .............................. 41 Figura 11 - Desenho genérico do sistema Faraday em prédio. .............................. 41 Figura 12 - Desenho genérico do sistema de esfera rolante em prédio. ................ 42 Figura 13 - Funcionamento da esfera rolante. ........................................................ 42 Figura 14 - Detalhe da fixação do cabo e terminal aéreo na telha. ........................ 45 Figura 15 - Acionador e sonorizador do sistema de alarme. .................................. 47 Figura 16 - Luminária de sinalização de abandono de local com seta

indicativa de saída................................................................................ 49 Figura 17 - Instalação da luminária de emergência. ............................................... 51 Figura 18 - Gráfico da exigibilidade dos sistemas preventivos e de combate

a incêndios. .......................................................................................... 58 Figura 19 - Gráfico global de verificação de conformidades das edificações

onde os sistemas preventivos são exigidos. ........................................ 59 Figura 20 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de

proteção por conjunto de extintores ..................................................... 60 Figura 21 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema

hidráulico preventivo ............................................................................ 61

Page 9: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

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Figura 22 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de gás centralizado .......................................................................................... 61

Figura 23 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de

saídas de emergência. ......................................................................... 62 Figura 24 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de

proteção por descargas ........................................................................ 63 Figura 25 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de

iluminação de emergência. .................................................................. 64 Figura 26 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de

sinalização de emergência. .................................................................. 65 Figura 27 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de

alarme de incêndio. .............................................................................. 65

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Quantidade de incêndios no município de Itajaí-SC no ano de 2010. .................................................................................................... 13

Quadro 2 - Carga de fogo em função da classificação de risco. ............................ 24 Quadro 3 - Seleção do agente extintor segundo a classificação do fogo. .............. 28 Quadro 4 - Definição da quantidade de extintores e caminhamento em razão

da classificação de risco. ..................................................................... 28 Quadro 5 - Quantidade de hidrante em uso simultâneo em função do

número de hidrantes instalados. .......................................................... 31 Quadro 6 - Pressão mínima exigida de acordo com a classificação de risco. ........ 31 Quadro 7 - Vazões em hidrantes conforme classificação de risco. ........................ 32 Quadro 8 - Afastamento mínimo por quantidade de GLP. ..................................... 33 Quadro 9 - Saída de emergência em edificações. ................................................. 37 Quadro 10 - Tipo e quantidade de escadas. ............................................................ 37 Quadro 11 - Nível de proteção do SPCDA pelo tipo de edificação. ......................... 43 Quadro 12 - Dimensionamento do SPCDA conforme nível de proteção. ................. 43 Quadro 13 - Seções mínimas dos materiais que compõe o SPCDA........................ 44 Quadro 14 - Check list contendo os parâmetros a serem verificados ...................... 55 Quadro 15 - Não conformidades encontradas em função da quantidade de

edificações pesquisadas onde há exigibilidade dos sistemas preventivos ........................................................................................... 66

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 1.1 Tema e problema de pesquisa ............................................................................ 11 1.2 Objetivos ............................................................................................................. 12 1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 12 1.2.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 12 1.3 Justificativa ......................................................................................................... 12 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 15 2.1 História do Corpo de Bombeiros ......................................................................... 15 2.1.1 No Mundo ....................................................................................................... 15 2.1.2 No Brasil ......................................................................................................... 16 2.1.3 Em Santa Catarina ......................................................................................... 17 2.2 Fogo .................................................................................................................... 19 2.2.1 História do fogo ............................................................................................... 19 2.2.2 Conceito .......................................................................................................... 19 2.2.3 Elementos essenciais do fogo ........................................................................ 20 2.3 Classes de incêndios .......................................................................................... 22 2.4 Classificação das edificações ............................................................................. 23 2.5 Sistemas de segurança....................................................................................... 24 2.6 Sistemas preventivos .......................................................................................... 25 2.6.1 Proteção passiva ............................................................................................ 25 2.6.2 Proteção por conjunto de extintores ............................................................... 26 2.6.3 Sistema hidráulico preventivo ......................................................................... 30 2.6.4 Instalação de gás combustível canalizado...................................................... 33 2.6.5 Saída de emergência, rota de saída ou saída ................................................ 36 2.6.6 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPCDA) ...................... 39 2.6.7 Sistema de alarme de incêndio ....................................................................... 45 2.6.8 Sistema de sinalização de emergência........................................................... 48 2.6.9 Sistema de iluminação de emergência ........................................................... 50 3 METODOLOGIA ................................................................................................... 52 3.1 Perspectiva da pesquisa ..................................................................................... 52 3.2 Procedimento e instrumentos de coleta e análise de informações ..................... 52 4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............. 57 5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 68 6 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 71

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Tema e problema de pesquisa

Segundo corpo de bombeiros militar do estado do Rio de Janeiro - academia de

bombeiro militar D. Pedro II (2008) a prevenção de incêndio envolve uma série de

providências e cuidados, que implantados e executados conforme normas técnicas

servem para dirimir o princípio e/ou propagação do fogo. A falha humana é apontada

como causa fundamental nos incêndios, podendo desta forma ser evitada quando

adotadas medidas preventivas necessárias, visando segurança e tranquilidade dos

usuários.

As medidas preventivas e de combate a incêndios estão dispostas em normas da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e na Norma de Segurança

Contra Incêndios (NSCI/1994) que apresenta as especificações dos sistemas de

segurança previstas para edificações escolares em Santa Catarina. (OLIVEIRA

JÚNIOR, 2011).

O completo funcionamento dos sistemas preventivos e de combate a incêndio

compete à direção da escola, coordenando ações preventivas necessárias

juntamente com Corpo de Bombeiros Militar (CBM), órgão responsável pela

aprovação dos projetos e fiscalização (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO,

2009).

O município de Itajaí-SC apresenta em seu território 40 escolas municipais de ensino

fundamental, sendo que a primeira escola municipal foi instituída pela lei provincial

n° 9, de 15 de abril de 1835, posteriormente foi inaugurado o Grupo Escolar Vítor

Meireles, em 04 de dezembro de 1913. No ano de 1928, em 12 de outubro o

governador Adolfo Konder em visita oficial a Itajaí, inaugurou a Escola Lauro Müller

no bairro Vila Operária (SANTOS, 2011).

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A pergunta chave que norteia este trabalho de conclusão de curso é: Qual o

diagnóstico das instalações preventivas e de combate a incêndios das escolas

municipais de ensino fundamental de Itajaí - SC?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Analisar e avaliar as edificações escolares de ensino fundamental de Itajaí-SC em

relação ao sistema preventivo e combate ao incêndio.

1.2.2 Objetivos específicos

a) Apresentar o Sistema de Proteção Contra Incêndios (SPCI);

b) Detalhar os sistemas preventivos mínimos necessários para unidades escolares;

c) Mapear as unidades de ensino fundamental;

d) Elaborar planilha contendo os requisitos a serem analisados;

e) Vistoriar as edificações escolares;

f) Analisar e interpretar os resultados obtidos.

1.3 Justificativa

As consequências que os incêndios causam à sociedade são notórias, ocasionam

perdas sociais, econômicas e principalmente humanas. Sendo assim, a prevenção e

o combate a incêndios devem ser considerados como requisitos fundamentais das

edificações.

Page 14: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

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O Quadro 1 apresenta os princípios e quantidade de incêndios registrados no

município de Itajaí no ano de 2010 dividido por tipo de edificação e/ou tipo.

Quadro 1 - Quantidade de incêndios no município de Itajaí-SC no ano de 2010.

Ocorrência Quantidade

Incêndio Edificação Comercial – Alvenaria 13

Incêndio Edificação Comercial – Madeira 4

Incêndio Edificação de Reunião de Público – Alvenaria 3

Incêndio Edificação Escolar – Alvenaria 1

Incêndio Edificação Mista – Alvenaria/Madeira 5

Incêndio Edificação Pública – Alvenaria 1

Incêndio Edificação Residencial Multifamiliar – Alvenaria 13

Incêndio Edificação Residencial Multifamiliar – Madeira 1

Incêndio Edificação Residencial Multifamiliar Mista – Madeira/Madeira 2

Incêndio Edificação Residencial Unifamiliar – Alvenaria 36

Incêndio Edificação Residencial Unifamiliar – Alvenaria/Madeira 36

Incêndio Edificação Residencial Unifamiliar – Madeira 57

Incêndio Edificação tipo Depósito de Inflamáveis – Alvenaria 1

Incêndio Edificação tipo Depósito de Inflamáveis – Madeira 1

Incêndio Edificação tipo Garagem – Alvenaria 4

Incêndio Edificação tipo Garagem – Madeira 1

Incêndio Edificação tipo Garagem – Metálica 2

Incêndio Edificação tipo Hospitalar/clínica – Alvenaria/Madeira 1

Incêndio em Vegetação – Área de Plantio 8

Incêndio em Vegetação – Nativa 24

Incêndio em Vegetação – Preservação Permanente 2

Incêndio em Vegetação – Reflorestamento 13

Incêndio em Vegetação – Terreno Baldio 65

Incêndio em Veículo – Carro 36

Incêndio em Veículo – Embarcação 2

Incêndio em Veículo – Moto 2

Incêndio em Veículo/Embarcação/Aeronave – Carga 11

Outros Incêndios 20

Outros Princípios de Incêndio 64

Princípio de Incêndio – Edificação Comercial 7

Princípio de Incêndio – Edificação Industrial 13

Princípio de Incêndio – Edificação Mista 1

Princípio de Incêndio – Edificação Pública 1

Princípio de Incêndio – Edificação Residencial Multifamiliar 2

Princípio de Incêndio – Edificação Residencial Unifamiliar 21

Princípio de Incêndio – Edificação tipo Garagem 1

Total 475 Fonte: CBMSC (2011).

Page 15: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

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Dentre as edificações, as escolares também devem cumprir as determinações das

normas que regulam os sistemas preventivos e combate a incêndios e que tais

sistemas estejam implantados corretamente e em condições de uso para garantir a

segurança de todos os usuários.

As edificações devem passar pela supervisão do Corpo de Bombeiros de Santa

Catarina (CBSC), embora muitos projetos não sejam analisados pelo Centro de

Atividades Técnicas (CAT) do CBSC, cabe salientar que toda obra pública é

construída ou reformada com o aval do profissional de engenharia ou arquitetura

regularmente registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA)

e com a devida capacidade técnica comprovada. (OLIVEIRA JUNIOR, 2011).

Segundo Oliveira Júnior, Moacir (2011) as instalações preventivas e de combate a

incêndios das edificações escolares estaduais de Itajaí estão em péssimas

condições. Logo se observou a importância de se verificar também a realidade das

escolas municipais de ensino fundamental.

Page 16: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 História do Corpo de Bombeiros

2.1.1 No Mundo

A origem dos Corpos de Bombeiros remonta à antiga Roma em 27 a.C., onde o

imperador Augusto formou um grupo denominado de “vigiles”, o qual patrulhava as

ruas para policiar e impedir incêndios (CARVALHO, 2011)

No ano de 872 em Oxford, Inglaterra, foi promulgada uma das normas mais antigas

que estabelecia um toque de alerta, a partir do qual se deviam apagar todos os

incêndios que estivessem ocorrendo no momento. Logo após, Guilhermo, o

Conquistador, expandiu o toque de alerta para toda a Inglaterra (BRIGADA MILITAR

DO CORPO DE BOMBEIROS DO RIO GRANDE DO SUL, 2011).

Após o grande incêndio de 1666 em Londres, Inglaterra, que destruiu grande parte

da cidade e deixou milhares de pessoas desabrigadas, as companhias de seguros

criaram brigadas de seguros contra incêndios para proteger a propriedade de seus

clientes (MACEDO, 2011b).

Em Boston, EUA, no ano de 1679 foi fundado o primeiro departamento profissional

municipal contra incêndios, após um grande incêndio que destruiu 155 edificações e

vários barcos. Em Massachusetts organizou-se nas comunidades sistemas de

defesa contra o fogo, exigindo que cada casa houvesse disponíveis cinco baldes,

que ao som dos sinos da igreja, os moradores formassem grandes filas, passando

os baldes de mão em mão desde o manancial até o sinistro (BRIGADA MILITAR DO

CORPO DE BOMBEIROS DO RIO GRANDE DO SUL, 2011).

Outro momento histórico importante foi a criação da primeira organização

profissional de bombeiros com a utilização de bombas a vapor com tração animal,

em primeiro de abril de 1853 em Cinccinati, Ohio, sendo este o modelo adotado mais

Page 17: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

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tarde em Nova York. As primeiras escolas de bombeiros surgiram nos anos

seguintes, em 1889 e 1914, nas cidades de Boston e Nova York respectivamente

(BARBOSA, 2011).

Nas guerras mundiais, os corpos de bombeiros já apresentavam estruturas

suficientes para dirimir incêndios originados dos bombardeios, instituindo jornada de

trabalho de 24 horas, prática adotada até os tempos atuais (MACEDO, 2011b).

2.1.2 No Brasil

Durante o período imperial, os recursos disponíveis para população extinguir o fogo

eram limitados e difíceis, visto que as construções eram ricas em madeiras, e o

mesmo se expandia rapidamente (MACEDO, 2011a).

O sinal de incêndio era dado pelos sinais das igrejas. Acorriam todos os aguadeiros

com suas pipas, e também os populares, que faziam longas filas até o chafariz

julgado mais próximo, transportando de mão em mão os baldes de água, ao mesmo

tempo em que se improvisavam escadas de madeira para efetuar salvamentos,

retirando os moradores, antes que eles se atirassem. Se o incêndio ocorria a noite a

confusão era maior por falta de iluminação pública. Assim o Vice-Rei Luís de

Vasconcelos, em ofício a Câmara datado de 12 de julho de 1788, determinou que

todos deveriam iluminar a frente de suas casas, a fim de evitar o "atropelamento",

que causava mais vítimas que o próprio fogo (CORPO DE BOMBEIROS

CASCAVEL, 2011).

No Rio de Janeiro, anteriormente a criação do corpo de bombeiros, os incêndios

eram extintos por seções dos Arsenais de Guerra da Marinha, da Casa de Correção

e da Repartição de Obras Públicas (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2011).

Ao surgimento de um incêndio na cidade, os bombeiros eram avisados por três

disparos de canhão, partidos do morro do Castelo, e por toques de sinos da igreja

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de São Francisco de Paula, correspondendo o número de badaladas ao número da

freguesia onde se verificava o sinistro. Esses toques eram então reproduzidos pela

igreja matriz da freguesia. Em 2 de julho de 1856, pelo decreto imperial nº 1.775,

assinado por sua Majestade o Imperador Dom Pedro II, foi criado o Corpo de

Bombeiros Provisório da Corte. Ao recebimento de um aviso de incêndio, os praças

saíam puxando o corrico pela via pública, o qual possuía de seis a oito mangueiras,

procurando debelar o fogo, solicitando conforme a extensão do sinistro os reforços

necessários (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO, 2011).

O decreto imperial de nº 1.775 reuniu numa só administração as diversas seções

que até então existiam para o serviço de extinção de incêndios, sendo assim criado

e organizado o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte. Com o Decreto nº 2.587,

de 30 de abril de 1860, tornava-se definitivo o Corpo Provisório de Bombeiros da

Corte (ASSOCIAÇÃO DE MOTOCICLISTAS BOMBEIROS MOTO CLUBE, 2011).

De acordo com brigada militar do corpo de bombeiros do Rio Grande do Sul ([200_])

em 1865 recebeu o Corpo de Bombeiros a sua primeira bomba-a-vapor,

especialmente destinada aos incêndios à beira-mar, podendo ser embarcada para

extinção de incêndios abordo e transportada por 20 (vinte) homens.

Após inúmeras conquistas, somente em 1899 foi adquirida a primeira ambulância

para acompanhar o material destinado ao combate a incêndio. E em 23 de maio de

1908 foi concluída a obra e inaugurada o majestoso prédio, verdadeiro símbolo

arquitetônico, que é o Quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros (CORPO

DE BOMBEIROS CASCAVEL, 2011).

2.1.3 Em Santa Catarina

Em 16 de setembro de 1919, foi sancionada pelo então Governador do Estado de

Santa Catarina, Doutor Hercílio Luz, a Lei Estadual nº 1.288, que criava a Seção de

Bombeiros, constituída de integrantes da então Força Pública (SECRETARIA DE

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SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA DO CIDADÃO - CORPO DE BOMBEIROS

MILITAR DE SANTA CATARINA, 2011).

Somente em 26 de setembro de 1926, foi inaugurada a Seção de Bombeiros da

Força Pública, hoje Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina - CBMSC, com a

presença do Governador do Estado, Secretário do Interior e Justiça, Presidente do

Congresso Representativo e do Superior Tribunal de Justiça, Chefe de Polícia e

outras autoridades, além de muitas pessoas do povo (LAUREANO JUNIOR, 2006).

A Seção de Bombeiros atendeu o seu primeiro chamado no dia 5 de outubro,

quando extinguiu, com emprego da bomba manual, um princípio de incêndio que se

originara no excesso de fuligem da chaminé da casa do Sr. Achilles Santos, à Rua

Tenente Silveira, nº 6 (OLIVEIRA, 2005).

A primeira descentralização da Corporação ocorreu em 13 de agosto de 1958, com a

instalação de uma Organização Bombeiro Militar no município de Blumenau. A Lei

Estadual nº 6.217, de 10 de fevereiro de 1983, criou a atual Organização Básica da

Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar (SAPO SABER, 2011).

Em 13 de junho de 2003, a Emenda Constitucional nº 033, concedeu ao Corpo de

Bombeiros Militar de Santa Catarina - CBMSC o título de Organização independente,

formando junto com a Polícia Militar, o grupo de Militares Estaduais (MASNIK, 2011).

Figura 1 - Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Fonte: Site do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina

1.

1 Disponível em: <http://www.cb.sc.gov.br/> Acesso em: 04 abr. 2011

Page 20: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

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2.2 Fogo

2.2.1 História do fogo

O fogo existe desde o início da formação da Terra, passando a coexistir com o

homem depois do seu aparecimento. Presume-se que os primeiros contatos, que os

primitivos habitantes tiveram com o fogo, foram através de manifestações naturais

como os raios que provocam grandes incêndios florestais. Na sua evolução, o

homem primitivo passou a utilizar o fogo colhido dos eventos naturais e, mais tarde,

obtido intencionalmente através da fricção de pedras, como parte integrante da sua

vida, utilizando-o na iluminação e aquecimento das cavernas e no cozimento da sua

comida. Nesse período, o homem dominava plenamente as técnicas de obtenção do

fogo tendo-o, porém, como um fenômeno sobrenatural (CORPO DE BOMBEIROS

MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - ACADEMIA DE BOMBEIRO

MILITAR D. PEDRO II, 2008).

Figura 2 - Origem do fogo. Fonte: Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro

Academia de Bombeiro Militar D. Pedro II (2008).

2.2.2 Conceito

O fogo é a resultante de uma reação química de oxidação com desprendimento de

luz e calor, podendo dizer que o fogo é a parte visível de uma combustão, reação

Page 21: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

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química na qual uma substância combustível reage com o oxigênio, ativada pelo

calor emitindo energia luminosa (fogo), mais calor e outros produtos. A apresentação

física do fogo pode ser de duas maneiras, como chama ou como brasas, podendo

aparecer de forma isolada ou conjuntamente falsos (SECRETARIA DE ESTADO DA

DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005).

2.2.3 Elementos essenciais do fogo

Os elementos que compõe o fogo são: combustível (todo material que queima),

comburente (oxigênio), calor e reação em cadeia, também denominado

transformação em cadeia, o qual irá formar o quadrado ou tetraedro do fogo,

conforme Figura 3, substituindo o antigo triângulo do fogo (REIS, 1987).

Figura 3 - Triângulo e tetraedro do fogo. Fonte: DENIPOTTI et al. (2005).

a) Combustível: Combustível é elemento que serve de campo de propagação do

fogo. Para efeito prático as substâncias foram divididas em combustíveis (materiais

orgânicos) e incombustíveis (materiais inorgânicos), sendo a temperatura de 1000ºC

para essa divisão, ou seja, os combustíveis queimam abaixo de 1000ºC, e os

incombustíveis acima de 1000ºC, isto se deve ao fato de, teoricamente, todas as

substâncias poderem entrar em combustão (queimar) (SECRETARIA DE ESTADO

DA DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005).

Page 22: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

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Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos e gasosos, tendo este último maior

capacidade de entrar em combustão (combustibilidade). A maioria dos corpos

orgânicos antes de se combinarem como oxigênio para originar a combustão,

transformam-se inicialmente em gases ou vapores. Todo material combustível que

se gaseifica para combinar como oxigênio, possui em sua estrutura um ou mais dos

elementos químicos carbono, hidrogênio e enxofre, chamados de elementos

combustíveis (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO - ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR D. PEDRO II, 2008).

b) Calor: Calor é uma forma de energia que eleva a temperatura, gerada da

transformação de outra energia, através de processo físico ou químico. Pode ser

descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é, movimentação ou

vibração das moléculas que compõem a matéria. A energia de ativação serve como

condição favorável para que haja a reação de combustão, elevando a temperatura

ambiente ou de forma pontual, proporcionando com que o combustível reaja com o

comburente em uma reação exotérmica (REIS, 1987).

Ao receber calor, o combustível se aquece até chegar a uma temperatura que

começa a desprender gases (os combustíveis inflamáveis normalmente já

desprendem gases a temperatura ambiente). Esses gases se misturam com o

oxigênio do ar e em contato com uma chama ou até mesmo uma centelha, dá início

à queima (DENIPOTTI et al., 2005).

c) Reação em cadeia: Novo elemento essencial ao fogo, a reação em cadeia

formada durante a combustão gera produtos intermediários instáveis, chamados

radicais livres, prontos a combinar-se com outros elementos, gerando novos radicais

mais estáveis. Aos radicais livres cabe a transmissão da energia química, gerada

pela reação, que por sua vez se transformará em energia calorífica decompondo as

moléculas, ainda intactas, e assim promovendo a sustentação e propagação do fogo

(REIS, 1987).

A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado da chama

atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam

com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando

Page 23: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

22

um círculo constante (SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL - CORPO DE

BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – DIRETORIA GERAL

DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005).

d) Propagação do fogo: O fogo pode se propagar através do contato da chama em

outros combustíveis, pelo deslocamento de partículas incandescentes ou pela ação

do calor. O calor é uma forma de energia produzida pela combustão ou originada do

atrito dos corpos, se propagando por três processos de transmissão (DENIPOTTI et

al., 2005).

e) Condução: É a forma pela qual se transmite o calor através do próprio material,

de molécula a molécula ou de corpo a corpo (FERREIRA JUNIOR, 1974).

f) Convecção: É quando o calor se transmite através de uma massa de ar aquecida,

que se desloca do local em chamas, levando para outros locais, quantidade de calor

suficiente para que os materiais combustíveis aí existentes atinjam seu ponto de

combustão, originando outro foco de fogo. (REIS, 1987).

g) Irradiação: É quando o calor se transmite por ondas caloríficas através do

espaço, sem utilizar qualquer meio material (SECRETARIA DE ESTADO DA

DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005).

2.3 Classes de incêndios

Os incêndios são classificados de acordo com as características dos seus

combustíveis. Somente com o conhecimento da natureza do material que está se

queimando, pode-se descobrir o melhor método para uma extinção rápida e segura

(REIS, 1987).

Segundo o Governo do Estado de São Paulo (2009) os incêndios são classificados

conforme descrito a seguir:

Page 24: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

23

Classe A

Caracteriza-se por fogo em materiais sólidos;

Queimam em superfície e profundidade;

Após a queima deixam resíduos, brasas e cinzas;

Esse tipo de incêndio é extinto principalmente pelo método de resfriamento, e às

vezes por abafamento através de jato pulverizado.

Classe B

Caracteriza-se por fogo em combustíveis líquidos inflamáveis;

Queimam em superfície;

Após a queima, não deixam resíduos;

Esse tipo de incêndio é extinto pelo método de abafamento.

Classe C

Caracteriza–se por fogo em materiais/equipamentos energizados (geralmente

equipamentos elétricos);

A extinção só pode ser realizada com agente extintor não condutor de

eletricidade, nunca com extintores de água ou espuma;

O primeiro passo num incêndio de classe C é desligar o quadro de força, pois

assim ele se tornará um incêndio de classe A ou B.

Classe D

Caracteriza-se por fogo em metais pirofóricos (alumínio, sódio, magnésio, etc.);

São difíceis de serem apagados;

Esse tipo de incêndio é extinto pelo método de abafamento;

Nunca utilizar extintores de água ou espuma para extinção do fogo.

2.4 Classificação das edificações

É fundamental e necessário saber quais os sistemas de prevenção contra incêndio

exigidos em edificações escolares. Para determinar as medidas de segurança contra

Page 25: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

24

incêndios, a NSCI (1994) em seu art. 10 atribui à ocupação escolar contemplando

escolas, creches, jardins e congêneres, além disso, em seu art. 27 classifica as

mesmas como risco leve, ressaltando que poderá ocorrer mudança de classificação

de risco, de acordo com a carga de fogo, que é calculada de modo que todo o

material potencialmente combustível de uma edificação não ultrapasse valores

normatizados, conforme especificado no Quadro 2.

Quadro 2 - Carga de fogo em função da classificação de risco.

Classificação de risco Carga de fogo (kg/m²)

Risco leve <60

Risco médio 60 a 120

Risco elevado >120 Fonte: Adaptação do art. 27 da NSCI (1994).

2.5 Sistemas de segurança

Nesse contexto para se definir os sistemas preventivos mínimos exigidos para

edificações em Santa Catarina, “deve-se” adotar as prescrições do Capítulo III da

NSCI que em seu Art. 20 trata exclusivamente de edificações escolares.

Art. 20 - Nas edificações ESCOLARES: I - Independente do número de pavimentos ou da área total construída,

será exigido Sistema Preventivo por Extintores; II - Com 04 ou mais pavimentos ou área total construída, igual ou superior

a 750 m2, será exigido Sistema Hidráulico Preventivo; III - Será exigido Gás Centralizado, quando houver o funcionamento de

aparelho técnico de queima; IV - Serão exigidas Saídas de Emergência; V - Com 04 ou mais pavimentos ou área total construída, igual ou superior

a 750 m2 deverão dispor de proteção por Pára-Raios; VI - Com mais de 20 m de altura deverão dispor de pontos para Ancoragem

de Cabos; VII - Com área total construída, superior a 1.500 m2, será exigido Sistema

de Alarme; Sinalização que auxilie o Abandono do Local e Iluminação de Emergência, nas salas e nas circulações, com exceção das edificações onde a sala de aula possua saída diretamente para o exterior. (NSCI, 1994).

Page 26: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

25

2.6 Sistemas preventivos

Por prevenção contra incêndios entende-se o conjunto de medida de cautela,

recursos legais e materiais para evitar irrupção de sinistros, bem como atacá-los de

inicio se ocorrerem, até a chegada do corpo de bombeiros. (FERREIRA JUNIOR,

1974).

Os objetivos fundamentais dos sistemas preventivos são de minimizar o risco a vida

e reduzir a perda patrimonial, visto que garante a fuga dos ocupantes da edificação

em condições de segurança, a minimização de danos a edificações adjacentes e à

infraestrutura pública e a segurança das operações de combate ao incêndio quando

necessárias (VARGAS; SILVA, 2005).

A seleção do sistema preventivo ideal deve ser feita tendo por base os riscos de

início de um incêndio, de sua propagação e de suas consequências. Não basta

identificar o possível dano à propriedade devido ao fogo, mas por razões

econômicas, é necessário também identificar a extensão do dano que pode ser

considerado tolerável (REIS, 1987).

A necessidade e o valor da prevenção são indiscutíveis notadamente quando se

leva em conta que os maiores incêndios originam-se de causas facilmente

domináveis, por iguais razões, são válidos todos os esforços no sentido de se

conhecer as normas preventivas e a legislação pertinente, vale lembrar a

importância da prevenção contra incêndio no dia a dia das pessoas. (FERREIRA

JUNIOR, 1974).

2.6.1 Proteção passiva

A vida moderna aumenta os riscos de incêndio devido às maiores concentrações

humanas, edificações mais próximas e mais altas, concepções arquitetônicas que

favorecem a propagação do fogo, materiais decorativos de fácil combustão e pela

proliferação, no interior das edificações (VALLE, [2008?]).

Page 27: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

26

Ao contrário da proteção ativa que visa a extinção do incêndio, a proteção passiva

está incorporada, tendo como principais objetivos a compartimentação e o

confinamento do sinistro, evitando sua propagação e mantendo a estabilidade

estrutural do edifício por um tempo determinado, propiciando a evacuação de seus

ocupantes e assegurando a integridade das equipes de salvamento, resgate e

combate a incêndio do Corpo de Bombeiros (ONO, 2008).

O Congresso Brasileiro do Concreto (2005) descreve que as medidas de proteção

passiva são de vital importância numa situação de incêndio, levando em

consideração a correta provisão de rotas de fuga e a definição do grau de

resistência dos elementos construtivos, estruturais e dos compartimentos, que irão

limitar ou conter o crescimento do incêndio no interior do edifício. Outro fator muito

importante, porém pouco considerada pelos projetistas é a acessibilidade ao lote e a

edificação, que quando não existe surge uma preocupação em relação à segurança

contra incêndio, pois a correta implantação do edifício no lote e concepção de suas

fachadas são itens essenciais ao bom desempenho das atividades de salvamento e

combate a incêndios.

2.6.2 Proteção por conjunto de extintores

Os extintores fazem parte do sistema básico de segurança contra incêndio em

edificações e têm como objetivo o combate de princípio de incêndio, apresentando

como principais características, a portabilidade, facilidade de uso, manejo e

operação. Vale lembrar que os princípios de incêndios têm características diferentes

em função de sua origem elétrica ou não, e materiais combustíveis envolvidos, o que

exige o uso de agentes extintores apropriados para cada caso (SEITO et al., 2008).

De acordo com a NBR 12693 (1993) o extintor de incêndio é um aparelho de

acionamento manual, constituído de recipiente e acessórios contendo o agente

extintor destinado a combater princípios de incêndio. O sistema de proteção contra

incêndio por extintores, portáteis e/ou sobre rodas, deve ser projetado considerando-

se a classe de risco a ser protegida e respectiva área, a natureza do fogo a ser

Page 28: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

27

extinto, o agente extintor a ser utilizado, a capacidade extintora do extintor e a

distância máxima a ser percorrida. Os extintores são classificados de acordo com

sua capacidade extintora, obedecendo a critérios de tipo e quantidade de agente-

extintor (NSCI, 1994). São considerados agentes extintores, em virtude da sua

atuação sobre o fogo, as seguintes substâncias:

a) Espuma: é uma solução aquosa de baixa densidade e de forma contínua,

constituída por um aglomerado de bolhas de ar ou de um gás inerte. É um

agente extintor indicado para incêndios das classes A e B. Age por abafamento e

secundariamente por resfriamento. Por ter água na sua composição, não se pode

utiliza-lo em incêndio de classe C, pois conduz corrente elétrica. Existem dois

tipos clássicos de espuma, são eles espuma química e mecânica (CORPO DE

BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - ACADEMIA DE

BOMBEIRO MILITAR D. PEDRO II, 2008).

b) Gás Carbônico: é um gás incombustível, inodoro, incolor, mais pesado que o ar,

não é tóxico, mas sua ingestão provoca asfixia. Atua por abafamento, dissipa-se

rapidamente quando aplicado em locais abertos. Não conduz corrente elétrica,

nem suja o ambiente em que é utilizado. O Dióxido de Carbono apresenta melhor

resultado no combate a incêndios das Classes B e C. Na Classe A apaga

somente na superfície (REIS, 1987).

c) Pó Químico Seco (PQS): mistura na forma de pó, com propriedade de extinção

de incêndios, constituída de um ou mais produtos inibidores e outras substâncias

que proporcionam propriedades físico-químicas a ela (NBR 9695, 2003). É um

grupo de agentes extintores de finíssimas partículas sólidas, e tem como

características não serem abrasivas, não serem tóxicas, mas pode provocar

asfixia se inalado em excesso, não conduz corrente elétrica, mas tem o

inconveniente de contaminar o ambiente sujando-o, podendo danificar inclusive

equipamentos eletrônicos, desta forma, deve-se evitar sua utilização em

ambiente que possua estes equipamentos no seu interior e ainda dificultando a

visualização do ambiente. Atua por abafamento e quebra da reação em cadeia

(FERREIRA JUNIOR, 1974).

Page 29: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

28

d) Água: é o agente extintor "universal", permite aplicação sob diversas formas

devido sua abundância e as suas características de emprego. Como agente

extintor a água age principalmente por resfriamento e por abafamento. Podem

ser aplicado na forma de jato compacto, chuveiro e neblina. Para os dois

primeiros casos, a ação é por resfriamento. Na forma de neblina, sua ação é de

resfriamento e abafamento. É o agente extintor indicado para incêndios de classe

A (DENIPOTTI et al., 2005)

De acordo com a natureza do fogo, os agentes extintores devem ser selecionados

entre os constantes no Quadro 3.

Quadro 3 - Seleção do agente extintor segundo a classificação do fogo.

Classe de Incêndio

Água Espuma PQS CO²

A SIM

Excelente SIM

Regular Somente na superfície

Somente na superfície

B NÃO SIM

Excelente SIM

Excelente SIM Bom

C NÃO NÃO SIM Bom

SIM Excelente

D NÃO NÃO PQS

ESPECIAL NÃO

Fonte: Informativo técnico 002 do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (IT-CBMSC) (2006).

Segundo a NSCI (1994) a quantidade de extintores é determinada pela classificação

de risco de incêndio da edificação de forma a proteger uma área máxima,

respeitando um caminhamento onde o operador não percorra uma determinada

distância até o ponto mais afastado ou a outro extintor. Por estas razões, a

quantidade de extintor e seu caminhamento são definidos pelo Quadro 4.

Quadro 4 – Definição da quantidade de extintores e caminhamento em razão da classificação de risco.

Classificação de risco Extintor por área2 Caminhamento

Risco Leve 500 m² 20 m

Risco Médio 250 m² 15 m

Risco Elevado 250 m² 10 m

Fonte: Adaptação do art. 33 e 34 da NSCI (1994).

2 Uma unidade extintora para uma área de acordo com a classificação de risco.

Page 30: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

29

Figura 4 - Detalhe do extintor. Fonte: IN-CBMSC 006 (2009).

Page 31: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

30

2.6.3 Sistema hidráulico preventivo

Dentre os numerosos problemas que a extinção de incêndios apresenta ao

bombeiro, um dos mais importantes e comuns consiste em fazer chegar a água até o

fogo, em quantidade suficiente, de modo a se obter a combinação de sua

capacidade de absorver calor, com o efeito mecânico do jato. A situação ideal é,

evidentemente, aquela em que se dispõe de um volume de água suficiente, sob uma

pressão estática adequada para atender as necessidades normais (SOUZA, 2008).

O sistema de hidrantes e de mangotinhos é um sistema de combate a incêndio que

funciona sob comando e libera água sobre o foco de incêndio em vazão compatível

ao risco do local que visa proteger, de forma a extingui-lo ou controlá-lo em seu

estágio inicial. Dessa forma, esse sistema possibilita o início do combate ao incêndio

pelos usuários antes da chegada do corpo de bombeiros, além de facilitar os

serviços dele quanto ao recalque de água e, em especial, em edificações altas

(SEITO et al., 2008).

Uma das características básicas do sistema de mangotinhos é a facilidade de

operação pelos usuários em função das pequenas vazões e diâmetros das

mangueiras, propiciando mais agilidade e facilidade às ações de combate ao fogo na

fase inicial (SEITO et al., 2008).

A NBR13714 (2000) conceitua o sistema hidráulico preventivo como um sistema de

combate a incêndio composto por reserva de incêndio, bombas de incêndio (quando

necessário), rede de tubulação, hidrantes ou mangotinhos e outros acessórios.

No estado de Santa Catarina o sistema de hidrantes e de mangotinhos, em geral,

são classificados de acordo com diâmetro da mangueira, comprimento máximo da

mangueira, número de saídas e vazão no hidrante ou mangotinho mais

desfavorável, em função da ocupação e uso da edificação. A disposição do sistema

deve atender às características da edificação, em relação à arquitetura e mobiliários,

e a cobertura proporcionada pelas mangueiras, que é no máximo de 30 m de

caminhamento conforme NSCI (1994).

Page 32: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

31

O mangotinho é o ponto de tomada de água no qual há uma simples saída contendo

válvula de abertura rápida, adaptador (se necessário), mangueira semirrígida

acondicionada em carretel axial, esguicho regulável e demais acessórios (SEITO et

al., 2008).

Para o efetivo funcionamento do sistema, a NSCI (1994) exige que o mesmo seja

dimensionado a fim de garantir vazão mínima no hidrante hidraulicamente menos

favorável, avaliando o funcionamento de hidrantes em uso simultâneo em função da

quantidade de hidrantes instalados, conforme especificado no Quadro 5.

Quadro 5 - Quantidade de hidrante em uso simultâneo em função do número de hidrantes instalados.

Quantidade de hidrante em uso simultâneo

Quantidade de hidrantes instalados na edificação

1 hidrante Quando instalado 1 hidrante

2 hidrantes Quando instalados 2 a 4 hidrantes

3 hidrantes Quando instalados 5 ou 6 hidrantes

4 hidrantes Quando instalados mais que 6 hidrantes

Fonte: Adaptação do art. 66 da NSCI (1994).

A pressão mínima, definida no Quadro 6, deve ser verificada no hidrante

hidraulicamente mais desfavorável, obedecendo a classificação de risco de incêndio

encontrada para a edificação.

Quadro 6 - Pressão mínima exigida de acordo com a classificação de risco.

Classificação de risco Pressão mínima (Kg/cm²)

Risco Leve 0,4

Risco Médio 1,5

Risco Elevado 4,5

Fonte: Adaptação do art. 65 da NSCI (1994).

A reserva técnica de incêndio (RTI), para risco leve, é dimensionada de tal forma

que forneça ao sistema uma autonomia mínima de 30 minutos, sendo consideradas

as vazões segundo o Quadro 7.

Page 33: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

32

Quadro 7 - Vazões em hidrantes conforme classificação de risco. Risco leve Risco médio e elevado

A vazão no hidrante mais favorável, acrescido de 2

minutos por hidrante excedente a quatro.

1 hidrante Quando instalado 1 hidrante

2 hidrantes Quando instalados 2 a 4 hidrantes

3 hidrantes Quando instalados 5 ou 6 hidrantes

4 hidrantes Quando instalados mais que 6 hidrantes3

Fonte: Adaptação do art. 52 da NSCI (1994).

Em edificações de risco leve, a RTI mínima deve ser de 5000 l, quando em

reservatório subterrâneo, será o dobro da previsão para a do reservatório elevado,

para todas as classes de risco.

Figura 5 - Detalhe de hidrante. Fonte: IN-CBMSC 007 (2009).

3 Acrescer dois minutos por hidrante excedente a quatro.

Page 34: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

33

2.6.4 Instalação de gás combustível canalizado

Considerando que o gás é uma das grandes causas de incêndios nas edificações

devido a erros de projeto e de execução e utilização de materiais inadequados,

torna-se imprescindível e obrigatório respeitar as normas vigentes principalmente no

que se refere ao afastamento, ponto mais importante e mais discutido quando são

analisadas as normas de sistemas de gás centralizado (BITTENCOURT, [200 _]).

De acordo com as especificações da Instrução Normativa do Corpo de Bombeiros

Militar de Santa Catarina (IN-CBMSC) 008 (2009) o afastamento mínimo que as

centrais de gás devem obedecer em relação à projeção vertical da edificação,

levando-se em consideração a quantidade de gás, é dado pelo Quadro 8.

Quadro 8 - Afastamento mínimo por quantidade de GLP.

Afastamento de segurança (m)

Capacidade da central de GLP (Kg)

Recipiente em Central

4

Recipiente de superfície

5

Recipiente enterrado

6 ou

aterrado7

Até 1000 0 1,5 3,0

>1000 a 2750 1,5 3,0 3,0

>2750 a 4000 3,0 7,5 3,0

>4000 a 60000 7,5 15,0 15,0

>60000 15,0 22,5 15,0

Fonte: IN-CBMSC 008 (2009).

Outro fator muito importante é a escolha do tipo do aparelho de queima, pois está

diretamente ligada à capacidade (potência), havendo a possibilidade ou não de

instalação de chaminé. O somatório das capacidades dos aparelhos localizados no

mesmo cômodo ou ambiente contíguo determinarão a área das aberturas para

ventilação permanente, que é no mínimo de 200 cm². Importante lembrar que se faz

4 Instalado diretamente sobre o solo ou sobre suportes rente ao chão isolados por paredes e

coberturas corta fogo. 5 Instalado diretamente sobre o solo ou sobre suportes rente ao chão.

6 Instalados a uma profundidade mínima de 0,30 m (trinta centímetros) medida entre a tangente do

topo do recipiente e o nível do solo.

Page 35: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

34

obrigatório perante NSCI (1994) no Estado de Santa Catarina aberturas para

ventilação na central de gás.

A NBR 15526 (2007) define a central de gás como sendo uma área devidamente

delimitada que contém os recipientes transportáveis ou estacionários e acessórios,

destinados ao armazenamento de gases combustíveis para consumo na própria

rede de distribuição interna, e o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) um produto

constituído de hidrocarbonetos com três ou quatro átomos de carbono (propano,

propeno, butano, buteno), podendo apresentar-se em mistura entre si e com

pequenas frações de outros hidrocarbonetos.

Figura 6 - Planta baixa de casa de gás. Fonte: Elaborado pelo autor com base a NSCI (1994).

7 Recoberto de terra compactada, com no mínimo 0,30 m (trinta centímetros) de espessura em

qualquer ponto do costado do recipiente.

Page 36: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

35

Figura 7 - Corte A.A. da casa de gás. Fonte: Elaborado pelo autor com base a NSCI (1994).

Figura 8 - Detalhe do ponto de alimentação dos fogões a gás. Fonte: Elaborado pelo autor com base a NSCI (1994).

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36

2.6.5 Saída de emergência, rota de saída ou saída

Segundo Alves, Alessandra (2005) o conhecimento dos conceitos existentes sobre

incêndio, bem como das causas e consequências, possibilita a adoção de medidas

preventivas e protetoras capazes de incrementar a segurança contra incêndio. Entre

as medidas protetoras estão as rotas de escape, ligadas às saídas de emergência,

tendo como objetivo principal o movimento de evacuação seguro e rápido da

população dos edifícios.

Na ocorrência de um incêndio, em poucos segundos a pessoa é submetida à intensa

carga física e emocional para qual normalmente não está preparada, que segundo

Gwynne et al (1999), é encontrado uma tendência no comportamento dos indivíduos

no caso de incêndios, de grande interesse porque apresenta quatro áreas interativas

que cobrem os elementos envolvidos no caso de um sinistro:

Configuração do espaço - compreende a geografia da estrutura, incluindo largura e

disposição das saídas, etc.

Procedimentos - conhecimento dos usuários sobre o espaço, treino e funções dos

funcionários, familiaridade dos ocupantes com a disponibilidade de saídas.

Ambiente - influência dos efeitos como calor, gases tóxicos e fumaça na capacidade

de navegação e decisão dos indivíduos.

Comportamento - associação de todos os demais fatores com as características

pessoais, como extrato grupo-social, adoção de papéis específicos (exemplo: líder),

resposta do indivíduo a situações de emergência, velocidades de locomoção

possível e capacidade do indivíduo de realizar tarefas necessárias.

A falta ou inobservância de detalhes construtivos integrantes do sistema de saídas

de emergência acarreta, no caso de utilização real, o desencadeamento de lesões

corporais, entrada em pânico e até casos mais graves (SEITO et al., 2008).

Page 38: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

37

A construção do sistema de saídas de emergência deve estar em condições de dar

conforto mínimo e segurança ao usuário sendo peça fundamental no sucesso da

retirada de pessoas de locais sinistrados. Segundo a NSCI (1994), as dimensões de

larguras das saídas deverão atender requisitos, como proporcionalidade ao número

de pessoas que por elas transitarem, a natureza da ocupação da edificação, ter no

mínimo 1,20 m ou 1,50 m (edificações de reunião de público), e ser acrescida de

uma unidade de passagem para cada conjunto de pessoas, conforme o Quadro 9.

Quadro 9 - Saída de emergência em edificações.

Classe de ocupação

Cálculo da população

Capacidade Nº de pessoas/unidade de passagem

Distancia máxima para

alcançar a saída (m)

Acessos Saídas Portas

Salas de aula 1 aluno/m² 100 60 100 35

Fonte: Adaptação do anexo F da NSCI, 1994.

Para verificar o tipo e número mínimo de escadas é preciso submeter à edificação

escolar ao Anexo B da IN 009, segundo o Quadro 10.

Quadro 10 – Tipo e quantidade de escadas.

Classificação das edificações

Altura (m) Nº

pavimentos

Área <750 m² p/ pavimento

Área >750 m² p/ pavimento

Nº escada Tipo de escada

Nº escada Nº escada

Escolar

H< 6 Até 3 1 I 2 I

H< 12 Até 4 2 II 2 II

H< 21 Até 8 2 II, III 2 III

H< 30 Até 12 2 III, IV 2 IV

H> 30 - 2 IV 2 IV

Fonte: Adaptação do anexo B da IN-CBMSC 009, 2006.

Segundo a NBR 9077 (2001) as saídas de emergência devem dispor de um caminho

contínuo, devidamente protegido, proporcionado por portas, corredores, halls,

passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas, rampas ou outros dispositivos de

saída ou combinações destes, a ser percorrido pelo usuário, em caso de um

incêndio, de qualquer ponto da edificação até atingir a via pública ou espaço aberto,

protegido do incêndio, em comunicação com o logradouro.

Page 39: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

38

Para a verificação da quantidade de passagens e medidas mínimas pertencentes ao

sistema de saídas de emergência, utiliza-se uma operação matemática constante na

NSCI (1994) a qual define o número de unidades de passagem. Segue abaixo a

fórmula:

Onde:

N= número de unidades de passagem (sendo fracionário deve ser arredondado

para número inteiro superior)

P= número de pessoas do pavimento de maior lotação (em escolas considerar 01

aluno/m², conforme Quadro 9)

Ca= capacidade de acesso (Quadro 9)

Ce= capacidade da escada (quando for calculado número de unidades de

passagem de escadas, seguindo valores constantes no Quadro 9)

Para se determinar a largura mínima para acessos, saídas e portas, multiplica-se o

número de unidades de passagem encontrado (arredondado para cima) com o valor

fixado pelo art. 203, NSCI 1994, que é de 0,55 m, conforme demonstrado abaixo:

Onde:

L= largura mínima para acessos, saídas e portas

N= número de unidades de passagem encontrado

Na NSCI, para edificações escolares, a dimensão mínima da largura para acessos e

saídas é 1,20 m e portas de 80 cm, entretanto os cálculos poderão apresentar

valores menores que o exigido em norma, de igual forma será adotado tais

dimensões mínimas prevista na NSCI. Em escadas, o tipo e quantidade são

determinados pelo Quadro 10, entretanto o dimensionamento é calculado

respeitando os mesmos critérios para acessos e saídas, como visto anteriormente.

Page 40: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

39

2.6.6 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPCDA)

A NBR 5419 (2005) define como um sistema completo destinado a proteger uma

estrutura contra os efeitos das descargas atmosféricas, sendo composto de um

sistema externo e de um sistema interno de proteção. O sistema externo de proteção

consiste em subsistema de captores, condutores de descida e de aterramento, e o

sistema interno de proteção consiste em conjunto de dispositivos que reduzem os

efeitos elétricos e magnéticos da corrente de descarga atmosférica dentro da

edificação a proteger (equalização de potencial).

A equalização de potencial constitui a medida mais eficaz para reduzir os riscos de

incêndio, explosão e choques elétricos dentro do volume a proteger (NBR 5419,

2005).

Entende-se por equalização de potenciais de instalações metálicas, massas,

sistemas elétricos de potência e de sinais: a interligação e o aterramento por meio

de barramento (uso da caixa de equipotencialização) dos circuitos elétricos, dos

circuitos de sinal (telefone, cabos lógicos, tv a cabo, tv via satélite entre outros), bem

como de todas as instalações metálicas de uma edificação (corrimões e guarda-

corpo metálicos, gradis e guarda-corpo de sacadas e terraços, escadas de acesso à

manutenção em reservatórios, estruturas metálicas contínuas de elevadores,

tubulação do sistema hidráulico preventivo, estrutura de aço do concreto armado e

demais massas metálicas como vigas, pilares metálicos, telhas metálicas e cabos

condutores metálicos, cabos do sistema de proteção por descarga atmosférica)

(GUILHERME, 2008).

Esses sistemas foram feitos para proteger construções e seus ocupantes dos efeitos

da eletricidade dos relâmpagos, criando um caminho, com um material de baixa

resistência elétrica, para que a descarga entre ou saia pelo solo com um risco

mínimo às pessoas presentes no local (OLIVEIRA JÚNIOR, Ademar Macedo de,

2004).

Page 41: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

40

O sistema é dividido em três componentes, sendo eles o terminal aéreo, os

condutores de descida e o terminal de aterramento. O terminal aéreo é uma haste

metálica rígida e pontiaguda, montada numa base, no ponto mais alto da estrutura,

que deverá capturar a descarga, conhecido pelo nome de para-raios ou proteção por

método de Franklin, segundo Figura 9 (ALVES, Normando, 2007).

Figura 9 - Funcionamento do SPCDA por método de Franklin. Fonte: Alves (2007).

O sistema da Gaiola de Faraday, visualizado nas Figuras 10 e 11, consiste no

lançamento de cabos sobre a cobertura da edificação, em forma de gaiola e/ou

malha funcionando como uma blindagem eletrostática, tentando reduzir os campos

elétricos dentro da edificação (GRACIELO, 2011).

Page 42: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

41

Figura 10 - Desenho genérico do sistema Faraday em galpão. Fonte: Alves (2007).

Figura 11 - Desenho genérico do sistema Faraday em prédio. Fonte: Alves (2007).

Page 43: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

42

Como visto anteriormente, os métodos de Franklin e Faraday são sistemas

compostos de materiais (mastros e cabos) instalados nas fachadas das edificações.

Para saber se esses materiais estão corretamente posicionados e dimensionados,

confirmando assim sua eficiência, pode-se adotar um modelo de cálculo chamado

"método da esfera rolante" (eletro-geométrico), que consiste em fazer rodar uma

esfera fictícia em todos os sentidos e direções sobre o topo e fachadas da

edificação, conforme Figura 12 e 13. O objetivo é fazer com que os mastros

(Franklin) ou cabos (Faraday) impeçam que a esfera toque a edificação, neste caso,

simulando a ação do raio (GRACIELO, 2011).

Figura 12 - Desenho genérico do sistema de esfera rolante em prédio. Fonte: Alves (2007).

Figura 13 - Funcionamento da esfera rolante. Fonte: NBR 5419 (2005).

Page 44: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

43

Para interceptar a descarga, conduzir a corrente e dispersá-la no solo, a NSCI

(1994), exige a utilização dos métodos de Franklin, Faraday e esfera rolante de

maneira separada ou de alguma forma combinada respeitando o nível de proteção

mínimo em função das características da edificação, segundo o Quadro 11.

Quadro 11 - Nível de proteção do SPCDA pelo tipo de edificação. Nível de proteção

Tipo de edificação

Nível I Instalações de centrais nucleares, torres de controle de tráfego aéreo, centrais de processamento e similares, onde não pode haver a interferência de descargas elétricas externas.

Nível II Edificações de depósito de combustíveis ou explosivos, centrais de processamento de dados e similares que apresentem risco elevado de sofrerem danos causados por descargas elétricas.

Nível III Edifícios de apartamentos ou comerciais, depósitos comuns e similares com características normais de uso rotineiro.

Nível IV Edificações onde não haja trânsito de pessoas com rotina e estejam situadas em locais ermos.

Fonte: Adaptação do art. 295 da NSCI (1994).

O nível de proteção descrito na NBR 5419 (2005) expressa a probabilidade com a

qual um SPDA protege um volume contra os efeitos das descargas atmosféricas que

é diferente do prescrito no Quadro 11. Assim o SPCDA da NSCI torna-se um

sistema mais brando que o da NBR 5419, pois o dimensionamento do sistema esta

relacionado diretamente ao nível de proteção escolhido.

Um sistema de SPCDA da NSCI (1994) é dimensionado respeitando o disposto do

Quadro 12.

Quadro 12 – Dimensionamento do SPCDA conforme nível de proteção.

Nível de proteção

Raio de esfera rolante (m)

Malha (m) Ângulo de proteção/altura Espaçamento das descidas

(m) Princ. Secun. @/20m @/30m @/45m @/60m

I 20 5 7,5 25 8 8 8

10

II 30 10 15 35 25 8 8

15

III 45 10 20 45 35 25 8 20

IV 60 20 30 55 45 35 25 25

Fonte: Adaptação do art. 294 e 317 da NSCI (1994).

8 Nestes casos só se utilizam os métodos de esfera rolante ou gaiola/malha.

Page 45: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

44

Os condutores de descida devem-se dispor de modo que o comprimento da descida

seja o mais curto e paralelo possível, distribuídos no entorno da edificação por um

espaçamento máximo conforme nível de proteção adequado, definido pelo Quadro

12.

Os terminais de aterramento compõe o último elemento do sistema, funcionando

para a dispersão da corrente elétrica através de hastes (eletrodos), geralmente de

cobre, em um nível que dependerá do tipo de solo e do tipo de construção que se

deseja proteger (NSCI, 1994).

O Quadro 13 apresenta as seções mínimas exigidas dos materiais que compõe o

SPCDA, segundo dados obtidos na IN-CBMSC 010 (2008).

Quadro 13 - Seções mínimas dos materiais que compõe o SPCDA.

Materiais Captor e anéis intermediários

(mm²)

Descidas (para estruturas de

altura até 20m) (mm²)

Descidas (para estruturas de

altura superior a 20m) (mm²)

Eletrodo de aterramento

(mm²)

Cobre 35 16 35 50

Alumínio 70 25 70

Aço galvanizado a quente ou

embutido em concreto

50 50 50 80

Fonte: IN-CBMSC 010 (2008).

Quanto ao SPCDA pode-se afirmar que a segurança para o usuário e para o

equipamento ligado a uma fonte elétrica é a finalidade básica e fundamental em

qualquer sistema elétrico, evitando correntes de modo incomum, assegurando

tranquilidade para o usuário (REDE INTEGRADA NACIONAL DE DETECÇÃO DE

DESCARGAS ATMOSFÉRICAS, 2011). A Figura 14 demostra como se deve

proceder a fixação do cabo e terminal aéreo na telha.

Page 46: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

45

Figura 14 - Detalhe da fixação do cabo e terminal aéreo na telha. Fonte: Elaborado pelo autor com base na NSCI (1994).

2.6.7 Sistema de alarme de incêndio

É um sistema complexo de vários dispositivos que detectam, controlam e indicam

presença de fumaça, calor, chama e gases. Os dispositivos são controlados por uma

central que conforme a NBR 9441 (1998) é um equipamento destinado a processar

os sinais provenientes dos circuitos de detecção, a convertê-los em indicações

adequadas e a comandar e controlar os demais componentes do sistema.

A proposta conceitual do sistema de alarme de incêndio segundo Seito et al (2008),

é detectar o fogo em seu estágio inicial, a fim de possibilitar o abandono rápido e

seguro dos ocupantes do edifício e iniciar as ações de combate ao fogo, evitando

assim a perda de vidas, do patrimônio e também evitar contaminação do meio

ambiente.

Page 47: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

46

O sistema de alarme de incêndio é constituído basicamente por detectores

automáticos de incêndio e/ou acionadores manuais, painel de controle (central),

indicadores sonoros e visuais e fonte de alimentação elétrica por carregador e

bateria (NSCI, 1994).

Os três elementos básicos dentro do conceito operacional do sistema citados

anteriormente, podem ser descritos como detecção, processamento e aviso

(sinalização). O primeiro elemento (detecção) é a parte do sistema que “percebe”

(detecta) o incêndio. O segundo elemento envolve o processamento do sinal do

detector de incêndio ou acionador manual enviado do local do fogo até a central de

processamento ou central de alarme. Por último, o sistema de processamento da

central ativa o aviso por meio de sinalização visual e/ou sonora, com o objetivo de

alertar os ocupantes e também acionar dispositivos auxiliares para operação de

outros sistemas. O ajuste da sensibilidade dos detectores é fundamental para se

evitar a ocorrência de alarmes falsos (SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA

CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO –

DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005).

As edificações que dispuserem de acionadores manuais devem atentar para instalá-

los em locais visíveis, como em áreas comuns de acesso e/ou circulação, próximo

aos pontos de fuga e de equipamentos de combate a incêndio, de tal modo que o

operador não percorra mais de 30 m no pavimento ou na área setorizada para

acioná-los, entre cotas de 1,20 e 1,50 m do piso acabado (NSCI, 1994).

Devido ao efeito físico da subida do ar quente, normalmente os detectores de

temperatura e fumaça são instalados no teto de um ambiente, porém há

necessidade de se levar em consideração a temperatura junto ao teto que pode

sofrer aquecimento devido principalmente à radiação solar, iluminação ou sistemas

de condicionamento de ar, formando um colchão de ar quente que não permite o

contato da fumaça ou do calor gerado no princípio de um incêndio com o detector no

teto, impedindo ou retardando a detecção (SEITO et al., 2008).

Page 48: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

47

Figura 15 - Acionador e sonorizador do sistema de alarme Fonte: IN-CBMSC 012 (2006).

Page 49: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

48

2.6.8 Sistema de sinalização de emergência

De acordo com a NBR 13434-2 (2004) a sinalização de emergência é definida como

uma sinalização que fornece uma mensagem de segurança, obtida por uma

combinação de cor e forma geométrica, à qual é atribuída uma mensagem

específica de segurança pela adição de um símbolo gráfico executado com cor de

contraste.

A sinalização de emergência é um dos aspectos marcantes no sucesso do projeto

de abandono de uma edificação, com a finalidade de reduzir o risco de ocorrência de

incêndio, alertando para os riscos existentes, e garantir que sejam adotadas ações

adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e facilitem a

localização dos equipamentos e das rotas de escape da edificação, proporcionando

um abandono seguro em casos de incêndio. Tal sinalização faz uso de símbolos,

mensagens e cores, definidos na NBR 13434-2 (2004) (SEITO et al., 2008).

Os tipos de sinalização de emergência, básica e complementar, devem ser

implantados em função de características específicas de uso e dos riscos, bem

como em função de necessidades básicas para a garantia da segurança contra

incêndio da edificação. A sinalização básica é um conjunto mínimo de sinalização

que uma edificação deve apresentar, constituído por quatro categorias, de acordo

com a sua função: proibição, alerta, orientação/salvamento e equipamentos, já a

complementar é um conjunto de sinalização composta por faixas de cor ou

mensagens complementares à sinalização básica (SECRETARIA DE ESTADO DA

DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005).

A sinalização de emergência como descrito na NSCI (1994) deve assinalar todas as

mudanças de direção, obstáculos, saídas, escadas, entre outros. A distância em

linha reta entre dois pontos da sinalização de emergência não pode ser maior de 15

m, e o fluxo luminoso deve ser no mínimo igual a 30 lúmens com autonomia de

funcionamento do sistema, quando da interrupção da alimentação normal.

Page 50: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

49

Figura 16 - Luminária de sinalização de abandono de local com seta indicativa de saída Fonte: IN-CBMSC 013 (2006).

Page 51: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

50

2.6.9 Sistema de iluminação de emergência

O sistema de iluminação de emergência é aquele que, na falta de iluminação normal,

deve clarear áreas escuras de passagens, horizontais e verticais, incluindo áreas de

trabalho e áreas técnicas de controle de restabelecimento de serviços essenciais e

normais. A intensidade da iluminação deve ser suficiente para evitar acidentes e

garantir a evacuação das pessoas, levando em conta a possível penetração de

fumaça nas áreas (NBR 10898, 1999).

Complementando o conceito acima, a NSCI (1994) define o sistema de iluminação

de emergência como um conjunto de componentes e equipamentos que, em

funcionamento, proporcionam a iluminação suficiente e adequada para permitir a

saída fácil e segura do público para o exterior, no caso de interrupção da

alimentação normal, como também, a execução das manobras de interesse da

segurança e intervenção do socorro e garante a continuação do trabalho naqueles

locais onde não pode haver interrupção da iluminação.

É definida pela NSCI (1994) que o sistema de iluminação de emergência deve ter

autonomia mínima de uma hora de funcionamento, garantida durante este período a

intensidade dos pontos de luz de maneira a respeitar os níveis mínimos de

iluminação desejados em cinco lux para locais com desníveis (escadas, portas com

altura inferior a 2,10 m e obstáculos) e três lux para locais planos (corredores, halls,

elevadores e locais de refúgios). Nos locais onde não pode haver interrupção da

iluminação, o nível de iluminamento de emergência deve ser igual a 70% do nível de

iluminamento normal.

O sistema de iluminação de emergência auxilia a viabilidade da saída dos ocupantes

do edifício, permitindo o reconhecimento de obstáculos que possam dificultar a

circulação, tais como grades, portas, saídas, mudanças de direção, não podendo ser

concebido isoladamente dos demais sistemas de segurança da edificação

(SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS

MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E

INSTRUÇÃO, 2005).

Page 52: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

51

A fonte de energia utilizada pelo sistema deve ser independente da fonte normal de

alimentação do edifício, e deve situar-se abaixo da altura máxima do escape natural

da fumaça. A entrada automática deve realizar-se em qualquer caso de falha da

alimentação principal, por abertura do disjuntor, fusível ou qualquer manobra que

interrompa o sistema normal de iluminação (SEITO et al., 2008).

Figura 17 - Instalação da luminária de emergência. Fonte: IN-CBMSC 011 (2006).

Page 53: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

52

3 METODOLOGIA

3.1 Perspectiva da pesquisa

Esta pesquisa é do tipo quantitativa com objetivo exploratório, ou seja, foram

realizadas pesquisas em normas técnicas para fundamentação de um check list com

os requisitos a serem obtidos em pesquisa de campo, e apresentação dos

resultados através de gráficos para representar a realidade das instalações

preventivas e de combate a incêndios das edificações pesquisadas.

3.2 Procedimento e instrumentos de coleta e análise de informações

Inicialmente foram solicitados os dados das escolas de ensino fundamental

municipal junto à prefeitura municipal de Itajaí através da secretaria municipal de

educação, totalizando quarenta (40) unidades, cujos nomes estão apresentados

abaixo:

Centro Educacional Profº Cacildo Romagnani;

Centro Educacional de Cordeiros;

Centro Educacional Pedro Rizzi;

Escola Básica Aníbal Cesar;

Escola Básica Antônio Ramos;

Escola Básica Ariribá;

Escola Básica Arnaldo Brandão;

Escola Básica Avelino Werner;

Escola Básica Elias Adaime;

Escola Básica Francisco Celso Mafra;

Escola Básica Gaspar da Costa Moraes;

Escola Básica João Duarte;

Page 54: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

53

Escola Básica João Paulo II;

Escola Básica José Fernandes Potter;

Escola Básica José Medeiros Vieira;

Escola Básica Mansueto Trés;

Escola Básica Marechal Olímpio Falconieri da Cunha;

Escola Básica Padre José de Anchieta;

Escola Básica Padre Pedro Baron;

Escola Básica Pedro Paulo Rebello;

Escola Básica Prefeito Alberto Werner;

Escola Básica Profª Edy Vieira W. Rothbarth;

Escola Básica Profª Inês Cristofolini de Freitas;

Escola Básica Profª Judith Duarte de Oliveira;

Escola Básica Profª Maria Dutra Gomes;

Escola Básica Profª Maria José Hulse Peixoto;

Escola Básica Profª Thereza Bezerra de Athayde;

Escola Básica Profº Martinho Gervási;

Escola Básica Yolanda Laurindo Ardigó;

Grupo Escolar Carlos de Paula Seára;

Grupo Escolar Elisa Gessele Orsi;

Grupo Escolar Guilhermina Büchele Müller;

Grupo Escolar Maria do Carmo Vieira

Escola Isolada Clarindo Sebastião da Cunha;

Escola Isolada Duque de Caxias;

Escola Isolada Gabriel Dallago;

Escola Isolada Jorge Domingos Gonzaga;

Escola Isolada Maria Perpetua Pereira;

Escola Municipal Rosa Negreiros Cabral.

A fundamentação teórica foi desenvolvida através de pesquisas na NSCI, NBRs e

autores, com o condão de buscar conceitos sobre os sistemas, bem como verificar

as exigências mínimas de prevenção contra incêndio em edificações escolares.

Page 55: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

54

Consequentemente foram especificados os parâmetros necessários para análise

exploratória dos dados a serem verificados em campo, utilizando os requisitos

mínimos necessários obtidos junto a NSCI e outras normas técnicas para cada

sistema preventivo exigido.

Para obtenção de uma análise precisa foi necessário categorizar as escolas em

pequenas (com área igual ou inferior a mil e quinhentos metros quadrados), médias

(com área igual ou inferior a mil e quinhentos metros quadrados que necessitem de

hidrantes e pára-raios) e grandes (com área maior que mil e quinhentos metros

quadrados).

Os parâmetros foram elaborados e compuseram um check list, uniformemente

aplicado a todas as unidades escolares de ensino fundamental municipal de Itajaí,

apresentando informações relevantes sobre a real situação das edificações

escolares pesquisadas.

O check list facilita o levantamento em campo atribuindo perguntas objetivas que

posteriormente serão de fácil compreensão para análise e avaliação das edificações

escolares. As perguntas referem-se a exigência dos sistemas, primeiramente se o

sistema é exigido na edificação, se exigido, verifica-se a conformidade com as

normas técnicas. Quando desconforme, é atribuído para cada sistema preventivo

algumas desconformidades que normalmente podem ser encontradas:

a) O sistema preventivo não está instalado;

b) Produtos fora da validade ou não manutenidos;

c) Produtos mal posicionados;

d) Produtos em quantidade inferior à necessária

e) Falta de piso antiderrapante e incombustível nas saídas de emergência;

f) Guarda-corpo e corrimão inexistentes ou com medidas inadequadas;

g) Portas mal posicionadas ou com medidas deficitárias;

h) Corredores e escadas em quantidade, tipo e/ou dimensões inferiores à

necessária.

Page 56: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

55

Desta forma apresenta-se no Quadro 14, os requisitos a serem obtidos em pesquisa

de campo.

Quadro 14 - Check list contendo os parâmetros a serem verificados.

Sim Não 1 2 3 4 5 6 7 8

Sistema de Proteção por Conjunto de Extintores

Sistema Hidráulico Preventivo

Sistema de Gás Centralizado

Sistema de Saídas de Emergência

Sistema de Proteção por Descargas Atmosféricas

Sistema de Alarme de Incêndio

Sistema de Sinalização de Emergência

Sistema de Iluminação de Emergência

Não conformidades encontradas

1. O sistema preventivo não está instalado Áreas:

2. Produtos fora da validade ou não manutenidos

3. Produtos mal posicionados

4. Quantidade inferior à necessária

5. Falta de piso antiderrapante e incombustível nas saídas de

emergência

6. Guarda-corpo e/ou corrimão inexistentes ou com medidas

inadequadas

7. Portas mal posicionadas ou com medidas deficitárias m

8. Corredores e escadas em quantidade, tipo e/ou dimensões

inferiores à necessária

Distancia para atingir as saídas:

Observações:

Edificação Considerada

( ) Pequena ( ) Média ( ) Grande

No de Escadas: Tipo:

Sistema / Escola

1 a 40

Nome da Escola

Área aproximada: m²

É exigidoEstá Conforme

As não conformidades encontradas apresentaram a real situação das instalações

preventivas e de combate a incêndio das edificações pesquisadas, dando maior

relevância as não conformidades 5, 6, 7 e 8, que representam os parâmetros

exigidos para as saídas de emergência.

A verificação visual foi aplicada as não conformidades 1, 2, 3, 4, 5 e 6, contudo, para

as não conformidades 7 e 8 foi necessária análises aprofundadas das edificações

com informações como: área dos pavimentos; número de andares; altura da

edificação; posição, número e tipo das escadas e corredores e distância máxima

para alcançar as escadas e saídas, que foram extraídas e submetidas as normas

NSCI, e IN 009. As saídas de emergência receberam um tratamento especial, devido

a sua importância dentro do contexto de prevenção de incêndio em edificações

escolares, por serem inerentes às edificações e em alguns casos de difícil

Page 57: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

56

adequação sem prejuízo estrutural, quando a edificação já está construída. Os

outros sistemas, independentemente se a edificação está ou não construída, são

readequados facilmente.

Para a análise dos dados coletados, serão apresentados os gráficos com os

resultados obtidos através da pesquisa de campo. Estes gráficos foram gerados com

o auxílio de planilhas eletrônicas apresentadas como anexo, desenvolvidas para

coletar informações necessárias. Os gráficos apresentados serão analisados e

utilizados como instrumento para a discussão dos resultados, elaboração das

considerações finais e conclusão.

Page 58: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

57

4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Primeiramente, faz-se necessário classificar as escolas apresentadas neste trabalho

de conclusão de curso com relação ao seu porte, distinguindo-as entre pequenas,

médias e grandes. No município de Itajaí, das 40 unidades escolares de ensino

fundamental municipal analisadas, existem 19 escolas de grande porte, 12 escolas

de médio porte e 8 escolas de pequeno porte, exceto a Escola Básica José

Fernandes Potter que foi demolida para construção de uma nova unidade. Vale

lembrar que a definição do porte destas escolas é imprescindível para se determinar

quais são os sistemas exigidos, por exemplo, em escolas de grande porte, além de

todos os sistemas exigidos para edificações de médio porte, abaixo de mil e

quinhentos metros quadrados, também são exigidos os sistemas de alarme de

incêndio, sinalização e iluminação de emergência.

Segundo Oliveira Júnior, Moacir (2011), todos os sistemas preventivos são exigidos

nas edificações classificadas como grandes, enquanto que nas edificações médias

não há necessidade de sistema de alarme, sinalização e iluminação de emergência.

Em edificações de pequeno porte, além dos sistemas preventivos dispensados nas

edificações de médio porte, são dispensados também os sistemas de hidrantes e

para-raios.

A Figura 18 informa a exigibilidade encontrada na rede de ensino fundamental

municipal, onde se percebe que os sistemas de conjunto por extintores, gás

centralizado e saídas de emergência, obtiveram valores de 100%, que representa a

obrigatoriedade em todas as unidades escolares analisadas.

Page 59: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

58

Figura 18 - Gráfico da exigibilidade dos sistemas preventivos e de combate a incêndios.

É importante salientar que a figura acima apresenta a exigibilidade de cada sistema

em relação a quantidade total de escolas analisadas, por exemplo, o sistema

hidráulico preventivo é obrigatório em 79% das escolas analisadas.

A conformidade de cada sistema está diretamente ligada à exigibilidade. A Figura

abaixo apresenta o gráfico global de verificação de conformidades das edificações

onde os sistemas preventivos são exigidos, portanto são desconsideradas as

edificações onde não há obrigatoriedade de instalação do respectivo sistema

preventivo.

Page 60: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

59

Figura 19 – Gráfico global de verificação de conformidades das edificações onde os sistemas preventivos são exigidos.

Fica em evidência na figura acima, que 64% das edificações escolares apresentam

conformidade em relação as saídas de emergência, devido ao fato de que grande

parte das escolas possuem saídas diretamente para o exterior, contribuindo assim

para a referida conformidade.

Outro item importante a ressaltar é o sistema de proteção por conjunto de extintores,

que apresenta apenas 3% de conformidade, sendo este obrigatório em todas as

edificações escolares.

O sistema de gás centralizado também é exigido por norma onde houver aparelho

de queima (fogão, forno, etc.), e percebe-se que apenas 8% das escolas estão de

acordo com as especificações normativas.

As não conformidades encontradas são apresentadas a seguir para cada sistema

preventivo pesquisado. É importante salientar que os valores encontrados refletem a

porcentagem da não conformidade em relação ao total de não conformidades e não

em função da quantidade de escolas.

Page 61: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

60

A Figura 20 apresenta as não conformidades encontradas no sistema de proteção

por conjunto de extintores, exigido em 100% das unidades escolares, podendo

destacar que em 37,9% das não conformidades encontradas, os extintores estavam

fora de validade ou sem a devida manutenção.

Figura 20 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de proteção por conjunto de extintores.

Outro índice importante é a quantidade de extintores, que em 29,3% das

desconformidades não possui o número mínimo necessário exigido por norma, e a

não instalação deste sistema que ocorre em 17,2% das desconformidades.

No mesmo sentido, Oliveira Júnior, Moacir (2011), verificou nas escolas estaduais

em relação a ausência do mesmo, onde o valor encontrado foi bem mais expressivo,

de 44,4% do total de não conformidades. A não conformidade referente a validade e

manutenção dos extintores obteve diferença aproximadamente de 10%,

evidenciando que a rede municipal é negligente quanto a verificação periódica dos

extintores.

O sistema hidráulico preventivo (rede de hidrantes) deve estar presente em 79% das

escolas analisadas, sendo exigido um mínimo de treinamento para utilizá-lo. Verifica-

se na Figura 21 que das não conformidades encontradas, 93,1% não possuía o

sistema instalado, e que em 6,9% o sistema está sem a devida manutenção.

Page 62: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

61

Figura 21 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema hidráulico preventivo.

Para o perfeito funcionamento do sistema hidráulico preventivo, se faz necessário

sua manutenção, que conforme a Figura 21, 6,9% da rede de hidrantes está sem a

devida manutenção.

Recomenda-se que o sistema hidráulico preventivo seja do tipo mangotinho, por ser

um sistema de fácil utilização e manuseio, permitindo assim que a população da

edificação combata o sinistro de forma eficaz.

O sistema de gás centralizado segundo IN-CBMSC 008 (2009) é exigido em todas

as edificações que façam uso de aparelho técnico de queima. As não conformidades

do sistema de GLP podem ser verificadas na Figura 22.

Figura 22 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de gás centralizado.

Page 63: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

62

A totalidade das escolas pesquisadas possuía o sistema instalado, porém por se

tratar de um sistema delicado, os valores encontrados são alarmantes, já que

aproximadamente 30% se encontravam fora da validade e sem manutenção, mal

posicionados e/ou em quantidade inferior a necessária.

Com relação a este sistema, verificou-se que o mal posicionamento e quantidade

inferior a necessária representou 32,4% de ambos, já que os cilindros de Gás

Liquefeito de Petróleo (GLP) P13 encontravam-se instalados dentro ou próximo da

cozinha e não supriam a capacidade de vaporização exigida pelos fogões

industriais.

A manutenção do sistema apresentou-se precária, alcançando o valor de 35,3%

demostrando que os cilindros e/ou suas instalações e abrigos não estão

obedecendo as normas em vigor.

As saídas de emergência tiveram tratamento diferenciado dos demais sistemas

devido a sua grande importância e exigibilidade em 100% das unidades analisadas,

já que a mesma deve ser construída para proporcionar conforto mínimo e segurança

ao usuário sendo peça fundamental no sucesso da retirada de pessoas de locais

sinistrados (SEITO et al., 2008). A Figura 23 mostra a porcentagem das não

conformidades encontradas.

Figura 23 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de saídas de emergência.

Page 64: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

63

Os parâmetros avaliados neste sistema mostraram que 45% das não conformidades

referem-se a ausência de corrimão e/ou guarda corpo, ou a medidas inadequadas,

ou seja, guarda corpo com altura inferior a 1,10m (mínimo exigido pela NSCI/94). O

mesmo índice foi observado em relação aos corredores e escadas, os quais

apresentavam dimensões inferiores a necessária.

As mesmas não conformidades estudadas por Oliveira Júnior, Moacir (2011) nas

escolas estaduais mostraram valores inferiores aos obtidos neste trabalho. Já em

relação ao posicionamento e medidas das portas, as escolas municipais encontram-

se mais adequadas quando comparadas as escolas estaduais, fator este

relacionado a arquitetura antiga, desta forma construídas antes da vigência das

normas atuais.

O sistema de para-raios (sistema de proteção contra descargas atmosféricas -

SPCDA) pode ser analisado sob o prisma de duas correntes. Segundo a NBR 5419

(2005) se faz necessário alguns cálculos para se determinar a exigibilidade do

sistema, enquanto isso a NSCI (1994) leva em consideração apenas a área e/ou

número de pavimentos. De acordo com esta última, 79% das edificações analisadas

necessitam deste sistema, porém 93,5% das não conformidades referem-se a

ausência do sistema, conforme demonstrado na Figura 24:

Figura 24 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de proteção por descargas

atmosféricas.

Page 65: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

64

Para as edificações classificadas como grandes, se faz necessário a presença dos

sistemas de alarme de incêndio, iluminação e sinalização de emergência. Visto isso,

é exigido que 49% das escolas possuam os respectivos sistemas instalados.

O sistema de iluminação de emergência auxilia a viabilidade do escoamento seguro

da população pelos corredores e escadas permitindo o reconhecimento de

obstáculos que possam dificultar a circulação (SECRETARIA DE ESTADO DA

DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005). A exigibilidade

do sistema se faz presente em 49% das escolas, onde em 65%, em relação ao total

de não conformidades, o mesmo não se encontra instalado conforme apresentado

Figura 25.

Figura 25 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de iluminação de emergência.

A manutenção deste sistema é de extrema importância para o perfeito

funcionamento, visto que a falta de manutenção periódica iniciando na alimentação

elétrica até o armazenamento da mesma, se apresenta em 25% das não

conformidades.

O sistema de sinalização de emergência segue os mesmos princípios da iluminação

de emergência, prevendo o escoamento seguro da população através de

informações gráficas durante o trajeto. Interessante se faz frisar a falta de instalação

deste sistema, como verificado na Figura 26, que do total de não conformidade,

Page 66: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

65

57,9% correspondem a não instalação do mesmo. De igual forma, a manutenção e a

quantidade mínima necessária também não estão de acordo com a NCSI (1994).

Figura 26 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de sinalização de emergência.

O alarme de incêndio é imprescindível para escolas de grande porte, como todos os

outros sistemas, sendo este o único a informar aos usuários da edificação, por meio

sonoro e/ou visual, a ocorrência de um incêndio. A não conformidade mais notória

encontrada refere-se a falta de instalação do sistema, observada em 88,2%, como

indicado na Figura 27.

Figura 27 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de alarme de incêndio.

Page 67: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

66

A análise final dos dados apresenta-se abaixo no Quadro 15 contendo as

informações sobre as não conformidades encontradas em função da quantidade de

edificações pesquisadas onde há exigibilidade dos sistemas preventivos. Os valores

apresentados podem ultrapassar a marca de 100% por cada sistema preventivo,

devido ao fato da possibilidade de uma edificação possuir mais de uma não

conformidade encontrada.

Quadro 15 - Não conformidades encontradas em função da quantidade de edificações pesquisadas onde há exigibilidade dos sistemas preventivos.

Sistema Preventivo / Não Conformidade Encontrada

1. O

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necessária

Sistema de Proteção por Conjunto de Extintores

25,6% 56,4% 23,1% 43,6%

Sistema Hidráulico Preventivo 87,1% 6,5% 0,0% 0,0%

Sistema de Gás Centralizado 0,0% 61,5% 56,4% 56,4%

Sistema de Saídas de Emergência 0,0% 23,1% 5,1% 23,1%

Sistema de Proteção por Descargas Atmosféricas

93,5% 3,2% 0,0% 3,2%

Sistema de Alarme de Incêndio 78,9% 10,5% 0,0% 0,0%

Sistema de Sinalização de Emergência 57,9% 21,1% 0,0% 21,1%

Sistema de Iluminação de Emergência 68,4% 26,3% 10,5% 0,0%

Média 58,8% 26,5% 12,9% 17,8% 0,0% 23,1% 5,1% 23,1%

Exemplificando o entendimento do quadro acima, segundo Oliveira Júnior, Moacir

(2011), pode-se dizer que quanto ao sistema de proteção por conjunto de extintores,

se a edificação possuir extintores em quantidade inferior a necessária e os extintores

estiverem com prazo de validade vencido, o sistema se enquadra nas não

conformidades 2 e 3.

A média dos valores para cada não conformidade encontrada expõe o quanto é

alarmante e precária a situação das edificações escolares. A não conformidade nº 1

Page 68: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

67

(o sistema preventivo não está instalado) apresenta 58,8% de não conformidade,

mas analisando atentamente por sistema preventivo, o sistema de proteção por

descargas atmosféricas, por exemplo, obtive 93,5%. Enquadrando-se na mesma

percepção, o sistema hidráulico preventivo apresentou 87,1%, valores estes bem

mais elevados que a média obtida.

Seguindo a análise acima, a não conformidade nº 2 (produtos fora da validade ou

não manutenidos) também apresentou média elevada chegando atingir 26,5%,

mostrando desconformidades em todos os sistemas preventivos verificados,

realçando o sistema de gás centralizado com 61,5% seguido do sistema de proteção

por conjunto de extintores com 56,4%.

As não conformidades nº 6 (guarda-corpo e/ou corrimão inexistentes ou com

medidas inadequadas) e nº 8 (corredores e escadas em quantidade, tipo e/ou

dimensões inferiores à necessária) mostraram iguais valores de 23,1% de média,

ressaltando que as mesmas receberam tratamento diferenciado por integrar as

saídas de emergência.

Além disso, no sistema de gás centralizado as não conformidades nº 3 (produtos mal

posicionados) e nº 4 (quantidade inferior à necessária) obtiveram valores

expressivos 56,4% igualmente, alcançando a média de 12,9% e 17,8%

respectivamente. Esta diferença é explicada principalmente devido ao sistema de

proteção por conjunto de extintores e de sinalização de emergência, que mostraram

valores mais elevados para a não conformidade nº 4 de 43,6% e 21,1%

respectivamente.

Page 69: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

68

5 CONCLUSÃO

As dimensões e o alcance das consequências de um incêndio são impressionantes,

sendo sempre uma ameaça destrutiva para pessoas e patrimônios. Ainda que se

tenha muito que fazer para prevenir o sofrimento humano, os elevados custos

econômicos do incêndio e os riscos potenciais do fogo para os bombeiros

combatentes, nota-se um considerável avanço no conhecimento sobre a dinâmica

do fogo e a luta contra o incêndio, especialmente nas duas últimas décadas.

A prevenção de incêndio traduz o conceito de prevenir eclosões de incêndio ou de

reduzir o risco de alastramento e de evitar o perigo para os ocupantes e para a

propriedade. A proteção contra incêndio é definida como um conjunto de

disposições, sistemas ou equipamentos em um edifício, que visam reduzir o perigo

para os ocupantes e para a propriedade através da detecção e contenção do

incêndio. Semelhantemente, a proteção contra incêndios também é definida como

medidas tomadas para a detecção e controle do crescimento do incêndio e sua

consequente contenção ou extinção, podendo ser divididas em medidas ativas e

passivas.

Nesse trabalho, as escolas de ensino fundamental de Itajaí foram mapeadas,

classificadas e analisadas quanto aos sistemas preventivos e de combate a

incêndios. A análise dos dados permitiu verificar a ausência e as condições

precárias das instalações preventivas e de combate a incêndios, refletindo

diretamente na segurança da população que às utiliza não possibilitando o combate

e prevenção de forma eficiente.

Para evitar situações como as encontradas nas vistorias das edificações, deve-se

proceder a elaboração do projeto de proteção contra incêndios no inicio do projeto

da edificação, estando integrado com os demais, de estrutura, hidráulico, elétrico,

etc., pois se deve ter em conta as distâncias para serem alcançadas as saídas, as

escadas, a combustibilidade e a resistência ao fogo das estruturas e materiais de

acabamento, a vedação de aberturas entre pavimentos adjacentes, as barreiras para

evitar propagação de um compartimento a outro.

Page 70: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

69

De modo geral, os profissionais de engenharia e arquitetura não tem conhecimento

avançado e aprofundado do assunto. A consequência dessa brecha é a construção

de edifícios que não oferecem segurança aos usuários e ao patrimônio, colocando

em risco a vida humana. Os profissionais que buscam projetar edificações seguras

necessitam aplicar-se ao estudo individual de segurança contra incêndios.

Vale ressaltar, através dos dados obtidos, que edificações construídas recentemente

também apresentaram não conformidades, fato este, atribuído ao não cumprimento

e supervisão das normas elaboradas pelo CBMSC. O profissional legalmente

habilitado que preenche o corpo técnico do poder público, na tentativa de reduzir

custos, opta algumas vezes, por diminuir os quantitativos dos elementos que

compõe os sistemas preventivos, além de não obedecer ao projeto previamente

aprovado pelo CBMSC quando presente.

É perceptível que o poder público contribui minimamente na execução e

manutenção dos sistemas preventivos existentes, que aliado ao descuido de alunos

e terceiros agravam a situação verificada.

Neste contexto parcelas dos recursos poderiam ser destinadas à reforma das

instalações elétricas, elaboração de projetos e execução dos sistemas preventivos,

elaboração de plano de manutenção periódica, palestras de conscientização e

treinamentos contínuos para utilização adequada dos equipamentos de combate e a

correta evacuação da população através de simulações de incêndios, que podem

ser ministrados pelo Corpo de Bombeiros Militar juntamente com a contribuição da

Prefeitura Municipal, cabendo também a inclusão do tema na grade escolar, bem

como a criação de plano de emergência padrão para todas as escolas.

No mesmo sentido, a inserção de atividades preventivas no processo educacional,

garantiria a incolumidade da população, e reduziria o surgimento de incêndios nas

comunidades em geral. Não se trata de querer que as crianças saibam combater

incêndios, mas de ensina-las a preveni-los, como os cuidados com os combustíveis

inflamáveis, com a rede elétrica, com os equipamentos defeituosos, os

procedimentos a serem adotados pelas pessoas diante de um incêndio, como

escapar com segurança e a importância de treinamentos periódicos.

Page 71: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

70

Programas educativos voltados para as crianças e jovens nas escolas, são

extraordinariamente importantes, porque quando essas crianças ou jovens, atingirem

a idade adulta, influirão em muitos fatores que originam incêndios e serão grandes

cumpridores e defensores das normas de segurança contra incêndio, parceiros do

poder público e exemplos de cidadania.

É importante o apoio a estudos e projetos no sentido de estimular a participação de

todos na prevenção contra incêndio e pânico, iniciando-se no processo ensino-

aprendizagem do ensino fundamental, visando a redução do risco de incêndio, a

garantia da preservação dos direitos humanos, a preservação do meio ambiente e

de patrimônios históricos.

A inclusão da prevenção também na formação do professor é importante para a

melhoria da qualidade do ensino, contribuindo para uma nova motivação no

processo ensino aprendizado.

Interessante se faz implantar uma brigada de incêndio, que segundo a NBR 14276

(2006), é constituída por um grupo organizado de pessoas treinadas e capacitadas

para atuar na prevenção e no combate ao princípio de incêndio, abandono de área e

primeiros socorros.

Ao término deste trabalho, fica o sentimento de que os objetivos do pesquisador

foram alcançados, mas que a investigação científica sobre o tema deve continuar,

ficando como proposta de trabalhos futuros a verificação de outras edificações que

oferecem serviços públicos, envolvendo todos os profissionais nos processos da

atividade técnica, inclusive a principal atingida, a sociedade civil. Esse esforço se

justifica pela busca da garantia da segurança e do bem comum.

Page 72: Trabalho de Conclusão de Curso | TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO | Engenharia Civil

71

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