tÍtulo xii da sentenÇa tÍtulo xii da sentenÇa. conceito: é a decisão terminativa do processo e...

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TÍTULO XII TÍTULO XII DA SENTENÇA DA SENTENÇA

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Page 1: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

TÍTULO XIITÍTULO XIIDA SENTENÇADA SENTENÇA

  

Page 2: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

CONCEITO: é a decisão terminativa do processo CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa a pretensão punitiva do questão relativa a pretensão punitiva do ESTADO, para julgar procedente ou ESTADO, para julgar procedente ou improcedente a imputação. ´E autentica a improcedente a imputação. ´E autentica a sentença, tal como consta do art 381 do CPP, sentença, tal como consta do art 381 do CPP, vale dizer, o conceito estrito da sentença. Pode vale dizer, o conceito estrito da sentença. Pode ser condenatória, quando julgar procedente a ser condenatória, quando julgar procedente a acusação, impondo pena, ou absolutória , acusação, impondo pena, ou absolutória , quando a considerada improcedente, Dentre as quando a considerada improcedente, Dentre as absolutórias, existem as denominadas absolutórias, existem as denominadas impróprias, que, apesar de não considerarem o impróprias, que, apesar de não considerarem o réu um criminoso, porque inimputável impõem a réu um criminoso, porque inimputável impõem a ele medida de segurança, uma sanção penal ele medida de segurança, uma sanção penal constritiva à liberdade, mas no interesse da constritiva à liberdade, mas no interesse da recuperação e curarecuperação e cura

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No CPP, no entanto, usa-se o termo sentença, No CPP, no entanto, usa-se o termo sentença, em sentido amplo, para abranger, também, as em sentido amplo, para abranger, também, as decisões interlocutórias mistas e as decisões interlocutórias mistas e as definitivas,que não avaliam a imputação definitivas,que não avaliam a imputação propriamente dita.propriamente dita.

Em sentido estrito, a sentença é a definitiva, Em sentido estrito, a sentença é a definitiva, sentença em sentido próprio,ou seja, a decisão sentença em sentido próprio,ou seja, a decisão proferida pelo juiz, solucionando a causa. proferida pelo juiz, solucionando a causa. Podem ser condenatórias, absolutórias e Podem ser condenatórias, absolutórias e terminativas de mérito. Para ter existência terminativas de mérito. Para ter existência como pronunciamento da vontade emitida pelo como pronunciamento da vontade emitida pelo juiz, deve ser formulada de modo a respeitar juiz, deve ser formulada de modo a respeitar os requisitos formais estabelecidos pela Lei.os requisitos formais estabelecidos pela Lei.

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Na doutrina, costume é afirmar-se que os Na doutrina, costume é afirmar-se que os requisitos formais da sentença são:requisitos formais da sentença são:

A exposição (ou relatório, ou histórico);A exposição (ou relatório, ou histórico);

A motivação (ou fundamentação);A motivação (ou fundamentação);

E a conclusão (ou decisão).E a conclusão (ou decisão).

Page 5: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

NATUREZA JURÍDICA DA SENTENÇA:NATUREZA JURÍDICA DA SENTENÇA: Pode ser condenatória, quando julga procedente Pode ser condenatória, quando julga procedente

a pretensão punitiva do Estado, fixando a pretensão punitiva do Estado, fixando exatamente a sanção penal devida, até então exatamente a sanção penal devida, até então abstratamente prevista, a ser exigida do abstratamente prevista, a ser exigida do acusado. Pode, ainda, ser declaratória quando acusado. Pode, ainda, ser declaratória quando absolver ou julgar extinta a punibilidade. No absolver ou julgar extinta a punibilidade. No Caso da absolvição, consagra o estado de Caso da absolvição, consagra o estado de inocência, inerente a todo ser humano, desde o inocência, inerente a todo ser humano, desde o nascimento. Portanto nada constitui, nenhum nascimento. Portanto nada constitui, nenhum direito gera ou cria, mas apenas declara o direito gera ou cria, mas apenas declara o natural, ainda que fundamento em diversas natural, ainda que fundamento em diversas razões. Há também, as sentenças constitutivas, razões. Há também, as sentenças constitutivas, mais rara no processo penal, mas possíveis, mais rara no processo penal, mas possíveis, como ocorre com a concessão de reabilitação, como ocorre com a concessão de reabilitação, quando o Estado revê a situação do condenadoquando o Estado revê a situação do condenado

Page 6: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

Por fim, as sentenças mandamentais, que Por fim, as sentenças mandamentais, que contêm uma ordem judicial, a ser contêm uma ordem judicial, a ser imediatamente cumprida sob pena de imediatamente cumprida sob pena de desobediência . É possível haver sentenças de desobediência . É possível haver sentenças de natureza mista, como ocorre com a concessiva natureza mista, como ocorre com a concessiva de perdão judicial. Por um raciocínio de perdão judicial. Por um raciocínio condenatório, considerando o réu culpado por condenatório, considerando o réu culpado por determinado delito, chega o magistrado a determinado delito, chega o magistrado a proferir uma decisão declaratório de extinção de proferir uma decisão declaratório de extinção de punibilidade.Isso significa, qu o direito de punir punibilidade.Isso significa, qu o direito de punir nasceu, porque crime existiu e o autor é nasceu, porque crime existiu e o autor é conhecido, mas cessou,tendo em vista razões conhecido, mas cessou,tendo em vista razões da política criminal, inspiradoras das causas de da política criminal, inspiradoras das causas de perdão judicial. Logo, declara que não há direito perdão judicial. Logo, declara que não há direito de punir, não confere ao Estado direito algum.de punir, não confere ao Estado direito algum.

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OUTRAS CLASSIFICAÇÕES PARA SENTENÇA:OUTRAS CLASSIFICAÇÕES PARA SENTENÇA:

A)A) Sentenças materiaisSentenças materiais, aquelas que , aquelas que decidem o mérito da causa (ex. decidem o mérito da causa (ex. condenação, absolvição); condenação, absolvição); Sentenças Sentenças formaisformais, aquelas que decidem questões , aquelas que decidem questões meramente processuais,podendo colocar meramente processuais,podendo colocar fim ao processo ou à instância (ex. fim ao processo ou à instância (ex. impronúncia)impronúncia)

B)B) Sentenças simples, as proferidas por juízo Sentenças simples, as proferidas por juízo singular; sentenças subjetivas complexas, singular; sentenças subjetivas complexas, as que são proferidas pelos órgãos as que são proferidas pelos órgãos colegiados, como o júri ou tribunais.colegiados, como o júri ou tribunais.

Page 8: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

Classificação das decisões:Classificação das decisões: A) A) interlocutórias simplesinterlocutórias simples, são as que , são as que

solucionam questões relativas à regularidade solucionam questões relativas à regularidade ou marcha processual, sem que penetrem no ou marcha processual, sem que penetrem no mérito da causa (recebimento da denúncia, a mérito da causa (recebimento da denúncia, a decretação de prisão preventiva);decretação de prisão preventiva);

B)Interlocutórias mistas, também chamadas B)Interlocutórias mistas, também chamadas de decisões com força de definitiva, são de decisões com força de definitiva, são aquelas que têm força de decisão definitiva, aquelas que têm força de decisão definitiva, encerrando uma etapa do procedimento encerrando uma etapa do procedimento processual ou a própria relação do processo, processual ou a própria relação do processo, sem o julgamento do mérito da causa. Tais sem o julgamento do mérito da causa. Tais decisões subdividem-se em:decisões subdividem-se em:

Page 9: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

Interlocutórias mistas não terminativas: Interlocutórias mistas não terminativas: são aquelas que encerram um etapa são aquelas que encerram um etapa procedimental (ex. decisão de pronúncia).procedimental (ex. decisão de pronúncia).

Interlocutórias mistas terminativas: são Interlocutórias mistas terminativas: são aquelas que culminam com a extinção do aquelas que culminam com a extinção do processo sem julgamento do mérito (ex processo sem julgamento do mérito (ex nos casos de rejeição da denúncia).nos casos de rejeição da denúncia).

CONCEITOCONCEITO Sentença em sentido estrito (ou em Sentença em sentido estrito (ou em

sentido próprio) é a decisão definitiva sentido próprio) é a decisão definitiva que o juiz profere solucionando a que o juiz profere solucionando a causa. causa.

Page 10: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

Os atos praticados pelo juiz no curso do Os atos praticados pelo juiz no curso do processo podem ser classificados, de processo podem ser classificados, de acordo com seu objeto, em:acordo com seu objeto, em:

A) Despachos; são pronunciamentos do A) Despachos; são pronunciamentos do juiz com vistas à movimentação do juiz com vistas à movimentação do processo, também chamadas de despacho processo, também chamadas de despacho de mero expediente. Os despachos de mero expediente. Os despachos caracterizam-se por não conter carga caracterizam-se por não conter carga decisória,no sentido de que não decisória,no sentido de que não representam decisões acerca de questões representam decisões acerca de questões e pedidos deduzidos pelas partes.e pedidos deduzidos pelas partes.

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B) Decisões: são atos que têm por conteúdo B) Decisões: são atos que têm por conteúdo um julgamento a cerca de qualquer questão, um julgamento a cerca de qualquer questão, ou acerca do próprio mérito da causa.ou acerca do próprio mérito da causa.

Classificação das decisões:Classificação das decisões: A) sentenças;A) sentenças; B) decisões interlocutórias –simplesB) decisões interlocutórias –simples -mistas-mistas Decisões definitivas ou sentenças;Decisões definitivas ou sentenças; Sentenças condenatóriasSentenças condenatórias Decisões definitivas em sentido estrito ou Decisões definitivas em sentido estrito ou

terminativas de mérito.terminativas de mérito.

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Art. 381. Art. 381. A sentença conterá:A sentença conterá: I – os nomes das partes ou, quando I – os nomes das partes ou, quando

não possível, as indicações não possível, as indicações necessárias para identificá-las;necessárias para identificá-las;

II – a exposição sucinta da acusação e II – a exposição sucinta da acusação e da defesa;da defesa;

III – a indicação dos motivos de fato e III – a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;de direito em que se fundar a decisão;

IV – a indicação dos artigos de lei IV – a indicação dos artigos de lei aplicados;aplicados;

V – o dispositivo;V – o dispositivo; VI – a data e a assinatura do juiz.VI – a data e a assinatura do juiz.

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Identificação das Partes: da mesma forma que Identificação das Partes: da mesma forma que exige na denúncia ou na queixa a qualificação exige na denúncia ou na queixa a qualificação do acusado ou dados que possam identificá-do acusado ou dados que possam identificá-los, para que a ação penal seja movida contra los, para que a ação penal seja movida contra pessoa certa, também na sentença demanda-pessoa certa, também na sentença demanda-se do magistrado que especifique quais são as se do magistrado que especifique quais são as partes envolvidas na relação processual. Nula partes envolvidas na relação processual. Nula é a sentença que não consigna o nome dos é a sentença que não consigna o nome dos interessados ou elemento que permitem sua interessados ou elemento que permitem sua identificação. Entretanto, o erro material a identificação. Entretanto, o erro material a respeito do nome não é substancial desde que respeito do nome não é substancial desde que seja possível conhecer sua identidade física. seja possível conhecer sua identidade física. Não se exige embora desejável, que seja Não se exige embora desejável, que seja expresso o nome da vítima, havendo, na falta, expresso o nome da vítima, havendo, na falta, uma omissão ou erro material e não nulidade uma omissão ou erro material e não nulidade

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É o que também pode ocorrer com eventual É o que também pode ocorrer com eventual omissão da data ou do lugar do crime, de omissão da data ou do lugar do crime, de circunstância irrelevante quanto a decisão. circunstância irrelevante quanto a decisão. Deve ainda consta da sentença a “exposição Deve ainda consta da sentença a “exposição sucinta da acusação e da defesa”, em que se sucinta da acusação e da defesa”, em que se inclui, evidentemente, a pretensão de cada inclui, evidentemente, a pretensão de cada uma delas, da qual fazem parte inclusive as uma delas, da qual fazem parte inclusive as preliminares. Não é necessário,porém, que se preliminares. Não é necessário,porém, que se transcreva toda argumentação das partes,mas transcreva toda argumentação das partes,mas apenas que sucintamente o juiz exponha os apenas que sucintamente o juiz exponha os fatos para causar-lhe prejuízo o entendimento. fatos para causar-lhe prejuízo o entendimento. Por exceção a regra do 381, a Lei que dispõe Por exceção a regra do 381, a Lei que dispõe sobre os Juizados Espaciais Criminais prevê sobre os Juizados Espaciais Criminais prevê que, nos casos de sua competência, na que, nos casos de sua competência, na sentença é dispensável o relatório.sentença é dispensável o relatório.

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FUNDAMENTAÇÃO:FUNDAMENTAÇÃO:

É o cerne, a alma ou parte essencial da É o cerne, a alma ou parte essencial da sentença. Trata-se da motivação do juiz para sentença. Trata-se da motivação do juiz para aplicar o direito no caso concreto da maneira aplicar o direito no caso concreto da maneira como fez, acolhendo ou rejeitando a como fez, acolhendo ou rejeitando a pretensão de punir do Estado. É preciso que pretensão de punir do Estado. É preciso que constem os motivos de fato (advindos da constem os motivos de fato (advindos da prova colhida) e os motivos de direito prova colhida) e os motivos de direito (advindos da lei, interpretada pelo juiz), (advindos da lei, interpretada pelo juiz), norteadores do dispositivo (conclusão). É a norteadores do dispositivo (conclusão). É a consagração no processo penal,do princípio consagração no processo penal,do princípio da persuasão racional ou livre convicção da persuasão racional ou livre convicção motivada.motivada.

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Referindo-se à motivação ou Referindo-se à motivação ou fundamentação, determina o dispositivo que fundamentação, determina o dispositivo que exponha o juiz o desenvolvimento de seu exponha o juiz o desenvolvimento de seu raciocínio para chegar a conclusão, ou seja, raciocínio para chegar a conclusão, ou seja, que forneça as razões de fato e de direto que forneça as razões de fato e de direto que o levaram à decisão a fim de que as que o levaram à decisão a fim de que as partes disponham de elementos para saber partes disponham de elementos para saber contra o que devem argumentar em contra o que devem argumentar em eventual recurso. Embora fundada no “livre eventual recurso. Embora fundada no “livre convencimento” impõe-se que o juiz convencimento” impõe-se que o juiz demonstre sua convicção mediante a análise demonstre sua convicção mediante a análise da prova constante dos autos. É imperativo da prova constante dos autos. É imperativo constitucional que todos os julgamentos dos constitucional que todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário devem ser órgãos do Poder Judiciário devem ser fundamentados, sob pena de nulidade.fundamentados, sob pena de nulidade.

Page 17: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

CONCLUSÃO (dispositivoCONCLUSÃO (dispositivo Depois do relatório e da exposição dos Depois do relatório e da exposição dos

fundamentos, o juiz deve passar à conclusão, fundamentos, o juiz deve passar à conclusão, ou seja, à decisão propriamente dita, em que ou seja, à decisão propriamente dita, em que o juiz julga o acusado em decorrência do o juiz julga o acusado em decorrência do raciocínio lógico desenvolvido durante a raciocínio lógico desenvolvido durante a motivação em que “dispõe” no processo (e motivação em que “dispõe” no processo (e por isso se fala em “dispositivo”),indicando os por isso se fala em “dispositivo”),indicando os artigos da lei aplicados e o dispositivo. A falta artigos da lei aplicados e o dispositivo. A falta de indicação dos artigos da lei, na sentença, de indicação dos artigos da lei, na sentença, constitui nulidade insanável, nos termos do constitui nulidade insanável, nos termos do art 564 II,letra m, e IV, embora já se tenha art 564 II,letra m, e IV, embora já se tenha entendido que não existe a eiva se a omissão entendido que não existe a eiva se a omissão é suprida por outros elementos.é suprida por outros elementos.

Page 18: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

Art. 382. Art. 382. Qualquer das partes Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou ambigüidade, contradição ou omissão.omissão.

Art. 383. Art. 383. O juiz poderá dar ao fato O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da que definição jurídica diversa da que constar da queixa ou da denúncia, constar da queixa ou da denúncia, ainda que, em conseqüência, tenha ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave. de aplicar pena mais grave. Revogado. Lei 11.719.Revogado. Lei 11.719.

Page 19: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

A nova redação do artigo 383 A nova redação do artigo 383 somente afirma-se, de forma quase somente afirma-se, de forma quase uníssona na doutrina processual uníssona na doutrina processual penal, que o réu se defende dos penal, que o réu se defende dos fatos descritos na denuncia ou fatos descritos na denuncia ou queixa, e não da capitulação jurídica queixa, e não da capitulação jurídica que lhe é atribuída na peça que lhe é atribuída na peça acusatória.acusatória.

Page 20: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

Novo artigo.Novo artigo.

"Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do "Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave. mais grave.

§ 1º Se, em conseqüência de definição jurídica § 1º Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei. procederá de acordo com o disposto na lei.

§ 2º Tratando-se de infração da competência § 2º Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os de outro juízo, a este serão encaminhados os autos." (NR) autos." (NR)

Page 21: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

Definição jurídica do fato:Definição jurídica do fato: É a tipicidade, ou seja, o processo penal qual É a tipicidade, ou seja, o processo penal qual

o juiz subsume o fato ocorrido ao modelo o juiz subsume o fato ocorrido ao modelo legal abstrato de conduta proibida. Assim, da legal abstrato de conduta proibida. Assim, da a definição juridica do fato significa a definição juridica do fato significa transforma o fato ocorrido em juridicamente transforma o fato ocorrido em juridicamente relevante. Portanto nesse artigo, o que o juiz relevante. Portanto nesse artigo, o que o juiz pode fazer, na fase da sentença, é levar em pode fazer, na fase da sentença, é levar em consideração o fato narrado pela acusação na consideração o fato narrado pela acusação na peça inicial (denúncia ou queixa), sem se peça inicial (denúncia ou queixa), sem se preocupar com a definição jurídica dada, pois preocupar com a definição jurídica dada, pois o réu se defendeu,ao longo da instrução, dos o réu se defendeu,ao longo da instrução, dos fatos a ele imputados e não da classificação fatos a ele imputados e não da classificação feita. O juiz pode alterá-la, sem qualquer feita. O juiz pode alterá-la, sem qualquer cerceamento de defesa, pois o que está em cerceamento de defesa, pois o que está em jogo é a sua visão de tipicidade, que pode jogo é a sua visão de tipicidade, que pode variar conforme o seu livre convencimento.variar conforme o seu livre convencimento.

Page 22: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

– – A EMENDATIO E A MUTATIO LIBELLIA EMENDATIO E A MUTATIO LIBELLI Vejamos, então, como está disposta agora a questão da Vejamos, então, como está disposta agora a questão da

emendatio libelliemendatio libelli:: ““Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato

contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais gravetenha de aplicar pena mais grave.”.”

Nesta hipótese, como se sabe, a peça acusatória narrou Nesta hipótese, como se sabe, a peça acusatória narrou perfeitamente o fato criminoso, tendo o Juiz “perfeitamente o fato criminoso, tendo o Juiz “liberdade liberdade de atribuir ao delito conceituação jurídica diversa da que de atribuir ao delito conceituação jurídica diversa da que lhe foi dada pelo acusador, mesmo para impor pena mais lhe foi dada pelo acusador, mesmo para impor pena mais grave, contanto que não substitua o fato por outrograve, contanto que não substitua o fato por outro”, ”, como já explicava Basileu Garcia.como já explicava Basileu Garcia.[16]

Foram acrescentados dois parágrafos, nos seguintes Foram acrescentados dois parágrafos, nos seguintes termos:termos:

““§ 1o. - Se, em conseqüência de definição jurídica § 1o. - Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na leio disposto na lei..

““§ 2o.- Tratando-se de infração da competência de outro § 2o.- Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os autosjuízo, a este serão encaminhados os autos.”.”

Page 23: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

Assim, caso a nova qualificação jurídica atribuída ao fato narrado Assim, caso a nova qualificação jurídica atribuída ao fato narrado corresponda a um tipo penal cuja pena mínima não exceda a um corresponda a um tipo penal cuja pena mínima não exceda a um anoano[17], deverá o Magistrado encaminhar os autos ao membro do , deverá o Magistrado encaminhar os autos ao membro do Ministério Público para que se pronuncie acerca da possibilidade Ministério Público para que se pronuncie acerca da possibilidade de proposta da suspensão condicional do processo, nos termos, de proposta da suspensão condicional do processo, nos termos, aliás, do Enunciado 337 do Superior Tribunal de Justiça, aplicável aliás, do Enunciado 337 do Superior Tribunal de Justiça, aplicável também à espécie. De se observar, outrossim, o Enunciado 696 do também à espécie. De se observar, outrossim, o Enunciado 696 do Supremo Tribunal Federal, em caso de recusa do Ministério Público Supremo Tribunal Federal, em caso de recusa do Ministério Público em fazer a proposta.em fazer a proposta.

Não precisa o Juiz esperar a conclusão da instrução criminal para Não precisa o Juiz esperar a conclusão da instrução criminal para aplicar a aplicar a emendatio libelliemendatio libelli, muito pelo contrário. Como não se , muito pelo contrário. Como não se trata de uma alteração dos fatos narrados, mas, tão-somente, de trata de uma alteração dos fatos narrados, mas, tão-somente, de uma correção técnica na classificação do crime, é aconselhável uma correção técnica na classificação do crime, é aconselhável que o Juiz já receba a peça acusatória indicando na respectiva que o Juiz já receba a peça acusatória indicando na respectiva decisão o tipo penal, possibilitando, desde logo, a fruição de decisão o tipo penal, possibilitando, desde logo, a fruição de quaisquer benefícios ao acusado, como a suspensão condicional quaisquer benefícios ao acusado, como a suspensão condicional do processo, a liberdade provisória, etc. Aguardar-se o término da do processo, a liberdade provisória, etc. Aguardar-se o término da instrução para “corrigir” a tipificação atribuída ao fato é submeter instrução para “corrigir” a tipificação atribuída ao fato é submeter o réu, desnecessariamente, às chamadas “cerimônias o réu, desnecessariamente, às chamadas “cerimônias degradantes” do processo penaldegradantes” do processo penal[18]. Lembre-se que o Juiz não . Lembre-se que o Juiz não estará modificando a imputação fática nem “acusando” o réu.estará modificando a imputação fática nem “acusando” o réu.

Page 24: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

Aventemos a seguinte hipótese: o Promotor de Justiça narra um Aventemos a seguinte hipótese: o Promotor de Justiça narra um furto simples (cuja pena mínima é de um ano) e, ao final da peça furto simples (cuja pena mínima é de um ano) e, ao final da peça acusatória, indica como tipo penal o art. 155, § 4º., II (pena acusatória, indica como tipo penal o art. 155, § 4º., II (pena mínima de dois anos). Ora, obviamente que o Juiz não deve mínima de dois anos). Ora, obviamente que o Juiz não deve aguardar o término da instrução para aplicar a aguardar o término da instrução para aplicar a emendatio emendatio libellilibelli, e sim, desde logo, receber a denúncia nos termos em que , e sim, desde logo, receber a denúncia nos termos em que foi feita a imputação fática e encaminhar os autos ao Ministério foi feita a imputação fática e encaminhar os autos ao Ministério Público para a proposta de suspensão condicional do processo. Público para a proposta de suspensão condicional do processo. Assim agindo preservará os interesses do acusado, evitando as Assim agindo preservará os interesses do acusado, evitando as cerimônias degradantes do procedimento e sem mácula aos cerimônias degradantes do procedimento e sem mácula aos postulados do sistema acusatório. postulados do sistema acusatório.

Diga-se o mesmo quanto à modificação da competência; também Diga-se o mesmo quanto à modificação da competência; também nesta hipótese não é necessário que o Juiz aguarde o final da nesta hipótese não é necessário que o Juiz aguarde o final da instrução criminal, até por uma questão de economia processual instrução criminal, até por uma questão de economia processual e para evitar nulidades de atos processuais decorrente da e para evitar nulidades de atos processuais decorrente da incompetência. Aliás, o art. 109 do Código de Processo Penal incompetência. Aliás, o art. 109 do Código de Processo Penal determina que “determina que “se em qualquer fase do processo o juiz se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo que o torne incompetente, declará-lo-á nos reconhecer motivo que o torne incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou não alegação da parteautos, haja ou não alegação da parte”, remetendo os autos ao ”, remetendo os autos ao Juízo competente, inclusive para o Juizado Especial Criminal se se Juízo competente, inclusive para o Juizado Especial Criminal se se tratar de infração penal de menor potencial ofensivo. tratar de infração penal de menor potencial ofensivo.

Seria de bom alvitre que o Juiz, antes de aplicar a Seria de bom alvitre que o Juiz, antes de aplicar a emendatio emendatio libellilibelli, determinasse a intimação das partes, como estabelecia o , determinasse a intimação das partes, como estabelecia o projeto de lei que deu origem à lei ora comentada. Aliás, este projeto de lei que deu origem à lei ora comentada. Aliás, este projeto de lei previa que a projeto de lei previa que a emendatio libelli emendatio libelli poderia ser poderia ser antecipada para o instante do recebimento da denúncia ou antecipada para o instante do recebimento da denúncia ou queixa. queixa.

Page 25: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

"Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se "Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, entender cabível nova definição jurídica do fato, em conseqüência de prova existente nos autos de em conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. se a termo o aditamento, quando feito oralmente.

§ 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público § 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código. ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código.

§ 2º Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 § 2º Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para continuação da audiência, com dia e hora para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento. acusado, realização de debates e julgamento. Continua.......Continua.......

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§ 3º Aplicam-se as disposições dos §§ § 3º Aplicam-se as disposições dos §§ 1º e 2º do art. 383 ao 1º e 2º do art. 383 ao caput caput deste deste artigo. artigo.

§ 4º Havendo aditamento, cada parte § 4º Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento. adstrito aos termos do aditamento.

§ 5º Não recebido o aditamento, o § 5º Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá." (NR) processo prosseguirá." (NR)

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Princípio da Correlação é, portanto, a Princípio da Correlação é, portanto, a norma que obriga o julgador a guardar norma que obriga o julgador a guardar respeito ao fato descrito na denúncia ou respeito ao fato descrito na denúncia ou queixa, dele não se afastando quando da queixa, dele não se afastando quando da prolação de uma decisão condenatória.prolação de uma decisão condenatória.

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Vejamos, então, como está disciplinada a Vejamos, então, como está disciplinada a mutatio mutatio libellilibelli, lembrando, ainda com Basileu Garcia, que se , lembrando, ainda com Basileu Garcia, que se ““veda ao juiz, no decidir a causa, a veda ao juiz, no decidir a causa, a mutatio libellimutatio libelli.”.”[19]

Assim está escrito o Assim está escrito o caput caput do novo art. 384:do novo art. 384: ““Encerrada a instrução probatória, se entender cabível Encerrada a instrução probatória, se entender cabível

nova definição jurídica do fato, em conseqüência de nova definição jurídica do fato, em conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de cinco dias, se em virtude desta houver sido de cinco dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública instaurado o processo em crime de ação pública (queixa subsidiária, portanto)(queixa subsidiária, portanto), reduzindo-se a termo o , reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmenteaditamento, quando feito oralmente.”.”

Pela nova redação, este prazo de cinco dias é para Pela nova redação, este prazo de cinco dias é para aditar a queixa subsidiária, não a denúncia; assim, os aditar a queixa subsidiária, não a denúncia; assim, os prazos para o aditamento da denúncia devem ser, prazos para o aditamento da denúncia devem ser, numa interpretação analógica (art. 3º., CPP) aqueles numa interpretação analógica (art. 3º., CPP) aqueles previstos no art. 46.previstos no art. 46.

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As alterações procedidas foram para melhor, sem dúvidas. Em As alterações procedidas foram para melhor, sem dúvidas. Em primeiro lugar excluiu-se a expressão “primeiro lugar excluiu-se a expressão “circunstância circunstância elementarelementar”, que confundia coisas diferentes: circunstância”, que confundia coisas diferentes: circunstância[20] e elementare elementar[21] do tipo. Agora a lei refere-se a circunstância do tipo. Agora a lei refere-se a circunstância ou elemento da infração penal. Outra mudança importante é a ou elemento da infração penal. Outra mudança importante é a exclusão do advérbio “exclusão do advérbio “implicitamenteimplicitamente” que dava a entender ” que dava a entender ser possível uma denúncia ou queixa com elementos ou ser possível uma denúncia ou queixa com elementos ou circunstâncias implícitos, possibilidade absolutamente estranha circunstâncias implícitos, possibilidade absolutamente estranha aos postulados do devido processo legal, especialmente a aos postulados do devido processo legal, especialmente a ampla defesa. É evidente que a denúncia tem que conter ampla defesa. É evidente que a denúncia tem que conter explicitamenteexplicitamente, “, “a exposição do fato criminoso, com todas as a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstânciassuas circunstâncias” (art. 41 do Código de Processo Penal).” (art. 41 do Código de Processo Penal).

Também importante foi se estabelecer a necessidade do Também importante foi se estabelecer a necessidade do aditamento em qualquer hipótese (que pode ser feito inclusive aditamento em qualquer hipótese (que pode ser feito inclusive oralmente), ainda que não haja possibilidade de nova definição oralmente), ainda que não haja possibilidade de nova definição jurídica mais gravosa para o acusado. A antiga redação do jurídica mais gravosa para o acusado. A antiga redação do caput caput do art. 384 era uma flagrante mácula ao sistema do art. 384 era uma flagrante mácula ao sistema acusatório, pois permitia ao Juiz condenar o réu por fato não acusatório, pois permitia ao Juiz condenar o réu por fato não imputado formalmente em uma peça acusatória, além de ferir imputado formalmente em uma peça acusatória, além de ferir o princípio da correlação entre acusação e defesa que proíbe o princípio da correlação entre acusação e defesa que proíbe ao Juiz “ao Juiz “cambiar los hechos de la causa por los cuales el cambiar los hechos de la causa por los cuales el imputado fue concretamente acusado, entendidos en el sentido imputado fue concretamente acusado, entendidos en el sentido de acontecimiento histórico, con todos los elementos y de acontecimiento histórico, con todos los elementos y circunstancias que de alguna manera puedan influir en el circunstancias que de alguna manera puedan influir en el debatedebate.” .” [22]

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Segundo o § 1o., caso o “Segundo o § 1o., caso o “o órgão do Ministério o órgão do Ministério PúblicoPúblico” não adite a denúncia, “” não adite a denúncia, “aplica-se o art. 28 aplica-se o art. 28 deste Códigodeste Código”.E se o Procurador-Geral concordar ”.E se o Procurador-Geral concordar com o não aditamento? Restará ao Juiz absolver o com o não aditamento? Restará ao Juiz absolver o acusado ou condená-lo pelo fato imputado acusado ou condená-lo pelo fato imputado originariamente na denúncia ou queixa subsidiária.originariamente na denúncia ou queixa subsidiária.

Se o aditamento for oferecido, estabelece-se um Se o aditamento for oferecido, estabelece-se um contraditório prévio, pois, antes de recebê-lo, deverá contraditório prévio, pois, antes de recebê-lo, deverá ser “ser “ouvido o defensor do acusado no prazo de cinco ouvido o defensor do acusado no prazo de cinco diasdias”.”.

Admitido “Admitido “o aditamento, o juiz, a requerimento de o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para qualquer das partes, designará dia e hora para continuação da audiência, com inquirição de continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e julgamentorealização de debates e julgamento.”(§ 2o.). Neste .”(§ 2o.). Neste caso, segundo dispõe o § 4o., “caso, segundo dispõe o § 4o., “cada parte poderá cada parte poderá arrolar até três testemunhas, no prazo de cinco dias, arrolar até três testemunhas, no prazo de cinco dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamentoaditamento.”Aqui se aplica como não poderia deixar .”Aqui se aplica como não poderia deixar de ser, o princípio da correlação entre sentença e de ser, o princípio da correlação entre sentença e acusação, ou seja, o Juiz deve observar os termos da acusação, ou seja, o Juiz deve observar os termos da peça acusatória aditada.peça acusatória aditada.

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Sobre o princípio da correlação, vejamos a Sobre o princípio da correlação, vejamos a jurisprudência:jurisprudência:

““A mutatio libelli conseqüencializa a nulidade da A mutatio libelli conseqüencializa a nulidade da sentença, sendo, como é, direito do réu conhecer a sentença, sendo, como é, direito do réu conhecer a nova definição jurídica do fato imputado na acusatória nova definição jurídica do fato imputado na acusatória inicial e dela defender-se.3. Ordem concedida.inicial e dela defender-se.3. Ordem concedida.” (STJ. ” (STJ. HC – 11671/MS. Processo: 199901206162. 6a. Turma. HC – 11671/MS. Processo: 199901206162. 6a. Turma. Rel. Min. Hamilton Carvalhido. DJ DATA:19/02/2001 Rel. Min. Hamilton Carvalhido. DJ DATA:19/02/2001 PÁGINA:245 RSTJ VOL.:00145 PÁGINA:584).PÁGINA:245 RSTJ VOL.:00145 PÁGINA:584).

““É possível, na sentença, que se dê nova definição É possível, na sentença, que se dê nova definição jurídica ao fato em decorrência de prova de jurídica ao fato em decorrência de prova de circunstância elementar não contida na denúncia. Tal circunstância elementar não contida na denúncia. Tal procedimento requer seja antes ouvida a defesa; caso procedimento requer seja antes ouvida a defesa; caso de mutatio libelli (Cód. de Pr. Penal, art. 384).2. A falta de mutatio libelli (Cód. de Pr. Penal, art. 384).2. A falta de prévia audiência implica a nulidade do processo. de prévia audiência implica a nulidade do processo. Ordem de habeas corpus concedida.Ordem de habeas corpus concedida.” (STJ. HC – ” (STJ. HC – 35561/RO. Processo: 200400688414. 6a. Turma. Rel. 35561/RO. Processo: 200400688414. 6a. Turma. Rel. Min. Nilson Naves. DJ DATA:21/02/2005 PÁGINA:227).Min. Nilson Naves. DJ DATA:21/02/2005 PÁGINA:227).

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Em decorrência da autonomia decisória do Juiz, Em decorrência da autonomia decisória do Juiz, pode ele dar ao fato definição jurídica diversa pode ele dar ao fato definição jurídica diversa da que constar da peça acusatória, ainda que da que constar da peça acusatória, ainda que tenha de aplica pena mais grave. Essa a figura tenha de aplica pena mais grave. Essa a figura do do emendatio libelliemendatio libelli..

Reconhece-se, nesse caso, qua a denúncia ou Reconhece-se, nesse caso, qua a denúncia ou queixa apresentará incorreção na classificação queixa apresentará incorreção na classificação do crime, na definição jurídica do fato narrado.do crime, na definição jurídica do fato narrado.

Pela Pela emendatio libelliemendatio libelli., mantém-se os fatos ., mantém-se os fatos narrados, mas se conclui que esses fatos, narrados, mas se conclui que esses fatos, correspondem a um tipo penal diverso daquele correspondem a um tipo penal diverso daquele atribuído pela acusação na pela inicial.atribuído pela acusação na pela inicial.

Ex, desclassificação do estelionato para Ex, desclassificação do estelionato para apropriação indébita. Etc.apropriação indébita. Etc.

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Em face da noção segundo a qual o objeto da Em face da noção segundo a qual o objeto da defesa são os fatos narrado pela acusação, e não defesa são os fatos narrado pela acusação, e não a qualificação jurídica que esta atribui aos fatos, a qualificação jurídica que esta atribui aos fatos, será indiferente se, em virtude da será indiferente se, em virtude da emendatio emendatio libellilibelli., a pena aplicável for superior àquela da ., a pena aplicável for superior àquela da tipificação original.Não há nulidade por não dar tipificação original.Não há nulidade por não dar vista à defesa quando da ocorrência de vista à defesa quando da ocorrência de emendatio emendatio libellilibelli., já que o réu deve defender-se dos fatos ., já que o réu deve defender-se dos fatos imputados.imputados.

Por outro lado, não constitui mera qualificação Por outro lado, não constitui mera qualificação jurídica, entretanto, a qualificação de determinada jurídica, entretanto, a qualificação de determinada conduta inicialmente tida por tentada em uma conduta inicialmente tida por tentada em uma conduta consumada. Nesses casos, estar-se-á conduta consumada. Nesses casos, estar-se-á alterando a própria alterando a própria causa petendicausa petendi, o que configura , o que configura caso de caso de mutatio libellimutatio libelli. Incluímos também a . Incluímos também a desclassificação de modalidade de culpa, por ex.desclassificação de modalidade de culpa, por ex.

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Emendatio libelliEmendatio libelli, em segunda instância:, em segunda instância:

Conforme dispõe o art 617 do CPP é possível Conforme dispõe o art 617 do CPP é possível inclusive em segunda instância. Ressalva-se inclusive em segunda instância. Ressalva-se nesse caso entretanto, que a providência não nesse caso entretanto, que a providência não poderá resultar em aplicação de pena mais poderá resultar em aplicação de pena mais grave ao réu se o recurso houver sido grave ao réu se o recurso houver sido interposto exclusivamente pela defesa, em interposto exclusivamente pela defesa, em face do trânsito em julgado para acusação e face do trânsito em julgado para acusação e da vedação à chamada da vedação à chamada reformatio inpejus.reformatio inpejus.

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MUTATIO LIBELLIMUTATIO LIBELLI Pode ocorrer que durante a instrução criminal, Pode ocorrer que durante a instrução criminal,

com a produção de provas, surjam elementos que com a produção de provas, surjam elementos que indiquem a ocorrência de fatos que, conquanto indiquem a ocorrência de fatos que, conquanto sejam relevantes para a configuração do delito sejam relevantes para a configuração do delito (elementares do tipo e circunstâncias), não (elementares do tipo e circunstâncias), não tenham sido mencionados explícita ou tenham sido mencionados explícita ou implicitamente na peça acusatória, esse implicitamente na peça acusatória, esse elementos são denominados pelo CPP (384) elementos são denominados pelo CPP (384) “circuntâncias elementares” .“circuntâncias elementares” .

Demonstra-se a partir desses elementos de prova Demonstra-se a partir desses elementos de prova fatos novos, não mencionados na denúncia, não fatos novos, não mencionados na denúncia, não apenas será caso de nova qualificação jurídica, apenas será caso de nova qualificação jurídica, mas sim de alteração dos próprios fatos sobre os mas sim de alteração dos próprios fatos sobre os quais versa o processo, pela inclusão de fato quais versa o processo, pela inclusão de fato novo, até então não aventado no processonovo, até então não aventado no processo

Page 36: TÍTULO XII DA SENTENÇA TÍTULO XII DA SENTENÇA. CONCEITO: é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa

Será hipótese, então, da chamada Será hipótese, então, da chamada mutatio libelli, mutatio libelli, Nesse caso, haverá alteração do próprio fato Nesse caso, haverá alteração do próprio fato

narrado na inicial acusatória, que implicará nova narrado na inicial acusatória, que implicará nova definição jurídica. A prova colhida indicará definição jurídica. A prova colhida indicará circunstâncias ou elementos que deverão circunstâncias ou elementos que deverão integrar-se à acusação. São circunstâncias ou integrar-se à acusação. São circunstâncias ou elementos do tipoelementos do tipo

A)os elementos que integram a descrição legal do A)os elementos que integram a descrição legal do fato;fato;

B)as circunstâncias qualificadoras;B)as circunstâncias qualificadoras; C)as causas de aumento e de diminuição de pena;C)as causas de aumento e de diminuição de pena; Não integram esse rol as circunstâncias Não integram esse rol as circunstâncias

agravantes ou atenuantes, que poderão ser agravantes ou atenuantes, que poderão ser reconhecidas de ofício pelo juiz, no momento da reconhecidas de ofício pelo juiz, no momento da decisão.decisão.

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O aditamento da denúncia ou queixa implica a O aditamento da denúncia ou queixa implica a alteração da imputação inicialmente formulada, alteração da imputação inicialmente formulada, com vistas à inclusão de novos elementos ou com vistas à inclusão de novos elementos ou circunstâncias que até então eram circunstâncias que até então eram desconhecidos.desconhecidos.

Caso o membro do MP entenda não ser hipótese Caso o membro do MP entenda não ser hipótese de aditamento, deverá o juiz proceder de acordo de aditamento, deverá o juiz proceder de acordo com o disposto no art. 28, remetendo os autos com o disposto no art. 28, remetendo os autos ao Procurador-Geral de Justiça, que decidirá se o ao Procurador-Geral de Justiça, que decidirá se o faz ou se nomeia órgão para tanto.faz ou se nomeia órgão para tanto.

Quando julgar necessário, ademais, poderá o Quando julgar necessário, ademais, poderá o membro do MP, a todo tempo aditar a denúncia, membro do MP, a todo tempo aditar a denúncia, sponte sua, sem necessidade de provocação sponte sua, sem necessidade de provocação judicial. judicial.

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CRIME NÃO DESCRITO NA DENÚNCIA.CRIME NÃO DESCRITO NA DENÚNCIA.

Se, durante a instrução criminal,ficar Se, durante a instrução criminal,ficar evidenciado que o réu praticou outro crime não evidenciado que o réu praticou outro crime não descrito na denúncia, ou que outras pessoas descrito na denúncia, ou que outras pessoas tomaram parte na prática do fato imputado tomaram parte na prática do fato imputado (co-autoria ou participação), deverá haver (co-autoria ou participação), deverá haver nova acusação, podendo ser oferecida nova nova acusação, podendo ser oferecida nova denúncia. Alternativamente, por economia denúncia. Alternativamente, por economia processual, pode-se proceder ao aditamento processual, pode-se proceder ao aditamento da peça acusatória, desde que se proceda a da peça acusatória, desde que se proceda a nova citação, seguida de nova instrução nova citação, seguida de nova instrução criminal..criminal..

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Vedação da “mutatio libelli” em segunda Vedação da “mutatio libelli” em segunda instância.instância.

A A mutatio libelli mutatio libelli diversamente do que ocorre na diversamente do que ocorre na hipótese de hipótese de emendatio libelli, emendatio libelli, não cabe na não cabe na segunda instância. De acordo com a sumula segunda instância. De acordo com a sumula 453 do STF do Supremo Tribunal Federal453 do STF do Supremo Tribunal Federal

““não se aplicam a segunda intância o art. 384 e não se aplicam a segunda intância o art. 384 e parágrafo único do CPP, que possibilitam dar parágrafo único do CPP, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso”.nova definição jurídica ao fato delituoso”.

Cabendo nesse caso decretar somente a Cabendo nesse caso decretar somente a absolvição.absolvição.

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Art. 385. Art. 385. Nos crimes de ação Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.sido alegada.

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Art. 386.  O juiz absolverá o réu, mencionando a Art. 386.  O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:causa na parte dispositiva, desde que reconheça:

                I - estar provada a inexistência do fato;I - estar provada a inexistência do fato;                 II - não haver prova da existência do fato;II - não haver prova da existência do fato;                 III - não constituir o fato infração penal;III - não constituir o fato infração penal;         IV –  estar provado que o réu não concorreu

para a infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)        

V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

       

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VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

        VII – não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

                Parágrafo único.  Na sentença absolutória, o juiz:Parágrafo único.  Na sentença absolutória, o juiz:

                I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;

   II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

                III - aplicará medida de segurança, se cabível.III - aplicará medida de segurança, se cabível.

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VII – A SENTENÇA CONDENATÓRIA E A VII – A SENTENÇA CONDENATÓRIA E A PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIAPRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

Foram alterados os incisos II, III e IV do art. Foram alterados os incisos II, III e IV do art. 387 do Código de Processo Penal e a ele foi 387 do Código de Processo Penal e a ele foi acrescentado um parágrafo único. O inciso II acrescentado um parágrafo único. O inciso II apenas foi atualizado com a nova Parte Geral apenas foi atualizado com a nova Parte Geral do Código Penal, indicando-se agora os arts. do Código Penal, indicando-se agora os arts. 59 e 60 do Código Penal. No inciso III excluiu-59 e 60 do Código Penal. No inciso III excluiu-se a referência às penas acessórias, também se a referência às penas acessórias, também em consonância com a Parte Geral do Código em consonância com a Parte Geral do Código Penal. O novo inciso IV determina, como já foi Penal. O novo inciso IV determina, como já foi dito no início deste trabalho, que o Juiz “dito no início deste trabalho, que o Juiz “fixará fixará valor mínimo para reparação dos danos valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendidoprejuízos sofridos pelo ofendido””

Esqueceu-se o legislador de revogar Esqueceu-se o legislador de revogar expressamente os incisos V e VI inaplicáveis expressamente os incisos V e VI inaplicáveis desde a reforma penal de 1984 (nova Parte desde a reforma penal de 1984 (nova Parte Geral e Lei de Execução Penal).Geral e Lei de Execução Penal).

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O novo parágrafo único do art. 387 amolda-O novo parágrafo único do art. 387 amolda-se ao princípio da presunção de inocência, à se ao princípio da presunção de inocência, à garantia constitucional do duplo grau de garantia constitucional do duplo grau de jurisdição e ao direito de apelar em jurisdição e ao direito de apelar em liberdade. Com efeito, estabelece-se que “liberdade. Com efeito, estabelece-se que “o o juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição de manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou de outra medida prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da cautelar, sem prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser interpostaapelação que vier a ser interposta.” .” Coerentemente, a lei nova revogou o art. 594 Coerentemente, a lei nova revogou o art. 594 do Código de Processo Penal, esquecendo-se, do Código de Processo Penal, esquecendo-se, porém de também revogar o art. 595, não porém de também revogar o art. 595, não recepcionado pela Constituição Federal.recepcionado pela Constituição Federal.[40][40] A este respeito, o Superior Tribunal de Justiça A este respeito, o Superior Tribunal de Justiça editou o Enunciado nº. 347 com a seguinte editou o Enunciado nº. 347 com a seguinte redação: “redação: “O conhecimento de recurso de O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão.apelação do réu independe de sua prisão.””

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Art. 387.  O juiz, ao proferir sentença condenatória: (Vide Lei nº Art. 387.  O juiz, ao proferir sentença condenatória: (Vide Lei nº 11.719, de 2008)11.719, de 2008)

                I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer;definidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer;

                         II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o

mais que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de mais que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei nacordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei noo 2.848, 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).nº 11.719, de 2008).

                III - aplicará as penas de acordo com essas III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).conclusões; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

                IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

                V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste direitos e medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro;Livro;

                VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em resumo e designará o jornal em que será feita a íntegra ou em resumo e designará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1publicação (art. 73, § 1oo, do Código Penal)., do Código Penal).

                Parágrafo único.  O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre Parágrafo único.  O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou a manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 11.719, de apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).2008).

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Art. 388. Art. 388. A sentença poderá ser A sentença poderá ser datilografada e neste caso o juiz a datilografada e neste caso o juiz a rubricará em todas as folhas.rubricará em todas as folhas.

Art. 389. Art. 389. A sentença será publicada A sentença será publicada em mão do escrivão, que lavrará nos em mão do escrivão, que lavrará nos autos o respectivo termo, autos o respectivo termo, registrando-a em livro especialmente registrando-a em livro especialmente destinado a esse fim.destinado a esse fim.

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Art. 390. Art. 390. O escrivão, dentro de 3 O escrivão, dentro de 3 (três) dias após a publicação, e sob (três) dias após a publicação, e sob pena de suspensão de 5 (cinco) dias, pena de suspensão de 5 (cinco) dias, dará conhecimento da sentença ao dará conhecimento da sentença ao órgão do Ministério Público.órgão do Ministério Público.

Art. 391. Art. 391. O querelante ou o O querelante ou o assistente será intimado da sentença, assistente será intimado da sentença, pessoalmente ou na pessoa de seu pessoalmente ou na pessoa de seu advogado. Se nenhum deles for advogado. Se nenhum deles for encontrado no lugar da sede do juízo, encontrado no lugar da sede do juízo, a intimação será feita mediante edital a intimação será feita mediante edital com o prazo de 10 (dez) dias, afixado com o prazo de 10 (dez) dias, afixado no lugar de costume.no lugar de costume.

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Art. 392. Art. 392. A intimação da sentença será feita:A intimação da sentença será feita: I – ao réu, pessoalmente, se estiver preso;I – ao réu, pessoalmente, se estiver preso; II – ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, II – ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído,

quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança;prestado fiança;

III – ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, III – ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração, expedido o mandado de prisão, não tiver sido a infração, expedido o mandado de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;

IV – mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que IV – mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver constituído não forem encontrados, e assim o certificar o houver constituído não forem encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;oficial de justiça;

V – mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu V – mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver constituído também não for encontrado, e assim o houver constituído também não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;certificar o oficial de justiça;

VI – mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, VI – mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça.não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça.

§ 1o O prazo do edital será de 90 (noventa) dias, se tiver sido § 1o O prazo do edital será de 90 (noventa) dias, se tiver sido imposta pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior imposta pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 1 (um) ano, e de 60 (sessenta) dias, nos outros casos.a 1 (um) ano, e de 60 (sessenta) dias, nos outros casos.

§ 2o O prazo para apelação correrá após o término do fixado no § 2o O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital, salvo se, no curso deste, for feita a intimação por qualquer edital, salvo se, no curso deste, for feita a intimação por qualquer das outras formas estabelecidas neste artigo das outras formas estabelecidas neste artigo

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Art. 393. Art. 393. São efeitos da sentença São efeitos da sentença condenatória recorrível:condenatória recorrível:

I – ser o réu preso ou conservado na I – ser o réu preso ou conservado na prisão, assim nas infrações prisão, assim nas infrações inafiançáveis, como nas afiançáveis inafiançáveis, como nas afiançáveis enquanto não prestar fiança;enquanto não prestar fiança;

II – ser o nome do réu lançado no rol II – ser o nome do réu lançado no rol dos culpados.dos culpados.

  ..

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Recados.Recados. AgradecimentoAgradecimento

Muito obrigadoMuito obrigado