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TÍTULO: "ESTUDO RETROSPECTIVO DA PREVALÊNCIA DE HIPERTIREOIDISMO EM FELINOS DOMÉSTICOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI - 2013 - 2015" TÍTULO: CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA: ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA: SUBÁREA: MEDICINA VETERINÁRIA SUBÁREA: INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI INSTITUIÇÃO: AUTOR(ES): LIVIA POVINHA SCALIZE AUTOR(ES): ORIENTADOR(ES): MÁRCIA MARQUES JERICÓ ORIENTADOR(ES): COLABORADOR(ES): PRISCILA VIAU, RENATA CASTILHO BRIZOLA MARTINS, ROBERTO SCALIZE, ROGÉRIO SOILA, TATIANA PACINI COLABORADOR(ES):

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TÍTULO: "ESTUDO RETROSPECTIVO DA PREVALÊNCIA DE HIPERTIREOIDISMO EM FELINOSDOMÉSTICOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI - 2013 - 2015"TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDOCATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDEÁREA:

SUBÁREA: MEDICINA VETERINÁRIASUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBIINSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): LIVIA POVINHA SCALIZEAUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): MÁRCIA MARQUES JERICÓORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): PRISCILA VIAU, RENATA CASTILHO BRIZOLA MARTINS, ROBERTO SCALIZE,ROGÉRIO SOILA, TATIANA PACINICOLABORADOR(ES):

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1. RESUMO

Nas últimas décadas a prevalência do hipertireoidismo felino (HTF) tem aumentado

significamente ao redor do mundo, tornando-se atualmente uma endocrinopatia

importante e causadora de grande morbidade em felinos de meia idade.

Por razão da escassez de estudos sobre esta endocrinopatia no Brasil, foi realizado

levantamento retrospectivo de todos os felinos acima de oito anos de idade

atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi no período de

janeiro 2013 a janeiro de 2015, independente da queixa principal que os levaram ao

atendimento.

A amostragem total foi de 212 soros sanguíneos que foram devidamente

encaminhados a um laboratório privado e mensurada a tireoxina total (T4T) através

da técnica de radioimunoensaio (RIE).

Dos 212 soros analisados, 3,30% foram confirmatórios para o hipertireoidismo felino,

59,91% estavam dentro do valor de normalidade e 36,79% estavam abaixo do valor

de normalidade, sendo sugestivos da síndrome do eutireóideo doente. Em 2,35%

das amostras,os valores de T4T ficaram próximos ao valor superior limite, o que

gera a possibilidade que sejam animais portadores do HTF, mas cujas

comorbidades que apresentavam no momento da coleta sanguínea, reduziram os

valores de T4T no soro sanguíneo.

Conclui-se que, apesar da prevalência do HTF em nosso meio ter se mostrado

discreta, esta suspeição clínica deve fazer parte do diagnóstico diferencial em felinos

com idade acima de 8 anos.

2. INTRODUÇÃO

O HTF teve seu primeiro diagnóstico nos Estados Unidos em 1979 por (PETERSON

et al., 1979).

O hipertireoidismo (HT) é uma desordem multissistêmica caracterizada pelo

aumento excessivo de concentrações circulantes dos hormônios tireoideanos

triiodotironina e tiroxina. (PETERSON, 2012; PETERSON & WARD, 2007).

Em relação a idade, o HTF é comum em felinos com mais de 8 anos de idade,

sendo a média de 12 a 13 anos de idade, podendo estar presente dos 4 aos 20 anos

de idade (NELSON & COUTO, 2014), embora menos de 5% dos casos têm abaixo

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de 10 anos de idade (MOONEY, 2010). Atualmente estima-se que 10% dos felinos

idosos sofram desta endocrinopatia (PETERSON, 2012).

Os hormônios tireoideanos são relevantes para manter a atividade metabólica

normal de todos os tecidos. Eles estimulam o consumo de oxigênio pelos tecidos,

regulam o metabolismo dos carboidratos e lipídios e apresentam também, efeitos

no sistema nervoso e cardiovascular. (CUNNINGHAM, 2008).

O achado histológico em 95% dos casos de HTF é de hiperplasia funcional

adenomatosa da tireóide (PETERSON, 2012), envolvendo um ou ambos os lobos

tireoidianos. A arquitetura folicular normal da tireóide é substituída por um ou mais

focos de tecido hiperplásico, que podem formar nódulos. Estes nódulos podem ter

menos de 1mm até 3cm (NELSON & COUTO, 2014). Aproximandamente 2% dos

gatos com HTF desenvolvem carcinoma de tireóide (LURYE, 2006; BIRCHARD,

2006). Estas alteraçõesacarretam no aumento de tamanho da glândula (GUNN,

2005), portanto, em 90% dos casos é possível a palpação de massas discretas

presentes na glândula tireóide, mas, a palpação desta não é um sinal

patognomônico pois pode haver existência de massas localizadas na tireóide e que

são de origem extratireoideana. (MELIÁN, 2013).

Grandes massas presentes na tireóide podem descer para a região de entrada do

tórax, ou gravitar para o mediastino anterior, o que pode interferir em sua palpação

(NELSON & COUTO, 2010).

O aumento da taxa de metabolismo basal, com maior consumo de oxigênio pelos

tecidos e a elevada sensibilidade às catecolaminas, são responsáveis pela maioria

dos sinais clínicos do HT. A gravidade destes sinais é variável, dependente da

capacidade que o organismo do animal possui em lidar com o excesso dos

hormônios circulantes e da presença ou inexistência de doenças concomitantes

(MOONEY & PETERSON, 2012).

Em virtude dos efeitos multissistêmicos do HTF, dos sinais clínicos variáveis e sua

equivalência com diversas outras morbidades felinas, o HTF deve ser suspeitoso em

qualquer felino acima de dez anos de idade com problemas clínicos. (NELSON &

COUTO, 2010).

Na maioria dos casos o HTF é progressivo e insidioso, o que normalmente dificulta a

percepção de que algo está errado pelo tutor do animal, podendo decorrer meses

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até se apresentarem à consulta (MOONEY, 2010). Além disto, no início do

desenvolvimento da doença os animais apresentam polifagia, estão hiperativos e

estas alterações muitas vezes são interpretadas erroneamente como sinal de boa

saúde (FELDMAN & NELSON, 2004).

Os sinais clinicos mais comuns incluem: perda de peso (88-98%, polifagia (49-67%),

poliúria/polidpsia (PU/DU; 36-45%), êmese (33-44%), hiperatividade (31-34%),

diarréia (15-45%). Ao exame físico as seguintes alterações podem ser detectadas:

anorexia (65-97%), aumento de lobos tireoideanos (75-95%) e taquicardia (42-57%)

(MOONEY, 2010; NORSWORTHY et al.; 2011).

No entanto, segundo MOONEY & PETERSON 2012, nos últimos anos tem se

verificado uma tendência crescente para apresentação de sinais clínicos discretos,

contestando a visão tradicional de que o HTF consistia em felinos idosos,

hiperativos, com perda de peso e polifagia, portanto a ausência de um ou mais

sinais não deve descartar o HTF.

A forma apática do hipertireoidismo ocorre em 10% dos felinos hipertireoideos e é

caracterizada por sinais clínicos opostos à apresentação clássica desta

endocrinopatia, ocorrendo anorexia, depressão e letargia. (MOONEY & PETERSON,

2012).

Em aproximadamente 20 a 30% dos animais com HTF e em quais a concentração

de T4T circulantes está dentro do valor de referência, existe uma doença

concomitante identificável, o restante, em sua maioria, são geralmente classificados

como HTF ligeiro ou precoce. (PETERSON, 2006).

Valores de T3 e T4T acima dos valores de referência são extremamente específicos

para o diagnóstico de HTF (MONEY & PETERSON, 2012). A concentração de T4T é

significativamente elevada em cerca de 90% dos felinos com HT, o que a torna

preferível em relação à mensuração de T3 para o diagnóstico de HTF, pois 25 a

30% dos felinos hipertireóideos apresentam valor de T3 dentro da faixa de

normalidade. Estes parâmetros devem preferencialmente ser obtidos pela técnica de

radioimunoensaio (RIE), ou imunoensaio enzimático quimioluminescente (CEIA)

(PETERSON, 2013a). Em animais com HT apático, apesar das manifestações

clínicas, os valores de T4T podem encontrar-se reduzidos. (GRAVES, 2011).

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As opções de tratamento para o HTF incluem o uso de fármacos antitireoidianos,

iodo radioativo e tireoidectomia.

Ao longo das últimas três décadas, a prevalência de HTF aumentou, sendo

atualmente considerada uma endocrinopatia importante e causadora de grande

morbidade em felinos de meia idade nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido,

Europa Continental, Austrália, Nova Zelândia e Japão. (BARAL & PETERSON 2012;

MOONEY & PETERSON, 2012).

Nos Estados Unidos e Europa, estudos demonstraram que um em cada

aproximadamente 300 felinos são afetados pelo HTF. (CUNHA et al.; 2008). A maior

parte dos estudos sobre HTF originam-se dos Estados Unidos e Reino Unido, ainda

que a doença também seja comum na Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Japão.

Estes levantamentos indicam que a prevalência estimada entre felinos idosos é de

11,4% e 8,9% na Alemanha e Japão, respectivamente, e foi referida uma

prevalência de 16,34% e incidência anual de 11,92% no Reino Unido (MIYAMOTO

et al., 2002; WAKELING et al., 2005; SASSNAU, 2006; DE WET et al.; 2009;

WAKELING et al.; 2011).

Em Hong Kong, onde o HTF não é considerado comum, a prevalência entre felinos

idosos é menor que 4% (DE WET et al.; 2009). Espanha também apresenta uma

incidência inferior comparada ao Reino Unido, o que promove questionamentos se

existem diferenças geográficas reais na incidência de HTF ou apenas diferenças

culturais e de conscientização sobre a doença (WAKELING et al.; 2005).

Apesar de sua frequência, a causa desta endocrinopatia ainda é desconhecida, por

esta razão, até então, não é claro como preveni-la. (PETERSON, 2012).

Segundo estudos, os fatores de risco mais prováveis dividem-se em duas grandes

categorias: deficiências ou excessos nutricionais na alimentação, levando a glândula

tireóide a uma disfunção metabólica e compostos químicos presentes no ambiente e

na água levando a desregulação dos hormônios tireoidianos, ocasionando o HT.

(PETERSON, 2012).

O HT é uma endocrinopatia relativamente comum na clínica de felinos e apesar da

facilidade em seu diagnóstico, ele ainda é pouco diagnosticado, à vista disso, os

médicos veterinários devem ficar alertas e caso desconfiem de HTF, solicitem os

exames laboratoriais necessários. (JUNIOR et al.; 2007).

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Acredita-se que essa baixa incidência de diagnósticos esteja associada à baixa

procura pelos serviços médico veterinários e ao pouco conhecimento, dessa doença

em felinos no Brasil, a despeito do aumento da população felina nos centros urbanos

(CUNHA et al.; 2008).

No Brasil, existe apenas um estudo retrospectivo sobre prevalência de HTF

(TARANTI et al.; 2008).

Neste estudo, avaliaram-se as concentrações séricas de T4T de todos os felinos

doentes acima de seis anos de idade, atendidos no Hospital Veterinário da

Universidade de São Paulo no período de 2002 a 2007. Foram analisadas 234

amostras de soro sanguíneo, destas amostras, 11,1% dos resultados apresentaram

níveis de T4T compatíveis com HTF, totalizando 26 felinos positivos para a

endocrinopatia. Destes 26 animais, apenas em dois o HTF foi uma suspeita no

momento do atendimento clínico.

Diante dos dados mundiais pesquisados e aqui demonstrados, verificou-se que o

número de felinos com HT aumentou em diversos países do mundo, e que, no

Brasil, há escassez de estudos sobre esta importante endocrinopatia.

3. OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivo determinar retrospectivamente a prevalência

de HT em todos os felinos domésticos acima de oito anos de idade que foram

atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi no período de

Janeiro de 2013 à Janeiro de 2015, mensurando o valor de T4T de soros

sanguíneos que estavam armazenados no Laboratório de Análises Clínicas do

Hospital Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi, bem como comparar os

resultados obtidos às apresentações clínicas registradas nos prontuários dos

animais que foram positivos para HTF.

4. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO

Para a determinaçãode T4T, foi utilizado contador gamma Wizard 2 da Perkin Elmer,

conjunto diagnóstico comercial T4T veterinário IVD, através da técnica de

radioimunoensaio (RIE), realizado no Laboratório PROVET- Medicina Veterinária

Diagnóstica de São Paulo, Brasil.

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A amostragem obtida foi de 212 soros sanguíneos que estavam armazenados em

freezer a -20ºC, no Laboratório de Análises Clínica do Hospital Veterinário

Universidade Anhembi Morumbi, estas amostras foram devidamente aliquotadas,

identificadas e encaminhadas para a análise de T4T

foram levantadas e analisadas as fichas de atendimento de todos os animais

resultados de T4T foram acima dos valores de referência sugerindo a existência de

hiperfunção tireoideana, verificando

exames realizados na época do atendimento e o diagnóstico final, comparando

assim a correlação e acurácia da avaliação clínica realizada à época dos

atendimentos com os resultado

5. RESULTADOS

Os valores de referência

utilizado em gatos foram de

Dos 212 soros analisados,

dentro do valor de normalidade,

(3,30%) apresentaram níveis superiores

para o HTF. (Figura)

Figura:Resultados das determinações séricas

atendimento hospitalar (Hospital Veterin

SP).

Dos sete animais positivos,

apresentaram-se em consulta com queixa

3,30%

36,79%

Eutireóideos

de 212 soros sanguíneos que estavam armazenados em

, no Laboratório de Análises Clínica do Hospital Veterinário

Universidade Anhembi Morumbi, estas amostras foram devidamente aliquotadas,

identificadas e encaminhadas para a análise de T4T. Após obtenção dos

foram levantadas e analisadas as fichas de atendimento de todos os animais

resultados de T4T foram acima dos valores de referência sugerindo a existência de

ireoideana, verificando-se a queixa principal, sinais e sintomas clínicos,

exames realizados na época do atendimento e o diagnóstico final, comparando

assim a correlação e acurácia da avaliação clínica realizada à época dos

atendimentos com os resultados obtidos.

referência estabelecidos e validados para o kit comercial de

de 1,2 – 4,0 µg/dL.

os 212 soros analisados, 127 animais (59,91%), apresentaram níveis

dentro do valor de normalidade, 78 (36,79%) níveis de T4T abaixo de

íveis superiores a 4,00µg/dL, sendo estes confirmatórios

as determinações séricas T4 total em 212 gatos idosos

(Hospital Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi,

animais positivos, cinco eram fêmeas, idade média de 15 anos,

se em consulta com queixa principal inicial de êmese esporád

59,91%

Resultados

Eutireóideos Hipertireóideos Hipovalores

de 212 soros sanguíneos que estavam armazenados em

, no Laboratório de Análises Clínica do Hospital Veterinário da

Universidade Anhembi Morumbi, estas amostras foram devidamente aliquotadas,

obtenção dos resultados,

foram levantadas e analisadas as fichas de atendimento de todos os animais cujos

resultados de T4T foram acima dos valores de referência sugerindo a existência de

se a queixa principal, sinais e sintomas clínicos,

exames realizados na época do atendimento e o diagnóstico final, comparando-se

assim a correlação e acurácia da avaliação clínica realizada à época dos

estabelecidos e validados para o kit comercial de T4T

127 animais (59,91%), apresentaram níveis de T4T

78 (36,79%) níveis de T4T abaixo de 1,20µg/dL e 07

estes confirmatórios

idosos em

ário da Universidade Anhembi Morumbi,

êmeas, idade média de 15 anos, quatro

principal inicial de êmese esporádica e

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emagrecimento progressivo, dois apresentavam polifagia e um animal apresentava-

se com hiperatividade e diarréia. Anorexia e hiporexia, também foram relatadas em

um dos animais, que são sinais clínicos da forma apática do HT.

Polidipsia e poliúria não foi mencionado na anamnese em nenhum dos animais,

taquicardia também não foi constatada em nenhum destes animais na realização do

exame físico.

Dos animais positivos para HTF, somente um teve sua tireóide palpada, mas não foi

observado aumento de volume, em nenhum deste animais foi solicitado exame de

T4T.

Em dois destes animais foram confirmadas doenças concomitantes como carcinoma

mamário, mastocitoma cutâneo,adenoma sebáceo e bronquite crônica, os outros

quatro animais não obtiveram diagnósticos conclusivos perante os exames

realizados na época do atendimento e foram submetidos a tratamento conservativo

para os sintomas clínicos apresentados. Um dos animais apresentou-se no HOVET

com grande caquexia por conseqüência de emagrecimento progressivo que ocorria

há cinco meses, durante a consulta apresentou uma parada respiratória, sendo

sondado para recebimento de oxigenioterapia, mas seu estado de saúde geral era

crítico e proprietário optou pela eutanásia.

Somente um animal, dos sete positivos, havia HTF confirmado anteriormente por

colega.

Do total das 212 amostras, 05 (2,35%) delas os valores de T4T ficaram próximos ao

valor superior limite, de 3,11 – 3,92 µg/dL, o que possibilita que sejam animais

positivos para o HTF, mas que as doenças concomitantes que apresentavam, como

adenocarcinoma mamário e sarcoma vacinal reduziram os valores de T4T, ou ainda,

que eram animais com HTF ligeiro ou precoce. Valores baixos de T4T circulantes

foram sugestivos da síndrome do eutireóideo doente.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora ainda seja pequena a prevalência do hipertireoidismo felino em nosso meio,

a suspeição clínica para a doença deve estar presente na condução dos

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atendimentos de felinos de meia idade a idosos, evitando-se desta forma o não

diagnóstico e consequente erro de conduta.

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