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ALVENARIAESTRUTURAL
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ALVENARIA ESTRUTURAL
1. SISTEMAS ESTRUTURAISPodemos citar diferentes sistemas estruturais a serem adotados durante a concepo do projeto deuma edificao. A escolha do sistema adequado se d em funo do uso da edificao, de custos erecursos.
1.1TOTALMENTE ESTRUTURADO
Quando os elementos estruturais de sua supra estrutura so lajes, vigas e pilares previamentedimensionados e que tem a finalidade de resistir ao seu peso prprio e a todas as cargas atuantes.
O material adotado tambm deve ser escolhido de acordo com o projeto, podendo, estas estruturas,serem construdas em concreto armado, madeira, alumnio ou ao.
Nestes casos, as paredes funcionam como elementos de vedao, sem responsabilidade estrutural(carregar cargas), as mesmas podem ser total ou parcialmente removidas sem que o equilbrio doconjunto seja prejudicado.
As paredes externas, normalmente, so construdas em alvenaria ou outro elemento que garanta adurabilidade e a estanqueidade do interior da edificao. As paredes internas podem ser do mesmomaterial que as externas ou ainda de gesso acartonado, painis de madeira, frmica, aglomerados emgeral ou similares.
um sistema tradicionalmente adotado em edificaes de grande porte.
1.2ALVENARIA ESTRUTURAL
A alvenaria um sistema construtivo que utiliza peas industrializadas de dimenses e peso que asfazem manuseveis, ligadas por argamassa, tornando o conjunto monoltico.
Estas peas industrializadas podem ser moldadas em:
Cermica
Concreto
Slico-calcreo
A alvenaria estrutural um sistema construtivo tradicional, utilizado milhes de anos. Inicialmenteeram utilizados blocos de rocha como elementos de alvenaria, mas a partir do ano 4.000 a.C. a argila
passou a ser trabalhada possibilitando a produo de tijolos.O sistema construtivo desenvolveu-se inicialmente atravs do simples empilhamento de unidades,tijolos ou blocos. Os vos eram executados com peas auxiliares, como vigas de madeira ou pedra.
Ao passar do tempo, foi descoberta uma alternativa para a execuo dos vos: os arcos. Estes seriamobtidos atravs do arranjo entre as unidades. Assim foram executadas pontes e outras obras degrande beleza, obtendo maior qualidade alvenaria estrutural. Um exemplo disso a parte superiorda igreja de Notre Dame, em Paris.
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Ao longo dos sculos obras importantes foram executadas em alvenaria estrutural, entre elas oParthenon, na Grcia, construdo entre 480 a.C. e 323 a.C. e a Muralha da China, construda noperodo de 1368 a 1644.
At o final do sculo XIX a alvenaria predominou como material estrutural, porm devido falta deestudos e de pesquisas na rea, no se tinha conhecimento de tcnicas de racionalizao. As teorias
de clculos eram feitos de forma emprica, com isso no se tinha plena garantia da segurana daestrutura, forando um super-dimensionamento das mesmas. Em 1950 surgiram cdigos de obras enormas com procedimentos de clculo na Europa e Amrica do Norte, acarretando em umcrescimento marcante da alvenaria estrutural em todo mundo.
No Brasil em 1966 foram construdos os primeiros prdios em alvenaria estrutural, com 4pavimentos em alvenaria armada de blocos de concreto, no Conjunto Habitacional Central Parqueda Lapa. estimado que no Brasil, entre 1964 e 1966, tenham sido executados mais de doismilhes de unidades habitacionais em alvenaria estrutural.
A alvenaria estrutural atingiu o auge no Brasil na dcada de 80, disseminada com a construo dosconjuntos habitacionais, onde ficou tida como um sistema para baixa renda. Devido ao seu grande
potencial de reduo de custos diversas construtoras e produtoras de blocos investiram nessatecnologia para torn-la mais vantajosa.
A inexperincia por parte dos profissionais dificultou sua aplicao com vantagens e causou vriaspatologias nesse tipo de edificao, fazendo com que o processo da alvenaria estruturaldesacelerasse novamente.
Apesar disso, as vantagens econmicas proporcionadas pela alvenaria estrutural em relao aosistema construtivo convencional incentivaram algumas construtoras a continuarem no sistema ebuscarem solues para os problemas patolgicos observados.
Atualmente, no Brasil, com a abertura de novas fbricas de materiais assim como odesenvolvimento de pesquisas com a parceria de empresas do ramo (cermicas, concreteiras, etc.)
fazem com que a cada dia mais construtores utilizem e se interessem pelo sistema.Neste tipo de estrutura, a alvenaria tem a finalidade de resistir ao carregamento da edificao, tendoas paredes funo resistente. A remoo de qualquer parede fica sujeita a anlise e execuo dereforos.
Atente-se a dupla funo das paredes: resistncia e vedao.
As lajes da edificao normalmente so em concreto armado ou protendido, podendo ser moldadasno local ou pr fabricadas.
Para se ter um bom projeto a Alvenaria Estrutural no pode ser vista meramente como um conjuntode paredes superpostas, resistindo o seu peso prprio e outras cargas adicionais. Deve ser
compreendida como UM PROCESSO CONSTRUTIVO racionalizado, projetado, calculado econstrudo em conformidade com as normas pertinentes, visando funcionalidade com segurana eeconomia.
No processo criativo de uma edificao em alvenaria estrutural fundamental a perfeita integraoentre Arquiteto e Engenheiro Estruturista, objetivando a obteno de uma estrutura economicamentecompetente para suportar todos os esforos previstos sem prejuzo das demais funes:compartimentao, vedao, isolamento termo-acstico, instalaes hidrulicas, eltricas,telefnicas e ter funo esttica.
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A concepo estrutural pode ser facilitada se alguns aspectos forem observados: forma; distribuiodas paredes resistentes; lajes.
Um projeto arquitetnico em alvenaria portante ser mais econmico na medida em que for maisrepetitivo e tiver paredes coincidentes nos diversos pavimentos, dispensando elementos auxiliaresou estrutura de transio.
A capacidade portante (tenso admissvel) da alvenaria deve estar bem definida. Esta determinaopode ser feita em laboratrio ou apenas estimada sempre baseada em ensaios j elaborados e deacordo com o material utilizado.
Para se obter uma boa alvenaria, necessrio controlar no apenas o tijolo ou bloco, mas tambm aargamassa utilizada.
A execuo da alvenaria portante tambm deve ser controlada pois a espessura das juntas, o prumodas paredes e sua altura tambm modificam a sua capacidade resistente.
As maiores vantagens da alvenaria estrutural em relao aos processos tradicionais so:
Economia no uso de madeira para formas;
Reduo no uso de concreto e ferragens;
Reduo na mo-de-obra em carpintaria e ferraria;
Facilidade de treinar mo-de-obra qualificada;
Projetos so mais fceis de detalhar;
parede
Laje deentrepiso
1 PAV.
2 PAV.
3 PAV.
PLANTA DE CORTE
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Maior rapidez e facilidade de construo;
Menor nmero de equipes ou sub-contratados de trabalho;
tima resistncia ao fogo;
timas caractersticas de isolamento termo-acstico;
Flexibilidade arquitetnica pelas pequenas dimenses do bloco;
As maiores desvantagens da alvenaria estrutural so:
As paredes portantes no podem ser removidas sem substituio por outro elemento deequivalente funo;
Impossibilidade de efetuar modificaes na disposio arquitetnica original;
O projeto arquitetnico fica mais restrito;
Vos livres so limitados;
Juntas de controle e dilatao a cada 15m.
Este tipo de estrutura pode ser dividido em 2 (dois) tipos:
-Alvenaria Estrutural No Armada
-Alvenaria Estrutural Armada.
1.2.1 Alvenaria Estrutural No Armada
Este sistema vem sendo tradicionalmente utilizado em edificaes de pequeno porte, comoresidncias e prdios de at 8 (oito) pavimentos.
Existem normas tanto para o clculo estrutural (NBR 10837 Clculo de alvenaria estrutural deblocos vazados de concreto) como para a execuo ( NBR 8798 Execuo e controle de obrasem alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto).
O tamanho do bloco a ser utilizado definido na fase de projeto pois necessria a paginao decada uma das paredes da edificao.
Na alvenaria estrutural no armada anlise estrutural no deve acusar esforos de trao.
1.2.2 Alvenaria Estrutural Armada
Pode ser adotada em edificaes com at mais de 20 pavimentos.
So normalmente executados com blocos vazados de concreto ou cermicos, sendo a execuo e oprojeto regidos pelas mesmas normas citadas anteriormente.
O tamanho do bloco a ser utilizado, assim como na alvenaria no armada, definido na fase deprojeto pois tambm necessria a paginao de cada uma das paredes da edificao.
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1.3 ESTRUTURAS MISTAS
Tem-se uma estrutura mista, sempre que forem adotados materiais estruturais diferenciados.Podemos misturar alvenaria com concreto armado, ao e concreto, madeira e alvenaria, ao ealvenaria, etc...
Na realizao de alteraes no projeto, qualquer elemento a ser removido deve ser analisado e sehouver necessidade, substitudo ou reforado. A remoo de um elemento estrutural pode por emrisco o equilbrio do conjunto.
muito comum a ocorrncia de estruturas mistas em edifcios com 3 (trs) a 5 (cinco) pavimentos,que tenham a necessidade do 1o (primeiro) pavimento com uso diferenciado. Tem pilares dasfundaes ao piso do 2o (segundo) pavimento, que totalmente estruturado, e os demais pavimentosso apoiados em alvenarias portantes.
Apesar deste modelo ser amplamente adotado em edificaes de pequeno porte, e de ser maiseconmico do que o modelo totalmente estruturado, tem limitaes grandes, e devem ser adotadoscuidados especiais no s durante o projeto, mas tambm durante a sua execuo.
A definio da capacidade resistente das alvenarias e a anlise bem detalhada do projetoarquitetnico, para que as cargas sejam definidas da forma mais precisa possvel, de sumaimportncia para o bom desempenho deste tipo de estrutura.
2. UNIDADES PARA EDIFICAES (TIJOLOS OU BLOCOS) : TIPOLOGIAE PROPRIEDADES MECNICAS
Os tijolos ou blocos que compem a alvenaria podem ser constitudos de diferentes materiais, sendoos mais utilizados os cermicos ou de concreto.
Qualquer que seja o material utilizado as propriedades desejveis so:
Ter resistncia compresso adequada;
Ter capacidade de aderir argamassa tornando homognea a parede;
Possuir durabilidade frente aos agentes agressivos (umidade, variao de temperatura e ataquepor agentes qumicos);
Possuir dimenses uniformes;
Resistir ao fogo.
2.1 TIJOLOS MACIOS CERMICOS:
So blocos de barro comum, moldados com arestas vivas e retilneas, obtidos pela queima da argila,que se d em temperaturas em torno de 1000C.
2.1.1 Tipologia
Devem possuir a forma de um paraleppedo retngulo sendo suas dimenses nominaisrecomendadas pela NBR 8041 Tijolo Macio Cermico para Alvenaria Forma e Dimenses:
Tabela 1 Dimenses nominaisComprimento (mm) Largura (mm) Altura (mm)
190 90 57190 90 90
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Fonte : Transcrio da Tabela1 da NBR 7170
Devem possuir todas as faces planas, podendo apresentar rebaixos de fabricao em uma das facesde maior rea.
comum os tijolos apresentarem expanso devido incorporao de umidade do ambiente. Emconsequncia recomendado que se evite a utilizao de blocos ou tijolos cermicos com menos de
duas ou trs semanas aps sarem do forno.
2.1.2 Propriedades mecnicasOs tijolos podem ser comuns ou especiais.
Os tijolos comuns so classificados em A, B ou C de acordo com as suas propriedades mecnicasprescritas pela NBR 7170 Tijolo macio cermico para alvenaria.
Sua resistncia compresso deve ser testada segundo encaminhamento prescrito pela NBR 6460 Tijolo macio cermico para alvenaria Verificao da resistncia compresso e atender aosvalores indicados pela tabela 2:
Tabela 2 Resistncia mnima compressoCategoria Resistncia compresso
(MPa)A 1,5B 2,5C 4,0Fonte: Transcrio da Tabela 2 da NBR 7170
Os tijolos e blocos cermicos possuem coeficiente de dilatao trmica pequeno, sendo adotado umvalor mdio de 6x10-6 /C.
Juntas de dilatao devem ser espaadas de 12 15m, para evitar uma possvel fissurao daalvenaria devido expanso dos tijolos por incorporao de umidade, ou variao de temperatura.Os tijolos macios especiais podem ser fabricados em formato e especificaes acordadas entre aspartes mas nos quesitos no especificados devem prevalecer as condies da NBR 7170 e NBR
8041.
2.2 BLOCOS CERMICOS
So blocos vazados moldados com arestas vivas retilneas, sendo os furos cilndricos ou prismticos.So produzidos a partir da queima da cermica vermelha. A sua conformao obtida atravs daextruso.
Durante este processo toda a umidade expulsa e a matria orgnica queimada, ocorrendo avitrificao com a fuso dos gros de slica.
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2.2.1 Blocos de vedao
So blocos usados na construo das paredes de vedao.
No assentamento dos blocos cermicos de vedao os furos so geralmente dispostoshorizontalmente, o que ocasiona a diminuio da resistncia dos painis de alvenaria.
2.2.2 Blocos portantes
So blocos usados na construo de paredes portantes. Devem ter furos dispostos na direovertical.
Esta afirmativa se deve diferena no mecanismo de ruptura de ambos, que no caso dos furosverticais formam indcios da situao de colapso, enquanto que no caso de furos horizontais ocolapso brusco e frgil, no sendo adequado seu uso como material estrutural.
2.2.3 Tipologia
Conforme mencionado, o processo de vitrificao nas faces do bloco compromete a aderncia com aargamassa de assentamento ou revestimento. Por esta razo, as faces dos blocos so constitudas deranhuras e salincias.
Suas dimenses nominais so recomendadas pela NBR 8042 Bloco Cermico Vazado paraAlvenaria Formas e Dimenses e esto dispostas na tabela 3:
Tabela 3 Dimenses nominais para blocos de vedao e portantes comuns.Dimenses nominais ( mm)Dimenses comerciais
L x H x C (cm) Largura (L) Altura (H) Comprimento (C)10x20x10 90 190 9010x20x20 90 190 190
10x20x30 90 190 29010x20x40 90 190 39015x20x10 140 190 9015x20x20 140 190 19015x20x30 140 190 29015x20x40 140 190 39020x20x10 190 190 9020x20x20 190 190 19020x20x30 190 190 290
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20x20x40 190 190 390Fonte: Transcrio da Tabela 1 da NBR 7171
A seguir so apresentadas figuras e dimenses dos blocos cermicos estruturais mais comumenteutilizados nas edificaes em alvenaria estrutural em blocos cermicos.
Bloco Cermico 14x19x29 cm
Fonte: Site www.ceramicamatieli.com.br (abril/2006)
Dimenso real: 14x19x29 cmrea Bruta: 406 cm
Peso: 6,0 kg
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Bloco Cermico 14x19x14 cm
Fonte: Site www.ceramicamatieli.com.br (abril/2006)
Dimenso real: 14x19x14 cm
rea Bruta: 196 cm
Peso: 3,0 kg
Bloco Cermico Canaleta 14x19x29 cm
Fonte: Site www.ceramicamatieli.com.br (abril/2006)
Dimenso real: 14x19x29 cm
Peso: 6,0 kg
Bloco Cermico 14x19x44 cm
Fonte: Site www.ceramicamatieli.com.br (abril/2006)
Dimenso real: 14x19x44 cm
rea Bruta: 616 cm
Peso: 8,4 kg
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Bloco Compensador 14x19x4 cm
Fonte: Site www.ceramicamatieli.com.br (abril/2006)
Dimenso real: 14x19x29 cm
Peso: 1,3 kg
Bloco Canaleta 14x19x44 cm
Fonte: Site www.ceramicamatieli.com.br (abril/2006)
Dimenso real: 14x19x44 cm
Peso: 9,0 kg
Bloco J 14x19x29 cm
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Fonte: Site www.ceramicamatieli.com.br (abril/2006)
Dimenso real: 14x(7 ou 9 ou 11)x19x29 cm
Peso: 6,0 kg
Bloco Canaleta 14x07x29 cm
Fonte: Site www.ceramicamatieli.com.br (abril/2006)
Dimenso real: 14x07x07x29 cm/14x09x09x29cm/ 14x11x11x29 cmPeso: 5,6 kg/5,5 kg/6,2 kg
Bloco Cermico 19x19x39 cm
Fonte: Site www.ceramicamatieli.com.br (abril/2006)
Dimenso real: 19x19x39 cm
rea Bruta: 741 cm
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Peso: 8,5 kg
Bloco Cermico 19x19x19 cm
Fonte: Site www.ceramicamatieli.com.br (abril/2006)
Dimenso real: 19x19x19 cm
rea Bruta: 361 cm
Peso: 4,7 kg
Bloco Canaleta 19x19x39 cm
Fonte: Site www.ceramicamatieli.com.br (abril/2006)
Dimenso real: 19x19x39 cm
Peso: 7,5 kg
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2.2.4 Propriedades mecnicas
A resistncia compresso mnima dos blocos na rea bruta deve atender aos valores indicados natabela 3 da NBR 7171 Bloco Cermico para Alvenaria que classifica os blocos em tipo A, B, C,D e F:
Tabela 4 Resistncia compressoTipo Resistncia compresso na
rea bruta* (MPa)A 1,5
De vedao B 2,5C 4,0D 7,0
Portante
F 10,0Fonte: Transcrio da Tabela 3 da NBR 7171
* rea bruta representa a rea de qualquer uma das faces.
O ensaio de resistncia compresso destes blocos deve seguir mtodo prescrito e especificado naNBR 6461 Bloco Cermico para Alvenaria Verificao da Resistncia Compresso.
A inspeo dos lotes deve ser feita no local pelas partes e segue indicao da NBR 7171. Devem serconsideradas as suas dimenses, desvio em relao ao esquadro e planeza das faces.
Os blocos cermicos especiais podem ser fabricados em formato e especificaes acordadas entre aspartes mas nos quesitos no especificados devem prevalecer as condies da NBR 7171.
2.3BLOCOS DE CONCRETO
2.3.1TipologiaQuanto s dimenses classificam-se em M20 e M15, conforme tabela abaixo:
Tabela 5 Dimenses nominais
Dimenses Largura (mm) Altura (mm) Comprimento (mm)
M-20 190 190 390 ou190*M-15 140 190 390 ou 190*
Fonte : Transcrio de dados da NBR 6136* meio bloco
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2.3.2 Propriedades mecnicas
Os blocos de concreto so classificados pela NBR 6136 Blocos Vazados de Concreto Simples paraAlvenaria Estrutural em classe A e B.
O bloco de classe A aplica-se alvenarias externas sem revestimento devendo o bloco possuirresistncia caracterstica compresso maior do que 6 MPa, alm de sua capacidade de vedao.
O bloco de classe B aplica-se alvenarias internas ou externas com revestimento devendo possuirresistncia caracterstica compresso de no mnimo 4,5 Mpa.
A determinao das propriedades mecnicas de um bloco de concreto segue prescries da NBR7184 Blocos vazados de concreto simples para alvenaria Determinao da resistncia compresso.
As maiores empresas fabricam blocos que apresentam uma mdia de resistncia compresso de 12 15 MPa podendo atingir at 20 MPa.
3 ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO
A argamassa de assentamento o elemento de ligao entre as unidades de alvenaria, normalmenteconstituda de cimento, areia e cal. Cabe salientar que no correto utilizar os procedimentos deproduo de concreto para produzir argamassas de boa qualidade, pois no concreto o objetivo final obter maior resistncia compresso, enquanto na argamassa os objetivos so os seguintes:
Solidarizar as unidades transferindo as tenses de maneira uniforme entre as unidades;
Distribuir uniformemente as cargas atuantes na parede;
Absorver pequenas deformaes que a alvenaria est sujeita;
Compensar as irregularidades dimensionais das unidades de alvenaria;
Selar as juntas contra a entrada de gua e vento nas edificaes
3.1 MATERIAIS CONSTITUINTES DAS ARGAMASSAS
3.1.1 Cimento
So utilizados cimentos Portland Comum (CP-I), Composto (CP-II) e Alta Resistncia Inicial (CP-V). Podem ser utilizados ainda outros tipos de cimento, como o Cimento Portland Pozolnico (CP-IV) e Alto-Forno (CP-III).
Tem a funo de propiciar resistncia s argamassas, aumentar a aderncia, colaborar em suatrabalhabilidade e reteno de gua.
Quando utilizado cimento em excesso, se aumenta muito a contrao da argamassa, prejudicando adurabilidade da aderncia, devido ao fato de quanto maior a quantidade de cimento maior o calor de
hidratao na argamassa. Esse excesso de calor de hidratao causa a retrao da argamassa,ocasionando em trincas e fissuras.
Os cimentos com maior superfcie especfica tornam as argamassas mais trabalhveis e com maiorreteno de gua. As argamassas produzidas com os cimentos CP-III e CP-IV tem a tendncia de sertecnicamente melhores do que as argamassas executadas com os outros tipos de cimento, devido aoseu endurecimento mais lento, propiciando argamassas com maior capacidade de absorver pequenasdeformaes.
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3.1.2 Cal
Nas argamassas de assentamento utilizada a cal hidratada com uma porcentagem de componentesativos (CaO e MgO) superior a 88%. Estudos realizados pelo IPT-ABCP concluram que a calhidratada comercializada no Brasil no possui em muitos casos boa qualidade e no atendem aoespecificado na norma brasileira.
Podem ser utilizadas tambm cales extintas em obra, capazes de produzir argamassas de melhorqualidade final.
A adio de cal argamassa confere a ela plasticidade, reteno de gua, coeso e extenso daaderncia.
3.1.3 Areia
A areia permite aumentar o rendimento (ou reduzir o custo da argamassa) e diminuir os efeitosprejudiciais do excesso de cimento, atuando como agregado inerte na mistura.
As areias grossas aumentam a resistncia compresso da argamassa, enquanto as areias finasreduzem a resistncia, porm aumentam a aderncia, sendo portanto preferveis em alvenaria
estrutural.As normas britnica e norte americana recomendam as granulometrias das areias destinadas argamassas de assentamento, conforme tabela abaixo:
Tabela 6 -Faixas granulomtricas das areias para argamassas empregadas em alvenaria estrutural
Porcentagem (em massa) do Material Passante nasPeneirasPeneira Abertura
Nominal (mm)BS 1200 ASTM C - 144
4,8 100 1002,4 90-100 95-100
1,2 70-100 70-100
0,6 40-80 40-75
0,3 5-40 10-35
0,15 0-10 2-15
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.49)
3.1.4 guaA gua o elemento que permite o endurecimento da argamassa pela hidratao do cimento. responsvel por uma qualidade fundamental no estado fresco da argamassa, a trabalhabilidade.
A gua deve ser dosada a uma quantidade que permita o bom assentamento das unidades, nocausando segregao dos seus constituintes.
3.2 PROPRIEDADES DESEJVEIS DAS ARGAMASSAS
3.2.1 Estado Fresco
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Ensaio de aderncia unidade/argamassa
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.44)
3.2.2.2 Resistncia Compresso
A resistncia compresso funo do tipo e da quantidade de cimento usado na mistura daargamassa (relao gua/cimento). A argamassa deve ser resistente o suficiente para suportar osesforos a que a parede est sujeita.
A resistncia compresso obtida seguindo-se as prescries da NBR 13279, pelo ensaio decorpos-de-prova prismticos submetido primeiramente a ensaio de trao por flexo e aps as duaspartes restantes so submtidas a ensaio de compresso. Porm o valor obtido no ensaio norepresenta diretamente a resistncia da argamassa, pois os corpos-de-prova no reproduzem o estadoreal das tenses a que o material est sujeito quando compondo uma junta de alvenaria.
Um aumento na resistncia compresso da argamassa no implica em um aumento da resistnciada parede. Para cada resistncia de bloco, existe uma resistncia tima de argamassa.
3.3 TIPOS DE ARGAMASSA
O tipo de argamassa a ser usado depende da funo que a parede vai exercer, do tipo de blocoutilizado e das condies de exposio a qual a parede estar sujeita.
Na seleo do tipo de argamassa a ser utilizado devemos efetuar um balano entre a o que se desejadessa alvenaria e as propriedades dos vrios tipos de misturas. Deve ser considerado que no existeum nico tipo de argamassa que seja o melhor para todos os tipos de aplicaes. Cabe salientar queno deve se utilizar uma argamassa com resistncia superior necessria.
A seguir sero apresentados os tipos de argamassas utilizadas em alvenaria estrutural.
3.3.1 Argamassas Mistas
So aquelas compostas por cimento, cal hidratada e areia. As normas americanas especificam quatrotipos de argamassas mistas, designadas pelas letras M, S, N e O, descritas abaixo:
Argamassa tipo M: recomendada para alvenarias que tero contato com o solo, tendo comoexemplo fundaes, muros de arrimo, etc. Possui grande durabilidade e boa resistncia compresso;
Argamassa tipo S: recomendada alvenarias sujeitas ao esforo de flexo, tendo boaresistncia compresso e trao na interface das unidades de alvenaria;
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Argamassa tipo N: recomendada para o uso geral em alvenaria, sem contato com o solo.Apresenta mdia resistncia compresso e boa durabilidade;
Argamassa tipo O: recomendada para o uso em unidades de alvenaria macias, onde a tensode compresso no exceda 0,70 MPa e no esteja em contato com um meio agressivo. Tem baixaresistncia compresso, sendo mais utilizadas nas paredes de ambientes internos.
Abaixo, ser apresenta tabela representa os traos recomendados e o valor da resistncia compresso mdia esperadas para as argamassas normalizadas nos EUA.
Tabela 7 - Traos e propriedades das argamassas normalizadas nos Estados Unidos
Trao em VolumeTipo de
Argamassa Cimento Cal Areia
ResistnciaMdia
Esperada(MPa)
M 1 0 17,2
S 1 12,4
N 1 1 5,2
O 1 2
*
2,4
* De 2,25 a 3 vezes o volume de cimento e cal.
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.52)
A norma britnica tambm classifica as argamassas para utilizao em alvenaria estrutural, variandodo tipo 1 ao 4, equivalendo s mesmas caractersticas de descrio da norma americana. A do tipo 1equivale do tipo M americana, a 2 equivale S, a 3 equivale N e a 4 equivale O. A seguir,
apresentada tabela com os traos recomendados e a resistncia mdia de acordo com a normabritnica:
Tabela 8 - Traos e propriedades das argamassas normalizadas pela Norma Britnica
Trao em VolumeResistncia Mdia Compresso (MPa)Tipo de
ArgamassaCimento Cal Areia Laboratrio Obra
1 1 0 3 16,0 11
2 1 4 4,5 6,5 4,5
3 1 1 5 6 3,6 2,5
4 1 2 8 9 1,5 1,0
Fonte: SANTOS, Marcos Daniel Friederich. Alvenaria Estrutural. Curso de Extenso.Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre.
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Cabe salientar que esses valores foram obtidos por materiais especificados pelas normas britnica eamericana, portanto para ser aplicada no Brasil deve ser feita uma verificao prtica de suas reaiscaractersticas. Isso se d principalmente pela qualidade baixa da cal hidratada em nosso pas, nosendo compatvel com a qualidade dos pases mais desenvolvidos.
3.3.2 Argamassas Semi-Prontas
Est cada vez mais comum o emprego de argamassas usinadas de cal e areia, tanto paraassentamento da alvenaria quanto para revestimento. Na obra, adicionado cimento esta mistura.
Nesse tipo de argamassa a cal utilizada nas usinas a cal virgem em p e sua extino feita atravsde reatores, onde adicionada gua e preparada uma pasta, durante o tempo de 1 a 2 horas. Apsisto, a nata de cal que se forma misturada com areia em misturadores especficos ou em betoneiras.A mistura permanece em estoque at sua comercializao por um perodo de 2 5 dias.
Devem ser observados alguns cuidados para utilizao dessas argamassas em alvenaria estrutural.Sempre verificar a granulometria dos agregados utilizados, pois normalmente so empregadosagregados mais finos do que o recomendado. Tambm deve ser verificado se o teor de caladicionado na usina constante e adequado, nunca esquecendo de controlar o proporcionamento
entre o cimento e a mistura semi-pronta.3.3.3 Argamassas Industrializadas
Estes produtos podem ser classificados em dois grupos: argamassas prontas e argamassas em que necessrio o acrscimo de gua a sua composio final.
As argamassas prontas so geralmente entregues em obra em baldes ou contineres, mantendo-seplsticas por um longo perodo de tempo devido adio de aditivos especiais, no tendo tradiode uso no Brasil.
J as argamassas que necessitam apenas adio de gua tem sido usadas bastante no Brasil, sendocomercializadas em sacos ou a granel. Porm, essas argamassas so constitudas de aditivos
incorporadores de ar e isso faz com que o valor de sua resistncia e trabalhabilidade variem com otipo de misturador e o tempo de mistura. importante salientar que quanto mais eficiente for omisturador mais rapidamente se atingir a homogeneidade da mistura e maior ser a velocidade deincorporao do ar, com isso originando uma queda na resistncia mecnica. Afim de evitarproblemas quanto resistncia da argamassa, deve ser consultado o fabricante sobre informaessobre a umidade da mistura e o tempo de amassamento em funo do tipo de misturador adotado.
4 GRAUTE
O graute uma mistura de materiais, os mesmos utilizados para produzir concreto convencional,porm as diferenas esto no tamanho do agregado (mais fino, 100% passando na peneira 12,5 mm)e na relao gua/cimento.
O graute aplicado nos vazados dos blocos com 2 objetivos: o primeiro seria proporcionar aintegrao da armadura com a alvenaria, no caso de alvenaria estrutural armada ou em armadurasapenas de carter construtivo. O segundo objetivo seria o fato de aumentar a resistncia da paredesem a necessidade de aumentar a resistncia da unidade.
Cabe salientar que o graute deve proporcionar um desempenho estrutural compatvel com aalvenaria armada e ainda assegurar a aderncia armadura vertical e horizontal alm de proteg-lascontra corroso.
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4.1 MATERIAIS CONSTITUINTES
Os materiais constituintes do graute so o cimento, areia, pedrisco e gua. Segundo alguns autores,no deve-se usar cimentos modificados por pozolanas, pois so muito retentivos, ocasionando emuma maior relao gua/cimento, com isso reduzindo a resistncia.
A cal hidratada no um componente essencial, mas pode ser til para aumentar a coeso damistura quando se empregam areias muito grossas (mdulo de finura superior a 3). Aditivosplastificantes podem ser utilizados na mistura com a mesma funo da cal.
Abaixo a tabela apresenta faixas granulomtricas de areias recomendadas para graute.
Tabela 9 - Faixas granulomtricas de areias recomendadas para graute
Granulometria porcentagem retida acumulada nas peneiras
Abertura da peneira (mm) Tipo 1 Tipo 2
9,5 0 0
4,8 0-5 0
2,4 0-20 0-5
1,2 15-50 0-30
0,6 40-75 25-60
0,3 70-90 65-90
0,15 90-98 85-98
0,075 95-100 95-100
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.58)
A granulometria do pedrisco (brita 0) utilizado no graute deve estar compreendida na tabela abaixo:
Tabela 10 Faixa granulomtrica recomendada para pedrisco utilizado no graute
Abertura da peneira (mm) % Retida acumulada
12,5 0
9,5 0-15
4,8 70-902,4 90-100
1,2 95-100
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.58)
Os traos recomendados para o graute seriam 1:2 :1 ou 1:3:2 (cimento, areia e brita 0).
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4.2 ENSAIOS DE RESISTNCIA
O controle da qualidade do graute executado atravs do ensaio de resistncia compresso, obtidopelo rompimento de corpos-de-prova prismticos de 7,5x7,5x15 cm ou 9x9x18 cm, confeccionadosem moldes absorventes constitudos pela justaposio de 4 unidades de alvenaria. Aps a suaconfeco, o corpo-de-prova deve ser coberto com algum tipo de material que no permita a sadade umidade e mantido intacto por 48 horas. desmoldado e curado em cmara mida at completar28 dias quando, ento, rompido.
Devido dificuldade de executar o ensaio de acordo com as prescries acima, recomendadotestar o desempenho do graute na resistncia de prismas de alvenaria, tendo seus vazios por elepreenchidos.
5 PAREDES DE ALVENARIA
As paredes so elementos estruturais, definidos como laminares (uma das dimenses muito menordo que as outras duas), apoiadas de modo contnuo em sua base.
5.1 TIPOLOGIA
De acordo com a sua utilizao so classificadas em:
5.1.1 Paredes de vedao
So aquelas que resistem apenas ao seu prprio peso, e tem como funo separar ambientes oufechamento externo. No tem responsabilidade estrutural.
5.1.2Paredes estruturais ou portantes
Tem a finalidade de resistir ao seu peso prprio e outras cargas advindas de outros elementosestruturais tais como lajes, vigas, paredes de pavimentos superiores, carga de telhado, etc...
5.1.3Paredes de contraventamento ou enrijecedoras
Paredes estruturais projetadas para enrijecer o conjunto, tornando-o capaz de resistir tambm acargas horizontais como por exemplo o vento.
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5.2 PROPRIEDADES MECNICAS
As paredes de alvenaria so uma combinao de unidades (tijolos ou blocos) e argamassa. Para queo conjunto trabalhe de modo eficiente necessrio que a argamassa ligue solidariamenre asunidades tornando o conjunto homogneo.
A alvenaria tem bom comportamento compresso, porm fraca resistncia aos esforos de trao.A resistncia das alvenarias trao na direo vertical depende da aderncia da argamassa superfcie dos tijolos.
Na direo horizontal a resistncia trao, provocada por esforos de flexo, recebe a contribuioda resistncia ao cisalhamento que o transpasse das fiadas dos blocos proporciona.
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A resistncia compresso das alvenarias dependente de uma srie de fatores, sendo os principais:a resistncia compresso dos tijolos, a resistncia compresso das argamassas, a espessura dajunta de assentamento, a qualidade da mo-de-obra.
Para se determinar a resistncia compresso da alvenaria necessrio realizar o ensaio de prismasou mini paredes, sendo mais comum a utilizao de prismas devido ao elevado custo dos ensaios de
mini paredes.Prismas so corpos-de-prova que levam em considerao a interao entre as unidades e aargamassa na resistncia compresso do conjunto (alvenaria). Observe-se que os resultados dosensaios mostram que a resistncia compresso dos prismas (fm) menor do que a resistncia compresso das unidades (blocos) (fb) e maior do que a resistncia compresso da argamassa(fa).
Nas plantas submetidas aprovao ou usadas na obra, deve constar claramente a resistncia doprisma (fp) na idade em que todas as partes da estrutura forem projetadas. Apesar da NBR 10837
Clculo da Alvenaria Estrutural em Blocos Vazados de Concreto ser uma norma especfica aosblocos vazados de concreto, ela tambm adotada para o clculo da alvenaria estrutural em blocoscermicos,cuja norma est em fase de elaborao.
A norma brasileira que regulamenta o ensaio de prismas a NBR 8215 Prismas de BlocosVazados de Concreto Simples para Alvenaria Estrutural Preparo e Ensaio Compresso. Apesarda NBR 10837 Clculo da Alvenaria Estrutural em Blocos Vazados de Concreto e da NBR 8215 Prismas de Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria Estrutural serem normasespecficas aos blocos vazados de concreto, no h nenhuma incoerncia em adotar esseprocedimento para unidades de blocos cermicos.
Os prismas so corpos-de-prova obtidos pela superposio de um certo nmero de blocos,normalmente dois ou trs, unidos por junta de argamassa. Esse prisma destinado ao ensaio decompresso axial.
Quando uma alvenaria est sob compresso existe na regio de contato entre a unidade de alvenariae a junta de argamassa um esforo de trao transversal. Isso se deve pelo fato de a argamassa sermais deformvel que a unidade, tendendo a se deformar transversalmente mais que a unidade dealvenaria. Como esses dois materiais esto unidos solidariamente, so forados a se deformaremigualmente em suas interfaces, causando esforos de compresso transversal na base e no topo dasjuntas e esforos de trao transversal de valores iguais, nas faces superiores e inferiores dasunidades de alvenaria.
(fb) (fa)(fm)
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Atravs desse comportamento conclui-se que:
Quanto maior a espessura da junta, menor a resistncia da alvenaria, devido ao aumento do
esforo de trao transversal na unidade, causando o rompimento com a aplicao de
menores valores de cargas de compresso;
Quanto maior a altura da unidade maior a resistncia da alvenaria, devido a dois fatores:
maior a seo transversal resistente ao esforo de trao e quanto mais elevada a altura da
unidade mais ela se deforma transversalmente, resultando em um menor valor da tenso
transversal gerada na interface unidade/argamassa;
Quanto maior o mdulo de deformao das unidades menor a resistncia da alvenaria, pois
unidades muito rgidas conduzem a um aumento da tenso de trao na interface
unidade/argamassa devido ao baixo mdulo de elasticidade da junta;
A resistncia da alvenaria pode ser maior do que a da argamassa da junta, mas dificilmente
ultrapassa a resistncia da unidade;
Ao se aumentar a resistncia compresso da argamassa da junta normalmente no h um
aumento significativo na resistncia compresso da alvenaria, devido ao mdulo de
elasticidade da alvenaria no ser proporcional a sua resistncia compresso;
Quanto maior a resistncia compresso da unidade, maior a resistncia compresso da
alvenaria. Como houve um aumento na resistncia da unidade, o valor de sua resistncia
trao transversal tambm aumenta, com isso aumentando a resistncia compresso daalvenaria.
A tabela abaixo apresenta resultados de ensaios realizados em blocos cermicos na
Universidade Federal de Santa Catarina:
Tabela 11 Fatores de eficincia de diferentes tipos de unidades utilizadas em alvenariaestrutural
.UnidadeResistncia da
Unidade (MPa)*
Resistncia do
Prisma (MPa)**
Fator de Eficincia
***Bloco Cermico
Parede Grossa22,90 8,11 0,35
Tijolo Cermico
Macio19,00 3,80 0,20
Tijolo Cermico 21 7,00 2,80 0,40
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Furos Pequeno
Tijolo Cermico 21
Furos Grande16,00 4,00 0,25
Bloco Cermico
Furos Losangulares
Pequeno
13,00 4,50 0,35
Bloco Cermico
Furos Losangulares
Grande
11,50 4,60 0,40
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. AlvenariaEstrutural de Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.20)
* Os valores foram calculados em rea bruta.
**Os prismas ensaiados foram confeccionados com argamassas com traos em volume de
1:1: 5 a 6 (cimento:cal:areia) com resistncia a compresso da ordem de 5 MPa.
*** O fator de eficincia dado pela relao entre a resistncia compresso do prisma e da
unidade.
Cabe salientar que os resultados desse ensaio foram obtidos em prismas com trs unidades comargamassa de assentamento em toda a superfcie dos blocos cujas paredes transversais elongitudinais estavam dispostos a prumo.
Constata-se que as unidades com melhores fatores de eficincia so os tijolos cermicos 21 furospequenos e os blocos cermicos com furos losangulares grandes. Porm a maior resistncia doprisma foi tambm com a unidade de maior resistncia, os blocos cermicos de parede grossa, massua eficincia ficou na casa dos 35%.
Foi constatado tambm que as unidades cermicas apresentam fatores de eficincia abaixo dos 50%,sendo bastante inferiores aos desempenhos dos blocos de concreto.
Em um estudo realizado pelo curso de Ps Graduao em Engenharia Civil da UFRGS, com oobjetivo de conhecer a capacidade resistente da alvenaria, foram executadas mini paredes de tijolosmacios, objetivando conhecer a capacidade resistente das mesmas. Foram executadas mini-paredescom tijolos de 3 (trs) categorias com 3 (trs) tipos de argamassas, conforme quadros abaixo:
Tabela 12 ArgamassasARGAMASSA Resistncia mdia (Mpa)
A1 1,36A2 2,62A3 15,13
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Tabela 13 TijolosTIJOLO Resistncia compresso (Mpa)
I 3,64II 6,77III 17,26
Tabela 14 - Alvenaria
ARGAMASSA TIJOLOI
TIJOLOII
TIJOLOIII
MDIA(MPa)
A1 1,28 1,68 2,31 1,76A2 1,43 1,93 2,73 2,03A3 1,41 2,46 4,08 2,65
MDIA 1,373 2,023 3,04 2,14A anlise dos resultados mostra que a resistncia das mini-paredes aumenta com o aumento daresistncia das argamassas, mas o maior aumento, se obtm, quando a resistncia do tijolo aumenta.
Ensaios de ruptura compresso mostraram os seguintes resultados:
Nas paredes de blocos de baixa qualidade a ruptura deu-se pelo deslocamento depedaos de tijolos.
Nas paredes de blocos de boa qualidade a ruptura deu-se por esmagamento dos mesmos.
A ruptura ocorreu sempre nos blocos e no na argamassa.
Existem diversas frmulas para definir a resistncia de uma parede, a partir da resistncia daargamassa e dos blocos ou tijolos, dimenses e densidade dos blocos, altura da parede e condiesde mo de obra. Uma delas a frmula de Haller, cuja expresso :
( )( )( ) 2amassaargtijoloparede cmKgfemR048,081R15,01R++=
O coeficiente 0,048 corresponde a corpos de prova cilndricos.
6 PROJETOS EM ALVENARIA ESTRUTURAL
6.1 OTIMIZAO DO PROJETO
Um projeto com boa qualidade reflete positivamente na etapa de construo da obra. Medidas deracionalizao e de controle de qualidade na fase de construo dependem diretamente das
especificaes originadas da etapa de projeto, devendo nelas conter as informaes necessrias deforma a ocorrer um planejamento eficiente para a etapa de execuo.
Em um projeto concebido em alvenaria estrutural, um dos fatores mais importantes que afetamdiretamente a qualidade do mesmo a necessidade de haver compatibilizao entre todos osprojetos da edificao (arquitetnico, estrutural, eltrico, hidro-sanitrio e incndio), com opropsito de reduzir ao mximo as interferncias ocasionadas.
A padronizao na representao de informaes e dados e principalmente a apresentao para cadaprofissional de todas as partes que constituem os projetos. A comunicao entre os participantes do
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projeto fundamental para a otimizao do mesmo. importante ressaltar que durante a execuoda obra deve existir uma integrao entre os projetistas e os profissionais responsveis pelaconstruo, de forma h haver um suporte a possveis alteraes que necessitarem serem realizadas.
Alm de observar os aspectos da compatibilizao, o projetista dever ainda atentar para os fatoresj estabelecidos de projeto, como os custos da edificao, os prazos a serem atendidos e se h
existncia de especificaes tcnicas pr-estabelecidas.Na execuo dos projetos em alvenaria estrutural, os profissionais responsveis devem pensarexclusivamente em alvenaria estrutural, descartando comparaes com outros sistemas estruturais.Como j falado anteriormente, a alvenaria estrutural tem suas particularidades e procedimentosprprios de funcionamento e execuo.
6.2 PROJETOS NECESSRIOS
6.2.1 Projeto Arquitetnico:
o projeto que define a forma da edificao, o nmero e a distribuio das peas, assimcondicionando os demais projetos. Consecutivamente o sucesso do empreendimento est ligado
boa qualidade do projeto arquitetnico, pois o mesmo no sendo adequado afetaria diretamente osoutros projetos, necessitando de compensaes nas medidas desses projetos ou intervenes emobra, o que influenciaria negativamente a qualidade tanto do projeto como na execuo daedificao.
Na concepo do projeto arquitetnico devem ser observados alguns parmetros como a simetria emplanta, a coordenao modular horizontal e vertical, a passagem de dutos e a paginao.
6.2.1.1 Simetria
Na realizao do projeto deve-se sempre procurar um equilbrio entre a distribuio das paredesresistentes com a rea da planta, afim de se obter uma simetria externa da edificao. Deve-sedistribuir as paredes estruturais em ambas as direes com o intuito de garantir a estabilidade do
edifcio em relao s cargas horizontais, diminuindo o surgimento de esforos de toro naedificao.
No deve-se utilizar formas em planta L, U, T e X, pois encarecem a estrutura e dificultam osclculos. No caso de elevaes a premissa tambm vlida, o ideal seria o mais simtrico possvel,evitando formas complexas.
6.2.1.2 Coordenao Modular
6.2.1.2.1 CONCEITOS BSICOS:
A modulao fundamental para a economia e a racionalizao da edificao em alvenariaestrutural.
Modular um arranjo arquitetnico significa acertar suas dimenses em planta e tambm o p-direitoda edificao, atravs das dimenses das unidades, com o objetivo de reduzir ao mximo os cortes eajustes na execuo das paredes.H dois tipos de modulao: a horizontal e a vertical.
A unidade de alvenaria definida por trs dimenses: comprimento, largura e altura. Ocomprimento e a largura definem o mdulo horizontal ou mdulo em planta. J a altura da unidadedefine o mdulo vertical, adotado nas elevaes.
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muito importante que o comprimento e a largura sejam iguais ou mltiplos, assim podemos ter umnico mdulo em planta, simplificando a amarrao entre as paredes, resultando em uma melhorracionalizao ao sistema construtivo.
6.2.1.2.2 ESCOLHA DA MODULAO ADEQUADA
O mdulo a ser adotado aquele que se adapte melhor a uma arquitetura pr-estabelecida ou quepropicie uma concepo arquitetnica mais interessante. O mdulo horizontal adotado ser a medidada largura do bloco. Como para alvenaria estrutural os blocos cermicos portantes devem ter larguranominal de 14 cm ou 19 cm, a medida modular ser 15 cm ou 20 cm (largura do bloco mais 1 cm deespessura da junta). No caso de se adotar mdulo de 15 cm, as dimenses internas dos ambientes emplanta devem ser mltiplas de 15, como por exemplo 60 cm, 1,20 m, 2,10 m, etc. Se o mduloutilizado foi 20 cm, as dimenses internas devem ser mltiplas de 20, como por exemplo 60 cm,1,20 m, 1,40 m, 2,80 m, etc.
No caso da modulao vertical o procedimento mais simples. Deve-se ajustar a distncia do pisoao teto para que seja mltiplo do mdulo vertical a ser adotado, normalmente a altura nominal dobloco, 20 cm. A largura do bloco e o mdulo horizontal adotado no influem na escolha do mdulo
vertical.6.2.1.2.3 COORDENAO MODULAR HORIZONTAL
Quando trabalhamos em um projeto de alvenaria estrutural em blocos cermicos devemos utilizarblocos modulados (blocos em que o comprimento igual a duas vezes a largura mais a espessura dajunta) temos uma racionalizao maior no projeto e principalmente na fase de construo, poispodemos trabalhar com uma malha reticulada, com dimenso modular (15 cm ou 20 cm). oexemplo das modulaes onde se emprega blocos de dimenses nominais 19x19x39 cm ou14x19x29 cm. Utilizando esses tipos de bloco no necessita-se de peas especiais para modulao,sendo utilizados apenas o bloco inteiro, o meio-bloco quando necessrio, os blocos 19x19x44 cm ou14x19x44 cm para amarao no encontro de paredes em formato de T e os blocos canaletas. Na
figura 16 apresentada uma malha reticulada empregada em blocos modulares.
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Malha reticulada em blocos modulares
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.67)
Os encontros de paredes so importantes pois alm da concentrao de tenses h a transferncia decargas de uma parede a outra. Por esse motivo devem ser observados alguns detalhes tpicos dedisposio de blocos de 19x19x39 cm, 19x19x19 cm (meio-bloco), 14x19x29 cm e 14x19x14 cm.
Nas figuras abaixo, so apresentados os detalhes tpicos a serem utilizados nos encontros de paredes.
Detalhe tpico canto deparedes
Fonte: PRUDNCIO,Luiz R.; OLIVEIRA,
Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estrutural de Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002(p.68)
Detalhe tpico canto de paredes
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Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.68)
Quando h necessidade de adaptaes no projeto, onde a medida interna no mltipla de 15 cm ou20 cm, podemos utilizar peas de pequena espessura, chamadas de compensadores, pastilhas oubolachas. Esses blocos compensadores esto disponveis no mercado com a espessura nominal de 4
cm, portanto permitem apenas pequenos ajustes. No caso de maiores ajustes (10 cm ou 15 cm) asoluo vai variar de projetista para projetista, tudo vai depender da sua criatividade. Uma dassolues seria executar a modulao deixando espaos vazios, que posteriormente sero preenchidoscom graute, compensando as dimenses no modulveis sendo executado em baixo e em cima dasaberturas das janelas.
importante salientar que qualquer adaptao que precise ser feita em alvenaria estrutural causaruma perda da racionalidade, do tempo e do ritmo da construo.
6.2.1.2.4 COORDENAO MODULAR VERTICAL
A modulao vertical tem o objetivo de definir distncias verticais como a altura da porta, a alturada janela, a altura do p-direito, etc. Como na modulao horizontal, as distncias verticais devem
ser mltiplas de uma dimenso do bloco, no caso da modulao vertical a unidade-base 20 cm(altura do bloco mais a espessura da junta de argamassa). Portanto o ideal que todas as medidasverticais do projeto sejam mltiplas de 20 cm.
Existem duas formas de se realizar essa modulao. A primeira aquela onde a distncia modular aplicada de piso teto e a segunda aquela onde a distncia aplicada de piso piso. Sempre altima fiada das paredes sero compostas pelos blocos U ou J dependendo da espessura da laje eda posio da parede (externa ou interna).
6.2.1.2.4.1 COORDENAO MODULAR VERTICAL DE PISO TETO
Quando esse utiliza essa forma de modulao vertical, a ltima fiada das paredes externas serocompostas por blocos J (uma de suas laterais maior que a outra, com isso acomoda a altura dalaje). No caso das paredes internas a ltima fiada ser composta pelos blocos canaleta (bloco U).
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Coordenao Modular vertical de piso teto
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.87)
6.2.1.2.4.2 COORDENAO MODULAR VERTICAL DE PISO PISONo caso da modulao vertical de piso piso, a ltima fiada das paredes externas ser compostapelos blocos J, de forma a acomodar a altura da laje. Nas paredes internas a ltima fiada sercomposta ou por blocos compensadores ou blocos canaleta cortados com muito cuidado no canteiro,por meio de uma ferramenta adequada.
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Coordenao Modular vertical de piso piso
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.87)
6.2.1.3 Passagem de Dutos
Nas paredes portantes em edificaes executadas em alvenaria estrutural no devem ser empregadosrasgos para o embutimento das instalaes, pois alm do desperdcio e do elevado consumo dematerial e mo de obra empregado nessa operao, temos que levar em conta que nesse sistema asparedes so portantes, com isso fica impossvel tal procedimento devido a reduo da seoresistente.
A melhor alternativa seria a utilizao de shafts, contudo devem ser tomados alguns cuidados noprojeto arquitetnico, como projetar cozinhas e banheiros o mais prximo possvel, com isso seconsegue agrupar ao mximo as instalaes.
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6.2.2 Projeto Hidrulico
A passagem da prumada vertical de tubos hidrulicos e sanitrios nas paredes tem que constar nasplantas de elevao das paredes (paginao). Segundo a NBR 10837 Clculo da Alvenariaestrutural de Blocos Vazados de Concreto proibida a passagem de tubulaes que conduzamfludos dentro das paredes com funo estrutural.
Por esse motivo, para a passagem da tubulao hidrulica so utilizadas paredes de vedao, aschamadas paredes hidrulicas. Os trechos verticais de gua fria e quente devem descer pelos furosdos blocos at o ponto desejado. J o trecho horizontal da instalao a passagem da tubulao feitapor baixo da laje de teto e o forro.
No caso de prumadas de esgoto, so previstos shafts para abrigar as tubulaes, devido ao grandedimetro dessas tubulaes. Os shafts podem ser executados de duas formas: interrompendo-se aparede para a passagem da tubulao ou passando junto parede estrutural). Como j faladoanteriormente, as reas frias da edificao devem ser projetadas o mais prximo possvel uma dasoutras, com o objetivo de agrupar as instalaes reduzindo o nmero de shafts.
Detalhe de shaft interrompendo a parede.Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.121)
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Detalhe de shaft passando rente a parede.
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.123)
Em shafts executados interrompendo as paredes comum o uso de tampas ou carenagens para ofechamento, podendo ser confeccionadas em diversos materiais, como fibra de vidro, gesso
acartonado, placas cimentcias, PVC, etc. J no caso de tubulaes passando junto s paredesestruturais, utilizam-se tambm elementos para fechamento, que podem ser blocos cermicos devedao, tijolos cermicos, placas cimentcias, madeira, plstico, etc.
6.2.3 Projeto Eltrico
Como no projeto hidrulico, nos projetos eltricos e de telefonia em alvenaria estrutural comum oseletrodutos passarem pelos vazados dos blocos, com isso no acarretando em rasgos principalmentehorizontais na alvenaria. A tubulao eltrica desce em cada ponto de fora/comando ou pontotelefnico. No so necessrios rasgos nos blocos para abertura de caixas de luz, interruptores ou detelefonia, pois so fornecidos pelos fabricantes blocos especiais eltricos, j com a abertura para oembutimento dessas caixas. Quando temos pontos muito prximos um do outro utiliza-se um
eletroduto de ligao, onde passa de um bloco para o outro pela regio central superior das paredestransversais do mesmo, atravs de rasgos executados nos locais indicados com o auxlio de serras.
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Detalhe das descidas de eletroduto
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.117)
As dimenses e a localizao das aberturas para as caixas de passagem e para os quadros dedistribuio devem ser informadas ao projetista estrutural, com o objetivo de se prever um eventualreforo estrutural devido integridade estrutural da parede que ser prejudicada pela abertura.
Deve-se ter um cuidado especial quando os pontos de luz e interruptores forem localizados ao ladodas aberturas das portas, pois a primeira prumada de vazados aps a abertura normalmentegrauteada, com isso no permitindo posterior embutimento das caixas.
6.2.4 Projeto Estrutural
Para o clculo de alvenaria com blocs de concreto utilizamos a NBR 10837 Clculo de AlvenariaEstrutural em Blocos Vazados de Concreto. Tambm bastante utilizada para o clculo da alvenariaestrutural a norma britnica BS 5628.
Por falta de uma norma especfica para o clculo da alvenaria estrutural em blocos cermicos (existeum projeto de norma, mas ainda no est regulamentado como norma ainda) para o cculo destasestruturas tambm utiliza-se a NBR 10837.
6.2.4.1 Fundaes
A opo por fundaes superficiais ou profundas fica a cargo do projetista estrutural. Deve serlevado em considerao a qualidade do solo onde ser executada a edificao, a disposio e osvalores das cargas nas fundaes e os aspectos tcnicos e econmicos impostos pelo mercado oupelo cliente.
Como na alvenaria estrutural as paredes so os elementos portantes, as cargas chegam s fundaesde forma distribuda ao longo do comprimento das mesmas, favorecendo o emprego de fundaescontnuas. Normalmente empregam-se sapatas contnuas, mas isso vai depender do tipo de solo ondese localiza a edificao. Uma alternativa para solos com baixa capacidade portante seria o uso de
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estacas alinhadas espaadas entre si no mximo 3 m, onde sobre elas executada uma viga baldramepara a distribuio das cargas.
Em obras de pequeno porte so comumente empregadas sapatas isoladas ao invs de sapatascontnuas.
6.2.4.2 Lajes
As lajes desempenham um importante papel em uma edificao em alvenaria estrutural, sendo quenelas as cargas so uniformizadas e transferidas s paredes portantes da edificao. Portanto, o idealseria a execuo de lajes macias, pois garantem uma melhor transmisso e uniformizao decargas, podendo ser moldadas in loco ou pr-fabricadas, podendo ser armadas em uma ou duasdirees.
As lajes macias pr-fabricadas so mais aplicadas em edifcios altos, pois necessitam de gruas degrande capacidade de carga para o i-las, alm da grande densidade de armaduras que contm essaspeas, pois so dimensionadas para um esforo de iamento alm das cargas previstas para aedificao.
As lajes macias executadasin loco
so muito utilizadas, principalmente em edifcios de pequeno emdio porte. Porm se perde nos quesitos limpeza da obra, racionalizao, gastos com materiais etempo, alm da necessidade de outros tipos de profissionais na obra, devido a serem executadas nosistema tradicional de construo.
Uma soluo prtica seria o uso de lajes-painl treliadas. Possuem a mesma concepo das lajesmacias, porm so produzidas em duas etapas, sendo a primeira em fbrica, onde so deixados osorifcios para posterior colocao das instalaes, sendo colocadas trelias metlicas para enrijecer oconjunto para o iamento. Esse painel iado por meio de uma grua de pequeno porte, aps socolocados os dutos a serem embutidos e executa-se a concretagem da capa superior da laje.
Podem ser utilizadas tambm as lajes tipo vigota-tavela, devendo ser observado a necessidade deexecuo de uma capa de concreto com espessura entre 5 e 6 cm para acomodao das tubulaes.
6.2.4.3 Escadas
As escadas podem ser executadas moldadas in loco ou pr-fabricadas, sendo que deve ser evitado ouso de escadas moldadas in loco, devido s mesmas desvantagens que se tem quando utilizamoslajes executadas na obra.
O uso de escadas pr-fabricadas extremamente conveniente, sendo disponibilizadas para a regioSul do Brasil dois tipos de escadas, cabendo ao projetista estrutural escolher a melhor opo parasua obra.
6.2.4.3.1 ESCADAS PR-FABRICADAS TIPO JACAR
So aquelas onde os degraus se apiam em peas fixadas as paredes atravs de buchas e parafusos.As peas de fixao so executadas em micro-concreto, apresentando uma de suas faces dentada. Osdegraus so produzidos tambm em micro-concreto, sendo fixados nas peas de fixao e nosdegraus inferiores atravs de argamassa.
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Detalhe das peas de sustentao dos degraus
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.130)
Detalhe do degrau empregado nas escadas tipo jacar
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.131)
As escadas tipo jacar so empregadas em caixas de escadas que possuem duto de ventilao ououtro compartimento na parte central, em funo de necessitarem de paredes para fixar as peas deapoio dos degraus. Na inexistncia de paredes para fixao das peas podem ser projetados suportespara suport-las.
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6.2.4.3.2 ESCADAS PR-FABRICADAS SUSTENTADAS POR ESTRUTURASMETLICAS
So escadas sustentadas por uma estrutura metlica de suporte, sendo os degraus e o patamar sendoproduzidos em micro-concreto. Para que seu emprego seja vantajoso necessrio a padronizaodas dimenses da caixa da escada com as dimenses fornecidas pelo fabricante.
A figura a seguir ma escada sustentada por meio de estrutura metlica.
Estrutura metlica de suporte e degrau pr-moldado em microconcreto
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.133)
6.2.4.4 Elementos de Reforo
Como em alvenaria estrutural as paredes so os elementos portantes, deve-se ter cuidados especiaisem algumas situaes, como: vos de portas e janelas, a concentrao de aberturas em uma mesmaparede, vos de maiores extenses e quando h a ocorrncia de apoios de elementos estruturais,como vigas, nas paredes.
O clculo destes elementos ser descrito em outro captulo.
6.2.4.4.1 VERGAS:
Em aberturas de portas e janelas devem ser executadas vergas para reforo estrutural. A verga posicionada na primeira fiada acima da abertura, tanto em portas quanto em janelas.
A verga um elemento estrutural sujeito incidncia de momento fletor, tendo como finalidadeabsorver as reaes das lajes e as cargas distribudas por elas s paredes.
As vergas podem ser executadas em blocos canaleta ou podem ser empregadas peas pr-fabricadasde concreto, devendo ter seu comprimento prolongado para no mnimo a medida do comprimento deum bloco canaleta (19 cm) para portas e dois blocos canaletas para as janelas para ambos os ladosdo vo.
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Detalhe verga bloco canaleta
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.110)
Segundo a NBR 10837 nas sees horizontais acima e abaixo de aberturas, a distribuio da carga feita excluindo as zonas limitadas por planos inclinados a 45, tangentes s bordas de abertura. Parao clculo da verga s necessrio tomar como carregamento o peso da parte da paredecompreendida no tringulo issceles definido sobre esta. A carga uniformemente distribuda dopavimento acima do tringulo referido no considerado no dimensionamento da verga. Da cargade um pavimento que atue sobre a parede dentro daquele tringulo, como carga uniformementedistribuda, s e considerada a parte compreendida no tringulo.
Ainda segundo a NBR 10837 para cargas concentradas sobre vergas de portas e janelas que seapliquem no interior ou na proximidade do tringulo de carga, adotado uma distribuio a 60. Sea carga concentrada ficar fora do tringulo de carga, s deve ser considerada a carga uniforme
distribuda dentro do vo da verga. carga uniformemente distribuda, h que se acrescentar o pesoda alvenaria situada dentro do tringulo de carga sobre a verga.
6.2.4.4.2 CONTRA-VERGAS
Em aberturas janelas devem ser executadas contra-vergas para uma melhor distribuio de cargas naparede. A contra-verga posicionada na ltima fiada antes da abertura (de baixo para cima).
As contra-vergas so normalmente executadas em blocos canaletas, devendo ter seu comprimentoprolongado para no mnimo a medida do comprimento de dois blocos canaletas para ambos os ladosdo vo (como nas vergas de aberturas de janelas). Na figura 28 demonstrada uma contra-verga emabertura de janela.
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Detalhe verga e contra-verga com bloco canaleta
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.111)
6.2.4.4.3 CINTAS DE AMARRAO
As cintas de amarrao so elementos estruturais apoiados sobre as paredes, com a funo de
distribuir e uniformizar as cargas atuantes sobre as paredes de alvenaria. So aplicadas em paredesonde h uma concentrao de 2 ou mais aberturas, funcionando como uma verga contnua. Suautilizao nas edificaes ainda previne recalques diferenciais que no tenham sido considerados eauxilia no contraventamento e amarrao das paredes.
Podem ser executadas em concreto armado ou com blocos canaleta e blocos J preenchidos comgraute e armadura. Nas paredes externas so empregados os blocos J para evitar o uso de formasde madeira, j nas paredes internas a cinta de amarrao executada com os blocos canaleta tipoU quando o p-direito mltiplo de 20 cm e com blocos compensadores quando a distncia entrepisos mltipla de 20 cm. O principal problema que temos na execuo das cintas so os cantos eencontros de paredes, onde no h um encaixe entre os blocos, sendo necessrio a utilizao deformas de madeira ou ser executado um corte na aba da canaleta, conforme figura 29.
Cinta de amarrao-detalhe de canto e encontro das paredes
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Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estruturalde Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.113)
6.2.4.4.4 COXINS
Coxins so elementos que tem a finalidade de distribuir cargas concentradas nas alvenarias, comopor exemplo vigas que se apiam sobre as paredes. Evitam o esmagamento e o aparecimento defissuras nas alvenarias oriundos dessa carga concentrada. Normalmente so executados em concretoarmado.
6.2.5 Projeto Executivo
O projeto executivo fundamental para a obteno das vantagens que o processo construtivo emalvenaria estrutural permite. composto de desenhos, detalhes e informaes necessrias arealizao dos servios, pois a utilizao apenas de projetos arquitetnicos, estruturais ecomplementares podem causar problemas de entendimento na obra. A seguir ser demonstradocomo composto o projeto executivo de uma edificao.
6.2.5.1 Plantas de Primeira e Segunda Fiadas
Nas plantas de primeira e segunda fiadas so mostradas as posies de cada bloco em planta baixa,inclusive com os posicionamentos dos blocos necessrios para iniciar a construo (blocos-chave),estes apresentando normalmente cor diferenciada em planta para facilitar o entendimento. Almdisso, constam nas plantas de primeira e segunda fiadas uma legenda indicando os tipos e asquantidades de blocos empregados, as cotas da edificao e a codificao da vista de cada paredeelaborada na planta de paginao.
6.2.5.2 Plantas de Locao
Plantas de locao so projetos executados com o objetivo de evitar erros ou enganos durante aexecuo da obra. Nas plantas devem constar a locao dos blocos-chave, pois o posicionamentoerrado desses blocos prejudica a modulao e o alinhamento das aberturas. Esses blocos-chave so
geralmente os blocos de canto de paredes ou aqueles adjacentes s aberturas das portas.Para orientao podem ser empregados nas plantas de locao o sistema de cotas acumuladas ou osistema de locao por coordenadas polares. No sistema de cotas acumuladas a distncialongitudinal e transversal da parede se d em relao um ponto de origem. Esse sistema empregado quando a locao das paredes executada de forma tradicional, empregando-se trenas,fios, quadros de locao, esquadro, etc. J na locao por coordenadas polares so determinadas asdistncias radiais e angulares entre o ponto de origem e os blocos-chave, utilizando-se teodolito etrena ou estao total para a determinao dessas medidas.
6.2.5.3 Paginaes
As paginaes ou elevaes so plantas que complementam as plantas de primeira e segunda fiadas,
pois nessas no possvel visualizar todos os detalhes da alvenaria, como o posicionamento dadescida das prumadas de luz e gua, a amarrao entre paredes, os blocos canaleta nas fiadas derespaldo, a existncia ou no de grauteamento ou armaduras nos vazados dos blocos, etc.Recomenda-se o uso de paginao somente para as paredes que possuem aberturas, passagem deinstalaes ou algum outro detalhe que queira ser detalhado.
A figura abaixo apresenta detalhe da paginao em paredes.
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Detalhe de uma elevao de parede
Fonte: PRUDNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estrutural
de Blocos de Concreto, Florianpolis, 2002 (p.106)
7. CARGAS VERTICAIS ATUANTES
7.1 CLASSIFICAO
A norma que fixa as condies para a determinao das cargas verticais que devem ser consideradasno projeto de estruturas de edificaes a NBR 6120 Cargas para o clculo de estruturas deedificaes.
As cargas so classificadas em permanentes e acidentais.
7.1.1 Cargas permanentes (g)A carga permanenete constituda pelo peso prprio da estrutura e pelo peso de todos os elementosconstrutivos fixos e instalaes permanentes.
A NBR 6120 fornece o peso especfico dos materiais de construo a serem utilizados, na falta dedeterminao experimental.
Reproduz-se abaixo o valor do peso especfico dos materiais mais utilizados:
Tabela 15 Peso especfico de materiais de edificaesMATERIAL PESO ESPECFICO ( kN/m3)
Granito 28Mrmore e calcreo 28Blocos de argamassa 22
Cimento amianto 20Lajotas cermicas 18
Tijolos furados 13Tijolos macios 18
Tijolos de silico-calcreo 20Concreto simples 24Concreto armado 25
Argamassa de cal:cimento:areia 19
Argamassa de gesso 12,5Madeira (Ip roseo) 10
Ao 78,5Vidro plano 26
A seguir alguns valores usualmente adotados pelos projetistas de cargas permanentes por rea:
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Tabela 16 Carga por reaMATERIAIS CARGA POR m2
Revestimento mais reboco de lajes de prdios 0,9 1,05Reboco 0,2
Telha francesa 1,0
Telha colonial 1,2Telha fibro-cimento 0,38Telha de zinco 0,32
7.1.2 Cargas acidentais verticais
Cargas acidentais so aquelas que podem atuar em uma estrutura devido ao seu uso.
A NBR 6120 na tabela 2, fornece o valor das cargas verticais acidentais que se consideram atuandonos pisos das edificaes, com alguns valores transcritos abaixo:
Tabela 17 Cargas em pisos de edificaesLOCAIS CARGA (kN/m2)
Edifcios residenciais
- dormitrios, salas, copa, cosinha e banheiro.- despensas, rea de servio e lavanderia:
1,52,0
Escadas- Com acesso pblico- Sem acesso pblico
3
2,5Forros sem acesso de pessoas 0,5
Fonte: Tabela 2 da NBR 6120.
7.2 CARREGAMENTO DA ESTRUTURA
Para a anlise da estrutura necessrio que se faa a composio das cargas que atuam em cadaelemento resistente. Esta composio deve ser realizada somando-se as cargas de cima para baixo,iniciando-se pelas lajes.
7.2.1 Cargas sobre a laje de forro
As cargas distribudas atuantes sobre as lajes de forro so:
-Peso prprio da laje (e . concreto )
- Peso do telhado com madeiramento
- Reboco
_Carga acidental
Sendo:e= espessura da laje
concreto =peso especfico do concreto armado
7.2.2 Cargas sobre as lajes dos pavimentos
As cargas distribudas atuantes sobre as lajes dos pavimentos so:
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- Peso prprio da laje (e . concreto )
- Reboco+ Revestimento
- Carga acidental
7.2.3 Vigas
As cargas a serem consideradas nas vigas so:
-Peso prprio da viga ( bviga x hviga x concreto)
-Peso dasparedes que se apiam sobre a viga (bparede x hparede x alvenaria)
bviga
hviga
b arede
hparede
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- Reaes das lajes
Quando as lajes forem apoiadas sobre os quatro bordos, as cargas podem ser determinadassegundo uma distribuio a 450 sendo a < b e q a carga distribuda sobre a laje tem-se:
4
a.qRa =
)b
a2(RR ab =
Onde Ra e Rb so as reaes de apoio da laje por metro linear.Se as lajes forem pr-fabricadas ou apoiadas em uma s direo as reaes sero:
2
a.qRb =
Ra
Rb
Rb
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No caso da existncia de um piso totalmente estruturado que suporte os pavimentos emalvenaria portante sobre ele, a determinao das cargas das vigas deste piso tarefa que requer omximo de ateno do engenheiro projetista .No exemplo abaixo pode-se verificar a composio
das cargas.
P1
P
P3 P
P1
1,2 m 1,0m 1,5 m 1,5 m1 0m 1 2m
Planta Baixa
Vista Geral da Parede
4
-
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A carga P1 constituda de :
- Peso das vergas/1,2 m (soma das reaes das vergas divididas pelo comprimento no qual elasse distribuem)
- Reao da laje de forro- Reaes das lajes de piso do segundo, terceiro e quarto pavimento
- Peso da parede
- Peso prprio da viga
A carga P2 constituida de :
- Peso da parede do peitoril
- Peso da janela (0,7 kN/m2)
- Reao da laje do segundo pavimento
- Peso prprio da viga
A carga P3 constituida de :
- Peso das vergas/ 3,0 m ( soma das reaes das vergas divididas pelo comprimento no qualelas se distribuem)
- Reaes da laje de forro
- Reaes das lajes do segundo, terceiro e quarto pavimento
- Peso da parede
- Peso prprio da viga
A NBR 10837 considera que nas paredes estruturais, as cargas concentradas ou parcialmentedistribudas, podem ser admitidas como repartidas uniformemente em sees horizontais limitadaspor 2 (dois) planos inclinados 45o sobre a vertical e passando pelo ponto de aplicao da carga oupelas extremidades da faixa de aplicao.
h h
h
4545 45 45
-
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7.2.4 Vergas
A NBR 10837 assume que a verga resista somente a carga compreendida por um tringulo isscelesdefinido sobre esta.
Por outro lado se sobre a verga atuar uma carga concentrada,que esteja prxima ao tringulo decargas, admite-se uma distribuio a 60o desta carga . Assim se a carga concentrada ficar fora dotringulo de carga, s deve ser considerada a carga uniformemente distribuda, dentro do vo daverga.
L
45 45
Carga do pavimento (q)
Carga distribuda fora do tringulo de cargas
L
45 45
a
Carga distribuda dentro do tringulo de cargas
-
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7.2.5 Paredes
Sobre as paredes devem ser consideradas cargas verticais:
-Peso das lajes
-Peso prprio da parede
E horizontais:
-Ao do vento (conforme prescries da NBR6123)
-Ao equivalente ao desaprumo durante a construo (item 4.3.1.2 da NBR 10837).A considerao desta ao pode ser feita atravs do conhecimento do desvio angular da construoem relao a base (). Assim, a intensidade de presso equivalente ao desaprumo (qd) pode serobtida igualando-se o momento produzido pelas cargas verticais excntricas com o momentorealizado pela presso qd .
L
45 45
Carga distribuda (q)
Carga concentrada (P)
60
L/2H
Carga concentrada fora do tringulo de cargas
/2N
M
qdMd
= H
H
-
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Assim:
2
C.H.q
2N
2d=
ou seja:
C.H
.Nqd
=
Onde:
N - fora correspondente ao peso estimado do prdioC - comprimento da face onde atua qd
- deslocamento do topo.
A norma alem d a seguinte expresso para o clculo do desvio angular:
H.100
1=
O valor de dado em radianos sendo H a altura da edificao em metros medida do topo at abase.
Logo:
=
2d m
kN
H.H.C.100
Nq
8 AO DO VENTO
8.1 CONSIDERAES GERAIS
As cargas devidas ao vento devem ser quantificadas seguindo prescries da NBR 6123 Forasdevidas ao vento em edificaes. Esta norma fixa as condies exigveis na considerao das foras
devidas ao esttica e dinmica do vento, para efeito de clculo de edificaes.As foras devidas ao vento sobre uma edificao devem ser calculadas separadamente para:
- Elementos de vedao e suas fixaes
- Partes da estrutura (telhados, paredes, etc...)
- Estrutura como um todo.
Com o objetivo de calcular os coeficientes aerodinmicos segundo a NBR 6123 necessitamos algunsconceitos:
- Barlavento: face da edificao onde o vento incide.
- Sotavento: face da edificao oposta ao lado de incidncia do vento.
-
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- a: maior dimenso da obra em planta
- b: menor dimenso da obra em planta
- L1: dimenso da obra ortogonal direo do vento em planta.
- L2: dimenso da obra paralela direo do vento em planta.
- VL: vento longitudinal, que sopra na direo paralela maior dimenso da obra em planta- VT: vento transversal, que sopra na direo perpendicular maior dimenso em planta.
- Abertura dominante: aquela abertura cuja rea igual ou superior rea total das demaisaberturas.
- Elementos construtivos e vedaes impermeveis: esto nesta categoria as paredes dealvenaria e concreto sem aberturas, lajes, etc.
Direo do vento
Parede desotavento
Parede debarlavento
b
a
L1
L2
Direo dovento (VT)
L2
Direo dovento (VL)
L1
-
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8.2 DETERMINAO DOS ESFOROS
A determinao dos esforos devidos ao do vento feita segundo o roteiro que segue:
8.2.1Velocidade bsica (vo):
Calcula-se a velocidade bsica do vento (vo) adequada ao local onde a estrutura ser construda. Estavelocidade extrada da figura 1 da NBR 6123 Isopletas da velocidade bsica onde vo fornecida em m/s. A figura citada se encontra reproduzida no anexo 1 desta apostila.
A velocidade bsica a de uma rajada de vento com a durao de 3 segundos, excedida em mdia,uma vez a cada 50 anos,calculada 10 metros acima do terreno em campo aberto e plano.
8.2.2 Velocidade caracterstica (vk):
A velocidade caracterstica do vento obtida multiplicando-se a velocidade bsica pelos fatores s1,s2, e s3.
321ok s.s.s.vv =
8.2.2.1 Fator s1 ou topogrficoO fators1 chamado de fator topogrfico pois considera as variaes de relevo do terreno.
Tabela 18 Fator s1
TERRENO s1Plano
1
Vale profundo
0,9
Taludes e morros
s1(z)Pontos antes de A s1=1Pontos depois de C s1=1No ponto B 3 s1=1
6 17 )3tg(d
z2,51s o1
+=
45 .0,31d
z2,51s1
+=
Fonte: Dados do tem 5.2 da NBR 6123
No caso de taludes e morros z representa a altura medida a partir da supeerfcie do terreno no pontoconsiderado, d a diferena de nvel do ponto analizado A e a inclinao do talude.
Para inclinaes intermedirias (3 6 e 17 45) interpolar linearmente.
Tambm entre A e B e entre B e C o fator s1 obtido por interpolao linear.
A
B C
z
-
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8.2.2.2 Fator s2
O fators2considera o efeito combinado da rugosidade do terreno e da variao da velocidade dovento com a altura acima do terreno e das dimenses da edificao em considerao.
A rugosidade do terreno, na NBR 6123, classificada em 5 categorias:
Tabela 19 Classe de rugosidade de terrenosCategoria I Categoria II Categoria III Categoria IV Categoria V
Superfcies lisascomo mar
calmo, pntanose lagos
Terrenos com poucasondulaes como zonas
costeiras planas, pntanoscom vegetao rala,campos de aviao,pradarias, fazendas.
Terrenos planos ouondulados com
obstculos comovilas e subrbios.
Terrenos cobertospor obstculos comoparques, bosques ecidades pequenas.
Terrenos com muitosobstculos como
florestas com rvoresaltas, cidades grandes
e complexosindustriais.
Fonte : Dados da pgina 11 e 12 da NBR 6123
Em relao s dimenses da edificao a norma define 3 classes:Tabela 20 Classe da dimenso da edificao
Classe A Classe B Classe C
Toda edificao na qual a maiorhorizontal ou vertical no exceda 20 m.
Toda a edificao ou parte daedificao na qual a maior
dimenso horizontal ou verticalesteja entre 20 e 50 m.
Toda edificao ou parte daedificao na qual uma dimenso
horizontal ou vertical exceda 50 m.
Fonte: Dados da da pgina 13 da NBR 6123
Abaixo os valores de s2 a partir das diversas categorias de rugosidade do terreno e classes de
dimenses das edificaes definidas anteriormente.
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Tabela 21 fator s2CATEGORIA
I II III IV VClasse Classe Classe Classe Classe
z
(m) A B C A B C A B C A B C A B C
5 1,06 1,04 1,01 0,94 0,92 0,89 0,88 0,86 0,82 0,79 0,76 0,73 0,74 0,72 0,6710 1,10 1,09 1,06 1,00 0,98 0,95 0,94 0,92 0,88 0,86 0,83 0,80 0,74 0,72 O,6715 1,13 1,12 1,09 1,04 1,02 0,99 0,98 0,96 0,93 0,90 0,88 0,84 0,79 0,76 0,7220 1,15 1,14 1,12 1,06 1,04 1,02 1,01 0,99 0,96 0,93 0,91 0,88 0,82 0,80 0,7630 1,17 1,17 1,15 1,10 1,08 1,06 1,05 1,03 1,00 0,98 0,96 0,93 0,87 0,85 0,82
40 1,20 1,19 1,17 1,13 1,11 1,09 1,08 1,06 1,04 1,01 0,99 0,96 0,91 0,89 0,8650 1,21 1,21 1,19 1,15 1,13 1,12 1,10 1,09 1,06 1,04 1,02 0,99 0,94 0,93 0,8960 1,22 1,22 1,21 1,16 1,15 1,14 1,12 1,11 1,09 1,07 1,04 1,02 0,97 0,95 0,9280 1,25 1,24 1,23 1,19 1,18 1,17 1,16 1,14 1,12 1,10 1,08 1,06 1,01 1,00 0,97100 1,26 1,267 1,25 1,22 1,21 1,20 1,18 1,17 1,15 1,13 1,11 1,09 1,05 1,03 1,01
120 1,28 1,28 1,27 1,24 1,23 1,22 1,20 1,20 1,18 1,16 1,14 1,12 1,07 1,06 1,04140 1,29 1,29 1,28 1,25 1,24 1,24 1,22 1,22 1,20 1,18 1,16 1,14 1,10 1,09 1,07160 1,30 1,30 1,29 1,27 1,26 1,25 1,24 1,23 1,22 1,20 1,18 1,16 1,12 1,11 1,10180 1,31 1,31 1,31 1,28 1,27 1,27 1,26 1,25 1,23 1,22 1,20 1,18 1,14 1,14 1,12200 1,32 1,32 1,32 1,29 1,28 1,28 1,27 1,26 1,25 1,23 1,21 1,20 1,16 1,16 1,14
Fonte: Trancrio parcial da tabela 2 da NBR 6123
8.2.2.3 Fator s3
O fators3considera o grau de segurana requerido e a vida til da edificao. Seus valores mnimosso indicados na tabela abaixo:
Tabela 22 - Valores mnimos para o fator estatstico s3GRUPO DESCRIO s3
1Edificaes cuja runa total ou parcial possa afetar a segurana ou a possibilidade de socorro
pessoas aps uma tempestade destrutiva (hospitais, quartis de bombeiros e foras de segurana,centrais de comunicao, etc)
1,10
2 Edificaes para hotis, residncias, comrcio e indstria de alto fator de ocupao1,00
3 Edificaes e instalaes industriais com baixo fator de ocupao (depsitos, silos, construesrurais, etc)
0,95
4 Vedaes (telhas, vidros, painis de vedao, etc) 0,885 Edificaes temporrias e estruturas do grupo