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26/05/2019 Eleições 2018: Os candidatos à Presidência e quais dificuldades têm de superar durante a campanha - BBC News Brasil https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42313908 1/22 12 setembro 2018 Eleições 2018: Os candidatos à Presidência e quais dificuldades têm de superar durante a campanha Fernanda Odilla Da BBC News Brasil em Londres Reportagem atualizada no dia 12 de setembro de 2018 A eleição presidencial de 2018 terá o maior número de candidatos desde a disputa de 1989 - a primeira desde a redemocratização do país. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, a menos de um mês das eleições, o partido decidiu substituí-lo pelo vice na chapa, o ex- prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Serão 13 candidatos, ao todo. No pleito de 89, foram 22. GETTY IMAGES M

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12 setembro 2018

Eleições 2018: Os candidatos à Presidência e quais dificuldadestêm de superar durante a campanhaFernanda OdillaDa BBC News Brasil em Londres

Reportagem atualizada no dia 12 de setembro de 2018

A eleição presidencial de 2018 terá o maior número de candidatos desde a disputa de1989 - a primeira desde a redemocratização do país. O ex-presidente Luiz Inácio Lulada Silva (PT) teve sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, amenos de um mês das eleições, o partido decidiu substituí-lo pelo vice na chapa, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Serão 13 candidatos, ao todo. No pleito de 89,foram 22.

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Há, entre os candidatos, nomes atingidos denúncias de corrupção e por disputas partidáriasinternas. A maioria deles enfrenta a escassez de tempo de propaganda no rádio e natelevisão. Alta rejeição ou falta de popularidade também estão entre as pedras no caminhode presidenciáveis.

Especial eleições 2018: As propostas de todos os candidatos a presidente do Brasil

Conheça as principais datas das eleições deste ano

Quem são os candidatos a vice e o que agregam a seus presidenciáveis?

Partidos e candidatos correm contra o tempo para superar seus problemas. A propagandaeleitoral está permitida desde o dia 16. No rádio e na televisão o horário eleitoral começoudia 31 de agosto. O primeiro turno de votações está marcado para 7 de outubro.

A BBC News Brasil listou os principais obstáculos dos candidatos que disputam aPresidência da República. Confira:

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Fernando Haddad (PT)

JUCA VARELLA/AGÊNCIA BRASIL

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Lançado candidato a menos de um mês das eleições, Fernando Haddad, de 55 anos,assume a cabeça da chapa no lugar de Luiz Inácio Lula da Silva. O TSE negou o pedido deregistro de candidatura do ex-presidente por entender que Lula está enquadrado na Lei daFicha Limpa.

O ex-presidente está preso desde maio na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR), ondecumpre pena de 12 anos por corrupção e lavagem de dinheiro.

Além de ter que defender o partido das acusações de corrupção, Haddad tem pouco tempode campanha para se tornar conhecido e se projetar como a "voz de Lula".

O principal desafio dele é, de fato, herdar as intenções de votos em Lula, que contava com ovoto declarado de quase 40% do eleitorado até ser oficialmente impedido de concorrer àseleições. Há dúvidas se outros candidatos, em especial os da esquerda, podem se beneficiarcom a ausência de Lula na disputa.

Mas, antes mesmo de ter sido lançado oficialmente candidato, pesquisas de intenção de votoindicava que Haddad havia crescido de 4% para 9% na preferência do eleitorado.

Haddad tem trajetória acadêmica e passagem pelo sistema financeiro, onde trabalhou comoanalista de investimentos do Unibanco. É formado em Direito, tem mestrado em Economia edoutorado em Filosofia. Ascendeu no PT ocupando cargos de gestão a partir. Ele assumiu oministério da Educação em julho de 2005.

O presidenciável petista tem pouca experiência nas urnas. Tem duas eleições no currículo,ambas para prefeito de São Paulo - venceu a primeira em 2012, ungido por Lula, e perdeu asegunda no primeiro turno para João Dória (PSDB), em 2016, quando o PT vivia o auge deseu desgaste com as denúncias de corrupção na Petrobras e o impeachment de DilmaRousseff.

Jair Bolsonaro (PSL)

O deputado federal Jair Bolsonaro, de 63 anos, aparece em primeiro lugar nas pesquisasde opinião nos cenários eleitorais sem Lula. De acordo com a última pesquisa Datafolha,Bolsonaro alcança 24% das intenções de votos.

FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

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Foi forçado, contudo, a interromper a campanha na rua depois de ter sido esfaqueadodurante um ato em Juiz de Fora (MG). Depois de operado, o candidato foi transferido para ohospital Albert Einstein, em São Paulo, onde se recupera. A perfuração deixou lesões gravesem órgãos intra-abdominais. Além da lesão no intestino grosso, Bolsonaro teve trêsperfurações no intestino delgado.

Bolsonaro trocou de partido para disputar as eleições. O deputado estava filiado ao PSC(Partido Social Cristão) e chegou a assinar a ficha de filiação do PEN (Partido EcológicoNacional). Mas, em seguida, filiou-se ao PSL (Partido Social Liberal).

O nome do general da reserva do Exército Hamilton Mourão, do PRTB, foi oficializado comoo candidato a vice de Bolsonaro, depois que ele enfrentou pelo menos três recusas paracompor a chapa presidencial.

Bolsonaro tem pouco tempo de propaganda no rádio e na televisão: 8 segundos e 11inserções - a título de comparação, o tucano Geraldo Alckmin tem 5 minutos e 32 segundos e434 inserções na programação. Para estipular o tempo de cada candidato, leva-se em contao número de deputados federais eleitos pelo partido em 2014. No caso do PSL, foramapenas dois.

Desde as eleições de 2014, o PSL conquistou mais deputados. Hoje, tem uma bancada dedez pessoas. Com esse número, Bolsonaro pode participar de debates na televisão - épreciso ter bancada de pelo menos cinco congressistas para ter presença garantida emdebates sem a necessidade de ser convidado pelo organizador.

Os recursos de campanha também são vistos como um desafio para a candidatura. Osapoiadores do pré-candidato apostam na divulgação do número de uma conta para arrecadardoações na internet. O Tribunal Superior Eleitoral autorizou o uso de "vaquinhas virtuais"nesta eleição para arrecadar recursos de pessoas físicas - a doação de empresaspermanece proibida. No Fundo Eleitoral, o PSL terá direito a apenas R$ 9,2 milhões - podeparecer muito, mas o PSDB por exemplo, sozinho, tem direito a R$ 185,8 milhões.

Bolsonaro tentaria contornar essa limitação usando redes sociais e contando com a produçãoespontânea de conteúdo de simpatizantes. O pré-candidato também vai precisar mostrar quedomina diferentes temas.

Ele também vai precisar enfrentar a rejeição - segundo a pesquisa Datafolha de setembro eleé o presidenciável com maior rejeição: 43% disseram que não votam nele de maneiraalguma.

Militar da reserva e professor de educação física, Bolsonaro é deputado federal desde 1991 -acumula sete mandatos por cinco partidos diferentes.

Assim como Geraldo Alckmin (PSDB), Bolsonaro é um dos dois únicos candidatos queainda não concederam entrevista à BBC News Brasil.

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Geraldo Alckmin (PSDB)

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de 65 anos, assumiu em dezembro apresidência do PSDB para tentar apaziguar o partido, que se dividiu entre ficar ou sair dabase de apoio ao governo de Michel Temer (MDB).

Seu principal desafio é aparecer em uma melhor colocação nas pesquisas de intenção devoto. No último Datafolha, Alckmin teve 10% da intenção de votos, atrás de Bolsonaro,Marina e Ciro Gomes.

Alckmin foi confirmado como o único postulante do PSDB à Presidência, depois que o ex-senador e atual prefeito de Manaus Arthur Virgílio desistiu de participar de prévias paradefinir o candidato tucano nas urnas. No fim de fevereiro, Virgílio criticou o correligionáriopaulista, a quem acusou de usar a máquina partidária para evitar a disputa, e anunciou quenão vai fazer campanha para Alckmin.

O ex-prefeito de São Paulo João Doria era outro tucano que almejava a candidaturapresidencial, mas acabou deixando o cargo para disputar o governo paulista. Muitos tucanosacreditam que ele "queimou a largada" ao fazer um giro pelo Brasil na tentativa de aumentarsua popularidade - ele ainda é considerado desconhecido no país e não conseguiu alavancarseu nome nas pesquisas.

Além das muitas disputas internas, Alckmin assumiu um PSDB desgastado pelas denúnciasde corrupção contra integrantes do partido, em especial as que pesam contra o senadorAécio Neves (MG), que disputou as eleições presidenciais em 2014, e o ex-governador deMinas Eduardo Azerendo, condenado a 20 anos de prisão por lavagem de dinheiro epeculato - atualmente ele cumpre pena em Belo Horizonte.

O próprio Alckmin também foi acusado de receber R$ 10 milhões em quantias nãodeclaradas da Odebrecht, o que ele nega.

O candidato do PSDB conta com o apoio formal do grupo de partidos conhecido como"centrão" - PTB, PP, PR, Solidariedade, PRB e PSD - e ainda dos aliados históricos PPS eDEM. A senadora do PP do Rio Grande do Sul Ana Amélia, de 73 anos, será a vice dotucano.

ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL

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Alckmin já disputou as eleições presidenciais em 2006, quando perdeu para Lula no segundoturno - os adversários do tucano fazem questão de lembrar que ele teve menos votos nasegunda votação que na primeira. Alckmin enfrenta rejeição de 24%, a terceira maior entreos eleitores segundo o Datafolha de setembro.

Formado em medicina, começou a carreira política como vereador e, depois, foi prefeito dePindamonhangaba (SP), sua cidade natal. Em 1994, foi eleito vice-governador de São Pauloe acabou assumindo o governo com o agravamento do estado de saúde de Mário Covas, em2001. Perdeu a disputa pela prefeitura de São Paulo em 2008, mas voltou como governadorem 2010 e foi reeleito em 2014.

Marina Silva (Rede)

A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva lançou oficialmente suacandidatura em 2 de dezembro de 2017, pela Rede. De acordo com o último Datafolha,Marina está em terceiro lugar, atrás de Bolsonaro e Ciro Gomes.

Uma das dificuldades que deve enfrentar é o pouco tempo de propaganda no rádio e na TV.Ela enfrenta ainda, segundo o Datafolha de setembro, uma rejeição de 29% - é a segundacandidatura mais rejeitada.

O partido conta com uma bancada de apenas três congressistas. Assim, Marina não tem agarantia de participação nos debates. Caberia às emissoras a escolha de convidar ou não acandidata.

A ex-ministra também tem respondido a críticas de ser omissa em momentos em que muitosaguardavam um posicionamento firme sobre temas centrais ou disputas políticas, e de terdeclarado apoio ao hoje investigado senador Aécio Neves (PSDB-MG) no segundo turno daseleições de 2014.

Avessa a embates e a ataques, a própria candidata avalia que será uma campanhaextremamente agressiva. Seu vice será Eduardo Jorge, do Partido Verde.

Marina, que tem 60 anos, disputou as duas últimas eleições presidenciais, uma pelo PV eoutra pelo PSB. Ela começou a carreira política no PT - onde chegou a ser ministra do Meio

REDE SUSTENTABILIDADE

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Ambiente, durante o governo Lula (2003-2010).

Ciro Gomes (PDT)

A candidatura presidencial do ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes, de 60anos, foi confirmada em março de 2018 pelo PDT e oficializada no fim de julho.

Por enquanto, é o nome ligado à esquerda que vai melhor nas pesquisas. Segundo oDatafolha de setembro, Ciro aparece em segundo lugar, com entre 13% das intenções devotos.

Ainda segundo o Datafolha, o pedetista tem uma rejeição de 20% do eleitorado - abaixo darejeição de Bolsonaro (43%), Marina (29%), Alckmin (24%) e Haddad (22%).

A falta de aliados para fortalecer a candidatura é um obstáculo para Ciro - ao final datemporada de convenções partidárias, ele acabou isolado. Foi preterido pelo PSB (que optoupela neutralidade após um acordo com o PT), e pelo PC do B, que fechou aliança com ospetistas.

Sua vice será do próprio PDT, a senadora Kátia Abreu.

O estilo franco e impulsivo que há anos rende a Ciro a fama de "destemperado" pode ser umempecilho. "Todo mundo já teve uma palavra mal dita ou foi mal interpretado", pondera Lupi.

Ciro já foi prefeito de Fortaleza, deputado estadual, deputado federal, governador do Ceará eministro dos governos Itamar Franco (Fazenda) e Lula (Integração Nacional).

Passou por sete partidos em 37 anos de vida pública. Já concorreu à Presidência duasvezes, em 1998 e em 2002.

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Álvaro Dias (Podemos)

O ex-tucano Álvaro Dias, de 73 anos, ganhou fama no Senado por ser um ferrenho crítico dagestão petista e integrante ativo de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito).

Por anos foi filiado ao PSDB. No ano passado, ele trocou o PV pelo Podemos - antigo PTN -com a expectativa de se lançar candidato, mas ainda enfrenta o desafio de se tornar umnome mais conhecido nacionalmente, capaz de conseguir mais que os 3% de votossinalizados pelas pesquisas. Ele tem uma rejeição de 14%.

Tem 40 segundos no rádio e na televisão, porque fechou uma aliança com o PRP, PSC ePTC.

Álvaro Dias cursou História e está no quarto mandato consecutivo de senador. Já foivereador, deputado estadual, deputado federal e governador do Paraná. É de uma tradicionalfamília de políticos do Estado.

ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

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João Amoêdo (Novo)

O ex-executivo do sistema financeiro João Amoêdo, de 55 anos, se afastou da presidênciado partido que ele próprio ajudou a criar em 2015 para ser lançado pré-candidato àPresidência. Pelas regras do Novo, candidatos não podem exercer funções partidárias nos15 meses anteriores à eleição.

Amoedo enfrenta o desafio de se fazer mais conhecido entre os eleitores e tentar ajudar oNovo a eleger representantes nas Assembleias e na Câmara.

Com cerca de 3% das intenções de voto, segundo o Datafolha de agosto, Amoêdo era osegundo candidato mais desconhecido do país - só perde para Vera Lúcia (PSTU). Segundoo Datafolha, 73% dos entrevistados dizem que não o conhecem nem ouviram falar dele. Émuito, mas menos que antes. Na pesquisa de novembro, ele era desconhecido por 84% dosbrasileiros.

Amoêdo tem em viajado o país para fazer palestras na tentativa de tornar-se mais popular esua campanha tem ganhado força nas redes sociais.

Novato em eleições gerais, o partido de Amoêdo conta com o apoio de profissionais liberais,de economistas que ocuparam cargos importantes no governo de FHC, como GustavoFranco, e tem entre seus quadros o ex-treinador de vôlei Bernardinho. A legenda ainda tentaatrair tucanos descontentes que estão deixando o partido.

A maioria dos quadros do partido, contudo, também é neófita das urnas.

Como seu partido foi criado depois das eleições de 2014, não tem nenhum congressista. Porisso, Amoêdo não tem direito de participar de debates. A presença do candidato fica a critériodos organizadores. O candidato tem apenas cinco segundos na propaganda eleitoral gratuitana TV.

Formado em Engenharia Civil e Administração, Amoêdo começou a carreira profissionaltrabalhando para bancos e chegou a ser vice-presidente do Unibanco e membro do conselhode administração do Itaú-BBA. Atualmente, é sócio do Instituto de Estudos de PolíticaEconômica/Casa das Garças.

PARTIDO NOVO/FACEBOOK

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Guilherme Boulos (PSOL)

Em março, o PSOL anunciou o nome do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto(MTST), Guilherme Boulos, de 36 anos, como candidato à Presidência. A chapa terá comocandidata a vice-presidente a ativista indígena Sônia Bone Guajajara, também do PSOL.

No Datafolha de setembro, Boulos obteve no máximo 1% da intenção de votos.

Para o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), é mais fácil o partido se coligar commovimentos da sociedade civil organizada do que com partidos políticos. "Há um descréditomuito grande, as pessoas estão com nojo dos partidos", diz Alencar.

O PSOL acabou fechando uma coligação como PCB.

Boulos venceu a disputa interna no PSOL, que tinha como pré-candidatos os economistasPlínio de Arruda Sampaio Jr., Nildo Ouriques e Hamilton Assis, militante do movimento negro.Em julho, o partido oficializou a chapa formada por Boulos e Sônia.

O PSOL avalia que o grande desafio será cumprir a cláusula de barreira que exige para 20181,5% dos votos em nove Estados para que as legendas continuem recebendo fundopartidário e tendo acesso a inserções no rádio e na televisão.

A legenda tem 13 segundos de propaganda eleitoral, mas vai conseguir participar dosdebates por ter uma bancada com seis deputados.

Professor e escritor, Guilherme Boulos é formado em Filosofia pela USP, tem especializaçãoem Psicologia Clínica pela PUC-SP e mestrado em Psiquiatria pela USP. É membro dacoordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, no qual milita há 16 anos, e daFrente Povo Sem Medo.

DIVULGAÇÃO

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Henrique Meirelles (MDB)

O ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de 72 anos, começou a construir a suacandidatura presidencial em abril deste ano, quando deixou o cargo no governo de MichelTemer e trocou o PSD por seu partido atual, o MDB.

No começo de agosto, a candidatura de Meirelles foi oficializada pela convenção do MDB -mesmo com a oposição de alguns caciques regionais do partido, como Renan Calheiros(Alagoas), Roberto Requião (Paraná) e Jarbas Vasconcelos (Pernambuco), entre outros.Meirelles teve 357 dos 419 votos dos convencionais, ou 85% do total.

Mesmo assim, a falta de popularidade ainda é um obstáculo a ser superado. No Datafolha desetembro, Meirelles obteve 3% da intenção de votos, e enfrenta 17% de rejeição. O ex-ministro está bancando a própria campanha presidencial, com uma doação no valor de R$ 20milhões.

A trajetória profissional de Meirelles está ligada à área financeira internacional. Antes de serpresidente do Banco Central, entre 2003 e 2011, no governo Lula, foi o principal executivo doBankBoston. Antes de assumir a Fazenda, Meirelles atuou por quatro anos como presidentedo conselho de administração da J&F Investimentos, holding criada pela família Batista econtroladora do frigorífico JBS, envolvido em escândalos de corrupção.

FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

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Vera Lúcia (PSTU)

A ex-operária Vera Lúcia, de 50 anos, foi lançada como cabeça da chapa presidencial doPSTU, que deverá ter como vice o professor Hertz Dias, da rede pública do Maranhão.

Vera é ativista sindical em Sergipe, ex-militante petista e ex-operária da indústria calçadista.Ela participou da fundação do PSTU em seu Estado, junto com outros ex-filiados do PT,depois que sua corrente foi expulsa do petismo em 1992.

Ela tem cinco segundos no horário eleitoral e sete inserções, e não mais que 1% dasintenções de votos. Além disso, é a candidata menos conhecida - apenas 22% dos eleitoresdizem conhecê-la ou já ter ouvido falar dela, segundo o Datafolha de agosto.

A candidatura tem por objetivo apontar o que o partido considera a forma ilegítima eantidemocrática como são disputadas as eleições no Brasil. O PSTU considera que oobjetivo final de um partido revolucionário não é disputar eleições, e sim organizar ostrabalhadores para tomar o poder.

BBC NEWS BRASIL

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João Vicente Goulart (PPL)

O Partido Pátria Livre oficializou a candidatura de João Goulart Filho à presidência, em umevento em São Paulo no início de agosto. O candidato do PPL é filho do ex-presidente JoãoGoulart, o Jango (1919-1976), cujo mandato foi interrompido pelo golpe militar de abril de1964.

Segundo o Datafolha, ele é desconhecido da maioria dos eleitores. Tem apenas cincosegundos no rádio e na TV.

Nascido no Rio de Janeiro, João Vicente é escritor. Passou a infância e a adolescência noUruguai, onde sua família se encontrava exilada após o golpe militar. De volta ao Brasil, JoãoVicente ajudou na fundação do PDT, junto do tio Leonel Brizola, e foi deputado estadual pelopartido no Rio Grande do Sul nos anos 1980.

Durante a campanha, defenderá propostas nacionalistas e identificadas com a esquerda.Goulart terá como vice um professor universitário de Brasília, Léo Alves, também do PPL.

AGÊNCIA ALESC

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Eymael (DC)

José Maria Eymael foi oficializado como o candidato presidencial pelo partido DemocraciaCristã (DC), em convenção realizada em julho, em São Paulo. Essa será a 5ª vez que oadvogado disputa a presidência da República. Ele terá como vice o pastor Hélvio Costa (DC).

Em 2014, Eymael teve apenas 0,06% dos votos - ele chegou a dizer que não disputaria maisa Presidência da República. O candidato da DC (antigo PSDC) é famoso pelo jingle decampanha, lançado em 1985: "Ey, Ey, Eymael, um democrata cristão (...)".

Nesta eleição, ele tem oito segundos no horário eleitoral e 12 inserções.

AFP

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26/05/2019 Eleições 2018: Os candidatos à Presidência e quais dificuldades têm de superar durante a campanha - BBC News Brasil

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Cabo Daciolo (Patriota)

Eleito deputado federal pelo PSOL em 2014 com 49 mil votos, Benevenuto Daciolo Fonsecados Santos, mais conhecido como Cabo Daciolo, tem 42 anos e concorre à Presidência daRepública pela primeira vez.

O bombeiro já havia sindo filiado ao PTdoB e, hoje, está no Patriota (antigo Partido EcológicoNacional). Daciolo terá como vice a pedagoga Suelene Balduino, também do Patriota.

Antes de iniciar sua carreira política, liderou uma greve de bombeiros em seu Estado deorigem, o Rio, em 2011, quando chegou a ficar preso.

Em 2015, logo depois de eleito, Daciolo foi expulso do PSOL por infidelidade partidária - asigla entendeu que as posições defendidas por ele contrariavam o estatuto do partido.

Ele enfrenta, segundo o Datafolha, 19% de rejeição, tem apenas 1% da intenção de votos etem oito segundos na propaganda eleitoral no rádio e na TV.

Um dia depois que Bolsonoro foi esfaqueado, Daciolo anunciou que faria um jejum de 21 diase ficaria "nos montes", sem conceder entrevistas ou participar de debates.

Reportagem publicada originalmente em dezembro de 2017 e atualizada pela última vez em12 setembro de 2018.

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