“totem”

47
LUCAS DANTAS MONTEIRO R.A: 123539 R.G: 45 164 453-0

Upload: curso-de-producao-multimidia-da-unisanta

Post on 31-Jan-2016

7 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

“TOTEM”ÁREAS: Design e ilustração• Aluno: Lucas Dantas Monteiro • Avaliadores: Bar, Raquel, Okida, Audrey, Reis

TRANSCRIPT

Page 1: “TOTEM”

LUCAS DANTAS MONTEIROR.A: 123539R.G: 45 164 453-0

Page 2: “TOTEM”

DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE

Eu, Lucas Dantas Monteiro, portador do RG 45 164 453-0, afirmo

que esse trabalho é de minha autoria. E caso seja provado o con-

trário, terei que arcar com as consequências cabíveis.

______________________LUCAS DANTAS MONTEIRO

45 164 453-0

Page 3: “TOTEM”

2. APRESENTAÇÃO

O totem é um artefato indígena que traz significados e personalidades espirituais

representadas através das figuras animais. Eles são geralmente esculpidos em ma-

deira. Cada animal representado tem uma expressão que condiz com o seu signifi-

cado. Esta é a essência da marca Totem, da qual fala este trabalho.

Totem é uma marca que conversa com o público jovem fã de esportes, principal-

mente surf e skate. Ela tem sua base de criação na natureza trazendo significados,

referências e entendimentos de suas artes que remetem à cultura dos totens.

As principais vertentes de moda da marca são o surfwear e streetwear, tendo como

referências as mais famosas marcas do mercado. Hurley, Oakley, Rip Curl e Mor-

maii, por exemplo, estão entre as principais referências dentro do surfwear. En-

quanto marcas como DC, Element, Drop Dead e Urgh fazem parte das influências

streetwear.

Em primeiro momento, a marca Totem atuará nas cidades de Praia Grande, São

Vicente e Santos, além do apoio de uma loja digital com entrega para todo o País.

Conforme a consolidação da marca no mercado, ela estará disponível em outras

cidades. A meta é que esteja em boa parte do estado de São Paulo até o final de

2016. Para ajudar na realização desta meta, a marca contará com o suporte da

Acesso Modas, loja de roupas da Baixada Santista e representante de marcas com

parceiros em todo o Estado de São Paulo.

A proposta da Totem é ser uma marca de nicho e que converse com o seu público-

alvo e que tenha liderança, ou seja, admirada e seguida como acontece com as

marcas que são referência para a sua criação. O cliente que as camisetas buscam

atingir é o jovem entre 16 e 30 anos que pratica esportes de aventura, principal-

mente skate e surf, e tenham uma profunda ligação com a natureza e manifes-

tações artísticas de caráter jovem, como a música e o grafite. Jovens dispostos a se

aventurar, sem cair no comodismo, mas nunca esquecendo suas raízes urbanas.

Page 4: “TOTEM”

3. OBJETIVO

O mundo passa por um momento de transformações sociais, tecnológicas, culturais

e ambientais. A principal fonte causadora dessas transformações é o nosso con-

ceito de progresso. Buscamos um progresso pautado na tecnologia e no consumo.

Como resultado disso, somos cada vez mais vítimas do aquecimento global e das

catástrofes naturais que dele acarretam. Além disso, nos grandes centros urbanos,

as mortes banais continuam crescendo. Esses fatos passam a ideia e que estamos

nos afastando cada vez mais da natureza, mas guardamos um extinto de selvage-

ria.

Dead Fish. “Ser racional é ter um ego enorme. Progresso significa tecno-

logia. Se estamos no auge dos tempos, por que tanta angustia?”. Sonho

Médio. Independente. 1999. CD.

Esse distanciamento do ambiente em que estamos inseridos pautados pelo nosso

conceito de progresso faz com que esqueçamos a força da natureza. Cada panca-

da de chuva é um risco de emergência e calamidades em diferentes pontos do País

enquanto sofremos uma das maiores crises hídricas de todos os tempos, por ex-

emplo. Sem contar outros problemas naturais e geológicos resultados do descaso

humano com a natureza, nos transformando nos maiores vilões do meio ambiente.

Não pensamos no próximo e nem no planeta que deixaremos pela frente.

O objetivo da marca Totem é buscar uma ligação entre o natural e o urbano mu-

dando o nosso conceito de progressos. A marca deseja criar o “selvagem” como um

estilo de vida pautado nos esportes e na ligação com a natureza e não na falta de

humanidade. Suas estampas simples, porém expressivas, trazem um retrato dessa

desordem com uma linguagem universal que possibilita o entendimento quase que

imediato de qualquer pessoa de qualquer parte do mundo.

Page 5: “TOTEM”

A Totem acredita que o grande pontapé para uma evolução concreta seja a edu-

cação. Por isso, procura levantar discussões de forma simples e direta para que o

maior número possível de pessoas entenda.

De uma maneira despojada, as estampas são como um “pontapé na cara” de uma

cultura que nos ensina o capitalismo, egocentrismo e a falta de senso coletivo des-

de a infância. Uma cultura que ensina que acumular riquezas e aparatos tecnológi-

cos é sinônimo de sucesso e progresso.

Forfun. “O homem se diz sapiens, mas o que mais lhe parece faltar é a

sapiência.” Polisenso. Independente. 2008. CD.

Totem quer ser a cara de uma juventude não compreendida por ideias que con-

tradizem o lugar comum. Ela quer quebrar a cultura do “tá bom como tá”. A marca

rema contra a maré de preconceitos com as diferentes culturas expondo opiniões,

pontos de vistas e fazendo escolhas de modo a não se preocupar com o julgamento

e a repressão de quem ficou parado no tempo.

Page 6: “TOTEM”

4. PÚBLICO/ MERCADO

4. 1. Público Alvo

A marca Totem é pensada para um público jovem, em sua maioria homens entre os

16 e 30 anos que praticam esportes radicais. Apesar disso, a prática desses es-

portes e a ligação entre a natureza e o urbano não é exclusivo destes homens. Por

isso, a marca busca consolidar-se no mercado através deste público, mas atingindo

todos ao seu redor.

O público dos esportes radicais tem um perfil auditivo e sinestésico, mas não são

admiradores de imagens poluídas e do excesso de informação. A preferência é pela

ousadia, evitando a extravagância nas imagens. Sabendo disso, a marca busca

estampas bonitas e objetivas que possam facilitar o entendimento.

4. 2. Pesquisa de Mercado

A Baixada Santista conta com muitas marcas de roupas espalhadas por todo o seu

território, mas nenhuma delas tem uma linha a seguir ou conta com uma causa

que defende. Muitos menos trazem ideias que gostariam que fossem expostas. Em

quase todos os casos, são modelos de roupas que vão na onda das grandes mar-

cas do mercado.

Entre essas marcas, temos representantes como FortLocal e PG Storm que têm

público-alvo semelhante, mas pouca influência sobre ele. Apesar de venderem mui-

tas peças todos os meses, essas marcas não conseguem seus adoradores, como a

Totem propõe.

A Totem não deseja competir com as marcas locais. Ela busca um posicionamento

diferenciado. Enquanto essas marcas tentam atingir a todas pessoas, a Totem bus-

ca se posicionar como algo diferenciado para um público seleto, mudando o con-

ceito de exclusividade, não mais pelo valor do produto, mas pelo estilo de vida.

Page 7: “TOTEM”

4. 2. 1. PG Storm é uma marca nova e que vem com pouca variação de mod-

elos e quase nenhum conceito. Foi criada em cima do termo Brazilian Storm, que

começou a ser usado no exterior em campeonatos de surf quando a nova geração

de surfistas brasileiros conquistou muitos resultados em meio aos profissionais do

mundo todo. Uma nova geração que atua em diversas categorias, desde as ondas

pequenas até as gigantes.

Dentre esses atletas estão nomes consagrados no mundo todo, como Gabriel Medi-

na, Miguel Pupo, Felipe Toledo, entre outros.

A marca trabalha de modo oportunista, em cima de toda repercussão da conquista

de Gabriel Medina no mundial de surf em 2014. Ela passa uma ideia de incentivo

ao surf local na cidade de Praia Grande e conquistou o apoio de alguns surfistas da

cidade, mas com pouca relevância.

4. 2. 2. FortLocal foi criada pelo designer e ilustrador Marcio Cau. Já consolidada

no mercado, ela atua na Baixada desde 1995 e segue para um estilo mais aberto,

englobando o surf e o skate, mas sem manter uma linha. Ao buscar atrair esses

dois mercados próximos, mas bem diferenciados, a marca não consegue desen-

volver estampas que agradem os dois gêneros, que tem padrões estéticos difer-

entes em suas raízes.

FortLocal, praticamente, se divide em duas. Uma parte para o público skatista, e

outra para o público surfista. Apesar disso, a FortLocal é conhecida e distribuída

para fora da Baixada Santista e continua crescendo dia após dia.

4. 3. Por onde começar

As primeiras ações para a propagação da Totem serão através da internet. As

primeiras ações serão feitas por meio de redes sociais com forte apelo do púbico

jovem, como Facebook, Twitter, Instagram e Snacphat, além de loja virtual e blog

Page 8: “TOTEM”

com dicas para o público-alvo se vestir e adotar o seu estilo favorito.

Junto dos esforços no mundo virtual, a marca já com conta um lojista e represent-

ante local interessado em colocar as camisetas a venda em suas lojas, a Acesso

Moda, com lojas situadas em Praia Grande e Santos. A proposta é que as camise-

tas da Totem sejam vendidas nas lojas Acesso Moda e distribuídas em todo o es-

tado, já que ela possui um braço de representante comercial e venda em atacado

para outros lojistas.

O pontapé inicial para a marca se consolidar no mercado regional será as ações

com jovens atletas da Baixada Santista. Vídeos promocionais, fotos de skatistas e

surfistas com as peças da Totem e apoio para estes atletas em campeonatos.

Através da loja virtual, as roupas serão vendidas por R$ 57, preço que permite pro-

duzir as camisetas, sustentar o site no ar e investir mais tempo e projetos em novas

estampas. Já na distribuição para lojistas, elas serão vendidas por R$ 20 para que

possam vender a preços competitivos com a loja virtual e outras marcas concor-

rentes.

Page 9: “TOTEM”

5. JUSTIFICATIVA

5. 1. Proposta Ambiental

A marca Totem surgiu com o propósito de fazer uma intervenção por meio da na-

tureza e do urbano, de modo a questionar assuntos de contexto geral. Por meio de

estampas jovens e despojadas, a marca procura comunicar de um jeito diferente e

indireto com uma linha de pensamento que dá a natureza a sua devida importância,

sem deixar de lado o ambiente urbano no qual estamos inseridos.

A proposta da Totem é reverter parte de sua verba alcançada através da venda

de camisetas para causas ambientais assim que se consolidar no mercado, tendo

referência de projetos ambientais como a Fundação Grupo Boticário e o WWF-

Brasil.

5. 1. 1. Fundação Grupo Boticário

“A Fundação Grupo Boticário nasceu em 1990 como uma das primeiras

instituições ligadas à iniciativa privada voltadas à conservação da natureza

no Brasil. Desde então, nosso compromisso se manteve perene e inaba-

lável.

Iniciamos nossas atividades com o apoio a iniciativas de outras instituições

e nos tornamos uma das principais financiadoras de projetos ambientais

do país. Em 24 anos de história, somamos 1.436 iniciativas apoiadas, de

428 diferentes instituições.

Atuamos em todas as regiões do Brasil e passamos a desenvolver tam-

bém ações próprias. Por meio de nossas Reservas Naturais, conservamos

mais de 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, os dois biomas mais

ameaçados do país.

Idealizamos e executamos iniciativas como o Oásis, pioneiro em Paga-

mento por Serviços Ambientais no Brasil, as Estações Natureza e o Gas-

Page 10: “TOTEM”

tronomia Responsável, buscando sempre mobilizar a sociedade para a

causa da conservação. Tudo isso para mostrar que o meio ambiente não é

só uma inspiração, mas uma razão para seguirmos em frente.”

(Fundação Grupo Boticário, [201-?])

5. 1. 2. Fundação Grupo Boticário

“A Fundação Grupo Boticário nasceu em 1990 como uma das primeiras

instituições ligadas à iniciativa privada voltadas à conservação da natureza

no Brasil. Desde então, nosso compromisso se manteve perene e inaba-

lável.

Iniciamos nossas atividades com o apoio a iniciativas de outras instituições

e nos tornamos uma das principais financiadoras de projetos ambientais

do país. Em 24 anos de história, somamos 1.436 iniciativas apoiadas, de

428 diferentes instituições.

Atuamos em todas as regiões do Brasil e passamos a desenvolver tam-

bém ações próprias. Por meio de nossas Reservas Naturais, conservamos

mais de 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, os dois biomas mais

ameaçados do país.

Idealizamos e executamos iniciativas como o Oásis, pioneiro em Paga-

mento por Serviços Ambientais no Brasil, as Estações Natureza e o Gas-

tronomia Responsável, buscando sempre mobilizar a sociedade para a

causa da conservação. Tudo isso para mostrar que o meio ambiente não é

só uma inspiração, mas uma razão para seguirmos em frente.”

(Fundação Grupo Boticário, [201-?])

Page 11: “TOTEM”

5. 2. Responsabilidade Social

A Totem atuará em projetos sociais de incentivo à educação, esporte e preservação

do meio ambiente. Buscará não só apoiar, mas participará ativamente de projetos,

instituições e mobilizações na Baixada Santista, tais como a Casa da Avó Benedita

e Projeto Dividindo para Somar.

5. 2. 1. Dividindo para Somar

“Sediado na Unisanta, o Programa Dividindo para Somar, criado pelo

professor Alexandre Sobrino em Julho de 1999, destina-se à promoção e

realização de minicursos e palestras com fins beneficentes e ao incentivo

da prática do voluntariado, semeando a ideia de que se a sociedade civil

não se organizar e não adotar uma postura mais participativa será eterna-

mente refém da indiferença e da desigualdade social.”

(Projeto Dividindo para Somar, [201-?])

5. 2. 2. Casa da Vó Benedita

“Com a missão de acolher crianças abandonadas ou vítimas de maus

tratos da região e desenvolver projetos socioeducativos/culturais voltados

para integração social, a Casa Vó Benedita é uma Instituição Filantrópica,

privada e sem fins lucrativos, fundada em 1976 por Benedita de Oliveira.

As crianças chegam à Casa Vó Benedita são encaminhadas pelo Juiz

da Infância e da Juventude. Uma vez acolhidas na CVB recebem alimen-

tação, assistência à saúde, higiene, lazer, educação, atendimento psicos-

social e muito afeto. A Casa Vó Benedita busca manter o contato das

crianças com a Comunidade Santista promovendo visitas abertas da co-

munidade à entidade, bem como atividades esportivas e de lazer fora da

instituição, como aulas de futebol no centro esportivo do bairro ou aulas de

Page 12: “TOTEM”

capoeira em uma academia do bairro. Às quartas feiras acontecem as visi-

tas dos pais biológicos visando manter o vínculo das crianças com os pais.

Essas crianças permanecem no abrigo até que sejam adotadas ou retor-

nem ao lar de origem seguindo sempre determinação judicial. No entanto,

a Casa Vó Benedita conta com uma equipe técnica que tem como priori-

dade cumprir a determinação do Parágrafo Único do Artigo 101 do ECA,

ou seja, tornar o Abrigo Casa Vó Benedita um local de passagem para as

crianças acolhidas. Para que isso seja efetivado são realizadas visitas con-

tínuas às famílias de origem e extensa da criança, além de atendimentos

semanais a essas famílias, sendo que desses procedimentos são gerados

relatórios mensais pormenorizados, os quais têm por finalidade auxiliar e

agilizar os processos judiciais de cada criança abrigada.”

(Casa da Vó Benedita, [201-?])

Page 13: “TOTEM”

6. DEFINIÇÕES

6.1. Intervenção Artística

No contexto proposto pela Totem, a intervenção artística vem com a proposta de

expressar uma ideia por meio de peças artísticas, independente do estilo de arte. A

marca Totem tem como principal referência o projeto Pimp My Carroça, idealizado

pelo grafiteiro Mundano.

6.1.2. Pimp My Carroça

“PIMP MY CARROÇA é um movimento que luta para tirar os catadores de

materiais recicláveis da invisibilidade, promover sua autoestima e sensibi-

lizar a sociedade para a causa em questão, com ações criativas que utili-

zam o graffiti para conscientizar, engajar e transformar”

(Pimp My Carroça, [201-?])

O primeiro Pimp My Carroça aconteceu em São Paulo, no dia 3 de junho de 2012.

Atendeu 40 catadores e carroças, contou com 300 voluntários, 60 artistas, e 792

doadores. O projeto oferece atendimento clinico, psicológico, oftalmológico, mas-

sagem, corte de cabelo, e ainda ganha um kit com luvas de borracha e capa de

chuva, para exercer o seu trabalho com mais conforto e segurança. Atualmente, o

projeto já atendeu 355 catadores e carroças, conta com 305 artistas participantes,

1066 voluntários, e já impactou 16 cidades.

Apesar disso, o Pimp My Carroça vai além e busca impactar a sociedade no dia a

dia com a intervenção artística, como propõe a Totem. Não são apenas as ações

promovidas pelo projeto que buscam mudar o mundo. Um dos principais destaques

está nos desenhos que Mundano faz nas carroças de catadores de lixo conscienti-

zando a população sobre o papel daquele serviço, rejeitado e ignorado por muitos,

para a sociedade.

Page 14: “TOTEM”

7. PESQUISA

A pesquisa para o desenvolvimento da marca Totem foi realizada por diferentes

meios. Desde à leitura de livros e sites às pesquisas e conversas com o público-

alvo.

O livro A Simbólica dos Animais causou uma grande imersão dentro do assunto

proposta para a criação da marca Totem e foi responsável pelo desenvolvimento de

maior parte das estampas criadas. As diversas culturas e entendimentos espirituais,

filosófico e religiosos sobre os animais serviram de inspiração para as imagens que

estarão as camisetas da Totem.

Outra forma de pesquisa que serviu de base para a criação da Totem foi a entre-

vista. Jovens que moram na Baixada Santista e aderem ao estilo de vida proposto

pela marca, urbano com referências naturais, foram perguntados sobre os concei-

tos e estética de todas as artes. Suas opiniões e diferentes visões de mundo foram

responsáveis por aprimorar os trabalhos realizados através da pesquisa bibliográ-

fica.

Entre os jovens entrevistados para o desenvolvimento da Totem, estão Beatriz Pi-

nel, Fernanda Belem, Joyce Alves, João Pedro, Junior Ribeiro, Victor Marques,

Gabriel Mota, Vinicius Farinha e Raphael Marra.

O conteúdo jornalístico sobre sustentabilidade também foi utilizado na pesquisa

para a elaboração deste trabalho. Matérias sobre o consumo de lixo no mundo,

histórias sobre figuras e linguagem e cultura popular serviram de base para o de-

senvolvimento de artes.

Page 15: “TOTEM”

8. DESENVOLVIMENTO

8. 1. Logotipo.

No desenvolvimento do logotipo, foram empregadas diversas tentativas de desen-

volver algo que remete ao natural e, ao mesmo tempo, com elementos que tives-

sem ligação com o nome da marca, o Totem. A principal dificuldade encontrada é

que o natural é psicologicamente e sinestesicamente ligado ao verde e conta com

formas leves e curvilíneas. Enquanto um totem é feito de traços retos, com estética

rústica e talhado em madeira. O logotipo precisava buscar um equilíbrio entre essas

duas estéticas tão distintas.

O “Prilata” foi a primeira estampa a ser feita para a Totem, mas sua proposta ini-

cial era servir apenas para um adesivo. Porém, a criação desta arte inspirou todo o

conceito da marca Totem. Rapidamente, a primeira ideia para o logotipo seria essa

imagem que acendeu a ideia para a criação da marca.

O conceito inicial para a criação da marca, era diferente do que ela viria a se tornar.

Além do “Prilata”, o logotipo contava com uma tipografia reta, que tomou como base

a fonte Courrier New, e, após algumas alterações, a fonte ficou mais quadrada e

com serifas grossas que aparentavam uma base firme.

Page 16: “TOTEM”

As linhas retas e o “Prilata” não eram o suficiente para representar todo o conceito

por trás da Totem. A arte representava apenas uma pequena parcela do que viria a

ser o contexto geral da marca.

Após uma pesquisa de referências tipográficas, foi possível fazer algo que es-

tivesse muito mais próximo do conceito do que viria se tornar a marca Totem

Apesar de muito mais próximo do conceito da marca, este logotipo ainda não era o

ideal para representar a Totem. As letras estavam muito próximas e entrelaçadas,

trazendo todo o contexto de natureza, mas deixando de lado as linhas duras e rústi-

cas do Totem.

Além disso, o “T” minúsculo era tão grande e forte quanto o maiúsculo e o “E” e o

“M” tinham cruzamento onde não havia necessidade, já que uma letra poderia dar

seguimento a outra sem alteração bruta de forma e movimento. Os detalhes foram

modificados para chegar ao resultado esperado.

Page 17: “TOTEM”

A parte tipográfica do logotipo foi concluída, mas ainda faltavam a ligação com

as linhas duras e retas de um totem. As três primeiras letras do nome da marca

serviram de inspiração para um movimento de leitura vertical que remetesse às

esculturas de madeira, mas a escolha pela tipografia e a textura utilizada não com-

binavam com a proposta tipográfica da marca Totem. Era apenas uma ideia sendo

esboçada.

A procura pelos logotipos de marcas de roupas bem sucedidas nos estilos surfwear

e streetwear foram bastante importantes para que se compreendesse que o simples

e objetivo é essencial para induzir uma fácil fixação visual do público alvo. Mar-

Page 18: “TOTEM”

cas de diferentes nichos de mercado e público-alvo, como Element, Globe, Nike,

Adidas, entre outras, se impõe no cenário streetwear com grande simplicidade em

seus padrões visuais. Assim como Mormaii, Hurley e RipCurl usam a mesma estra-

tégia no surfwear.

A partir disso foi feita uma tipografia própria para finalizar o logotipo, uma tipografia

que serviria de base para assegurar que o símbolo da marca teria uma estrutura

proporcional. Dessa forma, foi possível chegar a um logotipo simples e objetivo,

com as cores da tipografia invertidas em ordem de relevância.

A partir dessa ideia, o logotipo poderia ser feito através de uma tipografia e um sím-

bolo que não seguem a mesma linha, mas que se aceitam. Um com traços retos e

firmes do totem e o outro com as curvas e suavidade da natureza.

Símbolo e tipografia atingindo propostas visuais diferentes. Ambos de modo sutil,

subjetivo e simples construindo um logotipo impactante. Esse contraste permite que

os dois possam ser usados juntos na mesma imagem sem causar desconforto por

elementos visuais muitos conflitantes ou de forma separada sem perder a essência

da marca.

Page 19: “TOTEM”

8. 2. Estampas.

8. 2. 1. Prilata.

“Prilata” foi a primeira arte a surgir dentro da Totem, antes mesmo da marca existir.

Ela foi criada para ser um adesivo, com a proposta de fazer uma crítica ao precon-

ceito com artistas urbanos, principalmente quando se trata do grafite, sticker e pixo

no Brasil. Esses artistas são, normalmente, chamados de “vândalos” pelo senso

comum.

Segue adiante três definições da palavra que é usada para o se referir aos artistas

urbanos:

Vândalo:

1.

Adjetivo substantivo masculino

fig. que ou aquele que estraga ou destrói bens públicos, coisas belas, vali-

osas, históricas etc.

2.

Adjetivo substantivo masculino

fig. que ou aquele que não tem cuidado, esmero, tudo estraga.

Page 20: “TOTEM”

3.

Adjetivo substantivo masculino

p.ext. que ou aquele cuja ação ou omissão traz prejuízo à civilização, à

arte, à cultura

(Dicionário do Google [201-?])

Com base nestes conceitos de vândalo, o senso comum tem a ideia de que o ar-

tista urbano é age de modo a não evoluir com o resto da sociedade. A ideia de que

arte urbana é intervenção e um estilo de comunicação visual não está clara para

muitas pessoas. Partindo da ideia de que a criminalização destas artes não é o mel-

hor modo a tratar sobre o assunto, a Totem discorda desta visão comum.

O conceito de que o artista de rua é um vândalo que não ajuda na progressão da

sociedade inspirou a ideia da estampa “Prilata”. O conceito foi inspirado na teoria

Evolucionista de Charles Darwin, que considera o homem como um ser evoluído

dos macacos. Segundo o Darwinismo, o primeiro macaco dessa evolução, é o Pro-

consul. O Proconsul foi determinado como representante de ser não evoluído para

a “Prilata”.

Outro fator importante para a concepção do “Prilata” é buscar “quem” e “onde”.

A arte urbana dispõe de diversos instrumentos e métodos criativos para alcançar

resultados variados, mas a lata de spray é um dos símbolos mais famosos dos

movimentos artísticos urbanos. Além disso, ela está associada ao vandalismo. Para

comprar uma lata spray de tinta para arte urbana, por exemplo, é preciso ter mais

de 18 anos. Enquanto outras tintas são vendidas indiscriminadamente.

Essas duas ideias, de retrocesso do macaco e o vandalismo das latas de tintas,

inspiraram criar a “Prilata”, uma estampa que a uma visão preconceituosa da arte

urbana.

Page 21: “TOTEM”

Como a Totem é focada no mercado brasileiro e a proposta surgiu por trás do es-

tereótipo nacional do artista de rua, as cores da bandeira do Brasil foram escolhidas

para estampar o “Prilata”.

8. 2. 2. Deu Zebra.

Assim como o “Prilata”, “Deu Zebra” é uma arte que surgiu através de outra propos-

ta de trabalho artístico. O trabalho proposto pela professora Marcia Okida pedia que

os alunos fizessem 4 zentagles pequenos, esteticamente agradáveis, mas despreo-

cupados. Este foi o começo da criação da estampa.

A primeira ideia foi uma mão humana fazendo um gesto de “paz e amor” populari-

zado pelos hippies na década de 60, mas conhecido por todos até os dias de hoje.

A proposta era um zentagle sem complexidade e pouco objetivo, apenas estetica-

mente agradável.

Com a proposta da Totem, a ideia de falar sobre a paz permanecia, principalmente

tratando o assunto com referências ambientais. Durante o processo criativo, a arte

do zentagle voltou para as pastas de trabalho e ganhou um novo estilo para adap-

tar-se à proposta da Totem. Assim surgiu “Deu Zebra”.

A mão passa a ideia de que “Deu Zebra” na paz. Este termo surgiu nos jogos dos

bichos. A zebra é um animal que está fora das apostas deste jogo e, sempre que

não existe um vencedor, é dito que “deu zebra”.

Page 22: “TOTEM”

Para receber os novos detalhes e conceitos, o zentagle da mão foi vetorizado de

forma simples:

Depois de o desenho linear da mão pronto, a aplicação da textura animal e peque-

nas correções foram realizadas para que o desenho pudesse ornar com a estampa.

Com o desenho pronto, o próximo passo foi testar diferentes estilos de aplicações

em muitas cores para testar diferentes propostas, mas a escolha final foi por um

fundo da cor dos contornos e detalhes da arte, que constrói um Gestalt. O animal

print simples, que traz a referência animal para a realidade urbana, diferencia “Deu

Zebra” de outras peças de roupa com a proposta de trazer estampas animais.

Page 23: “TOTEM”

8. 2. 3. Vida Que Foi Pro Saco.

Segundo a Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA), estima-se que entre 57

e 135 mil animais marinhos morrem por ano com a poluição dos mares. Na maioria

dos casos, essas mortes são causadas por resíduos descartados da maneira er-

rada. Esse dado serviu de inspiração para a criação da “Vida Que Foi Pro Saco”, já

que o público-alvo têm profunda ligação com o mar.

Apesar disso, essa não foi a primeira estampa criada com essa inspiração. Antes

de “Vida Que Foi Pro Saco”, foi feita outra arte que tratava da poluição dos mares

de um modo mais cômico. Esse conceito fazia com que a estampa destoasse das

outras artes da Totem. O nome desta primeira estampa é “Viva a Água”. Ela foi ini-

cialmente desenhada a mão, com caneta preta, sem definição de cores.

Page 24: “TOTEM”

Depois de digitalizada, a estampa que representa uma água viva mutante foi vetori-

zada e colorida, buscando a cor certa para criar contraste com a camiseta em que

fosse estampada. Houveram 3 tentativas de coloração.

No final do processo de digitalização e coloração, a estética agradou ao meu gosto

pessoal, mas não era o que a marca precisava. A ideia inicial da estampa era mos-

trar a realidade dos mares poluídos, mostrando aquilo que está escondido de forma

direta, mas simples. “Viva a Água”, apesar de me agradar, não trazia este conceito

Em uma segunda tentativa de criar uma estampa com essa mesma mensagem,

surgiu a proposta de “Vida Que Foi Pro Saco”. Um peixe preso dentro de uma sa-

cola plástica. A sacola é um dos maiores símbolos da poluição do mundo todo. Já

fazem alguns anos que o fim da distribuição gratuita gera polêmicas na cidade de

São Paulo e, agora, a União Europeia selou um acordo para diminuir o consumo

delas em todo o continente, mas, apesar dessa preocupação, o tema ainda é trata-

do com descaso por muitos. Não é raro vermos uma sacola voando sem rumo pe-

las ruas da cidade.

Essas sacolas que geram tantas discussões, mas que parecem tão banais, podem

levar até 450 anos para se decompor no meio ambiente. Durante todo este tempo,

elas estão soltas na natureza matando milhares de vidas animais, como peixes a

tartarugas marinhas que enroscam-se ou comem as sacolas.

Page 25: “TOTEM”

A tartaruga marinha, por exemplo, é um animal que se alimenta das águas vivas.

Quando ela avista uma sacola boiando no mar, não consegue distinguir de sua

alimentação. Dessa forma, ela acaba por ingerir material plástico, que pode trazer

diversos danos à saúde, como bloqueio intestinal. Em um estudo publicado no Ma-

rine Turtle Newsletter, biólogos relatam que 75% das tartarugas marinhas avaliadas

tinham ingerido material plástico. Além disso, estima-se que o ser humano produz

260 toneladas de plástico por ano.

Outro animal que sofre com em altas proporções pelas sacolas plásticas descar-

tadas de forma errada é o peixe. O maior símbolo do mar, presente em todas as

regiões e fonte de alimento para o homem e muitas outras espécies, enrosca-se

nas sacolas e outros materiais plásticos que podem causar sua morte. Levando

essas ideias em consideração, foi feita uma ilustração da vida marinha sendo sufo-

cada pelo plástico.

Em pesquisas de mercado com o público-alvo, através de perguntas simples de

aceitação durante breves conversas, foi possível perceber que as cores não agra-

davam uma parcela considerável dos jovens que estão atrelados aos conceitos da

Totem. Também percebi que o padrão de cores escolhidos não realçava os detalhes

da estampa. O desenho do peixe em “Vida Que Foi Pro Saco” deve ser discreto,

Page 26: “TOTEM”

mas não pode passar despercebido. A partir dessas análises, foram testados outros

padrões de cores que estivessem próximos às sacolas plásticas disponíveis nos

mercados.

A nova coloração de “Vida Que Foi Pro Saco” unida ao fundo preto deu maior evi-

dência ao desenho do peixe, mas deixava o projeto inviável monetariamente. Quan-

to mais cores em uma estampa, maior é o custo para produzir a camiseta. Essa

estampa com quatro cores ficaria mais cara que o proposto pela marca. Ainda as-

sim, foi feita uma simulação virtual de como a estampa seria aplicada nas camise-

tas para mostrar ao público-alvo.

Uma das respostas da pesquisa que mais inspirou as alterações que viriam pela

frente foi a de uma jovem surfista: “eu não quero usar uma camiseta que, por mais

que tenha um conceito legal, eu precise explicar para as outras pessoas”. Com

base nisso, o peixe precisou ficar mais evidente, de modo a não perder o conceito

principal, que é a vida marinha sendo sufocada pelo lixo.

Page 27: “TOTEM”

Alguns traços a mais foram colocados, dando a forma ao peixe dentro da sacola.

Após essas transformações, a estampa foi apresentada novamente a pessoas difer-

entes dentro do público-alvo e nenhuma apresentou as críticas anteriores.

8. 2. 4. Praia Limpa na Virada.

“Praia Limpa na Virada” é um projeto pretencioso. Ele tem a intenção de diminuir

a poluição nas praias da Baixada Santista durante as festas de final de ano. Entre

dezembro e fevereiro, as cidades das Baixada Santista recebem alto volume de

turistas, que chega à casa dos milhões. Praia Grande, por exemplo, quadriplica sua

população na semana do ano novo. Esses turistas não têm o convívio com a praia

e dão o dobro de valor a ela em questão de divertimento, mas pouco quando se fala

em preservação.

Todo fim de ano, carnaval e feriado prolongado acontece a mesma coisa: as praias

cheias com a vista coberta de guarda-sóis, mas quando todos vão embora, é pos-

sível ver seus rastros através dos lixos despejados na areia e no mar. A proposta de

“Praia Limpa na Virada” é fazer uma mobilização nas cidades da região.

Page 28: “TOTEM”

A estampa foi construída com base em uma frase simples, chamativa e de fácil

memorização. Durante as pesquisas de aceitação do público-alvo, foi constatado

que a maioria dos entrevistados usaria esta estampa e que apoiaria a causa pro-

movida pela marca.

Além da frase de efeito, o mar está representado através das conchas. Com seus

diferentes formatos e tamanhos, elas divertem crianças e adultos na orla da praia,

que perdem longos minutos a procurar por conchas diferentes.

Page 29: “TOTEM”

Apesar da estampa ter atingido seu público-alvo e ser aceita pela maioria, alguns

ainda viram a necessidade de um complemento discreto que pudesse acabar com

qualquer dúvida sobre o que se tratava a campanha. Respondendo essa demanda,

foi colocada de forma discreta, no canto esquerdo inferior da imagem, uma men-

sagem direta. Como se a fonte estivesse vazada na imagem.

8. 2. 5. Estampas de Fixação.

A marca possui, além das estampas com conceitos, as estampas de fixação de

nome e identidade visual, colocando o nome da marca à frente de todo o projeto,

para que assim possa se firmar no mercado. A proposta é ser lembrada e, mais do

que isso, procurada pelos clientes. Dessas duas estampas de fixação, uma vem

com o logotipo completo da marca. E a outra usando apenas o símbolo.

Page 30: “TOTEM”

8. 3. Cartaz.

O projeto de “Praia Limpa na Virada” não poderia ficar apenas nas camisetas. Ape-

sar deste ser o foco principal da Totem, a marca tem a proposta de fazer ações e

mobilizações para preservar o ambiente. Por isso, a estampa inspirou a criação de

um cartaz.

Para que a proposta possa ser viável sem grande capital, a melhor forma de fazer

o cartaz é através do estêncil, que foi utilizado durante as aulas de Arte Urbana do

professor Vlaidner. A imagem foi adaptada para que pudesse ser cortada em um

estêncil e que pudesse trabalhar diferentes tintas e acabamentos.

Como o cartaz precisava ser grande, o desenho teve que ser dividido em nove

folhas de papel sulfite. A arte foi dividida e impressa. Com as imagens em mão, foi

preciso juntar todas para que o desenho se formasse em grande escala.

Page 31: “TOTEM”

Após a colagem, nove folhas tamanho A4 de papel carbono foram colocadas por

baixo das sulfites coladas para que o estêncil pudesse ser reproduzido em um pa-

pel duplex, que serviria de base para o estêncil. Após a transposição do desenho, o

papel duplex foi cortado deixando as pontes necessárias para a aplicação da arte.

Antes de receber a arte final, a folha duplex recebeu um tratamento com tinta spray

marrom específica para arte urbana. Somente depois, a estampa do estêncil foi

aplicada com a tinta azul bebê e, após a secagem, a aplicação de uma tinta azul

um pouco mais escura que criou um efeito degradê para o acabamento do cartaz.

Page 32: “TOTEM”

9. CRIAÇÃO

9. 1. Linha Estética

O visual da marca Totem segue uma linha parecida com a de estêncil, arte muito

usada em muros urbanos e também para estampar camisetas, com camadas de

cores chapadas que formam um desenho. Como as estampas serão feitas através

da técnica de silkscreen(serigrafia), as estamparias cobram por quantidades de

cores, que são as quantidades de telas que precisarão ser usadas. Pensando ni-

sso, as estampas foram feitas com no máximo três cores, para que o projeto se

tornasse viável financeiramente, e fosse executado com qualidade.

9. 2. Conceito das Estampas.

9. 2. 1. Prilata.

Esta estampa tem um conceito básico, serve como uma crítica ao preconceito com

o artista urbano no Brasil. A visão generalista da sociedade, sempre a julgar alguém

com uma latinha de spray na mão, tratando-o como vândalo. A proposta é tratar a

marginalização do artista de urbano.

O macaco Proconsul é o primeiro macaco da Teoria Evolucionista, de Charles Dar-

win, e representa a visão de ser não evoluído que a sociedade tem destes artistas.

De modo simples, várias silhuetas de latas de spray fazem o preenchimento do

macaco. Elas representam a arte urbana, por ser o instrumento mais conhecido e

mais usado pelos artistas urbanos, mesmo com todas as outras técnicas e métodos

e arte urbana que surgiram com o decorrer dos anos.

A crítica da estampa “Prilata” é focada no público brasileiro, que inspirou as cores

usadas na arte. As latas de spray desenhadas na arte trazem as cores da bandeira

Page 33: “TOTEM”

nacional direcionando à estampa ao público brasileiro.

9. 2 .2. Deu Zebra.

A estampa “Deu Zebra” vem como uma mensagem subliminar de que “deu zebra”

na paz. Esse termo surgiu no jogo do bicho porque é um animal que não se encon-

tra nas apostas. Por isso, quando ninguém ganha, costuma-se dizer que “deu ze-

bra”.

A mão com dois dedos levantados simboliza a paz. Um simples gesto eternizado

pelos hippies na década de 60. A referência é feita porque o gesto de paz e amor é

conhecido mundialmente e, diferentemente da estampa “Prilata”, essa estampa não

busca falar apenas sobre o Brasil, mas da humanidade como um todo.

O processo criativo de “Deu Zebra” foi através de zentagles, que formaram a ideia

pouco a pouco. A estampa passou por diversos retoques após sua conclusão para

que ficasse cada vez melhor.

As cores foram feitas com o animal print comum de uma zebra, mas o Gestalt a

diferencia de outras estampas de animal print. Depois de ilustrada, as partes pretas

foram removidas, e ainda que não haja contorno ou desenho preto, é possível a

estampa animal. Essa estampa dispensa tipografia.

9. 2. 3. Vida Que Foi Pro Saco.

Com tantas figuras de linguagem, “Vida Que Foi Pro Saco” é a estampa menos sub-

jetiva ao tratar os assuntos levantados pela Totem. A vida marinha sufocada pelo

lixo é entendimento quase que universal sobre esta arte.

O processo criativo surgiu de um desenho a mão de uma água viva mutante, repre-

sentando a poluição do mar, mas a arte não conversava com a marca. Após muitas

Page 34: “TOTEM”

pesquisas para pautar as ideias, tive o conhecimento do mal que as sacolas fazem

à vida marina. Elas confundem as tartarugas, que acham que são águas vivas (o

alimento preferido das tartarugas), e sufocam peixes.

A sacola plástica representa a poluição causada pelo homem e a destruição do

meio ambiente, enquanto o peixe simboliza a vida marinha. A escolha do peixe

é por ele ser o maior representante dos animais marinhos. A cor base da sacola

remete às cores das sacolas de mercado, mas foi sobreposta em diferentes níveis

de preto para criar uma perspectiva com luz e sombra. O estilo da ilustração é um

pouco mais “sujo” que das outras estampas. Ela não traz traços arredondados, mas

também não conta com linhas retas.

9. 2. 4. Praia Limpa na Virada

Enquanto todas outras estampas da Totem usam apenas ilustrações para transmitir

as suas mensagens, “Praia Limpa na Virada” busca ser a mais clara de todas e traz

uma mensagem escrita porque não busca atingir apenas o público-alvo da marca.

A ideia de que a conscientização sobre o nosso ambiente deve ser de todos trouxe

a proposta de uma estampa que não conversasse apenas com o público-alvo, mas

que fosse simples para que todos possam entender.

Para a criação da estampa, foi usada a fonte Helvética por ser bem estruturada,

simples e de fácil aceitação.

A escolha da cor foi influenciada por diversos motivos. O azul é uma cor tranquila e

que agrada boa parte da população, mas, além de tudo, é a cor do mar limpo, o que

propõe a estampa. A concha representa a beleza do mar. Ela fica como uma marca

d’água na tipografia para ser discreta, apenas um detalhe. Com essa apresentação

simples, ela representa a beleza do mar.

Page 35: “TOTEM”

Algumas ondas foram colocadas na parte superior da imagem, fechando a tipogra-

fia. Elas têm o papel de chamar a atenção para o cartaz, já que tudo é simples e

sutil. Além de chamar a atenção, as ondas também induzem o movimento de leitura

do cartaz.

Page 36: “TOTEM”

10. CONCLUSÃO

O mercado de roupas, principalmente camisetas, para o público skatista e surfista

está saturado com milhares de marcas, algumas delas bem posicionadas no mundo

todo, mas, apesar disso, poucas conseguem conversar diretamente com o público.

Essas marcas, normalmente, desenvolvem estampas puramente estéticas, sem um

conceito, com o desejo de atingir o mercado como um todo. Essa foi a maior preo-

cupação durante a criação da marca Totem. A proposta, desde o início, era construir

uma marca que não produzisse apenas estampas, mas que passasse mensagens

através de seu público.

As pesquisas de referências ambientais e esportivas, entrevistas com pessoas que

se encontram no público-alvo e longos processos de criação, ajudaram a construir a

imagem da Totem. Não apenas visualmente, mas conceitualmente.

As camisetas seguem um padrão estético e conceitual, diferenciando-se das mar-

cas que já estão no mercado de surfwear e streetwear. Essa proposta não afastou

a marca de seu público, mas provou que é possível desenvolver trabalhos conceit-

uais, sem se perder na miscelânea de referências urbanas e naturais do público.

As estampas expressam suas ideias de forma diferente com a proposta de puxar o

mercado de surfwear e streetwear, e não de segui-lo.

A Totem pretende ser além do que mais uma marca, ela quer apresentar problemas

atuais que estão muitas vezes escondidos, representados nessas primeiras estam-

pas através dos plásticos no fundo do mar e o preconceito com os artistas urbanos,

por exemplo.

Junto da construção conceitual, foi possível perceber o impacto que a Totem poderá

causar no mercado. Todos os entrevistados para análise das estampas, fixação dos

valores e conhecimento das propostas da marca perguntaram quando as peças

Page 37: “TOTEM”

poderão ser compradas, onde e qual o preço. Um detalhe que só aumentou o en-

tusiasmo para seguir em frente com o projeto de colocar a Totem nas maiores lojas

de surf e skate do Brasil.

A Totem não se pergunta por onde começa. Ela sabe que o começo de tudo é aqui.

É agora! Em cada atitude do cotidiano, através de simples iniciativas, nós podem-

os construir um lugar muito melhor para nós, nossos filhos, netos, bisnetos etc. A

proposta é mostrar que o progresso é muito mais que tecnologia e acúmulo de din-

heiro. O progresso está em nós!

O papel ambiental e de mudança cultural da Totem é símbolo deste progresso. A

marca plantará uma pequena semente em cada um de seus clientes que deve ser

regada e cuidada. A cada pessoa que souber cuidar dessa semente, teremos cada

vez mais e mais frutos ligados às questões ambientais, culturais e educacionais.

Essa pode parecer uma proposta pretenciosa, mas é apenas a visão de que de-

vemos começar agora para colher os frutos no futuro, ideia que está ligada à cri-

ação da Totem. A minha visão sobre diferentes causas foi transformada durante

as pesquisas para a elaboração das estampas e eu quero fazer o mesmo através

das camisetas. O conhecimento mais aprofundado sobre os temas tratados trouxe

novas perspectivas da natureza, da arte urbana e dos símbolos. Através do livro A

Simbólica dos Animais, de Valéria Alvares Cruz, por exemplo, tive contato com difer-

entes culturas e pude entender a representação dos animais dentro delas.

Mas, acima de tudo isso, a principal conclusão deste trabalho é que a marca Totem

foi construída com um padrão estético e conceitual buscado desde a primeira ideia

sobre a marca. Ela ganhou uma representação, estampas que conversam com seu

público e até seus primeiros clientes, que poderão comprar as camisetas em breve.

Page 38: “TOTEM”

10. 1. Agradecimentos

Este trabalho só pode ser realizado graças a todo apoio que recebi no decorrer do

ano. Antes de tudo, meus pais, Wanderlei Monteiro e Cleide Dantas de Oliveira, que

me deram as condições necessárias para que pudesse estudar e me dedicar à con-

strução da marca Totem. Muito mais que isso, eles passaram noites acordados me

ajudando a cortar estêncil, elaborar adesivos e desenvolver o conceito da Totem.

Ao meu irmão, Rodrigo, que me ajudou com alguns conceitos que trouxe vendo o

conceito da Totem como uma pessoa que não se enquadra no público-alvo e pelas

dicas no processo de construção de uma marca.

À Marcia Okida que me acompanhou no decorrer de todo este ano orientando o tra-

balho e abrindo minha cabeça para criar estampas verdadeiramente diferentes. Sua

orientação foi essencial para que este trabalho entrasse no rumo certo.

Ao Vlaidner que me inspirou com suas aulas de arte urbana, suas experiências com

grafite e estêncil e que, durante suas aulas, supervisionou a estampa da arte que

seria o primeiro passo para a criação da marca.

Ao Alexandre Barbosa, o Bar, pela indicação do livro que inspirou maior parte das

estampas desenvolvidas neste projeto. E a todos os professores que, direta ou in-

diretamente, puderam contribuir para a construção da Totem à minha formação. No

desenvolvimento deste trabalho, pude aplicar as técnicas aprendidas em todas as

disciplinas.

Agradeço à Beatriz Pinel, minha namorada, que deu um grande suporte durante

este ano todo e acompanhou a criação da Totem de perto.

Agradeço à Fernanda Belem, Joyce Alves, João Pedro, Junior Ribeiro,

Page 39: “TOTEM”

Victor Marques, Gabriel Mota, Vinicius Farinha e Raphael Marra, que participaram

das pesquisas e colaboraram com opiniões que moldaram a marca Totem.

Agradeço ao Mateus Gomes e Zezinho, representantes da Acesso Modas, que

demostraram interesse na comercialização da marca desde que ela não passava

de uma pequena ideia na minha cabeça. Eles foram responsáveis por me fazer

acreditar no potencial comercial da Totem.

Por último, mas não menos importante, agradeço à Bigmar e Escudo Real, empre-

sas onde trabalho, por me darem suporte na realização do TFC, como a encader-

nação deste relatório até proporcionar as condições para que ele pudesse ser reali-

zado.

Este é um trabalho que não seria possível sem cada uma dessas pessoas!

Page 40: “TOTEM”

11. BIBLIOGRAFIAS

11. 1. Livro

CRUZ; Valéria A.; A Simbólica dos Animais: Bestiário e Outros Textos. Vol.1. São

Paulo: Fiuza Editores, 2001.261p.

11. 2. Sites

G1, Governo proíbe venda de tinta spray para menores de 18 anos. Disponível em:

<http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/05/governo-proibe-venda-de-tinta-spray-

para-menores-de-18-anos.html>. Acesso em 16 de fevereiro de 2015.

Terra, “Deu Zebra”? Saiba a origem da popular expressão. Disponível em: <http://

noticias.terra.com.br/educacao/vocesabia/interna/0,,OI3045174-EI8402,00.html>.

Acesso em 23 de maio de 2015.

MACRAE, Fiona. Killed by pollution: Hundreds of pieces of plastic found inside

stomach of sea turtle, 2011. Disponível em: <http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/

article-1369438/Dead-turtle-ingested-100s-pieces-plastic-highlights-sea-pollution.

html#ixzz1HoJRQ4Bc>. Acesso em 6 de setembro de 2015.

Carta Capital, União Europeia aprova reduzir uso de sacolas plásticas. Disponível

em: <http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/uniao-europeia-aprova-reduz-

ir-uso-de-sacolas-plasticas-7711.html>. Acesso em 7 de setembro de 2015.

Carta Capital, Lei de sacolas plásticas pode se expandir pelo país. Disponível em:

<http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/lei-de-sacolas-plasticas-de-sp-

pode-se-expandir-pelo-pais-657.html>. Acesso em 7 de setembro de 2015.

O Globo, Praia de Copacabana amanhece castigada pelo lixo após réveillon. Dis-

ponível em: <http://oglobo.globo.com/rio/praia-de-copacabana-amanhece-castiga-

da-pelo-lixo-apos-reveillon-3546632>. Acesso em 26 de outubro de 2015.

Page 41: “TOTEM”

G1, Após festejos da virada do ano, praia amanhece suja em Salvador. Disponível

em: <http://g1.globo.com/bahia/noticia/2012/01/apos-festejos-da-virada-do-ano-

praia-amanhece-suja-em-salvador.html>. Acesso em 26 de outubro de 2015.

Page 42: “TOTEM”

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE DESIGN

12. 1. Sites

Chico Rei. Disponível em: http://chicorei.com

Camiseteria. Disponível em: http://www.camiseteria.com.

12. 2. Estúdios.

Estúdio Colletivo. Disponível em: http://www.colletivo.com.br

Page 43: “TOTEM”

13. ANEXOS

Page 44: “TOTEM”
Page 45: “TOTEM”
Page 46: “TOTEM”
Page 47: “TOTEM”