toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “credo”, nós afirmamos que a...

16
A Igreja é Una e Santa Papa Francisco

Upload: internet

Post on 22-Apr-2015

104 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

A Igreja é Una e SantaPapa Francisco

Page 2: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus Trindade,

mistério de unidade e de comunhão plena. Depois, a Igreja é santa, enquanto fundada sobre Jesus Cristo, animada pelo seu Espírito Santo, repleta do seu amor e da sua salvação. Ao mesmo tempo, porém, é santa e composta de pecadores, todos nós,

pecadores, que fazemos experiência cada dia das nossas fragilidades e das nossas misérias.

Page 3: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

Então, esta fé que professamos nos impele à conversão, a ter a coragem de viver cotidianamente a unidade e a santidade, e se nós não somos unidos, se não somos santos, é porque não somos fiéis a Jesus. Mas ele, Jesus, não nos deixa sozinhos,

não abandona a sua Igreja! Ele caminha conosco, Ele nos entende. Entende as nossas fraquezas, os nossos pecados, perdoa-nos, sempre que nós nos deixamos

perdoar. Ele está sempre conosco, ajudando-nos a nos tornarmos menos pecadores, mais santos, mais unidos.

Page 4: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

1. O primeiro conforto vem do fato de que Jesus rezou muito pela unidade dos discípulos. É a oração da Última Ceia, Jesus pediu tanto: “Pai, que sejam uma só coisa”. Rezou pela unidade, e o fez propriamente na iminência da Paixão, quando

estava para oferecer toda a sua vida por nós. É aquilo que somos convidados continuamente a reler e meditar, em uma das páginas mais intensas e comoventes

do Evangelho de João, o capítulo dezessete (cfr vv. 11.21-23).

Page 5: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

Como é belo saber que o Senhor, pouco antes de morrer, não se preocupou consigo mesmo, mas pensou em nós! E no seu diálogo sincero com o Pai, rezou justamente

para que pudéssemos ser uma só coisa com Ele e entre nós. Bem: com estas palavras, Jesus se fez nosso intercessor junto ao Pai, para que possamos entrar também nós na plena comunhão de amor com Ele; ao mesmo tempo, confia-lhe a nós como seu testamento espiritual, para que a unidade possa se tornar sempre mais a nota distintiva das nossas comunidades cristãs e a resposta mais bela a

qualquer um que nos pergunte a razão da esperança que há em nós (cfr 1 Pe 3, 15).

Page 6: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

2. “Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17, 21). A

Igreja procurou desde o início realizar este propósito que está no coração de Jesus. Os Atos dos Apóstolos nos recordam que os primeiros cristãos se

distinguiam pelo fato de terem “um só coração e uma só alma” (At 4, 32); o apóstolo Paulo, depois, exortava as suas comunidades a não esquecerem que são

“um só corpo” (1 Cor 12, 13).

Page 7: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

A experiência, porém, nos diz que são tantos os pecados contra a unidade. E não pensemos só nos cismas, pensemos em faltas muito comuns nas nossas

comunidades, em pecados “paroquiais”, aqueles pecados nas paróquias. Às vezes, de fato, as nossas paróquias, chamadas a serem lugares de partilha e de

comunhão, são tristemente marcadas por inveja, ciúmes, antipatia… E as fofocas são acessíveis a todos. Como se fofoca nas paróquias!

Page 8: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

Isto não é bom. Por exemplo, quando alguém é eleito presidente daquela associação, fofoca-se contra ele. E se aquela outra é eleita presidente da

catequese, as outras fofocam contra ela. Mas, esta não é a Igreja. Não se deve fazer isto, não devemos fazê-lo! É preciso pedir ao Senhor a graça de não fazê-lo.

Isto é humano, sim, mas não é cristão!

Page 9: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

Isto acontece quando almejamos os primeiros lugares; quando colocamos no centro nós mesmos, com as nossas ambições pessoais e os nossos modos de

ver as coisas, e julgamos os outros; quando olhamos aos defeitos dos irmãos, em vez de olhar para suas competências; quando damos mais peso àquilo que nos

divide, em vez de olhar para o que nos une…

Page 10: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

Uma vez, na outra diocese em que eu estava antes, ouvi um comentário interessante e belo. Falava-se de uma idosa que por toda a vida tinha trabalhado na paróquia e uma pessoa que a conhecia bem disse: “Esta mulher nunca falou

mal dos outros, nunca fofocou, sempre estava com um sorriso”. Uma mulher assim pode ser canonizada amanhã! Este é um belo exemplo.

Page 11: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

E se olhamos para a história da Igreja, quantas divisões entre nós cristãos. Também agora estamos divididos. Também na história nós cristãos fizemos guerra entre nós por divisões teológicas. Pensemos naquela dos 30 anos. Mas isto não é cristão. Devemos trabalhar também pela unidade de todos os cristãos, seguir pelo

caminho da unidade que é aquele que Jesus quer e pelo qual rezou.

Page 12: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

3. Diante de tudo isso, devemos fazer seriamente um exame de consciência. Em uma comunidade cristã, a divisão é um dos pecados mais graves, porque a torna sinal não da obra de Deus, mas da obra do diabo, que é por definição aquele que

separa, que arruína as relações, que insinua preconceitos… A divisão em uma comunidade cristã, seja essa uma escola, uma paróquia ou uma associação é um

pecado gravíssimo, porque é obra do Diabo.

Page 13: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

Deus, em vez disso, quer que cresçamos na capacidade de nos acolhermos, de nos perdoarmos e de nos querermos bem, para nos assemelharmos sempre mais a Ele que é comunhão e amor. Nisto está a santidade da Igreja: em reconhecer-se

à imagem de Deus, repleta da sua misericórdia e da sua graça.

Page 14: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

Queridos amigos, façamos ressoar no nosso coração estas palavras de Jesus: “Bem aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5, 9).

Peçamos sinceramente perdão por todas as vezes em que fomos ocasião de divisão ou de incompreensão dentro das nossas comunidades, bem sabendo que

não se chega à comunhão se não através de uma contínua conversão.

Page 15: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

O que é a conversão? É pedir ao Senhor a graça de não falar mal, de não criticar, de não fofocar, de querer bem a todos. É uma graça que o Senhor nos dá. Isto é

converter o coração. E peçamos que a base cotidiana das nossas relações possa se tornar uma reflexão sempre mais bela e alegre da relação entre Jesus e o Pai.

Page 16: Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus

Texto - Audiência geral ROMA, 27 de Agosto de 2014 (Zenit.org)

Imagens – Google

Música – Gloria_Allegro – Pe. João de Deus Castro Lobo

Formatação - Graziela