todos pedem chuva

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CADERNO FORNECEDORES GOMAS DE MASCAR VALOR AMPLIADO PELA TECNOLOGIA ENTREVISTA JACOB CREMASCO DETALHA AVANÇO DA HARALD CHOCOLATES GOURMET E SURPRESAS IRRESISTÍVEIS SÃO AS APOSTAS DA INDÚSTRIA PARA GARANTIR O GIRO NA PÁSCOA TODOS PEDEM CHUVA A DE OVOS ESTÁ GARANTIDA Nº 243 Janeiro / Fevereiro 2015 28 BISCOITOS l CANDIES l CHOCOLATES l SNACKS l SUCOS E REFRESCOS

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Caderno forneCedoresGOMas dE MasCaR valOR aMpliadO pEla tECnOlOGia

enTreVIsTa JaCOb CREMasCO dEtalha avançO da haRald

ChoColates gourmet e surpresas irresistíveis são as apostas da indústria para garantir o giro na pÁsCoa

todos pedem Chuvaa de ovos estÁ garantida

Nº 243Janeiro / Fevereiro 2015

28

BISCOITOS l CANDIES l CHOCOLATES l SNACKS l SUCOS E REFRESCOS

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www.docerevista.com.br 3Janeiro/Fevereiro 2015 Doce Revista

Como tem deixado claro em seus 28 anos de atividade, Doce Revista mostra mais uma vez que inexistem pro-jetos editoriais prontos e acabados. Buscando aprimorar

o espectro de sua cobertura, ela tem sistematicamente trans-formado a apresentação visual e de conteúdo com a missão de ajustar melhor seu foco à cobertura do setor de confectionery. A mais recente e profunda plástica geral pode ser conferida na presente edição, com mudanças no ordenamento das informa-ções e no formato dos textos, mais curtos e diretos, bem ao estilo dos dias de hoje em que tempo e rapidez se fundem em um único significado.

Ao incluir em sua cobertura todos os elos da cadeia confei-teira, de matérias-primas e máquinas às tecnologias de proces-samento, produto final e distribuição, a publicação encorpou sua abrangência de conteúdo editorial. Mas muitas vezes as pautas mais atraentes à indústria e seus fornecedores acabavam se sobrepondo a reportagens de interesse do trade atacadista dis-tribuidor e vice-versa. A solução encontrada foi, em uma mesma edição, acomodar dois cadernos distintos, com endereçamento editorial a esses públicos.

Em sintonia com as tendências da mídia moderna, antigas seções dedicadas a produtos novos, negócios, promoções, ma-rketing, automação e assuntos correlatos foram sintetizadas na seção Lançamentos & Inovações, mais ágil e direta ao assunto, promovendo rápida atualização de temas inerentes ao mundo dos confeitos. No caderno dedicado ao trade, a antiga seção Capa, agora transformada em Especial, segue como uma das matérias de destaque em cada número. Entre as novidades in-corporadas ao projeto, merecem atenção especial seções como a de Insumos, Embalagens e Máquinas & Equipamentos devida-mente inseridas no caderno para a indústria e seus fornecedo-res. Também ganham os holofotes as seções Tendências, que estreia com sobrevoo sobre a força das franquias de produtos funcionais; e Ponto de Vista, com artigo assinado por consulto-

res ligados ao setor, entre outras surpresas. A reestruturação insere ainda outras seções fixas que ganham as páginas nas próximas edições, a exemplo da coluna 3 Questões, com rápi-da entrevista estilo pingue-pongue de perguntas e respostas na íntegra com dirigentes da indústria ou da distribuição; e Susten-tabilidade, trazendo a cada número cases de empresas em pro-jetos de reciclagem, racionalização de energia, rastreabilidade e proteção ao meio ambiente.

A capa de uma publicação expressa a linha editorial de seu conteúdo. A ligação é indissociável e perpetua uma tradição que nasceu com a imprensa escrita. Nesse número, ela é dedica-da à Páscoa, antecipando a movimentação da indústria e do trade e os preparativos para as respectivas campanhas, além das novidades que irão subir à parreiras dos supermercados. Em algumas publicações, a capa sempre se associa de maneira óbvia ao seu conteúdo. Nesse caso, ela cumpre um papel mera-mente funcional e, em geral, apela para o formalismo. Mas há o exemplo das que preferem trilhar um caminho diferente. Assim Doce Revista optou pela missão de cobrir o setor de confeitos mas em permanente evolução. Para fugir do lugar comum, tem buscado impactar o leitor com cenas e imagens que não soem tão óbvias e chamem a atenção para o foco da cobertura. O que se pretende é um exercício de estilo, que estimule o leitor a fo-lhear o conteúdo da revista, através de uma sugestão criativa de capa. Os riscos de fugir dos limites da compreensão fazem parte do jogo, que assumimos com o desafio de sempre aprimorar e surpreender, no bom sentido, os leitores. Trunfo da indústria e do trade para os bens e serviços que oferecem, a tarja da exclu-sividade também faz parte da rotina perseguida pela imprensa. Além de valorizar o trabalho e o veículo de comunicação, afaga o leitor via de regra com aspectos inéditos ou diferenciados so-bre determinado assunto. Apenas nesta edição, ela aparece em diversas situações e esse é um dos caminhos que serão perse-guidos pelo novo modelo de Doce Revista. •

Nem proNto, Nem acabado

Carta do Editor

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Doce Revista Janeiro/Fevereiro 20154 www.docerevista.com.br

Sumário

12 ENTREVISTA Jacob Cremasco mostra como a Harald pretende avançar no mercado de chocolates

16 VITRINE ATACADISTA Distribuidores buscam novas frentes para garantir crescimento

20 ESPECIAL Indústria promete aumentos menores nos ovos de chocolate nesta Páscoa

38 FEIRA A alemã ISM confirma ser a maior plataforma de tendências em doces do planeta

Doce Revista é uma publicação mensal da Editora Definição Ltda. (CNPJ 60.893.617/0001-05)

dirigida ao setor doceiro e às suas redes de atacadistas, distribuidores, varejistas e supermercadistas.

Redação, administração e publicidade: Rua Itambé, 341 - casa 15 - São Paulo - SP - 01239-001

Fone/Fax: (011) 3666-8301e-mail: [email protected]: www.docerevista.com.br

Dispensada da emissão de documentação fiscal, conforme Regime Especial Processo

DRT/1 nº 11554/90 de 10/09/90.

R E D A Ç Ã O

A n O X X V I I I - n º 2 4 3 - J A n / f E V 2 0 1 5

DiretoresBEaTRIz DE MELLo HELMaN E HéLIo HELMaN

Diretor HéLIo [email protected]

Editor FáBIo [email protected]

Diretor de Arte SaMuEL FELIx [email protected]

A D m I n I s t R A Ç Ã O

Diretora BEaTRIz [email protected]

PublicidadeaNToNIo CaNELa BaRRETo

JaLIL ISSa gERJIS JR.SéRgIo aNToNIo Da SILva

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International salesMuLTIMEDIa, INC. (uSa)

Fone: +1-407-903-5000 - Fax: +1-407-363-9809u.S. Toll Free: 1-800-985-8588

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Assinatura kELI oyaN

EDITORADEFINIÇÃO

fotografia SHuTTERSToCk

foto da Capa SHuTTERSToCk

Design da Capa SaMuEL FELIx

Bureau, CtP e Impressão EDIToRa REFERêNCIa

Circulação MaRÇo DE 2015membro da Anatec

aSSoCIaÇão NaCIoNaL DaS EDIToRaS DE PuBLICaÇõES TéCNICaS DIRIgIDaS

E ESPECIaLIzaDaS.

SEÇÕES06 LanÇaMenTos e InoVaÇÕes Confira em primeira mão o que rola no mercado de candies

19 PonTo de VIsTa Sabor preferido é o fator de maior influência na compra de balas

34 ConsULTores A análise de especialistas dos mercados de açúcar e cacau

36 desTaQUe Enquete exclusiva confere as vendas de sucos em pó nos atacados doceiros

42 TendÊnCIas Fit Cookies aterrissa em São Paulo e planeja abrir 40 unidades em 2015

CADERNO FORNECEDORES

30 INSUMOS Alta tecnologia em matérias-primas e máquinas embala as vendas de gomas de mascar

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Doce Revista Janeiro/Fevereiro 20156 www.docerevista.com.br

Depois de atiçar ainda mais o fogo da demanda de chocolates com a in-trodução da marca Reese’s, campeã do giro da categoria nos Estados Unidos, a Hershey’s dispara mais um tiro certeiro, desta vez de olho no crescente segmen-to premium. Prestigiada na América do Norte, Japão e Coreia do Sul, a marca Brookside desembarca nesse início de ano com uma formulação inédita em versões de chocolate meio amargo com romã ou com açaí e blueberry. “É um produto alinhado à tendência de con-

sumo do momento respaldado por um chocolate mais premium e com compo-sição mais saudável”, resume Marcel Sacco, diretor geral da Hershey Brasil. Ele acrescenta que as embalagens, além do layout chamativo, permitem o fechamento após o consumo.

A novidade desembarca no Brasil em três tamanhos: 19g, 85g e 198g. . Apesar do nome Hershey nas embala-gens, as duas marcas serão trabalha-das de forma independente, e a Brook-side flerta com o público feminino.

Lançamentos e Inovações

TIRO CERTEIRO

HersHey’s CHOCOLATE EM LINHA COM TENDêNCIA DE CONSUMO MAIS PREMIUM.

noVIdades da fLorMeL 33%DE CACAU, 24% DE AVELã E zERO AÇúCAR.

Pioneira no mercado de cremes de avelã zero açúcar, a flormel amplia a linha com duas variações do produ-to: Creme de Avelã Crocante e Creme Extra Cacau com Avelã. Desenvolvi-dos para o segmento de alimentação saudável, os produtos zero da Flor-mel também são indicados para quem segue dietas nutricionais de ingestão controlada de açúcar. Além de novas opções de sabor à mesa, os lança-mentos são enriquecidos com cálcio e fibras, informa Alexandra Casoni, di-retora de negócios da Flormel. “Assim como o clássico creme de avelã zero,

as novas variedades podem ser con-sumidas puras ou em combinações com pães, bolos, frutas e biscoitos, além de servirem de recheio ou ingre-dientes, adicionando sabor e textura às receitas, sem descuidar do equilí-brio nutricional”, destaca a executiva. Segundo Alexandra, a empresa banca mais pioneirismos ao apresentar o pri-meiro creme de avelã crocante, com pedaços de avelã e zero adição de açúcar, e o primeiro creme extra ca-cau, também com avelã e zero adição de açúcar, todos enriquecidos com cálcio e fibras.

EquIlíbRIO nuTRICIOnal

Controlada do grupo M.dias Branco, a zabet apresenta ao trade da categoria de biscoitos a nova identidade visual da linha Nikito. A renovação empreendida nas embalagens foi também estendida ao site, totalmente reformulado, com a incorporação de uma plataforma de games, repassa explica Vanessa Costa, gerente de produto da marca. O perso-nagem Nikito exibe novos traços, agora em três dimensões, que tornam a figura do macaquinho mais dinâmica e intera-

gindo com a embalagem e o consumi-dor, acrescenta ela. “O logotipo ganhou contornos metalizados e cada letra tem a sua cor”, informa a executiva.Os es-tampos (imagens prensadas nos bis-coitos) também estão mais modernos e divertidos, com cinco diferentes de-senhos em cada pacote. A embalagem ainda apresenta um convite ao consu-midor para conhecerça o jogo Caça Bis-coitos, hospedado no site www.nikito.com.br.

nOva IdEnTIdadE

LInHa InfanTIL da ZaBeT MExIDAS NAS EMBALAgENS E NO SITE.

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www.docerevista.com.br 7Janeiro/Fevereiro 2015 Doce Revista

LInHa saUdáVeL COMBINAÇãO DE CEREAIS COM IOgURTE.

Marca de produtos integrais da Mondelez, BelVita acrescenta mais sabor ao café da manhã com a linha Yogo. Segundo Cleide Mota, gerente de marketing da marca, a novidade combina os benefícios dos cereais integrais com recheio sabor iogurte e oferece uma opção prática, fortificada com vitaminas E, D e cálcio. Ela infor-ma que a plataforma de BelVita Yogo já

é sucesso em países como Inglaterra e França. O produto, no entanto, foi de-senvolvido pela equipe de pesquisa e desenvolvimento (P&D) brasileira para atender aos consumidores locais. Bel-Vita Yogo pode ser conferido nas gôn-dolas dos principais varejistas (exceto no Norte/Nordeste) em embalagens com três porções ao preço sugerido de R$ 3,49.

Passados 70 anos, a marca Bis con-tinua o chocolate mais vendido no Bra-sil. Surfando no sucesso da grife, o Bis xtra, versão on-the-go da guloseima, inicia o ano com campanha assinada pela Wieden+Kennedy são Paulo. A cam-panha ressalta o poder de dizer não até mesmo para os amigos mais próximos e deixa claro a diferença entre a tradi-

cional caixa de Bis, feita para compar-tilhar, e o Bis xtra, para comer sozinho, a qualquer hora e lugar. “É a primeira ação do ano da marca, que continuará promovendo as diferentes facetas na relação entre amigos”, explica Ana Sar-rão, gerente da marca pertencente ao portfólio Lacta, da Mondelez Brasil. ana, da MondeLeZ CAMPANHA INDUz A FALAR NãO ATÉ

PARA O MELHOR AMIgO.

Café maIs sabOROsO

nada dE dIvIdIR

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Doce Revista Janeiro/Fevereiro 20158 www.docerevista.com.br

ConCeIÇão, da HaVanna 300 LOJAS EM CINCO ANOS.

InCreMenTos na LInHa de PIrULITos MINIExPLOSÕES NA BOCA E BOB ESPONJA EM CáPSULAS.

Lançamentos e Inovações

Marca global de pirulitos da Perfetti Van Melle (PVM), a Chupa Chups insere duas tacadas certeiras na cena brasileira de candies: a linha Crazy Dips, nas ver-sões morango e uva, dois dos sabores prediletos dos consumidores da marca; e a série Chupa Chups Surprise Bob Es-ponja, com 12 brinquedos colecionáveis das personagens do desenho animado da nickelodeon. “O principal diferencial de Crazy Dips é o conceito de mergulhar a guloseima em um pó especial, que vem no pacote, e degustá-lo em seguida, ob-tendo a divertida sensação de sucessivas miniexplosões dentro da boca”, detalha Elzilene de Moraes, diretora de marketing da Perfetti van Melle. Ela acrescenta que o

produto, importado do México, já pode ser encontrado nos diversos pontos de venda (PDVs) da categoria, ao preço sugerido de R$1,99 a unidade e em clip strips com cartela de 10 unidades.

Já o Chupa Chups Surprise Bob Es-ponja inova pela apresentação. Cada cápsula, com preço sugerido de R$6,99, contém um pirulito e um brinquedo. O produto estará disponível nos próximos meses em diversos PDVs e, segundo a diretora, ele chega ao país após imenso sucesso da linha no exterior, unindo de-senho animado e uma guloseima que as crianças adoram. “O lançamento é di-ferenciado e, certamente, agrega ainda mais valor à marca”, assinala a diretora.

OfEnsIva dupla

grife campeã de alfajores na Argen-tina, a Havanna vai acelerar sua ope-ração no Brasil, através do formato de franquias. Segundo Conceição Cunha, diretora da marca no país, a empresa planeja avançar dos atuais 28 pontos de venda (PDVs) para 320, nos próxi-mos cinco anos. A expansão será pos-sível, sustenta ela, principalmente por conta da implantação de quiosques. Atualmente com vendas na faixa de R$ 50 milhões no país, a Havanna acredi-ta que, com o sistema de franquias, vai

atingir R$ 200 milhões até 2018. Todas as unidades locais da marca são opera-das pela Bright star, integrante do gru-po rothenberg e parceira da Havanna desde 2006, com lojas em São Paulo, Campinas (SP), São José dos Campos (SP) e Curitiba (PR). As primeiras fran-quias serão abertas no Rio de Janeiro e no interior de São Paulo e, até o fim de 2015, o planejamento inclui a abertura de PDVs em Brasília (DF), Belo Horizon-te (Mg) e Curitiba. Só depois a marca pretende partir para o Nordeste.

InvasãO dOs quIOsquEs

CoCa-CoLa BrasIL INgRESSO EM UM NOVO SEgMENTO.

Para incrementar o portóflio de sua marca campeã de sucos prontos para beber (SPB), a Coca-Cola Brasil põe em campo a nova linha Del Valle com 100% de suco da fruta. Apenas com essa ta-cada, a bebida fica também enriquecida com fibras e vitamina C. Além de alto valor nutricional, o suco contém apenas açúcares da fruta. Essa linha marca o

ingresso da marca em novo segmento, sublinha Sérgio garcia, diretor de ma-rketing de sucos da Coca-Cola Brasil. “Visa quem busca a praticidade de to-mar suco de fruta, sem precisar espre-mê-la e coar a bebida. Já vem pronto e a embalagem garante sua conservação, pois o líquido é pasteurizado”, sintetiza o executivo.

suCO maIs naTuREba

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www.docerevista.com.br 9Janeiro/Fevereiro 2015 Doce Revista

BaLas saUdáVeIs AROMAS E CORANTE NATURAIS ExTRAíDOS DE FLORES.

Ligada nas tendências internacio-nais na cena alimentícia, a arcor an-tecipa mais uma vez com Kid´s Pomar. Conhecida por suas fórmulas e sabores originais, a tradicional marca de balas incorpora nesse lançamento aromas e corante naturais extraídos de flores, que não alteram o sabor do produto, atestando sua qualidade, repassa Ciro Mariani, gerente de marketing de gu-loseimas da Arcor Brasil. Para confe-rir mais saudabilidade aos confeitos, a linha apresenta em sua formulação sucos naturais de fruta, nos sabores

exclusivos de Uva Verde e Tangerina. “Kid’s já tem um apelo emocional com os consumidores. Procuramos resga-tar, na memória dos adultos de hoje, as lembranças da infância, além de reafirmar a tradição da marca junto ao público jovem”, ressalta Mariani. Outra novidade, observa ele, é o redesign da linha. Com embalagens modernas e co-loridas, as versões de 750g e 80g ga-nham mais destaque no ponto de venda (PDV), transmitindo o conceito de natu-ral e saudável enfatizado nas embala-gens com o visual das frutas.

maIs naTuREba

Atendendo a pedidos, a Mondelez Brasil anuncia o relançamento da linha Creamy da marca Halls, líder absoluta no país com fatia de 56,5% de merca-do, crava Nathalia Tercero, gerente de marketing da marca. O produto retorna às gôndolas de todo o país com novo visual, nas versões Morango Chantilly e no inédito sabor Maracujá Tropical. “A aposta foi motivada pelos vários pedi-dos dos fãs da marca e pelo crescimen-to sólido do mercado de balas cremo-sas”, assinala Nathalia. Ela explica que

esse filão é adicional ao de balas re-frescantes e esse crescimento comple-mentar criou mais essa oportunidade para o fortalecimento de Halls no trade nacional. Halls Creamy pode ser con-ferido nas versões unitária e bag com três unidades, ao preço sugerido de R$ 1,25. “As embalagens foram cria-das pela agência finetti, que destaca no conceito aspectos de cremosidade e indulgência, remetendo ao prazer do consumo de produtos à base de leite”, destaca a gerente.

Ela vOlTOu

naTHaLIa, da MondeLeZ CREMOSIDADE E INDULgêNCIA.

Peres, da daUPer PREVISãO DE CRESCIMENTO NA FAIxA DE 60% EM 2015.

Desbravadora do filão de cookies no país, a gaúcha dauper despejou R$ 20 milhões na instalação de uma segunda unidade em operação desde o início do ano na cidade serrana de Canela (RS). Com quatro linhas de produção trazidas do exterior, a planta ocupa área de 12 mil metros quadrados e exibe capacidade de 600 toneladas mensais de cookies, bis-coitos e granolas, repassa Marcio Peres, presidente da companhia baseada há 25 anos na vizinha gramado (RS). “Desde 2009, a empresa registra um crescimen-to médio de 35% ao ano, porém com a

entrada da nova fábrica devemos cres-cer em torno de 60% em 2015”, projeta o empresário. Principal fornecedora de linhas de biscoitos premium e mix de cereais como ingredientes para o redu-to de marcas próprias e algumas das maiores indústrias de alimentos do país, a Dauper produz mais de 80 milhões de cookies por mês, dimensiona Peres. “Com a inauguração dessa unidade, da-mos um passo importante e definitivo para consolidar a marca como a maior e melhor fabricante de cookies do Brasil”, assinala ele.

avançO na sERRa gaúCha

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Doce Revista Janeiro/Fevereiro 201510 www.docerevista.com.br

Visando modernizar a linha de can-dies Big Big, a arcor renovou o licen-ciamento da série de desenho animado Ben 10, um dos maiores sucessos da Cartoon network, e incorporou ao por-tfólio sabores com sensações radicais (ácido, picante, gelado e efervescente), acompanhados de figurinhas colecio-náveis. Além disso, introduz a versão Big Big Ben 10 Bola, em formato stick com seis chicles sortidos nos sabores laranja, pêssego, cereja e tutti-frutti, informa Ciro Mariani, gerente de ma-rketing de guloseimas da Arcor Brasil. “O herói Ben 10 é o grande destaque nas novas embalagens e atende o tar-

get da marca, que se identifica com o personagem e está sempre em busca de desafios e aventuras. Já o chicle traz novas figurinhas sortidas e cole-cionáveis dos personagens”, acres-centa ele. Outra novidade, completa Mariani, é a volta de Big Big Huevitos, único chicle de bola do Brasil com for-mato de ovinho, com figurinhas adesi-vas colecionáveis sob o tema Big Bi-chos. “A série apresenta curiosidades do mundo animal em uma linguagem moderna, com os animais represen-tados por emoticons, códigos e le-tras utilizados no mundo virtual pelas crianças”, assinala o gerente.

eLZILene, da PVM ATRAÇãO PELA PRATICIDADE.

Sempre atenta às preferências dos fãs da marca, a goma de mascar Mentos acrescenta ao seu menu o inédito sabor mix de frutas silvestres (com cereja, amo-ra, morango, cranberry, framboesa e blue-berry), na linha apresentada em versão garrafa. Formulada sem adição de açúcar, Mentos Pure Fruit Berries contém 99% de recheio de fruta e xilitol, repassa Elzilene de Moraes, diretora de marketing da Per-fetti Van Melle (PVM), detentora da marca.

O sabor de frutas silvestres, acrescenta ela, vem tomando conta das prateleiras de di-versas categorias alimentícias. De olho na tendência, a marca aposta na variante de sabor para impulsionar as vendas de go-mas em garrafas, principal linha de Mentos na categoria. “O formato atrai os fãs pela praticidade, podendo ser consumido no carro, no trabalho, na faculdade ou na es-cola, e por manter a qualidade da goma de mascar”, assinala Elzilene.

Para comemorar a chegada da es-tação mais aguardada do ano pelo pú-blico fã de gomas de mascar, a marca campeã da Mondelez Brasil anuncia o lançamento da linha Trident Verão Mix. Inspirado em sucos de frutas tropicais, o confeito está disponível nas versões Abacaxi com Hortelã, Frutas Verme-lhas e Laranja com Acerola. “Trata--se de uma edição limitada especial-mente lançada para os consumidores que esperaram o ano todo para curtir o verão, com sabores inspirados em

combinações de sucos característicos da estação”, comenta Felipe Michelot-ti, gerente de marketing de Trident. Ele acrescenta que as embalagens com estampas reestilizadas foram criadas pela agência Usina desenho, inspiradas em elementos icônicos do verão, como guarda-sol, mar e areia da praia. A no-vidade pode ser conferida desde o início do ano em pontos de venda (PDVs) do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, ao preço sugerido de R$ 1,35 a embalagem com cinco unidades.

sUCos de frUTas TroPICaIs INSPIRAÇãO PARA OS FãS DA gOMA DE MASCAR.

gOsTO dE vERãO

MarIanI, da arCor CURIOSIDADES DO MUNDO ANIMAL EM LINgUAgEM MODERNA.

mudança RadICal

REChEIO aCERTa Em ChEIO

Lançamentos e Inovações

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www.docerevista.com.br 11Janeiro/Fevereiro 2015 Doce Revista

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Doce Revista Janeiro/Fevereiro 201512 www.docerevista.com.br

Especialista em chocolate e cobertu-ras com 32 anos de atuação na cena local, a Harald personifica o modelo

de indústria que é movida a inovação. Foi através de apostas nessa direção que ela, inclusive, transformou o próprio conceito, ao evoluir de fornecedora de coberturas à base de gordura hidrogenada para fabri-cante de linhas de chocolate elaboradas com cacau fino. Com isso, ela passou a ocupar posição inédita no mercado cho-colateiro nacional, atuando em múltiplas frentes do setor. Às vésperas da Páscoa, ela anuncia o mais recente desdobra-mento dessa intensa busca por novida-des. “Lançamos a linha Melken Inovare, que é um chocolate com custo similar ao de uma cobertura, com aprovação total de clientes da indústria”, repassa Jacob Cremasco, diretor comercial da Harald, lamentando não dispor maior capaci-dade para o novo produto por conta da ocupação total das linhas de Páscoa. Na

entrevista a seguir, ele analisa o mercado brasileiro de chocolate e abre os planos da companhia para 2015.

dr – Como vê o momento atual do setor de chocolate?

Cremasco – Considerando os fatores econômicos que prejudicaram muito to-das as categorias, 2014 não foi um ano fácil. Mas quando a gente conversa com pessoas de outros setores, vemos que, para o nosso negócio de chocolate e co-berturas, o ano foi muito bem. Quando você fala para o setor financeiro que cres-ceu 1-2%, o pessoal fala, puxa! Eles con-seguiram crescer. Todos ficam incrédulos. O chocolate no Brasil não é um mercado maduro. Ainda está em crescimento e tem muito potencial, com novos entran-tes (consumidores). Quando se tem, por exemplo, condições de distribuição de renda percebe-se essa movimentação de novos entrantes. Tenho a percepção mui-

to clara que, no Nordeste e Norte brasi-leiros, tem muito por se fazer. O Nordeste já mostra crescimento, mas no Norte tem muito espaço para crescer. Por conta dis-so, temos uma atuação forte e achamos que muita coisa boa ainda vai acontecer ali. Há o Centro-Oeste que vem crescendo e correspondendo bastante, independente do desenvolvimento contínuo do Sudeste e Sul. O Brasil para o nosso negócio é um mercado extremamente favorável. Tanto é que todos os players mundiais do setor hoje estão no país.

dr – Como as tendências influenciam a demanda de chocolate?

Cremasco – Nesse quesito também há muito terreno para se percorrer. Um exemplo é essa onda do chocolate à base de cacau fino, que é tendência na Europa e nos mercados mais maduros, já come-çando a criar raízes no Brasil. E chega em meio a correntes como a da saudabilida-de, do maior teor de cacau na massa, do que é positivo para a saúde. Esses mer-cados também se desenvolvem por aqui. Lógico que não é algo que vai substituir o grande volume, mas já começa a apa-recer com força em nichos. Ao mesmo tempo acho que falta ainda muita ino-vação por parte da indústria. Ela absorve as coisas negativas que acontecem no país e no mercado e acaba se seguran-do um pouco. Mas tem muito por fazer em inovação: bancar novas ideias, trazer novas propostas. Acho que tem grandes oportunidades, por exemplo, nessas ver-tentes de baixa lactose, receita natural, home made, que envolvem saudabilida-

Entrevista / Jacob Cremasco

No ataque em todas as freNtes Como a Harald deixou de ser fornecedora de cobertura hidrogenada para se tornar potência da ala chocolateira nacional

LInHa ProfIssIonaL ATENDIMENTO DIRETO A 4,7 MIL LOJAS DE FESTA EM TODO O BRASIL.

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www.docerevista.com.br 13Janeiro/Fevereiro 2015 Doce Revista

de e bem-estar. Mesmo com cacau fino tem oportunidades a serem trabalhadas, formatos diferentes, acho que tem muito por ser feito. Vejo o mercado com mui-to otimismo, independentemente do que acontece na economia. A gente não é uma ilha, mas sofremos bem menos que outros negócios que estão mais estabili-zados no país.

dr – Por que no chamado mercado de marcas houve queda na produção em 2014?

Cremasco – A gente tem uma percep-ção de Brasil para o nosso negócio que é o seguinte: sempre que você tem uma si-tuação de crise, uma situação de insegu-rança econômica ou até mesmo quando afeta o desemprego, acaba-se tendo um apelo maior para os produtos artesanais profissionais. Esse mercado do artesanal, do fazer em casa, do complemento da renda ou até da informalidade – o infor-mal hoje acaba se formalizando amanhã, com incentivo do governo a exemplo do Super Simples ou Simples nacional, que é um incentivo via regime tributário di-ferenciado. Nesses momentos, vejo es-paço cada vez maior para o mercado da boleira, da confeiteira, do fabricante de trufa, que já é uma instituição nacional, pois vende no Brasil inteiro o ano todo. As próprias lojas especializadas em cho-colate acabaram de alguma forma tam-bém popularizando isso. E o mercado artesanal foi justamente nessa onda. Vejo que existe sim uma estagnação desse mercado de marcas, ou de crescimento menor, mas existe um crescimento muito interessante do mercado artesanal pro-fissional, cada vez mais.

dr – Quais os segmentos que mais crescem?

Cremasco – Esse mercado que a gente chama de food service ou de ali-mentação fora do lar é o que mais cresce no país. Vem crescendo dois dígitos ao ano até hoje. Esse mercado que era dos grandes centros migrou para os centros

médios e pequenos. As pessoas cada vez mais se alimentam fora de casa. Esse for-necedor do food service, do transformador formal, do restaurante, da lanchonete, da padaria (que hoje vende de tudo), isso está migrando para o resto do Brasil. No Nor-deste acontece de forma mais lenta, por-que lá os hábitos são outros, mas as capi-tais nordestinas já incorporaram o modelo. Esse mercado (do food service) é o grande alavancador de negócio. E o crescimento da Harald se deve muito a isso.

dr – Quais as frentes de atuação da Harald hoje?

Cremasco – A Harald atua fortemente em quatro grandes negócios. O primeiro é a indústria. onde ela atende desde a grande multinacional até a pequena fabri-cante artesanal. Esse é um negócio que cria uma dependência, não só de inova-ção, mas de se manter muito competitivo. Desenvolvo receitas personalizadas, à la carte, para essas empresas grandes. A Harald até começou a navegar com isso e é onde temos uma forte participação de mercado. Outro negócio é o food service. São os distribuidores de panificação, de redes de sorveterias, de pizzarias, todos os distribuidores do canal food service, que atendem restaurantes, cafeterias, padarias etc. Outro negócio que a Harald atende diretamente são as lojas de festa. A empresa hoje atua em 4,7 mil lojas des-se formato em todo o Brasil. Atendemos diretamente, com pedido mínimo de R$ 1

mil, clientes no Tocantins, Maranhão, Ro-raima. O grande negócio da Harald sem-pre foi distribuição. Uma grande indústria B2B estaria fundamentada em indústrias e distribuidores. A Harald vai além. O quarto negócio que estamos ingressando mais recentemente é o consumo. O con-sumo, para nós, até para ganhar massa crítica, envolve o cash and carry. Hoje estamos em 100% do cash and carry em todo o Brasil. E também entramos no autosserviço, este evidentemente com as cadeias regionais, lojas independentes e não os grandes key accounts. Na realida-de, fornecemos diretamente para os key accounts mas via food service para as padarias das redes. Estamos comendo o mingau pela beirada.

dr – Quais os planos para as marcas da Harald?

Cremasco – Quero mostrar a minha marca, quero deixar a marca conhecida. Então, para o consumidor final, nosso grande objetivo é, além de ter produto final para o consumidor poder comprar e comer na loja, temos o objetivo de ter produtos que ele possa comprar e trans-formar. É o home-baked ou confeitaria doméstica. Da mesma forma que a clien-te dona de casa compra farinha de trigo para fazer um bolo, ela compra uma barra de chocolate; um granulado para por em cima. Se for um produto mais elaborado, tenho um recheio para aquela receita. Fa-zendo dessa forma para que essa dona de casa comece a ver a marca Melken, co-mece ver o nome Harald e a entender que aquela empresa tem produto para diver-sas aplicações e momentos de consumo.

dr – Harald fez nome na ala de cobertura e, depois, migrou para chocolate, não é?

Cremasco – A Harald começou no Bra-sil fabricando produto à base de gordura hidrogenada. Na época eram itens bem específicos para panificação e confeitaria profissional. E fomos mudando isso deva-gar até chegar no cacau fino, com a linha Unique, com cacau de diversas origens

CreMasCo CRESCIMENTO DE 15% EM VOLUME PARA A PáSCOA.

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Doce Revista Janeiro/Fevereiro 201514 www.docerevista.com.br

brasileiras com teores a partir de 35% até 70% de sólidos de cacau. Hoje consigo ter o melhor produto para panificação. Se o cliente quiser continuamos tendo a bar-ra de 5 quilos para raspar e cobrir mas também tenho uma fracionada sem gor-dura trans, super fracionada que é ainda melhor, aí vou para o Melken, que já tem 10 anos de mercado e hoje é o líder em sua categoria em lojas especializadas. E o cacau fino. Somos a única empresa nes-se negócio que tem desde o básico, mais popular, até o mais elaborado, com cacau fino. Devagar vai se substituindo esse produto mais popular com algo melhor. A ideia é cada vez mais levar conveniência para o food service, a exemplo de pro-dutos semiprontos. Além da qualificação profissional difícil, a mão de obra é cada vez mais escassa.

dr – Quem cuida da inovação? Cremasco – Esse é o departamento do

nosso presidente, o Ernesto Neugebauer. É assim que pensa o nosso presidente, que é uma pessoa extremamente visio-nária. Tudo que falamos de inovação, de produtos, sai da cabeça dele. Está sem-pre pensando uma coisa nova. Estamos recebendo equipamentos e vamos trazer mais novidades logo após a Páscoa. Um dos exemplos é o lançamento desta Pás-coa: a linha Melken Inovare. Trata-se de um chocolate e não uma cobertura – até porque necessita de temperagem – mas

tem teor menor de cacau. É um produto de excelente qualidade com preço 15% inferior ao da linha Melken. Fizemos uma previsão de volume, mas a receptividade da indústria nos surpeendeu. A novidade foi aprovada rapidamente, mas não con-seguimos produzir grande quantidade. Depois da Páscoa teremos maior capaci-dade de produção para trabalhar melhor a divulgação do produto.

dr – e quanto a investimentos?Cremasco – A Harald tem a planta ori-

ginal em Santana do Parnaíba (SP), que concentra a maior parte dos produtos. Operando há poucos meses, temos uma outra fábrica em Marília (SP), que está focada em uma linha de nuts, de tudo o que envolve composição com amendoim, castanha de caju, enfim todo tipo de nuts. Estamos levando neste ano algumas ou-tras linhas para desafogar a unidade de Santana, que está com espaço físico todo ocupado. Ela terá mais folga para elevar a atual capacidade, acima de 70 mil tonela-das anuais. Temos outra fábrica na China, que entra em operação no final do ano, exclusivamente para o mercado chinês.

dr – Qual sua previsão de crescimento?Cremasco – Até 2013 crescemos dois

dígitos. Em 2014 crescemos 8% do fatu-ramento. Para 2015 temos vários projetos e queremos alçar um vôo maior e crescer um pouco mais que o ano passado.

dr – Qual a expectativa para a Páscoa?Cremasco – A Páscoa já teve uma

concentração e participação maior no resultado da companhia. Hoje a data continua sendo importante, mas a Ha-rald vende o ano todo. Isso é uma coi-sa boa que a marca adquiriu. A Harald não é mais uma marca sazonal. Estamos em canais diversos. Se está calor ven-demos mais para sorveteria, se está frio vendemos para conversão de chocolate. Os três meses da Páscoa tem hoje uma representação de 35% do faturamento. A campanha de 2014 foi boa, sem de-volução ou sobra. 2015 já está surpre-endendo, porque começamos a produ-zir em outubro e já estamos com toda Páscoa vendida. Estamos produzindo a força total para atender o mercado. A ex-pectativa é de um crescimento bastante satisfatório em relação ao ano passa-do. Devemos crescer 15% em volume. Justamente por esses múltiplos canais que a gente atua. Estamos falando com o consumidor final, com a pessoa que tem uma indústria, com o transformador dono de uma padaria e com a dona de casa que faz chocolate para comple-mento de renda.

dr – Qual impacto preocupa mais da alta do dólar ou das cotações do cacau?

Cremasco – A alta do dólar e das matérias-primas já tiveram um grande impacto nos custos com prejuízo para as margens de contribuição. Por exemplo, a manteiga de cacau teve uma elevação que multiplicou o custo do produto por três. Repassamos uma parte, mas não conseguimos uma recomposição integral e, principalmente no chocolate, as mar-gens caíram fortemente. Com o mix da Harald conseguimos equilibrar porque a incidência maior foi no custo do choco-late. A linha porém conta com cobertura e compounds em diversas categorias. Mesmo com uma possível estabilização do cacau ou até uma queda, a alta do dó-lar preocupa e deve puxar novos repasses nos próximos meses. •

CaCaU fIno LINHA DE CHOCOLATE PREMIUM COM TEOR DE 35% A 70% DE SóLIDOS DE CACAU.

Entrevista / Jacob Cremasco

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Doce Revista Janeiro/Fevereiro 201516 www.docerevista.com.br

Descolado da conjuntura que atinge a indústria, o cenário do segmento atacadista distribui-

dor de candies segue ainda promissor. guloseimas como chocolates, confei-tos e snacks encorpam cada vez mais a lista de compras do supermercado de grande parte da população. Mas o varejo tradicional ainda figura como principal canal de distribuição do setor doceiro. Apesar das mudanças ocor-ridas em seu perfil nos últimos anos, esse balcão que se pulveriza por quase 1 milhão de pontos de venda por todo o Brasil, continua sendo o alvo prioritário do atacado distribuidor nacional.

Levantamento da abad (associa-ção Brasileira de atacadistas e distri-buidores) indica que 37,5% do varejo

alimentar independente nacional são abastecidos pelo atacado no formato de balcão, índice que cai para 33,9% no caso da distribuição com entrega e para 12,5%, no atacado de autos-serviço (cash and carry). Já os super-mercados de pequeno porte e lojas de conveniência representam 11,2% das vendas no formato balcão, referência que cai para 9,6% no cash and carry e salta para 14,3% na distribuição com entrega. A pesquisa da Abad apurou também que os transformadores (in-clusas doceiras, donas de casa) abo-canham 21,8% das vendas de balcão; 29% do cash and carry e 10,5% da distribuição com entrega. Os dados evidenciam o fortalecimento do ataca-do distribuidor com entrega e do cash

and carry que, na cena atual, dominam o comércio especializado na distribui-ção de doces.

Mergulhados nas escaramuças da campanha de Páscoa 2015, a maioria dos atacadistas é unânime em afir-mar que, independentemente dos ru-mos da economia, o setor segue firme em busca de resultados, com ou sem investimento, com maior ou menor rentabilidade. “2014 foi um ano bom. Crescemos 17% porque os itens que comercializamos são menos vulnerá-veis a crises na esfera financeira ou de crédito”, observa Osvaldo Nunes, diretor da Chocolândia, rede com seis unidades em São Paulo. Embora admi-ta dificuldade para igualar esse avan-ço no atual exercício, ele informa que,

Vitrine Atacadista

ações calculadasAtacadistas doceiros buscam frentes para não parar de crescer

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www.docerevista.com.br 17Janeiro/Fevereiro 2015 Doce Revista

passadas as turbulências do primeiro semestre, retoma o projeto de expan-são da rede. “Ainda vamos definir onde será a próxima unidade, se em Santos, Osasco ou Campinas”, ele deixa no ar.

Na Marsil, ícone do modelo de ne-gócio especializado na distribuição de candies, o diretor Alberto Marques informa que em 2014 a operação não acusou crescimento, empatando os investimentos bancados em recente projeto de expansão para o interior de São Paulo. Entre essas iniciativas ele destaca a instalação de um centro de

seguimos sem planos concretos para uma sequência. Mas se o segundo se-mestre for favorável, partimos para a sexta filial”, garante Fausto Cruz, dire-tor da rede atacadista paulistana. Sem prognósticos para 2015, ele frisa que sempre é difícil estabelecer metas no início do ano por conta das amarras tí-picas do período. Descontada a Páscoa, além da redução no movimento geral do comércio, o clima econômico atual impõe incertezas. “Com esse cenário, projeto 10% e se crescer 5% estou fe-liz”, argumenta Cruz.

Para a ataca-dista falcon 2014 levaria nota regu-lar. Deu para levar, mas o movimento ficou 8% abaixo do registrado em 2013, repassa Darci Barata, dire-tor da distribuido-ra. Desapontado com a falta de re-ação nas vendas,

ele também não arrisca palpite para o primeiro semestre. “O segundo é sem-pre melhor por diversas razões, mas estamos correndo o risco de cair ainda mais em relação ao ano passado”, cri-tica o comerciante.

Páscoa curta Com chuva ou sol, a Chocolândia

movimenta em torno de 3 mil toneladas (t) de chocolate no período da Páscoa. “Para se ter uma ideia do que isso re-presenta, distribuímos aqui 8 mil t de chocolate durante todo o ano e já che-gamos a vender 3,6 mil t em uma única campanha”, dimensiona Nunes. Ele te-oriza que este ano a “Páscoa é curta”, isto é, cai logo no início de abril, contin-genciando as vendas até 31 de março. Já em 2014 a Páscoa foi longa (20 de abril), ampliando as oportunidades de comercialização. “Quanto mais distan-te dos compromissos de início de ano,

melhor, pois o pagamento das compras acaba sendo jogado para maio”, ar-gumenta Nunes. Outro fator que pra-ticamente “blinda” a Chocolândia das quedas nas vendas é a diversidade de produtos. Com mais de 7.800 itens es-pecialmente direcionados à Páscoa, a distribuidora atende todos os públicos envolvidos com a data, de consumi-dores a transformadores artesanais e pequenas indústrias. Além de choco-late sob as mais variadas formas, são campeões de giro na data os brindes (brinquedos, miniaturas, surpresas) que preenchem gôndolas inteiras.

Alberto Marques, da Marsil, comen-ta que, se a campanha deste ano sina-liza algum desânimo, ele parte dos pró-prios fornecedores. Tanto que o maior volume de ovos de chocolate oferecido na atacadista é da marca própria da Marsil. “Estamos movimentando volu-mes desde outubro e devemos totalizar 6 mil caixas de ovos na atual campa-nha”, assinala Marques. Além disso, completa ele, mais 10 mil caixas de ovos de marcas da chamada primeira linha devem reforçar o arsenal. O di-retor, no entanto, observa que nenhum desses formecedores comparece com volume acima de 4 mil caixas. “Em 2014 as vendas se mantiveram, com perda muito pequena. Mas para este ano a indústria espera baixa de 7-8% em relação a última campanha e, por conta desse prognóstico, diminuíram os volumes”, argumenta o atacadista. Quanto a reajustes nos preços, ele si-naliza que realmente devem se estabe-lecer na faixa de 8%, abaixo dos 12% repassados em 2014.

Para Fausto Cruz, da Mano’s, a Páscoa sempre é e mais uma vez será uma incógnita. “Principalmente com tudo o que está acontecendo no país e a impressão passada de 2015 como mais um ano difícil”, reporta ele. O cli-ma de preocupação, todavia, pode se transformar em um forte estímulo para o consumo de ovos de chocolate. O

nUnes, da CHoCoLândIa SEQUêNCIA À ExPANSãO Só NO SEgUNDO SEMESTRE.

MarQUes, da MarsIL CRESCIMENTO SERá PUxADO POR DIVERSIFICAÇãO DO MIx.

CrUZ, da Mano’s LUTA POR AUMENTO NA COTA DE OVOS DAS gRANDES MARCAS.

distribuição (CD) em Boraceia (SP), na região de Bauru (SP). “Foi inaugura-do em abril passado e dá suporte aos 140 representantes que cobrem todo o estado”, assinala o dirigente. Em con-trapartida, a expectativa para 2015 é de avanço na faixa de 17-18%, com as medidas implementadas desde o segundo semestre do ano passado. Marques acentua que, além de contar com aumento no número de vende-dores – processo ainda em curso –, a meta deve ser atingida pela decisão de abrir o leque de categorias, incorporan-do itens de maior valor, além de mais categorias de alimentos, ao portfólio da distribuidora.

Também com ampliações bancadas em 2014, a Mano’s doces cravou alta de 8-10% em vendas e volumes, embora com lucratividade menor em função da alta concorrência. “Inauguramos a unidade de Vila Ré e, por enquanto,

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Doce Revista Janeiro/Fevereiro 201518 www.docerevista.com.br

maior problema são as cotas impostas pelas grandes marcas para produtos de primeira linha, observa ele. “Esta-mos sendo penalizados pelas indús-trias de maior porte, que têm reduzido as vendas para o atacado. Projetamos crescer 500% nas vendas de ovos de primeira linha, mas não sei se haverá produto para isso”, assinala Cruz.

A iminência de uma recessão ou a sensação de que o ano será muito di-fícil é lenha na fogueira das vendas de cobertura (chocolate industrial), princi-palmente para transformadores artesa-nais, considera Edemir Epifanio da Sil-va, diretor da super doce Maringá, rede de três atacados que opera na grande São Paulo. Pela sua calculadora, deve-rão ser comercializadas 80 toneladas de barras de chocolate e coberturas na

atual campanha de Páscoa. “En-comendamos um pouco mais este ano, porque sem-pre em ano difícil as vendas de co-bertura crescem”, situa o atacadista. Por conta dessa expectativa, Sil-va projeta alta de

30% no faturamento de Páscoa. Se a meta for alcançada, completa ele, as vendas do primeiro semestre devem registrar alta de no mínimo 10%, crava ele.

Também especializada na distribui-ção de coberturas e compounds, a Co-mercial Porto, de Campinas (SP), confir-ma o avanço na demanda do segmento por conta da conjuntura econômica. “Sempre que a estabilidade é amea-çada, como nesse começo de ano, as vendas de itens para complementação da renda familiar sobem significativa-mente”, observa Fábio Porto, dirigente da distribuidora, que opera no forma-to de venda direta (porta a porta). Na Páscoa de 2014, rememora ele, foram comercializadas em torno de 100 t de chocolate para transformação e a pre-

visão para a presente campanha é de, no mínimo, colocar 150 t. “Estamos escoando rapidamente os estoques e antecipamos pedido programado, con-tando com mais 30 t à disposição”, frisa o distribuidor. Sem palpite para o fechamento do primeiro semestre, Porto informa que, no ano passado, a empresa registrou crescimento de 25% em volumes e 39%, em faturamento. “Queremos manter o ritmo. Investimos na ampliação da nossa estrutura e, se for preciso, poderemos expandir nos-sa capacidade de armazenamento em 50%”, sublinha o empresário. •

Vitrine Atacadista

BaraTa, da faLCon AMEAÇA DE FATURAR AINDA MENOS DO QUE EM 2014.

sILVa, da sUPer doCe MarIngá CRISE É SINôNIMO DE ALTA NAS VENDAS DE COBERTURA.

fáBIo, da CoMerCIaL PorTo ESTRUTURA AMPLIADA EM 50%.

PásCoa VENDAS EM TELA QUENTE.

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www.docerevista.com.br 19Janeiro/Fevereiro 2015 Doce Revista

Os consumidores estão cientes de que o consumo de menos calorias é melhor para a saúde, mas não

abrem mão do sabor. Pesquisa da Min-tel detectou que 59% dos consumidores escolhem balas com seus sabores prefe-ridos, sendo esse o fator de maior influên-cia de compra.

A consulta perguntou, por exemplo, “Considerando especificamente balas e/ou gomas de mascar, qual ou quais, se for o caso, dos seguintes fatores fariam você escolher um produto ao invés de outro?”

Ela foi dirigida a uma base de 1.298 adultos, com idade igual ou acima de 16 anos que comeram balas e/ou gomas de mascar nos últimos seis meses (Fonte: Ipsos observer Brasil/Mintel).

O sabor preferido é um fator de influ-ência de compra especialmente entre os consumidores com menos de 24 anos. Isso é um fato raro, já que os consumido-res mais jovens normalmente procuram inovações e novos produtos, mas ao mes-mo tempo, eles são também os consumi-dores mais abertos a provar sabores que nunca haviam provado antes. As marcas

poderiam lançar novos produtos com sabores sortidos (novos e tradicionais) na mesma embala-gem para tentar atrair consumi-dores à compra

de uma maior variedade de produtos.A embalagem poderia atrair os con-

sumidores ao website ou perfil de redes sociais da empresa, onde poderiam votar nos melhores sabores ou deixar comen-tários/opiniões sobre os seus sabores preferidos, ajudando as empresas a des-cobrir os sabores que têm preferência de seus consumidores.

No Japão, a ítalo-holandesa Perfet-ti Van Melle levou essa estratégia ainda mais adiante, lançando o Mentos Tropical Rainbow – produto hoje já disponível no Brasil. A variedade de sabores é muito interessante, com manga, maracujá, aba-caxi, morango, maçã verde, uva e kiwi. O produto contém dois de cada um desses sabores e encontram-se todos dentro de

uma ordem ilustrada na embalagem.Apesar de os fabricantes estarem lan-

çando mais sabores em produtos da ca-tegoria desde 2012, só um quarto (26%) dos consumidores procuram sabores que nunca haviam provado antes. Quanto mais alta a idade do consumidor, menor a probabilidade de querer provar sabores novos. Isso gera questões sobre a lucrati-vidade de inovações em sabor nesse mer-cado, já que a população brasileira está lentamente envelhecendo.

Para tentar atrair esses consumido-res, as marcas poderiam lançar sabores de balas e gomas mais direcionados aos consumidores maduros como, por exem-plo, inspirados em bebidas alcoólicas (cerveja, caipirinha, cachaça), sobreme-sas (crème brulée, torta holandesa, pudim de leite), sabores sofisticados misturando doces e salgados (caramelos com sal e chocolate), e sabores exóticos brasileiros e orientais (carambola, cajá, calamansi).

*André Euphrasio é analista de mercado da Mintel

Fornecedora global de inteligência de mídia, consumidor e produto, por mais de 40 anos a Mintel tem propiciado a compreensão de tendências chaves, oferecendo dados exclusivos e análises que impactam diretamente nos negócios de clientes espalhados pelo globo. Com escritórios em Chicago, Nova York, Londres, Sydney, xangai, Tóquio, São Paulo, Mumbai, Kuala Lumpur, Toronto e Singapura, a consultoria moldou a reputação de uma marca mundial renomada. Mais informações sobre esse artigo, ou qualquer outro produto Mintel, podem ser obtidas pelo email: [email protected] ou pelo telefone 0800 095 9094.

ANDRÉ EUPHRASIO*

Ponto de Vista / André Euphrasio

tem gosto de showBalas e gomas de mascar vendem a tiracolo do sabor

BaLas e goMas de MasCar SABOR PREFERIDO É DETERMINANTE PARA CONSUMIDORES ATÉ 24 ANOS.

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Doce Revista Janeiro/Fevereiro 201520 www.docerevista.com.brwww.docerevista.com.br20

Para evitar uma repetição das ven-das mornas de 2014 a indústria e o trade decidiram suavizar o au-

mento nos preços dos ovos e figuras de Páscoa. Apesar da manutenção do giro chocolateiro na data mais importante da categoria, ficou clara a preferência de consumidores por itens de preços mais em conta, como bombons e ta-bletes, em alusão à comemoração que consagra a compra de ovos, afetando as metas da indústria. Em 2014, elas despejaram cerca de 20,2 mil tonela-das (t) de chocolate, que deram forma a cerca de 100,2 milhões de ovos, entre os quais 150 lançamentos. Mais cau-

telosos, para este ano, os fabricantes devem manter os volumes reforçando as apostas em chamarizes irresistíveis, tanto para quem aprecia saborear um chocolate como para as crianças e jo-vens mais interessados em surpresas e brindes que acompanham as linhas mais sofisticadas. Iniciada em setem-bro, a produção segue em andamento e continuará até a semana da Páscoa. “Não só o nosso setor mas toda a eco-nomia do país enfrentam um cenário recessivo, de crescimento em torno de zero. Por conta dessa conjuntura, a expectativa da indústria não vai muito além de manter os resultados alcan-

çados em 2014”, argumenta Ubiracy Fonseca, vice-presidente da área de chocolates da abicab (associação Bra-sileira da Indústria de Chocolate, Cacau, amendoim, Balas e derivados).

Ele confirma que, depois de for-te crescimento no período de 2008 a 2011, a produção de chocolate – a ter-ceira maior do globo, atrás dos EUA e Alemanha – vinha pisando no freio. Mas de janeiro a setembro do ano passado, segundo prévia da Abicab, os volumes recuaram 2% em relação ao mes-mo período de 2013. Em 2009, época marcada pela crise financeira global, a indústria de chocolate ainda degusta-

a caixa de ferrameNtasPara as vendas na Páscoa voltarem ao bem bom, a indústria de candies e chocolates recorre cada vez mais a brindes, licenciamentos, surpresas e mel nos preços

Especial / Páscoa

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www.docerevista.com.br 21Janeiro/Fevereiro 2015 Doce Revista 21www.docerevista.com.br

va o boom cho-colateiro local, contabilizando uma das Pás-coas mais lu-crativas de sua história. O setor produziu 23 mil t. de chocolate, convertidas em 113 milhões de

ovos e faturou mais de R$ 800 milhões. “A estabilização começou em 2012, mas manteve o desempenho do exer-cício anterior, ficando em linha com o crescimento do PIB, ao redor de 1%”, relembra Fonseca.

A única previsão mais concreta em relação à campanha pascal deste ano é que as empresas devem gerar aproxima-damente 26,5 mil empregos temporários – 10 mil na ala da produção e 16,5 mil na distribuição. Em 2014, foram 24 mil vagas temporárias abertas (ver à pág. 28).

Apesar de a indústria e o trade es-fregarem as mãos com a expectativa de vendas da Páscoa, as projeções de crescimento são menos pretensiosas. Embora a Abicab não arrisque previ-sões de preços, é consenso entre os maiores fabricantes do setor que o aumento na tabela dos ovos de Páscoa deve chegar no máximo a 10% – con-tra 12% em 2014. No setor atacadista distribuidor, os prognósticos e opiniões são divididos. Há quem confirme a ele-vação mais suave e os que, de outro lado, sustentam um aumento ainda mais forte em relação à última campa-nha. “Nessa temporada tem fornecedor que está repassando apenas metade da inflação, a exemplo da ferrero, cuja alta ficou em torno de 4%”, exemplifica Osvaldo Nunes, diretor da Chocolândia, termômetro da distribuição de choco-lates e candies na Capital paulista. (ver à pág. 16).

Como é de praxe, a justificativa dos

fonseCa, da aBICaB ExPECTATIVA DA INDúSTRIA É MANTER OS RESULTADOS DE 2014.

nesTLé MAIS CACAU NA MASSA E RODízIO DE gRIFES DE CHOCOLATE.

aumentos é o peso de ingredientes como cacau e açúcar, além dos cus-tos de mão de obra e embalagens. Boa parte dos insumos são cotados interna-cionalmente e a alta de 12,8% do dólar no ano passado afetou diretamente o custo do chocolate. Esses fatores são apontados pela maioria das marcas, justificando uma elevação média de

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7% a 8% no preço final dos ovos de chocolate. Segundo especialistas da ala varejista, mesmo que pequeno, o aumento levará o consumidor a pes-quisar muito as diversas opções, antes de realizar as compras.

Ao menos as grandes marcas bus-cam alinhar uma estratégia para segu-rar parte da alta de custos do setor e não assustar o consumidor com os pre-ços das parreiras de ovos. “Realmente a companhia neste ano empreendeu um esforço para minimizar o repasse de custos”, confirma Pedro Abondan-za, gerente de marketing de Páscoa da nestlé. Segundo ele, a alta média nos preços das 29 opções de ovos da marca deve ficar, no máximo, em 10%, crava o gerente. Com mudanças na formulação da massa de chocolate e versões com mais leite ou mais cacau, a empresa renova apostas nas suas grifes mais tradicionais, consumidas em versões de barras, tabletes e bombons ao longo do ano. Além disso, promove um rodízio de grifes, por exemplo, substituindo a ver-são do ovo Lolo pela de KitKat, a aposta maior para esta campanha, ao lado dos ovos Alpino e Suflair, frisa Abondanza. Controlada da Nestlé, a garoto também aderiu ao controle de preços e sinaliza aumento de 8% nas tabelas deste ano em relação à Páscoa de 2014, repassa Keila Broedel, gerente de marketing da empresa. A companhia, acrescenta ela,

aposta nos sabores clássicos do portfó-lio. Marcas que ajudaram a construir a história da empresa ao longo de seus 85 anos, como Talento, Baton e Serena-ta de Amor, chegam repaginadas com destaques e variações. “Ao todo são 23 itens com o melhor do chocolate da marca, que foi reformulado, com maior teor de cacau ou leite, conforme a ver-

liza um arsenal de 45 produtos, com lançamentos nas linhas de pré-Páscoa e infantil, além dos ovos clássicos, informa Maykon Vieira, gerente de marketing da companhia. Para estufar as prateleiras e parreiras de todo o país, cerca de 26 milhões de ovos de cho-colate são fabricados desde setembro na unidade da Mondelez de Curitiba (PR), onde cerca de mil funcionários temporários foram contratados, entre produção e vendas. “Variamos bastante o portfólio para atender todos os tipos de públicos e gostos”, ressalta ele. Os jovens, completa, podem escolher ovos divertidos e com espírito “descolado”, como o Bis. Já os fãs da marca Oreo ganharam um ovo especialmente feito para eles. Também completam o mix os clássicos mais vendidos, como os ovos Sonho de Valsa e Diamante Negro. Há 18 anos seguidos a marca Lacta abo-canha o troféu de campeã da Páscoa nacional, com participação e torno de

garoTo MUDANÇAS NA FóRMULA E APOSTAS NAS MARCAS TRADICIONAIS.

são, para cativar o paladar dos consu-midores”, sublinha ela. O maior lança-mento é o Ovo Baton de Colher, com 73g, novidade que combina o Chocola-te Baton com recheio cremoso ao leite para ser consumido com uma exclusiva colher Baton.

Sem definir percentuais para apli-cação na tabela de ovos, a Lacta, marca campeã da Mondelez Brasil, disponibi-

37% das vendas envolvendo a data, segundo monitoramento da nielsen, re-passa Vieira.

Com 20 anos completados em 2014, a Top Cau sobressai na cena chocolateira com uma atuação que, desde 2000, investe pesado em licen-ciamentos de personagens e marcas populares para o público infantojuve-nil e na produção de ovos exclusivos

aLaIs, da ToP CaU OVO INSPIRADO EM SÉRIE BRITâNICA É A SENSAÇãO PARA O PúBLICO INFANTIL.

Especial / Páscoa

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www.docerevista.com.br 23Janeiro/Fevereiro 2015 Doce Revista 23www.docerevista.com.br

para grandes redes varejistas. “Entre as apostas para a atual campanha, a sensação para o público infantil é o ovo da Peppa Pig, série britânica que encanta as crianças”, comenta a ge-rente de marketing Alais Fonseca. O ovo de 150g, ela detalha, vem acom-panhado de um bowl de cereal matinal com imagem da personagem. Outro destaque do portfólio de 2015, é o ovo As Winx (150g), com miniaturas das personagens Bloom, Flora e Stella, e o arrasa-quarteirão Frozen. “Este ano, ele vem com duas novidades: o ovo que leva o nome do filme inclui um porta-segredinhos e uma coroa para as meninas se aventurarem. Já o ovo do Olaf, vem com um boneco balanci-nho do personagem”, grifa Alais.

O cordão do otimismo nas vendas de Páscoa é engrossado pelas redes de chocolaterias. Na Cacau show, a campeã em número de lojas, o diretor Alexandre Costa acena com reajustes

de no máximo 7%, que cobre apenas a inflação acumulada no último ano, ape-sar de a alta de custos ter ficado acima desse patamar. Enquanto empresas de grande porte, como a nestlé, cogitam re-duzir o volume de produção em relação ao ano passado para evitar encalhes, a Cacau Show está elevando a quantida-de de itens fabricados em 17%, repassa

Costa. “A expectativa é crescer 25% em faturamento”, assinala o empresário. Com 1,8 mil chocolaterias no país, ele almeja fechar 2015 com 2 mil unidades. Segundo ele, a Páscoa responde por um quarto das vendas anuais da Cacau Show, que faturou R$ 2,4 bilhões no ano passado. Para a campanha atual, a gri-fe desenvolveu 50 itens exclusivos e 18

VIeIra, da MondeLeZ 45 ITENS NAS LINHAS PRÉ-PáSCOA, INFANTIL E CLáSSICOS TOTALIzAM CERCA DE 26 MILHÕES DE OVOS.

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Doce Revista Janeiro/Fevereiro 201524 www.docerevista.com.brwww.docerevista.com.br24

lançamentos. Entre as novidades, Costa pinça o Ovo gourmet Rosé e o especial La Creme, com casca recheada e a cre-mosidade do chocolate com mais leite, em embalagem especial para presente.

A previsão também é de bom tempo para o caixa para os lados do grupo CrM, dono das franquias Kopenhagen e Choco-lates Brasil Cacau. Ele projeta crescimen-to de 20% em relação à última Páscoa, data que concentra 30% das suas ven-das anuais. Renata Moraes Vichi, vice--presidente de marketing da companhia, calcula a alta de preços em torno de 8% em relação a 2014. A Kopenhagen lança

criada para bater de frente com a Cacau Show e que deverá fechar o ano com 700 pontos de venda.

A Páscoa é esperada com ansiedade pela indústria de chocolates Munik. De olho no astral dessa data temática, ela apresenta cinco novidades, além de sua linha tradicional para a ocasião. Camila Marconi, gerente de marketing da mar-ca, informa que, na campanha deste ano, os destaques são o Ovo de Colher Pão de Mel ao Leite e o Ovo de Colher Pão de Mel Licor. “Os produtos vêm com uma casca de chocolate ao leite, recheados com pão de mel nos sabores

Lactose, de 200g e Ovinhos ao Leite Maciços, a granel.

Atenta às necessidades especiais de parte do público de chocolates, a Munik investe este ano também em produtos que aliam prazer à saúde, oferecendo opções para atender pessoas que se-guem dietas especiais. Para quem tem intolerância a leite e derivados a marca lança o Coelho sem Lactose. Elabora-do com chocolate meio amargo sem lactose, vem em embalagem de 100 gramas, ao preço de R$ 17,50. A Mu-nik produz também o Ovo 50% cacau sem lactose, recheado com bombons de chocolate meio amargo sem lacto-se, em embalagem de 200 gramas ao preço de R$ 34,90. Já para os consu-midores que têm ingestão de açúcar controlada, a marca apresenta o Ovo de Chocolate ao Leite Diet, sem a adição de açúcar e recheado de bombons diet sortidos. O produto vem em embalagem de 200 gramas ao preço de R$ 39,80.

No balcão da Village, os ovos das linhas infantil e teen são as grandes apostas para a campanha deste ano. Reinaldo Bertagnon, executivo de ma-rketing e vendas da empresa, repassa que a marca apresenta sete lançamen-tos de chocolate ao leite. A linha galinha Pintadinha, detalha ele, conta com duas novidades: caixinha de miniovos de 45g e ovos de 40g, 80g e 170g, este com uma caneca com o desenho da per-sonagem. Também incluem-se entre os destaques as linhas Chiquititas, em versões de 80g e 170g, sendo a maior

renaTa, do grUPo CrM LANÇAMENTOS, REEDIÇÕES E êNFASE EM REDE POPULAR.CosTa, da CaCaU sHoW ALTA DE 25% NAS VENDAS DE OVOS.

17 produtos e 17 reedições, já a Chocola-tes Brasil Cacau apresenta 15 novidades e 11 reedições. Entre os lançamentos, Renata sublinha a linha Dessert, com os Ovos Dessert Merengue com Limão (de 350g) e Cheesecake de Frutas Vermelhas (330g). Na esfera da Chocolates Brasil Cacau o destaque vai para os ovos de 350g. O grupo CRM faturou R$ 1 bilhão em 2014 e pretende investir na expansão da Chocolates Brasil Cacau, rede popular

ao leite e licor”, detalha. As novidades já podem ser degustadas nas lojas da marca acompanhadas de uma colher personalizada, em embalagem de 180g. Entre outras inovações, grifa Camila, os fãs do chocolate Munik podem conferir o Ovo Crocante Meio a Meio, produzido com meia casca de chocolate ao leite e meia casca de chocolate branco, em embalagem de 120g; o Cartão Placa Feliz Páscoa, com 60g; o Coelho Sem

oVo de CoLHer VARIAÇÕES SABOR PãO DE MEL EM DESTAQUE NO PORTFóLIO DA MUNIK.

Especial / Páscoa

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acompanhada de estojo com pente e espelho para as meninas; Scooby Doo (120g), com caneta em formato de osso e Looney Tunes (120g), com um copo decorado. Toda a linha infantil também conta com versões de minibolos pas-cais Mini Bella Páscoa (90g). Já para o paladar dos adultos, a marca lança os ovos Village (180g), Floresta Negra (350g), com bombons de cereja e Char-me (450g).

tura macia e úmida, o Pane Di Pasqua mantém a qualidade já reconhecida em outras linhas da Panco. No formato de caixas de presente, as embalagens exi-bem cores exclusivas para cada sabor, enfatizando as imagens do produto em destaque e decoração interna que per-mite servir na própria caixa.

O bolos podem ser encontrados em pontos de venda (PDVs) de São Paulo e Rio de Janeiro e na cidade de Curiti-

Entre os pontos altos da linha Surpre-sas Mágicas, frisa ela, o Ovo Tortuguita HeadPhone (150g) traz um exclusivo e personalizado headphone da per-sonagem, nas cores verde, branco e azul. Para surpreender ainda mais as crianças, a marca também lança o Ovo Princesinha Sofia (150g), com a miniatura da princesa e uma luz lilás que acende em seu vestido, e o Ovo Disney Fadas (150g), com miniatura da fada Tinker Bell de brinde. Os ovos Bon o Bon Beijinho (250g) e Arcor 70% Amargo (250g) completam a lista de destaques entre os lançamentos.

Entre os estreantes nas gôndolas da Páscoa, a rede de franquias Bombuello Chocolates, especializada em chocola-tes 30% cacau, com cinco unidades no estado de São Paulo e uma no Rio de

Entendendo a Páscoa como um mo-mento de celebração e união, a Panco oferece seu Pane Di Pasqua, linha de bolos pascais de sabor diferenciado e textura delicada, em três versões: Fru-tas Cristalizadas, com toque especial de amêndoas inteiras e crisps de açúcar; gotas sabor Chocolate, com pedaci-nhos de chocolate na massa e o Mes-clado sabor Chocolate Tipo Suíço, item mais sofisticado que inclui um sachê de cacau em pó para polvilhar em cima das fatias. Elaborado com ingredientes cuidadosamente selecionados e com fermentação natural, que confere tex-

ba (PR), ao preço sugerido de R$ 12,00 a versão Tradicional e R$ 15,00, a do Mesclado.

Com cadeira cativa na tribuna de honra do setor doceiro, a arcor reser-va para essa campanha 29 ovos de Páscoa dentro das linhas Tortuguita, Licenças e Fanáticos por Futebol, fora uma série especial para adultos. ga-briela Bonella, gerente de Páscoa da empresa, pinça entre as novidades o Ovo Tortuguita Maleta (de 100g), em formato de lancheira com alça, que pode ser conferida nas cores azul e roxa, no sabor de chocolate ao leite.

Janeiro, agita o pedaço com itens, dis-poníveis desde fevereiro em suas lojas e. Entre os lançamentos estão ovos de Páscoa diferenciados e outras opções, como moldados de chocolate em forma de coelho e miniovos. “A marca foi uma forma de suprir a necessidade de cho-colate para a produção da frutiquello, grupo do setor de sorvetes e detentor da franquia”, resume Rogério Martins, diretor da empresa. Entre os lançamen-tos reservados para essa campanha, ele sublinha o ovo Blanc e Rouge, de cho-colate branco artesanal com recheio de flocos crocantes de frutas vermelhas; o

LInHa da PanCo PARA MOMENTOS DE CELEBRAÇãO E UNIãO.

CHoCoLaTe PreMIUM e BeIjInHo NOVIDADES NA CAMPANHA DA ARCOR. CHoCoLaTes 30% CaCaU ESPECIALIDADE DA BOMBUELLO PARA A PáSCOA.

Especial / Páscoa

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www.docerevista.com.br 27Janeiro/Fevereiro 2015 Doce Revista 27www.docerevista.com.br

ovo Premium, de chocolate branco arte-sanal, com embalagem nas cores prata e dourado e o Brigadier, de chocolate 30% cacau, com recheio de brigadeiro e granulados.

Para os pequenos a novidade fica a cargo do coelho da Páscoa, acompa-nhando de seis miniovos de 100g. Para crianças que ainda não podem comer tanto chocolate, a marca preparou uma

surpresa para estimular a criatividade: a embalagem de 200g de chocolate ao leite artesanal 30% cacau vem acom-panhada de adesivos com pegadas do coelhinho da Páscoa.

aPeLos IresIsTíVeIs ATRATIVOS ALÉM DO CHOCOLATE INCLUEM OBJETOS DE DESEJO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES.

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Passada a frustração pela ex-pectativa de emprego no perío-do de Natal e festas de fim de

ano, a Páscoa reacende a esperança de quem ainda planeja encontrar uma oportunidade temporária na data, este ano programada para 5 de abril. Pelas projeções dos fabricantes de chocola-te, 2015 vai movimentar um contin-gente sazonal de postos de trabalho 10,4% superior ao do ano passado. Estão previstas 26,5 mil contratações para esta Páscoa contra as 24 mil de 2014 e as 20 mil registradas nos dois anos anteriores.

A justificativa para o incremento

não é necessariamente associada à voracidade aumentada do apetite dos consumidores, que devem devorar as mesmas 20 mil toneladas de chocolate do ano passado. Uma das explicações está no aumento do número de pontos de venda (PDVs) em todo o país ao lon-go do ano passado, exigindo um núme-ro maior de promotores para atender a demanda, observa Ubiracy Fonseca, vice-presidente da área de chocolates da abicab (associação Brasileira da In-dústria de Chocolate, Cacau, amendoim, Balas e derivados). “O trabalho no varejo é intenso, pois há no total cerca de um milhão de PDVs espalhados pelo Brasil

e, em alguns casos, são dois turnos de trabalho, demandando muita mão de obra temporária, pois a venda de ovos de Páscoa exige uma abordagem do consumidor”, assinala Fonseca. Com início em outubro, quando os fabrican-tes de ovos de chocolate reforçaram as suas linhas de produção, o período de contratação de temporários seguiu até o Carnaval, exatamente quando são contratadas as equipes de promotores. Dos 26,5 mil postos de trabalho, o diri-gente da Abicab estima que 40% foram admitidos para a operação na fábrica, sendo os 60% restantes convocados para dar suporte à distribuição. •

coelho abre vagasCresce o número de empregos na indústria e na distribuição de ovos de chocolate

LInHa de ProdUÇão de oVos 40% DAS CONTRATAÇÕES DE TEMPORáRIOS.

Especial / Páscoa

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goMas de MasCar DESACELERAÇãO EM VOLUME E ALTA EM VALORES.

Intensificada nos últimos três anos, a queda na produção nacional de candies é em parte amortecida pelo

desempenho do reduto chicles de bola e gomas de mascar. Ainda que acuse desaceleração da demanda em volu-mes, o segmento sustenta alta no giro em valor. Monitoramento da Euromo-nitor International mostra que o con-sumo na ponta do varejo despencou de 58.800 toneladas (t) em 2009 para 48.700 t em 2014, cravando queda de -17,1% no quinquênio. Já em valores, apura a consultoria, o giro avançou de US$ 1,537.4 bilhão para US$ 1,789.9 bilhão, registrando salto de 16,4% no mesmo período. Na realidade, apesar do declínio decorrente da estagnação geral de confeitos açucarados, o volu-me de vendas do segmento de gomas cresce em torno de 2% no Brasil, ob-

servam especialistas. Com a expansão do consumo e o ingresso de novas ca-tegorias ao longo dos últimos dez anos é natural que os volumes comecem a decrescer, dando espaço a inovações que agreguem valor à categoria. O diagnóstico bate com a avaliação de um elo anterior na cadeia de produção das gomas de mascar. “Esse proces-so acompanha o cenário no resto do mundo em especial nos mercados mais desenvolvidos, refletindo o amadureci-mento do consumidor que busca pro-dutos de maior qualidade, associados a maior prazer”, observa Juliano Benas-si, gerente comercial da Socer Brasil, supridora nacional de goma base, um dos principais insumos na fabricação de chicles. Para ele, essa demanda é pautada por produtos sensoriais e pela percepção de qualidade premium, nes-

se caso, traduzida em maciez e prolon-gamento do sabor (long lasting), que são as características mais requisitadas nos desenvolvimentos. “Tais proprie-dades requerem matérias-primas no-bres e consequentemente mais caras”, assinala o especialista. Embora a afir-mação explique porque o segmento cresce mais em valor do que em volu-me, a maioria das empresas que atuam na categoria associa o fenômeno ao fato de a oferta e o consumo no Brasil seguir de perto as tendências globais.

Provedora de resinas naturais con-trolada do Grupo RB, a Socer Brasil opera no reduto de insumos para go-mas de mascar desde 2011, com uma planta de goma base instalada em Ita-petininga (SP). Com investimento or-çado em R$ 7 milhões, a unidade ocu-pa área de 25.000 metros quadrados dentro de um complexo de 150.000 metros quadrados. Benassi informa que a fábrica opera com processo 100% automatizado uma capacidade em torno de 1.500 toneladas mensais de goma base em pellets, formato que facilita a dissolução do insumo nas formulações de confeitos.

Em geral, explica ele, a goma base é fornecida no padrão flake ou em blo-cos de 25 quilos, que exigem etapa de fracionamento. No formato de pellets, pode ser entregue na exata quantidade (em quilos) usada na formulação dos clientes, eliminando pesagens e riscos de contaminação, que pode ocorrer após a abertura da embalagem sem a total utilização do conteúdo. A Socer abastecia o mercado de éster de gli-col, um dos ingredientes (ester gum) da goma base, para fabricantes como a Arcor e Mondelez, que formulam a

No céu da bocaCrescimento em valor de gomas de mascar surfa na evolução de matérias-primas e equipamentos

InsumOs & máquInas

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própria goma base, relata o gerente. Mas com o avanço da demanda o gru-po decidiu ingressar no segmento com a instalação da fábrica em Itapetinin-ga. Para isso, complementa Benassi, a companhia adquiriu duas linhas de ex-trusão/mistura Sigma, com capacidade de duas toneladas cada (por batelada), e já está instalando a terceira para ex-pandir a produção. “A unidade foi projetada para receber seis linhas. O plano imediato é dobrar a capacidade atual e, em quatro anos, atingir o po-

tencial de 6.000 toneladas”, sinali-za o executivo.

Segundo Benassi, a demanda atual de goma base no país ronda a faixa de 1.500-2.000 toneladas mensais, incluindo o consumo da Arcor do Brasil e da fábrica argen-tina da Mondelez, dois dois maio-res fabricantes de gomas de mascar com atuação no mercado brasi-leiro. “Alguns dos nossos clientes

estimam que o mercado de goma base cresça de 8% a 12% por ano no Bra-sil, projeção na qual se baseiam nossas metas”, sublinha Benassi, posicionan-do que a Socer já abocanha mais de 50% das vendas de goma base no país.

goma biodegradávelProduzida sob a marca Sweet

Gum, o insumo da Socer sobressai, por exemplo, pela alta capacidade de mistura. “Os pellets permitem uma rápida dissolução no equipamento

do cliente, encurtando o processo de homogeneização da massa”, assinala Benassi. Outro ponto alto da goma base produzida em Itapetininga é a qualidade em si do produto, que leva 80% de ingredientes importados e de primeira linha, assegura o gerente. “Somos os maiores do setor e isso in-clui sermos os maiores exportadores e também importadores do segmento”, grifa, concluindo que essa calibragem entre custos e benefícios na fabrica-ção da goma base reverte em maior competitividade à linha Sweet Gum. A Socer, ele acentua, tem condições de oferecer um produto extrema-mente customizado, uma vantagem sobre a goma base convencional que apresenta variações de apresentação. A proposta é desenvolver produtos estritamente dentro das exigências da clientela, seja para uma formulação já existente ou de acordo com novas características. “Temos condições de

BenassI, da soCer DEgRADAÇãO EM TRêS MESES COM gOMA BIODEgRADáVEL.

KoBLInsKI jr., da KoMaTeC LINHAS DA BOSCH DOMINAM A TECNOLOgIA PARA gOMAS DE MASCAR.

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entregar uma goma base igual à que o cliente usa ou com novos apelos, seja de sedosidade, textura ou até fa-zer uma bola grande”, exemplifica. A empresa hoje atua nos três segmentos de goma de mascar: convencional (de chicles de bola do tipo brick), non sticking (para drageados ou gomas recheadas tipo Bubbaloo) e chewing gum (para produtos isentos de açú-car). Entre as novidades no portfó-lio, Benassi acena com o lançamento de uma variante biodegradável. “Um chicle normal leva cinco anos para se degradar. Estamos desenvolvendo uma goma que degrada em apenas três meses, não gruda, não adere e não polui”, assinala ele. Outra inovação saindo da incubadora é uma goma base hidrogenada à base de éster de glicerol, que assegura o prolonga-mento do sabor. “Tem a capacidade de absorver e encapsular o aroma e mantê-lo por mais tem-po”, detalha. O lança-mento está previsto para o primeiro semestre de 2016.

Através da trilha aberta pelas exportações de ester gum, que hoje segue para 11 destinos, a Socer tam-bém exporta a sua goma base. “Em termos de qualidade, nosso produto nada deve a contratipos do mercado global como os da italiana Gum Base Co. (controlada da Perfetti Van Mel-le) ou da espanhola Cafosa (empresa da Wrigley, controlada da Mars)”, confronta Benassi. Entre os maiores compradores de goma base da com-panhia ele aponta a Colombia, Peru, Equador e países da América Central.sinergia tecnológica

Se a demanda de goma base dá sustentação ao desempenho do seg-mento de gomas de mascar pelo lado

mais tecnológico, a oferta de máqui-nas e equipamentos também acom-panha essa movimentação. Entre as supridoras desse mercado desponta a alemã Bosch, cuja divisão de Confec-tionery & Food adquiriu em 1996 a francesa Togum. “Ela na realidade in-corporou o que era na época o maior fabricante de máquinas para a indús-tria de gomas de mascar. Até hoje, a marca ainda é sinônimo de tecnologia em sistemas para fabricação de chicles de todos os tipos”, sublinha Thomas

Koblinsky Jr., diretor da Komatec, representante da divisão de confectio-nery da Bosch no Brasil.

Atualmente, acrescenta o agente, os equipamentos para gomas e chicles são produzidos na unidade da Bos-ch em Viersen, na Alemanha, onde também são fabricadas as cozinhas e linhas de processamento da indús-tria de candies. Entre os destaques do portfólio de máquinas para gomas de mascar ele inclui as extrusoras Ropex, de design e vantagens inovadores, de-senho totalmente sanitário, modulari-dade do sistema extrusor, adequação para CIP (clean in place) e fácil ma-nutenção e limpeza. “Acompanham os projetos linhas Cut & Wrap, com-postas com as extrusoras Ropex e

túneis de resfriamento para produtos de um a três ou mais cores”, subli-nha Koblinsky Jr. Além de linhas tipo Rolling & Scorring para fabricação de gomas laminadas (sticks, pellets, slabs), com e sem açúcar, com capa-cidades de até 4.500 quilos/hora; e linhas tipo “Ball Forming”, para pro-dutos ocos ou recheados, o menu da Bosch inclui as já conhecidas linhas Uniplast para gomas estampadas re-cheadas. “Nos últimos 10-20 anos, a Bosch forneceu inúmeras linhas para

o Brasil e o mundo todo e os itens fabricados nessas linhas são encontrados na maioria dos pontos de ven-da (PDV) do país”, repor-ta o executivo, sem preci-sar números. Ele esclarece que, na atualidade, há dois mercados principais de go-mas no Brasil: o de gomas recheadas, com pós ou lí-quidos, cujo público alvo é, na maioria, o infantil; e o de gomas laminadas ou pellets drageados, a maio-ria isenta de açúcar. “As inovações estão em for-mulações diferenciadas,

como sabores, aromas, refrescância, corantes, recheios, etc. No passado o diferencial se baseava em um brinde, como uma figurinha, uma tatuagem, mas hoje as licenças (Disney, Marvel, etc.) dominam o segmento”, avalia Koblinsky Jr. Ele informa que a Ko-matec forneceu diversas linhas para gomas de mascar da Bosch, sendo a mais recente instalada em 2014, para produtos ocos, recheados com pós, fabricados com uma máquina forma-dora dupla de alta capacidade WAD 0080. Sem revelar o destino do equi-pamento, por cláusula contratual de sigilo, Koblinsky Jr. sustenta que a maioria das linhas para gomas reche-adas estampadas instaladas no Brasil foram vendidas pela Komatec. •

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desTaQUe do MosTrUárIo da BosCH MODULARIDADE DO SISTEMA ExTRUSOR E FáCIL MANUTENÇãO E LIMPEzA.

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COnsulTOREs

Cacau

Como havíamos previsto em novembro, os preços do ca-cau evoluíram para o lado

durante todo mês de dezembro e a primeira metade de janeiro. As co-tações do mês mais negociado na Bolsa de Nova York gravitaram dentro de uma faixa relativamente estreita, em torno de US$ 2,900, li-mitadas do lado de baixo pelo nível

de US$ 2,850 e recuando cada vez que se aproximavam a US$ 3,000. O mercado estava no aguardo da divulgação das moagens mundiais do quarto trimestre de 2014 e da definição das perspectivas do desempenho das safras afri-canas.

As moagens começaram a ser publicadas a partir de me-ados de janeiro e todas vieram abaixo das expectativas. A Europa sofreu uma queda de 7,42% em comparação com o quarto trimestre de 2013, superior às previsões de 2-5%, e a América do Norte, onde se havia esperado um modesto aumento, também registrou 1,95% negativo. O desempe-nho pior foi da Ásia, cujo volume despencou 17,16%, e o Brasil não fugiu à regra com uma diminuição de 9,54%. No cômputo geral, a queda das moagens de todos esses países, que representam cerca de dois terços do total mundial, che-gou a 9% e intensificou o sentimento pessimista com rela-ção ao consumo. Ao mesmo tempo, as entradas semanais de cacau da Costa do Marfim mantinham volumes robustos, aproximando-se ao desempenho recorde histórico da safra anterior e alimentando as previsões que a atual safra termi-naria novamente com superávit.

O cenário fundamental fortemente baixista resultante da conjunção destes fatores – negativos para o consumo e po-sitivos para a produção – desencadeou uma corrida de liqui-dação de posições compradas dos fundos especulativos, que reduziram seu portfólio combinado nas bolsas de Londres e de Nova York em mais de 48.000 contratos para o menor nível dos últimos 17 meses. Como consequência dessa liqui-dação, as cotações do mês mais negociado em Nova York sofreram uma queda de US$ 320 nos 13 dias de operação

Thomas Hartmann é cacauicultor, analista do mercado internacional de cacau e titular da

TH Consultoria e Estudos de Mercado.

entre 14/1 e 2/2 e recuaram para o seu ponto mais baixo desde o início de janeiro de 2014.

A queda foi interrompida pelo surgimento de rumores que a safra de Gana sofreria uma quebra substancial, confir-mados dias depois pelo anúncio oficial do Cocobod, empre-sa estatal que detém o monopólio da comercialização, que o total das suas compras de cacau desde o início da safra em outubro do ano passado até 29/1 estava mais de 150.000 t abaixo da quantidade que havia sido comprado no mesmo período da safra passada. O cunho altista desta notícia foi reforçado por previsões que a safra temporã da Costa do Marfim também poderia ser até 120.000 t inferior à do ano passado, abrindo perspectivas que o resultado da corrente safra, até agora considerada superavitária pelo consenso do mercado, voltaria a apresentar um déficit.

A reação de alta a esta possível mudança da conjuntura fundamental foi tão fulminante quanto havia sido a queda de semanas atrás. Em apenas oito dias de operação, entre 2/2 e 12/2, os preços da Bolsa de Nova York subiram quase US$ 250 e retornaram para o patamar anterior em torno de US$ 2,900. A atual condição do mercado de cacau é extre-mamente volátil, tornando aleatória qualquer previsão.

Volatilidade preValece

Thomas Hartmann

Cacau

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www.docerevista.com.br 35Janeiro/Fevereiro 2015 Doce Revista 35www.docerevista.com.br

A joB economia realiza dia 10 de abril no Hotel Intercontinental, em São Paulo, a 14º edição de seu Seminário Anual - Estratégias Empresariais para Açúcar e Etanol. Em um mundo globalizado, onde uma série de variáveis trazem influências sobre o mercado de açúcar, cada vez mais a excelência na gestão do negócio de venda ou compra e uma boa estratégia empresarial farão a diferença no resultado econômico-financeiro do negócio. Esse desafio é incorporado nos objetivos do Seminário, fórum que pretende oferecer ideias e conceitos para o entendimento correto da situação atual. Para mais informações, inscrições e programação completa acesse nosso site: www.jobeconomia.com.br.

Desde dezembro, o merca-do internacional de açúcar apresentou forte oscilação

de preços. Nesse período, o pri-meiro vencimento no Mercado de Futuros da Bolsa de Nova York apresentou variação entre 14,17 cents/lb e 15,91 cents/lb. Em fun-ção da valorização do dólar em relação ao real, no período, os

preços em centavos R$/lb – que indicam a remuneração ao produtor – apresentaram oscilação positiva, quando com-paramos o inicio de dez/14 e meados de fev/15.

Os fatores que influenciaram o mercado de açúcar nos momentos de altos e baixos nesse período foram estoques mundiais elevados (principal fator baixista para preços); o preço do petróleo em queda (sugerindo menor competiti-vidade do etanol brasileiro frente à gasolina e, por conse-quência, estimulando a oferta do açúcar); e a valorização do dólar frente ao real, tornando a exportação do açúcar brasileiro mais atrativa.

Entre os fatores que levaram a alta de preços incluem--se as estimativas de redução da oferta mundial de açúcar, sinalizando um menor superávit mundial de açúcar na sa-fra 2014/2015 e déficit na safra 2015/2016; e a atuação dos fundos de investimento, que saíram de uma posição

Ronaldo Lima Santana é sócio-gerente da JOB Economia e Planejamento

Forte oscilação

Ronaldo Lima Santana

Açúcar

liquida vendida e agora estão comprados.O gráfico a seguir abaixo à esquerda mostra o compor-

tamento dos preços do açúcar demerara na Bolsa de Nova York, tomando como base o vencimento de Março/15.

No caso do açúcar negociado no mercado doméstico, principalmente no estado de São Paulo, a tendência dos preços no período foi de queda. Estoques relativamente elevados no mercado interno contribuíram para o ambien-te baixista para preços. Além disso, o mercado externo, mesmo com a valorização do dólar, só veio dar suporte aos preços a partir do final de janeiro último.

O gráfico a seguir apresenta os preços médios semanais negociados em São Paulo apurados pelo Índice JOB Eco-nomia de preços.

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Mesmo com espaço total redu-zido e alguns desfalques en-tre fabricantes e marcas de

grande porte internacionais, a alemã IsM – feira Internacional de doces e Biscoitos provou que continua sendo a maior vitrine global do setor de confei-tos (confectionery). Além de constituir o maior balcão de negócios mundial do setor, sinalizar os rumos da indústria e exibir a consolidação de tendências nos vários segmentos são desafios que, seguramente, põem em xeque a credibilidade de uma feira anual. Essas condições-chave, no entanto, foram plenamente preenchidas nessa 45.ª edição da mostra alemã. Montada de 1 a 4 de fevereiro em Colônia (Alemanha), a ISM colocou em relevo novidades sa-ídas das incubadoras que, no conjunto, expressam a formação de tendências inovadoras na cena doceira. Um dos destaques, conferidos em estandes de diversos países, foi a incorporação de correntes já consolidadas em outras categorias de alimentos, a exemplo de linhas sob o guarda-chuva da onda

um trailer do futuroA maior feira de confeitos do planeta cintila o status de plataforma global de lançamentos e tendências

Feira

de saúde e bem-estar, em segmentos como balas, chocolates, gomas, biscoi-tos e snacks. Ainda mais radicais, tarjas emprestadas de alimentos especiais, como organic food, gluten free, veggie (vegetariano ou vegano) e low lactose/fructose, tingiram as embalagens de confeitos e guloseimas.

Apesar da flagrante diminuição de espaço, com pavilhões inteiros desa-tivados, a ISM ostentou o número re-gular de empresas participantes, num total de 1.513 exibidores, sendo 228 da Alemanha. Isso foi possível com as inovações adotadas no âmbito da or-ganização, a exemplo da montagem em sistema de “ilhas” para acomodar micro e pequenas empresas em espa-ços modulares bem menores que os de estandes convencionais, repassa Dietmar Eiden, vice-presidente de ge-renciamento da ISM. “Além do espaço Newcomer Area, de companhias estre-antes na feira, agregamos à mostra em primeira mão uma ala de cafés gour-met e expandimos o espaço de expo-sição de novos produtos”, comenta o

executivo. É sintomático que, dentre as empresas (trend topics) presentes, 196 exibiam rótulos bio/organic; 124, com-pareceram com selos fair trade; 133, com a inédita rotulagem allergy-frien-dly (de produtos não alérgicos); 216 com produtos artesanais (hand made) e 261 com tarja sugar free, enfatizando o uso de edulcorantes de ponta como o erythritol e o já conhecido xylitol, con-tabiliza Eiden.

Não foi total surpresa que o ganha-dor do prêmio de produto mais inovador da feira tenha surgido da ala reservada a microempresas. Com um único item na mostra, a empresa turca Toller gida abocanhou a láurea com o Soundycan-dy. “É o único confeito que faz a fusão de uma bala dura convencional com efeitos acústicos típicos da categoria de popping candy. A diferença é o efei-to em si, totalmente inovador”, resume Tolga Erden, diretor da Toller. Ele acres-centa que o efeito acústico na boca é intensificado quando se degusta a bala acompanhada de uma bebida quente ou gelada.

IsM EFEITO ACúSTICO, FRUCTOSE/LACTOSE-FREE, PRODUÇãO NATURAL E FAIR TRADE.

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Na ilha de empresas Newcomer Area puderam ser conferidas as no-vidades enquadradas nas tendências mais fortes na ISM. A germânica fru-sano, por exemplo, puxou o cordão das linhas isentas de frutose (fructose-free) – açúcar derivado do milho utilizado no processamento industrial –, substituída por um composto de xarope de glucose especial (fructose-free glucose syrup), testado em consumidores com into-lerância à frutose. Outro destaque do portfólio da Frusano é a linha de choco-late Bio Filita, à base de amaranto, grão

originário do Peru, com pro-priedades te-rapêuticas. Os tabletes de 85g são ainda isen-tos de glúten, frutose e lacto-se. Os produtos distribuídos em toda União Eu-

ropeia são oriundos de supridores na áustria, Alemanha e Filipinas, com o selo fair trade. Já a Banana joe inova a cena de snacks com um salgadinho à base de finas fatias de banana cro-cante com diversos sabores exóticos. “As versões incluem pimenta Sriracha com picles de alho, queijo gruyère com noz moscada, sal marinho do golfo da Tailândia, BBQ (sabor defumado) e pi-menta Thai”, repassa Joe Sirichokva-nich, diretor da indústria baseada na Tailândia. Ele frisa que os produtos são naturais e produzidos sob o concei-

to Believe in Taste, utilizam apenas a variedade de banana hom thong (non--gMO/ não geneticamente modificadas) e são isentos de glutamato de sódio, glúten, gordura trans e conservantes, além de serem preparados com óleos naturais e baixo teor de sódio. Com o selo Bio Organic em todas as embala-gens, a belga Belkorn sobressai entre as diversas empresas que encorpa-ram o filão desse apelo, com as linhas de biscoitos infantis Biskids e Activa. A primeira inova por incorporar nas receitas ingredientes 100% orgânicos, atestados por três certificados. Já a li-nha Activa acena com os chamarizes de praxe em guloseimas especiais (0% de adição de açúcares, sem conservantes), com fórmula enriquecida por fibras, fru-to-oligossacarídeos e adoçantes como maltitol e polidextrose.

Paçoquita no pódio Com 17 empresas no espaço Sweet

Brasil, coordenado pela associação Bra-

eIden, da IsM ESPAÇO NEWCOMER PARA ESTREANTES E ALA DE CAFÉS gOURMET, ENTRE AS NOVIDADES NA FEIRA.

sILVa, da rICLan ITENS DE MAIOR VALOR PARA ATRAIR PúBLICO DA UNIãO EUROPEIA.

PeZZIn, da PeCCIn LANÇAMENTOS EM SINTONIA COM AS TENDêNCIAS DA FEIRA.

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sileira da Indústria de Chocolates, Cacau, amendoim, Balas e derivados (abicab) em parceria com a agência Brasileira de Promoção de exportações e Investi-mentos (apex), a indústria brasileira de candies também pontuou no quadro de grifes inovadoras. Em sua segunda participação no evento, a santa Helena conseguiu um feito inédito, inserin-do duas novidades do seu portfólio de guloseimas à base de amendoim entre as 110 novidades selecionadas para a mostra New Product Show Case: The Top Innovations, um dos pontos altos da ISM. “A exigência para ingressar na exposição era a de que os produ-tos deveriam ser lançamentos de 2014 inovadores em sua categoria, com em-balagens adaptadas ao mercado inter-nacional”, relata Daniela zanin, gerente de marketing da indústria de Ribeirão Preto (SP). Além da linha Paçoquita Pe-anut Candy Bar, derivada da tradicional paçoca de amendoim, a marca cintilou no pódio dos produtos inovadores com a versão internacional de sua Paçoquita Cremosa. Foi, segundo Daniela, mão na roda para estreitar novos contatos na feira, uma vez que ao ver e fotografar os produtos na exposição muitos com-pradores (buyers) seguiam direto para o estande da Santa Helena.

Veterana participante da ISM a ri-clan enfeitou sua vitrine com o Freegells Natural, linha de balas, drops e pasti-

lhas, com e sem açúcar, que incorpora corantes e aromas naturais e segue o perfil de produtos 0% de ingredientes artificiais. “Com itens assim consegui-mos atrair compradores da Europa, já que a ISM se tornou uma feira mais regionalizada, com muito menos pú-blico da áfrica e Oriente Médio como no passado”, observa Antonio Romu-aldo da Silva, gerente de exportação

Alexandre Heineck observa que, embo-ra a ISM tenha diminuído de tamanho, ainda mantém uma certa “grandeza”, inexistente em qualquer outra feira in-ternacional do setor. Com um portfólio que cobre seis categorias e cerca de 250 SKUs (Stock Keeping Units), a em-presa de Lajeado (RS) exporta 15% de seu faturamento para 49 países. “O que falta é competitividade e não somos competitivos, entre outras causas, por-que fora o Mercosul não temos acordos bem costurados com outros blocos e países”, ele critica.

gustavo zaffari Frey, diretor da fa-bricante de balas e guloseimas Berbau, lembra que, por conta da falta de supor-te nas questões alfandegárias, o Brasil praticamente perdeu espaço em países como a áfrica do Sul. Com capacidade em torno de mil toneladas mensais, a Berbau exporta cerca de 30% do seu faturamento para mais de 20 destinos. O boom de embarques para o mercado sul-africano, completa Frey, foi subita-mente interrompido com a instituição de uma alíquota acima de 30% para produtos açucarados vindos do Brasil. “Alegaram suspeita de prática de dum-ping, não comprovada, mas o fato é que muitos distribuidores que importavam candies brasileiros passaram a fabricar, estabelecendo forte concorrência com nossos produtos”, conclui.

Na jazam, que exporta 10% do fatu-

Feira

InoVaÇão da sanTa HeLena PARTICIPAÇãO INÉDITA NO NEW PRODUCT SHOW CASE DA ISM.

da Riclan e vice-presidente da área de exportação da Abicab. Seguindo a mes-ma trilha, a Peccin disparou na feira a linha de drops Pura+, à base de pol-pa de fruta e aromatização/coloração naturais.“Também lançamos aqui na ISM o H@ppy, uma linha de wafer com chocolate para mercados de maior va-lor agregado, fechando 4-5 novos des-tinos”, comemora Dirceu Pezzin, diretor da indústria gaúcha. Na docile, o diretor

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Top do Mês

ramento para 30 países, a diretora Regia-ne Helena zambon festeja a abertura de quatro novos mercados. Diferentemente do Brasil, os itens que sobressaem no portfólio de exportações da marca são a linha Ducrem, de doce cremoso (sprea-dable) em porções individuais, e o Cro-cante, à base de amendoim. “O Ducrem

faz sucesso, entre outras características, por ser resis-tente a altas temperaturas e pela valida-de de 14 me-ses”, comenta a executiva. Especialmente

para a clientela sul-americana, a Jazam introduziu na ISM o confeito Croc-Croc, à base de cereal coberto com chocolate e crispies, informa ela.

No reduto chocolateiro, onde ten-dências como a de itens elaborados com cacau de origem e cacau fino se mostraram consolidadas, a brasileira

Harald surpeendeu com a qualidade de sua linha Unique de chocolate premium, com teores de até 70% de sólidos de cacau. “Pelo quarto ano divulgamos a marca e, desta vez, conseguimos fechar um contrato para embarque de 30 tone-ladas para dois distribuidores dos EUA”, exulta Milena Boggio, gerente de comér-cio exterior da Harald. Também otimista com contatos estabelecidos com traders do Reino Unido e da Rússia, a Prodasa projeta elevação dos embarques para cerca de 15 países, de 3% para 5% da produção de candies e biscoitos. “Esta-belecemos negociações com grandes distribuidores baseados na Europa que atendem diversos mercados na áfrica”, empolga-se Cleber José Vorussi, diretor de marketing da empresa paranaense. •

HeIneCK, da doCILe COMPETITIVIDADE MAIOR COM MELHORES ACORDOS ENTRE BLOCOS.

frey, da BerBaU CONCORRêNCIA MAIOR EM PAíSES DA áFRICA.

regIane, da jaZaM DOCE CREMOSO gANHA ESPAÇO NA PAUTA DE ExPORTAÇÕES.

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rede saudávelMarca paranaense de doces funcionais abre sua primeira franquia em São Paulo

A curitibana fit Cookies completou um ano em dezembro, com a proposta de valorizar o alimento in natura.

Seus produtos agregam proteína, gorduras boas e de baixo carboidrato em doces de-senvolvidos à base de coco e whey protein (proteina do soro do leite) isolada, poten-cializados com ingredientes nobres, entre eles o cacau belga. O menu atual oferece massas de cookies, doces proteicos como brigadeiro, beijinho e mousses de limão e maracujá, além de pastas de amendoim e amêndoas, elenca graziele zonta, sócia diretora da empresa que aderiu ao modelo de franquia e acaba de inaugurar a primei-ra unidade no bairro de Moema, em São Paulo. Em Curitiba, a doçaria está instala-da no bairro Batel, mas seus produtos fun-cionais podem ser encontrados em mais de 80 pontos de venda (PDVs) espalhados pelo Brasil, informa ela. Confira na entre-vista a seguir as motivações e propostas dessa marca paranaense especialista em doces funcionais.

dr – o que a motivou a ingressar neste mercado?

graziele – A necessidade de comer doces sem culpa. O doce funcional con-tém ingredientes que trazem benefícios ao corpo. Toda nossa linha é a base de coco e whey protein, alimentos alta-mente biodisponíveis em que o corpo absorve todos os nutrientes. Pensamos em uma linha proteica e com pouco car-boidrato, perfeito para quem já treina ou somente quer manter uma dieta livre de lactose, glúten e conservantes.

dr – Como é o mercado de doces funcionais no Brasil?

graziele – Temos um potencial enor-me para crescer, pois a população tem

cada vez mais acesso a informações de benefícios dos alimentos. Somos um país em que a estética é privilegiada e sabemos a parte fundamental da dieta neste processo de emagrecimento e de vida saudável. A gama de produtos no exterior é bem variada e queremos nos inspirar nesses modelos para ter opções saudáveis de verdade, com produtos a base de alimentos funcionais, orgânicos e aproveitar ao máximo o que a natureza pode oferecer.

dr – Qual tipo de guloseima foi responsável pelo sucesso da marca no início e hoje?

graziele – O brigadeiro sempre fez sucesso e continua sendo o carro-che-fe. A massa de cookies, que é o projeto inicial está em fase de testes com nova embalagem e, em breve, será lançada e fará grande sucesso como no começo. As receitas foram inicialmente desenvol-vidas buscando ingredientes sem lacto-se, glúten, açúcar, mantendo o produto in natura e sem conservantes. Assim, os in-gredientes utilizados são 100% naturais

e adquiridos de fornecedores locais. A whey protein, matéria-prima importada, é desenvolvida para toda a rede a fim de manter o processo de qualidade.

dr – Qual era a produção geral da empresa no início do negócio e hoje?

graziele – No início atendíamos pra-ticamente o Brasil todo através de nossa loja online. Hoje com vários pontos de vendas espalhados pelo Brasil e a loja de São Paulo melhorou bastante a lo-gística, ultrapassando 10 mil potes mês. Todos os produtos são feitos a base de coco e whey protein, sendo uma porção nutricional completa com gorduras boas, proteína e baixo carboidrato.

Ainda são zero lactose, glúten, açú-car e conservantes. Para aumentar ainda mais a funcionalidade, acrescentamos colágeno e fibras, podendo substituir uma refeição de maneira saudável. O brigadeiro é o campeão de vendas, se-guido da nossa pasta de amendoim cro-cante e as mousses, refrescantes, tam-bém vendem muito nesse calor de verão.

dr – Por que a decisão de expandir o negócio no formato de franquias?

graziele – Como o produto é fresco e sem conservantes há a necessidade da produção local. O formato de franquia possibilita à loja vender tanto para o ata-cado quanto para o varejo, mantendo a qualidade do produto e facilitando essa logística. Até o fim desse primeiro semes-tre teremos 15 PDVs nas principais cida-des do Brasil. A meta para o fim do ano é de 40 novas unidades e uma linha de produtos bem ampla, atendendo o público que pede por produtos orgânicos, vega-nos e mais variantes de itens que possam fazer parte de sua rotina de alimentação.•

Tendências

graZIeLe, 40 UNIDADES E MAIS ITENS FUNCIONAIS ATÉ O FIM DO ANO.

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