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Fichamento sobre Tocqueville e seu conceito de democracia.TRANSCRIPT
Nome: Rodolfo Ribeiro FerreiraTurma: 3º AProfessora: Maria CecíliaConteúdo: Atualidades
Tocqueville
O CONCEITO DE DEMOCRACIA (FICHAMENTO)
1- “...privilegiar o fator democrático em detrimento do fator industrial (Comte) e do
fator capitalista (Marx).” (Tocqueville buscava analisar precisamente os pontos
negativos e positivos da nova estrutura social democrática os franceses e norte-
americanos, propondo soluções baseadas em qualidades do antigo regime,
como os ideais que se disseminaram neste a respeito de Igualdade, Liberdade,
Fraternidade, Razão, etc. Logo, pode-se concluir que ele não almejava voltar ao
passado, e sim realizar uma conjugação entre o melhor do passado e o
presente.)
2- “...à medida que as sociedades modernas se tornam mais democráticas,
tenderão, pelo menos, a atenuar as desigualdades de riqueza.” (A igualdade de
condição foi identificada por Tocqueville como uma característica essencial da
sociedade moderna, o que, em teoria, iria garantir a condição de ascender
socialmente a todos.)
3- “A sociedade democrática cria condições favoráveis para o crescimento e para a
igualdade, como mostra o exemplo da América, mas ela ameaça certos valores,
especialmente a liberdade.” (Os interesses na América descrita por Tocqueville,
eram bem compreendidos geralmente, quando se dava como solução ao dilema
de como manter a igualdade fazer com que o indivíduo não se preocupasse
somente com a melhoria do seu bem-estar, mas sim com a preservação e
fortalecimento da coletividade. Porém, o interesse que era compreendido de
forma errônea, de cunho individualista, estaria sempre pronto para dominar,
constituindo uma ameaça à liberdade.)
4- “Tocqueville define individualismo como um sentimento refletido e pacífico, que
dispõe cada cidadão a isolar-se da massa dos seus semelhantes, e a retirar-se
para longe com a sua família e os seus amigos, de tal forma que, depois de
criada uma pequena sociedade para seu uso, ele abandona de bom grado a
grande sociedade a si mesma.” (Ao se propiciar a igualdade de condições
através da cidadania, os cidadãos passam a se preocuparem somente com os
seus interesses individuais, tratando a liberdade a qual possui como um
elemento que nunca será atacado por outros, ou pelo Estado.)
5- “...a forma americana caracteriza-se ao nível dos hábito (gosto pela procura do
bem-estar individual, tolerância, certo conformismo intelectual) ao nível político e
jurídico (importância das instituições comunais, papel do direito e dos juízes
eleitos, federalismo) e ao nível das relações sociais (multiplicação das
associações voluntárias).” (A liberdade deve se estruturar na realidade
democrática da igualdade de condições, a qual é defendida por instituições, as
que estavam surgindo na América. Desse modo, Tocqueville concluiu que: “Os
verdadeiros conhecimentos nascem principalmente da experiência, e se os
americanos não tivessem sido habituados pouco a pouco a governar-se por si
mesmos, os conhecimentos literários que possuem de modo algum lhes seriam
hoje um grande auxílio para ter êxito neste particular.”)
6- “Em França, a sociedade de classes ainda vigorava no antigo regime.” (O antigo
regime que tinha como base o sistema feudal estava praticamente condenado a
desaparecer. O principal problema se consistia em não se ter esclarecido a
necessidade de reformas políticas e sociais para que o regime pudesse se
manter. As reformas são de extrema importância para proteger a liberdade e as
melhores qualidades da sociedade.)
7- “Os homens serão todos perfeitamente iguais porque serão inteiramente livres.”
(Os homens, a fim de manterem a condição de igualdade, considerando que não
são absolutamente livres em serem inteiramente livres, devem realizar a prática
constante de internalizar o respeito ao bem comum, às leis e à coletividade com
elementos fundamentais para que ocorra progresso moral e material de cada
cidadão.)
8- “A democracia tende para a generalização do bem-estar e a função do governo
democrático é a de produzir esse bem-estar.” (O Estado no sistema democrático
deve ser descentralizado, de um modo que evite que a maioria nacional exerça
um despotismo sobre a sociedade, respeitando as leis, garantindo a aplicação
destas, por meio de Judiciário independente.)
9- “A sociedade da Revolução Francesa não é mais livre: o poder político posterior
àquela, sendo único, é ilimitado e despótico.” (Os grupos sociais em um Estado
centralizador de forma alguma devem esquecer-se da importância da ação
política, podendo sofrer o risco de perder a liberdade de iniciativa para um
governo que futuramente pode se transformar em um déspota. Aquela liberdade
se define como sendo algo constantemente monitorado pela ação política da
população. Desse modo, no período pós-revolução, quando já se destruiu o
antigo regime, a França encontrou-se em um caos social.)
10- “O despotismo é sempre mais perigoso nas sociedades democráticas.” (Como
antes mencionado, o individualismo exacerbado é o grande perigo da
democracia. Além deste, tem-se a tirania da maioria. Uma vez que todos se
tornam iguais, passa-se a querer espaço para a diversidade, diferenças. Com
isso, “liberdade demais pode acabar em tirania”, como diz Tocqueville.)
11-“A sociedade americana apresenta o ideal puro da sociedade democrática.” (A
América consegui a façanha de construir uma sociedade de base capitalista sem
que a conquista da igualdade significasse perda da liberdade. A justificativa
deste fato gira em torno da não-realização de qualquer processo revolucionário.
Desse modo, as liberdades eram mantidas através do caráter único de se
possuir concomitantemente a igualdade sem perda de liberdade (costumes, leis
tradições). Ao preservar tais valores, conseguiu-se barrar o domínio do interesse
individual sobre o coletivo, entrando em uma espécie de negociação entre
ambos a fim de não haver regresso. Porém, ao se tentar impedir o
individualismo, poderia não suportar a pressão por trás da busca do bem-estar,
a qual era evidenciada pela avidez pelo lucro.)
12-“A igualdade social significa a inexistência de diferenças hereditárias de
condições, o que quer dizer que todas as ocupações, todas as profissões,
dignidades e honrarias são acessíveis a todos.” (A igualdade na democracia
possui uma inclinação à se disseminar gradativamente pela população, ao passo
em que se preservam suas liberdades e diferenças.)
13-“A liberdade não pode se fundamentar na desigualdade; deve assentar-se sobre
a realidade democrática da igualdade de condições.” (Uma vez que se trata “em
comum os assuntos comuns”, os homens percebem que não são tão
independentes de seu próximo, como havia imaginado. São tais ocasiões que o
indivíduo percebe que depende do outro, que a participação conjunta
desenvolve a capacidade de pensar e agir por si mesmo, propiciando a
liberdade.)
14-“O termo que constitui a noção de liberdade é a ausência de arbitrariedade.
Torna-se necessário que o próprio poder imponha limites ao poder; que há uma
pluralidade de centros de decisão, de órgãos políticos e administrativos,
equilibrando-se uns aos outros.” (Deve-se coincidir fatores sociais com agentes
políticos, fazendo com que a representatividade social dos que são governados
seja assegurada, havendo limitação dos poderes e a consciência da cidadania.
Desse modo, se os cidadãos não sentirem responsabilidades pelo seu governo,
não haverá representatividade.)
15-“As sociedades democráticas nunca podem estar satisfeitas, porque, como são
igualitárias, fomentam a inveja; contudo, a despeito dessa turbulência superficial,
são fundamentalmente conservadoras.” (Quando a paixão pela igualdade de
condições se sobrepuser ao gosto pela liberdade, a obsessão pelo bem-estar
material, o sentimento de inveja pela situação econômica do próximo, o desejo
de se equiparar, pode resultar em males que abalem a democracia.)
Referências Revista do Curso de Direito da Faculdade Campo Limpo Paulista – v.9 (2011)
“Ação Popular e participação política: um diálogo com a teoria democrática de
Aléxis de Tocqueville” - Juliana Martins Barbacena
“A democracia na América, de Alexis de Tocqueville: Uma leitura para a história
da educação” - Maria Helena Camara Bastos