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DIREITO ADMINISTRATIVO

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DIREITO ADMINISTRATIVO

CONCURSO PETROBRÁS 2006

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Conteúdo

1. Administração Pública pag. 02

2. Centralização e Descentralização pag. 04

3. Princípios da Administração Pública pag. 05

4. Relações Jurídicas da Administração Pública c/ Particulares pag. 08

5. Espécies de Regimes Jurídicos pag. 09

6. Regime Jurídico dos Servidores Públicos pag. 12

7. Contratos Administrativos pag. 19

8. Teoria Geral dos Atos Administrativos pag. 27

9. O Ato Administrativo e os Direitos dos Administrados pag. 32

10. Controle da Administração Pública pag. 33

11. O Regime Jurídico Administrativo pag. 37

12. Princípios Constitucionais do Direito Administrativo pag. 38

13. Organização Administrativa pag. 41

14. Servidores Públicos pag. 47

15. Responsabilidade Civil do Estado pag. 57

16. Licitação pag. 58

17. Bens Públicos pag. 67

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DIREITO ADMINISTRATIVO

1. A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1.1. CONCEITO: É a atividade desenvolvida pelo Estado ou seus delegados, sob o regime de Direito Público, destinada a atender de modo direto e imediato,

necessidades concretas da coletividade. É todo o aparelhamento do Estado para a prestação dos serviços públicos, para a gestão dos bens públicos e

dos interesses da comunidade.

• “A Administração Pública direta e indireta ou fundacional, de qualquer dos poderes da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios de

legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência ...”

1.2. CARACTERÍSTICAS:

• praticar atos tão somente de execução – estes atos são denominados atos

administrativos; quem pratica estes atos são os órgãos e seus agentes, que são sempre

públicos;

• exercer atividade politicamente neutra - sua atividade é vinculada à Lei e não à

Política;

• ter conduta hierarquizada – dever de obediência - escalona os poderes administrativos

do mais alto escalão até a mais humilde das funções;

• praticar atos com responsabilidade técnica e legal – busca a perfeição técnica de seus

atos, que devem ser tecnicamente perfeitos e segundo os preceitos legais;

• caráter instrumental – a Administração Pública é um instrumento para o Estado

conseguir seus objetivos. A Administração serve ao Estado.

• competência limitada – o poder de decisão e de comando de cada área da

Administração Pública é delimitada pela área de atuação de cada órgão.

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1.3. PODERES ADMINISTRATIVOS Vinculado: Quando a lei confere à Administração Pública poder para a prática de determinado ato,

estipulando todos os requisitos e elementos necessários à sua validade.

Discricionário: Quando o Direito concede à Administração, de modo explícito ou implícito,

poder para prática de determinado ato com liberdade de escolha de sua

conveniência e oportunidade. Existe uma gradação.

Normativo: Embora a atividade normativa caiba predominantemente ao Legislativo, nele não se

exaure, cabendo ao Executivo expedir regulamentos e outros atos normativos de

caráter geral e de efeitos externos. É inerente ao Poder Executivo.

Hierárquico: É o meio de que dispõe a Administração Pública para distribuir e escalonar as

funções dos órgãos públicos; estabelecer a relação de subordinação entre seus

agentes; e ordenar e rever a atuação de seus agentes.

Disciplinar: É conferido à Administração para apurar infrações e aplicar penalidades funcionais a

seus agentes e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa, como é o caso

das que por ela são contratados;

Poder de Polícia: É a atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando direitos,

interesses ou liberdades individuais, regula a prática do ato ou abstenção de fato, em razão do interesse público. É aplicado aos particulares.

Segmentos = =

Policia Administrativa = incide sobre bens, direitos e atividades;

= é regida pelo Direito Administrativo

Policia Judiciária = incide sobre as pessoas

= destina-se à responsabilização penal

Poderes

Administrativos Características Básicas

Vinculado poder para a prática de determinado ato, estipulando todos os

requisitos e elementos necessários à sua validade.

Discricionário poder para a prática de determinado ato, com liberdade de escolha de

sua conveniência e oportunidade. Existe uma gradação.

Normativo cabe ao Executivo expedir regulamentos e outros atos de caráter geral

e de efeitos externos. É inerente ao Poder Executivo

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Hierárquico distribuir e escalonar as funções dos órgãos públicos; estabelecer a

relação de subordinação entre seus agentes;

Disciplinar apurar infrações e aplicar penalidades funcionais a seus agentes e

demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa

Poder de Polícia limita ou disciplina direitos, interesses ou liberdades individuais; regula

a prática do ato ou abstenção de fato, em razão do interesse público. É

aplicado aos particulares.

LIMITAÇÕES DO PODER DE POLICIA

• Necessidade o Poder de policia só deve ser adotado para evitar ameaças reais ou

prováveis de pertubações ao interesse público;

• Proporcionalidade é a exigência de uma relação entre a limitação ao direito individual e o

prejuízo a ser evitado;

• Eficácia a medida deve ser adequada para impedir o dano ao interesse público.

ATRIBUTOS DO PODER DE POLICIA

• Discricionariedade Consiste na livre escolha, pela Administração Pública, dos meios

adequados para exercer o poder de policia, bem como, na opção quanto ao conteúdo, das

normas que cuidam de tal poder.

• Auto-Executoriedade Possibilidade efetiva que a Administração tem de proceder ao

exercício imediato de seus atos, sem necessidade de recorrer, previamente, ao Poder

Judiciário.

• Coercibilidade É a imposição imperativa do ato de policia a seu destinatário, admitindo-se

até o emprego da força pública para seu normal cumprimento, quando houver resistência por

parte do administrado.

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• Atividade Negativa Tendo em vista o fato de não pretender uma atuação dos particulares

e sim sua abstenção, são lhes impostas obrigações de não fazer.

2. CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO MODALIDADES E FORMAS DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO

CENTRALIZAÇÃO: é a prestação de serviços diretamente pela pessoa política prevista

constitucionalmente, sem delegação a outras pessoas. Diz-se que a

atividade do Estado é centralizada quando ele atua diretamente, por

meio de seus órgãos.

Obs.: Órgãos são simples repartições interiores da pessoa do Estado, e, por isso, dele não se

distinguem. São meros feixes de atribuições - não têm responsabilidade jurídica própria –

toda a sua atuação é imputada às pessoas a que pertencem. São divisões da Pessoa

Jurídica.

• Se os serviços estão sendo prestados pelas Pessoas Políticas constitucionalmente

competentes, estará havendo centralização.

DESCENTRALIZAÇÃO: é a transferência de execução do serviço ou da titularidade do

serviço para outra pessoa, quer seja de direito público ou de direito privado.

• São entidades descentralizadas de direito público: Autarquias e Fundações Públicas.

• São entidades descentralizadas de direito privado: Empresas Públicas, Sociedades de

Economia Mista.

• Pode, inclusive, a execução do serviço ser transferida para entidades que não estejam

integradas à Administração Pública, como: Concessionárias de Serviços Públicos e Permissionárias.

• A descentralização, mesmo que seja para entidades particulares, não retira o caráter público do serviço, apenas transfere a execução.

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3. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Antigamente havia uma preocupação doutrinária no sentido de se orientar os administradores

públicos para terem um comportamento especial frente à Administração Pública.

Esse comportamento especial, regido por princípios básicos administrativos, no Brasil foi

aparecendo nas leis infraconstitucionais. Posteriormente, em 1988, os constituintes

escreveram no art. 37 da CF um capítulo sobre a Administração Pública, cujos princípios são

elencados a seguir:

1) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE segundo ele, todos os atos da Administração têm que

estar em conformidade com os princípios legais.

Este princípio observa não só as leis, mas também os regulamentos que contém as normas

administrativas contidas em grande parte do texto Constitucional. Quando a Administração

Pública se afasta destes comandos, pratica atos ilegais, produzindo, por conseqüência, atos

nulos e respondendo por sanções por ela impostas (Poder Disciplinar). Os servidores, ao

praticarem estes atos, podem até ser demitidos.

• Um administrador de empresa particular pratica tudo aquilo que a lei não proíbe. Já

o administrador público, por ser obrigado ao estrito cumprimento da lei e dos

regulamentos, só pode praticar o que a lei permite. É a lei que distribui competências

aos administradores.

2) PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE no art. 37 da CF o legislador fala também da

impessoalidade. No campo do Direito

Administrativo esta palavra foi uma novidade. O

legislador não colocou a palavra finalidade.

Surgiram duas correntes para definir “impessoalidade”:

Impessoalidade relativa aos administrados: segundo esta corrente, a Administração só pode

praticar atos impessoais se tais atos vão propiciar o bem comum (a coletividade). A explicação para

a impessoalidade pode ser buscada no próprio texto Constitucional através de uma interpretação

sistemática da mesma. Por exemplo, de acordo com o art. 100 da CF, “à exceção dos créditos de

natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda .....far-se-ão na ordem cronológica de

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apresentação dos precatórios ..” . Não se pode pagar fora desta ordem, pois, do contrário, a

Administração Pública estaria praticando ato de impessoalidade;

Impessoalidade relativa à Administração : segundo esta corrente, os atos impessoais se

originam da Administração, não importando quem os tenha praticado. Esse princípio deve ser

entendido para excluir a promoção pessoal de autoridade ou serviços públicos sobre suas

relações administrativas no exercício de fato, pois, de acordo com os que defendem esta corrente,

os atos são dos órgãos e não dos agentes públicos;

3) PRINCÍPIO DA FINALIDADE relacionado com a impessoalidade relativa à

Administração, este princípio orienta que as normas administrativas tem que ter SEMPRE como OBJETIVO o INTERESSE PÚBLICO.

Assim, se o agente público pratica atos em conformidade com a lei, encontra-se,

indiretamente, com a finalidade, que está embutida na própria norma. Por exemplo, em

relação à finalidade, uma reunião, um comício ou uma passeata de interesse coletivo,

autorizadas pela Administração Pública, poderão ser dissolvidas, se se tornarem violentas, a

ponto de causarem problemas à coletividade (desvio da finalidade).

• Nesse caso, quem dissolve a passeata, pratica um ato de interesse público da mesma forma que aquele que a autoriza. O desvio da finalidade pública também pode ser

encontrado nos casos de desapropriação de imóveis pelo Poder Público, com finalidade

pública, através de indenizações ilícitas;

4) PRINCÍPIO DA MORALIDADE este princípio está diretamente relacionado com os próprios atos dos cidadãos comuns em seu convívio

com a comunidade, ligando-se à moral e à ética

administrativa, estando esta última sempre presente na

vida do administrador público, sendo mais rigorosa que a

ética comum.

Por exemplo, comete ATO IMORAL o Prefeito Municipal que empregar a sua verba de

representação em negócios alheios à sua condição de Administrador Público, pois, É

SABIDO QUE O ADMINISTRADOR PÚBLICO TEM QUE SER HONESTO, TEM QUE TER

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PROBIDADE E, QUE TODO ATO ADMINISTRATIVO, ALÉM DE SER LEGAL, TEM QUE

SER MORAL, sob pena de sua nulidade.

Nos casos de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, os governantes podem ter suspensos os seus direitos políticos, além da perda do cargo para a Administração, seguindo-se o

ressarcimento dos bens e a nulidade do ato ilicitamente praticado. Há um sistema de

fiscalização ou mecanismo de controle de todos os atos administrativos praticados. Por

exemplo, o Congresso Nacional exerce esse controle através de uma fiscalização contábil

externa ou interna sobre toda a Administração Pública.

5) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE é a divulgação oficial do ato da Administração para a ciência do público em geral, com efeito de iniciar a sua

atuação externa, ou seja, de gerar efeitos jurídicos.

Esses efeitos jurídicos podem ser de direitos e de

obrigações.

Por exemplo, o Prefeito Municipal, com o objetivo de preencher determinada vaga existente na sua Administração, NOMEIA ALGUÉM para o cargo de Procurador Municipal.

No entanto, para que esse ato de nomeação tenha validade, ELE DEVE SER PUBLICADO.

E após a sua publicação, o nomeado terá 30 dias para tomar posse. Esse princípio da

publicidade é uma generalidade. Todos os atos da Administração têm que ser públicos.

A PUBLICIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS sofre as seguintes exceções:

nos casos de segurança nacional: seja ela de origem militar, econômica, cultural etc.. Nestas

situações, os atos não são tornados públicos. Por

exemplo, os órgãos de espionagem não fazem

publicidade de seus atos;

nos casos de investigação policial: onde o Inquérito Policial é extremamente sigiloso (só a

ação penal que é pública);

nos casos dos atos internos da Adm.Pública: nestes, por não haver interesse da

coletividade, não há razão para serem

públicos.

Por outro lado, embora os processos administrativos devam ser públicos, a publicidade se

restringe somente aos seus atos intermediários, ou seja, a determinadas fases processuais.

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Por outro lado, a Publicidade, ao mesmo tempo que inicia os atos, também possibilita àqueles que deles tomam conhecimento, de utilizarem os REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS contra eles. Assim, com base em diversos incisos do art. 5° da CF, o

interessado poderá se utilizar:

• do Direito de Petição;

• do Mandado de Segurança (remédio heróico contra atos ilegais envoltos de

abuso de poder);

• da Ação Popular;

• Habeas Data;

• Habeas Corpus.

A publicidade dos atos administrativos é feita tanto na esfera federal (através do Diário Oficial

Federal) como na estadual (através do Diário Oficial Estadual) ou municipal (através do Diário

Oficial do Município). Nos Municípios, se não houver o Diário Oficial Municipal, a publicidade

poderá ser feita através dos jornais de grande circulação ou afixada em locais conhecidos e

determinados pela Administração.

Por último, a Publicidade deve ter objetivo educativo, informativo e de interesse social, NÃO PODENDO SER UTILIZADOS SÍMBOLOS, IMAGENS ETC. que caracterizem a

promoção pessoal do Agente Administrativo.

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4. RELAÇÕES JURÍDICAS DA ADMINISTRAÇÃO COM PARTICULARES UNILATERAIS – “atos administrativos”.

BILATERAIS – “contratos administrativos atípicos ou semipúblico da Administração”

(regidos pelas normas do Direito Privado - Civil; posição de igualdade com o

particular contratante) ou

“contratos administrativos típicos ou propriamente dito” (regidos pelas

regras do Direito Público - Administrativo; supremacia do Poder Público).

MODALIDADES: - de colaboração – é todo aquele em que o particular se obriga a prestar ou realizar algo

para a Administração, como ocorre nos ajustes de obras, serviços ou

fornecimentos; é realizado no interesse precípuo da Administração.

- de atribuição – é o em que a Administração confere determinadas vantagens ou certos direitos ao particular, tal como uso especial de bem público; é

realizado no interesse precípuo do particular, desde que não

contrarie o interesse público.

ESPÉCIES:

- contrato de obra pública;

- contrato de fornecimento e serviços;

- contrato de consultoria pública;

- contrato de permissão e concessão de uso e serviço;

- contrato de risco;

- contrato de gestão etc.

PARTES: CONTRATANTE – é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual.

CONTRATADO – é a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração

Pública.

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PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS REGENTES: Básicos “lex inter partes”: (lei entre as partes) - impede a alteração do que as partes

convencionaram;

“pacta sunt servanda” : (observância do pactuado) - obriga as partes a cumprir fielmente o que avençaram e prometeram reciprocamente.

Setoriais norteadores dos contratos administrativos:

• vinculação da Administração ao interesse público;

• prescrição de legitimidade das cláusulas contratuais celebradas;

• alterabilidade das cláusulas regulamentares;

• excepcionalidade dos contratos de atribuição.

CONTEÚDO: têm que obrigatoriamente, aterem-se aos termos da lei e a presença inaportável

da finalidade pública.

LEGISLAÇÃO DISCIPLINADORA: em nosso direito, compete à União expedir normas gerais

sobre contratação (art. 22, XXVII, CF) - as referidas

normas gerais, bem assim como a legislação específica

da União estão previstas:

• na Lei n° 8.666/93, com as alterações introduzidas pelas Leis n°s. 8.883/94 e 9.648/98.

• a Lei n° 8.666/93 estabelece normas gerais sobre “licitações” e “contratos

administrativos” pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,

alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do DF e dos

Municípios; além dos órgãos da administração direta, subordinam a esta lei, os fundos

especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de

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economia mista e demais entidades controladas direta e indiretamente pela União,

Estados, DF e Municípios.

REQUISITOS DE VALIDADE: licitude do objeto e a própria forma do contrato, que

preferencialmente, deve ser a prescrita em lei, embora nada

obste à forma livre, desde que não vedada em lei.

REQUISITOS FORMAIS: deve mencionar:

• os nomes das partes e os de seus representantes;

• a finalidade;

• o ato que autorizou a sua lavratura;

• o n° do processo de licitação, da dispensa ou da inexigibilidade;

• a sujeição dos contratantes às normas da Lei n° 8.666/93 e às cláusulas contratuais,

• bem como a publicação resumida do “instrumento do contrato”*

5. ESPÉCIES DE REGIMES JURÍDICOS

REGIMES JURÌDICOS

• A Emenda Constitucional n° 19 ELIMINOU a exigência de REGIME JURÍDICO ÚNICO

para a administração direta, autárquica e fundacional.

• Sabemos que a CF previu a existência de um REGIME JURÍDICO ÚNICO (RJU) para os

servidores da Administração Direta, das Autarquias e das Fundações Públicas – esse

Regime Jurídico Único é de natureza estatutária e no âmbito da União está previsto na

Lei 8112/90.

Regime Estatutário estabelecido por lei em cada esfera de governo (natureza legal)

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• A Lei nº9.962, de 22 de fevereiro de 2000 , disciplinou o regime de emprego público do

pessoal da Administração federal direta, autárquica e fundacional, no âmbito federal.

Determinou a aplicação do regime celetista aos servidores federais.

• No entanto, o referido regime apresenta peculiaridades, aplicando-se a legislação

trabalhista naquilo que a lei não dispuser em contrário. É imprescindível a criação dos empregos públicos, por leis específicas. Os atuais cargos do regime estatutário

poderão ser transformados em empregos, também por leis específicas.

• Não poderão submeter-se ao regime trabalhista os cargos de provimento em

comissão, bem como os que forem servidores estatutários anteriormente às leis que

criarem os empregos públicos.

• A contratação dos servidores deverá ser precedida de concurso público de provas ou de provas e títulos.

• A rescisão do contrato de trabalho por tempo indeterminado NÃO PODERÁ ser

realizada livremente pela Administração. Será imprescindível que se caracterizem as hipóteses previstas no art. 3º da mencionada lei:

• falta grave;

• acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

• necessidade de redução do quadro de pessoal, por excesso de despesa; e

• insuficiência de desempenho.

• Regime Estatutário significa a inexistência de um acordo de vontades no que tange

às condições de prestação do serviço – A Administração não celebra contrato com o

Servidor Estatutário – as condições de prestação do serviço estão traçadas na Lei. O

servidor ao tomar posse no cargo público, coloca-se sob essas condições, não tendo, no

entanto, o direito à persistência das mesmas condições de trabalho existentes no

momento em que ele tomou posse. Trata-se de um REGIME LEGAL.

• No caso do servidor público não existe contrato, existe um Estatuto ao qual se submete – que é o Regime Jurídico Estatutário o qual se ajusta ao interesse público. As

modificações são unilaterais porque são ditadas pelo interesse público, daí porque

preservam a sua supremacia.

• Importante é a exigência do Concurso Público, que não se limitou ao ingresso na

Administração Direta, mas também na Indireta, inclusive nas Empresas Públicas e

Sociedades de Economia Mista.

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Regime Trabalhista regido pela CLT, mas submete-se às normas constitucionais

(natureza contratual)

• O servidor celetista é ocupante de emprego público.

• Não adquirirá estabilidade. No entanto, a sua dispensa terá de fundamentar-se em

um dos motivos legais.

• os empregados em geral regidos pela CLT possuem um regime contratual o que

significa dizer que em princípio ajustam as condições de trabalho e assim ajustadas não

podem ser modificadas unilateralmente.

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6. REGIME JURÍDICO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS Conceito Serviço Público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob

normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade

ou simples conveniências do Estado.

• A atribuição primordial da Administração Pública é oferecer utilidades aos administrados,

não se justificando sua presença senão para prestar serviços à coletividade.

• Esses serviços podem ser essenciais ou apenas úteis à comunidade, daí a necessária

distinção entre serviços públicos e serviços de utilidade pública; mas, em sentido amplo e

genérico, quando aludimos a serviço público, abrangemos ambas as categorias.

Particularidades do Serviço Público

• são vinculados ao princípio da legalidade;

• a Adm. Pública pode unilateralmente criar obrigações aos exploradores do serviço;

• continuidade do serviço;

Características

Elemento Subjetivo - o serviço público é sempre incumbência do Estado. É permitido ao Estado

delegar determinados serviços públicos, sempre através de lei e sob regime de concessão ou

permissão e por licitação. É o próprio Estado que escolhe os serviços que, em determinado

momento, são considerados serviços públicos. Ex.: Correios; telecomunicações; radiodifusão;

energia elétrica; navegação aérea e infra-estrutura portuária; transporte ferroviário e marítimo entre

portos brasileiros e fronteiras nacionais; transporte rodoviário interestadual e internacional de

passageiros; portos fluviais e lacustres; serviços oficiais de estatística, geografia e geologia – IBGE;

serviços e instalações nucleares;

• Serviço que compete aos Estados distribuição de gás canalizado;

Elemento Formal – o regime jurídico, a princípio, é de Direito Público. Quando, porém,

particulares prestam serviço em colaboração com o Poder Público o regime jurídico é híbrido,

podendo prevalecer o Direito Público ou o Direito Privado, dependendo do que dispuser a lei.

Em ambos os casos, a responsabilidade é objetiva. (os danos causados pelos seus agentes serão

indenizados pelo Estado)

Elemento Material – o serviço público deve corresponder a uma atividade de interesse público.

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Princípios do Serviço Público Faltando qualquer desses requisitos em um serviço público ou de

utilidade pública, é dever da Administração intervir para restabelecer seu regular funcionamento ou

retomar sua prestação.

• Princípio da Permanência ou continuidade - impõe continuidade no serviço; os serviços

não devem sofrer interrupções;

• Princípio da generalidade - impõe serviço igual para todos; devem ser prestados sem

discriminação dos beneficiários;

• Princípio da eficiência - exige atualização do serviço, com presteza e eficiência;

• Princípio da modicidade - exige tarifas razoáveis; os serviços devem ser remunerados a

preços razoáveis;

• Princípio da cortesia - traduz-se em bom tratamento para com o público.

Classificação dos Serviços Públicos Serviços Públicos são os que a Administração presta diretamente à comunidade, por reconhecer

sua essencialidade e necessidade para a sobrevivência do grupo social e do próprio Estado. Por

isso mesmo, tais serviços são considerados privativos do Poder Público, no sentido de que só a

Administração deve prestá-los, sem delegação a terceiros.

Ex.: defesa nacional, de polícia, de preservação da saúde pública.

Serviços de Utilidade Pública Serviços de utilidade pública são os que a Administração,

reconhecendo sua conveniência (não essencialidade, nem necessidade) para os membros da

coletividade, presta-os diretamente ou aquiesce em que sejam prestados por terceiros

(concessionários, permissionários ou autorizatários), nas condições regulamentadas e sob seu

controle, mas por conta e risco dos prestadores, mediante remuneração dos usuários. Ex.: os

serviços de transporte coletivo, energia elétrica, gás, telefone.

Serviços próprios do Estado são aqueles que se relacionam intimamente com as atribuições do

Poder Público (Ex.: segurança, polícia, higiene e saúde públicas etc.) e para a execução dos quais a

Administração usa da sua supremacia sobre os administrados. Não podem ser delegados a

particulares. Tais serviços, por sua essencialidade, geralmente são gratuitos ou de baixa

remuneração.

Serviços impróprios do Estado são os que não afetam substancialmente as necessidades da

comunidade, mas satisfazem interesses comuns de seus membros, e, por isso, a Administração os

presta remuneradamente, por seus órgãos ou entidades descentralizadas (Ex.: autarquias, empresas

públicas, sociedades de economia mista, fundações governamentais), ou delega sua prestação.

Serviços Gerais ou “uti universi” são aqueles que a Administração presta sem Ter usuários

determinados, para atender à coletividade no seu todo. Ex.: polícia, iluminação pública, calçamento.

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Daí por que, normalmente, os serviços uti universi devem ser mantidos por imposto (tributo geral), e

não por taxa ou tarifa, que é remuneração mensurável e proporcional ao uso individual do serviço.

Serviços Individuais ou “uti singuli” são os que têm usuários determinados e utilização

particular e mensurável para cada destinatário. Ex.: o telefone, a água e a energia elétrica

domiciliares. São sempre serviços de utilização individual, facultativa e mensurável, pelo quê devem

ser remunerados por taxa (tributo) ou tarifa (preço público), e não por imposto.

Serviços Industriais são os que produzem renda mediante uma remuneração da utilidade usada

ou consumida. Ex.: ITA, CTA.

Serviços Administrativos são os que a administração executa para atender as suas

necessidades internas. Ex.: Imprensa Oficial.

Competências e Titularidades

• interesses próprios de cada esfera administrativa

• a natureza e extensão dos serviços

• a capacidade para executá-los vantajosamente para a Administração e para os

administrados.

Podem ser:

• Privativos da União - defesa nacional; a polícia marítima, aérea e de fronteiras; a emissão de moeda;

o serviço postal; os serviços de telecomunicações em geral; de energia elétrica; de

navegação aérea, aeroespacial e de infra-estrutura portuária; os de transporte interestadual e

internacional; de instalação e produção de energia nuclear; e a defesa contra calamidades

públicas.

dos Estados – distribuição de gás canalizado;

dos Municípios - o transporte coletivo; a obrigação de manter programas de educação

pré-escolar e de ensino fundamental; os serviços de atendimento à saúde da população; o

ordenamento territorial e o controle do uso, parcelamento e ocupação do solo urbano; a

proteção ao patrimônio histórico-cultural local.

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• Comuns serviços de saúde pública (SUS); promoção de programas de construção de moradia;

proteção do meio ambiente;

• Usuários o direito fundamental do usuário é o recebimento do serviço;

os serviços uti singuli podem ser exigidos judicialmente pelo interessado que esteja na

área de sua prestação e atenda as exigências regulamentares para sua obtenção;

A transferência da execução do serviço público pode ser feita por OUTORGA ou por

DELEGAÇÃO.

OUTORGA: implica na transferência da própria titularidade do serviço.

• Quando, por exemplo, a União cria uma Autarquia e transfere para esta

a titularidade de um serviço público, não transfere apenas a execução.

Não pode mais a União retomar esse serviço, a não ser por lei. Faz-se

através de lei e só pode ser retirada através de lei.

• Outorga significa, portanto, a transferência da própria titularidade do

serviço da pessoa política para a pessoa administrativa, que desenvolve

o serviço em seu próprio nome e não no de quem transferiu. É sempre

feita por lei e somente por outra lei pode ser mudada ou retirada.

DELEGAÇÃO: implica na mera transferência da execução do serviço. Realiza-se por

ato ou contrato administrativo. São as concessões e permissões do

serviço público.

• Pode ser retirado por um ato de mesma natureza.

• Deve ser autorizada por lei.

• Concentração e Desconcentração ocorrem no âmbito de uma mesma pessoa.

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DESCONCENTRAÇÃO: existe quando as atividades estiverem distribuídas entre os órgãos de uma mesma pessoa – quando forem as atribuições

transferidas dos órgãos centrais para os locais/periféricos.

CONCENTRAÇÃO: ocorre o inverso da desconcentração. Há uma transferência das

atividades dos órgãos periféricos para os centrais.

Obs.: tanto a concentração como a desconcentração poderá ocorrer na estrutura

administrativa centralizada ou descentralizada.

• Ex.: o INSS é exemplo de descentralização.

• A União é um exemplo de centralização administrativa – mas as atribuições podem ser

exercidas por seus órgãos centrais – há concentração dentro de uma estrutura

centralizada.

• Desconcentração dentro de uma estrutura centralizada – quando há delegação de

atribuição.

• Administração Direta: corresponde à centralização.

• Administração indireta: corresponde à descentralização.

OUTORGA DELEGAÇÃO

• O Estado cria a entidade

• O serviço é transferido por lei

• Transfere-se a titularidade

• Presunção de definitividade

• o particular cria a entidade

• o serviço é transferido por lei, contrato (concessão) ou por

ato unilateral (permissão)

• transfere-se a execução

• transitoriedade

Concessão e Permissão de Serviços Públicos

É incumbência do Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

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Existe a necessidade de lei autorizativa

• A lei disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços

públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como

as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou

permissão;

II - os direitos dos usuários;

III - política tarifária;

IV - a obrigação de manter serviço adequado.

CONCESSÃO é a delegação contratual da execução do serviço, na forma autorizada e

regulamentada pelo Executivo. O contrato de Concessão é ajuste de Direito

Administrativo, bilateral, oneroso, comutativo e realizado intuito personae

PERMISSÃO é tradicionalmente considerada pela doutrina como ato unilateral, discricionário, precário, intuito personae, podendo ser gratuito ou oneroso.

O termo contrato, no que diz respeito à Permissão de serviço público, tem o

sentido de instrumento de delegação, abrangendo, também, os atos

administrativos.

• Doutrina Ato Administrativo

• Lei Contrato Administrativo (contrato de Adesão);

Direitos dos Usuários participação do usuário na administração:

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,

asseguradas à manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação

periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre

atos de governo;

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de

cargo, emprego ou função na administração pública.

Política Tarifária os serviços públicos são remunerados mediante tarifa.

Licitação

Page 22: TJAM_-_Direito_Administrativo

21

• Concessão Exige Licitação modalidade Concorrência

• Permissão Exige Licitação

Contrato de Concessão

Contratar terceiros Atividades acessórias ou complementares

Sub-concessão Mediante autorização

Transferência de concessão e Controle societário

Só com anuência

Encargos do Poder Concedente regulamentar o serviço; fiscalizar; poder de realizar a

rescisão através de ato unilateral;

Encargos da Concessionária prestar serviço adequado; cumprir as cláusulas

contratuais;

Intervenção nos Serviços Públicos para assegurar a regular execução dos serviços, o

Poder Concedente pode, através de Decreto,

instaurar procedimentos administrativos para

intervir nos serviços prestados pelas

concessionárias.

Extinção da Concessão

Advento do Termo Contratual ao término do contrato, o serviço é extinto;

Encampação ou Resgate é a retomada do serviço pelo Poder Concedente

durante o prazo da concessão, por motivos de interesse

público, mediante Lei Autorizativa específica e após

prévio pagamento da indenização.

Caducidade corresponde à rescisão unilateral pela não execução ou descumprimento de cláusulas contratuais, ou quando por qualquer

motivo o concessionário paralisar os serviços.

Rescisão por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das

normas contratuais pelo Poder Concedente, mediante ação judicial.

Page 23: TJAM_-_Direito_Administrativo

22

Anulação por ilegalidade na licitação ou no contrato administrativo;

Falência ou Extinção da Concessionária;

Falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual;

Autorização a Administração autoriza o exercício de atividade que, por sua utilidade

pública, está sujeita ao poder de policia do Estado. É realizada por ato

administrativo, discricionário e precário (ato negocial). É a transferência

ao particular, de serviço público de fácil execução, sendo de regra sem

remuneração ou remunerado através de tarifas. Ex.: Despachantes; a

manutenção de canteiros e jardins em troca de placas de publicidade.

Convênios e Consórcios Administrativos

Convênios Administrativos são acordos firmados por entidades públicas de qualquer espécie,

ou entre estas e organizações particulares, para realização de objetivos de interesse comum dos

partícipes.

Consórcios Administrativos são acordos firmados entre entidades estatais, autárquicas, fundacionais ou paraestatais, sempre da mesma espécie, para realização de objetivos de

interesse comum dos partícipes.

Agências Reguladoras A Reforma Administrativa ora sendo implantada previu a criação

de autarquias especiais que vão exercer o papel de poder concedente relativamente aos serviços públicos transferidos

para particulares através do contrato de concessão de serviços públicos. Elas irão receber maior autonomia

administrativa , orçamentária e financeira mediante contratos de

gestão firmados pelos seus administradores com o poder

público. Já foram criadas algumas Agências Reguladoras, como

por exemplo:

• ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica;

• ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações;

• ANP – Agência Nacional do Petróleo

Agências Executivas também são autarquias que vão desempenhar atividades de

execução na administração pública, desfrutando de autonomia

decorrente de contrato de gestão. É necessário um decreto do

Page 24: TJAM_-_Direito_Administrativo

23

Presidente da República, reconhecendo a autarquia como

Agência Executiva. Ex.: INMETRO.

Organizações Sociais (ONG´s)

• São pessoas jurídicas de Direito Privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa

de particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos do Estado, com

incentivo e fiscalização do Poder Público, mediante vínculo jurídico instituído por meio de

contrato de gestão.

Page 25: TJAM_-_Direito_Administrativo

24

7. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Contrato: é todo acordo de vontades, firmado livremente pelas partes, para criar obrigações e

direitos recíprocos

CONTRATO ADMINISTRATIVO: é o ajuste que a Administração, agindo nessa

qualidade, firma com o particular ou outra entidade administrativa PARA A CONSECUÇÃO DE OBJETIVOS

DE INTERESSE PÚBLICO, nas condições estabelecidas pela própria Administração.

CARACTERÍSTICAS

Consensual: acordo de vontades, e não um ato unilateral e impositivo da Administração;

Formal: expressado por escrito e com requisitos especiais;

Oneroso: remunerado na forma convencionada;

Comutativo: porque estabelece compensações recíprocas;

Intuitu Personae: Deve ser executado pelo próprio contratado, vedadas, em princípio, a sua

substituição por outrem ou a transferência de ajuste.

Page 26: TJAM_-_Direito_Administrativo

25

MODALIDADES DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

1. CONTRATO DE OBRA PÚBLICA: Trata-se do ajuste levado a efeito pela Administração Pública com um particular, que tem por objeto A CONSTRUÇÃO, A REFORMA OU

AMPLIAÇÃO DE CERTA OBRA PÚBLICA. Tais

contratos só podem ser realizados com profissionais ou

empresa de engenharia, registrados no CREA.

• Pela EMPREITADA, atribui-se ao particular a execução da obra mediante

remuneração previamente ajustada.

• Pela Tarefa, outorga-se ao particular contratante a execução de

pequenas obras ou parte de obra maior, mediante remuneração por

preço certo, global ou unitário.

2. CONTRATO DE SERVIÇO: Trata-se de acordo celebrado pela Administração Pública com certo particular. São serviços de demolição, conserto,

instalação, montagem, operação, conservação, reparação,

manutenção, transporte, etc. Não podemos confundir contrato de serviço com contrato de concessão de serviço. No Contrato de Serviço a Administração recebe o

serviço. Já na Concessão, presta o serviço ao Administrado

por intermédio de outrem.

3. CONTRATO DE FORNECIMENTO: É o acordo através do qual a Administração

Pública adquire, por compra, coisas móveis de certo particular, com quem celebra o ajuste.

Tais bens destinam-se à realização de obras e

manutenção de serviços públicos. Ex. materiais de

consumo, produtos industrializados, gêneros

alimentícios, etc.

4. CONTRATO DE GESTÃO: é o ajuste celebrado pelo Poder Público com órgão ou

entidade da Administração Direta, Indireta e entidades

privadas qualificadas como ONG’s

Page 27: TJAM_-_Direito_Administrativo

26

5. CONTRATO DE CONCESSÃO: Trata-se de ajuste, oneroso ou gratuito, efetivado sob condição pela Administração Pública, chamada

CONCEDENTE, com certo particular, o

CONCESSIONÁRIO, visando transferir o uso de determinado bem público. É contrato precedido de

autorização legislativa.

PECULIARIDADES DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

A Administração Pública aparece com uma série de prerrogativas que garantem sua supremacia sobre o particular. Tais peculiaridades constituem as chamadas CLÁUSULAS EXORBITANTES, explícitas ou implícitas, em todo contrato administrativo.

CLÁUSULAS EXORBITANTES jamais seriam possíveis no Direito Privado

1. Exigência de Garantia

2. Alteração ou Rescisão Unilateral por parte da Administração;

3. Fiscalização;

4. Retomada do Objeto;

5. Aplicação de Penalidades e Anulação

6. Equilíbrio Econômico e Financeiro;

7. Impossibilidade do Particular Invocar a Exceção do Contrato não Cumprido;

1. Exigência de Garantia: Após ter vencido a Licitação, é feita uma exigência ao

contratado, a qual pode ser: Caução em dinheiro, Títulos da Dívida Pública, Fiança Bancária, etc. Esta garantia será devolvida após a execução do contrato. Caso o contratado

tenha dado causa a rescisão contratual, a Administração poderá

reter a garantia a título de ressarcimento. 2. Alteração ou Rescisão Unilateral: A Administração Pública tem o dever de zelar pela

eficiência dos serviços públicos e, muitas vezes,

celebrado um contrato de acordo com

Page 28: TJAM_-_Direito_Administrativo

27

determinados padrões, posteriormente, observa-se

que estes não mais servem ao interesse público,

quer no plano dos próprios interesses, quer no

plano das técnicas empregadas. Essa

ALTERAÇÃO não pode sofrer resistência do

particular contratado, desde que o Poder Público

observe uma cláusula correlata, qual seja, o

EQUILÍBRIO ECONÔMICO e financeiro do contrato.

• motivos ensejadores de alterações nos Contratos

I - não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou

prazos;

II - a lentidão do seu cumprimento, o atraso injustificado no início da obra,

serviço ou fornecimento ou a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração;

III - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil; a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado, ou ainda, a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa que prejudique a

execução do contrato;

IV - razões de interesse público; V - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior;

3. Fiscalização: Os contratos administrativos prevêem a possibilidade de controle e fiscalização a ser exercido pela própria Administração. Deve a

Administração fiscalizar, acompanhar a execução do contrato, admitindo-se,

inclusive, uma intervenção do Poder Público no contrato, assumindo a

execução do contrato para eliminar falhas, preservando o interesse público.

4. Retomada do Objeto: O princípio da continuidade do serviço público AUTORIZA a

retomada do objeto de um contrato, sempre que a paralisação

ou a ineficiente execução possam ocasionar prejuízo ao interesse

público.

Page 29: TJAM_-_Direito_Administrativo

28

5. Aplicação de Penalidades: Pode o Poder Público IMPOR PENALIDADES em decorrência

da fiscalização e controle (aplicação de multas e, em casos

extremos, a proibição de contratar com a Administração Pública).

Resulta do princípio da “auto-executoriedade” e do poder de

polícia da Administração Pública.

• OBS: É evidente que no contrato de direito privado seria inadmissível a aplicação das

sanções penais que exigem intervenção do Poder Judiciário.

6. Equilíbrio Financeiro: Nos contratos administrativos, os direitos dos contratados

estão basicamente voltados para as chamadas cláusulas econômicas.

• O contratado tem o direito à manutenção ao longo da execução do contrato, da mesma

proporcionalidade entre encargos e vantagens estabelecidas no momento em que o contrato foi celebrado.

• Por isso, se a Administração alterar cláusulas do serviço, IMPONDO MAIS GASTOS

ou ÔNUS AO CONTRATADO, DEVERÁ, de modo correlato, proporcionar modificação na remuneração a que o contratado faz jus, sob pena do contratado reclamar judicialmente PLEITEANDO O EQUILÍBRIO ECONÔMICO FINANCEIRO, que é a

manutenção da comutatividade na execução do contrato (equivalência entre as prestações

– comutativo).

7. Exceção do Contrato não Cumprido: É a impossibilidade do Particular invocar a Exceção do Contrato não cumprido. Nos

contratos de direito privado, de natureza bilateral, ou seja, naqueles em que existem obrigações

recíprocas, é admissível a exceção do contrato não cumprido – a parte pode dizer que somente

cumprirá a obrigação se a outra parte cumprir a

sua.

• No entanto, nos contratos administrativos, afirma-se que o princípio da continuidade dos serviços públicos IMPOSSIBILITA AO PARTICULAR argüir a exceção do contrato não

cumprido. Se a Administração descumpriu uma cláusula contratual, o particular não deve

paralisar a execução do contrato, mas postular perante o Poder Judiciário as reparações

cabíveis ou a rescisão contratual.

Page 30: TJAM_-_Direito_Administrativo

29

• a inoponibilidade da exceção do contrato não cumprido só prevaleceria para os

contratos de serviços públicos. Nos demais, seria impossível a inoponibilidade da exceção

do contrato não cumprido. Hoje, a Lei 8.666/93 – Contratos e Licitações – prevê a

paralisação da execução do contrato não pago por período acima de 90 dias.

INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS

As normas que regem os contratos administrativos são as de Direito Público, suplementadas

pelos princípios da teoria geral dos contratos e do Direito Privado.

Nos contratos administrativos celebrados em prol da coletividade não se pode interpretar suas

cláusulas contra essa mesma coletividade.

Existem princípios que não podem ser desconsiderados pelos intérpretes, tais como a

“vinculação da administração ao interesse público”, “presunção de legitimidade das cláusulas

contratuais”.

Qualquer cláusula que contrarie o interesse público ou renuncie direitos da Administração,

deve ser interpretada como não escrita, salvo se autorizada por lei.

FORMALIZAÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO

Os contratos Administrativos regem-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de Direito

Público, aplicando-lhes supletivamente os princípios da Teoria Geral do Contratos e o Direito

Privado.

Os contratos administrativos têm que ser precedidos por Licitação, salvo nos casos de

INEXEGIBILIDADE e DISPENSA.

Terão que constar, obrigatoriamente, Cláusulas Obrigatórias:

• as que definem o objeto;

• as que estabeleçam o regime de execução da obra;

• as que fixem o preço e as condições de pagamento;

• as que tragam os critérios de reajustamento e atualização monetária;

• as que marquem prazos de início, execução, conclusão e entrega do objeto do

contrato;

• as que apontem as garantias, etc.

Page 31: TJAM_-_Direito_Administrativo

30

Instrumento Contratual: lavram-se nas próprias repartições interessadas;

• exige-se Escritura Pública quando tenham por objeto direito real sobre imóveis

• o contrato verbal constitui exceção, pois os negócios administrativos dependem de

comprovação documental e registro nos órgãos de controle interno.

• A ausência de contrato escrito e requisitos essenciais e outros defeitos de forma

podem viciar as manifestações de vontade das partes e com isto acarretar a

ANULAÇÃO do contrato.

Conteúdo: é a vontade das partes expressa no momento de sua formalização

• surge então a necessidade de cláusulas necessárias, que fixem com fidelidade o

objeto do ajuste e definam os direitos e obrigações, encargos e responsabilidades.

• Não se admite, em seu conteúdo, cláusulas que concedam maiores vantagens ao

contratado, e que sejam prejudiciais à Administração Pública.

• Integram o Contrato: o Edital, o projeto, o memorial, cálculos, planilhas,etc.

EXECUÇÃO DO CONTRATO

É o cumprimento de suas cláusulas firmadas no momento de sua celebração; é cumpri-lo no

seu objeto, nos seus prazos e nas suas condições.

Execução Pessoal

• todo contrato é firmado “intuitu personae”, ou seja, só poderá executá-lo aquele que foi o

ganhador da licitação;

• nem sempre é personalíssimo, podendo exigir a participação de diferentes técnicos e

especialistas, sob sua inteira responsabilidade;

Encargos da Execução

• o contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscal e

comerciais decorrentes da Execução do contrato;

• a inadimplência do contratado, com referência a esses encargos, não transfere a

responsabilidade à Administração e nem onera o objeto do contrato;

Page 32: TJAM_-_Direito_Administrativo

31

• outros encargos poderão ser atribuídos ao contratado, mas deverão constar do Edital de

Licitação;

Acompanhamento da Execução do Contrato

• é direito da Administração e compreende a Fiscalização, orientação, interdição,

intervenção e aplicação de penalidades contratuais.

Etapa Final da Execução do Contrato

• consiste na entrega e recebimento do objeto do contrato. Pode ser provisório ou definitivo

INEXECUÇÃO DO CONTRATO

É o descumprimento de suas cláusulas, no todo em parte. Pode ocorrer por ação ou

omissão, culposa ou sem culpa de qualquer das partes.

Causas Justificadoras: São causas que permitem justificar o descumprimento do contrato por

parte do contratado. A existência dessas causas pode levar à extinção

ou à revisão das cláusulas do contrato.

1. Teoria da Imprevisão

2. Fato do Príncipe

3. Fato da Administração

4. Caso Fortuito

5. Força Maior

TEORIA DA IMPREVISÃO: Pressupõe situações imprevisíveis que afetam substancialmente

as obrigações contratuais, tornando excessivamente oneroso o

cumprimento do contrato.

• É a aplicação da antiga cláusula “rebus sic stantibus”.

• Os contratos são obrigatórios (“pacta sunt servanda”). No entanto, nos contratos

de prestações sucessivas está implícita a cláusula “rebus sic stantibus” (a

convenção não permanece em vigor se houver mudança da situação existente no

momento da celebração).

Page 33: TJAM_-_Direito_Administrativo

32

• A aplicação da TEORIA DA IMPREVISÃO permite o restabelecimento do

equilíbrio econômico-financeiro do contrato administrativo.

FATO DO PRÍNCIPE: também denominada “álea administrativa”, é a medida de ordem

geral, praticada pela própria Administração Pública, não relacionada

diretamente com o contrato, MAS QUE NELE REPERCUTE,

provocando desequilíbrio econômico-financeiro em detrimento do

contratado. Ex.: Medida Governamental que dificulte a importação de

matéria-prima necessária à execução do contrato.

FATO DA ADMINISTRAÇÃO: é toda ação ou omissão do Poder Público que , incidindo direta e

especificamente sobre o contrato, retarda ou impede a sua

execução. É falta contratual cometida pela Administração.

CASO FORTUITO: é o evento da natureza, inevitável e imprevisível, que impossibilita o

cumprimento do contrato. Ex.: inundação

FORÇA MAIOR: é o acontecimento humano, imprevisível e inevitável, que impossibilita a

execução do contrato. Ex.: greve.

Conseqüências da Inexecução:

• propicia sua rescisão;

• acarreta para o inadimplente, conseqüência de Ordem Civil e Administrativa;

• acarreta a suspensão provisória e a declaração de inidoneidade para contratar

com a Administração.

REVISÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO

Pode ocorrer por interesse da própria Administração ou pela superveniência de fatos novos

que tornem inexeqüível o ajuste inicial.

Page 34: TJAM_-_Direito_Administrativo

33

Interesse da Administração: quando o interesse público exige a alteração do projeto ou dos

processos técnicos de sua execução, com aumento de encargos;

Superveniência de Fatos: quando sobrevem atos de Governo ou fatos materiais imprevistos

e imprevisíveis pelas partes, o qual dificulte ou agravem a

conclusão do objeto do contrato.

• em qualquer destes casos, o contrato é passível de REVISÃO.

RESCISÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO

É o término do contrato durante a execução por inadimplência de uma das partes, pela

superveniência de eventos que impeçam ou tornem inconvenientes o prosseguimento

do ajuste.

A esse respeito distinguem-se as hipóteses de RESCISÃO:

a) ADMINISTRATIVA;

b) JUDICIAL; c) DE PLENO DIREITO.

PLENO DIREITO: não depende de manifestação das partes, pois decorre de um fato extintivo já previsto, que leva à rescisão do contrato de pleno direito. Ex.: a falência.

JUDICIAL: é determinada pelo Poder Judiciário, sendo facultativa para a Administração - esta,

se quiser, pode pleitear judicialmente a rescisão. O contratado somente poderá pleitear a rescisão, JUDICIALMENTE.

ADMINISTRATIVA:

• Por motivo de interesse público

• Por falta do contratado.

a) por motivo de interesse público: A Administração, zelando pelo interesse público,

considera inconveniente a sua manutenção.

Obs: o particular fará jus a mais ampla indenização, no caso de rescisão por motivo de

interesse público.

Page 35: TJAM_-_Direito_Administrativo

34

b) por falta do contratado: Nesse caso, não está a Administração obrigada a entrar na justiça

e, então por seus próprios meios, declara a rescisão, observando o DEVIDO PROCESSO LEGAL, ou seja, que se assegure o direito de defesa ao contratado.

8. TEORIA GERAL DO ATO ADMINISTRATIVO

8.1. CONCEITOS ATO ADMINISTRATIVO: é o ato jurídico praticado pela Administração Pública; é todo o

ato lícito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos;

• só pode ser praticado por agente público competente;

Page 36: TJAM_-_Direito_Administrativo

35

Fato Jurídico: é um acontecimento material involuntário, que vai produzir conseqüências

jurídicas.

Ato Jurídico: é uma manifestação de vontade destinada a produzir efeitos jurídicos.

Fato Administrativo: é o acontecimento material da Administração, que produz

conseqüências jurídicas. No entanto, não traduz uma manifestação de

vontade voltada para produção dessas conseqüências. Ex.: A

construção de uma obra pública; o ato de ministrar uma aula em escola

pública; o ato de realizar uma cirurgia em hospital público,

O Fato Administrativo não se destina a produzir efeitos no mundo jurídico, embora muitas

vezes esses efeitos ocorram, como exemplo, uma obra pública mal executada vai causar

danos aos administrados, ensejando indenização. Uma cirurgia mal realizada em um hospital

público, que também resultará na responsabilidade do Estado.

8.2. ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

Atos Normativos: aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando a correta

aplicação da lei; estabelecem regras gerais e abstratas, pois visam a

explicitar a norma legal. Exs.: Decretos, Regulamentos, Regimentos,

Resoluções, Deliberações, etc.

Atos Ordinatórios: visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico da

Administração. Exs.: Instruções, Circulares, Avisos, Portarias, Ordens de

Serviço, Ofícios, Despachos.

Atos Negociais: aqueles que contêm uma declaração de vontade do Poder Público

coincidente com a vontade do particular; visa a concretizar negócios

públicos ou atribuir certos direitos ou vantagens ao particular. Ex.:

Licença; Autorização; Permissão; Aprovação; Apreciação; Visto;

Homologação; Dispensa; Renúncia;

Page 37: TJAM_-_Direito_Administrativo

36

Atos Enunciativos: aqueles que se limitam a certificar ou atestar um fato, ou emitir opinião

sobre determinado assunto; NÃO SE VINCULA A SEU ENUNCIADO. Ex.:

Certidões; Atestados; Pareceres.

Atos Punitivos: atos com que a Administração visa a punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular dos administrados ou de servidores. É a APLICAÇÃO do Poder de Policia e Poder Disciplinar. Ex.:

Multa; Interdição de atividades; Destruição de coisas; Afastamento de cargo

ou função.

8.3. REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO

REQUISITOS Competência, Finalidade, Forma, Motivo e Objeto

(COFIFOMOB)

COMPETÊNCIA: é o poder, resultante da lei, que dá ao agente administrativo a capacidade de

praticar o ato administrativo; é VINCULADO;

É o primeiro requisito de validade do ato administrativo. Inicialmente, é necessário verificar se

a Pessoa Jurídica tem atribuição para a prática daquele ato. É preciso saber, em segundo

lugar, se o órgão daquela Pessoa Jurídica que praticou o ato, estava investido de atribuições para tanto. Finalmente, é preciso verificar se o agente público que praticou o ato, fê-lo no exercício das atribuições do cargo. O problema da competência, portanto,

resolve-se nesses três aspectos.

• A competência ADMITE DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO. Esses institutos resultam

da hierarquia.

FINALIDADE: é o bem jurídico objetivado pelo ato administrativo; é VINCULADO;

O ato deve alcançar a finalidade expressa ou implicitamente prevista na norma que

atribui competência ao agente para a sua prática. O Administrador não pode fugir da finalidade que a lei imprimiu ao ato, sob pena de NULIDADE do ato pelo DESVIO DE

Page 38: TJAM_-_Direito_Administrativo

37

FINALIDADE específica. Havendo qualquer desvio, o ato é nulo por DESVIO DE

FINALIDADE, mesmo que haja relevância social.

FORMA: é a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato deve ser praticado; É o

revestimento externo do ato; é VINCULADO.

Em princípio, exige-se a forma escrita para a prática do ato. Excepcionalmente, admitem-se

as ordens através de sinais ou de voz, como são feitas no trânsito. Em alguns casos, a

forma é particularizada e exige-se um determinado tipo de forma escrita.

MOTIVO: é a situação de direito que autoriza ou exige a prática do ato administrativo;

motivação obrigatória - ato vinculado pode estar previsto em lei (a autoridade só pode

praticar o ato caso ocorra a situação prevista),

motivação facultativa - ato discricionário ou não estar previsto em lei (a autoridade tem a

liberdade de escolher o motivo em vista do qual

editará o ato);

A efetiva existência do motivo é sempre um requisito para a validade do ato. Se o

Administrador invoca determinados motivos, a validade do ato fica subordinada à efetiva

existência desses motivos invocados para a sua prática. É a teoria dos Motivos

Determinantes.

OBJETO: é o conteúdo do ato; é a própria alteração na ordem jurídica; é aquilo que o ato dispõe.

Pode ser VINCULADO ou DISCRICIONÁRIO.

ato vinculado o objeto já está predeterminado na lei (Ex.: aposentadoria do servidor).

ato discricionário há uma margem de liberdade do Administrador para preencher o

conteúdo do ato (Ex.: desapropriação – cabe ao Administrador escolher

o bem, de acordo com os interesses da Administração).

Page 39: TJAM_-_Direito_Administrativo

38

MOTIVO e OBJETO, nos chamados atos discricionários, caracterizam o que se denomina

de MÉRITO ADMINISTRATIVO.

MÉRITO ADMINISTRATIVO corresponde à esfera de discricionariedade reservada ao Administrador e, em princípio, não pode o Poder Judiciário

pretender substituir a discricionariedade do administrador

pela discricionariedade do Juiz. Pode, no entanto, examinar os

motivos invocados pelo Administrador para verificar se eles

efetivamente existem e se porventura está caracterizado um

desvio de finalidade.

Ato Legal e Perfeito é o ato administrativo completo em seus requisitos e eficaz em produzir

seus efeitos; portanto, é o ato eficaz e exeqüível;

REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Requisitos Tipo do Ato Características

COMPETÊNCIA Vinculado é O PODER, resultante da lei, que dá ao agente

administrativo a capacidade de praticar o ato

administrativo. Admite DELEGAÇÃO e AVOCAÇÃO.

FINALIDADE Vinculado é o bem jurídico OBJETIVADO pelo ato administrativo;

é ao que o ato se compromete;

FORMA Vinculado é a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato

Page 40: TJAM_-_Direito_Administrativo

39

deve ser praticado; É o revestimento externo do ato.

MOTIVO Vinculado ou Discricionário

é a situação de direito que autoriza ou exige a prática

do ato administrativo; é o por que do ato !

OBJETO Vinculado ou Discricionário

é o conteúdo do ato; é a própria alteração na ordem

jurídica; é aquilo de que o ato dispõe, trata.

8.4. ATRIBUTOS E QUALIDADES DO ATO ADMINISTRATIVO ( P I A )

PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE: todo ato administrativo presume-se legítimo, isto é,

verdadeiro e conforme o direito; é presunção relativa

(juris tantum). Ex.: Execução de Dívida Ativa – cabe ao

particular o ônus de provar que não deve ou que o valor

está errado.

IMPERATIVIDADE: é a qualidade pela qual os atos dispõem de força executória e se

impõem aos particulares, independentemente de sua concordância; Ex.:

Secretário de Saúde quando dita normas de higiene – decorre do

exercício do Poder de Polícia – pode impor obrigação para o

administrado. É o denominado poder extroverso da Administração.

AUTO-EXECUTORIEDADE: é o atributo do ato administrativo pelo qual o Poder Público pode

obrigar o administrado a cumprí-lo, independentemente de ordem

judicial;

8.5. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Page 41: TJAM_-_Direito_Administrativo

40

Quanto aos

ATOS Exemplos

Edital;

Regulamentos; Gerais destinam-se a uma parcela grande de

sujeitos indeterminados e todos aqueles que se vêem abrangidos pelos seus preceitos;

Instruções.

Demissão;

Exoneração; Des

tinat

ário

s

Individuais destina-se a uma pessoa em particular ou a

um grupo de pessoas determinadas . Outorga de

Licença

Circulares;

Portarias; Internos os destinatários são os órgãos e agentes da

Administração; não se dirigem a terceiros Instruções;

Admissão; Alc

ance

Externos alcançam os administrados de modo geral

(só entram em vigor depois de publicados). Licença.

Desapropriação;

Interdição; Império aquele que a administração pratica no gozo

de suas prerrogativas; em posição de supremacia perante o administrado; Requisição.

Alienação e

Aquisição de

bens; Gestão

são os praticados pela Administração em situação de igualdade com os particulares,

SEM USAR SUA SUPREMACIA; Certidões

Obj

eto

Expediente aqueles praticados por agentes

subalternos; atos de rotina interna; Protocolo

Licença;

Vinculado quando não há, para o agente, liberdade de

escolha, devendo se sujeitar às determinações

da Lei; Pedido de

Aposentadoria

Reg

ram

ento

Discricionário quando há liberdade de escolha (na LEI)

para o agente, no que diz respeito ao mérito ( CONVENIÊNCIA e OPORTUNIDADE ).

Autorização

Form

a

ção

do

ATO

Simples produzido por um único órgão; podem ser

simples singulares ou simples colegiais. Despacho

Page 42: TJAM_-_Direito_Administrativo

41

Composto produzido por um órgão, mas dependente

da ratificação de outro órgão para se tornar

exeqüível.

Dispensa de

licitação

Complexo

resultam da soma de vontade de 2 ou mais órgãos. Não deve ser confundido com

procedimento administrativo (Concorrência

Pública).

Escolha em lista

tríplice

9. O ATO ADMINISTRATIVO E O DIREITO DOS ADMINISTRADOS

EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

CASSAÇÃO: embora legítimo na sua origem e formação, torna-se ilegal na sua execução;

quando o destinatário descumpre condições pré-estabelecidas. Ex.:: alguém obteve

uma permissão para explorar o serviço público, porém descumpriu uma das

condições para a prestação desse serviço. Vem o Poder Público e, como

penalidade, procede a cassação da permissão.

REVOGAÇÃO: é a extinção de um ato administrativo legal e perfeito, por razões de conveniência e oportunidade, pela Administração, no exercício do poder discricionário. O ato revogado conserva os efeitos produzidos durante o tempo

em que operou. A partir da data da revogação é que cessa a produção de efeitos

do ato até então perfeito e legal. Só pode ser praticado pela Administração

Pública por razões de oportunidade e conveniência. A revogação não pode atingir

os direitos adquiridos

EX-NUNC = (nunca mais) - sem efeito retroativo

ANULAÇÃO: é a supressão do ato administrativo, com efeito retroativo, por razões de ilegalidade e ilegitimidade. Pode ser examinado pelo Poder Judiciário (razões

de legalidade e legitimidade) e pela Administração Pública (aspectos legais e no

mérito).

EX-TUNC = com efeito retroativo, invalida as conseqüências passadas, presentes

e futuras.

CADUCIDADE: É a cessação dos efeitos do ato em razão de uma lei superveniente, com a

qual esse ato é incompatível. A característica é a incompatibilidade do ato com

a norma subseqüente.

ATOS NULOS E ATOS ANULÁVEIS

Page 43: TJAM_-_Direito_Administrativo

42

Atos Inexistentes: são os que contêm um comando criminoso (Ex.: alguém que mandasse

torturar um preso).

Atos Nulos: são aqueles que atingem gravemente a lei ( Ex.: prática de um ato por uma

pessoa jurídica incompetente).

Ato Anulável: representa uma violação mais branda à norma (Ex.: um ato que era de

competência do Ministro e foi praticado por Secretário Geral. Houve violação,

mas não tão grave porque foi praticado dentro do mesmo órgão).

CONVALIDAÇÃO: É a prática de um ato posterior que vai conter todos os requisitos de validade, INCLUSIVE aquele que não foi observado no ato anterior e determina a sua retroatividade à data de vigência do ato

tido como anulável. Os efeitos passam a contar da data do ato anterior

– é editado um novo ato.

CONVERSÃO: Aproveita-se, COM UM OUTRO CONTEÚDO, o ato que inicialmente foi considerado nulo. Ex.: Nomeação de alguém para cargo público sem

aprovação em concurso, mas poderá haver a nomeação para cargo

comissionado. A conversão dá ao ato a conotação que deveria ter tido no

momento da sua criação. Produz efeito EX-TUNC.

10. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Conceito: é a faculdade de vigilância, orientação e correção que UM PODER, ÓRGÃO OU

AUTORIDADE exerce sobre a conduta funcional de outro.

Espécies de Controle

1. quanto à extensão do controle:

CONTROLE INTERNO: é todo aquele realizado pela entidade ou órgão responsável pela

atividade controlada, no âmbito da própria administração.

• exercido de forma integrada entre os Poderes

• responsabilidade solidária dos responsáveis pelo controle interno, quando deixarem de dar

ciência ao TCU de qualquer irregularidade ou ilegalidade.

Page 44: TJAM_-_Direito_Administrativo

43

CONTROLE EXTERNO: ocorre quando o órgão fiscalizador se situa em Administração

DIVERSA daquela de onde a conduta administrativa se originou.

• controle do Judiciário sobre os atos do Executivo em ações judiciais;

• sustação de ato normativo do Poder Executivo pelo Legislativo;

CONTROLE EXTERNO POPULAR: As contas dos Municípios ficarão, durante 60 dias,

anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes

a legitimidade, nos termos da lei.

2. quanto ao momento em que se efetua:

CONTROLE PRÉVIO OU PREVENTIVO: é o que é exercido antes de consumar-se a conduta administrativa, como ocorre, por

exemplo, com aprovação prévia, por parte do

Senado Federal, do Presidente e diretores do

Banco Central.

CONTROLE CONCOMITANTE: acompanha a situação administrativa no momento em que ela se verifica. É o que ocorre, por exemplo, com a fiscalização de um contrato em andamento.

CONTROLE POSTERIOR OU CORRETIVO: tem por objetivo a revisão de atos já praticados, para corrigi-los, desfazê-los ou, somente, confirmá-los. ABRANGE

ATOS como os de aprovação,

homologação, anulação, revogação ou

convalidação.

3. quanto à natureza do controle:

CONTROLE DE LEGALIDADE: é o que verifica a conformidade da conduta administrativa com as normas legais que a regem.

Esse controle pode ser interno ou externo. Vale dizer

que a Administração exercita-o de ofício ou mediante

Page 45: TJAM_-_Direito_Administrativo

44

provocação: o Legislativo só o efetiva nos casos

constitucionalmente previstos; e o Judiciário através da

ação adequada. Por esse controle o ato ilegal e

ilegítimo somente pode ser anulado, e não revogado.

CONTROLE DO MÉRITO: é o que se consuma pela verificação da conveniência e da oportunidade da conduta administrativa. A competência para exercê-lo é da Administração, e, em casos excepcionais,

expressos na Constituição, ao Legislativo, mas nunca ao Judiciário.

4. quanto ao órgão que o exerce:

• Controle Administrativo;

• Controle Legislativo;

• Controle Judicial

CONTROLE ADMINISTRATIVO: é exercido pelo Executivo e pelos órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário, sob os

ASPECTOS DE LEGALIDADE E MÉRITO, por iniciativa

própria ou mediante provocação.

Meios de Controle:

Fiscalização Hierárquica: esse meio de controle é inerente ao poder hierárquico.

Supervisão Ministerial: APLICÁVEL nas entidades de administração indireta vinculadas a um

Ministério; supervisão não é a mesma coisa que subordinação;

trata-se de controle finalístico.

Recursos Administrativos: são meios hábeis que podem ser utilizados para provocar o reexame do ato administrativo, pela PRÓPRIA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

Recursos Administrativos: em regra, o efeito É NÃO SUSPENSIVO.

Representação: denúncia de irregularidades feita perante a própria Administração;

Reclamação: oposição expressa a atos da Administração que afetam direitos ou

interesses legítimos do interessado;

Page 46: TJAM_-_Direito_Administrativo

45

Pedido de Reconsideração: solicitação de reexame dirigida à mesma autoridade que

praticou o ato;

Recurso Hierárquico próprio: dirigido à autoridade ou instância superior do mesmo

órgão administrativo em que foi praticado o ato; é

decorrência da hierarquia;

Recurso Hierárquico Expresso: dirigido à autoridade ou órgão estranho à

repartição que expediu o ato recorrido, mas com

competência julgadora expressa.

CONTROLE LEGISLATIVO: NÃO PODE exorbitar às hipóteses constitucionalmente previstas, sob pena de ofensa ao princípio da separação de

poderes. O controle alcança os órgãos do Poder Executivo e suas entidades da Administração Indireta e o Poder Judiciário (quando executa função administrativa).

Controle Político: tem por base a possibilidade de fiscalização sobre atos ligados à função

administrativa e organizacional.

Controle Financeiro: A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e

patrimonial da União e das entidades da administração direta e

indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,

aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida

pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo

sistema de controle interno de cada Poder.

Campo de Controle: Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou

privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre

dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a União

responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de

natureza pecuniária.

TCU: é órgão integrante do Congresso Nacional que tem a FUNÇÃO DE auxiliá-lo no controle financeiro externo da Administração Pública.

Page 47: TJAM_-_Direito_Administrativo

46

Obs.: No âmbito estadual e municipal, aplicam-se, no que couber, aos respectivos Tribunais

e Conselhos de Contas, as normas sobre fiscalização contábil, financeira e

orçamentária.

CONTROLE JUDICIAL: é o poder de fiscalização que o Judiciário exerce

ESPECIFICAMENTE sobre a atividade administrativa do Estado.

Alcança, basicamente, os atos administrativos do Executivo, mas

também examina os atos do Legislativo e do próprio Judiciário quando

realiza atividade administrativa.

Obs.: É VEDADO AO JUDICIÁRIO apreciar o mérito administrativo e restringe-se

ao controle da legalidade e da legitimidade do ato impugnado.

Atos sujeitos a controle especial:

- atos políticos;

- atos legislativos;

- atos interna corporis.

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS Conceito Considerações

HABEAS CORPUS

sempre que alguém sofrer (HC

Repressivo) ou se achar

ameaçado de sofrer (HC

Preventivo) violência ou coação em

sua LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO, por ilegalidade ou

abuso de poder.

pode sem impetrado pela

própria pessoa, por menor ou

por estrangeiro.

HABEAS DATA

para assegurar o conhecimento

de informações relativas à pessoa

do impetrante, constante de

registro ou banco de dados de

entidades governamentais ou de

caráter público;

serve também para retificação

de dados, quando NÃO se prefira

fazê-lo por processo sigiloso,

a propositura da ação é

gratuita;

é uma ação personalíssima

Page 48: TJAM_-_Direito_Administrativo

47

judicial ou administrativo.

MANDADO DE SEGURANÇA

para proteger direito líquido e certo não amparado por HC ou

HD, quando o responsável pela

ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

Líquido e Certo: o direito

não desperta dúvidas, está

isento de obscuridades.

qualquer pessoa física ou

jurídica pode impetrar, mas

somente através de advogado.

MANDADO DE SEGURANÇA

COLETIVO

instrumento que visa proteger direito líquido e certo de uma

coletividade, quando o

responsável pela ilegalidade ou

abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

Legitimidade para impetrar MS Coletivo: Organização

Sindical, entidade de classe ou

associa legalmente constituída a

pelo menos 1 ano, assim como

partidos políticos com

representação no Congresso

Nacional.

OBJETIVO: defesa do

interesse dos seus membros ou

associados.

MANDADO DE INJUNÇÃO

sempre que a falta de norma

regulamentadora que torne inviável

o exercício dos direitos e

liberdades constitucionais e das

prerrogativas inerentes à

nacionalidade, à soberania e à

cidadania.

qualquer pessoa (física ou

jurídica) pode impetrar, sempre

através de advogado.

AÇÃO POPULAR

visa a anulação ou à

declaração de nulidade de atos

lesivos ao: Patrimônio Público, à

moralidade Administrativa, ao Meio

Ambiente, ao Patrimônio Histórico

e Cultural.

a propositura cabe a

qualquer cidadão (brasileiro) no exercício de seus direitos políticos.

DIREITO DE PETIÇÃO

Objetivo: Defender direito ou

noticiar ilegalidade ou abuso de

autoridade pública.

qualquer pessoa pode

propor, brasileira ou estrangeira

11. O REGIME JURÍDICO - ADMINISTRATIVO

Page 49: TJAM_-_Direito_Administrativo

48

PRINCÍPIOS – são regras que surgem como parâmetro para a interpretação das demais

normas jurídicas.

PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO

havendo conflito de interesses, prevalece sempre o interesse público. É o princípio que

determina privilégios jurídicos e um patamar de superioridade do interesse público sobre o

particular

Conseqüências:

a) a administração pública como DETENTORA DE PRIVILÉGIOS.

• imunidade recíproca entre os entes públicos (não pagam impostos);

• prescrição qüinqüenal (prazo único);

• execução fiscal de seus créditos – a fazenda é credora (lei 6.830/ estabelece).

• ação regressiva contra seus servidores culpados por danos a terceiros;

• impenhorabilidade de seus bens e rendas;

• prazo quádruplo para contestar;

• impedimento de acúmulo de cargos públicos.

b) POSIÇÃO DE SUPERIORIDADE nas relações com os particulares

• CAPACIDADE UNILATERAL DE RESCISÃO e ou de ALTERAÇÃO DO CONTRATO.

PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO

LIMITA A SUPREMACIA, o interesse público não pode ser livremente disposto pelo administrador que, NECESSARIAMENTE, deve atuar nos limites da lei.

Ex.: A LICITAÇÃO É OBRIGATÓRIA; é interesse público qualificado, indisponível. O

administrador não pode dispor .

Page 50: TJAM_-_Direito_Administrativo

49

12. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO ADMINISTRATIVO Princípios Constitucionais

L I M P E

Legalidade É o princípio básico de todo o Direito Público. A doutrina costuma usar a seguinte expressão: na atividade particular tudo o que não está proibido é permitido, na Administração Pública tudo o que não está permitido é proibido. O administrador está rigidamente preso à lei e sua atuação deve ser confrontada com a lei.

Impessoalidade Significa que o administrador deve orientar-se por critérios objetivos, não devendo fazer distinções

fundamentadas em critérios pessoais. Toda a atividade da Administração Pública deve ser praticada

tendo em vista a finalidade pública. Se não visar o bem público, ficará sujeita à invalidação, por

desvio de finalidade. É em decorrência desse princípio que temos, por exemplo, o concurso público e a licitação.

• Desse princípio decorre a generalidade do serviço público – todos que preencham as

exigências têm direito ao serviço público.

• A responsabilidade objetiva do Estado decorre do princípio da impessoalidade.

Moralidade O Direito Administrativo elaborou um conceito próprio de moral, diferente da moral comum. A moral administrativa significa que o dever do administrador não é apenas cumprir a lei formalmente, mas

cumprir substancialmente, procurando sempre o melhor resultado para a administração.

Pressuposto de validade de todo ato da Administração Pública, tem a ver com a ética, com a justiça,

a honestidade, a conveniência e a oportunidade.

• Toda atuação do administrador é inspirada no interesse público.

• Jamais a moralidade administrativa pode chocar-se com a lei.

Page 51: TJAM_-_Direito_Administrativo

50

• Por esse princípio, o administrador não aplica apenas a lei, mas vai além, aplicando a sua

substância.

• A Constituição de 1988 enfatizou a moralidade administrativa, prevendo que “os atos de

improbidade importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a

indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário na forma e gradação previstas em lei,

sem prejuízo da ação penal cabível”.

Publicidade Requisito da eficácia e moralidade, pois é através da divulgação oficial dos atos da Administração

Pública que ficam assegurados o seu cumprimento, observância e controle; destina-se, de um lado,

à produção dos efeitos externos dos atos administrativos. Existem atos que não se restringem ao

ambiente interno da administração porque se destinam a produzir efeitos externos – daí ser

necessária a publicidade.

Eficiência Exige resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades dos

administrados (público). Trata-se de princípio meramente retórico. É possível, no entanto, invocá-lo

para limitar a discricionariedade do Administrador, levando-o a escolher a melhor opção.

Eficiência é a obtenção do melhor resultado com o uso racional dos meios. Atualmente, na

Administração Pública, a tendência é prevalência do controle de resultados sobre o controle de

meios.

Outros princípios da Administração Pública Supremacia do interesse público Os interesses públicos têm supremacia sobre os interesses individuais; é a essência do regime

jurídico administrativo.

Presunção de Legitimidade Os atos da Administração presumem-se legítimos, até prova em contrário (presunção relativa ou

juris tantum – ou seja, pode ser destruída por prova contrária.)

Finalidade Toda atuação do administrador se destina a atender o interesse público e garantir a observância das

finalidades institucionais por parte das entidades da Administração Indireta. A finalidade pública

objetivada pela lei é a única que deve ser perseguida pelo administrador.

A Lei, ao atribuir competência ao Administrador, tem uma finalidade pública específica. O

administrador, praticando o ato fora dos fins, expressa ou implicitamente contidos na norma, pratica

DESVIO DE FINALIDADE.

Page 52: TJAM_-_Direito_Administrativo

51

Autotutela A Administração tem o dever de zelar pela legalidade e eficiência dos seus próprios atos. É por isso

que se reconhece à Administração o poder e dever de anular ou declarar a nulidade dos seus próprios atos praticados com infração à Lei.

• A Administração não precisa ser provocada ou recorrer ao Judiciário para reconhecer a

nulidade dos seus próprios atos;

• A Administração pode revogar os atos administrativos que não mais atendam às finalidades públicas – sejam inoportunos, sejam inconvenientes – embora legais.

• Em suma, a autotutela se justifica para garantir à Administração: a defesa da legalidade e

eficiência dos seus atos; nada mais é que um autocontrole;

Continuidade dos Serviços Públicos O serviço público destina-se a atender necessidades sociais. É com fundamento nesse princípio que

nos contratos administrativos não se permite que seja invocada, pelo particular, a exceção do contrato não cumprido.

• Nos contratos civis bilaterais pode-se invocar a exceção do contrato não cumprido para se eximir

da obrigação.

• Hoje, a legislação já permite que o particular invoque a exceção de contrato não cumprido – Lei

8666/93 – Contratos e Licitações, apenas no caso de atraso superior a 90 dias dos pagamentos

devidos pela Administração.

• A exceção do contrato não cumprido é deixar de cumprir a obrigação em virtude da outra parte

não ter cumprido a obrigação correlata.

Razoabilidade Os poderes concedidos à Administração devem ser exercidos na medida necessária ao atendimento

do interesse coletivo, sem exageros.

O Direito Administrativo consagra a supremacia do interesse público sobre o particular, mas essa

supremacia só é legítima na medida em que os interesses públicos são atendidos.

Exige proporcionalidade entre os meios de que se utilize a Administração e os fins que ela tem que

alcançar. Agir com lógica, razão, ponderação. Atos discricionários.

Princípios Gerais Características

Legalidade na atividade particular tudo o que não está proibido é permitido; na

Administração Pública tudo o que não está permitido é proibido. O

administrador está rigidamente preso à lei e sua atuação deve ser

Page 53: TJAM_-_Direito_Administrativo

52

confrontada com a lei.

Impessoalidade o administrador deve orientar-se por critérios objetivos, não fazer

distinções com base em critérios pessoais. Toda atividade da Adm.

Pública deve ser praticada tendo em vista a finalidade pública.

Moralidade o dever do administrador não é apenas cumprir a lei formalmente,

mas cumprir substancialmente, procurando sempre o melhor resultado para a administração.

Publicidade Requisito da eficácia e moralidade, pois é através da divulgação

oficial dos atos da Administração Pública que ficam assegurados o

seu cumprimento, observância e controle.

Eficiência é a obtenção do melhor resultado com o uso racional dos meios.

Atualmente, na Adm. Pública, a tendência é prevalência do controle de resultados sobre o controle de meios.

Supremacia do Interesse Público

O interesse público têm SUPREMACIA sobre o interesse individual; Mas essa supremacia só é legítima na medida em que os interesses

públicos são atendidos.

Presunção de Legitimidade

Os atos da Administração presumem-se legítimos, até prova em

contrário (presunção relativa ou juris tantum – ou seja, pode ser

destruída por prova contrária.)

Finalidade Toda atuação do administrador se destina a atender o interesse

público e garantir a observância das finalidades institucionais por parte

das entidades da Administração Indireta.

Auto-Tutela a autotutela se justifica para garantir à Administração: a defesa da

legalidade e eficiência dos seus atos; nada mais é que um

autocontrole SOBRE SEUS ATOS.

Continuidade do Serviço Público

O serviço público destina-se a atender necessidades sociais. É com

fundamento nesse princípio que nos contratos administrativos não se

permite que seja invocada, pelo particular, a exceção do contrato não cumprido. Os serviços não podem parar !

Razoabilidade Os poderes concedidos à Administração devem ser exercidos na

medida necessária ao atendimento do interesse coletivo, SEM EXAGEROS.

Page 54: TJAM_-_Direito_Administrativo

53

13. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

13.1. ÓRGÃOS

São centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais através de

seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.

• Função = é o encargo atribuído ao órgão. É a atividade exercida pelo órgão.

• Agentes = são as pessoas que exercem as funções, e os quais estão vinculados a um

órgão;

• Cargos = são os lugares criados por lei. São reservados aos agentes.

Características dos Órgãos

• não tem personalidade jurídica;

• expressa a vontade da entidade a que pertence (União, Estado, Município);

• é meio instrumento de ação destas pessoas jurídicas;

• é dotado de competência, que é distribuída por seus cargos;

Classificação dos Órgãos:

0. QUANTO À POSIÇÃO ESTATAL

Page 55: TJAM_-_Direito_Administrativo

54

Órgãos Independentes: se originam da previsão constitucional. São os

representativos dos 3 Poderes (Executivo, Legislativo e

Judiciário).

Não tem qualquer subordinação hierárquica; Suas funções são políticas, judiciais e legislativas;

Seus agentes são denominados Agentes Políticos; Exs.: Congresso Nacional, Câmara de Deputados, Senado

Órgãos Autônomos: são os localizados na cúpula da Administração,

imediatamente abaixo dos órgãos independentes e diretamente

subordinados a seus chefes;

tem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica;

são órgãos diretivos, de planejamento, coordenação e controle;

seus agentes são denominados Agentes Políticos nomeados em comissão; não são funcionários públicos; Exs.: Ministérios, Secretaria de Planejamento, etc.

Órgãos Superiores: são os que detêm poder de direção, controle, decisão e

comando, subordinando-se a um órgão mais alto.

não gozam de autonomia administrativa nem financeira;

liberdade restringida ao planejamento e soluções técnicas, dentro de sua esfera de

competência;

responsabilidade pela execução e não pela decisão política;

Exs.: Gabinetes, Coordenadorias, Secretarias Gerais, etc.

Órgãos Subalternos: são os órgãos subordinados hierarquicamente a outro órgão

superior; realizam tarefas de rotina administrativa;

reduzido poder de decisão;

é predominantemente órgão de execução;

Exs.: Repartições, Portarias, Seções de Expediente.

Page 56: TJAM_-_Direito_Administrativo

55

1. QUANTO À ESTRUTURA

Órgãos Simples: UM SÓ centro de competência. Exs.: Portaria, Posto Fiscal, Agência

da SRF.

Órgãos Compostos: VÁRIOS centros de competência (outros órgãos menores na

estrutura). A atividade é desconcentrada, do órgão central para

os demais órgãos subalternos. Exs.: Delegacia da Receita

Federal, Inspetoria Fiscal.

2. QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL

Singular: são os que decidem através de um único agente. Exs.: os Ministérios, as

Coordenadorias, as Seccionais.

Colegiado: decidem por manifestação conjunta da maioria de seus membros. Exs.:

Tribunais, Legislativo, Conselho de Contribuintes.

13.2. AGENTES

São todas as pessoas físicas incumbidas de exercer alguma função estatal, definitiva ou

transitoriamente. Os AGENTES desempenham as funções dos órgãos a que estão

vinculados.

• os cargos e as funções são independentes dos agentes;

• Cargo é o lugar, criado por lei, ao qual corresponde uma função e é provido por um

agente. O cargo, sendo lugar, é lotado no órgão.

• Lotação é o número de cargos de um órgão.

• Os agentes públicos podem ser: políticos, administrativos, honoríficos e delegados.

Agentes Políticos: exercem atribuições constitucionais. Ocupam os cargos dos

órgãos independentes (que representam os poderes do Estado)

e dos órgãos autônomos (que são os auxiliares imediatos dos

Page 57: TJAM_-_Direito_Administrativo

56

órgãos independentes). Exs.: Presidente da República,

Senadores, Governadores, Deputados, Prefeitos, Juízes,

Ministros, etc.

• exercem funções e mandatos temporários;

• não são funcionários nem servidores públicos exceto para fins

penais, caso cometam crimes contra a Administração Pública;

Agentes Administrativos: são os agentes públicos que se vinculam à Administração Pública Direta ou às Autarquias por

relações profissionais.

• sujeitam-se à hierarquia funcional;

• são funcionários públicos com regime jurídico único (estatutários);

• respondem por simples culpa ou dolo pelos atos ilícitos civis, penais ou

administrativos que praticarem;

• funcionários de para-estatais: não são agentes administrativos, todavia

seus dirigentes são considerados funcionários públicos;

• funcionários das Fundações Públicas: são agentes administrativos;

Agentes Honoríficos: são os agentes convocados ou nomeados para prestarem

serviços de natureza transitória, sem vínculo empregatício, e

em geral, sem remuneração. Constituem os munus publicos

(serviços relevantes).

Exs.: jurados, comissários de menores, mesários eleitorais

• enquanto exercerem a função submetem-se à hierarquia e são

considerados funcionários públicos para fins penais.

Page 58: TJAM_-_Direito_Administrativo

57

Agentes Delegados: são os particulares que exercem funções delegadas da

Administração Pública, e que são os serviços concedidos, permitidos e autorizados. Exs.: os serventuários de Cartório,

os leiloeiros oficiais, os tradutores,, etc.

• respondem criminalmente como funcionários públicos pelos crimes que

cometerem no exercício de sua função;

• a Administração Pública responde pelos danos causados a 3ºs. por este

agente, voltando-se, depois, contra o agente público delegado;

13.3. ENTIDADES

Entidade Estatal PJ de Direito Público, que integra a estrutura constitucional do

Estado, e tem poder político e administrativo.

• tem autonomia política, financeira e administrativa;

• fazem parte da Administração Direta;

• APENAS a UNIÃO tem soberania;

Exs.: União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Autarquias PJ de Direito Público; é um serviço autônomo criado para auxiliar a

Administração Pública a executar atividades típicas da Administração.

• CRIADA por Lei Específica;

• orçamento, patrimônio e receita próprios (desvinculados da matriz);

• gestão administrativa e financeira DESCENTRALIZADA;

• não tem subordinação hierárquica com a entidade que as criou;

• fazem parte da Administração Indireta;

• submetem-se à supervisão do Ministério competente - controle finalístico;

• executa serviços próprios do Estado;

• administra a si mesma;

• funcionários são estatutários (em regra), mas podem ser admitidos pela CLT

(excepcionalmente); proibidos de acumular cargos remunerados na Adm. Pública;

obedecem às normas do concurso público;

• os contratos são realizados através de LICITAÇÃO;

• privilégios imunidade de impostos, prescrição qüinqüenal de suas dívidas,

impenhorabilidade de seus bens, prazo em dobro para recorrer e em quadruplo para

contestar;

Page 59: TJAM_-_Direito_Administrativo

58

Exs.: Banco Central, DER, IAPAS, SEMAE, Imprensa Oficial do Estado, etc.

Fundações Públicas PJ de Direito Público; é a personalização jurídica de um patrimônio, instituídas e mantidas pelo Poder Público

para executar atividades, obras ou serviços sociais, ou

seja, atividades atípicas da Administração Pública.

• criada por Lei Autorizativa;

• orçamento, patrimônio e receita próprios (desvinculados da matriz);

• gestão administrativa e financeira descentralizada;

• não tem subordinação hierárquica com a entidade que as criou;

• fazem parte da Administração Indireta;

• submetem-se à supervisão do Ministério ou Secretaria competente - controle finalístico;

• executa serviços sem fins lucrativos;

• administra a si mesma;

• funcionários são estatutários (em regra), mas podem ser admitidos pela CLT

(excepcionalmente); proibidos de acumular cargos remunerados na Adm. Pública,

obedecem às normas do concurso público;

• os contratos são realizados através de LICITAÇÃO;

• privilégios imunidade de impostos, prescrição qüinqüenal de suas dívidas,

impenhorabilidade de seus bens, prazo em dobro para recorrer e em quadruplo para

contestar;

Exs.: FEBEM, UNB, USP

Entidades Para-Estatais PJ de Direito privado, cuja criação é feita através de Lei Autorizativa, para a realização de obras, serviços ou atividades econômicas de interesse coletivo. Fazem parte da Administração Indireta. São empresas para-estatais:

Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e

Serviços Sociais Autônomos.

Empresa Pública PJ de Direito Privado, destinadas à prestação de serviços industriais ou

atividades econômicas em que o Estado tenha interesse próprio ou

considere convenientes à coletividade.

Exs.: Correios, CEF.

• autonomia administrativa e financeira - o patrimônio próprio pode ser utilizado, onerado

ou alienado na forma regulamentar ou estatutária;

Page 60: TJAM_-_Direito_Administrativo

59

• capital exclusivo do poder público;

• criadas por Lei Autorizativa;

• vale-se dos meios da iniciativa privada para atingir seus fins de interesse público;

• ficam vinculadas e não subordinadas aos respectivos Ministérios; são supervisionadas e

controladas finalisticamente pelos Ministérios;

• Contratos – realizados através de LICITAÇÃO

• Funcionários são sempre CELETISTAS (nunca estatutários) e são considerados funcionários públicos; é proibida a acumulação de cargos PÚBLICOS remunerados

(exceção: 2 cargos de professor, 2 cargos na área da saúde ou 1 cargo de professor outro

de técnico);

• Não tem privilégios administrativos ou processuais;

• Pagam tributos;

Sociedade de Economia Mista PJ de Direito Privado, autorizada para a exploração de atividade econômica, sob a forma de S/A (sempre),

cujas ações com direito a voto pertençam, EM SUA MAIORIA (50% + 1) ao poder público. Exs.: Banco do

Brasil.

• autonomia administrativa e financeira - o patrimônio próprio pode ser utilizado, onerado

ou alienado na forma regulamentar ou estatutária;

• capital (50% + 1) pertencente ao poder público;

• criadas por Lei Autorizativa;

• destinadas a atividades de utilidade pública, mas de natureza técnica, industrial ou econômica em que o Estado tenha interesse próprio na sua execução, mas resulta

inconveniente ou inoportuno ele próprio realizar;

• ficam vinculadas e não subordinadas aos respectivos Ministérios; são supervisionadas e

controladas finalisticamente pelos Ministérios;

• Contratos – realizados através de LICITAÇÃO

• Funcionários - são sempre CELETISTAS (nunca estatutários) e são considerados funcionários públicos; é proibida a acumulação de cargos remunerados. Não tem

privilégios administrativos ou processuais;

• Pagam tributos;

Serviços Sociais Autônomos PJ de Direito Privado, criadas para prestar serviços de

interesse social ou de utilidade pública, geridos conforme

seus estatutos, aprovados por Decreto e podendo

arrecadar contribuições parafiscais.

Exs.: SESC, SENAI, SENAC, SESI, etc.

Page 61: TJAM_-_Direito_Administrativo

60

• não estão sujeitas à supervisão ministerial, mas se sujeitam a uma vinculação ao

ministério competente;

• utilizam-se de verbas públicas; devem prestar contas conforme a lei competente;

Tabela simplificada

ENTIDADE Função & Características PJ Direito

Criação p/

Administração

Gestão Funcionários Exemplos

ENTIDADE ESTATAL

- Integra a estrutura

constitucional do Estado, com

Poder Político e Administrativo;

- tem autonomia política,

financeira e administrativa;

- apenas a UNIÃO tem

SOBERANIA;

PJ D

Público

Constituição

Adm. Direta

Centralizada

Estatutários

União,

Estados, DF

e Municípios

AUTARQUIA

- atividades típicas da

Administração;

- imunidade de impostos;

- sem subordinação

hierárquica;

- orçamento, patrimônio e

receitas próprios;

- submetem-se à supervisão do

Ministério competente –

controle finalístico;

PJ D

Público

Lei

Específica

Adm.

Indireta

Descentralizad

a

Estatutários

(podem ser

CLT)

Banco

Central, DER,

INSS,

Imprensa

Oficial do

Estado,

SEMAE, etc

FUNDAÇÕES PÚBLICAS

- atividades atípicas da

Administração

- executa serviços sem fins

lucrativos;

- sem subordinação

hierárquica;

- imunidade de impostos;

- orçamento, patrimônio e

receitas próprios;

- submetem-se à supervisão do

Ministério competente –

controle finalístico;

PJ D

Público

Autorização

Adm.

Indireta

Descentralizad

a

Estatutários

(podem ser

CLT)

FEBEM,

USP, UNB

Page 62: TJAM_-_Direito_Administrativo

61

EMPRESA PÚBLICA

- prestação de serviços

industriais ou atividades

econômicas de interesse do

Estado, ou consideradas

como convenientes à

coletividade;

- vinculadas e não

subordinadas aos respectivos

Ministérios;

- sem privilégios administrativos

ou processuais;

- pagam tributos

PJ D

Privado

Autorização

Adm.

Indireta

Descentralizad

a

Sempre CLT

Nunca

estatutários

Correios

CEF

SOCIEDADE ECONOMIA MISTA

- exploração de atividade

econômica na forma de S/A

(sempre);

- destinadas a atividades de

utilidade pública, mas de

natureza técnica, industrial ou

econômica;

- Capital Estatal (50%+ 1 das

ações)

- vinculadas e não

subordinadas aos respectivos

Ministérios;

- pagam tributos

PJ D

Privado

Autorização

Adm.

Indireta

Descentralizad

a

Sempre CLT

Nunca

estatutários

Banco do

Brasil

SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS

- criadas para prestar serviços

de interesse social ou de

utilidade pública;

- vinculadas e não

subordinadas aos respectivos

Ministérios;

- geridos conforme seus

estatutos;

- podem arrecadar

contribuições parafiscais

(através do INSS);

- utilizam-se de verbas

públicas;

PJ D

Privado

Autorização

Adm.

Indireta

Descentralizad

a

SESC,

SENAI, SESI,

SENAC,

SEST

Page 63: TJAM_-_Direito_Administrativo

62

14. SERVIDORES PÚBLICOS

AGENTES PÚBLICOS: São PESSOAS FÍSICAS incumbidas de uma função estatal, de

maneira transitória ou definitiva, com ou sem remuneração.

O conceito é amplo – abrange todas as pessoas que de uma maneira ou

de outra prestam um serviço público – estão abrangidos por esse

conceito desde os titulares dos poderes do Estado até pessoas que se

vinculam contratualmente com o Poder Público como é o caso dos

concessionários.

Espécies de Agentes Públicos:

Agentes Políticos: São agentes públicos nos mais altos escalões que decidem a vontade

soberana do Estado com atribuições constitucionais sem subordinação

hierárquica; são os titulares dos Poderes do Estado. (Presidente,

Governador, Deputado, Senador, membros do Ministério Público e

membros do Tribunal de Contas etc.)

Agentes Administrativos: São os servidores públicos. Exercem as funções comuns da

Administração.

Agentes delegados: São os particulares que exercem função pública por delegação.

(concessionários, permissionários, cartorários, leiloeiros, etc)

SERVIDOR PÚBLICO: são todas as pessoas físicas que mantêm relação de trabalho com a

Administração Pública, direta, indireta, autárquica e fundacional. Os

servidores Públicos constituem uma espécie de Agentes Públicos.

• Os servidores públicos podem ser:

Estatutários (Funcionários Públicos) possuem CARGOS Empregados Públicos (celetistas) possuem EMPREGOS

Servidores Temporários possuem FUNÇÃO

Cargos - são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem

expressas por um agente público, previstos em número certo, com

Page 64: TJAM_-_Direito_Administrativo

63

determinação própria e remunerados por pessoas jurídicas de direito

público, devendo ser criados por Lei.

Empregos - são núcleos de encargo de trabalho a serem preenchidos por agentes

contratados para desempenhá-los sob uma relação trabalhista

(celetista). Sujeitam-se a uma disciplina jurídica que embora sofra

algumas influências, basicamente são aquelas aplicadas aos contratos

trabalhistas em geral.

Função - é a atribuição ou conjunto de atribuições que a Administração confere a

cada categoria profissional, ou comete individualmente a determinados

servidores para a execução de serviços eventuais ou temporários.

FORMAS DE PROVIMENTO DOS CARGOS PÚBLICOS

O Provimento é o preenchimento do cargo público

Originária: pressupõe a inexistência de uma relação jurídica anterior mantida entre o Servidor

e a Administração. A única forma de Provimento Originário é a nomeação, que

pode ser realizada em caráter Efetivo ou para Cargos de Provimento em Comissão.

• Nomeação

Cargo Efetivo: pressupõe a aprovação em concurso público de provas

ou de provas e Títulos – sabemos que a aprovação em concurso NÃO ENSEJA O DIREITO ADQUIRIDO À

NOMEAÇÃO.

Derivada: As formas derivadas de provimento dos cargos públicos, decorrem de um vínculo anterior entre Servidor e Administração.

• Promoção

• Readaptação

• Reversão

• Aproveitamento

• Reintegração

• Recondução

Page 65: TJAM_-_Direito_Administrativo

64

• O servidor poderá progredir na mesma carreira, nos diversos escalões de uma

mesma carreira. Diante do entendimento do STF, entendeu-se que Ascensão Funcional e a Transferência SÃO INCONSTITUCIONAIS.

Promoção: é a elevação de um Servidor de uma classe para outra dentro de uma mesma carreira. Com isso, houve a vacância de um cargo inferior e

conseqüentemente o provimento do cargo superior.

• Carreira: é o agrupamento de classes de cargos de uma mesma atividade

Readaptação: é a passagem do Servidor para outro cargo compatível com a deficiência

física que ele venha a apresentar.

Reversão: é o retorno ao Serviço Ativo do Servidor aposentado por invalidez quando

insubsistentes os motivos da aposentadoria – pode acontecer para o mesmo

cargo se ele ainda estiver vago ou para um outro semelhante.

• Se não houver cargo vago, o Servidor que reverter ficará como

EXCEDENTE.

Aproveitamento: é o retorno ao Serviço Ativo do Servidor que se encontrava em disponibilidade e foi aproveitado – deve realizar-se em cargo semelhante

àquele anteriormente ocupado.

• A Administração deve realizar o aproveitamento de forma prioritária,

antes mesmo de realizar concurso para aquele cargo.

Reintegração: é o retorno ao Serviço Ativo do Servidor que fora demitido, quando a

demissão for anulada administrativamente ou judicialmente, voltando para o mesmo cargo que ocupava anteriormente.

• Dá-se com o ressarcimento de todas as vantagens que o servidor deixou

de receber durante o período em que esteve afastado.

Recondução: é o retorno ao cargo anteriormente ocupado, do servidor que não logrou êxito no estágio probatório de outro cargo para o qual foi nomeado

decorrente de outro concurso.

Inconstitucionais

Page 66: TJAM_-_Direito_Administrativo

65

Transferência: Era a passagem de um Servidor de um quadro para outro

dentro de um mesmo poder, também era uma forma de

vacância e de provimento.

• Ela implicava em uma mudança de um quadro para

outro, ferindo uma norma constitucional. Foi

considerada inconstitucional.

Ascensão: foi a modalidade considerada inconstitucional – significava

a passagem de uma carreira para outra

FORMA DE VACÂNCIA DOS CARGOS PÚBLICOS

Exoneração a pedido: Não assume caráter disciplinar; se o servidor estiver respondendo a

processo administrativo, não poderá ser exonerado a pedido.

Exoneração de Ofício:

1. Em relação aos ocupantes de cargos em comissão: Administração não precisa motivar o ato,

pois o mesmo é discricionário – Servidor demissível “ad nutum”.

• Se houver indicação dos motivos, a Administração ficará vinculada a esses motivos – é a

aplicação da TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES – terá que comprová-los.

2. Não aprovação no estágio probatório: Característica de ato vinculado, pois necessita

obedecer ao procedimento estabelecido na lei e apontar os motivos em que se

fundamenta.

3. Quando o servidor que já tomou posse no cargo público, não entra em exercício no prazo

estabelecido na lei.

Demissão: Não existe a pedido (exoneração), diferentemente do celetista.

• É sempre punição disciplinar. Pressupõe processo administrativo

disciplinar no qual se assegura a amplitude de defesa.

• Relativamente aos cargos em comissão e às funções comissionadas o

equivalente à demissão é a destituição de função ou de cargo, quando

houver cometimento de falta pelo servidor, devendo ser observado o devido

processo legal (defesa).

Page 67: TJAM_-_Direito_Administrativo

66

Posse em outro cargo público inacumulável: Se o funcionário prestar concurso e for nomeado para outro cargo que NÃO

POSSA ACUMULAR – tomando posse, a

vacância do outro cargo é declarada.

• Normalmente, o funcionário pede exoneração. Se voltar ao cargo anterior, por não ter sido aprovado no estágio probatório, haverá

RECONDUÇÃO, voltando o atual ocupante ao cargo anterior.

Outras formas de vacância de cargos Públicos:

• Aposentadoria

• Falecimento. NORMAS CONSTITUCIONAIS

Existem normas constitucionais disciplinadoras do Funcionalismo Público.

1) ESTABILIDADE

Conceito: é a garantia constitucional de permanência no serviço púbico, outorgada a

funcionário que, tendo sido nomeado em caráter efetivo, ultrapassou o estágio

probatório de 3 (TRÊS) ANOS.

• É necessário distinguir efetividade e estabilidade

Efetividade: é uma característica do provimento do cargo, os cargos públicos podem ser

providos em caráter efetivo ou em comissão.

Efetivo: são aqueles cargos em que se exige aprovação em concurso público e

pressupõem uma situação de permanência.

Comissão: são os livremente nomeados, mas em caráter provisório. São de livre

nomeação e exoneração.

• A efetividade refere-se ao cargo. É uma característica do provimento do cargo.

Estabilidade: é a permanência do Servidor Público, nomeado para cargo de

provimento efetivo em virtude de concurso público, que satisfez o

estágio probatório. É por isso que se diz que estabilidade se dá no

Page 68: TJAM_-_Direito_Administrativo

67

Serviço Público e não no cargo – é o direito de permanência no Serviço

Público, mas não é o direito de permanência no mesmo cargo para o

qual o Servidor foi nomeado.

• durante o estágio probatório o funcionário pode ser exonerado (simples dispensa)

ou demitido (se comete falta grave). Sempre se exige um procedimento

administrativo, pois, há necessidade do controle da legalidade, há necessidade de

se justificar o ato.

• O estável não pode ser exonerado, a não ser a pedido. Para ser demitido se exige

processo administrativo onde se assegure ampla defesa, ou por sentença

transitado em julgado.

• O servidor público estável só PERDERÁ O CARGO:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla

defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na

forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

Ex.: Imaginemos um Servidor Público, em cargo efetivo e estável. Um belo dia É

DEMITIDO do serviço público. Pode ocorrer:

a) a demissão foi INVALIDADA por decisão judicial

- ele será REINTEGRADO, e o eventual ocupante da vaga, se estável, será

RECONDUZIDO ao cargo de origem, sem direito à indenização; APROVEITADO em outro

cargo (de natureza e vencimento compatíveis) ou POSTO EM DISPONIBILIDADE com

remuneração proporcional ao tempo de serviço.

b) o cargo que ele ocupava foi EXTINTO:

- EXTINTO o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará EM DISPONIBILIDADE, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado

APROVEITAMENTO em outro cargo.

Page 69: TJAM_-_Direito_Administrativo

68

2) EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO

Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de

mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, FICARÁ afastado de

seu cargo, emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, SERÁ AFASTADO do cargo, emprego ou

função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá

as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do

cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso

anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu

tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, EXCETO para

promoção por merecimento;

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão

determinados como se no exercício estivesse.

3) ACESSIBILIDADE

os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis:

• aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,

• aos estrangeiros, na forma da lei;

4) CONDIÇÕES DE INGRESSO

• a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em CONCURSO PÚBLICO de provas ou de provas e títulos, na forma prevista em

Page 70: TJAM_-_Direito_Administrativo

69

lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de

livre nomeação e exoneração;

• o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

funções de confiança exercidas exclusivamente por servidores

ocupantes de cargo efetivo;

cargos em comissão a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos

previstos em lei,

• atribuições: de direção, chefia e assessoramento;

5) PORTADORES DE DEFICIÊNCIAS

• a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras

de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

• não afasta a EXIGÊNCIA de concurso público.

6) DIREITOS

• É GARANTIDO ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

• o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;

• aos servidores militares são proibidas a sindicalização e a greve;

7) SISTEMA REMUNERATÓRIO

Page 71: TJAM_-_Direito_Administrativo

70

Vencimento = vencimento-base = retribuição pelo exercício do cargo público;

Remuneração = Vencimento + vantagens pecuniárias (adicionais);

Subsídio = espécie de remuneração que proíbe o acréscimo de qualquer gratificação,

adicionais, abonos, prêmios, verbas de representação ou outra espécie

remuneratória.

• O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado

e os Secretários Estaduais e Municipais, Ministros do TCU, membros do

Ministério Público, integrantes da Advocacia Pública e da Defensoria

Pública e os servidores policiais: serão remunerados exclusivamente por

SUBSÍDIO fixado em parcela única.

• a REMUNERAÇÃO dos servidores públicos e os SUBSÍDIOS somente poderão

ser fixados ou alterados por LEI ESPECÍFICA, observada a iniciativa privativa em

cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

• TETO REMUNERATÓRIO: a remuneração e o subsídio dos ocupantes de

cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e

fundacional, NÃO PODERÃO EXCEDER O SUBSÍDIO MENSAL, em espécie, dos

Ministros do Supremo Tribunal Federal;

• os VENCIMENTOS dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário NÃO PODERÃO SER SUPERIORES aos pagos pelo Poder Executivo;

• É VEDADA:

• a VINCULAÇÃO (subordinação de um cargo a outro) ou EQUIPARAÇÃO

(tratamento jurídico paralelo de cargos com funções desiguais) de quaisquer

espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço

público;

• EFEITO CASCATA - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público

não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos

ulteriores;

• Irredutibilidade de vencimentos e subsídios

Page 72: TJAM_-_Direito_Administrativo

71

• Observando-se: vedação do efeito cascata; o teto remuneratório e o

princípio da igualdade tributária e incidência do IR.

• A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão Conselho de Política de Administração e Remuneração de Pessoal, integrado por servidores

designados pelos respectivos Poderes.

• A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema

remuneratório observará:

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos

componentes de cada carreira;

II - os requisitos para a investidura;

III - as peculiaridades dos cargos

8) PROIBIÇÃO DE ACUMULAÇÃO DE CARGOS

é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver

compatibilidade de horários, OU quando forem observados os requisitos do teto

remuneratório.

Poderão acumular cargos (Exceção):

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico;

c) a de dois cargos privativos de médico;

• a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,

fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e

sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;

9) DIREITOS SOCIAIS DOS SERVIDORES OCUPANTES DE CARGOS PÚBLICOS

salário mínimo, fixado em lei, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder

aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

Page 73: TJAM_-_Direito_Administrativo

72

salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa ;

duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou

convenção coletiva de trabalho;

repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;

gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos

da lei;

redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e

segurança;

proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

Direitos Sociais suprimidos pela EC nº 19/98

irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na

forma da lei;

10) APOSENTADORIA

é o direito à inatividade remunerada.

A EC nº 20/98 implantou a REFORMA PREVIDENCIÁRIA.

Titular de Cargo Efetivo SERVIDOR PÚBLICO Demais Servidores + Regime previdenciário + Regime geral da

dos servidores públicos observa o que couber Previdência Social;

+ Caráter contributivo;

Page 74: TJAM_-_Direito_Administrativo

73

Modalidades de Aposentadoria

Por Invalidez Integral: acidente de serviço; moléstia profissional; doença grave,

contagiosa ou incurável;

Por Invalidez Proporcional: demais casos;

Compulsória: aos 70 anos; o valor da aposentadoria será proporcional ao

tempo de serviço;

Voluntária: requisitos mínimos: 10 anos de efetivo exercício no serviço

público e 5 anos no cargo em que se dará a aposentadoria;

Proventos integrais Proventos Proporcionais ao tempo de contribuição

IDADE Tempo de

contribuição IDADE

HOMEM 60 35 65

MULHER 55 30 60

• Professores de educação Infantil, ensino fundamental e ensino médio, para efeito de

pedido de aposentadoria, devem reduzir em 5 anos os limites da tabela acima.

• é vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados, ressalvados os casos de

atividades sob condições que prejudiquem a saúde ou integridade física

Proventos da Aposentadoria:

1. totalidade da remuneração;

1. não poderão exceder a remuneração dos servidores ativos;

2. vedada a percepção de mais de uma aposentadoria estatutária, salvo as decorrentes de

cargos acumuláveis na atividade;

3. vedada a percepção de aposentadoria c/ remuneração de cargo, ressalvados os cargos acumuláveis, em comissão e eletivos, salvo anterior emenda, por concurso público;

4. revisão na mesma data e na mesma proporção (sempre que modificar a remuneração dos

servidores em atividade);

Page 75: TJAM_-_Direito_Administrativo

74

5. extensão de quaisquer vantagens ou benefícios posteriormente concedidos, inclusive

quando decorrentes de transformação ou reclassificação do cargo;

6. não poderão exceder o limite do teto remuneratório;

1) PENSÕES

é o pagamento efetuado à família do servidor em virtude de seu falecimento.

• é igual ao valor dos proventos ou ao valor dos proventos a que teria direito o servidor em

atividade;

• revisão na mesma data e na mesma proporção (sempre que modificar a remuneração dos

servidores em atividade);

• extensão de quaisquer vantagens ou benefícios posteriormente concedidos, inclusive

quando decorrentes de transformação ou reclassificação do cargo;

13) RESPONSABILIDADES DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Improbidade Administrativa: Os atos de improbidade administrativa importarão a

suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública,

a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na

forma e gradação previstas em lei, SEM PREJUÍZO DA AÇÃO

PENAL CABÍVEL.

Ilícitos que causem prejuízo ao erário A lei estabelecerá os prazos de prescrição para

ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou

não;

ações de ressarcimento: NÃO HÁ PRESCRIÇÃO.3

RESPONSABILIDADE OBJETIVA As PJ Direito Público e Privado, prestadoras de

serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, NESSA QUALIDADE, causarem a terceiros ...

RESPONSABILIDADE SUBJETIVA assegurado o direito de regresso contra o responsável

nos casos de dolo ou culpa.

Page 76: TJAM_-_Direito_Administrativo

75

15. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

Conceito: A RESPONSABILIDADE CIVIL, também dita EXTRACONTRATUAL, tem como

pressuposto o dano e se exaure com a indenização. Significa dizer que sem dano

não existe responsabilidade civil.

RESPONSABILIDADE CIVIL:

Responsabilidade Subjetiva: COM CULPA

Responsabilidade Objetiva: SEM CULPA

as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos RESPONDERÃO PELOS DANOS QUE SEUS AGENTES, nessa qualidade,

causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Teorias Explicativas

Teoria da Culpa Administrativa: leva em conta a falta de serviço, que compreende a

inexistência do serviço, o mau funcionamento do serviço ou o seu retardamento, PARA QUE HAJA

responsabilização do Estado, exigindo da vítima a

efetiva comprovação da falta do serviço.

Teoria do Risco Administrativo: é a adotada no direito brasileiro; por ela, exige-se que a

VÍTIMA COMPROVE, tão somente:

• a existência de um fato administrativo;

• a existência de dano;

• o nexo causal entre o fato administrativo e o dano;

Obs.:

1) Para responsabilização do Estado, não há argüição de culpa.

2) Para eximir ou minorar sua responsabilidade, o ESTADO DEVERÁ PROVAR,

respectivamente, que a culpa é exclusiva do lesado ou a culpa é concorrente.

Teoria do Risco Integral: a teoria do risco integral é aquela que não admite as causas excludentes da responsabilidade do Estado, ou seja,

INDEPENDE DA EXISTÊNCIA DE CULPA ou mesmo de dolo do lesado.

Page 77: TJAM_-_Direito_Administrativo

76

DIREITO DE REGRESSO: existindo dolo ou culpa do agente, a Administração Pública pode

“cobrar” do agente as suas responsabilidades; a

responsabilidade é passada ao agente que cometeu o ato

infracional.

ATOS LEGISLATIVOS: Quando ocorrem efeitos concretos prejudiciais aos administrados,

advindo dos atos legislativos, admite-se a responsabilização do Poder

Público.

ATOS JUDICIAIS: 1. o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do

tempo fixado na sentença; 2. Responderá por perdas e danos o juiz, quando:

I. no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;

. recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício, ou a requerimento da parte.

16. LICITAÇÃO

CONCEITO: é o procedimento administrativo, EXIGIDO POR LEI, para que o Poder Público possa comprar, vender ou locar bens ou, ainda, realizar obras e adquirir serviços, segundo condições previamente estipuladas, visando selecionar a

melhor proposta, ou o melhor candidato, conciliando os recursos orçamentários

existentes à promoção do interesse público. É um ato administrativo Formal (o

procedimento administrativo da Licitação)

FINALIDADES:

a) garantir a observância do princípio da isonomia - todos poderão participar da

licitação;

b) selecionar a proposta mais vantajosa para a administração; c) mostrar a eficiência e a moralidade nos negócios administrativos.

PRINCÍPIOS A SEREM OBSERVADOS NA LICITAÇÃO:

Legalidade: agir em conformidade com a Lei; impõe o administrador às prescrições legais

que regem o procedimento em todos os seus atos e fases;

Page 78: TJAM_-_Direito_Administrativo

77

Impessoalidade: resguardar o interesse público, evitar favoritismos e privilégios; todos os

licitantes devem ser tratados igualmente, em termos de direitos e

obrigações.

Moralidade: pautar-se por uma conduta honesta, evitando conluios, acordos escusos, etc.

Nem tudo que é legal é moral !

Publicidade: os atos devem ser amplamente divulgados, para garantir, inclusive, a

transparência da atuação administrativa. Os atos licitatórios serão públicos

desde que resguardados o sigilo das propostas;

Vinculação: adstritos ao permitido no instrumento convocatório da licitação, não

podendo mudar as regras depois de iniciado o procedimento;

Julgamento: a decisão a ser tomada pela Administração DEVERÁ BASEAR-SE em

critérios concretos, claros e definidos no instrumento convocatório;

Competitividade: não podem haver regras que impeçam o acesso ao certame, de

interessados;

ATENÇÃO: os princípios acima enunciados são de OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA no

procedimento licitatório. Se um dos princípios for afrontado, o

procedimento licitatório será NULO.

OBJETO DA LICITAÇÃO: ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública, a qual somente permitirá as

exigências de qualificação técnica e econômica

indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

MODALIDADE DA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS

Execução Direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos

próprios meios;

Execução Indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros, sob qualquer

das seguintes modalidades:

Page 79: TJAM_-_Direito_Administrativo

78

a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou

do serviço por preço certo e total;

b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou

do serviço por preço certo de unidades determinadas;

c) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por

preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;

e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua

integralidade, compreendendo todas as etapas

das obras, serviços e instalações necessárias, sob

inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação;

REQUISITOS PARA LICITAÇÃO

Obras: a) Existência de projeto básico;

b) Existência de orçamento detalhado;

c) Existência de Recursos Orçamentários;

d) Previsão no Plano Plurianual.

• o descumprimento dos requisitos acima pode acarretar a NULIDADE dos atos

(licitação e contrato) e a responsabilidade dos envolvidos; gera IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA;

Compras: a) Caracterização do objeto (não pode haver a indicação da marca);

b) Existência de recursos orçamentários;

c) Condições de armazenamento compatíveis com a aquisição;

• o descumprimento dos requisitos acima acarreta a NULIDADE dos atos (licitação e

contrato) e a responsabilidade administrativa e penal de quem lhes deu causa. LICITANTE: quem se habilitou e participa do procedimento licitatório, atendendo ao ato da

convocação.

• NÃO PODEM SER LICITANTES:

Page 80: TJAM_-_Direito_Administrativo

79

• O autor do projeto, básico ou executivo;

• A empresa responsável pelo projeto básico ou executivo;

• Servidor, dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela

licitação;

• Os membros da Comissão de Licitação.

OBRIGATORIEDADE DE LICITAR: A licitação é uma EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL para

toda a Administração Púbica Direta e Indireta.

Subordinam-se ao regime desta lei, além dos órgãos da administração direta, os

fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as

sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente

pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

COMISSÃO DE LICITAÇÃO: PERMANENTE ou ESPECIAL, criada pela Administração com a

função de receber, examinar e julgar todos os documentos e

procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de

licitantes.

ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA: deve ser entendido no sentido de que, se a Administração

levar o procedimento a seu termo, a adjudicação

somente pode ser feita ao vencedor; não há, portanto,

um direito subjetivo à adjudicação quando a

Administração opta pela revogação do procedimento,

porque a revogação motivada pode ocorrer em

qualquer fase da licitação, desde que haja finalidade

pública.

DISPENSA DE LICITAÇÃO: há possibilidade de competição que justifique a

licitação, de modo que a lei faculta a dispensa; o

legislador decidiu não tornar o procedimento obrigatório.

• ocorre dispensa nos casos de situações excepcionais, pois a demora seria incompatível com a

urgência na celebração do contrato, contrariando o interesse público. Pode também ocorrer por

desinteresse dos particulares no objeto do contrato.

• os casos de Dispensa de Licitação são TAXATIVOS (não podem ser alterados).

Page 81: TJAM_-_Direito_Administrativo

80

• CASOS DE DISPENSA DE LICITAÇÃO:

a dispensa da licitação fica na competência discricionária da Administração

(LICITAÇÃO DISPENSÁVEL):

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10 % (dez por cento) do limite previsto na modalidade carta-convite (R$ 150.000,00),ou seja, até R$ 15.000,00;

II - para outros serviços e compras de valor até 10 % (dez por cento) do limite previsto na modalidade carta-convite (R$ 80.000,00), ou seja, até R$ 8.000,00;

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência

de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, públicos ou particulares, e somente para

os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa;

V - quando não existirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente,

não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso,

todas as condições preestabelecidas. A isto denomina-se LICITAÇÃO DESERTA;

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;

VII - quando as propostas apresentarem preços manifestamente superiores ou incompatíveis aos praticados no mercado nacional;

VIII - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do

órgão ou entidade.

existem casos de dispensa de licitação previstas na legislação (Lei 8666/93), e que

escapam da discricionariedade da Administração. (LICITAÇÃO DISPENSADA):

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da

Administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive

as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, DISPENSADA esta nos seguintes casos:

a) dação em pagamento;

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da

Administração Pública;

Page 82: TJAM_-_Direito_Administrativo

81

c) permuta, por outro imóvel;

II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, DISPENSADA esta

nos seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social,

após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica,

relativamente à escolha de outra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da

Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a

legislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades

da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da

Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

• A DISPENSA DEVERÁ SEMPRE SER MOTIVADA (PRINCÍPIO DA

MOTIVAÇÃO).

INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO: existe a impossibilidade jurídica de competição entre

os contratantes; geralmente ocorre pela notória especialização de renomado profissional ou pela

singularidade do objeto, tornando o certame inviável. O

procedimento licitatório será impossível de ser deflagrado.

• CASOS DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

I - para aquisição de materiais, equipamentos; ou gêneros que só possam ser fornecidos

por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo;

II - para a contratação de serviços técnicos de natureza singular, com profissionais ou

empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de

empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião

pública.

Page 83: TJAM_-_Direito_Administrativo

82

• A INEXEGIBILIDADE DEVERÁ SEMPRE SER MOTIVADA (PRINCÍPIO DA

MOTIVAÇÃO).

LICITAÇÃO FRACASSADA: Na licitação fracassada aparecem interessados, mas

nenhum é selecionado em decorrência da inabilitação ou desclassificação. Na Licitação Fracassada a

dispensa não é possível.

• os casos de INEXIGIBILIDADE de Licitação NÃO SÃO TAXATIVOS (podem ser

alterados ou surgirem outros casos).

SANÇÕES PENAIS: O crime praticado no que diz respeito às Licitações é denominado Ação Penal Pública Incondicionada, e cabe ao Ministério Público promovê-

la, sendo que é permitida, também, a qualquer pessoa provocar a

iniciativa do MP.

• a pena aplicada será DETENÇÃO e MULTA, em quantia fixada entre 2% a 5% do valor do contrato. As penas são cumulativas.

• No caso da comprovação de superfaturamento, devido à dispensa ou inexigibilidade de

licitação, RESPONDEM SOLIDARIAMENTE pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo

de outras sanções legais cabíveis

FASES DA LICITAÇÃO

Fase Interna: inicia-se na repartição interessada, com a abertura do processo em que

a autoridade determina sua realização. É definido o objeto e indicado os

recursos hábeis para a despesa.

Fase Externa: desenvolve-se através de: audiência pública; edital ou carta-convite;

recebimento da documentação e propostas; habilitação;

julgamento das propostas; adjudicação e homologação.

Page 84: TJAM_-_Direito_Administrativo

83

PROCEDIMENTO DA LICITAÇÃO O procedimento será iniciado com a abertura de

processo administrativo, devidamente autuado,

protocolado e numerado, contendo a autorização

respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do

recurso próprio para a despesa, e ao qual serão

juntados oportunamente:

Edital: é o instrumento pelo qual a Administração leva ao conhecimento do público a

abertura da concorrência, tomada de preços, concurso ou leilão, divulgando as

regras a serem aplicadas em determinado procedimento de licitação;

• É a lei interna da Licitação.

• Não é utilizado na modalidade carta-convite

• o que se publica não é o edital e seus anexos, mas tão somente o seu resumo,

chamado de aviso.

Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por

irregularidade na aplicação desta lei, devendo protocolar o pedido até 5

(cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de

habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até

3 (três) dias úteis.

Habilitação: é a fase do procedimento em que a Administração verifica a aptidão do candidato para futura contratação. Na carta-convite, leilão e concurso, NÃO

EXISTE A HABILITAÇÃO.

• nesta fase são eliminados os proponentes que não atenderem aos termos e

condições do edital.

• Os habilitados são confirmados e os demais são alijados.

• Contra o ato de habilitação cabe recurso hierárquico (paralisa o processo);

• É iniciada a aptidão, onde são examinados os documentos;

• Atenção:

• O licitante inabilitado não poderá participar dos atos subseqüentes;

• Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes e abertas as

propostas, não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após

o julgamento;

Page 85: TJAM_-_Direito_Administrativo

84

• Após a fase de habilitação, NÃO CABE DESISTÊNCIA DE PROPOSTA,

salvo motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.

Julgamento: em local e dia designados, são abertos os envelopes dos proponentes

habilitados, ou seja, o envelope com as propostas. No julgamento das

propostas, a comissão levará em consideração OS CRITÉRIOS OBJETIVOS

definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e

princípios estabelecidos pela lei.

Desclassificação de Propostas: as que não atendam às exigências do ato

convocatório da licitação e as com valor global

superior ao limite estabelecido ou com preços

manifestamente inexeqüíveis.

Licitação Fracassada TODOS os licitantes inabilitados ou

TODAS as propostas desclassificadas.

• Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos, irrisórios ou

de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado,

acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha

estabelecido limites mínimos.

• Tipos de Licitação para obras, serviços e compras, exceto nas modalidades de concurso

e leilão:

I - a de menor preço – (mais utilizada);

II - a de melhor técnica;

III - a de técnica e preço.

Homologação: é o ato de controle da autoridade competente sobre o processo de licitação, ou

seja, eqüivale à aprovação do procedimento.

Page 86: TJAM_-_Direito_Administrativo

85

Adjudicação: significa que a Administração confere ao licitante a qualidade de vencedor do

certame e o de titular da preferência para celebração do futuro contrato. Da

Adjudicação surtem os seguintes efeitos:

a) direito de contratar;

b) impedimento do licitante em contratar com terceiros;

c) liberação dos demais proponentes;

d) direito dos demais proponentes à retirada dos documentos apresentados;

e) vinculação do adjudicatário aos encargos, termos e condições fixados no

edital.

MODALIDADES DE LICITAÇÃO:

1. CONCORRÊNCIA 2. TOMADA DE PREÇOS 3. CONVITE 4. CONCURSO 5. LEILÃO.

6. PREGÃO.

1. CONCORRÊNCIA: Modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase

inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos

mínimos exigidos no edital para execução de seu objeto.

É exigida concorrência : modalidade adequada para contratações de grande valor.

1. Para obras e serviços de engenharia acima de R$ 1.500.000,00;

1. Para compras e serviços acima de R$ 650.000,00.

2. Qualquer que seja o valor do seu objeto, na compra ou alienação de bens imóveis, nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais.

Publicidade ampla: prazo de 30 dias corridos, no mínimo, antes da data de encerramento da

entrega dos envelopes;

Page 87: TJAM_-_Direito_Administrativo

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2. TOMADA DE PREÇOS: Modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas condições exigidas para o cadastramento até o 3º dia anterior à data do

recebimento das propostas.

É Exigida Tomada de Preços: modalidade adequada para contratações de vulto médio.

1. Para obras e serviços de engenharia – até R$ 1.500.000,00;

1. Para compras e serviços até R$ 650.000,00.

2. Pode-se adotar Tomada de Preços nas Licitações internacionais, se a Administração

possuir cadastro internacional.

Publicidade ampla: prazo de 30 dias corridos, no mínimo, antes da data de encerramento da

entrega dos envelopes;

3. CARTA - CONVITE: É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa, a qual afixará,

em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá

aos demais cadastrados na correspondente especialidade que

manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da

apresentação das propostas.

É exigida Carta - Convite:

1. Para obras e serviços de engenharia – até R$ 150.000,00. 2. Para compras e serviços – até R$ 80.000,00.

• nos casos em que couber carta-convite, a Administração poderá utilizar a Tomada de Preços e, em qualquer caso, a Concorrência.

Publicidade: feita diretamente aos convidados; a publicidade ampla é facultativa. Prazo de

5 dias úteis, no mínimo, antes da data de encerramento da entrega dos

envelopes;

Page 88: TJAM_-_Direito_Administrativo

87

4. CONCURSO: É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, MEDIANTE a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores.

Publicidade ampla: Prazo de 45 dias corridos, no mínimo, entre a publicação do Edital e

antes da data de encerramento da entrega dos envelopes;

5. LEILÃO: É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos. O leilão também pode ser utilizado para a alienação de bens

imóveis, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação

em pagamento. É considerado vencedor do leilão aquele que oferecer o maior

lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

• permite a participação de qualquer interessado;

• não há exigência de habilitação;

Publicidade ampla: Prazo de 15 dias corridos antes da data da realização do leilão.

6. PREGÃO: é a modalidade de licitação para a aquisição de bens e serviços comuns, promovida EXCLUSIVAMENTE NO ÂMBITO DA UNIÃO, qualquer que seja

o valor estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita

por meio de propostas e lances em sessão pública.

ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO:

A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá REVOGAR a

licitação por RAZÕES DE INTERESSE PÚBLICO decorrente de fato superveniente

devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta;

A autoridade competente somente poderá ANULÁ-LA por ILEGALIDADE, de ofício ou por

provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.

• A ANULAÇÃO do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera

obrigação de indenizar;

Page 89: TJAM_-_Direito_Administrativo

88

Anulação – Pressupõe a ILEGALIDADE no procedimento.

Revogação – Fundamenta-se em CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE. O seu fundamento

deve ser posterior à abertura da licitação.

17. BENS E DOMÍNIO PÚBLICO Conceito São todos os bens que pertencem às pessoas jurídicas de Direito Público, isto é, União,

Estados, Distrito Federal, Municípios, Autarquias e Fundações Públicas. O Domínio Público em

sentido amplo é o poder de dominação ou de regulamentação que o Estado exerce sobre os bens do

seu patrimônio (bens públicos), ou sobre os bens do patrimônio privado (bens particulares de interesse público), ou sobre as coisas inapropriáveis individualmente, mas de fruição geral da

coletividade (res nullius).

Classificação os bens públicos podem ser federais, estaduais ou municipais, conforme a entidade

política a que pertençam ou o serviço autárquico, fundacional ou paraestatal a que se vinculem.

FEDERAIS – são bens da União:

• os que atualmente lhe pertencem e os que vierem a ser atribuídos;

• as terras devolutas;

• os lagos, rios e correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de

um Estado ou sirvam de limites com outros países, bem como os terrenos marginais e as

praias fluviais;

• as ilhas fluviais; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e costeiras;

• os recursos naturais da plataforma continental;

• o mar territorial e os terrenos de marinha e seus acrescidos;

• os potenciais de energia hidráulica e os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

• as cavernas e sítios arqueológicos;

ESTADUAIS – incluem-se entre os bens dos Estados:

• as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas

as decorrentes de obras da União;

• as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem em seu domínio;

• as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

• as terras devolutas não compreendidas entre as da União;

MUNICIPAIS –

Page 90: TJAM_-_Direito_Administrativo

89

• os que atualmente lhe pertencem e os que vierem a ser atribuídos;

• ruas, praças e áreas dominiais;

Obs.: Todos os bens públicos são bens nacionais, por integrantes do patrimônio da Nação, na sua

unicidade estatal, mas, embora politicamente componham o acervo nacional, civil e

administrativamente pertencem a cada uma das entidades públicas que os adquiriram.

Categorias Segundo a destinação, o Código Civil reparte os bens públicos em três categorias:

• I – Bens de uso comum do povo ou de Domínio Público são os que se destinam à

utilização geral pela coletividade. Ex.: mares, rios, estradas, ruas e praças;

• II – Bens de uso especial ou do Patrimônio Administrativo Indisponível São os que

se destinam à execução dos serviços administrativos e serviços públicos em geral. Ex.:

um prédio em que esteja instalado um hospital público ou sirva de sede para determinado

órgão público; os veículos da administração;

• III – Bens dominicais ou do Patrimônio Disponível São os bens que embora

constituam o patrimônio público, não possuem uma destinação pública determinada ou um

fim administrativo específico. Ex.: as terras sem destinação pública específica (terras

devolutas), os prédios públicos desativados e os móveis inservíveis.

Afetação Diz-se que um bem está afetado quando está sendo utilizado para um fim público

determinado, seja diretamente pelo Estado, seja pelo uso de particulares em geral. É a atribuição a

um bem público de sua destinação específica. Pode ocorrer de modo explícito (Lei) ou de modo

implícito (não determinado em Lei). Ex.: os bens de uso comum o os bens de uso especial são BENS

AFETADOS, pois têm em comum o fato de estarem destinados a serviços específicos.

• Os Bens Dominicais são desafetados

Desafetação É a mudança da forma de destinação do Bem. Em regra, a desafetação visa a

incluir bens de uso comum ou do povo ou bens de uso especial na categoria de bens dominicais. É

feita com a autorização legislativa, através de Lei Específica. Um dos propósitos para realizar a

Desafetação é a possibilidade de alienação, através de concorrência pública ou licitação.

• Para ser alienado, o bem não poderá estar afetado a um fim público;

Formas de Utilização dos Bens Públicos p/ Particulares Autorização de uso é o ato unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração

consente na prática de determinada atividade individual incidente sobre um bem público. Não tem

forma nem requisitos especiais para sua efetivação, pois visa apenas a atividades transitórias e

irrelevantes para o Poder Público. Ex.: autorizações para a ocupação de terrenos baldios, para a

retirada de água em fontes não abertas ao uso comum do povo.

Page 91: TJAM_-_Direito_Administrativo

90

• Tais autorizações não geram privilégios contra a Administração ainda que remuneradas e

fruídas por muito tempo, e, por isso mesmo, dispensam lei autorizativa e licitação para seu

deferimento.

Permissão de uso é o ato negocial (com ou sem condições, gratuito ou oneroso, por tempo certo

ou determinado), unilateral, discricionário e precário através do qual a Administração faculta ao

particular a utilização individual de determinado bem público. Esta permissão é sempre modificável e

revogável unilateralmente pela Administração, quando o interesse público o exigir. Ex.: bancas de

jornais, os vestiários em praias, etc.

• A revogação faz-se, em geral, sem indenização, salvo se em contrário se dispuser, pois a

regra é a revogabilidade sem ônus para a Administração.

• O ato da revogação deve ser idêntico ao do deferimento da permissão e atender às

condições nele previstas.

• Qualquer bem público admite permissão de uso especial a particular, desde que a

utilização seja também de interesse da coletividade que irá fruir certas vantagens desse

uso, que se assemelha a um serviço de utilidade pública;

• Se não houver interesse para a comunidade, mas tão-somente para o particular, o uso

especial não deve ser permitido nem concedido, mas simplesmente autorizado, em caráter

precaríssimo.

Cessão de uso é a transferência gratuita da posse de um bem público de uma entidade ou órgão

para outro, a fim de que o cessionário o utilize nas condições estabelecidas no respectivo termo, por

tempo certo ou indeterminado. É ato de colaboração entre repartições públicas, em que aquela que

tem bens desnecessários aos seus serviços cede o uso a outra que deles está precisando.

• A cessão de uso entre órgãos da mesma entidade não exige autorização legislativa

• Quando, porém, a cessão é para outra entidade, necessário se torna autorização legal;

• Em qualquer hipótese, a cessão de uso é ato de administração interna que não opera a

transferência da propriedade e, por isso, dispensa registros externos.

Concessão de uso é o contrato administrativo pelo qual o poder Público atribui a utilização

exclusiva de um bem de seu domínio a particular, para que o explore segundo sua destinação

específica. A concessão pode ser remunerada ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado, mas

deverá ser sempre precedida de autorização legal e, normalmente, de concorrência para o contrato.

Ex.: concessão de uso remunerado de um hotel municipal, de áreas em mercado ou de locais para

bares e restaurantes em edifícios ou logradouros públicos.

• Sua outorga não é nem discricionária nem precária, pois obedece a normas

regulamentares e tem a estabilidade relativa dos contratos administrativos, gerando

direitos individuais e subjetivos para o concessionário;

Page 92: TJAM_-_Direito_Administrativo

91

• Tal contrato confere ao titular da concessão de uso um direito pessoal de uso especial

sobre o bem público, privativo e intransferível sem prévio consentimento da Administração,

pois é realizado intuitu personae, embora admita fins lucrativos.

• Obs.: O que caracteriza a concessão de uso e a distingue dos demais institutos

assemelhados – autorização e permissão de uso – é o caráter contratual e estável da

outorga do uso do bem público ao particular, para que o utilize com exclusividade e nas

condições convencionadas com a Administração.

Concessão de direito real de uso é o contrato pelo qual a Administração transfere o uso

remunerado ou gratuito de terreno público a particular, como direito real resolúvel, para que dele se

utilize em fins específicos de urbanização, industrialização, edificação, cultivo ou qualquer outra

exploração de interesse social. Ex.: mini-distritos industriais;

• é transferível por ato inter vivos ou por sucessão legítima ou testamentária, a título gratuito

ou remunerado, como os demais direitos reais sobre coisas alheias, com a diferença de

que o imóvel reverterá à Administração concedente se o concessionário ou seus

sucessores não lhe derem o uso prometido ou o desviarem de sua finalidade contratual.

• A concessão de direito real de uso pode ser outorgada por escritura pública ou termo

administrativo,

• Desde a inscrição o concessionário fruirá plenamente o terreno para os fins estabelecidos

no contrato e responderá por todos os encargos civis, administrativos e tributários que

venham a incidir sobre o imóvel e suas rendas.

Enfiteuse ou aforamento é o instituto civil que permite ao proprietário atribuir a outrem o domínio

útil de imóvel, pagando a pessoa que o adquire (enfiteuta) ao senhorio direto uma pensão ou foro,

anual, certo e invariável. Consiste, pois, na transferência do domínio útil de imóvel público a posse,

uso e gozo perpétuos da pessoa que irá utilizá-lo daí por diante.

• Em linguagem técnica, aforamento ou enfiteuse é o direito real de posse, uso e gozo pleno

da coisa alheia que o titular (foreiro ou enfiteuta) pode alienar e transmitir

hereditariamente, porém, com a obrigação de pagar perpetuamente uma pensão anual

(foro) ao senhorio direto.

• Domínio útil consiste no direito de usufruir o imóvel do modo mais completo possível e

de transmiti-lo a outrem, por ato entre vivos ou por testamento.

• Domínio direto, também chamado domínio eminente, é o direito à substância mesma

do imóvel, sem as suas utilidades.

• Foro, cânon ou pensão é a contribuição anual e fixa que o foreiro ou enfiteuta paga

ao senhorio direto, em caráter perpétuo, para o exercício de seus direitos sobre o

domínio útil do imóvel.

Laudêmio é a importância que o foreiro ou enfiteuta paga ao senhorio direto quando ele, senhorio,

renuncia seu direito de reaver esse domínio útil, nas mesmas condições em que o terceiro o adquire.

Page 93: TJAM_-_Direito_Administrativo

92

Características dos Bens Públicos

Inalienabilidade é característica original do bem público que restringe de forma efetiva a

possibilidade de sua alienação. Esta característica não se apresenta de modo absoluto, ou seja,

pode ser mudada atraáves de lei.

Imprescritibilidade decorre como conseqüência lógica de sua inalienabilidade originária. E é fácil

demonstrar a assertiva: se os bens públicos são originariamente inalienáveis, segue-se que ninguém

os pode adquirir enquanto guardarem essa condição. Daí não ser possível a invocação de usucapião

sobre eles.

Impenhorabilidade os bens públicos não estão sujeitos a serem utilizados para satisfação do

credor na hipótese de não-cumprimento da obrigação por parte do Poder Público. Decorre de

preceito constitucional que dispõe sobre a forma pela qual serão executadas as sentenças judiciárias

contra a Fazenda Pública, sem permitir a penhora de seus bens. Admite, entretanto, o seqüestro da

quantia necessária à satisfação do débito, desde que ocorram certas condições processuais

através de precatório

Não-oneração É a impossibilidade dos bens públicos serem gravados com direito real de garantia

em favor de terceiros. Os bens públicos não podem ser objeto de Hipoteca.

“Só aquele que pode alienar poderá hipotecar ou empenhar. Só as coisas que se podem

alienar poderão ser dadas em penhor ou hipoteca” (CC, art. 756).

Page 94: TJAM_-_Direito_Administrativo

93

Page 95: TJAM_-_Direito_Administrativo

LEI Nº 9.478, DE 6 DE AGOSTO DE 1997.

Mensagem de veto

Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

Dos Princípios e Objetivos da Política Energética Nacional

Art. 1º As políticas nacionais para o aproveitamento racional das fontes de energia visarão aos seguintes objetivos:

I - preservar o interesse nacional;

II - promover o desenvolvimento, ampliar o mercado de trabalho e valorizar os recursos energéticos;

III - proteger os interesses do consumidor quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos;

IV - proteger o meio ambiente e promover a conservação de energia;

V - garantir o fornecimento de derivados de petróleo em todo o território nacional, nos termos do § 2º do art. 177 da Constituição Federal;

VI - incrementar, em bases econômicas, a utilização do gás natural;

VII - identificar as soluções mais adequadas para o suprimento de energia elétrica nas diversas regiões do País;

VIII - utilizar fontes alternativas de energia, mediante o aproveitamento econômico dos insumos disponíveis e das tecnologias aplicáveis;

IX - promover a livre concorrência;

X - atrair investimentos na produção de energia;

XI - ampliar a competitividade do País no mercado internacional.

XII - incrementar, em bases econômicas, sociais e ambientais, a participação dos biocombustíveis na matriz energética nacional. (Redação dada pela Lei nº 11.097, de 2005)

CAPÍTULO II

Do Conselho Nacional de Política Energética

Art. 2° Fica criado o Conselho Nacional de Política Energética - CNPE, vinculado à Presidência da República e presidido pelo Ministro de Estado de Minas e Energia, com a atribuição de propor ao Presidente da República políticas nacionais e medidas específicas destinadas a:

Page 96: TJAM_-_Direito_Administrativo

I - promover o aproveitamento racional dos recursos energéticos do País, em conformidade com os princípios enumerados no capítulo anterior e com o disposto na legislação aplicável;

II - assegurar, em função das características regionais, o suprimento de insumos energéticos às áreas mais remotas ou de difícil acesso do País, submetendo as medidas específicas ao Congresso Nacional, quando implicarem criação de subsídios;

III - rever periodicamente as matrizes energéticas aplicadas às diversas regiões do País, considerando as fontes convencionais e alternativas e as tecnologias disponíveis;

IV - estabelecer diretrizes para programas específicos, como os de uso do gás natural, do álcool, do carvão e da energia termonuclear;

IV - estabelecer diretrizes para programas específicos, como os de uso do gás natural, do carvão, da energia termonuclear, dos biocombustíveis, da energia solar, da energia eólica e da energia proveniente de outras fontes alternativas; (Redação dada pela Lei nº 11.097, de 2005)

V - estabelecer diretrizes para a importação e exportação, de maneira a atender às necessidades de consumo interno de petróleo e seus derivados, gás natural e condensado, e assegurar o adequado funcionamento do Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e o cumprimento do Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis, de que trata o art. 4º da Lei nº 8.176, de 8 de fevereiro de 1991.

VI - sugerir a adoção de medidas necessárias para garantir o atendimento à demanda nacional de energia elétrica, considerando o planejamento de longo, médio e curto prazos, podendo indicar empreendimentos que devam ter prioridade de licitação e implantação, tendo em vista seu caráter estratégico e de interesse público, de forma que tais projetos venham assegurar a otimização do binômio modicidade tarifária e confiabilidade do Sistema Elétrico. (Incluído pela lei nº 10.848, de 2004)

§ 1º Para o exercício de suas atribuições, o CNPE contará com o apoio técnico dos órgãos reguladores do setor energético.

§ 2º O CNPE será regulamentado por decreto do Presidente da República, que determinará sua composição e a forma de seu funcionamento.

CAPÍTULO III

Da Titularidade e do Monopólio do Petróleo e do Gás Natural

SEÇÃO I

Do Exercício do Monopólio

Art. 3º Pertencem à União os depósitos de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos existentes no território nacional, nele compreendidos a parte terrestre, o mar territorial, a plataforma continental e a zona econômica exclusiva.

Art. 4º Constituem monopólio da União, nos termos do art. 177 da Constituição Federal, as seguintes atividades:

I - a pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;

II - a refinação de petróleo nacional ou estrangeiro;

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III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;

IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem como o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e de gás natural.

Art. 5º As atividades econômicas de que trata o artigo anterior serão reguladas e fiscalizadas pela União e poderão ser exercidas, mediante concessão ou autorização, por empresas constituídas sob as leis brasileiras, com sede e administração no País.

SEÇÃO II

Das Definições Técnicas

Art. 6° Para os fins desta Lei e de sua regulamentação, ficam estabelecidas as seguintes definições:

I - Petróleo: todo e qualquer hidrocarboneto líquido em seu estado natural, a exemplo do óleo cru e condensado;

II - Gás Natural ou Gás: todo hidrocarboneto que permaneça em estado gasoso nas condições atmosféricas normais, extraído diretamente a partir de reservatórios petrolíferos ou gaseíferos, incluindo gases úmidos, secos, residuais e gases raros;

III - Derivados de Petróleo: produtos decorrentes da transformação do petróleo;

IV - Derivados Básicos: principais derivados de petróleo, referidos no art. 177 da Constituição Federal, a serem classificados pela Agência Nacional do Petróleo;

V - Refino ou Refinação: conjunto de processos destinados a transformar o petróleo em derivados de petróleo;

VI - Tratamento ou Processamento de Gás Natural: conjunto de operações destinadas a permitir o seu transporte, distribuição e utilização;

VII - Transporte: movimentação de petróleo e seus derivados ou gás natural em meio ou percurso considerado de interesse geral;

VIII - Transferência: movimentação de petróleo, derivados ou gás natural em meio ou percurso considerado de interesse específico e exclusivo do proprietário ou explorador das facilidades;

IX - Bacia Sedimentar: depressão da crosta terrestre onde se acumulam rochas sedimentares que podem ser portadoras de petróleo ou gás, associados ou não;

X - Reservatório ou Depósito: configuração geológica dotada de propriedades específicas, armazenadora de petróleo ou gás, associados ou não;

XI - Jazida: reservatório ou depósito já identificado e possível de ser posto em produção;

XII - Prospecto: feição geológica mapeada como resultado de estudos geofísicos e de interpretação geológica, que justificam a perfuração de poços exploratórios para a localização de petróleo ou gás natural;

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XIII - Bloco: parte de uma bacia sedimentar, formada por um prisma vertical de profundidade indeterminada, com superfície poligonal definida pelas coordenadas geográficas de seus vértices, onde são desenvolvidas atividades de exploração ou produção de petróleo e gás natural;

XIV - Campo de Petróleo ou de Gás Natural: área produtora de petróleo ou gás natural, a partir de um reservatório contínuo ou de mais de um reservatório, a profundidades variáveis, abrangendo instalações e equipamentos destinados à produção;

XV - Pesquisa ou Exploração: conjunto de operações ou atividades destinadas a avaliar áreas, objetivando a descoberta e a identificação de jazidas de petróleo ou gás natural;

XVI - Lavra ou Produção: conjunto de operações coordenadas de extração de petróleo ou gás natural de uma jazida e de preparo para sua movimentação;

XVII - Desenvolvimento: conjunto de operações e investimentos destinados a viabilizar as atividades de produção de um campo de petróleo ou gás;

XVIII - Descoberta Comercial: descoberta de petróleo ou gás natural em condições que, a preços de mercado, tornem possível o retorno dos investimentos no desenvolvimento e na produção;

XIX - Indústria do Petróleo: conjunto de atividades econômicas relacionadas com a exploração, desenvolvimento, produção, refino, processamento, transporte, importação e exportação de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos e seus derivados;

XX - Distribuição: atividade de comercialização por atacado com a rede varejista ou com grandes consumidores de combustíveis, lubrificantes, asfaltos e gás liquefeito envasado, exercida por empresas especializadas, na forma das leis e regulamentos aplicáveis;

XXI - Revenda: atividade de venda a varejo de combustíveis, lubrificantes e gás liquefeito envasado, exercida por postos de serviços ou revendedores, na forma das leis e regulamentos aplicáveis;

XXII - Distribuição de Gás Canalizado: serviços locais de comercialização de gás canalizado, junto aos usuários finais, explorados com exclusividade pelos Estados, diretamente ou mediante concessão, nos termos do § 2º do art. 25 da Constituição Federal;

XXIII - Estocagem de Gás Natural: armazenamento de gás natural em reservatórios próprios, formações naturais ou artificiais.

XXIV - Biocombustível: combustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna ou, conforme regulamento, para outro tipo de geração de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil; (Incluído pela Lei nº 11.097, de 2005)

XXV - Biodiesel: biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil. (Incluído pela Lei nº 11.097, de 2005)

CAPÍTULO IV

Da Agência Nacional do Petróleo

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DA AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS

(Redação dada pela Lei nº 11.097, de 2005)

SEÇÃO I

Da Instituição e das Atribuições

Art. 7° Fica instituída a Agência Nacional do Petróleo - ANP, entidade integrante da Administração Federal indireta, submetida ao regime autárquico especial, como órgão regulador da indústria do petróleo, vinculado ao Ministério de Minas e Energia.

Art. 7o Fica instituída a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíves - ANP, entidade integrante da Administração Federal Indireta, submetida ao regime autárquico especial, como órgão regulador da indústria do petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis, vinculada ao Ministério de Minas e Energia. (Redação dada pela Lei nº 11.097, de 2005)

Parágrafo único. A ANP terá sede e foro no Distrito Federal e escritórios centrais na cidade do Rio de Janeiro, podendo instalar unidades administrativas regionais.

Art. 8° A ANP terá como finalidade promover a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, cabendo-lhe: I - implementar, em sua esfera de atribuições, a política nacional de petróleo e gás natural, contida na política energética nacional, nos termos do Capítulo I desta Lei, com ênfase na garantia do suprimento de derivados de petróleo em todo o território nacional e na proteção dos interesses dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos;

Art. 8o A ANP terá como finalidade promover a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis, cabendo-lhe: (Redação dada pela Lei nº 11.097, de 2005)

I - implementar, em sua esfera de atribuições, a política nacional de petróleo, gás natural e biocombustíveis, contida na política energética nacional, nos termos do Capítulo I desta Lei, com ênfase na garantia do suprimento de derivados de petróleo, gás natural e seus derivados, e de biocombustíveis, em todo o território nacional, e na proteção dos interesses dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos; (Redação dada pela Lei nº 11.097, de 2005)

II - promover estudos visando à delimitação de blocos, para efeito de concessão das atividades de exploração, desenvolvimento e produção;

III - regular a execução de serviços de geologia e geofísica aplicados à prospecção petrolífera, visando ao levantamento de dados técnicos, destinados à comercialização, em bases não-exclusivas;

IV - elaborar os editais e promover as licitações para a concessão de exploração, desenvolvimento e produção, celebrando os contratos delas decorrentes e fiscalizando a sua execução;

V - autorizar a prática das atividades de refinação, processamento, transporte, importação e exportação, na forma estabelecida nesta Lei e sua regulamentação;

VI - estabelecer critérios para o cálculo de tarifas de transporte dutoviário e arbitrar seus valores, nos casos e da forma previstos nesta Lei;

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VII - fiscalizar diretamente, ou mediante convênios com órgãos dos Estados e do Distrito Federal, as atividades integrantes da indústria do petróleo, bem como aplicar as sanções administrativas e pecuniárias previstas em lei, regulamento ou contrato;

VII - fiscalizar diretamente, ou mediante convênios com órgãos dos Estados e do Distrito Federal, as atividades integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis, bem como aplicar as sanções administrativas e pecuniárias previstas em lei, regulamento ou contrato; (Redação dada pela Lei nº 11.097, de 2005)

VIII - instruir processo com vistas à declaração de utilidade pública, para fins de desapropriação e instituição de servidão administrativa, das áreas necessárias à exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, construção de refinarias, de dutos e de terminais;

IX - fazer cumprir as boas práticas de conservação e uso racional do petróleo, dos derivados e do gás natural e de preservação do meio ambiente;

IX - fazer cumprir as boas práticas de conservação e uso racional do petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis e de preservação do meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 11.097, de 2005)

X - estimular a pesquisa e a adoção de novas tecnologias na exploração, produção, transporte, refino e processamento;

XI - organizar e manter o acervo das informações e dados técnicos relativos às atividades da indústria do petróleo;

XI - organizar e manter o acervo das informações e dados técnicos relativos às atividades reguladas da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis; (Redação dada pela Lei nº 11.097, de 2005)

XII - consolidar anualmente as informações sobre as reservas nacionais de petróleo e gás natural transmitidas pelas empresas, responsabilizando-se por sua divulgação;

XIII - fiscalizar o adequado funcionamento do Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e o cumprimento do Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis, de que trata o art. 4º da Lei nº 8.176, de 8 de fevereiro de 1991;

XIV - articular-se com os outros órgãos reguladores do setor energético sobre matérias de interesse comum, inclusive para efeito de apoio técnico ao CNPE;

XV - regular e autorizar as atividades relacionadas com o abastecimento nacional de combustíveis, fiscalizando-as diretamente ou mediante convênios com outros órgãos da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios.

XVI - regular e autorizar as atividades relacionadas à produção, importação, exportação, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda e comercialização de biodiesel, fiscalizando-as diretamente ou mediante convênios com outros órgãos da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios; (Incluído pela Lei nº 11.097, de 2005)

XVII - exigir dos agentes regulados o envio de informações relativas às operações de produção, importação, exportação, refino, beneficiamento, tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda, destinação e comercialização de produtos sujeitos à sua regulação; (Incluído pela Lei nº 11.097, de 2005)

XVIII - especificar a qualidade dos derivados de petróleo, gás natural e seus derivados e dos biocombustíveis. (Incluído pela Lei nº 11.097, de 2005)

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Art. 9º Além das atribuições que lhe são conferidas no artigo anterior, caberá à ANP exercer, a partir de sua implantação, as atribuições do Departamento Nacional de Combustíveis - DNC, relacionadas com as atividades de distribuição e revenda de derivados de petróleo e álcool, observado o disposto no art. 78.

Art. 10. Quando, no exercício de suas atribuições, a ANP tomar conhecimento de fato que configure ou possa configurar infração da ordem econômica, deverá comunicá-lo ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE, para que este adote as providências cabíveis, no âmbito da legislação pertinente.

Art. 10. Quando, no exercício de suas atribuições, a ANP tomar conhecimento de fato que possa configurar indício de infração da ordem econômica, deverá comunicá-lo imediatamente ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade e à Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça, para que estes adotem as providências cabíveis, no âmbito da legislação pertinente.(Redação dada pela Lei nº 10.202, de 20.2.2001)

Parágrafo único. Independentemente da comunicação prevista no caput deste artigo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade notificará a ANP do teor da decisão que aplicar sanção por infração da ordem econômica cometida por empresas ou pessoas físicas no exercício de atividades relacionadas com o abastecimento nacional de combustíveis, no prazo máximo de vinte e quatro horas após a publicação do respectivo acórdão, para que esta adote as providências legais de sua alçada. (Parágrafo único inclúido pela Lei nº 10.202, de 20.2.2001)

SEÇÃO II

Da Estrutura Organizacional da Autarquia

Art. 11. A ANP será dirigida, em regime de colegiado, por uma Diretoria composta de um Diretor-Geral e quatro Diretores.

§ 1º Integrará a estrutura organizacional da ANP um Procurador-Geral.

§ 2º Os membros da Diretoria serão nomeados pelo Presidente da República, após aprovação dos respectivos nomes pelo Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal.

§ 3° Os membros da Diretoria cumprirão mandatos de quatro anos, não coincidentes, permitida a recondução, observado o disposto no art. 75 desta Lei.

Art. 12. (VETADO)

I - (VETADO)

II - (VETADO)

III - (VETADO)

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 13. Está impedida de exercer cargo de Diretor na ANP a pessoa que mantenha, ou haja mantido nos doze meses anteriores à data de início do mandato, um dos seguintes vínculos com empresa que explore qualquer das atividades integrantes da indústria do petróleo ou de distribuição I - acionista ou sócio com participação individual direta superior a cinco por cento do capital social total ou dois por cento do capital votante da empresa ou, ainda, um por cento do capital total da respectiva empresa controladora;

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II - administrador, sócio-gerente ou membro do Conselho Fiscal; III - empregado, ainda que o respectivo contrato de trabalho esteja suspenso, inclusive da empresa controladora ou de entidade de previdência complementar custeada pelo empregador. Parágrafo único. Está também impedida de assumir cargo de Diretor na ANP a pessoa que exerça, ou haja exercido nos doze meses anteriores à data de início do mandato, cargo de direção em entidade sindical ou associação de classe, de âmbito nacional ou regional, representativa de interesses de empresas que explorem quaisquer das atividades integrantes da indústria do petróleo ou de distribuição.(Revogado pela Lei nº 9.986, de 18.7.2000)

Art. 14. Terminado o mandato, ou uma vez exonerado do cargo, o ex-Diretor da ANP ficará impedido, por um período de doze meses, contados da data de sua exoneração, de prestar, direta ou indiretamente, qualquer tipo de serviço a empresa integrante da indústria do petróleo ou de distribuição.

§ 1° Durante o impedimento, o ex-Diretor que não tiver sido exonerado nos termos do art. 12 poderá continuar prestando serviço à ANP, ou a qualquer órgão da Administração Direta da União, mediante remuneração equivalente à do cargo de direção que exerceu.

§ 2° Incorre na prática de advocacia administrativa, sujeitando-se às penas da lei, o ex-Diretor que violar o impedimento previsto neste artigo.

SEÇÃO III

Das Receitas e do Acervo da Autarquia

Art. 15. Constituem receitas da ANP:

I - as dotações consignadas no Orçamento Geral da União, créditos especiais, transferências e repasses que lhe forem conferidos;

II - parcela das participações governamentais referidas nos incisos I e III do art. 45 desta Lei, de acordo com as necessidades operacionais da ANP, consignadas no orçamento aprovado;

III - os recursos provenientes de convênios, acordos ou contratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, excetuados os referidos no inciso anterior;

IV - as doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem destinados;

V - o produto dos emolumentos, taxas e multas previstos na legislação específica, os valores apurados na venda ou locação dos bens móveis e imóveis de sua propriedade, bem como os decorrentes da venda de dados e informações técnicas, inclusive para fins de licitação, ressalvados os referidos no § 2° do art. 22 desta Lei.

Art. 16. Os recursos provenientes da participação governamental prevista no inciso IV do art. 45, nos termos do art. 51, destinar-se-ão ao financiamento das despesas da ANP para o exercício das atividades que lhe são conferidas nesta Lei.

SEÇÃO IV

Do Processo Decisório

Art. 17. O processo decisório da ANP obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade.

Art. 18. As sessões deliberativas da Diretoria da ANP que se destinem a resolver pendências entre agentes econômicos e entre estes e consumidores e usuários de bens e

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serviços da indústria do petróleo serão públicas, permitida a sua gravação por meios eletrônicos e assegurado aos interessados o direito de delas obter transcrições.

Art. 19. As iniciativas de projetos de lei ou de alteração de normas administrativas que impliquem afetação de direito dos agentes econômicos ou de consumidores e usuários de bens e serviços da indústria do petróleo serão precedidas de audiência pública convocada e dirigida pela ANP.

Art. 20. O regimento interno da ANP disporá sobre os procedimentos a serem adotados para a solução de conflitos entre agentes econômicos, e entre estes e usuários e consumidores, com ênfase na conciliação e no arbitramento.

CAPÍTULO V

Da Exploração e da Produção

SEÇÃO I

Das Normas Gerais

Art. 21. Todos os direitos de exploração e produção de petróleo e gás natural em território nacional, nele compreendidos a parte terrestre, o mar territorial, a plataforma continental e a zona econômica exclusiva, pertencem à União, cabendo sua administração à ANP.

Art. 22. O acervo técnico constituído pelos dados e informações sobre as bacias sedimentares brasileiras é também considerado parte integrante dos recursos petrolíferos nacionais, cabendo à ANP sua coleta, manutenção e administração.

§ 1° A Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRÁS transferirá para a ANP as informações e dados de que dispuser sobre as bacias sedimentares brasileiras, assim como sobre as atividades de pesquisa, exploração e produção de petróleo ou gás natural, desenvolvidas em função da exclusividade do exercício do monopólio até a publicação desta Lei.

§ 2° A ANP estabelecerá critérios para remuneração à PETROBRÁS pelos dados e informações referidos no parágrafo anterior e que venham a ser utilizados pelas partes interessadas, com fiel observância ao disposto no art. 117 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, com as alterações procedidas pela Lei nº 9.457, de 5 de maio de 1997.

Art. 23. As atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e de gás natural serão exercidas mediante contratos de concessão, precedidos de licitação, na forma estabelecida nesta Lei.

Parágrafo único. A ANP definirá os blocos a serem objeto de contratos de concessão.

Art. 24. Os contratos de concessão deverão prever duas fases: a de exploração e a de produção.

§ 1º Incluem-se na fase de exploração as atividades de avaliação de eventual descoberta de petróleo ou gás natural, para determinação de sua comercialidade.

§ 2º A fase de produção incluirá também as atividades de desenvolvimento.

Art. 25. Somente poderão obter concessão para a exploração e produção de petróleo ou gás natural as empresas que atendam aos requisitos técnicos, econômicos e jurídicos estabelecidos pela ANP.

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Art. 26. A concessão implica, para o concessionário, a obrigação de explorar, por sua conta e risco e, em caso de êxito, produzir petróleo ou gás natural em determinado bloco, conferindo-lhe a propriedade desses bens, após extraídos, com os encargos relativos ao pagamento dos tributos incidentes e das participações legais ou contratuais correspondentes.

§ 1° Em caso de êxito na exploração, o concessionário submeterá à aprovação da ANP os planos e projetos de desenvolvimento e produção.

§ 2° A ANP emitirá seu parecer sobre os planos e projetos referidos no parágrafo anterior no prazo máximo de cento e oitenta dias.

§ 3° Decorrido o prazo estipulado no parágrafo anterior sem que haja manifestação da ANP, os planos e projetos considerar-se-ão automaticamente aprovados.

Art. 27. Quando se tratar de campos que se estendam por blocos vizinhos, onde atuem concessionários distintos, deverão eles celebrar acordo para a individualização da produção.

Parágrafo único. Não chegando as partes a acordo, em prazo máximo fixado pela ANP, caberá a esta determinar, com base em laudo arbitral, como serão eqüitativamente apropriados os direitos e obrigações sobre os blocos, com base nos princípios gerais de Direito aplicáveis.

Art. 28. As concessões extinguir-se-ão:

I - pelo vencimento do prazo contratual;

II - por acordo entre as partes;

III - pelos motivos de rescisão previstos em contrato;

IV - ao término da fase de exploração, sem que tenha sido feita qualquer descoberta comercial, conforme definido no contrato;

V - no decorrer da fase de exploração, se o concessionário exercer a opção de desistência e de devolução das áreas em que, a seu critério, não se justifiquem investimentos em desenvolvimento.

§ 1° A devolução de áreas, assim como a reversão de bens, não implicará ônus de qualquer natureza para a União ou para a ANP, nem conferirá ao concessionário qualquer direito de indenização pelos serviços, poços, imóveis e bens reversíveis, os quais passarão à propriedade da União e à administração da ANP, na forma prevista no inciso VI do art. 43.

§ 2° Em qualquer caso de extinção da concessão, o concessionário fará, por sua conta exclusiva, a remoção dos equipamentos e bens que não sejam objeto de reversão, ficando obrigado a reparar ou indenizar os danos decorrentes de suas atividades e praticar os atos de recuperação ambiental determinados pelos órgãos competentes.

Art. 29. É permitida a transferência do contrato de concessão, preservando-se seu objeto e as condições contratuais, desde que o novo concessionário atenda aos requisitos técnicos, econômicos e jurídicos estabelecidos pela ANP, conforme o previsto no art. 25.

Parágrafo único. A transferência do contrato só poderá ocorrer mediante prévia e expressa autorização da ANP.

Art. 30. O contrato para exploração, desenvolvimento e produção de petróleo ou gás natural não se estende a nenhum outro recurso natural, ficando o concessionário obrigado a informar a sua descoberta, prontamente e em caráter exclusivo, à ANP.

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SEÇÃO II

Das Normas Específicas para as Atividades em Curso

Art. 31. A PETROBRÁS submeterá à ANP, no prazo de três meses da publicação desta Lei, seu programa de exploração, desenvolvimento e produção, com informações e dados que propiciem:

I - o conhecimento das atividades de produção em cada campo, cuja demarcação poderá incluir uma área de segurança técnica;

II - o conhecimento das atividades de exploração e desenvolvimento, registrando, neste caso, os custos incorridos, os investimentos realizados e o cronograma dos investimentos a realizar, em cada bloco onde tenha definido prospectos.

Art. 32. A PETROBRÁS terá ratificados seus direitos sobre cada um dos campos que se encontrem em efetiva produção na data de inicío de vigência desta Lei.

Art. 33. Nos blocos em que, quando do início da vigência desta Lei, tenha a PETROBRÁS realizado descobertas comerciais ou promovido investimentos na exploração, poderá ela, observada sua capacidade de investir, inclusive por meio de financiamentos, prosseguir nos trabalhos de exploração e desenvolvimento pelo prazo de três anos e, nos casos de êxito, prosseguir nas atividades de produção.

Parágrafo único. Cabe à ANP, após a avaliação da capacitação financeira da PETROBRÁS e dos dados e informações de que trata o art. 31, aprovar os blocos em que os trabalhos referidos neste artigo terão continuidade.

Art. 34. Cumprido o disposto no art. 31 e dentro do prazo de um ano a partir da data de publicação desta Lei, a ANP celebrará com a PETROBRÁS, dispensada a licitação prevista no art. 23, contratos de concessão dos blocos que atendam às condições estipuladas nos arts. 32 e 33, definindo-se, em cada um desses contratos, as participações devidas, nos termos estabelecidos na Seção VI.

Parágrafo único. Os contratos de concessão referidos neste artigo serão regidos, no que couber, pelas normas gerais estabelecidas na Seção anterior e obedecerão ao disposto na Seção V deste Capítulo.

Art. 35. Os blocos não contemplados pelos contratos de concessão mencionados no artigo anterior e aqueles em que tenha havido insucesso nos trabalhos de exploração, ou não tenham sido ajustados com a ANP, dentro dos prazos estipulados, serão objeto de licitação pela ANP para a outorga de novos contratos de concessão, regidos pelas normas gerais estabelecidas na Seção anterior.

SEÇÃO III

Do Edital de Licitação

Art. 36. A licitação para outorga dos contratos de concessão referidos no art. 23 obedecerá ao disposto nesta Lei, na regulamentação a ser expedida pela ANP e no respectivo edital.

Art. 37. O edital da licitação será acompanhado da minuta básica do respectivo contrato e indicará, obrigatoriamente:

I - o bloco objeto da concessão, o prazo estimado para a duração da fase de exploração, os investimentos e programas exploratórios mínimos;

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II - os requisitos exigidos dos concorrentes, nos termos do art. 25, e os critérios de pré-qualificação, quando este procedimento for adotado;

III - as participações governamentais mínimas, na forma do disposto no art. 45, e a participação dos superficiários prevista no art. 52;

IV - a relação de documentos exigidos e os critérios a serem seguidos para aferição da capacidade técnica, da idoneidade financeira e da regularidade jurídica dos interessados, bem como para o julgamento técnico e econômico-financeiro da proposta;

V - a expressa indicação de que caberá ao concessionário o pagamento das indenizações devidas por desapropriações ou servidões necessárias ao cumprimento do contrato;

VI - o prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos interessados, os dados, estudos e demais elementos e informações necessários à elaboração das propostas, bem como o custo de sua aquisição.

Parágrafo único. O prazo de duração da fase de exploração, referido no inciso I deste artigo, será estimado pela ANP, em função do nível de informações disponíveis, das características e da localização de cada bloco.

Art. 38. Quando permitida a participação de empresas em consórcio, o edital conterá as seguintes exigências:

I - comprovação de compromisso, público ou particular, de constituição do consórcio, subscrito pelas consorciadas;

II - indicação da empresa líder, responsável pelo consórcio e pela condução das operações, sem prejuízo da responsabilidade solidária das demais consorciadas;

III - apresentação, por parte de cada uma das empresas consorciadas, dos documentos exigidos para efeito de avaliação da qualificação técnica e econômico-financeira do consórcio;

IV - proibição de participação de uma mesma empresa em outro consórcio, ou isoladamente, na licitação de um mesmo bloco;

V - outorga de concessão ao consórcio vencedor da licitação condicionada ao registro do instrumento constitutivo do consórcio, na forma do disposto no parágrafo único do art. 279 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

Art. 39. O edital conterá a exigência de que a empresa estrangeira que concorrer isoladamente ou em consórcio deverá apresentar, juntamente com sua proposta e em envelope separado:

I - prova de capacidade técnica, idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal, nos termos da regulamentação a ser editada pela ANP;

II - inteiro teor dos atos constitutivos e prova de encontrar-se organizada e em funcionamento regular, conforme a lei de seu país;

III - designação de um representante legal junto à ANP, com poderes especiais para a prática de atos e assunção de responsabilidades relativamente à licitação e à proposta apresentada;

IV - compromisso de, caso vencedora, constituir empresa segundo as leis brasileiras, com sede e administração no Brasil.

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Parágrafo único. A assinatura do contrato de concessão ficará condicionada ao efetivo cumprimento do compromisso assumido de acordo com o inciso IV deste artigo.

SEÇÃO IV

Do Julgamento da Licitação

Art. 40. O julgamento da licitação identificará a proposta mais vantajosa, segundo critérios objetivos, estabelecidos no instrumento convocatório, com fiel observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e igualdade entre os concorrentes.

Art. 41. No julgamento da licitação, além de outros critérios que o edital expressamente estipular, serão levados em conta:

I - o programa geral de trabalho, as propostas para as atividades de exploração, os prazos, os volumes mínimos de investimentos e os cronogramas físico-financeiros;

II - as participações governamentais referidas no art. 45.

Art. 42. Em caso de empate, a licitação será decidida em favor da PETROBRÁS, quando esta concorrer não consorciada com outras empresas.

SEÇÃO V

Do Contrato de Concessão

Art. 43. O contrato de concessão deverá refletir fielmente as condições do edital e da proposta vencedora e terá como cláusulas essenciais:

I - a definição do bloco objeto da concessão;

II - o prazo de duração da fase de exploração e as condições para sua prorrogação;

III - o programa de trabalho e o volume do investimento previsto;

IV - as obrigações do concessionário quanto às participações, conforme o disposto na Seção VI;

V - a indicação das garantias a serem prestadas pelo concessionário quanto ao cumprimento do contrato, inclusive quanto à realização dos investimentos ajustados para cada fase;

VI - a especificação das regras sobre devolução e desocupação de áreas, inclusive retirada de equipamentos e instalações, e reversão de bens;

VII - os procedimentos para acompanhamento e fiscalização das atividades de exploração, desenvolvimento e produção, e para auditoria do contrato;

VIII - a obrigatoriedade de o concessionário fornecer à ANP relatórios, dados e informações relativos às atividades desenvolvidas;

IX - os procedimentos relacionados com a transferência do contrato, conforme o disposto no art. 29;

X - as regras sobre solução de controvérsias, relacionadas com o contrato e sua execução, inclusive a conciliação e a arbitragem internacional;

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XI - os casos de rescisão e extinção do contrato;

XII - as penalidades aplicáveis na hipótese de descumprimento pelo concessionário das obrigações contratuais.

Parágrafo único. As condições contratuais para prorrogação do prazo de exploração, referidas no inciso II deste artigo, serão estabelecidas de modo a assegurar a devolução de um percentual do bloco, a critério da ANP, e o aumento do valor do pagamento pela ocupação da área, conforme disposto no parágrafo único do art. 51.

Art. 44. O contrato estabelecerá que o concessionário estará obrigado a:

I - adotar, em todas as suas operações, as medidas necessárias para a conservação dos reservatórios e de outros recursos naturais, para a segurança das pessoas e dos equipamentos e para a proteção do meio ambiente;

II - comunicar à ANP, imediatamente, a descoberta de qualquer jazida de petróleo, gás natural ou outros hidrocarbonetos ou de outros minerais;

III - realizar a avaliação da descoberta nos termos do programa submetido à ANP, apresentando relatório de comercialidade e declarando seu interesse no desenvolvimento do campo;

IV - submeter à ANP o plano de desenvolvimento de campo declarado comercial, contendo o cronograma e a estimativa de investimento;

V - responsabilizar-se civilmente pelos atos de seus prepostos e indenizar todos e quaisquer danos decorrentes das atividades de exploração, desenvolvimento e produção contratadas, devendo ressarcir à ANP ou à União os ônus que venham a suportar em conseqüência de eventuais demandas motivadas por atos de responsabilidade do concessionário;

VI - adotar as melhores práticas da indústria internacional do petróleo e obedecer às normas e procedimentos técnicos e científicos pertinentes, inclusive quanto às técnicas apropriadas de recuperação, objetivando a racionalização da produção e o controle do declínio das reservas.

SEÇÃO VI

Das Participações

Art. 45. O contrato de concessão disporá sobre as seguintes participações governamentais, previstas no edital de licitação:

I - bônus de assinatura;

II - royalties;

III - participação especial;

IV - pagamento pela ocupação ou retenção de área.

§ 1º As participações governamentais constantes dos incisos II e IV serão obrigatórias.

§ 2º As receitas provenientes das participações governamentais definidas no caput, alocadas para órgãos da administração pública federal, de acordo com o disposto nesta Lei,

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serão mantidas na Conta Única do Governo Federal, enquanto não forem destinadas para as respectivas programações.

§ 3º O superávit financeiro dos órgãos da administração pública federal referidos no parágrafo anterior, apurado em balanço de cada exercício financeiro, será transferido ao Tesouro Nacional.

Art. 46. O bônus de assinatura terá seu valor mínimo estabelecido no edital e corresponderá ao pagamento ofertado na proposta para obtenção da concessão, devendo ser pago no ato da assinatura do contrato.

Art. 47. Os royalties serão pagos mensalmente, em moeda nacional, a partir da data de início da produção comercial de cada campo, em montante correspondente a dez por cento da produção de petróleo ou gás natural.

§ 1º Tendo em conta os riscos geológicos, as expectativas de produção e outros fatores pertinentes, a ANP poderá prever, no edital de licitação correspondente, a redução do valor dos royalties estabelecido no caput deste artigo para um montante correspondente a, no mínimo, cinco por cento da produção.

§ 2º Os critérios para o cálculo do valor dos royalties serão estabelecidos por decreto do Presidente da República, em função dos preços de mercado do petróleo, gás natural ou condensado, das especificações do produto e da localização do campo.

§ 3º A queima de gás em flares, em prejuízo de sua comercialização, e a perda de produto ocorrida sob a responsabilidade do concessionário serão incluídas no volume total da produção a ser computada para cálculo dos royalties devidos.

Art. 48. A parcela do valor do royalty, previsto no contrato de concessão, que representar cinco por cento da produção, correspondente ao montante mínimo referido no § 1º do artigo anterior, será distribuída segundo os critérios estipulados pela Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. (Vide Lei nº 10.261, de 2001)

Art. 49. A parcela do valor do royalty que exceder a cinco por cento da produção terá a seguinte distribuição: (Vide Lei nº 10.261, de 2001)

I - quando a lavra ocorrer em terra ou em lagos, rios, ilhas fluviais e lacustres:

a) cinqüenta e dois inteiros e cinco décimos por cento aos Estados onde ocorrer a produção;

b) quinze por cento aos Municípios onde ocorrer a produção;

c) sete inteiros e cinco décimos por cento aos Municípios que sejam afetados pelas operações de embarque e desembarque de petróleo e gás natural, na forma e critério estabelecidos pela ANP;

d) vinte e cinco por cento ao Ministério da Ciência e Tecnologia para financiar programas de amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico aplicados à indústria do petróleo;

d) 25% (vinte e cinco por cento) ao Ministério da Ciência e Tecnologia, para financiar programas de amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico aplicados à indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis; (Redação dada pela Lei nº 11.097, de 2005)

II - quando a lavra ocorrer na plataforma continental:

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a) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento aos Estados produtores confrontantes;

b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento aos Municípios produtores confrontantes;

c) quinze por cento ao Ministério da Marinha, para atender aos encargos de fiscalização e proteção das áreas de produção;

d) sete inteiros e cinco décimos por cento aos Municípios que sejam afetados pelas operações de embarque e desembarque de petróleo e gás natural, na forma e critério estabelecidos pela ANP;

e) sete inteiros e cinco décimos por cento para constituição de um Fundo Especial, a ser distribuído entre todos os Estados, Territórios e Municípios;

f) vinte e cinco por cento ao Ministério da Ciência e Tecnologia, para financiar programas de amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico aplicados à indústria do petróleo.

f) 25% (vinte e cinco por cento) ao Ministério da Ciência e Tecnologia, para financiar programas de amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico aplicados à indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.097, de 2005)

§ 1° Do total de recursos destinados ao Ministério da Ciência e Tecnologia, serão aplicados no mínimo quarenta por cento em programas de fomento à capacitação e ao desenvolvimento científico e tecnológico nas regiões Norte e Nordeste.

§ 2° O Ministério da Ciência e Tecnologia administrará os programas de amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico previstos no caput deste artigo, com o apoio técnico da ANP, no cumprimento do disposto no inciso X do art. 8º, e mediante convênios com as universidades e os centros de pesquisa do País, segundo normas a serem definidas em decreto do Presidente da República.

Art. 50. O edital e o contrato estabelecerão que, nos casos de grande volume de produção, ou de grande rentabilidade, haverá o pagamento de uma participação especial, a ser regulamentada em decreto do Presidente da República. (Vide Lei nº 10.261, de 2001)

§ 1º A participação especial será aplicada sobre a receita bruta da produção, deduzidos os royalties, os investimentos na exploração, os custos operacionais, a depreciação e os tributos previstos na legislação em vigor.

§ 2º Os recursos da participação especial serão distribuídos na seguinte proporção:

I - quarenta por cento ao Ministério de Minas e Energia, para o financiamento de estudos e serviços de geologia e geofísica aplicados à prospecção de petróleo e gás natural, a serem promovidos pela ANP, nos termos dos incisos II e III do art. 8°;

I - 40% (quarenta por cento) ao Ministério de Minas e Energia, sendo 70% (setenta por cento) para o financiamento de estudos e serviços de geologia e geofísica aplicados à prospecção de combustíveis fósseis, a serem promovidos pela ANP, nos termos dos incisos II e III do art. 8o desta Lei, e pelo MME, 15% (quinze por cento) para o custeio dos estudos de planejamento da expansão do sistema energético e 15% (quinze por cento) para o financiamento de estudos, pesquisas, projetos, atividades e serviços de levantamentos geológicos básicos no território nacional; (Redação dada pela lei nº 10.848, de 2004)

II - dez por cento ao Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, destinados ao desenvolvimento de estudos e projetos relacionados com a preservação

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do meio ambiente e recuperação de danos ambientais causados pelas atividades da indústria do petróleo;

III - quarenta por cento para o Estado onde ocorrer a produção em terra, ou confrontante com a plataforma continental onde se realizar a produção;

IV - dez por cento para o Município onde ocorrer a produção em terra, ou confrontante com a plataforma continental onde se realizar a produção.

§ 3° Os estudos a que se refere o inciso II do parágrafo anterior serão desenvolvidos pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, com o apoio técnico da ANP, no cumprimento do disposto no inciso IX do art. 8°.

Art. 51. O edital e o contrato disporão sobre o pagamento pela ocupação ou retenção de área, a ser feito anualmente, fixado por quilômetro quadrado ou fração da superfície do bloco, na forma da regulamentação por decreto do Presidente da República.

Parágrafo único. O valor do pagamento pela ocupação ou retenção de área será aumentado em percentual a ser estabelecido pela ANP, sempre que houver prorrogação do prazo de exploração.

Art. 52. Constará também do contrato de concessão de bloco localizado em terra cláusula que determine o pagamento aos proprietários da terra de participação equivalente, em moeda corrente, a um percentual variável entre cinco décimos por cento e um por cento da produção de petróleo ou gás natural, a critério da ANP.

Parágrafo único. A participação a que se refere este artigo será distribuída na proporção da produção realizada nas propriedades regularmente demarcadas na superfície do bloco.

CAPÍTULO VI

Do Refino de Petróleo e do Processamento de Gás Natural

Art. 53. Qualquer empresa ou consórcio de empresas que atenda ao disposto no art. 5° poderá submeter à ANP proposta, acompanhada do respectivo projeto, para a construção e operação de refinarias e de unidades de processamento e de estocagem de gás natural, bem como para a ampliação de sua capacidade.

§ 1º A ANP estabelecerá os requisitos técnicos, econômicos e jurídicos a serem atendidos pelos proponentes e as exigências de projeto quanto à proteção ambiental e à segurança industrial e das populações.

§ 2º Atendido o disposto no parágrafo anterior, a ANP outorgará a autorização a que se refere o inciso V do art. 8º, definindo seu objeto e sua titularidade.

Art. 54. É permitida a transferência da titularidade da autorização, mediante prévia e expressa aprovação pela ANP, desde que o novo titular satisfaça os requisitos expressos no § 1º do artigo anterior.

Art. 55. No prazo de cento e oitenta dias, a partir da publicação desta Lei, a ANP expedirá as autorizações relativas às refinarias e unidades de processamento de gás natural existentes, ratificando sua titularidade e seus direitos.

Parágrafo único. As autorizações referidas neste artigo obedecerão ao disposto no art. 53 quanto à transferência da titularidade e à ampliação da capacidade das instalações.

CAPÍTULO VII

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Do Transporte de Petróleo, seus Derivados e Gás Natural

Art. 56. Observadas as disposições das leis pertinentes, qualquer empresa ou consórcio de empresas que atender ao disposto no art. 5° poderá receber autorização da ANP para construir instalações e efetuar qualquer modalidade de transporte de petróleo, seus derivados e gás natural, seja para suprimento interno ou para importação e exportação.

Parágrafo único. A ANP baixará normas sobre a habilitação dos interessados e as condições para a autorização e para transferência de sua titularidade, observado o atendimento aos requisitos de proteção ambiental e segurança de tráfego.

Art. 57. No prazo de cento e oitenta dias, a partir da publicação desta Lei, a PETROBRÁS e as demais empresas proprietárias de equipamentos e instalações de transporte marítimo e dutoviário receberão da ANP as respectivas autorizações, ratificando sua titularidade e seus direitos.

Parágrafo único. As autorizações referidas neste artigo observarão as normas de que trata o parágrafo único do artigo anterior, quanto à transferência da titularidade e à ampliação da capacidade das instalações.

Art. 58. Facultar-se-á a qualquer interessado o uso dos dutos de transporte e dos terminais marítimos existentes ou a serem construídos, mediante remuneração adequada ao titular das instalações.

§ 1º A ANP fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração adequada, caso não haja acordo entre as partes, cabendo-lhe também verificar se o valor acordado é compatível com o mercado.

§ 2º A ANP regulará a preferência a ser atribuída ao proprietário das instalações para movimentação de seus próprios produtos, com o objetivo de promover a máxima utilização da capacidade de transporte pelos meios disponíveis.

Art. 59. Os dutos de transferência serão reclassificados pela ANP como dutos de transporte, caso haja comprovado interesse de terceiros em sua utilização, observadas as disposições aplicáveis deste Capítulo.

CAPÍTULO VIII

Da Importação e Exportação de Petróleo,

seus Derivados e Gás Natural

Art. 60. Qualquer empresa ou consórcio de empresas que atender ao disposto no art. 5° poderá receber autorização da ANP para exercer a atividade de importação e exportação de petróleo e seus derivados, de gás natural e condensado.

Parágrafo único. O exercício da atividade referida no caput deste artigo observará as diretrizes do CNPE, em particular as relacionadas com o cumprimento das disposições do art. 4° da Lei n° 8.176, de 8 de fevereiro de 1991, e obedecerá às demais normas legais e regulamentares pertinentes.

CAPÍTULO IX

Da Petrobrás

Art. 61. A Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRÁS é uma sociedade de economia mista vinculada ao Ministério de Minas e Energia, que tem como objeto a pesquisa, a lavra, a

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refinação, o processamento, o comércio e o transporte de petróleo proveniente de poço, de xisto ou de outras rochas, de seus derivados, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos, bem como quaisquer outras atividades correlatas ou afins, conforme definidas em lei.

§ 1º As atividades econômicas referidas neste artigo serão desenvolvidas pela PETROBRÁS em caráter de livre competição com outras empresas, em função das condições de mercado, observados o período de transição previsto no Capítulo X e os demais princípios e diretrizes desta Lei.

§ 2° A PETROBRÁS, diretamente ou por intermédio de suas subsidiárias, associada ou não a terceiros, poderá exercer, fora do território nacional, qualquer uma das atividades integrantes de seu objeto social.

Art. 62. A União manterá o controle acionário da PETROBRÁS com a propriedade e posse de, no mínimo, cinqüenta por cento das ações, mais uma ação, do capital votante.

Parágrafo único. O capital social da PETROBRÁS é dividido em ações ordinárias, com direito de voto, e ações preferenciais, estas sempre sem direito de voto, todas escriturais, na forma do art. 34 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

Art. 63. A PETROBRÁS e suas subsidiárias ficam autorizadas a formar consórcios com empresas nacionais ou estrangeiras, na condição ou não de empresa líder, objetivando expandir atividades, reunir tecnologias e ampliar investimentos aplicados à indústria do petróleo.

Art. 64. Para o estrito cumprimento de atividades de seu objeto social que integrem a indústria do petróleo, fica a PETROBRÁS autorizada a constituir subsidiárias, as quais poderão associar-se, majoritária ou minoritariamente, a outras empresas.

Art. 65. A PETROBRÁS deverá constituir uma subsidiária com atribuições específicas de operar e construir seus dutos, terminais marítimos e embarcações para transporte de petróleo, seus derivados e gás natural, ficando facultado a essa subsidiária associar-se, majoritária ou minoritariamente, a outras empresas.

Art. 66. A PETROBRÁS poderá transferir para seus ativos os títulos e valores recebidos por qualquer subsidiária, em decorrência do Programa Nacional de Desestatização, mediante apropriada redução de sua participação no capital social da subsidiária.

Art. 67. Os contratos celebrados pela PETROBRÁS, para aquisição de bens e serviços, serão precedidos de procedimento licitatório simplificado, a ser definido em decreto do Presidente da República.

Art. 68. Com o objetivo de compor suas propostas para participar das licitações que precedem as concessões de que trata esta Lei, a PETROBRÁS poderá assinar pré-contratos, mediante a expedição de cartas-convites, assegurando preços e compromissos de fornecimento de bens e serviços.

Parágrafo único. Os pré-contratos conterão cláusula resolutiva de pleno direito, a ser exercida, sem penalidade ou indenização, no caso de outro licitante ser declarado vencedor, e serão submetidos, a posteriori, à apreciação dos órgãos de controle externo e fiscalização.

CAPÍTULO X

Das Disposições Finais e Transitórias

SEÇÃO I

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Do Período de Transição

Art. 69. Durante um período de transição de, no máximo, trinta e seis meses, contados a partir da publicação desta Lei, os reajustes e revisões dos preços dos derivados básicos de petróleo e do gás natural, praticados pelas refinarias e pelas unidades de processamento, serão efetuados segundo diretrizes e parâmetros específicos estabelecidos, em ato conjunto, pelos Ministros de Estado da Fazenda e de Minas e Energia.

Art. 69. Durante o período de transição, que se estenderá, no máximo, até o dia 31 de dezembro de 2001, os reajustes e revisões de preços dos derivados básicos de petróleo e gás natural, praticados pelas unidades produtoras ou de processamento, serão efetuados segundo diretrizes e parâmetros específicos estabelecidos, em ato conjunto, pelos Ministros de Estado da Fazenda e de Minas e Energia." (Redação dada pela Lei nº 9.990, 21.7.2000) (Vide Lei 10.453, de .13.52002)

Art. 70. Durante o período de transição de que trata o artigo anterior, a ANP estabelecerá critérios para as importações de petróleo, de seus derivados básicos e de gás natural, os quais serão compatíveis com os critérios de desregulamentação de preços, previstos no mesmo dispositivo.

Art. 71. Os derivados de petróleo e de gás natural que constituam insumos para a indústria petroquímica terão o tratamento previsto nos arts. 69 e 70, objetivando a competitividade do setor.

Art. 72. Durante o prazo de cinco anos, contados a partir da data de publicação desta Lei, a União assegurará, por intermédio da ANP, às refinarias em funcionamento no país, excluídas do monopólio da União, nos termos do art. 45 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, condições operacionais e econômicas, com base nos critérios em vigor, aplicados à atividade de refino.

Parágrafo único. No prazo previsto neste artigo, observar-se-á o seguinte:

I - (VETADO)

II - as refinarias se obrigam a submeter à ANP plano de investimentos na modernização tecnológica e na expansão da produtividade de seus respectivos parques de refino, com vistas ao aumento da produção e à conseqüente redução dos subsídios a elas concedidos;

III - a ANP avaliará, periodicamente, o grau de competitividade das refinarias, a realização dos respectivos planos de investimentos e a conseqüente redução dos subsídios relativos a cada uma delas.

Art. 73. Até que se esgote o período de transição estabelecido no art. 69, os preços dos derivados básicos praticados pela PETROBRÁS poderão considerar os encargos resultantes de subsídios incidentes sobre as atividades por ela desenvolvidas.

Parágrafo único. À exceção das condições e do prazo estabelecidos no artigo anterior, qualquer subsídio incidente sobre os preços dos derivados básicos, transcorrido o período previsto no art. 69, deverá ser proposto pelo CNPE e submetido à aprovação do Congresso Nacional, nos termos do inciso II do art. 2°.

Art. 74. A Secretaria do Tesouro Nacional procederá ao levantamento completo de todos os créditos e débitos recíprocos da União e da PETROBRÁS, abrangendo as diversas contas de obrigações recíprocas e subsídios, inclusive os relativos à denominada Conta Petróleo, Derivados e Álcool, instituída pela Lei nº 4.452, de 5 de novembro de 1964, e legislação complementar, ressarcindo-se o Tesouro dos dividendos mínimos legais que tiverem sido

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pagos a menos desde a promulgação da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. (Vide Lei nº 10.742, de 6.10.2003)

Parágrafo único. Até que se esgote o período de transição, o saldo credor desse encontro de contas deverá ser liquidado pela parte devedora, ficando facultado à União, caso seja a devedora, liquidá-lo em títulos do Tesouro Nacional.

SEÇÃO II

Das Disposições Finais

Art. 75. Na composição da primeira Diretoria da ANP, visando implementar a transição para o sistema de mandatos não coincidentes, o Diretor-Geral e dois Diretores serão nomeados pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de Estado de Minas e Energia, respectivamente com mandatos de três, dois e um ano, e dois Diretores serão nomeados conforme o disposto nos §§ 2º e 3° do art. 11.

Art. 76. A ANP poderá contratar especialistas para a execução de trabalhos nas áreas técnica, econômica e jurídica, por projetos ou prazos limitados, com dispensa de licitação nos casos previstos na legislação aplicável.

Parágrafo único. Fica a ANP autorizada a efetuar a contratação temporária, por prazo não excedente a trinta e seis meses, nos termos do art. 37 da Constituição Federal, do pessoal técnico imprescindível à implantação de suas atividades. (Revogado pela Lei 10.871, de 2004)

Art. 77. O Poder Executivo promoverá a instalação do CNPE e implantará a ANP, mediante a aprovação de sua estrutura regimental, em até cento e vinte dias, contados a partir da data de publicação desta Lei.

§ 1º A estrutura regimental da ANP incluirá os cargos em comissão e funções gratificadas existentes no DNC.

§ 2º (VETADO)

§ 3º Enquanto não implantada a ANP, as competências a ela atribuídas por esta Lei serão exercidas pelo Ministro de Estado de Minas e Energia.

Art. 78. Implantada a ANP, ficará extinto o DNC.

Parágrafo único. Serão transferidos para a ANP o acervo técnico-patrimonial, as obrigações, os direitos e as receitas do DNC.

Art. 79. Fica o Poder Executivo autorizado a remanejar, transferir ou utilizar os saldos orçamentários do Ministério de Minas e Energia, para atender às despesas de estruturação e manutenção da ANP, utilizando como recursos as dotações orçamentárias destinadas às atividades finalísticas e administrativas, observados os mesmos subprojetos, subatividades e grupos de despesa previstos na Lei Orçamentária em vigor.

Art. 80. As disposições desta Lei não afetam direitos anteriores de terceiros, adquiridos mediante contratos celebrados com a PETROBRÁS, em conformidade com as leis em vigor, e não invalidam os atos praticados pela PETROBRÁS e suas subsidiárias, de acordo com seus estatutos, os quais serão ajustados, no que couber, a esta Lei.

Art. 81. Não se incluem nas regras desta Lei os equipamentos e instalações destinados a execução de serviços locais de distribuição de gás canalizado, a que se refere o § 2º do art. 25 da Constituição Federal.

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Art. 82. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 83. Revogam-se as disposições em contrário, inclusive a Lei nº 2.004, de 3 de outubro de 1953.

Brasília, 6 de agosto de 1997; 176º da Independência e 109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Iris Rezende Raimundo Brito Luiz Carlos Bresser Pereira

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 7.8.1997

MENSAGEM Nº 870, DE 6 DE AGOSTO DE 1997.

Senhor Presidente do Senado Federal,

Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do parágrafo 1° do artigo 66 da Constituição Federal, decidi vetar parcialmente o Projeto de Lei n° 6, de 1997 (n° 2.142/96 na Câmara dos Deputados), que "Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências".

Ouvidos, os Ministérios de Minas e Energia, da Justiça e da Administração Federal e Reforma do Estado, manifestaram-se pelo veto aos seguintes dispositivos:

Art. 12

"Art. 12. Os membros da Diretoria da ANP somente poderão ser exonerados em razão de:

I - condenação penal, transitada em julgado;

II - prática de ato de improbidade apurado em processo administrativo;

III - violação administrativa grave ou descumprimento manifesto de suas atribuições, reconhecidos em decisão fundamentada do Senado Federal, por provocação do Presidente da República.

Parágrafo único. Nas hipóteses deste artigo, o Presidente da República poderá afastar temporariamente do cargo o Diretor sob investigação, até decisão final do Senado Federal."

Razões do veto

Por inconstitucional, pois o inciso III do art. 12 condiciona a exoneração de membros da Diretoria da ANP pelo Presidente da República ao reconhecimento pelo Senado Federal, em decisão fundamentada, numa flagrante ingerência em área de competência privativa do Presidente da República, qual seja a de dispor sobre a organização e o funcionamento da administração federal (CF art. 84, VI), configurando-se assim infringência ao princípio da independência dos poderes reconhecido pela Constituição Federal em seu art. 2°-.

Inciso I do Parágrafo único do art. 72

Art. 72. ......................................................................

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Parágrafoúnico . ......................................................................

I - as refinarias se obrigam a manter os postos de trabalho em existência na data de publicação desta Lei;"

Razões do veto

Por contrário ao interesse público, o inciso I do parágrafo único do art. 72 estabelece obrigatoriedade a empresas que exercem atividades previstas em contrato, não podendo a lei interferir na gestão empresarial privada sob pena de ferir o livre exercício da atividade econômica, princípio consagrado pela Constituição Federal no parágrafo único do artigo 170.

§ 2° do art. 77

" Art. 77. ...............................................................................

..............................................................................................

§ 2°- Fica criado na ANP o cargo em comissão de Natureza Especial de Diretor-Geral."

Razões do veto

Por inconstitucional, o § 2°- do art. 77, além de invadir área privativa do Executivo, a quem cabe dispor sobre organização e funcionamento da administração federal, na forma do art. 84, VI da Constituição Federal, fere o disposto na Carta Magna em seu art. 61, inciso II, alínea "a ". Além disso, tratando-se de projeto de lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República, na forma do inciso I do art. 63 da Constituição Federal não é admitido aumento de despesa.

Estas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a vetar em parte o projeto em causa, as quais ora submeto à elevada apreciação dos Senhores Membros do Congresso Nacional.

Brasília, 6 de agosto de 1997.

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 4 de agosto de 1993

LEI No 11.097, DE 13 DE JANEIRO DE 2005.

Mensagem de veto

Dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira; altera as Leis nos

9.478, de 6 de agosto de 1997, 9.847, de 26 de outubro de 1999 e 10.636, de 30 de dezembro de 2002; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O art. 1o da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a vigorar acrescido do inciso XII, com a seguinte redação:

"Art. 1o ......................................................

...................................................................

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XII - incrementar, em bases econômicas, sociais e ambientais, a participação dos biocombustíveis na matriz energética nacional." (NR)

Art. 2o Fica introduzido o biodiesel na matriz energética brasileira, sendo fixado em 5% (cinco por cento), em volume, o percentual mínimo obrigatório de adição de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor final, em qualquer parte do território nacional.

§ 1o O prazo para aplicação do disposto no caput deste artigo é de 8 (oito) anos após a publicação desta Lei, sendo de 3 (três) anos o período, após essa publicação, para se utilizar um percentual mínimo obrigatório intermediário de 2% (dois por cento), em volume. (Regulamento)

§ 2o Os prazos para atendimento do percentual mínimo obrigatório de que trata este artigo podem ser reduzidos em razão de resolução do Conselho Nacional de Política Energética - CNPE, observados os seguintes critérios:

I - a disponibilidade de oferta de matéria-prima e a capacidade industrial para produção de biodiesel;

II - a participação da agricultura familiar na oferta de matérias-primas;

III - a redução das desigualdades regionais;

IV - o desempenho dos motores com a utilização do combustível;

V - as políticas industriais e de inovação tecnológica.

§ 3o Caberá à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP definir os limites de variação admissíveis para efeito de medição e aferição dos percentuais de que trata este artigo.

§ 4o O biodiesel necessário ao atendimento dos percentuais mencionados no caput deste artigo terá que ser processado, preferencialmente, a partir de matérias-primas produzidas por agricultor familiar, inclusive as resultantes de atividade extrativista. (Incluído pela Lei nº 11.116, de 2005)

Art. 3o O inciso IV do art. 2o da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 2o .........................................................

..............................................................

IV - estabelecer diretrizes para programas específicos, como os de uso do gás natural, do carvão, da energia termonuclear, dos biocombustíveis, da energia solar, da energia eólica e da energia proveniente de outras fontes alternativas;

............................................................" (NR)

Art. 4o O art. 6o da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a vigorar acrescido dos incisos XXIV e XXV, com a seguinte redação:

"Art. 6o .........................................................

.................................................................

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XXIV - Biocombustível: combustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna ou, conforme regulamento, para outro tipo de geração de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil;

XXV - Biodiesel: biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil." (NR)

Art. 5o O Capítulo IV e o caput do art. 7o da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, passam a vigorar com a seguinte redação:

"CAPÍTULO IV

DA AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS

................................................................

Art. 7o Fica instituída a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíves - ANP, entidade integrante da Administração Federal Indireta, submetida ao regime autárquico especial, como órgão regulador da indústria do petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis, vinculada ao Ministério de Minas e Energia.

...................................................................." (NR)

Art. 6o O art. 8o da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 8o A ANP terá como finalidade promover a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis, cabendo-lhe:

I - implementar, em sua esfera de atribuições, a política nacional de petróleo, gás natural e biocombustíveis, contida na política energética nacional, nos termos do Capítulo I desta Lei, com ênfase na garantia do suprimento de derivados de petróleo, gás natural e seus derivados, e de biocombustíveis, em todo o território nacional, e na proteção dos interesses dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos;

...............................................................

VII - fiscalizar diretamente, ou mediante convênios com órgãos dos Estados e do Distrito Federal, as atividades integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis, bem como aplicar as sanções administrativas e pecuniárias previstas em lei, regulamento ou contrato;

...............................................................

IX - fazer cumprir as boas práticas de conservação e uso racional do petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis e de preservação do meio ambiente;

...............................................................

XI - organizar e manter o acervo das informações e dados técnicos relativos às atividades reguladas da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis;

...............................................................

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XVI - regular e autorizar as atividades relacionadas à produção, importação, exportação, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda e comercialização de biodiesel, fiscalizando-as diretamente ou mediante convênios com outros órgãos da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios;

XVII - exigir dos agentes regulados o envio de informações relativas às operações de produção, importação, exportação, refino, beneficiamento, tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda, destinação e comercialização de produtos sujeitos à sua regulação;

XVIII - especificar a qualidade dos derivados de petróleo, gás natural e seus derivados e dos biocombustíveis." (NR)

Art. 7o A alínea d do inciso I e a alínea f do inciso II do art. 49 da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 49. .........................................................

I - ......................................................................

...............................................................

d) 25% (vinte e cinco por cento) ao Ministério da Ciência e Tecnologia, para financiar programas de amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico aplicados à indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis;

II - ................................................................

...................................................................

f) 25% (vinte e cinco por cento) ao Ministério da Ciência e Tecnologia, para financiar programas de amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico aplicados à indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis.

.........................................................." (NR)

Art. 8o O § 1o do art. 1o da Lei no 9.847, de 26 de outubro de 1999, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1o .......................................................

§ 1o O abastecimento nacional de combustíveis é considerado de utilidade pública e abrange as seguintes atividades:

I - produção, importação, exportação, refino, beneficiamento, tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda, comercialização, avaliação de conformidade e certificação do petróleo, gás natural e seus derivados;

II - produção, importação, exportação, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda, comercialização, avaliação de conformidade e certificação do biodiesel;

III - comercialização, distribuição, revenda e controle de qualidade de álcool etílico combustível.

.............................................................. (NR)

Page 121: TJAM_-_Direito_Administrativo

Art. 9o Os incisos II, VI, VII, XI e XVIII do art. 3o da Lei no 9.847, de 26 de outubro de 1999, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 3o ..........................................................

.......................................................

II - importar, exportar ou comercializar petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis em quantidade ou especificação diversa da autorizada, bem como dar ao produto destinação não permitida ou diversa da autorizada, na forma prevista na legislação aplicável:

Multa - de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais);

............................................................

VI - não apresentar, na forma e no prazo estabelecidos na legislação aplicável ou, na sua ausência, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, os documentos comprobatórios de produção, importação, exportação, refino, beneficiamento, tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda, destinação e comercialização de petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis:

Multa - de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais);

VII - prestar declarações ou informações inverídicas, falsificar, adulterar, inutilizar, simular ou alterar registros e escrituração de livros e outros documentos exigidos na legislação aplicável, para o fim de receber indevidamente valores a título de benefício fiscal ou tributário, subsídio, ressarcimento de frete, despesas de transferência, estocagem e comercialização:

Multa - de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais);

...........................................................

XI - importar, exportar e comercializar petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis fora de especificações técnicas, com vícios de qualidade ou quantidade, inclusive aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes do recipiente, da embalagem ou rotulagem, que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor:

Multa - de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais);

.................................................................

XVIII - não dispor de equipamentos necessários à verificação da qualidade, quantidade estocada e comercializada dos produtos derivados de petróleo, do gás natural e seus derivados, e dos biocombustíveis:

Multa - de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais)." (NR)

Art. 10. O art. 3o da Lei no 9.847, de 26 de outubro de 1999, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso XIX:

"Art. 3o ..........................................................

.................................................................

Page 122: TJAM_-_Direito_Administrativo

XIX - não enviar, na forma e no prazo estabelecidos na legislação aplicável, as informações mensais sobre suas atividades:

Multa - de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais)." (NR)

Art. 11. O art. 5o da Lei no 9.847, de 26 de outubro de 1999, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 5o Sem prejuízo da aplicação de outras sanções administrativas, a fiscalização poderá, como medida cautelar:

I - interditar, total ou parcialmente, as instalações e equipamentos utilizados se ocorrer exercício de atividade relativa à indústria do petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis sem a autorização exigida na legislação aplicável;

II - interditar, total ou parcialmente, as instalações e equipamentos utilizados diretamente no exercício da atividade se o titular, depois de outorgada a autorização, concessão ou registro, por qualquer razão deixar de atender a alguma das condições requeridas para a outorga, pelo tempo em que perdurarem os motivos que deram ensejo à interdição;

III - interditar, total ou parcialmente, nos casos previstos nos incisos II, VI, VII, VIII, IX, XI e XIII do art. 3o desta Lei, as instalações e equipamentos utilizados diretamente no exercício da atividade outorgada;

IV - apreender bens e produtos, nos casos previstos nos incisos I, II, VI, VII, VIII, IX, XI e XIII do art. 3o desta Lei.

..............................................................." (NR)

Art. 12. O art. 11 da Lei no 9.847, de 26 de outubro de 1999, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso V:

"Art. 11. A penalidade de perdimento de produtos apreendidos na forma do art. 5o, inciso IV, desta Lei, será aplicada quando:

................................................................

V - o produto apreendido não tiver comprovação de origem por meio de nota fiscal.

...................................................................." (NR)

Art. 13. O caput do art. 18 da Lei no 9.847, de 26 de outubro de 1999, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 18. Os fornecedores e transportadores de petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade, inclusive aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes do recipiente, da embalagem ou rotulagem, que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor.

................................................................." (NR)

Art. 14. O art. 19 da Lei no 9.847, de 26 de outubro de 1999, passa a vigorar com a seguinte redação:

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"Art. 19. Para os efeitos do disposto nesta Lei, poderá ser exigida a documentação comprobatória de produção, importação, exportação, refino, beneficiamento, tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda, destinação e comercialização dos produtos sujeitos à regulação pela ANP." (NR)

Art. 15. O art. 4o da Lei no 10.636, de 30 de dezembro de 2002, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso VII:

"Art. 4o ..........................................................

....................................................................

VII - o fomento a projetos voltados à produção de biocombustíveis, com foco na redução dos poluentes relacionados com a indústria de petróleo, gás natural e seus derivados.

.................................................................." (NR)

Art. 16. (VETADO)

Art. 17. (VETADO)

Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 13 de janeiro de 2005; 184o da Independência e 117o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto Dilma Vana Rousseff

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 14.1.2005

LEI Nº 8.176, DE 8 DE FEVEREIRO DE 1991.

Define crimes contra a ordem econômica e cria o Sistema de Estoques de Combustíveis.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1° Constitui crime contra a ordem econômica:

I - adquirir, distribuir e revender derivados de petróleo, gás natural e suas frações recuperáveis, álcool etílico, hidratado carburante e demais combustíveis líquidos carburantes, em desacordo com as normas estabelecidas na forma da lei;

II - usar gás liqüefeito de petróleo em motores de qualquer espécie, saunas, caldeiras e aquecimento de piscinas, ou para fins automotivos, em desacordo com as normas estabelecidas na forma da lei.

Pena: detenção de um a cinco anos.

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Art. 2° Constitui crime contra o patrimônio, na modalidade de usurpacão, produzir bens ou explorar matéria-prima pertencentes à União, sem autorização legal ou em desacordo com as obrigações impostas pelo título autorizativo.

Pena: detenção, de um a cinco anos e multa.

§ 1° Incorre na mesma pena aquele que, sem autorização legal, adquirir, transportar, industrializar, tiver consigo, consumir ou comercializar produtos ou matéria-prima, obtidos na forma prevista no caput deste artigo.

§ 2° No crime definido neste artigo, a pena de multa será fixada entre dez e trezentos e sessenta dias-multa, conforme seja necessário e suficiente para a reprovação e a prevenção do crime.

§ 3° O dia-multa será fixado pelo juiz em valor não inferior a quatorze nem superior a duzentos Bônus do Tesouro Nacional (BTN).

Art. 3° (Vetado).

Art. 4° Fica instituído o Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis.

§ 1° O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional, dentro de cada exercício financeiro, o Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis para o exercício seguinte, do qual constarão as fontes de recursos financeiros necessários a sua manutenção.

§ 2° O Poder Executivo estabelecerá, no prazo de sessenta dias as normas que regulamentarão o Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e o Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis.

Art. 5° Esta lei entra em vigor cinco dias após a sua publicação.

Art. 6° Revogam-se as disposições em contrário, em especial o art. 18 da Lei n° 8.137, de 27 de dezembro de 1990, restaurando-se a numeração dos artigos do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal Brasileiro, alterado por aquele dispositivo.

Brasília, 8 de fevereiro de 1991; 170° da Independência e 103° da República.

FERNANDO COLLOR Jarbas Passarinho Zélia M. Cardoso de Mello Ozires Silva

Este texto não substitui o pulicado no D.O.U. de 13.2.1991

LEI No 10.848, DE 15 DE MARÇO DE 2004.

Vide texto compilado

Dispõe sobre a comercialização de energia elétrica, altera as Leis nos 5.655, de 20 de maio de 1971, 8.631, de 4 de março de 1993, 9.074, de 7 de julho de 1995, 9.427, de 26 de dezembro de 1996, 9.478, de 6 de agosto de 1997, 9.648, de 27 de maio de 1998, 9.991, de 24 de julho de 2000, 10.438, de 26 de abril de 2002, e dá outras providências.

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o A comercialização de energia elétrica entre concessionários, permissionários e autorizados de serviços e instalações de energia elétrica, bem como destes com seus consumidores, no Sistema Interligado Nacional - SIN, dar-se-á mediante contratação regulada ou livre, nos termos desta Lei e do seu regulamento, o qual, observadas as diretrizes estabelecidas nos parágrafos deste artigo, deverá dispor sobre:

I - condições gerais e processos de contratação regulada;

II - condições de contratação livre;

III - processos de definição de preços e condições de contabilização e liquidação das operações realizadas no mercado de curto prazo;

IV - instituição da convenção de comercialização;

V - regras e procedimentos de comercialização, inclusive as relativas ao intercâmbio internacional de energia elétrica;

VI - mecanismos destinados à aplicação do disposto no art. 3o, inciso X, da Lei no 9.427, de 26 de dezembro de 1996, por descumprimento do previsto neste artigo;

VII - tratamento para os serviços ancilares de energia elétrica e para as restrições de transmissão;

VIII - mecanismo de realocação de energia para mitigação do risco hidrológico;

IX - limites de contratação vinculados a instalações de geração ou à importação de energia elétrica, mediante critérios de garantia de suprimento;

X - critérios gerais de garantia de suprimento de energia elétrica que assegurem o equilíbrio adequado entre confiabilidade de fornecimento e modicidade de tarifas e preços, a serem propostos pelo Conselho Nacional de Política Energética - CNPE; e

XI - mecanismos de proteção aos consumidores.

§ 1o A comercialização de que trata este artigo será realizada nos ambientes de contratação regulada e de contratação livre.

§ 2o Submeter-se-ão à contratação regulada a compra de energia elétrica por concessionárias, permissionárias e autorizadas do serviço público de distribuição de energia elétrica, nos termos do art. 2o desta Lei, e o fornecimento de energia elétrica para o mercado regulado.

§ 3o A contratação livre dar-se-á nos termos do art. 10 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, mediante operações de compra e venda de energia elétrica envolvendo os agentes concessionários e autorizados de geração, comercializadores e importadores de energia elétrica e os consumidores que atendam às condições previstas nos arts. 15 e 16 da Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995, com a redação dada por esta Lei.

§ 4o Na operação do Sistema Interligado Nacional – SIN, serão considerados:

I - a otimização do uso dos recursos eletroenergéticos para o atendimento aos requisitos da carga, considerando as condições técnicas e econômicas para o despacho das usinas;

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II - as necessidades de energia dos agentes;

III - os mecanismos de segurança operativa, podendo incluir curvas de aversão ao risco de deficit de energia;

IV - as restrições de transmissão;

V - o custo do deficit de energia; e

VI - as interligações internacionais.

§ 5o Nos processos de definição de preços e de contabilização e liquidação das operações realizadas no mercado de curto prazo, serão considerados intervalos de tempo e escalas de preços previamente estabelecidos que deverão refletir as variações do valor econômico da energia elétrica, observando inclusive os seguintes fatores:

I - o disposto nos incisos I a VI do § 4o deste artigo;

II - o mecanismo de realocação de energia para mitigação do risco hidrológico; e

III - o tratamento para os serviços ancilares de energia elétrica.

§ 6o A comercialização de que trata este artigo será realizada nos termos da Convenção de Comercialização, a ser instituída pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, que deverá prever:

I - as obrigações e os direitos dos agentes do setor elétrico;

II - as garantias financeiras;

III - as penalidades; e

IV - as regras e procedimentos de comercialização, inclusive os relativos ao intercâmbio internacional de energia elétrica.

§ 7o Com vistas em assegurar o adequado equilíbrio entre confiabilidade de fornecimento e modicidade de tarifas e preços, o Conselho Nacional de Política Energética – CNPE proporá critérios gerais de garantia de suprimento, a serem considerados no cálculo das energias asseguradas e em outros respaldos físicos para a contratação de energia elétrica, incluindo importação.

§ 8o A comercialização de energia elétrica de que trata este artigo será feita com a observância de mecanismos de proteção aos consumidores, incluindo os limites de repasses de custo de aquisição de energia elétrica de que trata o art. 2o desta Lei.

§ 9o As regras de comercialização previstas nesta Lei aplicam-se às concessionárias, permissionárias e autorizadas de geração, de distribuição e de comercialização de energia elétrica, incluindo as empresas sob controle federal, estadual ou municipal.

Art. 2o As concessionárias, as permissionárias e as autorizadas de serviço público de distribuição de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional – SIN deverão garantir o atendimento à totalidade de seu mercado, mediante contratação regulada, por meio de licitação, conforme regulamento, o qual, observadas as diretrizes estabelecidas nos parágrafos deste artigo, disporá sobre:

I - mecanismos de incentivo à contratação que favoreça a modicidade tarifária;

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II - garantias;

III - prazos de antecedência de contratação e de sua vigência;

IV - mecanismos para cumprimento do disposto no inciso VI do art. 2o da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, acrescido por esta Lei;

V - condições e limites para repasse do custo de aquisição de energia elétrica para os consumidores finais;

VI - mecanismos para a aplicação do disposto no art. 3o, inciso X, da Lei no 9.427, de 26 de dezembro de 1996, por descumprimento do previsto neste artigo.

§ 1o Na contratação regulada, os riscos hidrológicos serão assumidos conforme as seguintes modalidades contratuais:

I - pelos geradores, nos Contratos de Quantidade de Energia;

II - pelos compradores, com direito de repasse às tarifas dos consumidores finais, nos Contratos de Disponibilidade de Energia.

§ 2o A contratação regulada de que trata o caput deste artigo deverá ser formalizada por meio de contratos bilaterais denominados Contrato de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado – CCEAR, celebrados entre cada concessionária ou autorizada de geração e todas as concessionárias, permissionárias e autorizadas do serviço público de distribuição, devendo ser observado o seguinte:

I - as distribuidoras serão obrigadas a oferecer garantias;

II - para a energia elétrica proveniente de empreendimentos de geração existentes, início de entrega no ano subseqüente ao da licitação e prazo de suprimento de no mínimo 3 (três) e no máximo 15 (quinze) anos;

III - para a energia elétrica proveniente de novos empreendimentos de geração, início de entrega no 3o (terceiro) ou no 5o (quinto) ano após a licitação e prazo de suprimento de no mínimo 15 (quinze) e no máximo 35 (trinta e cinco) anos.

§ 3o Excetuam-se do disposto no § 2o deste artigo as licitações de compra das distribuidoras para ajustes, em percentuais a serem definidos pelo Poder Concedente, que não poderão ser superiores a 5% (cinco por cento) de suas cargas, cujo prazo máximo de suprimento será de 2 (dois) anos.

§ 4o Com vistas em assegurar a modicidade tarifária, o repasse às tarifas para o consumidor final será função do custo de aquisição de energia elétrica, acrescido de encargos e tributos, e estabelecido com base nos preços e quantidades de energia resultantes das licitações de que trata o § 2o deste artigo, ressalvada a aquisição de energia realizada na forma do § 8o deste artigo.

§ 5o Os processos licitatórios necessários para o atendimento ao disposto neste artigo deverão contemplar, dentre outros, tratamento para:

I - energia elétrica proveniente de empreendimentos de geração existentes;

II - energia proveniente de novos empreendimentos de geração; e

III - fontes alternativas.

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§ 6o Entendem-se como novos empreendimentos de geração aqueles que até o início do processo licitatório para a expansão em curso:

I - não sejam detentores de outorga de concessão, permissão ou autorização; ou

II - sejam parte de empreendimento existente que venha a ser objeto de ampliação, restrito ao acréscimo de capacidade.

§ 7o A licitação para a expansão da oferta de energia prevista no inciso II do § 5o deste artigo deverá ser específica para novos empreendimentos ou ampliações, sendo vedada a participação de empreendimentos de geração existentes, ressalvado o disposto no art. 17 desta Lei.

§ 8o No atendimento à obrigação referida no caput deste artigo de contratação da totalidade do mercado dos agentes, deverá ser considerada a energia elétrica:

I - contratada pelas concessionárias, pelas permissionárias e pelas autorizadas de distribuição de energia elétrica até a data de publicação desta Lei; e

II - proveniente de:

a) geração distribuída, observados os limites de contratação e de repasse às tarifas, baseados no valor de referência do mercado regulado e nas respectivas condições técnicas;

b) usinas que produzam energia elétrica a partir de fontes eólicas, pequenas centrais hidrelétricas e biomassa, enquadradas na primeira etapa do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA; ou

c) Itaipu Binacional.

§ 9o No processo de licitação pública de geração, as instalações de transmissão de uso exclusivo das usinas a serem licitadas devem ser consideradas como parte dos projetos de geração, não podendo os seus custos ser cobertos pela tarifa de transmissão.

§ 10. A energia elétrica proveniente dos empreendimentos referidos no inciso II do § 8o deste artigo não estará sujeita aos procedimentos licitatórios para contratação regulada previstos neste artigo.

§ 11. As licitações para contratação de energia elétrica de que trata este artigo serão reguladas e realizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, observado o disposto no art. 3o-A da Lei no 9.427, de 26 de dezembro de 1996, com a redação dada por esta Lei, que poderá promovê-las diretamente ou por intermédio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE.

§ 12. As concessionárias, as permissionárias e as autorizadas de serviço público de distribuição de energia elétrica que tenham mercado próprio inferior a 500 (quinhentos) GWh/ano ficam autorizadas a adquirir energia elétrica do atual agente supridor, com tarifa regulada, ou mediante processo de licitação pública por elas promovido ou na forma prevista neste artigo.

§ 12. As concessionárias, as permissionárias e as autorizadas de serviço público de distribuição de energia elétrica que tenham mercado próprio inferior a 500 (quinhentos) GWh/ano ficam autorizadas a adquirir energia elétrica do atual agente supridor, com tarifa regulada, ou mediante processo de licitação pública por elas promovido ou na forma prevista neste artigo, sendo que na licitação pública poderão participar concessionárias, permissionárias, autorizadas de geração e comercializadoras. (Redação dada pela Lei nº 11.075, de 2004)

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§ 13. Nas licitações definidas no § 3o deste artigo poderão participar os concessionários, permissionários e autorizados de geração e comercialização.

§ 14. A ANEEL deverá garantir publicidade aos dados referentes à contratação de que trata este artigo.

§ 15. No exercício do poder regulamentar das matérias deste art. 2o, será observado o disposto no art. 1o desta Lei.

Art. 3o O Poder Concedente homologará a quantidade de energia elétrica a ser contratada para o atendimento de todas as necessidades do mercado nacional, bem como a relação dos novos empreendimentos de geração que integrarão, a título de referência, o processo licitatório de contratação de energia.

§ 1o Para os fins deste artigo, os concessionários e os autorizados de geração, as concessionárias, as permissionárias e as autorizadas de distribuição, os comercializadores e os consumidores enquadrados nos arts. 15 e 16 da Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995, deverão informar ao Poder Concedente a quantidade de energia necessária para atendimento a seu mercado ou sua carga.

§ 2o No edital de licitação para novos empreendimentos de geração elétrica, poderá constar porcentual mínimo de energia elétrica a ser destinada ao mercado regulado, podendo a energia remanescente ser destinada ao consumo próprio ou à comercialização para contratação livre.

§ 3o Com vistas em garantir a continuidade do fornecimento de energia elétrica, o Poder Concedente poderá definir reserva de capacidade de geração a ser contratada.

Art. 4o Fica autorizada a criação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, sob autorização do Poder Concedente e regulação e fiscalização pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, com a finalidade de viabilizar a comercialização de energia elétrica de que trata esta Lei.

§ 1o A CCEE será integrada por titulares de concessão, permissão ou autorização, por outros agentes vinculados aos serviços e às instalações de energia elétrica, e pelos consumidores enquadrados nos arts. 15 e 16 da Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995.

§ 2o A regulamentação deste artigo pelo Poder Concedente deverá abranger, dentre outras matérias, a definição das regras de funcionamento e organização da CCEE, bem como a forma de participação dos agentes do setor elétrico nessa Câmara.

§ 3o O Conselho de Administração da CCEE será integrado, entre outros, por representantes dos agentes setoriais de cada uma das categorias de Geração, Distribuição e Comercialização.

§ 4o Os custeios administrativo e operacional da CCEE decorrerão de contribuições de seus membros e emolumentos cobrados sobre as operações realizadas, vedado o repasse em reajuste tarifário.

§ 5o As regras para a resolução das eventuais divergências entre os agentes integrantes da CCEE serão estabelecidas na convenção de comercialização e em seu estatuto social, que deverão tratar do mecanismo e da convenção de arbitragem, nos termos da Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996.

§ 6o As empresas públicas e as sociedades de economia mista, suas subsidiárias ou controladas, titulares de concessão, permissão e autorização, ficam autorizadas a integrar a CCEE e a aderir ao mecanismo e à convenção de arbitragem previstos no § 5o deste artigo.

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§ 7o Consideram-se disponíveis os direitos relativos a créditos e débitos decorrentes das operações realizadas no âmbito da CCEE.

Art. 5o A CCEE sucederá ao Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE, criado na forma da Lei no 10.433, de 24 de abril de 2002, cabendo-lhes adotar todas as medidas necessárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei.

§ 1o Visando a assegurar a continuidade das operações de contabilização e de liquidação promovidas pelo MAE, a ANEEL regulará e conduzirá o processo de transição necessário à constituição e à efetiva operação da CCEE, a ser concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias a contar da data de publicação da regulamentação desta Lei, nos termos do art. 27 desta Lei, mantidas, durante a transição, as obrigações previstas no art. 1o da Lei no 10.433, de 24 de abril de 2002.

§ 2o As disposições desta Lei não afetam os direitos e as obrigações resultantes das operações de compra e venda de energia elétrica realizadas no âmbito do MAE até a data de conclusão do processo de transição previsto neste artigo, estejam elas já contabilizadas e liquidadas ou não.

§ 3o Os bens, os recursos e as instalações pertencentes ao MAE ficam vinculados às suas operações até que os agentes promovam sua incorporação ao patrimônio da CCEE, obedecidos os procedimentos e as diretrizes estabelecidos em regulação específica da ANEEL.

§ 4o Aplicam-se às pessoas jurídicas integrantes da CCEE o estabelecido no art. 47 da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e a respectiva regulamentação, relativamente às operações do mercado de curto prazo.

Art. 6o O § 6o do art. 4o da Lei no 5.655, de 20 de maio de 1971, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 4o ............................................................................

............................................................................

§ 6o Ao Ministério de Minas e Energia - MME serão destinados 3% (três por cento) dos recursos da Reserva Global de Reversão – RGR para custear os estudos e pesquisas de planejamento da expansão do sistema energético, bem como os de inventário e de viabilidade necessários ao aproveitamento dos potenciais hidroelétricos.

............................................................................" (NR)

Art. 7o Os arts. 8o e 10 da Lei no 8.631, de 4 de março de 1993, passam a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 8. Fica estendido a todos os concessionários distribuidores o rateio do custo de consumo de combustíveis, incluindo o de biodiesel, para geração de energia elétrica nos sistemas isolados, sem prejuízo do disposto no § 3o do art. 11 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998.

............................................................................" (NR)

"Art. 10. O inadimplemento, pelas concessionárias, pelas permissionárias e pelas autorizadas, no recolhimento das parcelas das quotas anuais de Reserva Global de Reversão - RGR, Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA, Conta de Desenvolvimento Energético - CDE, Conta de Consumo de Combustíveis - CCC, compensação financeira pela utilização de recursos hídricos e outros encargos tarifários criados por lei, bem como no pagamento pela aquisição de energia elétrica contratada de forma regulada e da

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Itaipu Binacional, acarretará a impossibilidade de revisão, exceto a extraordinária, e de reajuste de seus níveis de tarifas, assim como de recebimento de recursos provenientes da RGR, CDE e CCC." (NR)

Art. 8o Os arts. 4o, 11, 12, 15 e 17 da Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995, passam a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 4o ............................................................................

............................................................................

§ 2o As concessões de geração de energia elétrica anteriores a 11 de dezembro de 2003 terão o prazo necessário à amortização dos investimentos, limitado a 35 (trinta e cinco) anos, contado da data de assinatura do imprescindível contrato, podendo ser prorrogado por até 20 (vinte) anos, a critério do Poder Concedente, observadas as condições estabelecidas nos contratos.

............................................................................

§ 5o As concessionárias, as permissionárias e as autorizadas de serviço público de distribuição de energia elétrica que atuem no Sistema Interligado Nacional – SIN não poderão desenvolver atividades:

I - de geração de energia elétrica;

II - de transmissão de energia elétrica;

III - de venda de energia a consumidores de que tratam os arts. 15 e 16 desta Lei, exceto às unidades consumidoras localizadas na área de concessão ou permissão da empresa distribuidora, sob as mesmas condições reguladas aplicáveis aos demais consumidores não abrangidos por aqueles artigos, inclusive tarifas e prazos;

IV - de participação em outras sociedades de forma direta ou indireta, ressalvado o disposto no art. 31, inciso VIII, da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e nos respectivos contratos de concessão; ou

V - estranhas ao objeto da concessão, permissão ou autorização, exceto nos casos previstos em lei e nos respectivos contratos de concessão.

§ 6o Não se aplica o disposto no § 5o deste artigo às concessionárias, permissionárias e autorizadas de distribuição:

I - no atendimento a sistemas elétricos isolados;

II - no atendimento ao seu mercado próprio, desde que este seja inferior a 500 (quinhentos) GWh/ano e a totalidade da energia gerada, sob o regime de serviço público, seja a ele destinada; e

III - na captação, aplicação ou empréstimo de recursos financeiros destinados ao próprio agente ou a sociedade coligada, controlada, controladora ou vinculada a controladora comum, desde que destinados ao serviço público de energia elétrica, mediante anuência prévia da ANEEL, observado o disposto no inciso XIII do art. 3o da Lei no 9.427, de 26 de dezembro de 1996, com redação dada pelo art. 17 da Lei no 10.438, de 26 de abril de 2002, garantida a modicidade tarifária e atendido ao disposto na Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

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§ 7o As concessionárias e as autorizadas de geração de energia elétrica que atuem no Sistema Interligado Nacional – SIN não poderão ser coligadas ou controladoras de sociedades que desenvolvam atividades de distribuição de energia elétrica no SIN.

§ 8o A regulamentação deverá prever sanções para o descumprimento do disposto nos §§ 5o, 6o e 7o deste artigo após o período estabelecido para a desverticalização.

§ 9o As concessões de geração de energia elétrica, contratadas a partir da Medida Provisória no 144, de 11 de dezembro de 2003, terão o prazo necessário à amortização dos investimentos, limitado a 35 (trinta e cinco) anos, contado da data de assinatura do imprescindível contrato." (NR)

"Art. 11. ............................................................................

Parágrafo único. O produtor independente de energia elétrica estará sujeito às regras de comercialização regulada ou livre, atendido ao disposto nesta Lei, na legislação em vigor e no contrato de concessão ou no ato de autorização." (NR)

"Art. 12. ............................................................................

Parágrafo único. A comercialização na forma prevista nos incisos I, IV e V do caput deste artigo deverá ser exercida de acordo com critérios gerais fixados pelo Poder Concedente." (NR)

"Art. 15. ............................................................................

............................................................................

§ 4o Os consumidores que não tiverem cláusulas de tempo determinado em seus contratos de fornecimento só poderão exercer a opção de que trata este artigo de acordo com prazos, formas e condições fixados em regulamentação específica, sendo que nenhum prazo poderá exceder a 36 (trinta e seis) meses, contado a partir da data de manifestação formal à concessionária, à permissionária ou à autorizada de distribuição que os atenda.

............................................................................

§ 7o O consumidor que exercer a opção prevista neste artigo e no art. 16 desta Lei deverá garantir o atendimento à totalidade de sua carga, mediante contratação, com um ou mais fornecedores, sujeito a penalidade pelo descumprimento dessa obrigação, observado o disposto no art. 3o, inciso X, da Lei no 9.427, de 26 de dezembro de 1996.

§ 8o Os consumidores que exercerem a opção prevista neste artigo e no art. 16 desta Lei poderão retornar à condição de consumidor atendido mediante tarifa regulada, garantida a continuidade da prestação dos serviços, nos termos da lei e da regulamentação, desde que informem à concessionária, à permissionária ou à autorizada de distribuição local, com antecedência mínima de 5 (cinco) anos.

§ 9o Os prazos definidos nos §§ 4o e 8o deste artigo poderão ser reduzidos, a critério da concessionária, da permissionária ou da autorizada de distribuição local.

§ 10. Até 31 de dezembro de 2009, respeitados os contratos vigentes, será facultada aos consumidores que pretendam utilizar, em suas unidades industriais, energia elétrica produzida por geração própria, em regime de autoprodução ou produção independente, a redução da demanda e da energia contratadas ou a substituição dos contratos de fornecimento por contratos de uso dos sistemas elétricos, mediante notificação à concessionária de distribuição ou geração, com antecedência mínima de 180 (cento e oitenta) dias." (NR)

"Art. 17. ............................................................................

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§ 1o As instalações de transmissão componentes da rede básica do Sistema Interligado Nacional - SIN serão objeto de concessão mediante licitação e funcionarão na modalidade de instalações integradas aos sistemas com regras operativas aprovadas pela ANEEL, de forma a assegurar a otimização dos recursos eletroenergéticos existentes ou futuros.

............................................................................" (NR)

Art. 9o A Lei no 9.427, de 26 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 3o Além das atribuições previstas nos incisos II, III, V, VI, VII, X, XI e XII do art. 29 e no art. 30 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, de outras incumbências expressamente previstas em lei e observado o disposto no § 1o, compete à ANEEL:

............................................................................

II - promover, mediante delegação, com base no plano de outorgas e diretrizes aprovadas pelo Poder Concedente, os procedimentos licitatórios para a contratação de concessionárias e permissionárias de serviço público para produção, transmissão e distribuição de energia elétrica e para a outorga de concessão para aproveitamento de potenciais hidráulicos;

............................................................................

IV - gerir os contratos de concessão ou de permissão de serviços públicos de energia elétrica, de concessão de uso de bem público, bem como fiscalizar, diretamente ou mediante convênios com órgãos estaduais, as concessões, as permissões e a prestação dos serviços de energia elétrica;

............................................................................

XI - estabelecer tarifas para o suprimento de energia elétrica realizado às concessionárias e permissionárias de distribuição, inclusive às Cooperativas de Eletrificação Rural enquadradas como permissionárias, cujos mercados próprios sejam inferiores a 500 (quinhentos) GWh/ano, e tarifas de fornecimento às Cooperativas autorizadas, considerando parâmetros técnicos, econômicos, operacionais e a estrutura dos mercados atendidos;

............................................................................

XIV - aprovar as regras e os procedimentos de comercialização de energia elétrica, contratada de formas regulada e livre;

XV - promover processos licitatórios para atendimento às necessidades do mercado;

XVI - homologar as receitas dos agentes de geração na contratação regulada e as tarifas a serem pagas pelas concessionárias, permissionárias ou autorizadas de distribuição de energia elétrica, observados os resultados dos processos licitatórios referidos no inciso XV do caput deste artigo;

XVII - estabelecer mecanismos de regulação e fiscalização para garantir o atendimento à totalidade do mercado de cada agente de distribuição e de comercialização de energia elétrica, bem como à carga dos consumidores que tenham exercido a opção prevista nos arts. 15 e 16 da Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995;

XVIII - definir as tarifas de uso dos sistemas de transmissão e distribuição, sendo que as de transmissão devem ser baseadas nas seguintes diretrizes:

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a) assegurar arrecadação de recursos suficientes para cobertura dos custos dos sistemas de transmissão; e

b) utilizar sinal locacional visando a assegurar maiores encargos para os agentes que mais onerem o sistema de transmissão;

XIX - regular o serviço concedido, permitido e autorizado e fiscalizar permanentemente sua prestação.

............................................................................" (NR)

"Art. 3o-A Além das competências previstas nos incisos IV, VIII e IX do art. 29 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, aplicáveis aos serviços de energia elétrica, compete ao Poder Concedente:

I - elaborar o plano de outorgas, definir as diretrizes para os procedimentos licitatórios e promover as licitações destinadas à contratação de concessionários de serviço público para produção, transmissão e distribuição de energia elétrica e para a outorga de concessão para aproveitamento de potenciais hidráulicos;

II - celebrar os contratos de concessão ou de permissão de serviços públicos de energia elétrica, de concessão de uso de bem público e expedir atos autorizativos.

§ 1o No exercício das competências referidas no inciso IV do art. 29 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e das competências referidas nos incisos I e II do caput deste artigo, o Poder Concedente ouvirá previamente a ANEEL.

§ 2o No exercício das competências referidas no inciso I do caput deste artigo, o Poder Concedente delegará à ANEEL a operacionalização dos procedimentos licitatórios.

§ 3o A celebração de contratos e a expedição de atos autorizativos de que trata o inciso II do caput deste artigo poderão ser delegadas à ANEEL.

§ 4o O exercício pela ANEEL das competências referidas nos incisos VIII e IX do art. 29 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, dependerá de delegação expressa do Poder Concedente." (NR)

"Art. 26. Cabe ao Poder Concedente, diretamente ou mediante delegação à ANEEL, autorizar:

............................................................................" (NR)

"Art. 28. ............................................................................

............................................................................

§ 3o No caso de serem esses estudos ou projetos aprovados pelo Poder Concedente, para inclusão no programa de licitações de concessões, será assegurado ao interessado o ressarcimento dos respectivos custos incorridos, pelo vencedor da licitação, nas condições estabelecidas no edital.

............................................................................" (NR)

Art. 10. Os arts. 2o e 50 da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, passam a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 2o ............................................................................

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............................................................................

VI - sugerir a adoção de medidas necessárias para garantir o atendimento à demanda nacional de energia elétrica, considerando o planejamento de longo, médio e curto prazos, podendo indicar empreendimentos que devam ter prioridade de licitação e implantação, tendo em vista seu caráter estratégico e de interesse público, de forma que tais projetos venham assegurar a otimização do binômio modicidade tarifária e confiabilidade do Sistema Elétrico.

............................................................................" (NR)

"Art. 50. ............................................................................

............................................................................

§ 2o ............................................................................

I - 40% (quarenta por cento) ao Ministério de Minas e Energia, sendo 70% (setenta por cento) para o financiamento de estudos e serviços de geologia e geofísica aplicados à prospecção de combustíveis fósseis, a serem promovidos pela ANP, nos termos dos incisos II e III do art. 8o desta Lei, e pelo MME, 15% (quinze por cento) para o custeio dos estudos de planejamento da expansão do sistema energético e 15% (quinze por cento) para o financiamento de estudos, pesquisas, projetos, atividades e serviços de levantamentos geológicos básicos no território nacional;

............................................................................" (NR)

Art. 11. Os arts. 10, 11, 13 e 14 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, passam a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 10. ............................................................................

............................................................................

§ 5o O disposto no caput não se aplica ao suprimento de energia elétrica à concessionária e permissionária de serviço público com mercado próprio inferior a 500 (quinhentos) GWh/ano, cujas condições, prazos e tarifas continuarão a ser regulamentados pela ANEEL." (NR)

"Art. 11. ............................................................................

............................................................................

§ 4o ............................................................................

............................................................................

III - aproveitamento hidrelétrico com potência maior que 30 (trinta) MW, concessão já outorgada, a ser implantado inteiramente em sistema elétrico isolado e substitua a geração termelétrica que utiliza derivados de petróleo, com sub-rogação limitada a, no máximo, 75% (setenta e cinco por cento) do valor do empreendimento e até que a quantidade de aproveitamento sub-rogado atinja um total de 120 (cento e vinte) MW médios, podendo efetuar a venda da energia gerada para concessionários de serviço público de energia elétrica.

............................................................................" (NR)

"Art. 13. As atividades de coordenação e controle da operação da geração e da transmissão de energia elétrica, integrantes do Sistema Interligado Nacional - SIN, serão executadas pelo

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Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, mediante autorização do Poder Concedente, fiscalizado e regulado pela ANEEL, a ser integrado por titulares de concessão, permissão ou autorização e consumidores que tenham exercido a opção prevista nos arts. 15 e 16 da Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995, e que sejam conectados à rede básica.

Parágrafo único. Sem prejuízo de outras funções que lhe forem atribuídas pelo Poder Concedente, constituirão atribuições do ONS:

............................................................................

e) propor ao Poder Concedente as ampliações das instalações da rede básica, bem como os reforços dos sistemas existentes, a serem considerados no planejamento da expansão dos sistemas de transmissão;

f) propor regras para a operação das instalações de transmissão da rede básica do SIN, a serem aprovadas pela ANEEL." (NR)

"Art. 14. Cabe ao Poder Concedente definir as regras de organização do ONS e implementar os procedimentos necessários ao seu funcionamento.

§ 1o O ONS será dirigido por 1 (um) Diretor-Geral e 4 (quatro) Diretores, em regime de colegiado, sendo 3 (três) indicados pelo Poder Concedente, incluindo o Diretor-Geral, e 2 (dois) pelos agentes, com mandatos de 4 (quatro) anos não coincidentes, permitida uma única recondução.

§ 2o A exoneração imotivada de dirigente do ONS somente poderá ser efetuada nos 4 (quatro) meses iniciais do mandato, findos os quais é assegurado seu pleno e integral exercício.

§ 3o Constitui motivo para a exoneração de dirigente do ONS, em qualquer época, a condenação em ação penal transitada em julgado.

§ 4o O Conselho de Administração do ONS será integrado, entre outros, por representantes dos agentes setoriais de cada uma das categorias de Geração, Transmissão e Distribuição." (NR)

Art. 12. Os arts. 4o e 5o da Lei no 9.991, de 24 de julho de 2000, passam a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 4o ............................................................................

I – 40% (quarenta por cento) para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT, criado pelo Decreto-Lei no 719, de 31 de julho de 1969, e restabelecido pela Lei no 8.172, de 18 de janeiro de 1991;

II – 40% (quarenta por cento) para projetos de pesquisa e desenvolvimento, segundo regulamentos estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL;

III – 20% (vinte por cento) para o MME, a fim de custear os estudos e pesquisas de planejamento da expansão do sistema energético, bem como os de inventário e de viabilidade necessários ao aproveitamento dos potenciais hidrelétricos.

............................................................................" (NR)

"Art. 5o ............................................................................

............................................................................

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II - no mínimo 30% (trinta por cento) dos recursos referidos nos incisos I, II e III do art. 4o desta Lei serão destinados a projetos desenvolvidos por instituições de pesquisa sediadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, incluindo as respectivas áreas das Superintendências Regionais;

............................................................................" (NR)

Art. 13. Os arts. 13, 14, 27 e 28 da Lei no 10.438, de 26 de abril de 2002, passam a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 13. ............................................................................

§ 1o Os recursos da Conta de Desenvolvimento Energético - CDE serão provenientes dos pagamentos anuais realizados a título de uso de bem público, das multas aplicadas pela ANEEL a concessionários, permissionários e autorizados e, a partir de 2003, das quotas anuais pagas por todos os agentes que comercializem energia com consumidor final, mediante encargo tarifário, a ser incluído a partir da data de publicação desta Lei nas tarifas de uso dos sistemas de transmissão ou de distribuição.

............................................................................" (NR)

"Art. 14. ............................................................................

............................................................................

§ 3o Na regulamentação do § 1o deste artigo, a ANEEL levará em conta as características da carga atendida, a rentabilidade do investimento, a capacidade econômica e financeira do distribuidor local, a preservação da modicidade tarifária e as desigualdades regionais.

§ 4o Na regulamentação deste artigo, a ANEEL levará em conta, dentre outros fatores, a taxa de atendimento da concessionária ou permissionária, considerada no global e desagregada por Município e a capacidade técnica, econômica e financeira necessárias ao atendimento das metas de universalização.

............................................................................" (NR)

"Art. 27. As concessionárias e autorizadas de geração sob controle federal, estadual e municipal poderão comercializar energia elétrica na forma prevista nos arts. 1o e 2o da Medida Provisória no 144, de 11 de dezembro de 2003.

§ 1o A redução dos contratos iniciais de que trata o inciso II do art. 10 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, não confere direito às concessionárias geradoras a qualquer garantia tarifária em relação ao montante de energia liberada.

§ 2o Os riscos hidrológicos ou de não cumprimento do contrato poderão ser assumidos pela concessionária geradora vendedora da energia elétrica.

............................................................................

§ 5o ............................................................................

I - leilões exclusivos para consumidores finais ou por estes promovidos;

............................................................................

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§ 6o As concessionárias e autorizadas de geração sob controle federal, estadual ou municipal poderão negociar energia por meio de:

I - leilões previstos no art. 2o da Lei no 10.604, de 17 de dezembro de 2002, observado o disposto no art. 30 da Lei que resultou da conversão da Medida Provisória no 144, de 11 de dezembro de 2003; ou

II - leilões de ajuste previstos no § 3o do art. 2o da Lei que resultou da conversão da Medida Provisória no 144, de 11 de dezembro de 2003.

§ 7o As concessionárias de geração de serviço público sob controle federal ou estadual, sob controle privado e os produtores independentes de energia poderão aditar, observados os critérios de prazo e montantes definidos em regulamentação específica, os contratos iniciais ou equivalentes que estejam em vigor na data de publicação desta Lei, não se aplicando, neste caso, o disposto no caput e no inciso II do art. 10 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998.

§ 8o As concessionárias de geração de serviço público sob controle federal ou estadual que atuem nos sistemas elétricos isolados poderão firmar contratos de compra e venda de energia elétrica, por modalidade diversa dos leilões previstos neste artigo, com o objetivo de contribuir para garantia de suprimento dos Estados atendidos pelos sistemas isolados." (NR)

"Art. 28. A parcela de energia elétrica que não for comercializada nas formas previstas no art. 27 desta Lei poderá ser liquidada no mercado de curto prazo do CCEE." (NR)

Art. 14. Fica autorizada a constituição, no âmbito do Poder Executivo e sob sua coordenação direta, do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE, com a função precípua de acompanhar e avaliar permanentemente a continuidade e a segurança do suprimento eletroenergético em todo o território nacional. (Vide Decreto nº 5.175, de 2004)

§ 1o Integram, de forma permanente, o CMSE representantes das entidades responsáveis pelo planejamento da expansão, operação eletroenergética dos sistemas elétricos, administração da comercialização de energia elétrica e regulação do setor elétrico nacional.

§ 2o A critério da coordenação, poderão ser chamados a participar representantes de entidades governamentais afetas aos assuntos específicos de interesse do Comitê.

§ 3o A coordenação do Comitê poderá constituir comissões temáticas incorporando uma representação pluralista dos agentes setoriais em sua composição, conforme definições a serem estabelecidas em regulamento próprio.

Art 15. Conforme disciplina a ser emitida pela ANEEL, as concessionárias de distribuição deverão incorporar a seus patrimônios as redes particulares que não dispuserem de ato autorizativo do Poder Concedente até 31 de dezembro de 2005 ou, mesmo dispondo, desde que exista interesse das partes em que sejam transferidas.

Parágrafo único. Os custos decorrentes dessa incorporação, incluindo a reforma das redes, serão considerados pela ANEEL nos processos de revisão tarifária.

Art. 16. As concessionárias e autorizadas de geração poderão, mediante autorização e regulamentação do Poder Concedente, realizar operações de compra e venda de energia elétrica para entrega futura.

§ 1o As operações referidas no caput deste artigo poderão incluir financiamento por meio de instituições financeiras autorizadas, conforme regulamentação do Conselho Monetário Nacional.

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§ 2o As operações referidas no caput deste artigo somente poderão ser realizadas até 31 de dezembro de 2004 e estarão limitadas ao montante de energia elétrica descontratada na data de publicação desta Lei.

Art. 17. Nas licitações para contratação de energia previstas nos incisos I e II do § 5o do art. 2o desta Lei, poderá ser ofertada a energia elétrica proveniente de empreendimentos de geração existentes ou de projetos de ampliação, que atendam cumulativamente aos seguintes requisitos:

I – que tenham obtido outorga de concessão ou autorização até a data de publicação desta Lei;

II – que tenham iniciado a operação comercial a partir de 1o de janeiro de 2000; e

III – cuja energia não tenha sido contratada até a data de publicação desta Lei.

§ 1o A partir de 2008, os empreendimentos referidos no caput deste artigo observarão as regras gerais de licitação, na forma prevista no art. 2o desta Lei.

§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo à energia proveniente de empreendimentos de importação de energia elétrica.

Art. 18. Observado o disposto no art. 17, na licitação prevista no inciso II do § 5o do art. 2o desta Lei, a oferta de energia proveniente de empreendimentos em cuja licitação tenha sido observado o critério do pagamento de máximo Uso de Bem Público - UBP terá o seguinte tratamento:

I – concorrerá nas mesmas condições dos demais participantes do certame, inclusive quanto ao valor de referência do UBP, relativo ao empreendimento licitado, a ser definido pelo Poder Concedente;

II – a diferença entre o UBP efetivamente pago, resultante da licitação original, da qual resultou a concessão ou autorização dos empreendimentos de que trata o caput deste artigo, e o UBP de referência, referido no inciso I deste artigo, deverá ser incorporada à receita do gerador.

Parágrafo único. O valor de que trata o inciso II do caput deste artigo, somado ao lance vencedor do empreendimento licitado, não poderá ultrapassar o custo marginal da energia resultante desse processo, conforme regulamentação.

Art. 19. Excepcionalmente nos anos de 2004, 2005 e 2006, as licitações para venda de energia proveniente de empreendimentos de geração existentes, previstos no inciso II do § 2o do art. 2o desta Lei, poderão prever início de entrega da energia em até 5 (cinco) anos após a realização das licitações.

Art. 20. As pessoas jurídicas concessionárias, permissionárias e autorizadas de distribuição e de geração de energia elétrica deverão adaptar-se às disposições contidas nos §§ 5o, 6o e 7o do art. 4o da Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995, com a redação dada por esta Lei, no prazo de 18 (dezoito) meses a contar de sua entrada em vigor.

§ 1o O prazo acima estabelecido poderá ser prorrogado pela ANEEL, 1 (uma) única vez, por igual período, se efetivamente comprovada a impossibilidade de cumprimento das disposições decorrentes de fatores alheios à vontade das concessionárias, permissionárias e autorizadas de serviços públicos citados neste artigo.

§ 2o Excepcionalmente, as pessoas jurídicas em processo de adaptação previsto no caput deste artigo poderão celebrar novos contratos relativos às atividades previstas nos incisos I, II,

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III e IV do § 5o do art. 4o da Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995, com a redação dada por esta Lei, durante o prazo máximo de 12 (doze) meses, contado da data de 11 de dezembro de 2003, observado, em qualquer hipótese, o disposto no art. 2o desta Lei e, no caso de empresas sob controle da União, dos Estados e dos Municípios, o rito previsto no art. 27 da Lei no 10.438, de 26 de abril de 2002, com redação dada por esta Lei.

Art. 21. Os atuais contratos de comercialização de energia elétrica celebrados pelas concessionárias, permissionárias e autorizadas de distribuição já registrados, homologados ou aprovados pela ANEEL não poderão ser objeto de aditamento para prorrogação de prazo ou aumento das quantidades ou preços contratados após a publicação desta Lei, ressalvado o disposto no art. 27 da Lei no 10.438, de 26 de abril de 2002.

Parágrafo único. Exclui-se do disposto no caput deste artigo os aditamentos relativos a ampliações de pequenas centrais hidroelétricas, desde que não resultem em aumento do preço unitário da energia constante no contrato original.

Art. 22. Ocorrendo a decretação de racionamento de energia elétrica pelo Poder Concedente em uma região, todos os contratos por quantidade de energia do ambiente de contratação regulada, registrados na CCEE, cujos compradores estejam localizados nessa região, deverão ter seus volumes ajustados na mesma proporção da redução de consumo verificado.

Parágrafo único. As regras de contabilização da CCEE poderão prever tratamento específico para situações de restrição compulsória de consumo, visando a limitar seus impactos sobre as regiões não submetidas ao racionamento.

Art. 23. O Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS deverá adotar todas as medidas necessárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei. (Regulamento)

Parágrafo único. A ANEEL deverá regular e fiscalizar o processo de adequação do ONS à regulamentação prevista no art. 14 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, com a redação dada por esta Lei, incluindo o critério de não-coincidência de mandatos de diretores, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, contados da publicação da regulamentação desta Lei, nos termos do art. 27 desta Lei.

Art. 24. As concessionárias e permissionárias de distribuição de energia elétrica poderão, conforme disciplina a ser estabelecida pela ANEEL, condicionar a continuidade do fornecimento aos usuários inadimplentes de mais de uma fatura mensal em um período de 12 (doze) meses:

I – ao oferecimento de depósito-caução, limitado ao valor inadimplido, não se aplicando o disposto neste inciso ao consumidor integrante da Classe Residencial; ou

II – à comprovação de vínculo entre o titular da unidade consumidora e o imóvel onde ela se encontra, não se aplicando o disposto neste inciso ao consumidor integrante da Subclasse Residencial Baixa Renda.

§ 1o Em se tratando de inadimplência de usuário apto à livre aquisição de energia, poderá a concessionária ou permissionária do serviço público de distribuição de energia elétrica exigir que o usuário inadimplente, para utilizar-se do serviço de distribuição, apresente contrato de compra de energia junto a outro agente comercializador.

§ 2o Não se aplica o disposto nos incisos I e II deste artigo aos consumidores que prestam serviços públicos essenciais.

Art. 25. Os contratos de fornecimento de energia elétrica de concessionárias geradoras de serviço público, inclusive as sob controle federal, com consumidores finais, vigentes em 26 de

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agosto de 2002, poderão ser aditados para vigorarem até 31 de dezembro de 2010, observado o disposto no art. 3o da Lei no 10.604, de 17 de dezembro de 2002.

Parágrafo único. Os valores atribuídos a título de Recomposição Tarifária Extraordinária - RTE, assim como os encargos previstos no art. 1o da Lei no 10.438, de 26 de abril de 2002, deverão ser faturados pelas concessionárias de geração em rubricas apartadas com seus valores individualizados e identificados na fatura de energia elétrica do consumidor, até suas respectivas extinções.

Art. 26. As concessionárias ou autorizadas de geração sob controle federal ou estadual poderão, mediante oferta pública, celebrar contratos de compra e venda de energia elétrica pelo prazo de 10 (dez) anos, prorrogáveis 1 (uma) única vez, por igual período, para atendimento à expansão da demanda de consumidores existentes e o atendimento a novos consumidores, ambos com carga individual igual ou superior a 50.000 kW (cinqüenta mil quilowatts).

Parágrafo único. A contratação ou opção de contratação a que se refere o caput deste artigo deverá ocorrer no prazo máximo de 18 (dezoito) meses, a contar da data de publicação desta Lei.

Art. 27. Cabe ao Poder Executivo regulamentar o disposto nesta Lei.

Art. 28. A regulamentação estabelecerá critérios e instrumentos que assegurem tratamento isonômico quanto aos encargos setoriais entre os consumidores sujeitos ao fornecimento exclusivo por concessionárias e permissionárias de distribuição de energia elétrica e demais usuários, observada a legislação em vigor.

Art. 29. Concluído o processo de transição de que trata o § 1o do art. 5o desta Lei, ficará revogada a Lei no 10.433, de 24 de abril de 2002.

Art. 30. Após o início efetivo das operações da CCEE, com a realização de licitações para a compra regulada de energia elétrica, fica revogado o art. 2o da Lei no 10.604, de 17 de dezembro de 2002.

Parágrafo único. Fica revogado o inciso I do § 1o do art. 2o da Lei no 10.604, de 17 de dezembro de 2002.

Art. 31. Fica revogado o art. 5o da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, assegurados os direitos constituídos durante sua vigência, em especial as atividades autorizadas em seus incisos II e IV.

§ 1o Ficam excluídas do Programa Nacional de Desestatização - PND a empresa Centrais Elétricas Brasileiras S/A - ELETROBRÁS e suas controladas: Furnas Centrais Elétricas S/A, Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - CHESF, Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A - ELETRONORTE e Empresa Transmissora de Energia Elétrica do Sul do Brasil S/A - ELETROSUL e a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica – CGTEE.

§ 2o Fica a Empresa Transmissora de Energia Elétrica do Sul do Brasil S/A – ELETROSUL autorizada a prestar os serviços públicos de geração e de transmissão de energia elétrica, mediante concessão ou autorização, na forma da lei, podendo adaptar seus estatutos e sua razão social a essas atividades.

Art. 32. Ficam revogados o § 2o do art. 2o da Lei no 8.970, de 28 de dezembro de 1994, o parágrafo único do art. 2o, o inciso III do art. 3o e o art. 27 da Lei no 9.427, de 26 de dezembro de 1996.

Art. 33. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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Brasília, 15 de março de 2004; 183o da Independência e 116o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Dilma Vana Rousseff

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 16.3.2004

LEI No 10.202, DE 20 DE FEVEREIRO DE 2001.

Altera o art. 10 da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, que dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo, e acresce dispositivos ao art. 10 da Lei no 9.847, de 26 de outubro de 1999, que dispõe sobre a fiscalização das atividades relativas ao abastecimento nacional de combustíveis e estabelece sanções administrativas.

OPRESIDENTEDAREPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O art. 10 da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 10. Quando, no exercício de suas atribuições, a ANP tomar conhecimento de fato que possa configurar indício de infração da ordem econômica, deverá comunicá-lo imediatamente ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade e à Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça, para que estes adotem as providências cabíveis, no âmbito da legislação pertinente.

Parágrafo único. Independentemente da comunicação prevista no caput deste artigo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade notificará a ANP do teor da decisão que aplicar sanção por infração da ordem econômica cometida por empresas ou pessoas físicas no exercício de atividades relacionadas com o abastecimento nacional de combustíveis, no prazo máximo de vinte e quatro horas após a publicação do respectivo acórdão, para que esta adote as providências legais de sua alçada." (NR)

Art. 2o O art. 10 da Lei no 9.847, de 26 de outubro de 1999, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso V e § 2o, renumerando-se o atual parágrafo único para § 1o:

"Art. 10........................................

....................................................

V – praticar, no exercício de atividade relacionada ao abastecimento nacional de combustíveis, infração da ordem econômica, reconhecida pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade ou por decisão judicial.

................................

Page 143: TJAM_-_Direito_Administrativo

§ 2o Na hipótese do inciso V deste artigo, a revogação da autorização dar-se-á automaticamente na data de recebimento da notificação expedida pela autoridade competente." (NR)

Art. 3o Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória no 2.127-6, de 26 de janeiro de 2001.

Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 20 de fevereiro de 2001; 180o da Independência e 113o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO José Gregori Rodolpho Tourinho Neto

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 21.2.2001

LEI Nº 9.457, DE 5 DE MAIO DE 1997.

Altera dispositivos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que dispõe sobre as sociedades por ações e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários.

O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Os dispositivos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, abaixo enumerados, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art.16.........................................................................

I - conversibilidade em ações preferenciais;

II - exigência de nacionalidade brasileira do acionista; ou

III - direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos de órgãos administrativos.

...................................................................................."

"Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais:

I - consistem, salvo no caso de ações com direito a dividendos fixos ou mínimos, cumulativos ou não, no direito a dividendos no mínimo dez por cento maiores do que os atribuídos às ações ordinárias;

II - sem prejuízo do disposto no inciso anterior e no que for com ele compatível, podem consistir:

a) em prioridade na distribuição de dividendos;

Page 144: TJAM_-_Direito_Administrativo

b) em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele;

c) na acumulação das vantagens acima enumeradas.

......................................................................................."

"Art. 24. ...........................................................................

IX - o nome do acionista;

X - o débito do acionista e a época e o lugar de seu pagamento, se a ação não estiver integralizada;

XI - a data da emissão do certificado e as assinaturas de dois diretores, ou do agente emissor de certificados (art. 27).

......................................................................................."

"Art. 39. O penhor ou caução de ações se constitui pela averbação do respectivo instrumento no livro de Registro de Ações Nominativas.

......................................................................................"

"Art.40..............................................................................

II - se escritural, nos livros da instituição financeira, que os anotará no extrato da conta de depósito fornecida ao acionista.

........................................................................................."

"Art.42. ..............................................................................

§ 1º Sempre que houver distribuição de dividendos ou bonificação de ações e, em qualquer caso, ao menos uma vez por ano, a instituição financeira fornecerá à companhia a lista dos depositantes de ações recebidas nos termos deste artigo, assim como a quantidade de ações de cada um.

......................................................................................."

"Art. 43. A instituição financeira autorizada a funcionar como agente emissor de certificados (art. 27) pode emitir título representativo das ações que receber em depósito, do qual constarão:

........................................................................................

§ 3º Os certificados de depósito de ações serão nominativos, podendo ser mantidos sob o sistema escritural.

........................................................................................."

"Art.45................................................................................

§ 1º O estatuto pode estabelecer normas para a determinação do valor de reembolso, que, entretanto, somente poderá ser inferior ao valor de patrimônio líquido constante do último balanço aprovado pela assembléia-geral, observado o disposto no § 2º, se estipulado com base no valor econômico da companhia, a ser apurado em avaliação (§§ 3º e 4º).

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§ 2º...................................................................................

§ 3º Se o estatuto determinar a avaliação da ação para efeito de reembolso, o valor será o determinado por três peritos ou empresa especializada, mediante laudo que satisfaça os requisitos do § 1º do art. 8º e com a responsabilidade prevista no § 6º do mesmo artigo.

§ 4º Os peritos ou empresa especializada serão indicados em lista sêxtupla ou tríplice, respectivamente, pelo Conselho de Administração ou, se não houver, pela diretoria, e escolhidos pela Assembléia-geral em deliberação tomada por maioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco, cabendo a cada ação, independentemente de sua espécie ou classe, o direito a um voto.

§ 5º O valor de reembolso poderá ser pago à conta de lucros ou reservas, exceto a legal, e nesse caso as ações reembolsadas ficarão em tesouraria.

§ 6º Se, no prazo de cento e vinte dias, a contar da publicação da ata da assembléia, não forem substituídos os acionistas cujas ações tenham sido reembolsadas à conta do capital social, este considerar-se-á reduzido no montante correspondente, cumprindo aos órgãos da administração convocar a assembléia-geral, dentro de cinco dias, para tomar conhecimento daquela redução.

§ 7º Se sobrevier a falência da sociedade, os acionistas dissidentes, credores pelo reembolso de suas ações, serão classificados como quirografários em quadro separado, e os rateios que lhes couberem serão imputados no pagamento dos créditos constituídos anteriormente à data da publicação da ata da assembléia. As quantias assim atribuídas aos créditos mais antigos não se deduzirão dos créditos dos ex-acionistas, que subsistirão integralmente para serem satisfeitos pelos bens da massa, depois de pagos os primeiros.

§ 8º Se, quando ocorrer a falência, já se houver efetuado, à conta do capital social, o reembolso dos ex-acionistas, estes não tiverem sido substituídos, e a massa não bastar para o pagamento dos créditos mais antigos, caberá ação revocatória para restituição do reembolso pago com redução do capital social, até a concorrência do que remanescer dessa parte do passivo. A restituição será havida, na mesma proporção, de todos os acionistas cujas ações tenham sido reembolsadas."

"Art. 49......................................................................

VII - o nome do beneficiário;

VIII - a data da emissão do certificado e as assinaturas de dois diretores."

"Art. 50. As partes beneficiárias serão nominativas e a elas se aplica, no que couber, o disposto nas seções V a VII do Capítulo III.

§ 1º As partes beneficiárias serão registradas em livros próprios, mantidos pela companhia.

......................................................................................"

"Art. 63. As debêntures serão nominativas, aplicando-se, no que couber, o disposto nas seções V a VII do Capítulo III.

Parágrafo único. As debêntures podem ser objeto de depósito com emissão de certificado, nos termos do art. 43."

"Art. 64..........................................................................

X - o nome do debenturista;

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XI - o nome do agente fiduciário dos debenturistas, se houver;

XII - a data da emissão do certificado e a assinatura de dois diretores da companhia;

XIII - a autenticação do agente fiduciário, se for o caso."

"Seção VIII

Cédula de debêntures

Art. 72. As instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central do Brasil a efetuar esse tipo de operação poderão emitir cédulas lastreadas em debêntures, com garantia própria, que conferirão a seus titulares direito de crédito contra o emitente, pelo valor nominal e os juros nela estipulados.

§ 1º A cédula será nominativa, escritural ou não.

§ 2º..................................................................................

c) a denominação Cédula de Debêntures;

.........................................................................................

g) a identificação das debêntures-lastro, do seu valor e da garantia constituída;

..........................................................................................

j) o nome do titular."

"Art. 78. Os bônus de subscrição terão a forma nominativa.

..........................................................................................."

"Art. 79. ..........................................................................

VI - o nome do titular;

VII - a data da emissão do certificado e as assinaturas de dois diretores."

"Art. 100. ...........................................................................

I - o livro de Registro de Ações Nominativas, para inscrição, anotação ou averbação:

..........................................................................................

c) das conversões de ações, de uma em outra espécie ou classe;

.........................................................................................

IV - o livro de Atas das Assembléias Gerais;

V - o livro de Presença dos Acionistas;

VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de Administração, se houver, e de Atas das Reuniões de Diretoria;

Page 147: TJAM_-_Direito_Administrativo

VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.

§ 1º A qualquer pessoa, desde que se destinem a defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal ou dos acionistas ou do mercado de valores mobiliários, serão dadas certidões dos assentamentos constantes dos livros mencionados nos incisos I a III, e por elas a companhia poderá cobrar o custo do serviço, cabendo, do indeferimento do pedido por parte da companhia, recurso à Comissão de Valores Mobiliários.

§ 2º Nas companhias abertas, os livros referidos nos incisos I a III do caput deste artigo poderão ser substituídos, observadas as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, por registros mecanizados ou eletrônicos."

"Art. 101. O agente emissor de certificados (art. 27) poderá substituir os livros referidos nos incisos I a III do art. 100 pela sua escrituração e manter, mediante sistemas adequados, aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários, os registros de propriedade das ações, partes beneficiárias, debêntures e bônus de subscrição, devendo uma vez por ano preparar lista dos seus titulares, com o número dos títulos de cada um, a qual será encadernada, autenticada no registro do comércio e arquivada na companhia.

.........................................................................................."

"Art. 104. A companhia é responsável pelos prejuízos que causar aos interessados por vícios ou irregularidades verificadas nos livros de que tratam os incisos I a III do art. 100.

..........................................................................................."

"Art. 117..............................................................................

§ 1º ...................................................................................

h) subscrever ações, para os fins do disposto no art. 170, com a realização em bens estranhos ao objeto social da companhia."

..........................................................................................

"Art. 123. ............................................................................

Parágrafo único. ..................................................................

c) por acionistas que representem cinco por cento, no mínimo, do capital social, quando os administradores não atenderem, no prazo de oito dias, a pedido de convocação que apresentarem, devidamente fundamentado, com indicação das matérias a serem tratadas;

d) por acionistas que representem cinco por cento, no mínimo, do capital votante, ou cinco por cento, no mínimo, dos acionistas sem direito a voto, quando os administradores não atenderem, no prazo de oito dias, a pedido de convocação de assembléia para instalação do conselho fiscal."

"Art. 126. ..........................................................................

II - os titulares de ações escriturais ou em custódia nos termos do art. 41, além do documento de identidade, exibirão, ou depositarão na companhia, se o estatuto o exigir, comprovante expedido pela instituição financeira depositária.

.........................................................................................

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§ 2º ..................................................................................

c) ser dirigido a todos os titulares de ações cujos endereços constem da companhia.

§ 3º É facultado a qualquer acionista, detentor de ações, com ou sem voto, que represente meio por cento, no mínimo, do capital social, solicitar relação de endereços dos acionistas, para os fins previstos no § 1º, obedecidos sempre os requisitos do parágrafo anterior.

........................................................................................."

"Art. 136. É necessária a aprovação de acionistas que representem metade, no mínimo, das ações com direito a voto, se maior quorum não for exigido pelo estatuto da companhia cujas ações não estejam admitidas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão, para deliberação sobre:

I - criação de ações preferenciais ou aumento de classes existentes, sem guardar proporção com as demais espécies e classes, salvo se já previstos ou autorizados pelo estatuto;

II - alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate ou amortização de uma ou mais classes de ações preferenciais, ou criação de nova classe mais favorecida;

III - redução do dividendo obrigatório;

IV - fusão da companhia, ou sua incorporação em outra;

V - participação em grupo de sociedades (art. 265);

VI - mudança do objeto da companhia;

VII - cessação do estado de liquidação da companhia;

VIII - criação de partes beneficiárias;

IX - cisão da companhia;

X - dissolução da companhia.

§ 1º Nos casos dos incisos I e II, a eficácia da deliberação depende de prévia aprovação ou da ratificação, em prazo improrrogável de um ano, por titulares de mais da metade de cada classe de ações preferenciais prejudicadas, reunidos em assembléia especial convocada pelos administradores e instalada com as formalidades desta Lei.

.......................................................................................

§ 4º Deverá constar da ata da assembléia-geral que deliberar sobre as matérias dos incisos I e II, se não houver prévia aprovação, que a deliberação só terá eficácia após a sua ratificação pela assembléia especial prevista no § 1º."

"Art. 137. A aprovação das matérias previstas nos incisos I a VI do art. 136 dá ao acionista dissidente direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor das suas ações (art. 45), observadas as seguintes normas:

I - nos casos dos incisos I e II do art. 136, somente terá direito de retirada o titular de ações de espécie ou classe prejudicadas;

II - nos casos dos incisos IV e V, somente terá direito de retirada o titular de ações:

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a) que não integrem índices gerais representativos de carteira de ações admitidos à negociação em bolsas de futuros; e

b) de companhias abertas das quais se encontram em circulação no mercado menos da metade do total das ações por ela emitidas, entendendo-se por ações em circulação no mercado todas as ações da companhia menos as de propriedade do acionista controlador;

III - o reembolso da ação deve ser reclamado à companhia no prazo de trinta dias contados da publicação da ata da assembléia-geral;

IV - o prazo para o dissidente de deliberação de assembléia especial (art. 136, § 1º) será contado da publicação da respectiva ata;

V - o pagamento do reembolso somente poderá ser exigido após a observância do disposto no § 3º e, se for o caso, da ratificação da deliberação pela assembléia-geral.

§ 1º O acionista dissidente de deliberação da assembléia, inclusive o titular de ações preferenciais sem direito de voto, poderá exercer o direito de reembolso das ações de que, comprovadamente, era titular na data da primeira publicação do edital de convocação da assembléia, ou na data da comunicação do fato relevante objeto da deliberação, se anterior.

§ 2º O direito de reembolso poderá ser exercido no prazo previsto no inciso III do caput deste artigo, ainda que o titular das ações tenha-se abstido de votar contra a deliberação ou não tenha comparecido à reunião.

§ 3º Nos dez dias subseqüentes ao término do prazo de que trata o inciso III do caput deste artigo, contado da publicação da ata da assembléia-geral ou da assembléia especial que ratificar a deliberação, é facultado aos órgãos da administração convocar a assembléia-geral para reconsiderar ou ratificar a deliberação, se entenderem que o pagamento do preço do reembolso das ações aos acionistas dissidentes que exerceram o direito de retirada porá em risco a estabilidade financeira da empresa.

§ 4º Decairá do direito de retirada o acionista que não o exercer no prazo fixado."

"Art. 152. A assembléia-geral fixará o montante global ou individual da remuneração dos administradores, inclusive benefícios de qualquer natureza e verbas de representação, tendo em conta suas responsabilidades, o tempo dedicado às suas funções, sua competência e reputação profissional e o valor dos seus serviços no mercado.

........................................................................................"

"Art. 162. ...........................................................................

§ 3º A remuneração dos membros do conselho fiscal, além do reembolso, obrigatório, das despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho da função, será fixada pela assembléia-geral que os eleger, e não poderá ser inferior, para cada membro em exercício, a dez por cento da que, em média, for atribuída a cada diretor, não computados benefícios, verbas de representação e participação nos lucros."

"Art. 163. ...........................................................................

§ 4º Se a companhia tiver auditores independentes, o conselho fiscal, a pedido de qualquer de seus membros, poderá solicitar-lhes esclarecimentos ou informações, e a apuração de fatos específicos.

...........................................................................................

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§ 8º O conselho fiscal poderá, para apurar fato cujo esclarecimento seja necessário ao desempenho de suas funções, formular, com justificativa, questões a serem respondidas por perito e solicitar à diretoria que indique, para esse fim, no prazo máximo de trinta dias, três peritos, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas, de notório conhecimento na área em questão, entre os quais o conselho fiscal escolherá um, cujos honorários serão pagos pela companhia."

"Art. 170. ..........................................................................

§ 1º O preço de emissão deverá ser fixado, sem diluição injustificada da participação dos antigos acionistas, ainda que tenham direito de preferência para subscrevê-las, tendo em vista, alternativa ou conjuntamente:

I - a perspectiva de rentabilidade da companhia;

II - o valor do patrimônio líquido da ação;

III - a cotação de suas ações em Bolsa de Valores ou no mercado de balcão organizado, admitido ágio ou deságio em função das condições do mercado.

..........................................................................................

§ 7º A proposta de aumento do capital deverá esclarecer qual o critério adotado, nos termos do § 1º deste artigo, justificando pormenorizadamente os aspectos econômicos que determinaram a sua escolha."

"Art. 176. ............................................................................

§ 6º A companhia fechada, com patrimônio líquido, na data do balanço, não superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração das origens e aplicações de recursos."

"Art. 206. ............................................................................

I - .......................................................................................

c) por deliberação da assembléia-geral (art. 136, X);

..........................................................................................

Art. 223. ............................................................................

§ 3º Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem companhia aberta, as sociedades que a sucederem serão também abertas, devendo obter o respectivo registro e, se for o caso, promover a admissão de negociação das novas ações no mercado secundário, no prazo máximo de cento e vinte dias, contados da data da assembléia-geral que aprovou a operação, observando as normas pertinentes baixadas pela Comissão de Valores Mobiliários.

§ 4º O descumprimento do previsto no parágrafo anterior dará ao acionista direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor das suas ações (art. 45), nos trinta dias seguintes ao término do prazo nele referido, observado o disposto nos §§ 1º e 4º do art. 137."

"Art. 229. ........................................................................

§ 5º As ações integralizadas com parcelas de patrimônio da companhia cindida serão atribuídas a seus titulares, em substituição às extintas, na proporção das que possuíam; a

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atribuição em proporção diferente requer aprovação de todos os titulares, inclusive das ações sem direito a voto."

"Art. 230. Nos casos de incorporação ou fusão, o prazo para exercício do direito de retirada, previsto no art. 137, inciso II, será contado a partir da publicação da ata que aprovar o protocolo ou justificação, mas o pagamento do preço de reembolso somente será devido se a operação vier a efetivar-se."

"Art. 250. .........................................................................

§ 1º A participação dos acionistas não controladores no patrimônio líquido e no lucro do exercício será destacada, respectivamente, no balanço patrimonial e na demonstração do resultado do exercício.

..........................................................................................."

"Art. 252. ............................................................................

§ 1º A assembléia-geral da companhia incorporadora, se aprovar a operação, deverá autorizar o aumento do capital, a ser realizado com as ações a serem incorporadas e nomear os peritos que as avaliarão; os acionistas não terão direito de preferência para subscrever o aumento de capital, mas os dissidentes poderão retirar-se da companhia, observado o disposto no art. 137, II, mediante o reembolso do valor de suas ações, nos termos do art. 230.

§ 2º A assembléia-geral da companhia cujas ações houverem de ser incorporadas somente poderá aprovar a operação pelo voto de metade, no mínimo, das ações com direito a voto, e se a aprovar, autorizará a diretoria a subscrever o aumento do capital da incorporadora, por conta dos seus acionistas; os dissidentes da deliberação terão direito de retirar-se da companhia, observado o disposto no art. 137, II, mediante o reembolso do valor de suas ações, nos termos do art. 230.

......................................................................................"

"Art. 255. A alienação do controle de companhia aberta que dependa de autorização do governo para funcionar está sujeita à prévia autorização do órgão competente para aprovar a alteração do seu estatuto."

"Art. 256. .........................................................................

II - ...................................................................................

a) cotação média das ações em bolsa ou no mercado de balcão organizado, durante os noventa dias anteriores à data da contratação;

..........................................................................................

§ 1º A proposta ou o contrato de compra, acompanhado de laudo de avaliação, observado o disposto no art. 8º, §§ 1º e 6º, será submetido à prévia autorização da assembléia-geral, ou à sua ratificação, sob pena de responsabilidade dos administradores, instruído com todos os elementos necessários à deliberação.

§ 2º Se o preço da aquisição ultrapassar uma vez e meia o maior dos três valores de que trata o inciso II do caput, o acionista dissidente da deliberação da assembléia que a aprovar terá o direito de retirar-se da companhia mediante reembolso do valor de suas ações, nos termos do art. 137, observado o disposto em seu inciso II."

Page 152: TJAM_-_Direito_Administrativo

"Art. 264. Na incorporação, pela controladora, de companhia controlada, a justificação, apresentada à assembléia-geral da controlada, deverá conter, além das informações previstas nos arts. 224 e 225, o cálculo das relações de substituição das ações dos acionistas não controladores da controlada com base no valor do patrimônio líquido das ações da controladora e da controlada, avaliados os dois patrimônios segundo os mesmos critérios e na mesma data, a preços de mercado.

........................................................................................

§ 3º Se as relações de substituição das ações dos acionistas não controladores, previstas no protocolo da incorporação, forem menos vantajosas que as resultantes da comparação prevista neste artigo, os acionistas dissidentes da deliberação da assembléia-geral da controlada que aprovar a operação, observado o disposto nos arts. 137, II, e 230, poderão optar entre o valor de reembolso fixado nos termos do art. 45 e o valor do patrimônio líquido a preços de mercado.

......................................................................................."

"Art. 270. A convenção de grupo deve ser aprovada com observância das normas para alteração do contrato social ou do estatuto (art. 136, V).

......................................................................................"

"Art. 283. A assembléia-geral não pode, sem o consentimento dos diretores ou gerentes, mudar o objeto essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo de duração, aumentar ou diminuir o capital social, emitir debêntures ou criar partes beneficiárias nem aprovar a participação em grupo de sociedade."

"Art. 289. As publicações ordenadas pela presente Lei serão feitas no órgão oficial da União ou do Estado ou do Distrito Federal, conforme o lugar em que esteja situada a sede da companhia, e em outro jornal de grande circulação editado na localidade em que está situada a sede da companhia.

§ 1º A Comissão de Valores Mobiliários poderá determinar que as publicações ordenadas por esta Lei sejam feitas, também, em jornal de grande circulação nas localidades em que os valores mobiliários da companhia sejam negociados em bolsa ou em mercado de balcão, ou disseminadas por algum outro meio que assegure sua ampla divulgação e imediato acesso às informações.

........................................................................................

§ 6º As publicações do balanço e da demonstração de lucros e perdas poderão ser feitas adotando-se como expressão monetária o milhar de reais."

"Art. 294. A companhia fechada que tiver menos de vinte acionistas poderá:

......................................................................................"

Art. 2º Os arts. 9º, 11, 15, 17, 21 e 22 da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 9º. ..........................................................................

V - apurar, mediante inquérito administrativo, atos ilegais e práticas não eqüitativas de administradores, membros do conselho fiscal e acionistas de companhias abertas, dos intermediários e dos demais participantes do mercado;

........................................................................................."

Page 153: TJAM_-_Direito_Administrativo

"Art. 11. .............................................................................

III - suspensão do exercício do cargo de administrador ou de conselheiro fiscal de companhia aberta, de entidade do sistema de distribuição ou de outras entidades que dependam de autorização ou registro na Comissão de Valores Mobiliários;

IV - inabilitação temporária, até o máximo de vinte anos, para o exercício dos cargos referidos no inciso anterior;

..........................................................................................

VI - cassação de autorização ou registro, para o exercício das atividades de que trata esta Lei;

VII - proibição temporária, até o máximo de vinte anos, de praticar determinadas atividades ou operações, para os integrantes do sistema de distribuição ou de outras entidades que dependam de autorização ou registro na Comissão de Valores Mobiliários;

VIII - proibição temporária, até o máximo de dez anos, de atuar, direta ou indiretamente, em uma ou mais modalidades de operação no mercado de valores mobiliários.

§ 1º ...............................................................................

I - R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais);

II - cinqüenta por cento do valor da emissão ou operação irregular; ou

III - três vezes o montante da vantagem econômica obtida ou da perda evitada em decorrência do ilícito.

§ 2º Nos casos de reincidência serão aplicadas, alternativamente, multa nos termos do parágrafo anterior, até o triplo dos valores fixados, ou penalidade prevista nos incisos III a VIII do caput deste artigo.

§ 3º Ressalvado o disposto no parágrafo anterior, as penalidades previstas nos incisos III a VIII do caput deste artigo somente serão aplicadas nos casos de infração grave, assim definidas em normas da Comissão de Valores Mobiliários.

§ 4º As penalidades somente serão impostas com observância do procedimento previsto no § 2º do art. 9º desta Lei, cabendo recurso para o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.

§ 5º A Comissão de Valores Mobiliários poderá suspender, em qualquer fase, o procedimento administrativo, se o indiciado ou acusado assinar termo de compromisso, obrigando-se a:

I - cessar a prática de atividades ou atos considerados ilícitos pela Comissão de Valores Mobiliários; e

II - corrigir as irregularidades apontadas, inclusive indenizando os prejuízos.

§ 6º O compromisso a que se refere o parágrafo anterior não importará confissão quanto à matéria de fato, nem reconhecimento de ilicitude da conduta analisada.

§ 7º O termo de compromisso deverá ser publicado no Diário Oficial da União, discriminando o prazo para cumprimento das obrigações eventualmente assumidas, e o seu inadimplemento caracterizará crime de desobediência, previsto no art. 330 do Código Penal.

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§ 8º Não cumpridas as obrigações no prazo, a Comissão de Valores Mobiliários dará continuidade ao procedimento administrativo anteriormente suspenso, para a aplicação das penalidades cabíveis.

§ 9º Serão considerados, na aplicação de penalidades previstas na lei, o arrependimento eficaz e o arrependimento posterior ou a circunstância de qualquer pessoa, espontaneamente, confessar ilícito ou prestar informações relativas à sua materialidade.

§ 10. A Comissão de Valores Mobiliários regulamentará a aplicação do disposto nos §§ 5º a 9º deste artigo aos procedimentos conduzidos pelas Bolsas de Valores e entidades do mercado de balcão organizado.

§ 11. A multa cominada pela inexecução de ordem da Comissão de Valores Mobiliários, nos termos do inciso II do caput do art. 9º e do inciso IV de seu § 1º, não excederá a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por dia de atraso no seu cumprimento e sua aplicação independe do inquérito administrativo previsto no inciso V do caput do mesmo artigo.

§ 12. Da decisão que aplicar a multa prevista no parágrafo anterior caberá recurso voluntário, no prazo de dez dias, ao Colegiado da Comissão de Valores Mobiliários, sem efeito suspensivo."

"Art. 15. .........................................................................

V - entidades de mercado de balcão organizado."

"Art. 17. As Bolsas de Valores e as entidades de mercado de balcão organizado terão autonomia administrativa, financeira e patrimonial, operando sob a supervisão da Comissão de Valores Mobiliários.

Parágrafo único. Às Bolsas de Valores e às entidades de mercado de balcão organizado incumbe, como órgãos auxiliares da Comissão de Valores Mobiliários, fiscalizar os respectivos membros e as operações nelas realizadas."

"Art. 21. ...........................................................................

II - o registro para negociação no mercado de balcão, organizado ou não.

.....................................................................................

§ 2º O registro do art. 19 importa registro para o mercado de balcão, mas não para a bolsa ou entidade de mercado de balcão organizado.

§ 3º São atividades do mercado de balcão não organizado as realizadas com a participação das empresas ou profissionais indicados no art. 15, incisos I, II e III, ou nos seus estabelecimentos, excluídas as operações efetuadas em bolsas ou em sistemas administrados por entidades de balcão organizado.

§ 4º Cada Bolsa de Valores ou entidade de mercado de balcão organizado poderá estabelecer requisitos próprios para que os valores sejam admitidos à negociação no seu recinto ou sistema, mediante prévia aprovação da Comissão de Valores Mobiliários.

§ 5º O mercado de balcão organizado será administrado por entidades cujo funcionamento dependerá de autorização da Comissão de Valores Mobiliários, que expedirá normas gerais sobre:

I - condições de constituição e extinção, forma jurídica, órgãos de administração e seu preenchimento;

Page 155: TJAM_-_Direito_Administrativo

II - exercício do poder disciplinar pelas entidades, sobre os seus participantes ou membros, imposição de penas e casos de exclusão;

III - requisitos ou condições de admissão quanto à idoneidade, capacidade financeira e habilitação técnica dos administradores e representantes das sociedades participantes ou membros;

IV - administração das entidades, emolumentos, comissões e quaisquer outros custos cobrados pelas entidades ou seus participantes ou membros, quando for o caso.

§ 6º ................................................................................

III - casos em que os valores mobiliários poderão ser negociados simultaneamente nos mercados de bolsa e de balcão, organizado ou não."

"Art. 22. .........................................................................

Parágrafo único. ............................................................

VII - a realização, pelas companhias abertas com ações admitidas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão organizado, de reuniões anuais com seus acionistas e agentes do mercado de valores mobiliários, no local de maior negociação dos títulos da companhia no ano anterior, para a divulgação de informações quanto à respectiva situação econômico-financeira, projeções de resultados e resposta aos esclarecimentos que lhes forem solicitados;

VIII - as demais matérias previstas em lei."

Art. 3º Fica incluído na Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, o seguinte art. 33, renumerando-se os demais:

"Art. 33. Prescrevem em oito anos as infrações das normas legais cujo cumprimento incumba à Comissão de Valores Mobiliários fiscalizar, ocorridas no mercado de valores mobiliários, no âmbito de sua competência, contado esse prazo da prática do ilícito ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

§ 1º Aplica-se a prescrição a todo inquérito paralisado por mais de quatro anos, pendente de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício ou a requerimento da parte interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades pela paralisação, se for o caso.

§ 2º A prescrição interrompe-se:

I - pela notificação do indiciado;

II - por qualquer ato inequívoco que importe apuração da irregularidade;

III - pela decisão condenatória recorrível, de qualquer órgão julgador da Comissão de Valores Mobiliários;

IV - pela assinatura do termo de compromisso, como previsto no § 5º do art. 11 desta Lei.

§ 3º Não correrá a prescrição quando o indiciado ou acusado encontrar-se em lugar incerto ou não sabido.

§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o processo correrá contra os demais acusados, desmembrando-se o mesmo em relação ao acusado revel."

Page 156: TJAM_-_Direito_Administrativo

Art. 4º Para os inquéritos administrativos pendentes ou fatos já ocorridos, os prazos de prescrição previstos no art. 33 da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, começarão a fluir a partir da data de vigência desta Lei.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor trinta dias após a sua publicação, aplicando-se, todavia, imediatamente, a partir desta data, às companhias que vierem a se constituir.

Art. 6º Revogam-se a Lei nº 7.958, de 20 de dezembro de 1989, o art. 254 e os §§ 1º e 2º do art. 255 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e as demais disposições em contrário.

Brasília, 5 de maio de 1997; 176º da Independência e 109º da República.

MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA MACIEL Pedro Malan

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 6.5.1997

LEI Nº 7.990, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1989.

Institui, para os Estados, Distrito Federal e Municípios, compensação financeira pelo resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica, de recursos minerais em seus respectivos territórios, plataformas continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, e dá outras providências. (Art. 21, XIX da CF)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O aproveitamento de recursos hídricos, para fins de geração de energia elétrica e dos recursos minerais, por quaisquer dos regimes previstos em lei, ensejará compensação financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios, a ser calculada, distribuída e aplicada na forma estabelecida nesta Lei.

Art. 2º A compensação pela utilização de recursos hídricos, para fins de geração de energia elétrica, será de 6% (seis por cento) sobre o valor da energia produzida, a ser paga pelos concessionários de serviço de energia elétrica aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, em cujos territórios se localizarem instalações destinadas à produção de energia elétrica, ou que tenham áreas invadidas por águas dos respectivos reservatórios. (Revogado pela Lei nº 9.648, de 1998) § 1º (Vetado).(Revogado pela Lei nº 9.648, de 1998) I - (Vetado).(Revogado pela Lei nº 9.648, de 1998) II - (Vetado).(Revogado pela Lei nº 9.648, de 1998) § 2º (Vetado).(Revogado pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 3º O valor da compensação financeira corresponderá a um fator percentual do valor da energia constante da fatura, excluídos os tributos e empréstimos compulsórios.

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§ 1º A energia de hidrelétrica, de uso privativo de produtor, quando aproveitada para uso externo de serviço público, também será gravada com a aplicação de um fator de 6% (seis por cento) do valor da energia elétrica correspondente ao faturamento calculado nas mesmas condições e preços do concessionário do serviço público local.

§ 2º Compete ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE, fixar, mensalmente, com base nas tarifas de suprimento vigentes, uma tarifa atualizada de referência, para efeito de aplicação das compensações financeiras, de maneira uniforme e equalizada, sobre toda a hidreletricidade produzida no País.

Art. 4º É isenta do pagamento de compensação financeira a energia elétrica:

I - produzida pelas instalações geradoras com capacidade nominal igual ou inferior a 10.000 kW (dez mil quilowatts);

II - gerada e consumida para uso privativo de produtor (autoprodutor), no montante correspondente ao seu consumo próprio no processo de transformação industrial; quando suas instalações industriais estiverem em outro Estado da Federação, a compensação será devida ao Estado em que se localizarem as instalações de geração hidrelétrica;

III - gerada e consumida para uso privativo de produtor, quando a instalação consumidora se localizar no Município afetado.

Art. 5º Quando o aproveitamento do potencial hidráulico atingir mais de um Estado ou Município, a distribuição dos percentuais referidos nesta Lei será feita proporcionalmente, levando-se em consideração as áreas inundadas e outros parâmetros de interesse público regional ou local.

Parágrafo único. O Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE, elaborará, anualmente, os estudos necessários à operacionalização dos critérios estabelecidos no caput deste artigo.

Art. 6º A compensação financeira pela exploração de recursos minerais, para fins de aproveitamento econômico, será de até 3% (três por cento) sobre o valor do faturamento líquido resultante da venda do produto mineral, obtido após a última etapa do processo de beneficiamento adotado e antes de sua transformação industrial.

§ 1º (Vetado).

§ 2º (Vetado).

I - (Vetado).

II - (Vetado).

III - (Vetado).

§ 3º (Vetado).

I - (Vetado).

II - (Vetado).

III - (Vetado).

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Art. 7º O art. 27 e seus §§ 4º e 6º, da Lei nº 2.004, de 3 de outubro de 1953, alterada pelas Leis nºs 3.257, de 2 de setembro de 1957, 7.453, de 27 de dezembro de 1985, e 7.525, de 22 de julho de 1986, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 27. A sociedade e suas subsidiárias ficam obrigadas a pagar a compensação financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios, correspondente a 5% (cinco por cento) sobre o valor do óleo bruto, do xisto betuminoso e do gás extraído de seus respectivos territórios, onde se fixar a lavra do petróleo ou se localizarem instalações marítimas ou terrestres de embarque ou desembarque de óleo bruto ou de gás natural, operados pela Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRÁS, obedecidos os seguintes critérios:

I - 70% (setenta por cento) aos Estados produtores;

II - 20% (vinte por cento) aos Municípios produtores;

III - 10% (dez por cento) aos Municípios onde se localizarem instalações marítimas ou terrestres de embarque ou desembarque de óleo bruto e/ou gás natural.

...................................................................

§ 4º É também devida a compensação financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios confrontantes, quando o óleo, o xisto betuminoso e o gás forem extraídos da plataforma continental nos mesmos 5% (cinco por cento) fixados no caput deste artigo, sendo 1,5% (um e meio por cento) aos Estados e Distrito Federal e 0,5% (meio por cento) aos Municípios onde se localizarem instalações marítimas ou terrestres de embarque ou desembarque; 1,5% (um e meio por cento) aos Municípios produtores e suas respectivas áreas geoeconômicas; 1% (um por cento) ao Ministério da Marinha, para atender aos encargos de fiscalização e proteção das atividades econômicas das referidas áreas de 0,5% (meio por cento) para constituir um fundo especial a ser distribuído entre os Estados, Territórios e Municípios.

....................................................................

§ 6º Os Estados, Territórios e Municípios centrais, em cujos lagos, rios, ilhas fluviais e lacustres se fizer a exploração de petróleo, xisto betuminoso ou gás, farão jus à compensação financeira prevista no caput deste artigo."

Art. 8º O pagamento das compensações financeiras previstas nesta Lei, inclusive o da indenização pela exploração do petróleo, do xisto betuminoso e do gás natural será efetuado, mensalmente, diretamente aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e aos órgãos da Administração Direta da União, até o último dia útil do segundo mês subseqüente ao do fato gerador, devidamente corrigido pela variação do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou outro parâmetro de correção monetária que venha a substituí-lo, vedada a aplicação dos recursos em pagamento de dívida e no quadro permanente de pessoal. (Redação dada pela Lei nº 8.001, de 13.3.1990)

Parágrafo único. A compensação financeira não recolhida no prazo fixado no caput deste artigo será cobrada com os seguintes acréscimos: (Parágrafo incluído pela Lei no 9.993, de 24.7.2000)

I - juros de mora, contados do mês seguinte ao do vencimento, à razão de um por cento ao mês ou fração de mês; (Inciso incluído pela Lei n 9.993, de 24.7.2000)o

II – multa de dez por cento, aplicável sobre o montante final apurado. (Inciso incluído pela Lei n 9.993, de 24.7.2000)o

§ 1o Não se aplica a vedação constante do caput no pagamento de dívidas para com a União e suas entidades. (Parágrafo inclúido pela Lei nº 10.195, de 14.2.2001)

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§ 2o Os recursos originários das compensações financeiras a que se refere este artigo poderão ser utilizados também para capitalização de fundos de previdência. (Parágrafo inclúido pela Lei nº 10.195, de 14.2.2001)

Art. 9º Os Estado transferirão aos Municípios 25% (vinte e cinco por cento) da parcela da compensação financeira que lhes é atribuída pelos arts. 2º, § 1º, 6º, § 3º e 7º desta Lei, mediante observância dos mesmos critérios de distribuição de recursos, estabelecidos em decorrência do disposto no art. 158, inciso IV e respectivo parágrafo único da Constituição, e dos mesmos prazos fixados para a entrega desses recursos, contados a partir do recebimento da compensação.

Art. 10. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo máximo de 90 (noventa) dias da data de sua publicação.

Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 12. Revogam-se os §§ 1º e 2º do art. 27 da Lei nº 2.004, de 3 de outubro de 1953, na redação que lhes foi dada pela Lei nº 7.453, de 27 de dezembro de 1985, e as demais disposições em contrário.

Brasília, 28 de dezembro de 1989; da 168º Independência e 101º da República.

JOSÉ SARNEY

Republicada em 18.1.1990

LEI No 9.990, DE 21 DE JULHO DE 2000.

Mensagem de veto

Prorroga o período de transição previsto na Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, que dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo, e dá outras providências, e altera dispositivos da Lei no 9.718, de 27 de novembro de 1998, que altera a legislação tributária federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a prorrogação do período de transição previsto na Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, e altera dispositivos da Lei no 9.718, de 27 de novembro de 1998.

Art. 2o O art. 69 da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 69. Durante o período de transição, que se estenderá, no máximo, até o dia 31 de dezembro de 2001, os reajustes e revisões de preços dos derivados básicos de petróleo e gás natural, praticados pelas unidades produtoras ou de processamento, serão efetuados segundo diretrizes e parâmetros específicos estabelecidos, em ato conjunto, pelos Ministros de Estado da Fazenda e de Minas e Energia." (NR)

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Art. 3o Os arts. 4o, 5o e 6o da Lei no 9.718, de 27 de novembro de 1998, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 4o As contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/Pasep e para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins, devidas pelas refinarias de petróleo serão calculadas, respectivamente, com base nas seguintes alíquotas:" (NR)

"I – dois inteiros e sete décimos por cento e doze inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento, incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de gasolinas, exceto gasolina de aviação;" (AC)*

"II – dois inteiros e vinte e três centésimos por cento e dez inteiros e vinte e nove centésimos por cento, incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de óleo diesel;" (AC)

"III – dois inteiros e cinqüenta e seis centésimos por cento e onze inteiros e oitenta e quatro centésimos por cento incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de gás liqüefeito de petróleo – GLP;" (AC)

"IV – sessenta e cinco centésimos por cento e três por cento incidentes sobre a receita bruta decorrente das demais atividades." (AC)

"Parágrafo único. Revogado."

"Art. 5o As contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/Pasep e para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins devidas pelas distribuidoras de álcool para fins carburantes serão calculadas, respectivamente, com base nas seguintes alíquotas:" (NR)

"I – um inteiro e quarenta e seis centésimos por cento e seis inteiros e setenta e quatro centésimos por cento, incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de álcool para fins carburantes, exceto quando adicionado à gasolina;" (AC)

"II – sessenta e cinco centésimos por cento e três por cento incidentes sobre a receita bruta decorrente das demais atividades." (AC)

"Parágrafo único. Revogado."

"Art. 6o O disposto no art. 4o desta Lei aplica-se, também, aos demais produtores e importadores dos produtos ali referidos." (NR)

"Parágrafo único. Na hipótese de importação de álcool carburante, a incidência referida no art. 5o dar-se-á na forma de seu:" (NR)

"I – inciso I, quando realizada por distribuidora do produto;" (NR)

"II – inciso II, nos demais casos." (NR)

Art. 4o (VETADO)

Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 21 de julho de 2000; 179o da Independência e 112o da República.

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FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Edward Joaquim Amadeo Swaelen Rodolpho Tourinho Neto

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 24.7.2000

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DECRETO Nº 2.455, DE 14 DE JANEIRO DE 1998.

Implanta a Agência Nacional do Petróleo - ANP, autarquia sob regime especial, aprova sua Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e Funções de Confiança e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, e na Medida Provisória nº 1.549-38, de 31 de dezembro de 1997,

DECRETA:

Art. 1º Fica implantada a Agência Nacional do Petróleo - ANP, autarquia sob regime especial, com personalidade jurídica de direito público e autonomia patrimonial, administrativa e financeira, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, com prazo de duração indeterminado, como órgão regulador da indústria do petróleo, nos termos da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997.

Parágrafo único. A ANP tem sede e foro no Distrito Federal e escritórios centrais na cidade do Rio de Janeiro, podendo instalar unidades administrativas regionais.

Art.2º Ficam aprovados a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e Funções de Confiança da ANP, na forma dos Anexos I e II a este Decreto.

Art.3º Ficam remanejados para a ANP:

I - do Ministério de Minas e Energia, 102 Funções Comissionadas de Petróleo - FCP, sendo 19 FCP V; 36 FCP IV; oito FCP II e 39 FCP I;

II - do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, cinquenta cargos em comissão, sendo cinco de Natureza Especial e 45 do Grupo - Direção e Assessoramento Superior - DAS, assim distribuídos: dezessete DAS 101.5; onze DAS 102.5 e dezessete DAS 102.4.

Art. 4º Ficam remanejados nos termos do §1º, art. 77 da Lei nº 4.978 , de 1997, do Ministério de Minas e Energia para a Agência Nacional do Petróleo - ANP, os Cargos em Comissão do Grupo - Direção e Assessoramento Superiores -DAS e Funções Gratificadas - FG, alocados ao Departamento Nacional de Combustíveis - DNC, assim distribuídos: um DAS 101.5; quatro DAS 101.4; nove DAS 101.2; vinte DAS 101.1; dois DAS 102.1: cinco FG-1;seis FG-2 e nove FG-3.

Art. 5º O regimento interno da ANP será aprovado pelo Ministério de Estado de Minas e Energia e publicado no Diário Oficial da União, no prazo de até sessenta dias contados da data de publicação deste Decreto.

Art. 6º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 14 de janeiro de 1998; 177º da Independência e 110º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Raimundo Brito Luiz Carlos Bresser Pereira

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 15.1.1998

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ANEXO I

ESTRUTURA REGIMENTAL DA AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO

CAPÍTULO I

DA NATUREZA E FINALIDADE

Art. 1o A Agência Nacional do Petróleo - ANP, criada pela Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, é entidade integrante da Administração Pública Federal, submetida a regime autárquico especial, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, com prazo de duração indeterminado, com sede e foro no Distrito Federal e Escritórios Centrais na cidade do Rio de Janeiro, podendo instalar unidades administrativas regionais.

Art. 2o A ANP tem por finalidade promover a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, de acordo com o estabelecido na legislação, nas diretrizes emanadas do Conselho Nacional de Política Energética - CNPE e em conformidade com os interesses do País.

Art. 3o Na execução de suas atividades, a ANP observará os seguintes princípios:

I - satisfação da demanda atual da sociedade, sem comprometer o atendimento da demanda das futuras gerações;

II - prevenção de potenciais conflitos por meio de ações e canais de comunicação que estabeleçam adequado relacionamento com agentes econômicos do setor de petróleo, demais órgãos do governo e a sociedade;

III - regulação para uma apropriação justa dos benefícios auferidos pelos agentes econômicos do setor, pela sociedade e pelos consumidores e usuários de bens e serviços da indústria do petróleo;

IV - regulação pautada na livre concorrência, na objetividade, na praticidade, na transparência, na ausência de duplicidade, na consistência e no atendimento das necessidades dos consumidores e usuários;

V - criação de condições para a modicidade dos preços dos derivados de petróleo, dos demais combustíveis e do gás natural, sem prejuízo da oferta e da qualidade;

VI - fiscalização exercida no sentido da educação e orientação dos agentes econômicos do setor, bem como da prevenção e repressão de condutas violadoras da legislação pertinente, das disposições estabelecidas nos contratos e nas autorizações;

VII - criação de ambiente que incentive investimentos na indústria do petróleo e nos segmentos de distribuição e revenda de derivados de petróleo e álcool combustível;

VIII - comunicação efetiva com a sociedade.

CAPÍTULO II

DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Seção I

Das Competências

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Art. 4o À ANP compete:

I - implementar, em sua esfera de atribuições, a política nacional de petróleo e gás natural, contida na política energética nacional, nos termos do Capítulo I da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, com ênfase na garantia do suprimento de derivados de petróleo em todo o território nacional e na proteção dos consumidores e usuários quanto a preço, qualidade e oferta de produtos;

II - promover estudos visando à delimitação de blocos, para efeito de concessão das atividades de exploração, desenvolvimento e produção;

III - regular a execução de serviços de geologia e geofísica aplicados à prospecção petrolífera, visando ao levantamento de dados técnicos, destinados à comercialização em bases não exclusivas;

IV - elaborar editais e promover as licitações para a concessão de exploração, desenvolvimento e produção, celebrando os contratos delas decorrentes e fiscalizando a sua execução;

V - autorizar a prática das atividades de refinação, processamento, transporte, importação e exportação, na forma estabelecida na Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997 e sua regulamentação;

VI - estabelecer critérios para o cálculo de tarifas de transporte dutoviário e arbitrar seus valores, nos casos e formas previstos na Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997;

VII - fiscalizar diretamente, ou mediante convênios com órgãos dos Estados e do Distrito Federal, as atividades integrantes da indústria do petróleo, bem como aplicar sanções administrativas e pecuniárias previstas em lei, regulamento ou contrato;

VIII - instruir processo com vistas à declaração de utilidade pública, para fins de desapropriação e instituição de servidão administrativa, das áreas necessárias à exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, construção de refinarias, de dutos e de terminais;

IX - fazer cumprir as boas práticas de conservação e uso racional do petróleo, dos derivados e do gás natural e de preservação do meio ambiente;

X - estimular a pesquisa e a adoção de novas tecnologias na exploração, produção, transporte, refino e processamento;

XI - organizar e manter o acervo das informações e dados técnicos relativos às atividades da indústria do petróleo;

XII - consolidar anualmente as informações sobre as reservas nacionais de petróleo e gás natural, transmitidas pelas empresas, responsabilizando-se por sua divulgação;

XIII - fiscalizar o adequado funcionamento do Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e o cumprimento do Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis, de que trata o art. 4o da Lei no 8.176, de 8 de fevereiro de 1991;

XIV - articular-se com os outros órgãos reguladores do setor energético sobre matérias de interesse comum, inclusive para efeito de apoio técnico ao CNPE;

XV - regular e autorizar as atividades relacionadas com o abastecimento nacional de combustíveis, fiscalizando-as diretamente ou mediante convênios com outros órgãos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios;

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XVI - dar conhecimento ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE de fatos, no âmbito da indústria do petróleo, que configurem infração da ordem econômica;

XVII - executar as demais atribuições a ela conferidas pela Lei no 9.478, de 1997.

Parágrafo único. A ANP deverá realizar os ajustes e as modificações necessárias nos atuais regulamentos do Departamento Nacional de Combustíveis - DNC, em função de mudanças estabelecidas pela legislação superior.

Seção II

Da Estrutura Básica

Art. 5o A ANP terá a seguinte estrutura organizacional:

I - Diretoria;

II - Procuradoria-Geral;

III - Superintendências de Processos Organizacionais.

Parágrafo único. O regimento interno disporá sobre a estruturação, atribuições e vinculação das Superintendências de Processos Organizacionais.

Seção III

Da Diretoria

Art. 6o A ANP será dirigida por um Diretor-Geral e quatro Diretores.

§ 1o Os Diretores serão nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal, para cumprir mandatos de quatro anos, não coincidentes, observado o disposto no art. 75 da Lei no 9.478, de 1997, sendo permitida a recondução.

§ 2o Na hipótese de vacância de membro da Diretoria, o novo Diretor será nomeado para cumprir o período remanescente do respectivo mandato.

§ 3o Durante o período de vacância do cargo de Diretor-Geral, na hipótese prevista no art. 10 da Lei no 9.986, de 18 de julho de 2000, o Presidente da República designará um dos Diretores como substituto eventual. (Parágrafo incluído pelo Decreto nº 3.968, de 15.10.2001)

Seção IV

Das Competências da Diretoria

Art. 7o À Diretoria da ANP, em regime de colegiado, são atribuídas as responsabilidades de analisar, discutir e decidir, em instância administrativa final, sobre matérias de competência da autarquia, bem como sobre:

I - planejamento estratégico da Agência;

II - políticas administrativas internas e de recursos humanos e seu desenvolvimento;

III - nomeação, exoneração, contratação e promoção de pessoal, nos termos da legislação em vigor;

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IV - por delegação, autorizar o afastamento de funcionários do País para desempenho de atividades técnicas e de desenvolvimento profissional;

V - alteração do Regimento Interno nos itens relacionados com a gestão administrativa da autarquia;

VI - indicação do substituto do Diretor-Geral nos seus impedimentos.

§ 1o A Diretoria reunir-se-á com a presença de, pelo menos, três Diretores, dentre eles o Diretor-Geral ou seu substituto legal e deliberará com o mínimo de três votos convergentes.

§ 2o Os atos decisórios da Diretoria serão publicados no Diário Oficial da União.

§ 3o A Diretoria poderá delegar a cada Diretor competências para deliberar sobre assuntos relacionados com as Superintendências de Processos Organizacionais.

§ 4o A Diretoria estabelecerá, em relação a cada Diretor, a vinculação das Superintendências de Processos Organizacionais.

§ 5o Será obrigatória a rotatividade das Superintendências de Processos Organizacionais vinculadas a cada Diretor, conforme dispuser o regimento interno.

Seção V

Das Atribuições Comuns aos Diretores

Art. 8o São atribuições comuns aos Diretores:

I - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares no âmbito das atribuições da ANP;

II - zelar pelo desenvolvimento e credibilidade interna e externa da ANP e pela legitimidade de suas ações;

III - zelar pelo cumprimento dos planos e programas da ANP;

IV - praticar e expedir os atos de gestão administrativa no âmbito de suas atribuições;

V - executar as decisões tomadas pela Diretoria;

VI - contribuir com subsídios para proposta de ajustes e modificações na legislação, necessários à modernização do ambiente institucional de atuação da ANP;

VII - coordenar as atividades das Superintendências de Processos Organizacionais sob sua responsabilidade.

Seção VI

Das Atribuições do Diretor-Geral

Art. 9o Além das atribuições comuns aos Diretores, são atribuições exclusivas do Diretor-Geral:

I - presidir as reuniões da Diretoria;

II - representar a ANP, ativa e passivamente, em juízo, ou fora dele, na qualidade de seu principal responsável;

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III - expedir os atos administrativos de incumbência e competência da ANP;

IV - firmar, em nome da ANP, contratos, convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos legais conforme decisão da Diretoria;

V - praticar atos de gestão de recursos orçamentários, financeiros e de administração;

VI - praticar atos de gestão de recursos humanos, aprovar edital e homologar resultados de concursos públicos, nomear, demitir, contratar e praticar demais atos correlatos, previamente aprovados pela Diretoria;

VII - Supervisionar o funcionamento geral da ANP.

Seção VII

Da Procuradoria-Geral

Art. 10. Compete à Procuradoria-Geral:

I - assessorar juridicamente a Diretoria e as Superintendências de Processos Organizacionais, inclusive examinando previamente os textos de atos normativos, os editais de licitação, os contratos de concessão e outros atos pertinentes a atuação da ANP;

II - emitir pareceres jurídicos;

III - exercer a representação judicial da ANP, nos termos do disposto na Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993.

Seção VIII

Das Atribuições do Procurador-Geral

Art. 11. São atribuições do Procurador-Geral:

I - coordenar as atividades de assessoramento jurídico da ANP;

II - aprovar os pareceres jurídicos dos procuradores da Autarquia;

III - representar ao Ministério Público para início de ação pública de interesse da ANP.

Seção IX

Das Superintendências de Processos Organizacionais

Art. 12. A estruturação das Superintendências de Processos Organizacionais deverá contemplar os seguintes processos organizacionais:

I - gestão de informações e dados técnicos;

II - definição de blocos;

III - promoção de licitações;

IV - exploração;

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V - desenvolvimento e produção;

VI - controle das participações governamentais;

VII - relações institucionais;

VIII- refino e processamento de gás natural;

IX - transporte de petróleo, seus derivados e gás natural;

X - importação e exportação de petróleo, seus derivados e gás natural;

XI - desenvolvimento da infra-estrutura de abastecimento;

XII - abastecimento;

XIII - qualidade de produtos;

XIV - gestão de recursos humanos;

XV - gestão financeira e administrativa;

XVI - gestão interna.

Seção X

Das Atribuições dos Superintendentes de Processos Organizacionais

Art. 13. Aos Superintendentes de Processos Organizacionais incumbe:

I - planejar, organizar, dirigir, coordenar, controlar, avaliar, em nível operacional, os processos organizacionais da ANP sob a sua respectiva responsabilidade, com foco em resultados;

II - encaminhar os assuntos pertinentes para análise e decisão da Diretoria;

III - promover a integração entre os processos organizacionais.

CAPÍTULO III

DA REGULAÇÃO, DA CONTRATAÇÃO E DA FISCALIZAÇÃO

Seção I

Da Regulação

Art. 14. A ANP regulará as atividades da indústria do petróleo e a distribuição e revenda de derivados de petróleo e álcool combustível, no sentido de preservar o interesse nacional, estimular a livre concorrência e a apropriação justa dos benefícios auferidos pelos agentes econômicos do setor, pela sociedade , pelos consumidores e usuários de bens e serviços da indústria do petróleo.

Seção II

Da Contratação

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Art. 15. A ANP contratará a execução das atividades econômicas relacionadas com o monopólio da União de que trata o art. 177 da Constituição.

§ 1o A contratação das atividades de pesquisa e lavra das jazidas de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos será mediante concessão, por licitação.

§ 2o As atividades de refinação do petróleo nacional ou estrangeiro, de importação e de exportação de petróleo, gás natural e derivados básicos, de transporte marítimo do petróleo bruto e dos derivados básicos de petróleo produzidos no País, e de transporte por meio de conduto do petróleo bruto, seus derivados e gás natural, serão exercidas mediante autorização.

Seção III

Da Fiscalização

Art. 16. A ANP fiscalizará as atividades da indústria do petróleo e a distribuição e revenda de derivados de petróleo e álcool combustível, no sentido da educação e orientação dos agentes do setor, bem como da prevenção e repressão de condutas violadoras da legislação pertinente, dos contratos e das autorizações.

§ 1o A ANP fiscalizará as atividades da indústria do petróleo diretamente ou mediante convênios com órgãos da União, dos Estados e do Distrito Federal.

§ 2o A ANP fiscalizará as atividades de distribuição e revenda de derivados de petróleo e álcool combustível diretamente ou mediante convênios com outros órgãos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 17. Dos atos praticados pela fiscalização caberá recurso à Diretoria da ANP como última instância administrativa.

Art. 18. A ANP atualizará os procedimentos administrativos do DNC e emitirá procedimentos administrativos necessários à fiscalização da indústria do petróleo para efetivação de processo de aplicação de penalidades, de estabelecimento dos recursos administrativos e de cobrança de multas legais e contratuais.

Seção IV

Da Solução de Divergências

Art. 19. A atuação da ANP, para a finalidade prevista no art. 20 da Lei no 9.478, de 1997, será exercida, mediante conciliação ou arbitramento, de forma a:

I - dirimir as divergências entre os agentes econômicos e entre estes e os consumidores e usuários de bens e serviços da indústria do petróleo;

II - resolver conflitos decorrentes da ação de regulação, contratação e fiscalização no âmbito da indústria do petróleo e da distribuição e revenda de derivados de petróleo e álcool combustível;

III - prevenir a ocorrência de divergências;

IV - proferir a decisão final no campo administrativo, com força determinativa, em caso de não entendimento entre as partes envolvidas;

V - utilizar os casos mediados como subsídios para a regulamentação.

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Parágrafo único. O Regimento Interno da ANP definirá os procedimentos administrativos para os processos de conciliação e de arbitramento.

CAPÍTULO IV

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I

Do Processo Decisório

Art. 20. O processo decisório da ANP obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e economia processual.

Art. 21. As sessões deliberativas, que se destinem a resolver pendências entre agentes econômicos e entre estes e consumidores e usuários de bens e serviços da indústria do petróleo, serão públicas, permitida a sua gravação por meios eletrônicos e assegurado aos interessados o direito de delas obter transcrições.

Parágrafo único. A ANP definirá os procedimentos para assegurar aos interessados o contraditório e a ampla defesa.

Art. 22. O processo decisório que implicar efetiva afetação de direitos dos agentes econômicos do setor petróleo ou dos consumidores e usuários de bens e serviços da indústria do petróleo decorrente de ato administrativo da Agência ou de anteprojeto de lei por ela proposto, será precedido de audiência pública, com os objetivos de:

I - recolher subsídios, conhecimentos e informações para o processo decisório da ANP;

II - propiciar aos agentes econômicos e aos consumidores e usuários a possibilidade de encaminhamento de opiniões e sugestões;

III - identificar todos os aspectos relevantes à matéria, objeto da audiência pública;

IV - dar publicidade às ações da ANP.

Parágrafo único. No caso de anteprojeto de lei, a audiência pública ocorrerá após consulta à Casa Civil da Presidência da República.

Seção II

Do Patrimônio e das Receitas

Art. 23. Constituem o patrimônio da ANP os bens e direitos de sua propriedade, os que lhe forem conferidos ou que venha adquirir.

Art. 24. Constituem receitas da ANP:

I - as dotações consignadas no Orçamento Geral da União, créditos especiais, transferências e

repasses que lhes forem conferidos;

II - parcela das participações governamentais referidas nos incisos I e III do art. 45 da Lei no 9.478, de 1997, de acordo com as suas necessidades operacionais;

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III - os recursos provenientes de convênios, acordos ou contratos celebrados com entidades, organismos ou empresas;

IV - as doações, legados, subvenções e outros recursos que lhes forem destinados;

V - o produto dos emolumentos, taxas e multas previstos na legislação específica e nos contratos, os valores apurados na venda ou locação dos bens imóveis de sua propriedade, bem como os decorrentes da venda de dados e informações técnicas, inclusive para fins de licitação, ressalvados os referidos no § 2º, do art.22, da Lei nº 9478, de 1997;

VI - os recursos provenientes da participação governamental previstos no inciso IV do art. 45 da Lei no 9.478, de 1997, que serão destinados ao financiamento das despesas da autarquia, para o exercício das atividades que lhes são conferidas pela mesma Lei.

CAPÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 25. Serão transferidos para a ANP o acervo técnico e patrimonial, as obrigações, os direitos e as receitas do DNC.

Art. 26. Os saldos orçamentários do Ministério de Minas e Energia poderão ser transferidos para ANP, visando atender às despesas de estruturação e manutenção da Agência.

Art. 27. A ANP poderá contratar especialistas para a execução de trabalhos nas áreas técnicas, econômica e jurídica, por projeto ou prazos limitados, com dispensa de licitação nos casos previstos na legislação aplicável.

Art. 28. Fica a ANP autorizada a efetuar a contratação temporária, por prazo não excedente a trinta e seis meses, nos termos do parágrafo único do art. 76, da Lei no 9.478, de 1997, de pessoal técnico imprescindível à implementação de suas atividades.

§ 1o O quantitativo máximo de contratações temporárias previstas no caput deste artigo, será definido mediante ato conjunto dos Ministros de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado e de Minas e Energia.

§ 2o O quantitativo de que trata o parágrafo anterior será reduzido anualmente, de forma compatível com as necessidades da Agência, conforme determinarem os resultados de estudos conjuntos da ANP e do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal (SIPEC).

§ 3o A contratação de pessoal temporário poderá ser efetivada mediante análise do respectivo currículo, observados, em ordem de prioridade e mediante decisão fundamentada, os seguintes requisitos:

a) capacidade técnica comprovada e experiência profissional que guarde estreita relação com as atividades a serem desempenhadas;

b) títulos de formação, especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado, em campos de interesse e pertinência com as competências da Agência.

Art. 29. As contratações temporárias serão feitas por tempo determinado e observado o prazo máximo de doze meses, podendo ser prorrogadas desde que respeitado o prazo de que trata o parágrafo único do art. 76, da Lei no 9.478, de 1997.

Art. 30. A remuneração do pessoal técnico contratado temporariamente nos termos deste Anexo observará o seguinte:

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I - para os profissionais de nível superior com atribuição voltada à regulação, fiscalização, formulação, implementação, controle e avaliação de políticas referentes à organização e coordenação do mercado e da prestação de serviços na área de atuação da Agência não poderá ser superior ao valor da remuneração fixada para os servidores de final da carreira de nível superior específica dos órgãos reguladores;

II - para o pessoal técnico de nível intermediário que atue na área fim da Agência, não poderá ser superior ao valor da remuneração fixada para os servidores de final da carreira de nível intermediário específica dos órgãos reguladores;

III - para o pessoal técnico que desempenhe atividades semelhantes às atribuições dos cargos integrantes dos planos de retribuição ou dos quadros de cargos e salários do serviço público, não correspondentes às referidas nos incisos I e II, será fixada em importância não superior ao valor da respectiva remuneração do plano de retribuição ou quadro de cargos e salários.

§ 1º Enquanto não forem criadas as carreiras específicas para os órgãos reguladores, referidas nos incisos I e II, a ANP poderá efetuar contratação temporária dos profissionais de que tratam os referidos incisos com base em remunerações de referência definidas em ato conjunto da Agência e do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal (SIPEC), tendo como parâmetro os valores praticados pelo mercado.

§ 2º A Agência fica autorizada a criar critérios para definição da remuneração contratual na situação prevista no inciso III deste artigo, respeitadas as faixas definidas pelos planos de retribuição ou pelos quadros de cargos e salários do serviço público federal.

Art. 31. Aplica-se ao pessoal contratado temporariamente pela ANP, o disposto na Lei no 8.745, de 1993.

Art. 32. O quantitativo total de pessoal em exercício na ANP, considerando os integrantes do quadro efetivo, contratados de forma temporária , requisitados, cedidos e ocupantes de cargos em comissão sem vínculo, não será superior a 350 (trezentos e cinqüenta) servidores.

Art. 32. O quantitativo total de pessoal em exercício na ANP, considerados os integrantes do quadro efetivo, contratados de forma temporária, requisitados, cedidos e ocupantes de cargos em comissão sem vínculo, não será superior a trezentos e setenta e três servidores. (Redação dada pelo Decreto nº 3.388, de 21.3.2000)

Art. 33. A ANP promoverá, na forma da legislação federal específica, a defesa judicial de seus agentes, em função de atos praticados no exercício de suas competências.

Art. 34. Será assegurada pela ANP, a continuidade dos processos e das atividades, atualmente em curso no DNC, com a manutenção, pelo prazo necessário, dos procedimentos administrativos essenciais em vigor.

REMANEJAMENTO DE CARGOS EM COMISSÃO DO MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL E REFORMA DO ESTADO PARA A AGÊNCIA

NACIONAL DO PETRÓLEO - ANP DO MARE PARA A ANP CÓDIGO DAS UNITÁRIO

QTDE. VALOR TOTAL DAS 102,5 4,94 6 29,64 DAS 102,4 3,08 15 46,20 DAS 102,2 1,11 6 6,66 DAS 102,1 1,00 10 10,00

TOTAL 37 92,50 (Quadro incluído pelo Decreto nº 2.496, de 10 de fevereiro de 1998)

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ANEXO II

a) QUADRO DEMONSTRATIVO DE CARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES DE CONFIANÇA DA AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO – ANP

UNIDADE CARGOS / FUNÇÕES Nº

DENOMINAÇÃO CARGO / FUNÇÃO

NE / DAS / FCP

DIRETORIA 1 4

17 32 6

10

Diretor-Geral Diretor

Assessor Especial de Diretor Assessor de Diretor

Assistente Auxiliar

NE NE

102.5 102.4 102.2 102.1

PROCURADORIA-GERAL 1 Procurador-Geral 101.5 SUPERINTENDÊNCIA DE

PROCESSO 16 39 8

36 19

Superintendente de Processo

101.5 FCP-I FCP-II FCP-IV FCP-V

(Quantitativo alterado pelo Decreto nº 2.496, de 10 de fevereiro de 1998 b) QUADRO RESUMO DE CUSTOS DE CARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES DE

CONFIANÇA DA AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO - ANP

CÓDIGO DAS UNITÁRIO QTDE VALOR TOTAL

DAS 101.5 4,94 17 83,98 DAS 102.5 4,94 17 54,34

DAS 102.4 3,08 32 52,36 DAS 102.2 1,11 6 6,66

DAS 102.1 1,00 10 10,00

SUBTOTAL 1 82 283,18 FCP – I 0,69 39 26,91

FCP – II 0,78 8 6,24

FCP – IV 1,48 36 53,28 FCP – V 2,02 19 38,38

SUBTOTAL 2 102 124,81

TOTAL 184 407,99

(Quantitativo alterado pelo Decreto nº 2.496, de 10 de fevereiro de 1998

DECRETO Nº 2.496, DE 10 DE FEVEREIRO DE 1998.

Dispõe sobre o remanejamento aos cargos em comissão do Grupo-Direção

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e Assessoramento superiores - DAS que menciona, e dá Outras Superiores providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art.84, incisos IV e VI, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1º Ficam remanejados na forma deste artigo e do Anexo I a este Decreto, do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado para a Agência Nacional do Petróleo - ANP, os seguintes cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, oriundos da extinção de órgãos da Administração Pública Federal: seis DAS 102.5, quinze DAS 102.4, seis DAS 102.2 e dez DAS 102. 1.

Art. 2º Em decorrência do disposto no artigo anterior, o Anexo ll, a e b, ao Decreto nº 2.455, de 14 de janeiro de 1998, passa a vigorar na forma do Anexo a este Decreto.

Art. 3º Durante os primeiros quatro anos, contados a partir da data de publicação deste Decreto, o ocupante de cargo em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e de Natureza Especial, deslocado para a cidade do Rio de Janeiro, e em exercício no Escritório Central da ANP, poderá, mediante ressarcimento, ter custeada sua estada às expensas desta Agência, nos termos da legislação em vigor.

Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 10 de fevereiro de 1998; 177º da Independência e 110º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Raimundo Brito Luiz Carlos Bresser Pereira

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 11.2.1998

Obs: O Anexo a que se refere este Decreto está publicado no D.O.U de 11.2.1998.