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"Todos no mesmo barco" "ALL IN THE SAME BOAT" Estávamos no final do ano de 1964, mais precisamente a 28 de Dezembro, quando um grupo de produtores de vinho da Península de Setúbal, a pensarem no futuro do sector, decidiram criar a SIVIPA - Sociedade Vinícola de Palmeia, com o objetivo de juntarem as suas produções e produzirem vinhos engarrafados, é que por esta época o mercado vitivinícola era dominado pelo vinho comercializado a granel e em barril. Este projeto cedo se tornou numa aposta ganha. No primeiro ano a SIVIPA atingiu um volume de vendas de quatro mil e cem contos, cerca de vinte mil e quinhentos euros, correspondentes a sensivelmente um milhão de litros. Mas, é no início do novo milénio que a família Cardoso, detentora de grandes tradições na produção de vinho na região de Palmeia, entra em força nesta Sociedade através de uma parceria com uma das suas quintas mais conceituadas na produção de vinhos nesta região, a Quinta do Piloto. Este trabalho conjunto veio permitir aumentar os parâmetros de qualidade e controlo no processo de vinificação e por conseguinte aumentar a boa reputação dos vinhos comercializados sob a chancela da SIVIPA. Com 300 hectares de vinhas localizados na Herdade da Fonte da Barreira, na região de Fernào Pó, na Herdade de Agualva, na região do Poceirão, e na Herdade do Lau, no Lau, esta família possuí ainda 4 hectares de vinha Moscatel situados na Quinta do Piloto, em Palmeia. Todas estas vinhas dão origem a produções anuais a rondar o milhão e meio de litros. Assim, facilmente nos apercebemos que a família Cardoso trouxe à SIVIPA uma lufada de ar fresco na elevada qualidade e seleção constante nos vinhos produzidos, apostando na certificação dos mesmos e reforçando-os ao mesmo tempo como produtos de referência da região da Península de Setúbal. Prova disto mesmo, são as cerca de 40 medalhas obtidas nos mais prestigiados concursos nacionais e internacionais. Entre estas distinções, o atual administrador e enólogo da SIVIPA, Filipe Cardoso, destaca o prémio de melhorvinho tinto português atribuído, recentemente, ao Ameias Syrah, numa prova promovida pela revista alemã Selection, na feira de vinhos Prowein. E destaco ainda o prémio conquistado pelo Serra Mãe Reserva num concurso promovido pela Comissão Vitivinícola da Região da Península de Setúbal, em que este vinho foi considerado o melhor DOC da região. certo que poderia estar aqui falar desta e daquela medalha que recebemos. Mas estas duas foram aquelas que nos deram mais prazer, pois são, sem dúvida alguma, um grande reconhecimento do trabalho que temos vindo â desenvolver." Conclui Filipe Cardoso. Investir é a palavra de ordem. Modernizar a adega e aumentar a internacionalização dos vinhos são projetos para colocar em prática a curto, médio prazo. Para além de facilmente se encontrarem os vinhos da SIVIPA á venda em Portugal. A SIVIPA exporta 25% da sua produção para Angola, Europa e Canadá, mas futuramente, o Brasil e a China são mercados a explorar. No entanto, para o Filipe Cardoso, Portugal é um país com um grande potencial de mercado. "O sector tem de se unir, sozinhos somos demasiado pequenos, em conjunto conseguiremos ganhar alguma dimensão, mesmo que continuemos pequenos. Tanto no mercado nacional como internacional o sector devia unir-se, não praticar preços que nada dignificam 05 nossos produtos, ter mais imaginação e definir projetos de cooperação entre várias empresas para que estas se entreajudassem." Foi a pensar nestas estratégias conjuntas que a SIVIPA aceitou o desafio lançado pela Comissão Vitivinícola da Região da Península de Setúbal aos produtores da região para cederem à Marinha os seus melhores produtos vínícos, por ocasião das comemorações dos 50 anos do Navio Escola Sagres. Este desafio não foi vontade do acaso. É que nunca é de mais referir que existe uma grande relação entre o Moscatel de Setúbal e o Navio Escola Sagres. Noutros tempos, este Navio transportava este vinho licoroso, que se fosse vendido no outro lado do mundo, o comandante da embarcação tinha direito a uma comissão sobre as vendas. Um dia não se vendeu nada e o Moscatel voltou, quando mais tarde se provou, apercebeu- se que as temperaturas elevadas e o embalar das ondas tinham melhorado significativamente a qualidade deste vinho. E assim nasceu a lenda do Moscatel Torna Viagem. Um vinho que já era ótimo passou a ser excelente. Para além do Moscatel Roxo da SIVIPA os marinheiros elegeram também, numa prova cega, um vinho branco da José Maria da Fonseca e um vinho Tinto da Maio Tojo. "Quando o desafio nos foi lançado, não perdemos tempo em enviar um produto que tivesse classe, que se distinguisse à partida e estivesse à altura, no nosso entender, da envergadura do Navio Escola Sagres. Felizmente para nós que o Moscatel Roxo foi o eleito", refere Filipe Cardoso. Para estas comemorações do Navio Escola Sagres, foram produzidas e numeradas cinco míl garrafas que terão um preço de venda ao público a rondar os 15 euros, podendo ser encontradas à venda na loja da SIVIPA, na Loja da Marinha, nos supermercados Intermarché da península de Setúbal e, também, nos da Grande Lisboa. "A associação às comemorações dos 50 anos do Navio Escola Sagres era uma oportunidade que não podíamos perder dada a importância fundamental da instituição que é Marinha para Portugal. Esta parceria permite-nos também mostrar que a SIVIPA existe," Conclui Filipe Cardoso à Paixão pelo Vinho. Para além dos moscatéis, fazem ainda parte do portefólio da SIVIPA as aguardentes, os vinhos licorosos, os DOC, os monovarietais, os de "mesa" e os regionais, bem como o Moscatel Bombom, um pack com uma garrafa de Moscatel de Setúbal e 12 copos de chocolate e que deve ser consumida de uma vez só, ou seja, o copo enche-se com Moscatel e deve colocar-se tudo na boca ao mesmo tempo, para saborear a conjugação de ambos sabores. Para quem quiser visitar a Quinta Piloto poderá, previamente Idois dias antes], marcar uma visita de grupo (mínimo 10 pessoas) e desfrutar de um programa vínico que consiste numa prova de vinhos e produtos regionais nas vinhas da Quinta, por um valor de 25 euros por pessoa. Em qualquer altura poderá sempre visitar a adega, sem marcação prévia, e provar o Moscatel por 3 euros. "A associação às comemorações dos 50 anos do Navio Escola Sagres era uma oportunidade que não podíamos perder dada a importância fundamental da instituição que é Marinha para Portugal. Esta parceria permite- nos também mostrar que a SIVIPA existe."

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Page 1: Todos no mesmo barco - ClipQuick€¦ · "Todos no mesmo barco" "ALL IN THE SAME BOAT" Estávamos no final do ano de 1964, mais precisamente a 28 de Dezembro, quando um grupo deprodutores

"Todos no mesmo barco""ALL IN THE SAME BOAT"

Estávamos no final do ano de 1964, mais

precisamente a 28 de Dezembro, quando um

grupo de produtores de vinho da Penínsulade Setúbal, a pensarem no futuro do sector,decidiram criar a SIVIPA - Sociedade Vinícolade Palmeia, com o objetivo de juntarem as suas

produções e produzirem vinhos engarrafados,é que por esta época o mercado vitivinícola eradominado pelo vinho comercializado a granele em barril. Este projeto cedo se tornou numa

aposta ganha. No primeiro ano a SIVIPA atingiuum volume de vendas de quatro mil e cemcontos, cerca de vinte mil e quinhentos euros,correspondentes a sensivelmente um milhãode litros. Mas, é no início do novo milénio que a

família Cardoso, detentora de grandes tradiçõesna produção de vinho na região de Palmeia,entra em força nesta Sociedade através de

uma parceria com uma das suas quintas maisconceituadas na produção de vinhos nesta região,a Quinta do Piloto. Este trabalho conjunto veio

permitir aumentar os parâmetros de qualidadee controlo no processo de vinificação e porconseguinte aumentar a boa reputação dos vinhoscomercializados sob a chancela da SIVIPA.Com 300 hectares de vinhas localizados na

Herdade da Fonte da Barreira, na região de

Fernào Pó, na Herdade de Agualva, na regiãodo Poceirão, e na Herdade do Lau, no Lau, estafamília possuí ainda 4 hectares de vinha Moscatelsituados na Quinta do Piloto, em Palmeia. Todasestas vinhas dão origem a produções anuais

a rondar o milhão e meio de litros. Assim,facilmente nos apercebemos que a famíliaCardoso trouxe à SIVIPA uma lufada de ar fresco

na elevada qualidade e seleção constante nosvinhos produzidos, apostando na certificação dos

mesmos e reforçando-os ao mesmo tempo como

produtos de referência da região da Penínsulade Setúbal. Prova disto mesmo, são as cercade 40 medalhas obtidas nos mais prestigiadosconcursos nacionais e internacionais. Entreestas distinções, o atual administrador e enólogoda SIVIPA, Filipe Cardoso, destaca o prémiode melhorvinho tinto português atribuído,recentemente, ao Ameias Syrah, numa provapromovida pela revista alemã Selection, na feirade vinhos Prowein.E destaco ainda o prémio conquistado pelo SerraMãe Reserva num concurso promovido pelaComissão Vitivinícola da Região da Penínsulade Setúbal, em que este vinho foi consideradoo melhor DOC da região. "É certo que poderiaestar aqui falar desta e daquela medalha querecebemos. Mas estas duas foram aquelas quenos deram mais prazer, pois são, sem dúvida

alguma, um grande reconhecimento do trabalho

que temos vindo â desenvolver." Conclui

Filipe Cardoso.Investir é a palavra de ordem. Modernizar a adegae aumentar a internacionalização dos vinhos são

projetos para colocar em prática a curto, médio

prazo. Para além de facilmente se encontraremos vinhos da SIVIPA á venda em Portugal. A

SIVIPA exporta 25% da sua produção para Angola,Europa e Canadá, mas futuramente, o Brasil e a

China são mercados a explorar. No entanto, parao Filipe Cardoso, Portugal é um país com um

grande potencial de mercado. "O sector tem de

se unir, sozinhos somos demasiado pequenos,em conjunto conseguiremos ganhar algumadimensão, mesmo que continuemos pequenos.Tanto no mercado nacional como internacionalo sector devia unir-se, não praticar preços quenada dignificam 05 nossos produtos, ter mais

imaginação e definir projetos de cooperaçãoentre várias empresas para que estas se

entreajudassem."Foi a pensar nestas estratégias conjuntas que a

SIVIPA aceitou o desafio lançado pela ComissãoVitivinícola da Região da Península de Setúbal aos

produtores da região para cederem à Marinhaos seus melhores produtos vínícos, por ocasião

das comemorações dos 50 anos do Navio Escola

Sagres. Este desafio não foi vontade do acaso.É que nunca é de mais referir que existe uma

grande relação entre o Moscatel de Setúbal e o

Navio Escola Sagres. Noutros tempos, este Navio

transportava este vinho licoroso, que se fossevendido no outro lado do mundo, o comandante da

embarcação tinha direito a uma comissão sobre asvendas. Um dia não se vendeu nada e o Moscatel

voltou, quando mais tarde se provou, apercebeu-se que as temperaturas elevadas e o embalardas ondas tinham melhorado significativamentea qualidade deste vinho. E assim nasceu a lendado Moscatel Torna Viagem. Um vinho que já eraótimo passou a ser excelente.Para além do Moscatel Roxo da SIVIPA os

marinheiros elegeram também, numa prova cega,um vinho branco da José Maria da Fonseca e umvinho Tinto da Maio Tojo."Quando o desafio nos foi lançado, não perdemos

tempo em enviar um produto que tivesseclasse, que se distinguisse à partida e estivesseà altura, no nosso entender, da envergadurado Navio Escola Sagres. Felizmente para nós

que o Moscatel Roxo foi o eleito", refere FilipeCardoso. Para estas comemorações do NavioEscola Sagres, foram produzidas e numeradascinco míl garrafas que terão um preço de vendaao público a rondar os 15 euros, podendo serencontradas à venda na loja da SIVIPA, na Loja

da Marinha, nos supermercados Intermarchéda península de Setúbal e, também, nos da

Grande Lisboa. "A associação às comemoraçõesdos 50 anos do Navio Escola Sagres era uma

oportunidade que não podíamos perder dada a

importância fundamental da instituição que é

Marinha para Portugal. Esta parceria permite-nostambém mostrar que a SIVIPA existe," Conclui

Filipe Cardoso à Paixão pelo Vinho. Para além

dos moscatéis, fazem ainda parte do portefólioda SIVIPA as aguardentes, os vinhos licorosos,os DOC, os monovarietais, os de "mesa" e os

regionais, bem como o Moscatel Bombom, um

pack com uma garrafa de Moscatel de Setúbal e12 copos de chocolate e que deve ser consumidade uma vez só, ou seja, o copo enche-se comMoscatel e deve colocar-se tudo na boca ao

mesmo tempo, para saborear a conjugação deambos sabores.Para quem quiser visitar a Quinta Piloto poderá,previamente Idois dias antes], marcar uma visitade grupo (mínimo 10 pessoas) e desfrutar de um

programa vínico que consiste numa prova devinhos e produtos regionais nas vinhas da Quinta,

por um valor de 25 euros por pessoa. Em qualqueraltura poderá sempre visitar a adega, semmarcação prévia, e provar o Moscatel por3 euros. •

"A associação às comemorações

dos 50 anos do Navio Escola

Sagres era uma oportunidade

que não podíamos perder dada

a importância fundamental da

instituição que é Marinha para

Portugal. Esta parceria permite-nos também mostrar que a SIVIPA

existe."

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75 Anos do Navio-Escola Sagres75 ' Anniversary of the Sa.spes School-Ship

A Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal ICVRPS]

e alguns produtores da Região lançaram, no passado dia 9 de

fevereiro, na Gare Marítima de Alcântara, a bordo do Navio-Escola

Sagres, uma edição especial comemorativa dos 50 anos do Navio-

escola Sagres sob bandeira portuguesa e 75 anos de vida do Navio de

Treino de Mar Creoula. Num reconhecimento à Marinha Portuguesae com uma edição singular, os quatro vinhos da região - um tinto,

um tinto reserva, um branco e um moscatel roxo - recebem os

nomes dos Navios "Sagres" e "Creoula". Depois de várias voltas ao

Mundo, o Navio-Escola Sagres é homenageado pelos seus 50 anos

ao serviço da Marinha Portuguesa e de Portugal no estrangeiro.As comemorações decorreram a bordo do navio, entre 3 e 12 de

Fevereiro. "A Península de Setúbal sempre teve uma forte ligação

ao mar e consequentemente á Marinha, pelo que nâo poderíamosdeixar de nos associar às comemorações em homenagem aos Navios

Escola Sagres e Creoula", revelou Henrique Soares, Presidente da

CVRPS.

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