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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA FLORESTAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS LÚCIA HELENA DE MOURA SENA CONSERVAÇÃO DE SEMENTES E PRODUÇÃO DE MUDAS DE PITOMBEIRA (Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk.) RECIFE - PE 2014

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Page 1: Título: EFEITO DO MÉTODO E PERÍODO DE SECAGEM DE ... · Análise de Sementes Oficial do Ministério da Agricultura, Dr. Fernando Bivar da EMLURB-Recife, Prof. Dr. Ênion Silva

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA FLORESTAL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS

LÚCIA HELENA DE MOURA SENA

CONSERVAÇÃO DE SEMENTES E PRODUÇÃO DE MUDAS DE PITOMBEIRA

(Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk.)

RECIFE - PE

2014

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LÚCIA HELENA DE MOURA SENA

CONSERVAÇÃO DE SEMENTES E PRODUÇÃO DE MUDAS DE PITOMBEIRA

(Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk.)

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ciências Florestais da

Universidade Federal Rural de

Pernambuco como parte dos requisitos

para obtenção do título de Mestre em

Ciências Florestais.

ORIENTADORA:

Profa. Dra. Valderez Pontes Matos

(DEPA/UFRPE)

CO-ORIENTADORES:

Profa. Dra. Edilma Pereira Gonçalves

(UAG/UFRPE)

Prof. Dr. Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira

(DCFL/UFRPE)

RECIFE - PE

2014

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Ficha catalográfica

S474c Sena, Lúcia Helena de Moura

Conservação de sementes e produção de mudas de

pitombeira (Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk.) / Lúcia

Helena de Moura Sena. – Recife, 2014.

122 f.

Orientadora: Valderez Pontes Matos.

Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) –

Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento

de Ciência Florestal, Recife, 2014.

Inclui referências e apêndice(s).

1. Armazenamento 2. Espécie nativa 3. Recipiente

4. Substrato 5. Sombreamento I. Matos, Valderez Pontes,

orientadora II. Título

CDD 634.9

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A MEU QUERIDO E BOM DEUS em que

tudo pode e me fortalece...és misericórdia e

luz em meus momentos de escuridão...és

tudo...portanto, OBRIGADA DEUS, por

tudo e por todos! Obrigada por confiar em

mim!

A meus pais, CLEMENSOR e VERA, de

quem tenho muito orgulho, pelo grande

incentivo, companheirismo, afeto, palavras

sábias e de conforto nas horas difíceis. Por

jamais medir esforços para meu

desenvolvimento profissional e como ser

humano.

À VERA FILHA, minha irmã, pela

cumplicidade e grande apoio.

OFEREÇO E DEDICO

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Na vida a gente nasce flor

Pra fecundar o amor

E então criar raiz

Pra germinar feito semente

Mas infelizmente a vida não tem bis

Então vamos viver o amor

Vamos colher a flor

Vamos morrer raiz

Nascer semente todo dia

Num chão de alegria

Pra gente ser feliz

Flávio José

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pelas oportunidades que me foram dadas na vida, pelos dons e habilidades

confiados a mim, por ter permitido meu crescimento e desenvolvimento profissional. Obrigada

por concluir mais um objetivo e pertencer à família da qual faço parte.

A meus pais, Clemensor José Lins de Sena e Vera Lúcia de Moura Sena, pela total

dedicação durante toda minha vida, pelo amor, carinho e principalmente paciência. Agradeço

também pela educação moral e ética, pelos princípios ensinados que permitiram construir meu

caráter.

A minha irmã Vera Filha, pelo carinho, conselhos, apoio e momentos de descontração

que passamos juntas.

Ao Departamento de Ciência Florestal, por permitir o ingresso no Programa de Pós-

Graduação em Ciências Florestais. À Capes pela concessão da Bolsa de Mestrado, sem a qual,

parte dessa trajetória tornar-se-ia mais complexa.

A minha eterna e estimada orientadora, Profa. Dra. Valderez Pontes Matos e família,

por sempre procurar meu crescimento profissional, guiando-me, educando-me e estando

presente, quando necessário, buscando com seu conhecimento o progresso da equipe. Pela

dedicação, amizade e carinho serei sempre grata. Jamais esquecerei!

A meus amigos e família do Laboratório de Sementes: MSc. Ana Patrícia, MSc. Cássia

Alzira, Dra. Elane Ferreira, MSc. Helder Santos, MSc. Romário Silva; aos estagiários bolsistas

do PIBIC/CNpq Itammar Augusto e Jamile Medeiros; e funcionário Narciso, que tanto me

ajudaram nos momentos da execução deste projeto e ao longo da minha graduação. E aos

queridos ex-colegas do Laboratório de Sementes, MSc. Anna Gorett, MSc. Ana Clara, MSc.

Rute Gregório, MSc. Rebeca Cardoso e Dr. Mauro Pacheco por sanar dúvidas e passar

mensagens positivas.

Não podendo esquecer dos ex - colegas do laboratório de Floricultura, principalmente

Dra. Thaís Oliveira, Dra. Simone Silva e profa. Dra. Vivian Loges (DEPA/UFRPE), assim

como meus amigos de Mestrado, Anderson Batista, Cinthia Oliveira, Edson Torres, Paulo

Karas, Robson Borges, Sabine Geiseler, Silvana Santos, Vanessa Santos, Wedson Batista e os

Doutorandos Flamário Araújo, Juciara Tenório e Maria da Penha Nascimento. Agradeço a todos

por dedicarem uma parte de seu tempo para me auxiliar, inclusive no inesquecível momento de

despolpamento das pitombas.

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A meus amigos, Maria Leandro e Fabian Santana, pelo incentivo e contatos, sem os

quais, teria dificultado a obtenção de um dos materiais de extrema importância para a realização

deste projeto.

À Dra. Saionara Maria Paulino de Assis, responsável técnico pelo Laboratório de

Análise de Sementes Oficial do Ministério da Agricultura, Dr. Fernando Bivar da EMLURB-

Recife, Prof. Dr. Ênion Silva (DEAGRI/UFRPE), Prof. Dr. José Luiz Filho (DEPA/UFRPE),

Prof. Dr. Dimas Menezes (DEPA/UFRPE) e Prof. Dr. Silmar Gonzaga Molica

(DCFL/UFRPE), por fornecer condições essenciais para execução da pesquisa.

A meus co-orientadores, Profa. Dra. Edilma Pereira Gonçalves (UAG/UFRPE) e Prof.

Dr. Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira (DCFL/UFRPE), pelo apoio e colaboração na realização

deste trabalho.

Aos membros da banca examinadora Profa. Dra. Lúcia de Fátima Chaves

(DCFL/UFRPE) e ao Prof. Dr. Jeandson Silva Viana (UAG/UFRPE) pelas valorosas

contribuições no desenvolvimento da dissertação.

A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, pelos

ensinamentos e, ao funcionário Douglas Menezes, pela atenção dedicada.

Ao Sr. Luiz, agradeço profundamente, pelo auxílio na coleta dos frutos, com toda sua

sabedoria e agilidade de quem vive constantemente nas atividades agroflorestais. Pela sua

simpatia e simplicidade, incomparáveis, meu eterno agradecimento.

Aos amigos mais antigos da minha vida, por sempre passar mensagens positivas de

apoio e carinho. Deus tem sempre um propósito para colocar uma pessoa em seu caminho,

sempre serei grata por ter-lhes colocado no meu.

A todos os demais, dentre os quais, amigos, antigos colegas de laboratório, graduação e

conhecidos, que direta ou indiretamente contribuíram para realização deste trabalho e que,

apesar de não estarem contidos nas linhas acima, não foram menos importantes para mais esta

etapa do meu progresso profissional. São as pessoas que passaram por nossas vidas que nos

fazem ser quem somos hoje, formam nossos princípios de moral e ética.

Para finalizar, fica um trecho de uma música que representa este momento: “Eu posso

voar, mais alto que uma águia, pois você é o vento sob as minhas asas. Amigo, me ensinou a

voar bem alto. Amigo, que me ajudou a crescer. Amigo, agradeço a Deus por você existir na

minha vida”. Esta dissertação contém uma parte de cada um de vocês! Para estas pessoas, meu

eterno agradecimento e oferecimento desta Dissertação. Desejo que recebam em dobro o que a

mim foi oferecido, além de muitas bênçãos de Deus. Obrigada por tudo!

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SENA, LÚCIA HELENA DE MOURA. Conservação de sementes e produção de mudas de

pitombeira (Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk.). 2014. 122f. Profa. Dra. Valderez Pontes

Matos. Co-orientadores: Profa. Dra. Edilma Pereira Gonçalves.e Prof. Dr. Rinaldo Luiz

Caraciolo Ferreira.

RESUMO

As espécies florestais nativas vêm despertando crescente interesse em pesquisas científicas

devido ao elevado potencial para consumo in natura, na culinária, uso madeireiro e medicinal.

Dentre estas espécies têm-se a pitombeira (Talisia esculenta (A. St. Hil) Radlk.) que é

propagada principalmente por mudas originadas de sementes e, portanto, o armazenamento das

sementes e as características dos substratos, recipientes e sombreamento aos quais serão

posteriormente submetidos para produção de mudas podem influenciar no seu

desenvolvimento. Assim, o presente trabalho teve como objetivo estabelecer metodologia para

armazenamento seguro de sementes de T. esculenta, mantendo a qualidade fisiológica das

mesmas, bem como recomendar o melhor substrato, recipiente e sombreamento para produção

de mudas dessa espécie. Para estudar o armazenamento de sementes de T. esculenta, as

sementes foram acondicionadas nas embalagens: garrafa pet transparente de 500 ml, saco de

papel Kraft e saco de polietileno transparente com espessura de 0,1 mm, armazenadas nos

ambientes: natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar), freezer (-21 ± 2ᵒC; 95% UR do ar)

e câmara (18ᵒC; 50% UR do ar) em cinco períodos de armazenamento: 0, 25, 50, 75 e 100 dias.

Para a produção de mudas, as plantas foram produzidas em condições de viveiro, testando-se

os substratos Vermiculita® fina + pó-de-coco + esterco bovino (1:1:2) (V+PC+E), Vermiculita®

fina + pó-de-coco + composto de resíduo de poda (1:1:2) (V+PC+C), Vermiculita® fina +

bagaço-de-cana + esterco bovino (1:1:2) (V+BC+E), Vermiculita® fina + bagaço-de-cana +

composto de resíduo de poda (1:1:2) (V+BC+C), postos em diferentes recipientes (saco de

polietileno com volume de 1472 cm3 e tubete de polipropileno com 280 cm3) e níveis de

sombreamento (pleno sol (0%), 30%, 50% e 70% de sombreamento). As variáveis avaliadas

para o armazenamento foram: teor de água, peso de mil sementes, emergência, velocidade e

tempo médio de emergência, comprimento e massa seca da parte aérea, raiz e total; e para a

produção de mudas: teor de água, peso de mil sementes, emergência, velocidade e tempo médio

de emergência, sobrevivência, altura, diâmetro do coleto, número de folhas, comprimento da

raiz primária e massa seca da raiz e do caule. As sementes de T. esculenta devem ser

armazenadas em câmara ou ambiente natural de laboratório utilizando-se como embalagem o

saco de polietileno até os 25 dias de armazenamento ou ocasionalmente até os 50 dias, quando

ainda obtém-se emergência de plântulas de T. esculenta acima de 50%, proporcionando

períodos mais longos de armazenamento com emergência de plântulas vigorosas. A embalagem

saco de papel Kraft e garrafa pet não devem ser utilizados para armazenamento de sementes de

T. esculenta. O armazenamento das sementes de pitombeira em freezer não é recomendado,

pois as torna inviáveis. Na produção de mudas de T. esculenta, o recipiente saco de polietileno

proporcionou resultados superiores no vigor das mudas em relação ao tubete em todos os níveis

de sombreamento avaliados. Para a produção de mudas de T. esculenta em saco de polietileno

deve-se utilizar o substrato composto por Vermiculita® fina + pó-de-coco + composto de

resíduo de poda (V+PC+C) e para o tubete o substrato mais adequado foi a Vermiculita® fina

+ pó-de-coco + esterco bovino (V+PC+E). A produção de mudas de T. esculenta foi satisfatória

tanto a pleno sol como sob sombreamento, mostrando adaptação às diferentes condições.

Palavras-chave: armazenamento, espécie nativa, recipiente, substrato, sombreamento

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SENA, LÚCIA HELENA DE MOURA. Seeds storage and seedling production of Talisia

esculenta (A. St. Hil.) Radlk.). 2014. 122f. Advisor: Profa. Dra. Valderez Pontes Matos. Co-

advisor: Dra. Edilma Pereira Gonçalves and Dr. Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira.

ABSTRACT

Native forest species is attracting increasing interest in scientific research due to the high

potential for natura consumption, cooking, lumber and medicinal uses. Among these species,

there is Talisia esculenta (A. St. Hil) Radlk.), that has seedling propagated originated from

seeds and therefore, the seeds storage and the characteristics of substrates, containers and

shading that will be submitted to seedling production to can influence their development. The

objective of the present study was to determinate the security methodology for T. esculenta

storage seeds, maintaining the physiological quality of seeds well as recommend the best

substrate, container and shading for seedlings production of this species. The T. esculenta seeds

were conditioned in the folowing packings: pet transparent bottes, Kraft paper bags and

transparent polyethylene bags stored under following environments: environmental conditions

of laboratory (28 ± 5ᵒC; 65% relative humidity), in the freezer (-21 ± 2ᵒC; 95% relative

humidity) and in chumber (28 ± 5ᵒC; 65% relative humidity) or five storage periods: 0, 25, 50,

75 and 100 days. The seedling were production in the nursery conditions, to evaluate the fine

Vermiculite® + coconut fiber + catte manure substrate (1:1:2) (V+PC+E), fine Vermiculite® +

coconut fiber + tree trimming residues substrate (1:1:2) (V+PC+C), fine Vermiculite® +

sugarcane bagasse + catte manure substrate (1:1:2) (V+BC+E), fine Vermiculite® + sugarcane

bagasse + tree trimming residues substrate (1:1:2) (V+BC+C), in different containers

(polyethylene bags 1472 cm3 and plastics tubets 280cm3) in different shading levels: full

sunlight (0%) and ambient shading in the proportions 30%, 50% and 70%. The variables

evaluate for the seedlings were: moisture content, thousand seed weight, emergency, index

speed development, average time, length of the primary root, length of the shoot, total length,

root dry mass, shoot dry mass and total dry mass. The variables avaliate to the seedling

production were: moisture content, thousand seed weight, survival, emergency, index speed

development, average time, plant height, stem diameter, number of leaves, length of the primary

root, root dry mass, stem dry mass. The T. esculenta seeds can be stored in a chamber or

environmental condition of laboratory in transparent polyethylene bag packaging up to 25 days

of storage or occasionally up to 50 days of storage when she still gets up seedling emergence

of T. esculenta above 50%. The Kraft paper bag packaging and the pet bottes can’t be used for

T. esculenta storage of seeds. The freezer isn’t recommended for recommended for storage of

T. esculenta seeds because it makes them unviable. The polyethylene bags showed superior

results to the plastics tubets at all shading evaluated in the seedling production. The substrate

fine Vermiculite® + coconut fiber + tree trimming residues (V+PC+C) can be use in

polyethylene bags because promoted satisfactory results in all parameters and to the plastics

tubets the substrate Vermiculite® + coconut fiber + catte manure substrate (V+PC+E) was the

best. The seedlings production was satisfactory in full sunlight and shading, showing adaptation

to different conditions.

Key words: storage, native forest, containers, substrate, shading

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO I

Figura 1. A - exemplar adulto de Talisia esculenta (A. St. Hil) Radlk; B - inflorescência; C -

infrutescência; D - semente com arilo; E - semente sem arilo; F- semente após secagem. Recife-

PE, 2014. Fonte: Sena (2014) ................................................................................................... 20

CAPÍTULO II

Figura 1. A - extração das sementes; B - sementes após retirada do excesso do arilo; C -

sementes após secagem; D - sementes danificadas de Talisia esculenta (A. St. Hil) Radlk.

Recife-PE, 2014. Fonte: Sena (2014) ....................................................................................... 64

Figura 2. Emergência (%) de plântulas de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk oriundas de

sementes acondicionadas em diferentes embalagens, ambientes e períodos de armazenamento.

A - câmara, B - ambiente natural de laboratório. C.V. (%) = 16,96. Recife-PE, 2014. Fonte:

Sena (2014) ............................................................................................................................... 71

Figura 3. Velocidade (IVE) e tempo médio de emergência (dias) das plântulas de Talisia

esculenta (A. St. Hil.) Radlk oriundas de sementes acondicionadas em diferentes embalagens,

ambientes e períodos de armazenamento. A1, A2 - câmara; B1, B2 - ambiente natural de

laboratório. C.V. (%) = 29,53; 31,84, respectivamente. Recife-PE, 2014. Fonte: Sena

(2014). ...................................................................................................................................... 73

Figura 4. Comprimento (cm/plântula) e massa seca (mg/plântula) da parte aérea das plântulas

de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk acondicionadas em diferentes embalagens, ambientes e

períodos de armazenamento. A1, A2 - câmara; B1, B2 - ambiente natural de laboratório. C.V.

(%) = 9,59; 14,40. Recife-PE, 2014. Fonte: Sena (2014). ........................................................ 75

Figura 5. Comprimento da raiz primária (cm/plântula) e massa seca do sistema radicular

(mg/plântula) das plântulas de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk acondicionadas em

diferentes embalagens, ambientes e períodos de armazenamento. A1, A2 - câmara; B1, B2 -

ambiente natural de laboratório. C.V. (%) = 19,78; 22,07, respectivamente. Recife-PE, 2014.

Sena (2014) ............................................................................................................................... 76

Figura 6. Comprimento total (cm/plântula) e massa seca total (cm/plântula) das plântulas de

Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk acondicionadas em diferentes embalagens, ambientes e

períodos de armazenamento. A1, A2 - câmara, B1, B2 - ambiente natural de laboratório. C.V.

(%) = 15,30; 14,26, respectivamente. Recife-PE, 2014. Sena (2014) ...................................... 77

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CAPÍTULO III

Figura 1. Substratos utilizados para a produção de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil.)

Radlk. A - V+BC+C: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% composto de

resíduo de poda; B - V+BC+E: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% esterco

bovino; C - V+PC+C: 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% composto de resíduo

de poda; D - V+PC+E: 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% esterco bovino. Recife-

PE, 2014. Fonte: Sena (2014) ................................................................................................... 92

Figura 2. Recipientes utilizados na produção de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk.

A - saco de polietileno; B - tubete de polipropileno. Recife-PE, 2014. Fonte: Sena (2014) .... 93

Figura 3. A - emergência das plântulas; B - avaliação da altura com régua; C - avaliação do

diâmetro do coleto com paquímetro; D - comprimento da raiz principal das mudas de Talisia

esculenta (A. St. Hil.) Radlk após 150 dias de semeadura. Recife-PE, 2014. Fonte: Sena

(2014)........................................................................................................................................95

Figura 4. Temperatura (A) e umidade relativa (B) do ar máxima, média e mínima da área

experimental do Departamento de Ciência Florestal da UFRPE, durante o período de condução

do experimento de produção de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil) Radlk, julho a dezembro

de 2013. Recife-PE, 2014. Fonte: Sena (2014) ........................................................................ 98

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO II

Tabela 1. Teor de água (%) de sementes de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk acondicionadas

em diferentes embalagens, ambientes e períodos de armazenamento. Recife-PE, 2014. ........ 68

CAPÍTULO III

Tabela 1. Análise química dos substratos avaliados. Recife-PE, 2014. .................................. 97

Tabela 2. Análise física dos substratos avaliados. Recife-PE, 2014. ...................................... 97

Tabela 3. Valores médio da velocidade de emergência (IVE) de plântulas de Talisia esculenta

(A. St. Hil) Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função do recipiente. Recife-PE,

2014. ....................................................................................................................................... 100

Tabela 4. Tempo médio de emergência (dias) de plântulas de Talisia esculenta (A. St. Hil.)

Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação recipiente x substrato. Recife-

PE, 2014. ................................................................................................................................ 100

Tabela 5. Valores médios de altura (cm/planta) da parte aérea de mudas de Talisia esculenta

(A. St. Hil.) Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação sombreamento x

recipiente. Recife-PE, 2014. ................................................................................................... 101

Tabela 6. Valores médios de altura (cm/planta) da parte aérea de mudas de Talisia esculenta

(A. St. Hil.) Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação recipiente x

substrato. Recife-PE, 2014. .................................................................................................... 102

Tabela 7. Valores médios de diâmetro do coleto (mm/planta) de mudas de Talisia esculenta

(A. St. Hil.) Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação sombreamento x

recipiente. Recife-PE, 2014. ................................................................................................... 103

Tabela 8. Valores médios de diâmetro do coleto (mm/planta) de mudas de Talisia esculenta

(A. St. Hil.) Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação recipiente x

substrato. Recife-PE, 2014. .................................................................................................... 104

Tabela 9. Número médio de folhas (folhas/planta) de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil.)

Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação recipiente x substrato. Recife-

PE, 2014. ................................................................................................................................ 105

Tabela 10. Comprimento da raiz principal (cm/planta) de mudas de Talisia esculenta (A. St.

Hil.) Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função do recipiente. Recife-PE, 2014. ..... 105

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Tabela 11. Comprimento da raiz primária (cm/planta) de mudas de Talisia esculenta (A. St.

Hil.) Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação sombreamento x substrato.

Recife-PE, 2014. ..................................................................................................................... 106

Tabela 12. Massa seca da parte aérea (g) de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk, aos

150 dias após a semeadura, em função da interação sombreamento x recipiente. Recife-PE,

2014. ....................................................................................................................................... 106

Tabela 13. Massa seca da parte aérea (g/planta) de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil.)

Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação recipiente x substrato. Recife-

PE, 2014. ................................................................................................................................ 107

Tabela 14. Massa seca do sistema radicular (g/planta) de mudas de Talisia esculenta (A. St.

Hil.) Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação sombreamento x recipiente.

Recife-PE, 2014. ..................................................................................................................... 107

Tabela 15. Massa seca das raízes (g) de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk, aos 150

dias após a semeadura, em função da interação recipiente x substrato. Recife-PE, 2014. ..... 108

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I: CONSERVAÇÃO DE SEMENTES E PRODUÇÃO DE MUDAS DE

PITOMBEIRA (Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk.)........................................................ 15

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 16

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 18

2.1 ESPÉCIE ESTUDADA: Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk. ..................................... 18

2.1.1 Origem, aspectos ecológicos e fenológicos ............................................................. 18

2.1.2 Características Dendrológicas ................................................................................. 19 2.1.3 Aspectos técnicos e econômicos ............................................................................. 21

2.1.4 Utilização ................................................................................................................. 23

2.2 ARMAZENAMENTO ................................................................................................... 25 2.2.1 Embalagem e ambiente de armazenamento............................................................. 30

2.3 PRODUÇÃO MUDAS ................................................................................................... 32

2.3.1 Qualidade das mudas ............................................................................................... 33 2.3.2 Substratos ................................................................................................................ 35 2.3.2.1 Tipos de substratos ......................................................................................... 37

2.3.3 Recipientes .............................................................................................................. 40

2.3.4 Influência do Sombreamento ................................................................................... 43

3 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 46

CAPÍTULO II: ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE PITOMBEIRA (Talisia

esculenta (A. St. Hil) Radlk. - SAPINDACEAE) ................................................................. 60

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 61

2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 63

2.1 OBTENÇÃO DAS SEMENTES .................................................................................... 63

2.2 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO.............................................................................. 64 2.3 VARIÁVEIS AVALIADAS .......................................................................................... 65

2.3.1 Teor de água (%) ..................................................................................................... 65 2.3.2 Peso mil sementes (g) .............................................................................................. 65 2.3.3 Emergência de plântulas (%) ................................................................................... 65 2.3.4 Velocidade de emergência (IVE) ............................................................................ 66 2.3.5 Tempo médio de emergência (dias)......................................................................... 66

2.3.6 Comprimento da parte aérea, da raiz primária e total (cm/plântula) ....................... 66 2.3.7 Massa seca da parte aérea, do sistema radicular e total (mg/plântula) .................... 66

2.4 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................ 67

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 68

4 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 82 5 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 83

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CAPÍTULO III: PRODUÇÃO DE MUDAS DE PITOMBEIRA (Talisia esculenta (A. St.

Hil.) Radlk. - SAPINDACEAE).............................................................................................88

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 89

2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 91

2.1 OBTENÇÃO DAS SEMENTES .................................................................................... 91

2.2 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO.............................................................................. 92 2.3 VARIÁVEIS AVALIADAS .......................................................................................... 94

2.3.1 Teor de água ............................................................................................................ 94 2.3.2 Peso de 1000 sementes (g) ...................................................................................... 94 2.3.3 Emergência das plântulas (%) ................................................................................. 94

2.3.4 Velocidade de emergência (IVE) ............................................................................ 95 2.3.5 Tempo médio de emergência (dias)......................................................................... 95 2.3.6 Sobrevivência (%) ................................................................................................... 95 2.3.7 Altura da planta (cm/planta) .................................................................................... 96

2.3.8 Diâmetro do coleto (mm/planta).............................................................................. 96 2.3.9 Comprimento da raiz principal (cm/planta) ............................................................ 96

2.3.10 Número de folhas (folhas/planta) .......................................................................... 96 2.3.11 Massa seca da parte aérea e do sistema radicular (g/planta) ................................. 96

2.4 CARACTERÍSTICAS DOS SUBSTRATOS ................................................................ 97 2.5 CARACTERÍSTICAS MICROCLIMÁTICAS ............................................................. 98

2.6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E ANÁLISE ESTATÍSTICA ......................... 98

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 99

4 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 112

5 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 113

APÊNDICES..........................................................................................................................120

Apêndice I ......................................................................................................................... ....120 Apêndice II ........................................................................................................................ ...12 1 Apêndice III .......................................................................................................................... 122

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CAPÍTULO I

CONSERVAÇÃO DE SEMENTES E PRODUÇÃO DE MUDAS DE PITOMBEIRA

(Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk.)

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1 INTRODUÇÃO

O Brasil possui condições edafoclimáticas favoráveis para a produção comercial de

diversas frutas tropicais nativas e exóticas, entretanto, há necessidade de identificação dos

entraves inerentes a cada espécie e a partir daí proporcionar tecnologias que viabilizem o cultivo

racional, incluindo melhoramento, propagação, manejo, aspectos fitossanitários, pós-colheita e

conhecimento do potencial industrial alimentar, medicinal e cosmético (SACRAMENTO;

BARRETTO, 2012).

O êxito dos projetos de reflorestamentos comerciais ou com fins conservacionistas

depende, dentre outros fatores, da escolha apropriada das espécies, que será tanto mais correta

quanto maior for o conhecimento, principalmente no que se refere à ecologia e ao seu

comportamento silvicultural (CUNHA et al., 2005).

Dentre os processos para plantio e replantio de florestas com alto nível de produção, a

obtenção de mudas de qualidade se destaca como a principal etapa (BOTELHO, 2011). A

qualidade das mudas é fundamental, portanto, para a sobrevivência e o desenvolvimento de

espécies no campo, permitindo a formação de árvores com características desejáveis e obter o

máximo de produtividade, independente da finalidade de cultivo.

A Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk. (Sapindaceae) encontra-se dentre as espécies

florestais nativas do Brasil com elevado potencial, conhecida como pitombeira e cultivada em

pomares domésticos, principalmente nas regiões tropicais do Brasil, com habitat natural na

região Amazônica e na Mata Atlântica (LORENZI et al., 2006). Apresenta grande interesse

ecológico, econômico e medicinal, sendo indicada para o plantio e recuperação de matas

ciliares, consumo in natura dos frutos e na fabricação de compotas, geléias e doces ricos em

vitaminas (VIEIRA; GUSMÃO, 2006).

O armazenamento de sementes é uma ação que significa guardar sementes obtidas numa

determinada ocasião, procurando manter a sua máxima qualidade fisiológica, física e sanitária,

objetivando o seu uso no futuro (MEDEIROS, 2001). Assim, a decisão sobre o tipo de

embalagem e o ambiente de armazenamento são decisivos para manter a germinação das

sementes e o vigor das plântulas por ocasião de semeadura, então, uma vez coletados, os frutos

devem ser despolpados e as sementes postas para secar adequadamente, em seguida

beneficiadas e armazenadas em condições ideais para que não percam seu poder germinativo e

vigor em curto espaço de tempo (PAIVA; GONÇALVES, 2001).

O substrato e o recipiente são os principais fatores envolvidos na formação das mudas,

devendo proporcionar um bom crescimento durante a sua permanência no viveiro (BEZERRA;

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BEZERRA, 2000). Além disso, a luminosidade assume um papel essencial, tendo em vista a

relação direta deste fator com o ambiente natural da espécie, no entanto, a generalização de uma

única cobertura luminosa para diferentes grupos ecológicos não é o mais adequado, pois as

espécies apresentam comportamentos distintos de acordo com a intensidade luminosa a qual é

submetida (CARON et al., 2010).

Neste contexto, considera-se que o armazenamento das sementes de pitombeira para

posterior produção de mudas, tem sido necessário por ser uma espécie ainda não domesticada

e de crescente interesse socioeconômico, devido ao seu potencial medicinal e econômico. Desta

forma, o presente estudo teve por objetivos verificar a influência do armazenamento na

germinação e vigor das sementes de T. esculenta, recomendando a (s) melhor (es) condição

(ões) para que, quando necessário, as sementes germinem e originem plântulas vigorosas e

avaliar os efeitos dos diferentes substratos, recipientes e níveis de sombreamento na obtenção

de mudas de qualidade desta espécie.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ESPÉCIE ESTUDADA: Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk.

2.1.1 Origem, aspectos ecológicos e fenológicos

A família Sapindaceae possui distribuição cosmopolita, incluindo cerca de 140 gêneros

e 1600 espécies, ocorrendo 24 gêneros e aproximadamente 400 espécies no Brasil (SOUZA;

LORENZI, 2008). Com relação ao gênero Talisia, cerca de 10 espécies são comestíveis, entre

as quais, a pitombeira (LEDERMAN; BEZERRA; SILVA JÚNIOR, 2012).

A Talisia esculenta apresenta diversos nomes vulgares como grão-de-galo, pitomba,

pitomba-açu, pitomba-da-bahia, pitomba-do-cerrado, pitomba-rana, pitombeira, pitombeiro,

pitombo (BANCO DE DADOS NON WOOD, 1999), pitomba-da-mata, pitomba-de-macaco,

olho-de-boi (LORENZI, 2002) e pitomba-do-norte (LORENZI et al., 2006). O nome pitombeira

se aplica também a outras espécies do mesmo gênero, como T. acutifolia Raldk., T. cerasina

(Benth.) Radlk. e T. cupularis Radlk., todas originárias da Amazônia (BIOMANIA, 2013).

Em outros países, recebe denominações como pitoulier comestible, na França; pitomba,

na Inglaterra, carayá-vola, no Paraguai; caraya-vola, pitomba, pitombeira, na Espanha

(BANCO DE DADOS NON WOOD, 1999). Há registros de sua ocorrência, também, na

Colômbia, Equador, Peru, Paraguai (VILLACHICA, 1996), Bolívia (BIOMANIA, 2013) e

norte da Argentina (FERRÃO, 2001).

Apesar de nativa da mata de terra firme da parte ocidental da região Amazônica e da

Mata Atlântica, desde o Nordeste até o Rio de Janeiro, pode ser encontrada ainda em várzeas,

fundos de vale, em formações secundárias ou no interior de matas primárias. É uma espécie de

clima tropical, adaptada às áreas de clima subtropical, perenifólia ou semidecídua, classificada

quanto à sucessão ecológica como espécie heliófita por Lorenzi et al. (2006), ou clímax

tolerante ao sombreamento (DAVIDE; SILVA, 2008).

No Brasil, encontra-se distribuída da seguinte maneira: Norte (Amazonas, Pará),

Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso,

Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná). Desta

maneira, abrangendo a Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (GUARIM-

NETO; SANTANA; SILVA, 2000; FORZA et al., 2010).

A pitombeira cresce bem em zonas de clima quente e temperado-quente, úmidos com a

temperatura média anual oscilando em torno de 19 a 25ºC e pluviosidade média anual superior

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a 1000 mm, como no litoral nordestino, onde a pluviosidade chega a ultrapassar os 2000 mm

nos municípios mais chuvosos. Trata-se de uma árvore extremamente rústica, pouco exigente

quanto a solos, desenvolvendo-se bem em solos profundos, permeáveis e bem drenados

(GOMES, 2007), exceto naqueles sazonalmente inundados, substancialmente pedregosos ou

arenosos (FAO, 1986).

Floresce, geralmente, durante os meses de agosto a outubro, podendo se estender até o

início do ano seguinte (LEDERMAN; BEZERRA; SILVA JÚNIOR, 2012). A frutificação

acontece de setembro a fevereiro (FAO, 1986), com maturação a partir de janeiro até julho,

dependendo da região de ocorrência, e pico entre os meses de março e maio (LEDERMAN;

BEZERRA; SILVA JÚNIOR, 2012).

A dispersão dos frutos de T. esculenta é por barocoria ou zoocoria (JUSTINIANO;

FREDERICKSEN, 2000), sendo muito apreciado pela avifauna (ornitocoria), principal

dispersora de suas sementes (FREIRE et al., 2002; ROMAHN, 2007; VIEIRA; GUSMÃO,

2008).

2.1.2 Características Dendrológicas

A T. esculenta é uma árvore com 6 a 12 m de altura, tronco de 30 a 40 cm de diâmetro

(LORENZI, 2002), copa densa (ROMAHN, 2007), muito frondosa, fuste cilíndrico, com ramos

cilíndricos e estriados (GUARIM-NETO; SANTANA; SILVA, 2003) (Figura 1A).

Apresenta crescimento rápido, ritidoma acinzentado, folhas compostas, alternas,

paripinadas, com 2 a 4 pares de folíolos, membranáceos, oblongos ou elípticos, subagudos na

base e brevemente acuminados no ápice, inteiros e glabros (FERRÃO, 2001). Lorenzi (2002)

descreveu o tamanho das folhas variando de 7 a 13 cm de comprimento e 3 a 6 cm de largura.

Produz inflorescência em panículas terminais alongadas e multi-ramificadas, pequenas,

aromáticas, brancas ou levemente rosadas (Figura 1B), com cinco sépalas elípticas, cinco

pétalas ciliadas na metade inferior, denso-vilosas na face interna, oito estames com os filetes

pubescentes, fixados dentro de um disco em torno da base do ovário, antenas apiculadas, ovário

ovóide, pubescente e trilocular (FERRÃO, 2001), com 20 a 35 cm de comprimento, andróginas

(LORENZI et al., 2006).

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Os cachos, com média de 10 a 27 frutos, tipo bagas subglobosas, apiculadas, de

aproximadamente 2,5 cm de comprimento, apresentam pericarpo duro, amarelo a amarelo

acinzentado e quebradiço na ocasião da maturação (FERRÃO, 2001). Os frutos possuem uma

a duas sementes grandes cobertas por arilo fino, suculento e translúcido de sabor acidulado

(LORENZI et al., 2006) (Figuras 1C-D, respectivamente) e coloração róseo-esbranquiçado,

comestível, com cotilédones espessos, superpostos e aproximadamente iguais. Após a retirada

A B

C D

E F

Figura 1. A - exemplar adulto de Talisia esculenta (A. St. Hil) Radlk; B -

inflorescência; C - infrutescência; D - semente com arilo; E - semente sem arilo; F-

semente após secagem. Recife-PE, 2014. Fonte: Sena (2014)

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do arilo, as sementes apresentam testa avermelhada in vivo e escuras quando secas (Figuras 1E-

F, respectivamente) (GUARIM-NETO; SANTANA; SILVA, 2003).

2.1.3 Aspectos técnicos e econômicos

Quanto à diversidade genética, a T. esculenta tem sido pouco estudada, sendo uma

espécie não domesticada, com escassas informações técnicas, inclusive sobre propagação

(LEDERMAN; BEZERRA; SILVA JÚNIOR, 2012). Variações na coloração do epicarpo,

forma e tamanho do fruto, espessura do arilo e grau de aderência deste à semente foram

observadas (VILLACHICA, 1996), assim como a relação proporcional da massa de matéria

fresca da pitomba com a quantidade de polpa, indicando potencial para a seleção e

melhoramento genético desta espécie (VIEIRA; GUSMÃO, 2008).

Diante da necessidade de obtenção de mudas de T. esculenta, Góes (2011) resolveu

estudar formas de propagação assexuada por enxertia em pitombeira, dentre os quais borbulhia

em placa e diferentes tipos de garfagem: fenda lateral, topo em fenda cheia, topo à inglesa

simples e topo à inglesa complicada. As mudas foram cultivadas em viveiro com cobertura de

sombrite de 50% de luminosidade e irrigação com sistema de microaspersão, instalada a dois

metros da superfície do solo, cuja lâmina de água aplicada foi suficiente para manter o substrato

sempre úmido, apesar disso, obteve-se índice zero de pegamento dos enxertos.

Assim, observa-se que a propagação da pitombeira é preferencialmente por sementes

(ROMAHN, 2007). No entanto, Villachica (1996) sugere que, para melhorar seu cultivo devem

ser desenvolvidos métodos de propagação vegetativa, especialmente a seleção de plantas de

baixo porte e enxerto, seleção de frutos com arilo espesso, baixa aderência do mesmo às

sementes e brix elevado.

O desenvolvimento das mudas de T. esculenta é moderado (LORENZI, 2002), ficando

disponíveis para o plantio em local definitivo de 4 a 6 meses. Para a produção de mudas desta

espécie, os frutos podem ser colhidos diretamente da árvore ou no chão (DAVIDE; SILVA,

2008) ao iniciar a queda espontânea, porém, quando forem armazenados é conveniente que seja

feita a retirada do arilo (LORENZI, 2002).

Sementes de pitombeira armazenadas por 0, 15, 30 e 60 dias em sacos de papel Kraft

sob condições de laboratório (25 ± 2°C e 68 ± 3% de UR do ar) não germinaram após 30 e 60

dias de armazenamento, apresentando longevidade curta, quando comparado às sementes

recém-colhidas (88% de emergência) (VIEIRA; GUSMÃO, 2008). São consideradas portanto,

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recalcitrantes, ou seja, a perda de umidade destas sementes pode ocasionar danos que reduzirão

sua viabilidade e vigor, assim é necessária a semeadura logo após a extração dos frutos.

A semeadura de pitombeira deve ocorrer em profundidade entre 2,5 a 3 cm com hilo

para cima ou na vertical (ALVES et al., 2013). Com relação à temperatura e substratos para

testes de germinação, Éder-Silva (2006) recomendou a temperatura alternada de 20-30°C ou

constante de 30°C, enquanto Salomão et al. (2003) indicaram a temperatura de 25°C e o

substrato rolo de papel. A emergência desta espécie ocorre entre 15 e 30 dias após semeadura

e a taxa de germinação geralmente é elevada (LORENZI, 2002).

Para a remoção do arilo da pitomba, pode ser utilizado a fricção das sementes com arilo

em areia ou pó de madeira, bem como fermentação em água com ou sem açúcar por até quatro

dias (CARDOSO, 2011), sendo posteriormente secadas à sombra por até 48 horas (ALVES et

al., 2008). A fermentação das sementes até 96 horas (ÉDER-SILVA, 2006) ou até 105 horas

(ALVES et al., 2009) foram métodos de remoção do arilo que não influenciaram negativamente

na emergência desta espécie.

Os indivíduos adultos da pitombeira, em áreas de ocorrência natural, chega a produzir

até 50 kg de frutos/ano (LEDERMAN; BEZERRA; SILVA JÚNIOR, 2012) e em solos de baixa

fertilidade, sem adubação, cerca de 2 kg/árvore/ano (VILLACHICA, 1996). Além disso, as

árvores podem ser alugadas, com a concessão do proprietário, como ocorre em Pernambuco-

PE, para coletarem todas as pitombas disponíveis, tanto as que ainda

não amadureceram por completo quanto aquelas efetivamente maduras, apreciado pelo sabor

agridoce (MOTA, 2011).

A comercialização da pitomba está restrita, praticamente, às regiões circunvizinhas às

áreas de produção e em razão de ainda não existirem pomares comerciais e a oferta de frutos

não permite a conquista de novos mercados (LEDERMAN; BEZERRA; SILVA JÚNIOR,

2012). Proporciona, portanto, valorização e divulgação da pitomba nas feiras livres, mercados,

supermercados e ruas, uma vez que é uma espécie cujo valor econômico é considerável para as

regiões Norte e Nordeste do Brasil (SILVA et al., 2004).

De acordo com a Ceasa - Pernambuco (CEASA-PE, 2013), no Recife, foi registrada

uma oferta anual média de 306,7 toneladas de pitomba nos anos de 2009 a 2013 (Apêndice I),

ocorrendo uma oferta mínima de 152 toneladas em 2013 e uma máxima de 431 toneladas em

2009. A oferta da fruta no Nordeste se inicia, aos poucos, em janeiro e se estende até agosto,

onde mais de 90% de toda oferta está concentrada nos meses de abril e julho, com picos de

produção nos meses de abril (23,4%) e maio (31,4%), respectivamente. Já em Belém - PA,

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segundo Villachica (1996), a safra da pitombeira se concentra de setembro a dezembro, meses

em que, praticamente, não existe oferta de frutos na região Nordeste do Brasil

Pernambuco, possivelmente, é o maior produtor de pitomba, onde está bastante

enraizada à cultura e à tradição local, envolvendo famílias inteiras durante a safra, inclusive

pouco depois da Páscoa quando ocorre a realização da tradicional Festa da Pitomba, no

Município de Jaboatão dos Guararapes, PE (COELHO, 2012). Embora a produção de pitomba

de outros Estados nordestinos seja também comercializada no mercado do Recife, mais de 90%

da oferta registrada na Ceasa-Pernambuco é oriunda das áreas de produção do próprio Estado,

composto pelos municípios da Zona da Mata Pernambucana e do Agreste e, em particular, os

brejos de altitude nela inseridos, constituem as principais áreas de exploração extrativista da

pitomba (LEDERMAN; BEZERRA; SILVA JÚNIOR, 2012).

2.1.4 Utilização

Em 1983, já era observado que, apesar de aparentemente apresentar futuro econômico

incerto, o consumo da pitomba estava aumentando, bem como a sua frequência em pomares no

Brasil (GOMES, 1983). Deste modo, a Articulação Mineira de Agroecologia - AMA (2008)

afirma que tem-se buscado o aproveitamento sustentável de uma grande diversidade de espécies

nativas como a pitombeira, pois traz a perspectiva de geração de renda substancial a diversas

famílias de extrativistas, ao mesmo tempo em que promove a valorização e a conservação da

biodiversidade e dos recursos naturais.

O fruto da pitombeira é usado para consumo in natura, raramente sendo empregada na

elaboração de sucos, licor, doces ou sorvetes, todavia, este uso ampliaria as possibilidades de

comercialização da pitomba, inclusive para o mercado internacional (SILVA et al., 1994). No

entanto, com relação ao mercado externo, as possibilidades são bastante limitadas e depende

das recomendações técnicas para o cultivo, geração de tecnologia para industrialização e

desenvolvimento do hábito de consumo da espécie (VILLACHICA, 1996), uma vez que

apresenta sabor semelhante ao do damasco (Prunus armeniaca L.) (VIEIRA; GUSMÃO,

2006).

As características físico-químicas dos frutos da T. esculenta, possibilitam sua utilização

na indústria de alimentos (ROCHA, 2011), onde o arilo (polpa) contribui, em média, com

38,61% da massa de matéria fresca total do fruto, considerado um bom rendimento (VIEIRA;

GUSMÃO, 2008). Segundo o IBGE (1999), em 100 g de arilo de pitomba pode-se obter: 90,5%

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de umidade; 34,0 kcal de valor energético; 0,4 g de proteínas; 0,1 g de lipídios; 8,8 g de

glicídios; 2,0 g de fibra; 0,2 g de cinzas; 15,0 mg de cálcio; 9,0 mg de fósforo; 0,8 mg de ferro;

0,04 mg de vitamina B1; 0,04 mg de vitamina B2; 0,5 mg de niacina; 33,0 mg de vitamina C.

De acordo com os resultados das análises do arilo (polpa) da pitomba, Souza et al.

(2012) constataram a presença de diversos metabólitos secundários como flavonas, flavonóides,

xantonas, alcalóides e saponinas, mostrando sua capacidade antioxidante. Mas, conforme o

autor, é preciso pesquisas com a finalidade de quantificar esses elementos presentes, para que

o mesmo possa ser utilizado na indústria de alimentos com o aproveitamento da polpa na

preparação de produtos com alto valor nutricional.

A inibição de crescimento de alguns fungos pode ser alcançada pela T. esculenta,

conforme o Banco de Dados Non Wood (1999), onde Freire et al. (2002) isolaram uma lecitina

das sementes e verificaram que a mesma causou inibição do crescimento dos fungos Fusarium

oxysporum (Fusariose), Colletotrichum lindemuthianum (Antracnose do feijoeiro) e

Saccharomyces cerevisiae (levedura). O mesmo resultado foi obtido pela pesquisa da Dra.

Maria Lígia Macedo (UFMS), citado por Zucchi et al. (2003), que também inibiu o

desenvolvimento dos fungos F. oxysporum e C. lindemuthianum.

A T. esculenta pode ser usada para controlar larvas de alguns insetos (BANCO DE

DADOS NON WOOD, 1999). Isso foi observado em avaliações de antibiose, quando a lecitina

obtida das sementes de T. esculenta causou a mortalidade de 90% dos insetos Callosobruchus

maculatus e Zabrotes subfasciatus (Carunchos do feijão - Coleóptera), quando incorporada em

uma dieta artificial em nível de 2% (MACEDO et al., 2002).

Santos et al. (2008) avaliaram o potencial inseticida dos extratos aquosos de sementes

de T. esculenta sobre Spodoptera frugiperda (J. E. Smith.) (Lepidoptera), importante praga da

lavoura de milho, conhecida por lagarta do cartucho do milho. O resultado do período larval

submetido ao extrato das sementes de pitomba foi de 26,71% de mortalidade e 237,50 mg de

peso médio, mostrando-se mais eficiente do que o controle (11,3% de mortalidade e 293,45 mg

de peso médio).

Vale observar que a T. esculenta está entre as madeiras mais densas do Brasil, possuindo

densidade maior que 1 (D > 1,0), contudo, não são madeiras de lei por não terem boa

estabilidade, rachar e empenar com facilidade e não flutuar (GONZAGA, 2006). Mesmo assim,

a madeira pesada, dura, de textura média é de baixa resistência ao apodrecimento, podendo ser

empregada em caixotaria e carpintaria, em obras internas na construção civil, como forros,

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molduras, batentes, tábuas para assoalho (LORENZI, 2002), lenha e carvão (CORDEIRO,

2012).

Em 1989, foi observado, numa comunidade localizada no Estado de Alagoas, que as

pessoas utilizavam a T. esculenta para uso medicinal como diurético, antidiarreico, febrífugo e

antirreumático (CAMPELO; RAMALHO, 1989; CRAVO, 1995).

As folhas, usadas na forma de infusão (BANCO DE DADOS NON WOOD, 1999) são

indicados para as “dores nos quadris” e problemas renais (GUARIM-NETO; SANTANA;

SILVA, 2000). Já as sementes são adstringentes e combatem a diabetes, sendo o chá destas, por

meio de infusão, utilizado em problemas de desidratação, e quando cozidas, por decocção,

combatem a diarréia crônica (BANCO DE DADOS NON WOOD, 1999).

Apesar de possuir copa densa, proporcionando uma boa sombra (ROMAHN, 2007), o

que possibilitaria ser cultivada como ornamental para arborização de ruas ou espaços abertos,

como acontece na arborização urbana na cidade de Campina Grande - PB (GUARIM-NETO;

SANTANA, 2000; DANTAS; SOUZA, 2004), não é aconselhável uso de espécies frutíferas

comestíveis nestes locais devido a atividades de depredação.

Além de todas essas utilidades, a seiva do caule da pitombeira é empregada como

ictiotóxica (CRAVO, 1995; VILLACHICA, 1996), sendo comprovado que as folhas e a casca

contêm tanino, substância usada para impedir que o couro, ao ser curtido, apodreça (SEBO e

ACERVO, 2013). Apresenta, também, potencial de uso para produção apícola, produção de

óleos e ceras (SAMPAIO et al., 2005) e recomposição de áreas degradadas (LORENZI, 2002).

2.2 ARMAZENAMENTO

À medida que as civilizações ficaram mais organizadas e complexas o homem passou a

observar que, em certas áreas, a produção de sementes era melhor que em outras de modo que

passam a produzi-las em determinados locais e transportá-las para outros. Nesse momento,

sentiu a necessidade de embalar as sementes para o transporte e de manter a viabilidade durante

o trânsito (MEDEIROS; EIRA, 2006). Então, ao longo do desenvolvimento da tecnologia de

sementes, estudos sobre a manutenção da qualidade de sementes entre o período de

desligamento da planta mãe até a formação de um novo indivíduo tem tido grande destaque

(LUDWIG; SEUS, 2010).

O armazenamento é fundamental na formação de plantios comerciais, pois permite o

uso de espécies vegetais em épocas e locais diferentes da sua origem (KOHAMA et al., 2006),

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garantindo a demanda de sementes de espécies com produção irregular, onde são abundantes

em alguns anos e escassas em outros (CARNEIRO; AGUIAR, 1993). Logo, a disponibilidade

contínua de sementes viáveis é imprescindível aos programas florestais, como reflorestamentos

e recuperação de áreas degradadas, programas de melhoramento na conservação de

germoplasma por longos períodos, principalmente para as espécies ameaçadas de extinção, e

pesquisas sobre tecnologia e fisiologia de sementes (FLORIANO, 2004; CARVALHO et al.,

2008).

As sementes, quando não tiverem uso imediato, deverão ser conservadas

adequadamente após o beneficiamento para que a sua viabilidade se mantenha (PEREIRA;

SILVA, 2007). No entanto, a qualidade da semente não é melhorada pelo armazenamento,

mesmo sob condições ideais, embora possa ser mantida com o mínimo de deterioração possível

(VILLELA; PERES, 2004). Portanto, o armazenamento tem por objetivo conservar as

sementes, preservando suas qualidades física, fisiológica e sanitária, para posterior semeadura

e obtenção de plantas vigorosas, bem como minimizar a velocidade de deterioração (UFSM,

2004).

Durante o armazenamento, a preocupação principal é a preservação da germinação e

vigor das sementes, sendo que a velocidade das transformações degenerativas depende das

condições às quais são submetidas durante a coleta, beneficiamento e armazenamento

(FOWLER; MARTINS, 2001). Logo, a conservação das sementes até a semeadura pode

interferir na qualidade e na quantidade das plântulas obtidas e, em decorrência, no desempenho

produtivo da população estabelecida no campo (NASCIMENTO; CICERO; NOVEMBRE,

2010).

Um aspecto muito importante a ser considerado refere-se à longevidade natural das

sementes. Esta característica, intrínseca da semente, varia entre as espécies, onde algumas

sementes permanecem viáveis durante anos após sua maturação e outras perdem rapidamente

essa viabilidade (HOPPE et al., 2004). Neste sentido, a classificação de sementes, considerando

o comportamento no armazenamento foi primeiramente proposta por Roberts (1973), quando

estabeleceu duas classes de sementes: ortodoxas e recalcitrantes.

Nas sementes ortodoxas, foram incluídas as espécies que passam por um processo de

secagem ainda dentro do fruto e são liberadas ou colhidas da planta mãe com 20% ou menos

de água (MENDONÇA; DIAS, 2000), podendo posteriormente ser reduzido para 5 a 7% de

umidade, o que possibilita aumento do período de viabilidade (VILLELA; PERES, 2004).

Nesta condição, a semente pode resistir às adversidades do ambiente e, não existindo

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dormência, reassumirá sua atividade metabólica e germinará, quando forem fornecidas as

condições favoráveis (NEVES, 1994), sendo então, também classificada como tolerantes à

dessecação, pois têm a capacidade de se reidratarem depois da remoção de cerca de 80 a 90%

da água protoplasmática e, com isto, ter seu metabolismo reativado (HOEKSTRA;

GOLOVINIA; BUITINK, 2001).

A maioria das espécies cultivadas (BARBEDO; MARCOS FILHO, 1998; GEMAQUE

et al., 2005) e florestais tropicais, dentre os quais o cubiu (Solanum sessiliflorum Dunal -

Solanaceae), cumaru (Dipteryx odorata Aubl Willd. - Fabaceae, Faboideae) (SENA;

GARIGLIO, 2008), jucá (Caesalpinia ferrea Mart ex Tul - Fabaceae, Caesalpinioideae),

tamboril (Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong - Fabaceae, Mimosoideae) e teperebá

(Spondias mombim L. - Anacardiaceae) (CARVALHO; MÜLLER; NASCIMENTO, 2001) são

classificadas como ortodoxas.

Sementes tolerantes à dessecação suportam perdas de água e temperaturas sub-zero,

podendo, portanto, serem conservadas a longo prazo pelos processos convencionais de

armazenamento (NASCIMENTO; MORAES, 2011). Como pré-requisitos básicos apresenta

baixos graus de umidade e baixas temperaturas e umidade relativa, mantendo sua viabilidade

por um maior período de tempo (LÚCIO et al., 2006), sem que haja perdas significativas

(SEIFFERT et al., 2006).

Quando o teor máximo de água nas sementes ortodoxas for de 12% para as não

leguminosas e de 9% para leguminosas, estas sementes podem ser armazenadas por três a cinco

anos, a 10°C e 40% de umidade relativa (UR) do ar ou ainda acondicionar pequenos lotes em

geladeira ou freezers domésticos, desde que secos a um grau entre 5 e 7%, conforme a espécie,

em embalagem hermética (MEDEIROS; EIRA, 2006).

Pouca informação, no entanto, se tem a respeito da conservação de sementes

classificadas como recalcitrantes ou intolerantes à dessecação. Estas sementes não sofrem

secagem natural na planta-matriz (ROBERTS, 1973) e são sensíveis à desidratação, processo

que ocorre lentamente, e por isso são dispersas com grau de umidade relativamente alto

(BERJAK; PAMMENTER, 2000).

Sementes recalcitrantes não suportam, portanto, a secagem abaixo de níveis

relativamente altos (40 a 50%), sem perda de viabilidade, ocorrendo perda drástica ou total da

capacidade de germinação quando o grau de umidade for reduzido para nível igual ou inferior

a 15% (CARVALHO; MÜLLER; NASCIMENTO, 2001), podendo permanecer viável por

apenas algumas semanas ou meses (ALVES; SOUZA, 2011). Então, caso sejam desidratadas a

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teores de água inferiores a um nível crítico, geralmente elevado, que varia com a espécie,

ocorrerá a perda rápida da viabilidade, podendo levar à morte (ROBERTS, 1973).

As espécies intolerantes à dessecação possuem, também, uma ampla variabilidade no

conteúdo de água na hora da dispersão e na fisiologia pós-colheita, especialmente com relação

à resposta à dessecação, mas, todas são metabolicamente ativas e mostram alterações associadas

à germinação enquanto são armazenadas (PAMMENTER; BERJAK, 2000). No entanto, não

dependem da secagem para adquirir a capacidade germinativa, como ainda apresentam limites

de tolerância a dessecação (BARBEDO; MARCOS FILHO, 1998).

Grande número de espécies da região tropical têm sementes recalcitrantes, o que

ocasiona dificuldade de armazenamento (VIEIRA et al., 2001), principalmente as tropicais

perenes economicamente importantes. As espécies recalcitrantes que possuem os menores

períodos de viabilidade são originárias de regiões tropicais úmidas, onde o ambiente adequado

à germinação é mais ou menos constante ao longo do ano (CHIN; KRISHNAPILLAY;

STANWOOD, 1996).

De acordo com Fonseca; Freire (2003), das 6.721 espécies consideradas de importância

econômica, cerca de 7% possuem sementes que, além de serem sensíveis à dessecação não

toleram armazenamento sob baixas temperaturas, dificultando sua conservação por períodos

prolongados. Dentre estas sementes com comportamento recalcitrante, incluem-se o açaí

(Euterpe oleracea Mart. - Arecaceae), cacau (Theobroma cacao L. - Malvaceae), dendê (Elaeis

guineensis Jacq. - Arecaceae), guaraná (Paullinia cupana Mart. - Sapindaceae), ingá (Inga spp.

- Fabaceae, Mimosoideae), jabuticaba (Myrciaria spp. - Myrtaceae), jenipapo (Genipa

americana L. - Rubiaceae), macadâmia (Macadamia integrifolia Maiden & Betche -

Proteaceae), mangaba (Hancornia speciosa Gom. - Apocynaceae), pinheiro-do-paraná

(Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze - Araucariaceae), pitanga (Eugenia uniflora L. -

Myrtaceae), pupunha (Bactris gasipaes Kunth. - Arecaceae) e seringueira (Hevea

brasiliensis Muell. Arg. - Euphorbiaceae) (COSTA, 2011).

Quanto ao armazenamento, as sementes recalcitrantes apresentam maiores dificuldades

quando comparadas com as ortodoxas, o que faz com que seja necessário armazená-las com

elevado teor de água (NEVES, 1994) e realizada o mais rápido possível a semeadura

(MEDEIROS; EIRA, 2006; SENA; GARIGLIO, 2008). Nessa situação, para a maioria das

espécies recalcitrantes, obtém-se, normalmente, porcentagem de germinação superior a 90%,

embora algumas outras possam requerer grandes períodos de tempo para que se atinja esse

porcentual de germinação (CARVALHO; NASCIMENTO; MÜLLER, 1998).

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Além da intolerância à dessecação, muitas sementes recalcitrantes de espécies tropicais

são sensíveis ao frio, não tolerando o armazenamento sob temperaturas inferiores a 15°C, o que

impõe graves limitações e desafios na conservação em longo prazo, pois os procedimentos

tradicionalmente empregados para as sementes ortodoxas, que geralmente envolvem a redução

do seu teor de água e o acondicionamento em ambiente refrigerado, poderão causar-lhes danos

irreversíveis, levando à perda da viabilidade. Por outro lado, a manutenção de elevados teores

de água durante o armazenamento de sementes recalcitrantes pode favorecer o desenvolvimento

de microrganismos prejudiciais às sementes ou culminar em sua germinação (COSTA, 2011).

Diversas técnicas são, com frequência, estudadas em busca de melhores condições de

armazenamento, sendo que, o principal método de conservação de sementes é, ainda, a redução

do seu metabolismo, seja através da remoção da água ou da diminuição da temperatura.

Contudo, várias espécies tropicais, principalmente arbóreas nativas do Brasil, são intolerantes

à dessecação aos níveis desejáveis para o armazenamento, o que requer o desenvolvimento de

tecnologias específicas para sua conservação (KOHAMA et al. 2006).

Métodos de armazenamento de sementes recalcitrantes têm sido pesquisados, sendo os

melhores resultados aqueles que levam em consideração fatores limitantes, ou seja, evitam a

perda de água, realizam tratamento preventivo contra microrganismos, inibem a germinação

durante o armazenamento (ARAÚJO; SILVA, 2000) e mantém suprimento adequado de

oxigênio às sementes. Considerando-se a dificuldade de armazenamento de sementes

recalcitrantes a longo prazo, estratégias de conservação in situ dessas espécies também devem

ser levadas em consideração, como forma de garantir a preservação e conservação do

patrimônio genético (COSTA, 2011).

Como alternativas, há a possibilidade de se recorrer à desidratação parcial das sementes

intolerantes à dessecação e seu acondicionamento em embalagens resistentes às trocas de

umidade com o ambiente, mas que permitam a respiração das sementes; a estratificação das

sementes em substrato higroscópico umedecido, como areia, serragem, vermiculita ou pó de

carvão vegetal; e a criopreservação dos embriões excisados das sementes (COSTA, 2009).

Além das categorias de sementes descritas por Roberts (1973), ortodoxas e

recalcitrantes, criou-se uma terceira divisão para aquelas de comportamento intermediário, ou

seja sobrevivem sob secagem moderada. Essas sementes podem ser armazenadas por um tempo

razoável, desde que as condições do ambiente e de embalagens sejam bem definidas

(SEIFFERT et al., 2006), toleram a secagem até certo ponto (10 a 12% de umidade) e perdem

a viabilidade quando armazenadas a baixas temperaturas (-18°C), diferentemente das sementes

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de comportamento recalcitrante que não toleram a secagem, nem armazenamento a baixas

temperaturas, perdendo a viabilidade rapidamente (DAVIDE; SILVA, 2008).

Todas as etapas pelas quais as sementes passam antes, durante e após a colheita, afetam

o seu potencial de armazenamento (SENA; GARIGLIO, 2008). A qualidade das sementes

florestais produzidas é, portanto, resultado dos métodos de colheita, extração, secagem,

beneficiamento e armazenamento, e dentre estes, o mais adequado depende das particularidades

de cada espécie, da tecnologia disponível e dos recursos a serem aplicados no processo

(FLORES et al., 2011), de maneira a conferir aos lotes de sementes boa qualidade e

características apropriadas para a comercialização (BINOTTO, 2004).

O conhecimento do comportamento das sementes no armazenamento permite a

utilização de condições adequadas para a conservação da viabilidade após a colheita, elaboração

de programas para a coleta e conservação de bancos de germoplasma a longo prazo (DAVIDE

et al., 2003), e o processamento das sementes, por parte de viveiristas, visando à formação de

mudas (CARVALHO; MÜLLER; NASCIMENTO, 2001).

2.2.1 Embalagem e ambiente de armazenamento

A conservação das sementes está também relacionada ao tipo de embalagem utilizada,

no que diz respeito a maior ou menor facilidade que apresentam para as trocas de vapor d’água

entre as sementes e a atmosfera do ambiente em que foi armazenada (MARCOS FILHO, 2005),

assumindo um papel importante na manutenção do vigor e viabilidade durante o

armazenamento (MEDEIROS; ZANON, 2000).

A embalagem serve para manter separados os diferentes lotes de sementes, protegendo-

os contra insetos e animais, facilitar o manejo e aproveitar melhor o espaço no ambiente de

armazenamento, mas sua escolha vai depender da natureza da semente, do método, tempo

(POPINIGIS, 1985) e finalidade de conservação. Devem, portanto, ajudar a diminuir a

velocidade do processo de deterioração, mantendo o teor de água inicial das sementes

armazenadas, com intuito de reduzir a respiração (TONIN; PEREZ, 2006).

Conforme Medeiros; Eira (2006), em relação à permeabilidade, as embalagens são

classificadas em três tipos: permeáveis - aquelas que permitem a troca de vapor d’água entre as

sementes e o ambiente externo circundante e não protegem as sementes contra os insetos, como

os sacos de pano, sacos plásticos perfurados e sacos de papel; semipermeáveis - embora

restrinjam a passagem de água, permitem a troca de vapor d’água entre as sementes e o meio

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externo, como os sacos plásticos de 100 a 250 micras; e impermeáveis - são as embalagens

herméticas que não permitem a troca de vapores de água, como os sacos ou envelopes

trifoliados de polietileno/alumínio/polietileno seláveis a calor, latas de alumínio, recipientes de

alumínio com tampa rosqueável e anel de borracha para vedação, recipientes de vidro com anel

de borracha para vedação da tampa.

O sucesso para se armazenar sementes vai depender das características de cada espécie

quanto ao teor de água das sementes a ser mantido durante o armazenamento, da temperatura e

umidade do local onde elas estão sendo armazenadas (CARVALHO; NAKAGAWA, 2012;

MARCOS FILHO, 2005). Como a conservação de sementes recalcitrantes depende da

manutenção do seu teor de água em níveis elevados e constantes, a escolha da embalagem está

relacionada, principalmente, à umidade relativa do ar sob as quais as sementes ficarão

armazenadas (FONSECA; FREIRE, 2003).

As sementes, dependendo das características, se ortodoxas ou recalcitrantes, podem ser

armazenadas em diferentes ambientes como: câmaras secas, onde é possível controlar a

umidade e a temperatura do ar, ou em lugares bem secos e frios (SENA; GARIGLIO, 2008);

câmara fria, conservando as sementes sob temperatura controlada, geralmente inferior a 10ᵒC;

(VILLELA; PERES, 2004); câmara fria e seca, que reúne em uma só as duas condições (VIERA

et al., 2001); sob temperatura ambiente, em geladeira ou freezer (SALOMÃO et al., 2003).

As condições de armazenamento variam com o período de tempo no qual as sementes

ficarão estocadas (AGUIAR, 1995). E este tempo de estocagem, associado a diferentes tipos de

embalagens, são fundamentais na preservação da viabilidade e vigor, uma vez que cada espécie

pode apresentar comportamento diferenciado diante de condições semelhantes (SOUZA et al.,

2011).

A melhor conservação de sementes de Myracrodruon urundeuva Fr. All. (aroeira-do-

sertão - Anacardiaceae) foi obtida com o acondicionamento em sacos de papel Kraft, pano de

algodão, plástico ou papel alumínio, e manutenção em geladeira (6 ± 2ºC) ou freezer (-20 ±

2ºC), podendo também ser conservadas embaladas em papel ou alumínio, quando estocadas em

câmara fria (8 ± 2ºC), por 240 dias (GUEDES et al., 2012). Para as sementes de pitangueira

(Eugenia uniflora L. - Myrtaceae), armazenadas por 21 dias em sacos de papel Kraft, o

ambiente natural de laboratório (26,4 ± 2ºC; 76% UR do ar), geladeira (4ºC; 80% UR do ar,

constantes) e câmara fria (18,5 ± 1ºC; 71% UR do ar) não influenciaram na umidade e no poder

germinativo, mas ocorreu decréscimo linear da germinação em função do período de

armazenamento (FACHIN et al., 2012).

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Para que a longevidade das sementes seja a maior possível, dentro do limite de cada

espécie, é necessário fazer o seu armazenamento em condições adequadas. Assim, as sementes

utilizadas para a produção de mudas devem ser mantidas íntegras e viáveis, sobretudo quando

a semeadura não ocorre imediatamente após a maturação e colheita (SEIFFERT et al., 2006).

As condições de armazenamento para algumas sementes das espécies exóticas foram

estabelecidas, a exemplo das sementes de pinus (Pinus elliottii Engelm - Pinaceae) e eucalipto

(Eucalyptus spp. - Myrtaceae) (CARNEIRO; AGUIAR, 1993). No entanto, para espécies

nativas ainda são poucas informações, principalmente para as recalcitrantes. Diante disso, mais

estudos sobre a tecnologia de sementes de espécies nativas podem ser um modelo efetivo para

obtenção de sementes de qualidade fisiológica superior, com custos reduzidos, viabilizando sua

comercialização (FLORES et al., 2011).

2.3 PRODUÇÃO MUDAS

Existe no Brasil grande quantidade de áreas aptas à inserção de florestas e agroflorestas,

extensas áreas degradas, bem como de Reserva Legal, que devem ser, preferencialmente,

recompostas e manejadas com espécies da flora Brasileira. Mesmo existindo mercado interno

e externo atrativos, as produções de madeira e outros produtos não-madeireiros, originados de

espécies florestais da flora Brasileira vem sendo obtidos, quase que exclusivamente, a partir da

exploração insustentável dos recursos das florestas naturais, não ocorrendo reflorestamento

com as espécies utilizadas, como seria desejável (BRASIL, 2006).

A lei de incentivos fiscais ao florestamento e reflorestamento no Brasil despertou

interesse de inúmeras empresas para esse campo de atividades (SIMÕES, 1970), onde tem sido

explorado o potencial das espécies nativas regionais, supostamente melhor adaptadas às

condições edafoclimáticas, o que facilita o restabelecimento do equilíbrio entre a fauna e a flora

(FERNANDES et al., 2000). O plantio de mudas se destaca como uma das técnicas mais

utilizadas, por apresentar melhores resultados, como menor tempo e maior garantia de sucesso

no reflorestamento (SANTOS; QUEIROZ, 2011), pois representa o início de uma cadeia de

operações que visam o estabelecimento de florestas e povoamentos, estando o sucesso da

implantação e da produção florestal diretamente relacionados com a qualidade das operações

de viveiro e a produção das mudas (SCHORN; FORMENTO, 2003).

Todo o setor produtivo de sementes e mudas do Brasil foi regulamentado pelo Decreto

nº 5.153, de 23 de julho de 2004, que aprovou o Regulamento da Lei nº 10.711, de 5 de agosto

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de 2003, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas (SNSM), onde é firmado

que todas as ações decorrentes das atividades previstas no Regulamento deverão ser exercidas

pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, dentro da competência

prevista no art. 5 da Lei (MAPA, 2004).

Também devem ser levados em consideração a Instrução Normativa MAPA nº 9 de 02

de junho de 2005 (MAPA, 2005a), que aprova as Normas para Produção, Comercialização e

Utilização de Sementes, e a Instrução Normativa nº 24 de 16 de dezembro de 2005 (MAPA,

2005b) que aprova as Normas para a Produção, Comercialização e Utilização de Mudas. E, no

caso específico de produção de mudas de espécies florestais nativas, deve-se observar ainda, o

capítulo XII do Decreto 5.153 de 23 de julho 2004, que trata das espécies florestais, nativas ou

exóticas, e das de interesse medicinal ou ambiental (MAPA, 2004).

A necessidade de recomposição de ecossistemas degradados demanda o

desenvolvimento de tecnologias e produção de mudas nativas, envolvendo a identificação

botânica das espécies, métodos de colheita, beneficiamento e armazenamento de sementes,

mecanismos de dormência e germinação de sementes, embalagens, substrato e manejo das

mudas (VÁZQUEZ-YANES; OROZCO-SEGOVIA, 1993). Mudas estas, produzidas com

baixo custo e qualidade morfofisiológica, capaz de atender aos objetivos dos plantios (JOSÉ;

DAVIDE; OLIVEIRA, 2005).

2.3.1 Qualidade das mudas

Para o setor florestal, a busca pela qualidade em suas atividades e produtos vem se

tornando uma prática de extrema importância (DUTRA, 2010). Os programas de implantação,

recomposição e revitalização de florestas nativas, bem como arborização de ruas (SCREMIN-

DIAS et al., 2006), só terão sucesso garantido quando os métodos e sistemas empregados pelos

viveiristas priorizarem a produção de mudas com qualidade e baixo custo (FONSECA et al.,

2002), logo, a necessidade de produção de mudas em escala comercial tem levado à

multiplicação de viveiros e a adoção de sistemas mecanizados de produção (SCHORN;

FORMENTO, 2003).

A obtenção de mudas de qualidade antes do plantio definitivo é importante para o

silvicultor, podendo ser alcançado de maneira prática e rápida observando-se parâmetros

morfológicos (FONSECA et al., 2002), ou ainda por parâmetros fisiológicos que são de difícil

mensuração e análise em viveiros florestais (GOMES, 2001). Dentre os parâmetros

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morfológicos, destacam-se a altura da parte aérea, comprimento do sistema radicular, diâmetro

do coleto, proporção entre partes aérea e radicular, proporção entre diâmetro e altura, pesos de

massa seca e verde das partes aérea e radicular, rigidez da parte aérea e aspectos nutricionais

(PAIVA; GOMES, 2000). Apesar disso, ainda são necessárias definições mais concretas para

responder às exigências quanto à sobrevivência e ao crescimento, diante das adversidades

encontradas no campo após o plantio (GOMES et al., 2002).

Para a realização de práticas de reflorestamento, é necessário a disponibilidade de uma

grande variedade de mudas ou sementes de espécies nativas, mas nem sempre os viveiros

conseguem atender esta demanda (SANTOS; QUEIROZ, 2011). A estrutura e organização dos

viveiros, portanto, são extremamente importantes, produzindo mudas de espécies adequadas

em quantidade necessária à demanda e obtendo excelente qualidade na produção das mudas

com menor custo possível (SCREMIN-DIAS et al., 2006).

A produção de mudas a partir de sementes pode ser realizada em regiões e épocas

distintas devido à fácil conservação das sementes da grande maioria das espécies ao longo do

tempo (SENA; GARIGLIO, 2008). A demanda por sementes ou mudas de espécies florestais

nativas vem sendo crescente (SARMENTO; VILLELA, 2010), considerando-se que a grande

maioria é propagada por sementes, a boa formação das mudas depende dentre outros fatores da

qualidade e do poder germinativo da semente utilizada (REGO et al., 2009), já que vai refletir

no crescimento futuro das árvores e pode interferir na produtividade da floresta (SOUZA;

BARROSO; CARNEIRO, 2010).

A propagação por sementes é realizada na produção de mudas do tipo pé-franco ou porta

enxertos, quando os meios de propagação vegetativa não são possíveis, e em programas de

hibridação, visando à obtenção de novas variedades, formando plantas vigorosas e de maior

longevidade, dotadas de sistema radicular abundante e profundo (GÓES, 2011). Então, a

utilização de sementes de alta qualidade é importante para qualquer programa de produção de

mudas, plantios comerciais e reabilitação de florestas, bem como para a conservação de

recursos genéticos (NOGUEIRA; MEDEIROS, 2007).

O desempenho das mudas no viveiro é importante, visto que o uso de mudas de melhor

padrão de qualidade resulta no aumento da porcentagem de sobrevivência, das mesmas,

diminuindo deste modo, a frequência dos tratos culturais de manutenção do povoamento recém

implantado, garantindo um produto de boa qualidade e com menor custo (ALVES et al., 2005).

Deste modo, no viveiro, várias práticas podem alterar as características morfofisiológicas das

plantas e, por meio delas, torna-se possível a seleção dos indivíduos mais vigorosos (DUTRA,

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2010), destacando-se a escolha do volume e tipo de substrato, fertilização, luminosidade,

técnicas de produção e manejo (GOMES, 2001).

A produção de mudas florestais, em qualidade e quantidade, é uma das fases mais

importantes para o estabelecimento de bons povoamentos com espécies nativas (CALDEIRA

et al., 2008). Com esse intuito, pesquisas científicas e avanços técnicos têm sido realizados com

o objetivo de assegurar boa adaptação e crescimento das mudas após o plantio (ARAÚJO et al.,

2007). Para que isso ocorra, no entanto, é necessário avaliar a qualidade física e genética das

sementes, época e profundidade de semeadura, substratos, recipientes, entre outros

(FAVALESSA, 2011).

A procura cada vez maior por mudas de espécies florestais a um menor custo fez com

que a qualidade das mudas fosse relegada a segundo plano (ANEVAN, 2009). Dentro deste

contexto, observa-se que na obtenção de mudas com menores perdas qualitativas e quantitativas

possíveis, a custos reduzidos, é necessário uma constante atualização dos profissionais que

atuam nesta atividade, buscando novas tecnologias para produção mais rápida das mudas sem

redução do vigor destas, garantindo o estande inicial desejado.

2.3.2 Substratos

O substrato é um fator importante para o desenvolvimento das mudas, onde diferentes

formulações garantem mudas de boa qualidade, desde que sejam fornecidas água e nutrientes

em quantidades adequadas (DUARTE; NUNES, 2012).

A Legislação Brasileira sobre fertilizantes (Decreto nº 4.954 de 14 de janeiro de 2004)

define substrato como o produto usado para meio de crescimento de plantas (BRASIL, 2004),

já Kämpf; Takane; Siqueira (2006) o consideram como o meio poroso onde se desenvolvem as

raízes das plantas cultivadas fora do solo. O substrato deve garantir o desenvolvimento de uma

planta com qualidade, em curto período de tempo e baixo custo (CUNHA et al., 2006), sendo

sua principal função fornecer sustentação, nutrientes, água e oxigênio à planta (SCHORN;

FORMENTO, 2003).

A escolha do substrato deve ser feita levando em consideração as características físicas

e químicas exigidas pela espécie e aspectos econômicos, pois, além de propiciar adequado

crescimento à planta, o material utilizado na composição do substrato deve ser abundante na

região e ter baixo custo (LANG; BOTREL, 2008). De acordo com Sturion; Graça; Antunes

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(2000), o substrato deve apresentar também uma estrutura que não dificulte a retirada das mudas

por ocasião do plantio e que não se destorroe.

Do ponto de vista físico, o substrato deve possibilitar adequada aeração, agregação e

crescimento do sistema radicular (LIMA et al., 2006), ser uniforme em sua composição, ter

baixa densidade, ser poroso e apresentar boa capacidade de retenção de água (GONÇALVES,

1995). A característica física do substrato é mais importante, por ser utilizado no estádio de

desenvolvimento em que a planta é muito suscetível ao ataque por microorganismos e pouco

tolerante ao déficit hídrico (CUNHA et al., 2006).

Com relação às propriedades químicas, estas podem ser manuseadas pelo técnico com

mais facilidade do que as características físicas (SCHORN; FORMENTO, 2003). Os problemas

mais comuns na produção de mudas se referem às condições de acidez excessiva do substrato,

seja atuando sobre as plantas, diretamente causando injúrias ou, indiretamente, afetando a

disponibilidade de nutrientes e atividade de micorrizas, ou aumentando a infecção por alguns

patógenos (SANTOS et al., 2000). Além disso, o substrato também deve apresentar adequada

capacidade de troca catiônica (CTC) e qualidade sanitária, estando isento de pragas, de

organismos patogênicos e de sementes de plantas daninhas (GONÇALVES, 1995).

O substrato ideal vai depender da característica e necessidade de cada espécie

(DUARTE; NUNES, 2012), mas todos são compostos por três fases, sendo elas sólida

(constituído de partículas minerais e orgânicas), líquida (formada pela água, na qual se

encontram os nutrientes, sendo chamada de solução do solo) e gasosa (constituída pelo ar, a

atmosfera do substrato) (FAVALESSA, 2011). Estes dois últimos, no entanto, são inteiramente

dependentes dos espaços livres no substrato (macro e microporos) (SCHORN; FORMENTO,

2003).

A germinação e a iniciação radicular estão diretamente relacionadas com a

macroporosidade, e a retenção de água e disponibilidade de nutrientes, com a microporosidade

e superfície específica do substrato (CALDEIRA; SCHUMACHER; TEDESCO, 2000). Por

isso, a formação de mudas florestais de alto padrão de qualidade está envolvida com o nível de

eficiência dos substratos, pois a germinação de sementes, iniciação radicular, drenagem,

retenção de água, disponibilidade balanceada de nutrientes, manejo e condução do viveiro são

altamente interligados (FAVALESSA, 2011).

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2.3.2.1 Tipos de substratos

Para a produção de mudas, os substratos podem ser formados por um único material, ou

pela combinação de diferentes tipos de materiais (WENDLING; GATTO, 2002), entretanto, se

justifica o uso de, no máximo, três componentes em uma mistura (GONÇALVES et al., 2000),

pois, caso contrário, ocorreriam maiores custos e, consequentemente, menor viabilidade

econômica (DUTRA, 2010). Conforme Bezerra; Bezerra (2000), estes materiais podem ter

diversas origens, ou seja, animal (esterco, húmus, etc.), vegetal (tortas, bagaços, xaxim,

serragem, etc.), mineral (vermiculita, perlita, areia, etc.) e artificial (espuma fenólica, isopor,

etc.).

Praticamente, incorpora-se certa porção de vermiculita a todos estes substratos, 30 a

40% da mistura do substrato (FILGUEIRA, 2003), proporcionando leveza, capacidade de

absorção de água, estabilidade e agregação das partículas (SCREMIN-DIAS et al., 2006). Estas

características são conferidas aos substratos devido à vermiculita expandida apresentar baixa

densidade (0,15 a 0,25 g/cm3) e grande área superficial específica, ser inerte, adsorvente, muito

poroso (OLIVEIRA; UGARTE, 2004), com alta capacidade de troca catiônica (CTC), retendo

até cinco vezes o seu volume em água (FILGUEIRA, 2003) e ser livre de patógenos, podendo

ser usada pura ou misturada para promover aeração e porosidade a outros substratos menos

porosos (WENDLING; GATTO, 2002).

Apesar do mercado ter disponível diferentes substratos comerciais para produção de

mudas, o seu uso pode-se tornar inviável economicamente (CUNHA et al., 2006). Então, com

o crescente desenvolvimento de uma consciência ambiental e a busca por alternativas

econômica e tecnicamente viáveis, o reaproveitamento de resíduos e o uso de compostos

orgânicos se tornaram alvo de pesquisas para incorporação desses insumos na composição dos

substratos (DUTRA et al., 2013).

Desse modo, é necessário testar substratos de fácil aquisição e alternativos aos

comerciais para reduzir os custos da produção de mudas (TONACO et al., 2010), sendo estes

abundantes na região onde as mudas serão produzidas, facilitando a obtenção do material, o seu

transporte e garantia de economia financeira como ocorre com os resíduos de coco e cana-de-

açúcar. Desta maneira, reduz-se os resíduos ambientais e consumo de insumos externos,

tornando o sistema de produção mais acessível a todos os produtores interessados nas atividades

silviculturais.

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A fibra de coco, originada do desfibramento industrial das cascas de coco (ROSA et al.,

2002) é um meio de cultivo 100% natural, abundante, biodegradável, com baixo custo para o

produtor, indicado para germinação de sementes e propagação de plantas em viveiro (ROSA et

al., 2001; CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002). O substrato é leve e homogêneo, intercalado

por fibrilas, de elevada porosidade total (94-96%) e capacidade de aeração (20-30%), boa

capacidade de retenção de água (cerca de três a quatro vezes o seu peso), e altas características

de molhabilidade e estabilidade física, o que traz grandes vantagens no manejo da irrigação

para o produtor (WENDLING; GATTO, 2002).

O bagaço de cana-de-açúcar, resíduo da cana após a moagem (SILVA; GOMES;

ALSINA, 2007), é o resíduo agroindustrial obtido em maior quantidade no Brasil, estimando

que a cada ano sejam produzidos de 5 a 12 milhões de toneladas desse material, o que

corresponde a cerca de 30% do total da cana moída (FINZER et al., 2009). É um material

promissor para formulação de substratos, por se tratar de um resíduo amplamente disponível e

manter estáveis suas características físicas, por um período suficientemente longo para que

possa ser utilizado na produção de mudas (SOUZA et al., 2008), evitando assim, que a dinâmica

substrato-planta seja afetada devido às variações na densidade do material (SILVA et al., 2008).

Segundo Wetzel et al. (2011), as plantas nativas são muito diferentes em termos de

fertilidade dos solos, porém a maioria das espécies respondem favoravelmente à adubação com

matéria orgânica. A adição de material orgânico da própria fazenda (esterco, camas de galinha,

e restos vegetais) ao substrato comercial, constitui-se numa alternativa de substrato de

qualidade, menor custo e fácil manejo (SILVA, 2010).

Composto orgânico é todo material resultante da compostagem de materiais orgânicos,

seja de origem animal ou vegetal, podendo-se citar o lixo doméstico, lodo de esgoto

(biossólido), serragem, esterco, folhas, casca de árvores, resíduos de agroindústrias

(FAVALESSA, 2011). Desse modo, pode-se tornar estes materiais, que provavelmente seriam

descartados, em um substrato orgânico de boa qualidade, desde que bem decompostos e

manuseados corretamente, evitando que seu acúmulo se torne um problema ambiental.

A utilização de matéria orgânica, na composição do substrato, contribui para melhorar

as suas condições biológicas, estimulando os processos microbianos (ARTHUR et al., 2007;

SANTOS et al., 2011). Favorece, também as propriedades físico-químicas como capacidade de

troca de cátions, formação de complexos e quelatos, com numerosos íons, e na capacidade de

retenção de umidade (CALEGARI, 1998 apud ANEVAN, 2009).

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As fontes mais comuns de nutrientes e mais frequentes na composição de substrato são

representadas pelos resíduos de culturas, estercos e compostos. Entre eles, o esterco bovino é o

mais usado e tem-se obtido bons resultados na produção de mudas de espécies florestais

(CARVALHO FILHO et al., 2004), como pode-se constatar por Costa et al. (2005) para o

jenipapo (Genipa americana L. - Rubiaceae), onde dentre os substratos avaliados, aqueles à

base de terra preta e esterco bovino, na proporção de 1:1, e de terra preta, casca de arroz

carbonizada e esterco bovino, na proporção de 1:1:1, garantiram maior crescimento às mudas.

Trazzi et al. (2012), avaliando diferentes proporções de esterco bovino, cama de frango

e esterco de codorna (15, 25 ou 35%), adicionados a 25% de substrato comercial, observaram

que os estercos animais proporcionaram melhoria nos atributos químicos dos substratos,

aumentando os teores totais e disponíveis de nutrientes e a capacidade de troca de cátions, soma

de bases e saturação por bases, à medida que se elevou a proporção dos estercos no substrato.

Nos atributos físicos desses substratos, foi possível verificar que, à medida que se aumentou a

proporção dos estercos nos tratamentos, houve elevação na macroporosidade dos substratos e,

também ocorreu diminuição da densidade aparente do substrato, quando foi usada cama de

frango como componente do substrato.

O uso do esterco como fertilizante depende de vários fatores, dentre os quais, o grau de

decomposição em que se encontra e dos teores dos elementos essenciais que a planta necessita

(PAIVA; GONÇALVES, 2001). É portanto, aconselhável a utilização de substratos orgânicos

que possuam características adequadas à espécie cultivada, a fim de reduzir o tempo de viveiro

e diminuir a necessidade de aplicação de fertilizantes químicos e defensivos agrícolas

(FERMINO; KAMPF, 2003).

Outro material orgânico de boa qualidade para a produção de mudas são os resultantes

da poda e remoção das árvores localizadas nas ruas, avenidas, canteiros centrais e praças, que

são depositados em aterros sanitários e, em alguns casos, são queimados. Resultados obtidos

por Baratta Júnior (2007); Moraes Júnior; Braz; Kanashiro Júnior (2008); e, Baratta Júnior;

Magalhães (2010) mostraram que o composto obtido por este processo apresenta características

favoráveis, tornando possível seu uso na composição de substratos para produção de mudas de

diferentes espécies.

A escolha e manejo corretos do substrato são de suma importância para a obtenção de

mudas de qualidade (BEZERRA; BEZERRA, 2000). Os materiais a serem usados para

formação do substrato busca corrigir as deficiências de cada componente, uma vez que

dificilmente uma matéria-prima apresenta todas as propriedades, e sem este processo podem

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ser ocasionadas insatisfações com o substrato resultante (KÄMPF; TAKANE; SIQUEIRA,

2006). Desse modo, a opção por adquirir um substrato pronto ou formular o seu próprio

substrato envolve uma série de fatores, dentre os quais, destaca-se o custo, podendo o produtor

optar por utilizar materiais disponíveis e de baixo custo (SCREMIN-DIAS et al., 2006).

Como não existe um substrato adequado às necessidades de todas as espécies,

principalmente as florestais nativas, os pesquisadores procuram maximizar a contribuição

científica, estudando a influência de diferentes proporções de substratos na emergência e

desenvolvimento destas espécies. Essas pesquisas são de extrema importância, já que alguns

substratos, envolvendo compostos orgânicos, poderão ser fontes de nutrientes e atuarão

diretamente sobre o crescimento e desenvolvimento das plantas.

2.3.3 Recipientes

A produção de mudas em recipiente permitiu o aumento da produtividade e a

padronização dos produtos, pelo melhor controle das condições e fatores de crescimento

vegetal, tornando-se rentável, mesmo em pequenas áreas de cultivo (KÄMPF; TAKANE;

SIQUEIRA, 2006). Apesar do avanço nas técnicas de produção de mudas, existem muitos

problemas a serem solucionados, principalmente no que se refere ao desenvolvimento do

sistema radicular das mudas em função das características dos recipientes utilizados

(OLIVEIRA; MEDEIROS FILHO; BEZERRA, 2011).

Dentre as diversas vantagens de produzir mudas em recipientes, pode-se citar o controle

mais eficiente da nutrição, proteção das raízes contra danos mecânicos e desidratação,

possibilidade de produção de mudas de melhor qualidade (GOMES et al., 2003), maior rapidez

na formação de mudas, maior taxa de sobrevivência após o plantio definitivo e possibilidade de

plantar mudas durante todas as épocas do ano, sem necessidade de preparação de canteiro ou

sementeiras. Mas, também apresenta desvantagens, como maior necessidade de mão-de-obra,

custo de aquisição, possibilidade de enovelamento de raízes, necessidade de remoção de

embalagem antes do plantio e formação de mudas bastante pesadas, dependendo do recipiente

(WENDLING et al., 2001).

Inúmeros tipos de recipientes são encontrados no mercado, ou mesmo possíveis de

serem confeccionados no próprio viveiro, sendo os sacos plásticos pretos, as bandejas de

plástico ou de isopor e os tubetes de plástico rígido os mais utilizados (WENDLING; DUTRA;

GROSSI, 2006; DAVIDE; SILVA, 2008). O tipo e o volume do recipiente utilizado para a

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produção de mudas influencia diretamente no tamanho, na forma, tipo e eficiência radicular, e

consequentemente, no estabelecimento e competição de uma espécie florestal em determinado

ambiente (MATTEI, 1999).

Os recipientes tipo saco plástico são mais aplicáveis a programas de produção em

pequena escala, como viveiros comunitários para espécies do Cerrado e da Caatinga, que

apresentam mudas com espessamento e/ou outras estruturas adaptativas ao bioma de origem. A

sua principal vantagem é o menor investimento inicial na implantação do viveiro, no entanto,

pode ocorrer o enovelamento de raízes, aumento do custo de transporte, enchimento manual

dos substratos, risco de acidentes com animais peçonhentos, dificuldade na retirada da

embalagem retardando o plantio, problemas ergonômicos na produção e plantio, e maior

incidência de contaminação fúngica (DAVIDE; SILVA, 2008).

Os sacos plásticos têm sido os mais usados em viveiros para arborização urbana pela

maior durabilidade, menor preço, elevado rendimento e fácil manuseio das mudas nos viveiros

(PAIVA; GONÇALVES, 2001). Nos plantios em áreas degradadas, têm-se preferido, também,

mudas com maiores dimensões, elevado crescimento inicial e sobrevivência após plantio

obtidas através do uso de sacos plásticos de grande volume, diferentemente dos tubetes que,

provavelmente, pela falta de conhecimento necessário, ocasiona mudas de baixa qualidade

(JOSÉ; DAVIDE; OLIVEIRA, 2005).

O emprego do recipiente tubete iniciou-se nos Estados Unidos, por volta de 1970,

atraindo os produtores florestais, principalmente por sua economia e automação do sistema de

produção de mudas (DAVIDE; SILVA, 2008). No Brasil, foi introduzido na década de 80

(CAMPINHOS JÚNIOR; IKEMORI, 1983), mas o mercado já oferece tamanhos e formas

diferenciadas de tubetes, indicados para várias espécies, apesar de ocorrer carência de

informações para produção de mudas, até mesmo para as espécies mais pesquisadas nesse tipo

de recipiente, como eucalipto (GOMES, 2001).

A utilização do tubete nas empresas florestais é justificada, pois necessitam produzir

grandes quantidades de mudas em menor tempo, com relativo baixo custo e no padrão de

qualidade exigido, além de permitir economia financeira através da mecanização do processo

de produção de mudas (GOMES et al., 2003). Diante disso, o sistema de produção de mudas

de espécies florestais, por tubetes, abre perspectivas para o plantio mecanizado das mudas no

campo (SIMÕES, 1989) e, por serem instalados em viveiros suspensos, apresentam menor

probabilidade de ocorrência de pragas, geralmente associados ao solo (WETZEL et al., 2011).

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O tubete, pelas vantagens que apresenta, vem substituindo rapidamente o saco plástico

para a formação de mudas nas empresas florestais brasileiras, onde foi utilizado inicialmente

para estacas enraizadas e amplamente destinado para produção de mudas a partir de sementes

(SIMÕES, 1989). Dentre estas vantagens, tem-se a possibilidade de reutilização, melhor

qualidade do sistema radicular sem que haja enovelamento, maior facilidade de transporte de

mudas, melhores condições de trabalho, maior possibilidade de mecanização e menor gasto de

substrato (WENDLING et al., 2001). No entanto, tem como desvantagem o custo elevado de

implantação e a lixiviação de nutrientes, tanto pela chuva como por irrigação, ocasionando a

necessidade de reposição de nutrientes em maior escala (DAVIDE; SILVA, 2008).

A escolha do tipo de recipiente a ser utilizado é função do seu custo de aquisição, das

vantagens na operação, tais como, durabilidade, possibilidade de reaproveitamento, área

ocupada no viveiro, facilidade de movimentação e transporte e de suas características para a

formação de mudas de boa qualidade (MACEDO, 1993). Alguns aspectos físicos devem ser

observados para a qualidade das mudas produzidas: forma uniforme do recipiente e que evite o

crescimento das raízes em forma espiral, estrangulada, ou de qualquer outro problema; o

material não deve desintegrar-se durante a fase de produção de mudas, o que dificultaria a

manipulação e o transporte dos recipientes; o volume de cada recipiente; a rotação da espécie

no viveiro, referente ao período de produção da muda, que deve ser compatível com a duração

dos recipientes e deve atender a qualidade do substrato, pela perda dos nutrientes com a

lixiviação (SCHORN; FORMENTO, 2003).

Mesquita et al. (2011) concluíram que, ao utilizar o substrato solo + esterco + palha de

arroz carbonizada e solo + esterco + Vermiculita®, em sacos de polietileno 12 x 24 cm

obtiveram satisfatoriamente mudas de jenipapo (Guanipa americana L. - Rubiaceae). Já para a

Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P. Queiroz. (Leguminosae, Caesalpinioideae), a produção

de mudas em tubetes com substrato solo + esterco e/ou solo + bagacilho, apresentaram

resultados estatisticamente iguais ao saco de polietileno, porém o tubete, como exigiu espaço e

volume de substrato menores, em comparação ao saco, foi indicado pelos autores para a

produção de mudas de catingueira (COÊLHO et al., 2013).

As pesquisas com diferentes tipos de embalagens para produção de mudas têm sido

muito dinâmicas e sempre acatando o princípio de que o sistema radicular é importante,

devendo apresentar boa arquitetura, e que, por ocasião do plantio, deverá sofrer o mínimo de

distúrbios, o que permite que a muda seja plantada com um torrão sólido e bem agregado a todo

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o sistema radicular, favorecendo a sobrevivência e o crescimento inicial no campo (TEIXEIRA,

2008).

2.3.4 Influência do Sombreamento

O estudo da influência de fatores tais como densidade, substrato, água e luz é

fundamental para o desenvolvimento de tecnologias de produção de mudas com alto padrão de

qualidade (UCHIDA; CAMPOS, 2000).

A luz é um fator ecológico fundamental, que intervém em numerosos processos

fisiológicos, dos quais o mais importante é a fotossíntese, com grande valor na produtividade

dos ecossistemas (CARVALHO, 1996). É também primordial para o crescimento das plantas,

pois fornece sinais que regulam o desenvolvimento das plantas por meio de receptores de luz

sensíveis a diferentes intensidades, qualidade espectral e estado de polarização (ZANELA;

SONCELA; LIMA, 2006).

O sombreamento realizado com telas de polipropileno é considerado uma técnica que

visa obter ganhos nos diferentes fatores do ambiente, em especial a luz, e sua relação com os

danos causados pelos raios solares, principalmente em períodos com alta disponibilidade

luminosa, porém a diversidade de respostas das plantas à luminosidade é grande, sobretudo com

relação ao crescimento e desenvolvimento da parte aérea e à sobrevivência das mudas (CARON

et al., 2010). Pode ser aplicado no estudo das necessidades luminosas de diferentes espécies em

condições de viveiro, pois isola e quantifica o efeito da intensidade luminosa e fornece às

parcelas experimentais condições uniformes de iluminação, quando comparada aos estudos em

condições naturais (ENGEL, 1989).

As telas de sombreamento encontram-se disponíveis em diversas intensidades de

passagem de luz, além de ser muito utilizada para espécies que são produzidas em sementeiras,

para posterior repicagem, ou espécies que necessitam de luminosidade parcial, por serem

ombrófilas (WENDLING; GATTO, 2002). São, portanto, cada vez mais utilizados, reduzindo

a incidência direta dos raios solares nas espécies que necessitam de menor fluxo de energia

radiante (BEZERRA NETO et al., 2005).

As variações na quantidade, qualidade, presença ou ausência de luz irão influenciar

fortemente o desenvolvimento da planta (POGGIANI; BRUNI; BARBOSA, 1992; LIMA,

2009), sendo frequentemente utilizadas as análises do crescimento de mudas para predizer o

grau de tolerância das diferentes espécies ao sombreamento (ENGEL, 1989). Então,

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modificações nos níveis dessa luminosidade, aos quais uma espécie está adaptada, podem

condicionar diferentes respostas fisiológicas em suas características bioquímicas, anatômicas e

de crescimento (CARVALHO et al., 2006).

O potencial das mudas de se desenvolverem com rapidez, quando cultivadas sobre

regime de sombreamento, é um instrumento de adaptação das espécies (MORAES NETO;

GONÇALVES; TAKAKI, 2001). O sucesso na adaptação de uma espécie em ambientes com

baixa ou alta radiação pode ser baseado em quanto é eficaz e na rapidez com que os padrões de

alocação e comportamento fisiológico são ajustados, em ordem, para maximizar a aquisição de

recursos em um ambiente particular (DIAS-FILHO, 1997).

Essa adaptação depende do ajuste do aparelho fotossintético das plantas, utilizando

eficientemente a luminosidade ambiental, observada através do seu crescimento global

(BRAUN et al., 2007). Além disso, em condição de sombreamento, a temperatura do ambiente

ao redor das mudas pode diminuir em até 5ºC (BRISSETE et al., 1991 apud FONSECA et al.

2002), podendo favorecer o crescimento das mudas na fase inicial.

A distribuição local das espécies em uma comunidade florestal está fortemente

influenciada pelas diferenças na disponibilidade de luz, que condiciona direta ou indiretamente

grande parte dos processos de crescimento das plantas (ENGEL; POGGIANI, 1990). Lima et

al. (2010) é enfático quando menciona que estudos sobre a adaptação das espécies arbóreas à

disponibilidade de luz, no seu ambiente de crescimento, são importantes no sentido de

contribuir para o desenvolvimento de técnicas de plantio e manejo de mudas dessas espécies,

na perspectiva de múltiplos usos da floresta.

Nesse aspecto, pesquisas sobre o efeito do sombreamento de mudas obtidas em viveiro

foram realizados para diferentes espécies como pitangueira (Eugenia uniflora L. - Myrtaceae)

(SCALON et al., 2001); aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi. - Anacardiaceae) e sombreiro

(Clitoria fairchildiana R. A. Howard - Fabaceae, Faboideae) (SCALON et al., 2006); pau ferro

(Caesalpinia ferrea ex. Tul var. Leiostachva Benth - Fabaceae, Caesalpinioideae) (LENHARD,

2008); pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam. - Fabaceae, Caesalpinioideae), jequitibá

(Cariniana legalis (Martius) Kuntze - Lecythidaceae) e jenipapo (Genipa americana L. -

Rubiaceae) (LIMA et al., 2010). Para todas estas espécies, a produção de mudas sob

sombreamento foi mais recomendado do que a pleno sol, com exceção da E. uniflora, em que

as mudas cresceram melhor sob condição de luz plena, apresentando maior altura, diâmetro de

caule, peso seco e área foliar.

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A resposta da planta à luz também pode variar de acordo com o substrato utilizado,

como foi evidenciado em sementes de Cedrela odorata L. (cedro - Meliaceae), quando se

avaliou o efeito dos substratos composto vegetal, húmus de minhoca, casca de coco e

Plantmax®, em tubetes de 50 cm³ de volume submetidos aos ambientes pleno sol e 50% de

sombreamento (ROWEDER; NASCIMENTO; SILVA, 2012). As mudas produzidas a pleno

sol nos substratos composto vegetal e casca de coco ou a 50% de sombreamento utilizando

todos os substratos apresentaram elevada porcentagem de emergência, no entanto, o melhor

desenvolvimento das mudas de cedro foi obtido quando a semeadura ocorreu em substrato

húmus de minhoca e as mudas foram mantidas a pleno sol ou 50% de sombreamento.

Leal (2013) utilizou a combinação de substrato pó de madeira e areia (1:1) em

recipientes tubetes (0,3 dm3) e vaso (1,0 dm3), nas intensidades de luz de 0, 25 e 50% para

avaliar a influência da luminosidade e o recipiente mais adequado no processo de produção de

mudas de Cassia grandis L. (cássia rosa - Fabaceae, Caesalpinioideae). O ambiente com 25 e

50% de luminosidade foram as melhores alternativas para a produção de mudas de boa

qualidade desta espécie, recomendando-se ainda, o uso de tubete, por ter menor custo e ser de

mais fácil manuseio.

As plantas, desde a germinação, são influenciadas por uma série de fatores ambientais,

dentre os quais a luz exerce um papel de destaque por interferir sobre todos os estágios de seu

desenvolvimento (SALGADO et al., 2001). Portanto, a utilização do sombreamento no viveiro

deve ser feita observando-se as características ecofisiológicas das espécies (SCHORN;

FORMENTO, 2003).

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CAPÍTULO II

ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE PITOMBEIRA (Talisia esculenta (A. St.

Hil) Radlk. - SAPINDACEAE)

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1 INTRODUÇÃO

Com o avanço dos problemas ambientais e a necessidade de recuperação das áreas que

se encontram degradadas vem aumentado a necessidade de conhecimento sobre as espécies

nativas brasileiras (CARVALHO FILHO et al., 2003). A produção de sementes de espécies

florestais tem-se mostrado bastante irregular, sendo abundante em determinado ano e deficitário

em outros (CRUZ, 2012), sendo necessário constante disponibilidade de sementes destas

espécies, obtidas através do armazenamento.

A qualidade de sementes não pode ser melhorada durante o armazenamento, mas deve

ser preservada quando as condições de conservação são favoráveis (COSTA et al., 2012), o

armazenamento torna-se, portanto, necessário para garantir a demanda anual de sementes para

programas de reflorestamento e para viveiros florestais, visando à recuperação de ecossistemas

degradados e possibilitando o estoque em períodos de baixa produção (FERREIRA, 2007).

Logo, conforme Medeiros; Eira (2006), o armazenamento tem como objetivo a conservação

das sementes obtidas numa determinada ocasião, procurando manter a sua máxima qualidade

fisiológica, física e sanitária, para uso futuro.

A classificação de sementes, considerando o comportamento no armazenamento foi

primeiramente proposta por Roberts (1973), quando estabeleceu duas classes de sementes:

ortodoxas e recalcitrantes. Sementes ortodoxas são aquelas que passaram por processo intenso

de desidratação ao longo de sua maturação fisiológica e após sua dispersão podem ser

dessecadas, sem que ocorram danos consideráveis em suas estruturas, e são conservadas a longo

prazo. Sementes recalcitrantes são aquelas que, durante a maturação fisiológica, não passaram

pela etapa de intenso dessecamento, sendo dispersas com altos teores de umidade, mantendo-

se viáveis por curto intervalo de tempo (VIDOR, 2011). Ainda existem as intermediárias, cujo

comportamento durante a secagem e armazenamento apresenta, ora características semelhantes

às ortodoxas, ora às recalcitrantes (MEDEIROS; EIRA, 2006).

Dentre as espécies recalcitrantes pouco estudadas, tem-se a Talisia esculenta (A. St. Hil)

Radlk. (Sapindaceae), popularmente conhecida como pitombeira, pitomba-da-mata, pitomba-

de-macaco (DAVIDE; SILVA, 2008). É uma árvore originária do Brasil, apresenta de 6 a 12 m

de altura, cultivada em pomares domésticos, com seu habitat natural na mata de terra firme da

parte ocidental da região Amazônica e na Mata Atlântica, desde o Nordeste até o Rio de Janeiro

(LORENZI et al., 2006). Apresenta uso medicinal como diurético, antidiarreico, febrífugo e

antireumático (CAMPELO; RAMALHO, 1989), atua como fungicida (FREIRE et al., 2002) e

inseticida (SANTOS et al., 2008), a madeira é empregada para lenha, carvão (CORDEIRO,

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2012) e caixotaria, e as mudas usadas para recomposição de áreas degradadas (LORENZI,

2002).

Diferentes tipos de embalagens são utilizados para armazenamento: sacos plásticos, de

papel, de lona, de aniagem, juta ou pano, além de latas de alumínio, vidros e embalagens de

plástico, quando bem vedadas (SENA; GARIGLIO, 2008). Em relação à permeabilidade à

água, pode-se separar as embalagens em três tipos: permeáveis que são aquelas embalagens que

permitem troca de vapor d’água com o ambiente e não protegem as sementes contra os insetos;

semi-permeáveis, que restringem a passagem de água, permitindo apenas a troca de vapor

d’água; e impermeáveis, que são as embalagens que não permitem a troca de vapor de água, ou

seja, são herméticas (MEDEIROS, 2001).

A conservação das sementes também é influenciado pelo ambiente em que são

armazenadas, conforme pode-se observar nos trabalhos desenvolvidos por Dias; Veloso (2013)

com sementes de Tibouchina estrellensis Raddi Cogn. (quaresmeira - Melastomataceae)

armazenadas em sacos de papel, recomendando o armazenamento das sementes em temperatura

ambiente e freezer à temperatura de -20°C por 30 dias.

Kissmann et al. (2009) estudaram o armazenamento de sementes de Albizia hasslerii

(Chod) Burkart (farinha seca - Fabaceae, Mimosoideae), armazenadas por até 270 dias em

câmara fria (17ºC; 69% UR do ar) e ambiente natural de laboratório (23,6ºC; 72,7% UR do ar),

em embalagem saco de papel Kraft. As sementes de farinha seca, de acordo com os autores,

podem ser armazenadas por 90 dias em câmara fria, apresentando germinação superior a 50%

e plântulas mais vigorosas do que as obtidas de sementes armazenadas em ambiente natural de

laboratório.

Já para sementes de quinoa (Chenopodium quinoa Willd. - Amaranthaceae), as

embalagens impermeáveis acondicionadas sob baixa temperatura (4,4ºC) mantém a qualidade

fisiológica das sementes, do mesmo modo que ao se armazenar em ambiente de laboratório as

sementes acondicionadas em embalagem impermeável ou semipermeável, mantiveram as

sementes viáveis durante 180 dias de armazenamento, conforme os resultados apresentados por

Souza (2013).

Como a T. esculenta tem potencial para aumentar a sua exploração, devido às

características que apresenta, e a espécie em questão ainda é pouco conhecida em relação à

conservação de suas sementes, esta pesquisa teve por objetivo estudar a embalagem e ambiente

de armazenamento que melhor conserve a qualidade fisiológica das sementes de pitombeira.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 OBTENÇÃO DAS SEMENTES

Frutos de T. esculenta, fisiologicamente desenvolvidos (rósea-amarronzado e

amarelado-amarronzado), foram coletados de 16 árvores matrizes, localizadas no município de

Abreu e Lima, Pernambuco (PE), em abril de 2013, nas coordenadas geográficas -7o53’17” Sul

(S), -34o54’58” Oeste (W). O município está inserido no Bioma Mata Atlântica (IBGE, 2013),

com clima do tipo As’, segundo a classificação de Wilhelm Köppen, caracterizado como

Tropical chuvoso com verão seco, sendo a precipitação média anual de 1.634,2 mm e

temperatura média anual de 25,5°C (BELTRÃO et al., 2005).

A distância mínima adotada entre as árvores foi realizada conforme recomendações de

Sena; Gariglio (2008) e Davide; Silva (2008), em torno de 50 m entre elas. Tomou-se o cuidado

de procurar colher a mesma quantidade de frutos de cada árvore (FOWLER; MARTINS, 2001),

preferindo-se coletar os frutos presentes na região mediana da copa das árvores e eliminar os

frutos imaturos e danificados por pragas.

Por ocasião da colheita, as árvores consideradas matrizes, com altura média de 16 m e

136 cm de circunferência altura do peito (CAP, medido a 1,30 m do solo), encontravam-se

sadias, vigorosas e em plena maturidade. Após a colheita dos frutos, diretamente das árvores,

os mesmos foram imediatamente encaminhados ao Laboratório de Sementes do Departamento

de Agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em Recife - PE, para

a realização da abertura manual dos frutos, extração das sementes, beneficiamento e posterior

secagem das mesmas.

Os frutos foram despolpados pelo método indicado por Cardoso (2011), para extração

das sementes, sendo o pericarpo seccionado pela metade (Figura 1A) e a retirada do arilo

realizada, manualmente, através de fricção em grupos de quatro frutos, acrescentando-se areia

lavada peneirada em peneiras de malha de cinco milímetros, realizando movimentos circulares

para retirar o excesso do arilo (Figura 1B). Após a remoção do arilo (Figura 1C), as sementes

foram lavadas em água corrente e dispostas em bandeja de polietileno, mantendo-as à sombra

(ambiente de laboratório) durante 48 horas, conforme recomendações de Alves et al. (2008),

para eliminar o excesso de água. Registrou-se temperatura mínima de 26,6°C e máxima de

31,4°C, e umidade relativa do ar mínima de 45% e máxima de 74%, para o ambiente em que as

sementes foram secadas.

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64

As sementes foram cobertas com tecido de algodão no período noturno, com a finalidade

de facilitar a difusão da umidade interna para a parte externa da semente, bem como das

sementes mais úmidas para mais secas, o que resultou em secagem mais homogênea

(CARVALHO; NAKAGAWA, 2012), sendo constantemente revolvidas durante o período de

manhã e da tarde, propiciando melhor aeração em todo o lote e secagem mais uniforme.

Tomou-se o cuidado para não colocar as sementes em camada muito delgada, a fim de

evitar que, ocorrendo temperatura ambiente muito elevada, fosse, proporcionalmente, muito

grande a quantidade de sementes a entrar em equilíbrio térmico com aquela temperatura, o que

poderia ser suficiente para causar reduções de germinação e vigor, segundo recomendações de

Carvalho; Nakagawa (2012), sendo, após o período de secagem, eliminadas as sementes

danificadas (Figura 1D).

2.2 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO

As sementes, após o período de secagem foram acondicionadas em diferentes

embalagens: permeável - sacos de papel Kraft; semipermeável - saco de polietileno transparente

com espessura de 0,1 mm; e, impermeável - garrafa pet transparente branca de 500 ml, por

períodos de 0, 25, 50, 75, 100 dias, em três ambientes: câmara (18ºC; 50% UR do ar), freezer

(-21 ± 2ᵒC; 95% UR do ar) e em laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar).

A desinfestação das sementes com solução de hipoclorito de sódio a 5% (NaClO)

durante cinco minutos, seguida de lavagem com água deionizada, foi realizada antes da

instalação do teste. Antes, e a cada 25 dias de armazenamento, as sementes de cada embalagem

em ambiente de armazenamento foram semeadas em bandejas de polietileno com dimensões de

30 x 22 x 7 cm, entre o substrato Vermiculita® de granulometria média, utilizando-se quatro

repetições de 25 sementes cada. O substrato foi previamente esterilizado em autoclave regulada

Figura 1. A - extração das sementes; B - sementes após retirada do excesso do arilo; C - sementes após secagem;

D - sementes danificadas de Talisia esculenta (A. St. Hil) Radlk. Recife-PE, 2014. Fonte: Sena (2014)

A B C D

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65

a 120ºC por 2 horas e posteriormente umedecido com água deionizada, adotando-se 60% da

capacidade de retenção do substrato.

As bandejas foram conduzidas à casa de vegetação e colocadas sobre bancadas, em

temperatura mínima e máxima de 22,6 e 34,4°C, respectivamente, e umidade relativa do ar,

mínima e máxima, de 42,1 e 93,9%, respectivamente, registrados diariamente através de um

Termo-Higrômetro digital.

2.3 VARIÁVEIS AVALIADAS

2.3.1 Teor de água (%)

Inicialmente, logo após o período de secagem e a cada período de armazenamento, as

sementes de cada embalagem e ambiente foram submetidas à determinação do teor de água pelo

método de estufa a 105ºC 3ºC por 24 horas (BRASIL, 2009), com duas repetições de 10 ±

1,0 g. As sementes foram seccionadas em três partes, de aproximadamente sete milímetros (7,0

mm) e colocadas em recipientes de alumínio de onze centímetros de diâmetro e cinco

centímetros de altura (5 x 11 cm) para serem, em seguida, levadas à estufa. Após retiradas da

estufa, os recipientes foram colocados em dessecador por, aproximadamente, dez minutos e,

posteriormente, pesados em balança analítica com sensibilidade de 0,001 grama.

2.3.2 Peso mil sementes (g)

Determinado conforme as Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009), sendo

utilizadas oito repetições de 100 sementes, pesadas em balança analítica com precisão de

0,001g. Como para todas as parcelas o coeficiente de variação foi inferior a quatro, multiplicou-

se a média por 10, e assim obteve-se o peso de mil sementes.

2.3.3 Emergência de plântulas (%)

O teste de emergência foi realizado na casa de vegetação do viveiro florestal,

pertencente ao Departamento de Ciência Florestal, localizado no Campus da UFRPE, conforme

Nakagawa (1999). A porcentagem de emergência foi calculada pelo número de plântulas

emersas até 50 dias após semeadura, quando o número permaneceu constante. O critério de

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emergência foi o surgimento do epicótilo, com posterior emergência dos protófilos, por se tratar

de uma espécie com germinação do tipo hipógea, cujas plântulas foram consideradas normais,

ou seja, apresentaram todas as estruturas essenciais estavam bem desenvolvidas, completas,

proporcionais e sadias.

2.3.4 Velocidade de emergência (IVE)

Conduzido juntamente com o teste de emergência, este foi determinado mediante

contagens diárias, no mesmo horário, do número de plântulas emersas até 50 dias após a

semeadura, quando ocorreu a estabilização das contagens. Determinada de acordo com a

fórmula apresentada por Maguire (1962), em que: IVE = G1/N1+ G2/N2 + ... Gn/Nn, na qual

G1, G2 ... Gn correspondem ao número de sementes germinadas, e N1, N2 ... Nn correspondem

ao número de dias.

2.3.5 Tempo médio de emergência (dias)

Determinado de acordo com Silva; Nakagawa (1995), com os resultados expressos em

dias após a semeadura, contabilizando-se o número de plântulas que emergiram até os 50 dias

após a semeadura.

2.3.6 Comprimento da parte aérea, da raiz primária e total (cm/plântula)

No final do teste de emergência, com o auxílio de uma régua graduada em milímetros

foram medidos o comprimento da raiz primária, da parte aérea e total das plântulas normais de

cada repetição das embalagens e ambiente de armazenamento (NAKAGAWA, 1999).

2.3.7 Massa seca da parte aérea, do sistema radicular e total (mg/plântula)

As plântulas normais de cada repetição das embalagens e ambiente de armazenamento

empregadas na avaliação do comprimento foram seccionadas na região do coleto e a parte aérea

e sistema radicular foram acondicionados, separadamente, em sacos de papel Kraft,

previamente identificados, e levados à estufa de ventilação forçada, regulada a 80ºC até atingir

peso constante (CARVALHO FILHO; ARRIGONI-BLANK; BLANK, 2004). Após este período,

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67

foram pesadas em balança analítica, com precisão de 0,001 g até a estabilização dos resultados.

A massa seca total por plântula foi obtida através do somatório das respectivas partes.

2.4 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados obtidos, exceção ao teor de água, foram submetidos à análise de variância, em

esquema inteiramente ao acaso, com arranjo fatorial e, a seguir, realizada a análise conjunta de

variância para os fatores embalagens (garrafa pet, saco de polietileno e saco de papel Kraft) e

ambientes de armazenamento (câmara, freezer e natural de laboratório). Para o período de

armazenamento (0, 25, 50, 75 e 100 dias) foi realizada a regressão polinomial, verificando-se

os efeitos lineares, quadrático e cúbico das variáveis, em função dos tratamentos, sendo

selecionado o modelo significativo de maior ordem. Utilizou-se, para as análises estatísticas, o

programa estatístico SISVAR (DEX/UFLA), versão 5.3/1999-2010 (FERREIRA, 2010).

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68

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve diferença significativa pelo teste F (p < 0,01) entre as médias de todas as

características avaliadas, tanto nos fatores como em suas interações (Apêndice II).

A determinação do teor de água das sementes de T. esculenta possibilitou observar que

as condições e o tempo de armazenamento influenciaram no teor de água das sementes (Tabela

1). O teor de água inicial das sementes de pitombeira foi de 40,65%, valor este, próximo ao

recomendado por Alves et al. (2008) para secagem de sementes desta espécie por até 48 horas

(39,9%), enquanto o peso de mil sementes foi de 2.146,42 g (C.V.% = 3,1), com

aproximadamente 466 sementes/kg.

Maior elevação do teor de água das sementes de T. esculenta armazenadas nas condições

de câmara (18ᵒC; 50% UR do ar) e acondicionadas em embalagem garrafa pet e saco de

polietileno ocorreu aos 75 dias de armazenamento, atingindo respectivamente, 44,45% e

45,20% de teor de água, enquanto no ambiente natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do

ar), os maiores graus de umidade das sementes para estas mesmas embalagens foram

verificados aos 100 dias de armazenamento (45,76 e 51,33%, respectivamente).

Figueiredo-Neto et al. (2012) afirmaram que oscilações do teor de água em sementes

submetidas a ambiente natural de laboratório pode ocorrer em função dos ganhos e perdas da

umidade relativa do ar e da temperatura nesse ambiente. Além disso, sementes de ingá (Inga

laurina (Sw.) Willd - Fabaceae, Mimosoideae) apresentaram comportamento semelhante ao

encontrado para T. esculenta, quanto ao teor de água das sementes, podendo associar o aumento

da umidade a eventos metabólicos que ocorrem durante o processo de deterioração e ao

Tabela 1. Teor de água (%) de sementes de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk

acondicionadas em diferentes embalagens, ambientes e períodos de armazenamento.

Recife-PE, 2014

Ambiente

Embalagem Período (dias)

0 25 50 75 100

Garrafa pet 40,65 43,14 40,13 44,45 43,75

Câmara Saco de polietileno 40,65 42,25 43,33 45,20 44,17

(18ºC; 50% UR) Saco de papel Kraft 40,65 23,11 17,04 13,13 11,78

Garrafa pet 40,65 37,33 40,60 36,92 41,11

Freezer Saco de polietileno 40,65 38,15 41,34 42,74 38,39

(-21 ± 2ᵒC; 95% UR) Saco de papel Kraft 40,65 35,78 39,39 37,83 39,51

Garrafa pet 40,65 42,51 41,12 42,15 45,76

Natural de laboratório Saco de polietileno 40,65 39,97 47,84 47,15 51,33

(28 ± 5ᵒC; 65% UR) Saco de papel Kraft 40,65 23,35 22,48 19,99 16,60

Fonte: Sena (2014)

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aumento da incidência de microorganismos no armazenamento de sementes recalcitrantes

(BARROZO, 2012).

No freezer (-21 ± 2ᵒC; 95% UR do ar), as sementes de T. esculenta armazenadas por 25

dias em garrafa pet apresentaram redução de 8,17% de umidade e aos 100 dias ocorreu um

aumento de 1,13% no teor de água quando comparado com o grau de umidade antes do

armazenamento (40,65%). Na embalagem saco de polietileno, o menor e maior valor de teor de

água foram constatados aos 25 dias (38,15%) e aos 75 dias (42,74%) de armazenamento.

Redução drástica no teor de água das sementes armazenadas de T. esculenta foi

observado aos 100 dias de armazenamento apenas em saco de papel Kraft, chegando a reduzir

o grau de umidade das sementes em até 71,03% sob condições de câmara (18ᵒC; 50% UR do

ar) e 59,16% em condição natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar). No freezer (-21 ±

2ᵒC; 95% UR do ar), entretanto, para esta embalagem, o teor de água manteve abaixo do inicial,

com redução de até 11,98% aos 25 dias após o armazenamento, aumentando em seguida o teor

de água das sementes.

Avaliando todas as embalagens, foi possível verificar que a garrafa pet e saco de

polietileno foram os que possibilitaram manter os valores de teor de água das sementes de T.

esculenta mais próximo do inicial em todos os ambientes de armazenamento, diferentemente

do observado para as sementes armazenadas em saco de papel Kraft em condições de câmara

(18ᵒC; 50% UR do ar) e ambiente natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar), ocasionando

rápida redução da umidade das sementes.

Batista et al. (2011) também constatou redução do grau de umidade final em relação à

umidade inicial quando as sementes de Cedrela odorata L. (cedro - Meliaceae) foram

armazenadas em ambiente natural de laboratório (25 ± 1°C; 75 ± 5% de UR do ar) e em

geladeira (7,5 ± 0,5°C; 79 ± 1% de UR do ar) e acondicionadas em papel Kraft.

Esse comportamento das sementes em relação ao teor de água, quando acondicionadas

em saco de papel Kraft, embalagem permeável, pode ser explicado em função da variação da

umidade relativa do ar decorrente do período em que foi efetuado o experimento, devido às

mudanças climáticas ocorridas, à permeabilidade da embalagem e higroscopicidade

apresentada pela semente (ULLMANN et al., 2012), provocando assim, constantes ajustes no

grau de umidade das sementes armazenadas (CARVALHO; NAKAGAWA, 2012). Com

relação ao saco de polietileno, possivelmente por se tratar de embalagem semipermeável,

permitiu, portanto, alguma troca de vapor d´água entre a semente e o ambiente (VILLELA;

PERES, 2004).

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As sementes tendem a perder ou ganhar água até atingir o ponto de equilíbrio

higroscópico quando a umidade relativa do ambiente de armazenamento é modificada

(BRAGANTINI, 2005). Logo, o conhecimento do grau de umidade das sementes é essencial

para se determinar as condições adequadas para o armazenamento que depende da umidade

relativa, e por sua vez é influenciada pela temperatura do ambiente e pelo tipo de embalagem

(WARHM, 1996). Essas alterações no teor de água das sementes são determinantes no processo

de deterioração, uma vez que ocorre aumento na atividade respiratória e, consequentemente, no

consumo das reservas (GUEDES et al., 2012).

A taxa de deterioração depende, então, diretamente da temperatura, umidade relativa do

ar e histórico das sementes, fatores estes que afetam as características das sementes em seus

aspectos físicos, químicos, fisiológicos e sanitários (ROBERTS, 1981), sendo assim, um

processo irreversível, que não pode ser impedido, mas com o controle eficiente das condições

ambientais durante o armazenamento é possível retardar sua velocidade (BAUDET, 2003).

Na avaliação da qualidade fisiológica das sementes, antes e durante o armazenamento,

verificou-se que ocorreu redução na emergência das plântulas de T. esculenta (Figura 2), à

medida que o período de armazenamento aumentou, independente do ambiente e da embalagem

testados.

A porcentagem de emergência de plântulas de T. esculenta tornou-se nula a partir dos

50 dias de armazenamento, quando as sementes foram armazenadas em câmara (18ᵒC; 50% UR

do ar) (Figura 2A) e acondicionadas em garrafa pet e saco de papel Kraft. Aos 25 dias de

armazenamento, as sementes conservadas em saco de polietileno originaram 89% de plântulas

normais, enquanto aquelas em garrafa pet e saco de papel Kraft emergiram 68% e 8% de

plântulas, respectivamente.

Constatou-se, ainda, no ambiente câmara (18ᵒC; 50% UR do ar), uma diminuição

constante, porém em menores proporções, quando comparada com as outras embalagens

testadas, na emergência de plântulas oriundas de sementes mantidas em saco de polietileno até

os 75 dias de armazenamento (40%), tendo ocorrido após este período leve aumento da

quantidade de plântulas normais (51%) emersas.

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O armazenamento das sementes de T. esculenta em freezer (-21 ± 2ᵒC; 95% UR do ar)

ocasionou de forma drástica a inviabilidade das sementes em todas as embalagens usadas, sendo

observado logo na primeira avaliação do armazenamento (25 dias), mostrando-se inadequada

para esta espécie, portanto, não foram computados dados nas Figuras para este ambiente de

armazenamento para os parâmetros de qualidade fisiológica avaliados.

Comportamento semelhante ao da câmara (18ᵒC; 50% UR do ar) (Figura 2A) foi obtido

com relação às sementes de T. esculenta armazenadas em ambiente natural de laboratório (28

± 5ᵒC; 65% UR do ar) (Figura 2B), com exceção daquelas acondicionadas em garrafa pet, onde

não originaram plântulas já aos 25 dias de armazenamento. No entanto, para as sementes

conservadas na embalagem saco de polietileno, o ambiente de armazenamento não teve efeito

tão intenso da emergência nos primeiros 25 dias de armazenamento, ocorrendo 76% de

plântulas emersas, valor ainda considerado elevado, mas após este período, o armazenamento

não foi tão eficiente, mantendo aos 100 dias de armazenamento apenas cerca de 50% de

plântulas normais.

Vieira; Gusmão (2008) armazenaram sementes de T. esculenta em ambiente natural de

laboratório (25 ± 2ºC e 68 ± 3% de UR do ar) por 0, 15, 30 e 60 dias em embalagem saco de

papel Kraft, verificando uma queda no teor de água das sementes de 40 para 24% aos 15 dias

após o armazenamento, resultando na diminuição da emergência de plântulas de 88 para 16%.

Os resultados obtidos no presente estudo de T. esculenta foi semelhante, de modo que aos 25

dias de armazenamento, as sementes, com teor de água de 23,35%, ocasionaram a obtenção de

apenas 12% de plântulas emersas.

O teor de água (50,2%) antes do armazenamento das sementes de coca (Erythroxylum

ligustrinum DC. - Erythroxylaceae) diminuiu drasticamente para 16,1 e 14,2% após um mês

y = -1,072**x + 87,2**

R² = 0,80

y = 0,0047**x2 - 1,0566**x + 104,46**

R² = 0,90

y = -0,832**x + 63,2**

R² = 0,56

0

20

40

60

80

100

120

0 25 50 75 100

Em

ergên

cia

(%)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

y = -0,8**x + 60**

R² = 0,5

y = 0,0067**x2 - 1,2143**x + 102,03**

R² = 0,96

y = -0,848**x + 64,8**

R² = 0,59

0

20

40

60

80

100

120

0 25 50 75 100

Em

ergên

cia

(%)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

Figura 2. Emergência (%) de plântulas de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk oriundas de sementes

acondicionadas em diferentes embalagens, ambientes e períodos de armazenamento. A - câmara, B - ambiente

natural de laboratório. C.V. (%) = 16,96. Recife-PE, 2014. Fonte: Sena (2014)

A B

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armazenadas em geladeira (10 ± 2ºC) e temperatura ambiente (27 ± 5ºC) e acondicionadas em

saco de papel Kraft, com perda total de viabilidade (SILVA et al, 2008). Para sementes de T.

esculenta, acondicionadas em saco de papel Kraft e mantidas em ambiente natural de

laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar), a partir dos 50 dias com 22,48% de umidade, as sementes

se apresentaram inviáveis (Figura 2B).

Arruda et al. (2011) observaram em sementes de nó-de-cachorro (Heteropterys

tomentosa A. Juss. - Malphiguiaceae) a perda de viabilidade das sementes a partir dos 60 dias

de armazenamento em sacos de papel Kraft e ambiente natural de laboratório (27,2 ± 2ºC; 80%

UR do ar). Em sementes de marizeiro (Geoffroea spinosa Jacq - Fabaceae, Papolionoideae)

conservadas em saco e papel Kraft e armazenadas em condições naturais de laboratório (23,5ºC

e 19,2ºC; 85% UR do ar) o rápido decréscimo na germinação e vigor foi observado a partir dos

30 dias de armazenamento (SOUZA et al., 2011).

A redução da emergência de plântulas de T. esculenta, acondicionadas em saco de papel

Kraft em câmara (18ᵒC; 50% UR do ar) e ambiente natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR

do ar) (Figuras 2A-B), pode estar relacionada ao fato da perda de água em sementes

recalcitrantes desencadear alguns processos deterioráveis, como a desnaturação de proteínas,

alterações na atividade das enzimas peroxidases e danos no sistema de membranas, resultando

na perda de sua viabilidade (NAUTIYAL; PUROHIT, 1985 apud FONSECA; FREIRE, 2003).

De acordo com Hong; Ellis (1996), as sementes recalcitrantes têm sua viabilidade

reduzida quando o teor de água atinge valores inferiores àqueles considerados críticos e, quando

iguais ou inferiores àqueles considerados letais, há perda total de viabilidade. Por isso, Bonner

(2001) afirmou que as sementes recalcitrantes não podem ser desidratadas para teores de

umidade abaixo de 25 a 50%, dependendo da espécie.

A longevidade das sementes é bastante influenciada pelas condições de armazenamento,

sobretudo pelo teor de água e pela temperatura ambiental, que por sua vez influencia as

atividades respiratórias das sementes e dos microorganismos presentes, bem como a atividade,

o desenvolvimento e a reprodução de insetos (VILLELA; PERES, 2004). Portanto, no saco de

polietileno e garrafa pet, a longevidade deve estar relacionada à maior manutenção de umidade

das sementes do que em saco de papel Kraft (BÜLOW; CARMONA; PARENTE, 1994).

O tipo de embalagem, então, afeta a viabilidade das sementes de forma diferenciada

(FLORIANO, 2004) e independentemente do ambiente de armazenamento, mesmo

considerando as condições ótimas de teor de água e de temperatura, em todas as sementes ocorre

o processo contínuo de deterioração, levando à perda gradativa da viabilidade e do vigor

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(MARCOS FILHO, 2005). Por isso, a alta emergência no início do armazenamento não

assegura que seja mantida a qualidade das sementes até o momento da semeadura.

Na velocidade de emergência (Figuras 3) de plântulas de T. esculenta, constatou-se a

redução do vigor das sementes ao longo do período de armazenamento através da diminuição

gradativa da velocidade de emergência das plântulas provindas das sementes armazenadas em

câmara (18ᵒC; 50% UR do ar) e em ambiente natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar)

e (Figuras 4A1-B1), mostrando o efeito do processo de deterioração das sementes.

Aos 25 dias de armazenamento, quando ocorreu 89% de plântulas de T. esculenta

emersas, houve um leve aumento na velocidade de emergência (Figura 3A1), de 0,86 para 0,91,

seguida por redução no tempo médio de emergência (Figura 3A2), de 30 dias para 24 dias, das

plântulas de T. esculenta oriundas de sementes armazenadas em câmara (18ᵒC; 50% UR do ar)

em embalagem saco de polietileno. Já as sementes mantidas em ambiente natural de laboratório

y = -0,0098**x + 0,804**

R² = 0,78y = -6E-05**x2 + 0,0007nsx + 0,906**

R² = 0,53

y = -0,007**x + 0,532**

R² = 0,53

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1

0 25 50 75 100

Vel

oci

dad

e d

e em

ergên

cia

(IV

E)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

y = -0,0069**x + 0,516**

R² = 0,5y = 5E-05**x2 - 0,0083**x + 0,8534**

R² = 0,89

y = -0,0071**x + 0,536**

R² = 0,54

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

0 25 50 75 100Vel

oci

dad

e d

e em

ergên

cia

(IV

E)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

y = -0,3308**x + 27,126**

R² = 0,79

y = -0,0485*x + 28,494**

R² = 0,40

y = -0,3499**x + 29,03**

R² = 0,77

0

5

10

15

20

25

30

35

0 25 50 75 100

Tem

po

méd

io d

e em

ergên

cia

(dia

s)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

y = -0,2383**x + 17,874**

R² = 0,5

y = 0,0021*x2 - 0,2691**x + 29,968**

R² = 0,95y = -0,3766**x + 31,698**

R² = 0,71

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 25 50 75 100

Tem

po

méd

io d

e em

ergên

cia

(dia

s)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

Figura 3. Velocidade (IVE) e tempo médio de emergência (dias) das plântulas de Talisia esculenta (A. St. Hil.)

Radlk oriundas de sementes acondicionadas em diferentes embalagens, ambientes e períodos de armazenamento. A1,

A2 - câmara; B1, B2 - ambiente natural de laboratório. C.V. (%) = 29,53; 31,84, respectivamente. Recife-PE, 2014.

Fonte: Sena (2014).

A1 B1

A2 B2

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74

(28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar) e acondicionadas em saco de polietileno, aos 25 dias de

armazenamento, com 82% das plântulas emersas, apresentaram menor velocidade (0,69)

(Figura 3B1) e maior tempo médio de emergência (26 dias) (Figura 3B2) das plântulas em

relação às mantidas em câmara.

As sementes de T. esculenta sob armazenamento apresentaram tempo de emergência

das plântulas inferior àquelas sem armazenamento. Aos 50 dias de armazenamento, as sementes

acondicionadas em saco de polietileno e ambiente de câmara (18ᵒC; 50% UR do ar) (Figura

3A2), assim como ambiente natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar) (Figura 3B2),

apresentaram tempo médio de emergência de 29 e 21 dias, respectivamente.

Os resultados obtidos para T. esculenta, quanto à velocidade de emergência, encontram-

se de acordo com Kramer; Kozlowski (1972), quando afirmaram que sementes armazenadas

sempre se deterioram com o passar do tempo. Além disso, no armazenamento em ambiente

natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar), o processo de deterioração das sementes

ocorreu de forma lenta e gradual, não ocasionando queda brusca na velocidade de emergência

das plântulas, do mesmo modo que foi verificado em sementes de Psidium guineense Swartz

(araçá - Myrtaceae) em ambiente natural de laboratório (26,5 ± 1ºC; 69,9 a 74,8% UR do ar)

durante 180 dias (CISNEIROS et al., 2003).

De acordo com Barrozo (2012) a redução da velocidade de emergência com o aumento

do tempo de armazenamento deve-se provavelmente, ao consumo das reservas das sementes

durante a respiração ou a deterioração devido à oxidação, ao aumento do teor de água das

sementes, o qual foi suficiente para permitir uma elevação no metabolismo respiratório, pois as

sementes recalcitrantes não sofrem secagem no final da maturação e são dispersas com elevado

teor de água, permanecendo metabolicamente ativas e sensíveis à secagem, de forma que podem

germinar logo após a dispersão.

Desde a maturidade fisiológica, até o momento da semeadura, as sementes estão sujeitas

à perda da qualidade fisiológica pelas mudanças bioquímicas e fisiológicas que passam a

ocorrer, sendo a deterioração, em muitos casos, imperceptível, na fase inicial, manifestando-se

no decorrer do tempo, através de reflexos negativos no vigor (GARCIA et al. 2004). Esta

deterioração da semente evidencia-se, primeiramente pela redução da velocidade de

germinação (VIEIRA; CARVALHO, 1994). Portanto, pode-se observar o efeito deste processo

em sementes de T. esculenta principalmente quando conservadas em embalagem saco de papel

Kraft e garrafa pet, armazenadas em condições de câmara (18ᵒC; 50% UR do ar) e ambiente

natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar) (Figuras 3A1-B1).

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75

Quanto ao comprimento e massa seca da parte aérea (Figura 4) foi possível estabelecer

uma relação do comprimento da parte aérea com a massa seca das plântulas de T. esculenta

obtidas de sementes armazenadas em condições de câmara (18ᵒC; 50% UR do ar) (Figuras 4A1-

A2) e ambiente natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar) (Figuras 4B1-B2).

As sementes de T. esculenta, vindas do armazenamento em ambiente de câmara (18ᵒC;

50% UR do ar) e acondicionamento em embalagem saco de polietileno, aos 25 e 50 dias,

originaram plântulas cujo comprimento e massa seca da parte aérea foram 12,35 cm e 266,71

mg; 12,9 cm e 267,62 mg, respectivamente (Figuras 4A1-A2). Quando foram usadas sementes

armazenadas em ambiente natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar) (Figuras 4B1-B2),

aos 25 e 50 dias, obtiveram-se plântulas com parte aérea medindo 12,59 cm e 13,5 cm e massa

seca de 213,81 mg e 272,28 mg, respectivamente.

y = -0,0934**x + 7,008**

R² = 0,5

y = 0,0244**x + 11,92**

R² = 0,94

y = -0,1374**x + 11,408**

R² = 0,76

0

2

4

6

8

10

12

14

16

0 25 50 75 100

Co

mp

rim

ento

da

par

te a

érea

(cm

)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

y = -0,1409**x + 11,752**

R² = 0,75

y = 1E-05**x3 - 0,002**x2 + 0,0819**x + 11,612**

R² = 0,92

y = -0,1304**x + 10,708**

R² = 0,79

0

2

4

6

8

10

12

14

16

0 25 50 75 100Co

mp

rim

ento

da

par

te a

érea

(cm

)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

y = -3,16**x + 259,73**

R² = 0,79

y = 0,0291**x2 - 1,6818**x + 283,86**

R² = 0,99

y = -2,856**x + 229,33**

R² = 0,79

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

0 25 50 75 100

Mas

sa s

eca

da

par

te a

érea

(m

g)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

y = -2,2506**x + 168,8**

R² = 0,5

y = 0,0383**x2 - 2,7203**x + 277,4**

R² = 0,87

y = -2,7126**x + 215**

R² = 0,75

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

0 25 50 75 100

Mas

sa s

eca

da

par

te a

érea

(m

g)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

A1 B1

A2 B2

Figura 4. Comprimento (cm/plântula) e massa seca (mg/plântula) da parte aérea das plântulas de Talisia esculenta

(A. St. Hil.) Radlk acondicionadas em diferentes embalagens, ambientes e períodos de armazenamento. A1, A2 -

câmara; B1, B2 - ambiente natural de laboratório. C.V. (%) = 9,59; 14,40. Recife-PE, 2014. Fonte: Sena (2014)

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76

Apesar das plântulas mais vigorosas terem sido alcançadas aos 100 dias de

armazenamento, ocorreu neste período de avaliação, redução de 50% da quantidade das

plântulas normais emersas. Estes valores de massa seca em função do maior período de

armazenamento podem ser explicados pelas condições do ambiente e embalagem que

proporcionaram o início do processo germinativo das sementes, apresentado no momento da

semeadura, ou ainda pela menor número de plântulas que emergiram em relação aos outros

períodos de armazenamento.

As plântulas de T. esculenta oriundas de sementes armazenadas até 50 dias em câmara

(18ᵒC; 50% UR do ar) e conservadas em sacos de polietileno (Figura 5A1) apresentaram um

gradativo aumento no comprimento da raiz primária, atingindo 40,9 cm, com posterior

decréscimo no comprimento da raiz primária das plântulas até os 100 dias de armazenamento

(33,08 cm). Comportamento semelhante foi constatado para o acúmulo de massa seca das raízes

(Figura 6A2) das plântulas de pitombeira emersas aos 50 dias de armazenamento (209,67 mg).

y = -0,2565**x + 19,236**

R² = 0,5

y = -0,0024**x2 + 0,2026**x + 31,861**

R² = 0,93

y = -0,3564**x + 29,228**

R² = 0,79

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 25 50 75 100

Co

mp

rim

ento

da

raiz

(cm

)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

y = -0,3872**x + 32,304**

R² = 0,75

y = -0,0029**x2 + 0,3128**x + 31,421**

R² = 0,91y = -0,3529**x + 28,876**

R² = 0,80

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

0 25 50 75 100

Co

mp

rim

ento

da

raiz

(cm

)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

y = -2,1188**x + 175,23**

R² = 0,77y = 0,0003*x3 - 0,0515*x2 + 2,2624**x +

182,75**

R² = 0,97y = -1,7907**x + 142,42**

R² = 0,77

0

25

50

75

100

125

150

175

200

225

0 25 50 75 100

Mas

sa s

eca

das

raí

zes

(mg)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

y = -1,4661**x + 109,96**

R² = 0,5

y = -0,1277x + 179,33

y = -1,8988**x + 153,22**

R² = 0,80

0

25

50

75

100

125

150

175

200

0 25 50 75 100Mas

sa s

eca

das

raí

zes

(mg)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

Figura 5. Comprimento da raiz primária (cm/plântula) e massa seca do sistema radicular (mg/plântula) das

plântulas de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk acondicionadas em diferentes embalagens, ambientes e períodos

de armazenamento. A1, A2 - câmara; B1, B2 - ambiente natural de laboratório. C.V. (%) = 19,78; 22,07,

respectivamente. Recife-PE, 2014. Sena (2014)

A1 B1

A2 B2

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77

As sementes de T. esculenta que permaneceram conservadas em ambiente natural de

laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar) e acondicionadas em saco de polietileno deram origem a

plântulas com raiz primária de maior comprimento (Figura 5B1) até os 50 dias de

armazenamento (37,21 cm), já as sementes que ficaram armazenadas após este período

originaram plântulas com raiz primária de desenvolvimento inferior, 32,81 cm e 28,41 cm

correspondentes aos 75 e 100 dias de armazenamento. Quanto aos dados referentes à massa

seca do sistema radicular (Figura 5B2), para o saco de polietileno, não se ajustaram a modelos

de regressão.

Comparando o comprimento total das plântulas de T. esculenta obtidas nos dois

ambientes de armazenamento avaliados, câmara (18ᵒC; 50% UR do ar) (Figura 6A1) e ambiente

natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar) (Figura 6B1), a partir de sementes armazenadas

em embalagem saco de polietileno, constatou-se o mesmo comportamento para os dois

ambientes de armazenamento ao longo dos períodos de avaliação. O comprimento total das

plântulas oriundas de sementes armazenadas até 50 dias foi crescente, com 53,8 cm das

originadas do armazenamento em câmara e 50,71 cm em ambiente natural de laboratório.

y = -5,2789**x + 434,97**

R² = 0,78

y = 0,0249**x2 - 1,1121nsx + 472,53**

R² = 0,96

y = -4,6468**x + 371,76**

R² = 0,78

050

100150200250300350400450500550600650

0 25 50 75 100

Mas

sa s

eca

tota

l (m

g)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

y = -3,7168**x + 278,76**

R² = 0,5

y = 0,0405**x2 - 2,9786**x + 459,16**

R² = 0,93

y = -4,6115**x + 368,23**

R² = 0,780

50100150200250300350400450500550600

0 25 50 75 100

Mas

sa s

eca

tota

l (m

g)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

y = -0,528**x + 44,056**

R² = 0,75

y = -0,0027**x2 + 0,3148**x + 43,312**

R² = 0,91

y = -0,4833**x + 39,584**

R² = 0,79

05

1015202530354045505560

0 25 50 75 100

Co

mp

rim

ento

to

tal

(cm

)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

y = -0,3499**x + 26,244**

R² = 0,5

y = -0,0026**x2 + 0,2476**x + 43,524**

R² = 0,92

y = -0,4938**x + 40,636**

R² = 0,79

05

10152025303540455055

0 25 50 75 100

Co

mp

rim

ento

to

tal

(cm

)

Período (dias)

Garrafa pet Saco de polietileno Saco de papel Kraft

Figura 6. Comprimento total (cm/plântula) e massa seca total (cm/plântula) das plântulas de Talisia esculenta (A.

St. Hil.) Radlk acondicionadas em diferentes embalagens, ambientes e períodos de armazenamento. A1, A2 - câmara;

B1, B2 - ambiente natural de laboratório. CV. (%) = 15,30; 14,26, respectivamente. Recife-PE, 2014. Sena (2014)

A1 B1

A2 B2

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78

Da mesma forma que ocorreu para a massa seca da parte aérea (Figura 4A2) e massa

seca das raízes das plântulas (Figura 5A2), na massa seca total das plântulas de T. esculenta,

houve um constante aumento até os 100 dias de armazenamento, passando de 464,6 mg das

plântulas provindas de sementes sem armazenamento para 617,47 mg daquelas plântulas

originadas de sementes conservadas em câmara (18ᵒC; 50% UR do ar) (Figura 6A2) e 586,67

mg das originadas de sementes conservadas em ambiente natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65%

UR do ar) (Figura 6B2), com respectivamente, comprimento total de 47,5 cm e 42,53 cm

(Figuras 6A1-B1).

Os resultados obtidos neste estudo demonstraram diferença ente os ambientes e

embalagens utilizadas para o armazenamento de sementes de T. esculenta. É evidente que há

uma grande diversidade de metodologias para armazenamento de sementes recalcitrantes, até

mesmo para as mesmas espécies, não havendo um consenso geral sobre qual é a mais indicada

devido às poucas pesquisas existentes com sementes intolerantes à dessecação.

Como constatado na emergência de plântulas de T. esculenta, o acondicionamento das

sementes na embalagem garrafa pet favoreceu a emergência de 68% de plântulas originadas de

sementes submetidas ao armazenamento em câmara (18ᵒC; 50% UR do ar) até os 25 dias, mas

quando as sementes foram armazenadas nos demais ambientes e períodos de armazenamento

não ocorreu emergência das plântulas, tornando-as inviáveis. Esta resposta das sementes ao

armazenamento nos ambientes e embalagens testados pode estar relacionada ao fato de que o

gás carbônico (CO2) formado não conseguiu sair do interior da embalagem e, após um

determinado nível de concentração tornou-se tóxico, da mesma forma que o oxigênio (O2) que

por ser rapidamente consumido, leva a respiração a ser anaeróbica, resultando no acúmulo

destes compostos tóxicos (CARVAHO; NAKAGAWA, 2012).

Na embalagem saco de polietileno ocorreu grande quantidade de sementes de T.

esculenta infestada por fungo e também a emissão de algumas plântulas ainda sob

armazenamento. O ataque de fungos aumentou com o passar do tempo, mas logo após os 25

dias de armazenamento, algumas sementes que estavam mantidas em saco de polietileno e saco

de papel Kraft, sob condições de câmara (18ᵒC; 50% UR do ar) e ambiente natural de laboratório

(28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar), já se apresentavam contaminadas.

Os fungos associados às sementes armazenadas constituem um problema considerável,

principalmente devido à alta umidade das sementes que cria condições favoráveis ao seu

desenvolvimento, e à sensibilidade das espécies recalcitrantes às baixas temperaturas utilizadas

para permitir o controle de fungos (MARCOS FILHO, 2005). Assim sendo, o autor relata que

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79

o metabolismo de alguns fungos altera o microambiente que cerca as sementes, resultando em

sucessão de fungos que promovem a deterioração e elevação da temperatura e umidade das

sementes infectadas, no entanto, é difícil identificar até que ponto os fungos causam a

debilidade das sementes.

Na embalagem permeável, saco de papel Kraft, houve um rápido processo de

deterioração, reduzindo aos 25 dias de armazenamento em 92% o potencial de emergência de

plântulas de T. esculenta quando conservadas em câmara (18ᵒC; 50% UR do ar). As sementes

nesta embalagem ainda apresentaram tegumento murcho e quebradiço ao longo do período de

armazenamento.

Cruz et al. (2013) observaram também, em sementes de Clitoria fairchildiana R. A.

Howard (sombreiro - Fabaceae, Papilionoideae), maior rugosidade nos tegumentos das

sementes de sombreiro acondicionadas em sacos de papel Kraft e armazenadas em geladeira

(10 ± 3ºC; 60 ± 5% de UR do ar) e temperatura ambiente (24,5 ± 3,5ºC; 65 ± 5% de UR do ar),

pois houve perda abrupta de água para o ambiente. Assim como, Villela; Peres (2004)

afirmaram que as embalagens permeáveis permitem a troca de vapor entre as sementes e o

ambiente externo circundante e, portanto, o teor de água sofre flutuações com as variações da

umidade relativa do ar, além disso, as fissuras nos tegumentos ocorrem devido às flutuações de

umidade e à secagem excessiva da cobertura protetora, facilitando a penetração de

microorganismos e a perda da capacidade de regulação das trocas hídricas e gasosas nas

sementes.

Para a maioria das espécies, as sementes serão tanto melhor conservadas quanto menor

for a temperatura do ar do ambiente de armazenamento (CARVALHO; NAKAGAWA, 2012).

No entanto, as sementes de T. esculenta, por serem recalcitrantes, ao serem armazenadas sob

condições de freezer (-21 ± 2ᵒC; 95% UR), em embalagem garrafa pet, saco de polietileno e

saco de papel Kraft, tornaram-se inviáveis, portanto, este ambiente de armazenamento não deve

ser utilizada para conservação de sementes desta espécie.

Várias espécies frutíferas tropicais têm sido descritas como apresentando melhor

armazenamento de sementes em saco de polietileno quando comparado ao saco de papel Kraft,

o que pode ser considerado um indicativo de comportamento recalcitrante (CHIN; HOR;

LASSIM, 1989). A melhor conservação das sementes em saco de polietileno foram observados

em sementes de marmeleiro (Cydonia ablonga Mill. - Rosaceae), por Dall’orto et al. (1985), e

cambuci (Campomanesia phaea (Berg.) Landr. - Myrtaceae), por Maluf; Pisciottano-Ereio

(2005), ambas recalcitrantes.

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80

O armazenamento tecnicamente adequado depende da boa qualidade da semente

armazenada, mas para obter sementes de melhor qualidade os cuidados devem ser iniciados no

campo, evitando-se a ocorrência de danos nas sementes, ataque de insetos e colheita fora do

período adequado. Além disso, durante o armazenamento deve ser mantido o teor de água das

sementes para evitar o desenvolvimento de microrganismos patogênicos (GOLDFARB;

QUEIROGA, 2013).

É necessário, portanto, aprimorar o conhecimento científico sobre os mecanismos

fisiológicos recomendados à sensibilidade, à dessecação e às baixas temperaturas, para

determinar métodos eficientes de armazenagem das sementes recalcitrantes (PIROLA, 2013).

Já que o alto teor de água nas sementes, combinado com a alta umidade relativa do ar e

temperatura do ambiente de armazenamento aceleram a degeneração dos sistemas biológicos,

acarretam a perda do vigor e a capacidade de germinação (AZEVEDO et al., 2003) das

sementes.

Diante disto, recomenda-se o uso da embalagem saco de polietileno em câmara (18ᵒC;

50% UR do ar) ou ambiente natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar) para sementes de

T. esculenta por manter maior viabilidade e vigor das mesmas. No entanto, seria interessante o

armazenamento das sementes de pitombeira em ambiente natural de laboratório, devido ao

baixo custo de conservação das mesmas, já que não precisa de energia e equipamentos

específicos.

Também é de importância o desenvolvimento de pesquisas com uso de inibidores de

germinação e também o uso de produtos fungicidas, de modo a conservar melhor as

características físicas, fisiológicas e sanitárias das sementes. Isto porque, aos 100 dias de

armazenamento, a infestação do fungo estava consideravelmente mais elevada do que aos 25

dias, o que pode ter ocasionado a redução da porcentagem de emergência de 100% de plântulas

emersas oriundas das sementes antes do armazenamento, para cerca de 50% no último período

de avaliação (100 dias), tanto para ambientes de câmara (18ᵒC; 50% UR do ar) quanto

laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar).

O saco de polietileno pode estender por alguns dias a longevidade das sementes de T.

esculenta, mantendo o vigor das mesmas até os 25 dias em câmara (18ᵒC; 50% UR do ar) ou

ambiente natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do ar), quando as sementes apresentaram

teores de água de 42,25% e 39,97%, respectivamente e obtendo-se 89 e 82% de plântulas

normais emersas ou ainda até os 50 dias de armazenamento quando foram obtidas menor

porcentagem de emergência de plântulas (66 e 52%, respectivamente), mas com produção de

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81

plântulas vigorosas. Entretanto, é conveniente que a semeadura seja feita logo após a colheita,

sempre que possível, por se tratar de uma semente recalcitrante.

Estudos são necessários para determinar condições de armazenamento que possibilitem

a manutenção da viabilidade de sementes recalcitrantes pelo maior período possível, pois essas

informações são importantes para os programas de produção de mudas, de forma a atender à

crescente demanda, principalmente de projetos de recuperação de áreas degradadas

(CARVALHO et al., 2008).

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4 CONCLUSÕES

As sementes de T. esculenta devem ser armazenadas até os 25 dias em ambiente de

câmara (18ᵒC; 50% UR do ar) ou ambiente natural de laboratório (28 ± 5ᵒC; 65% UR do

ar) e acondicionadas em saco de polietileno.

Ocasionalmente, pode-se manter as sementes armazenadas até os 50 dias em câmara e

ambiente natural de laboratório, quando ainda se obtém emergência de plântulas de T.

esculenta acima de 50%, proporcionando períodos mais longos de armazenamento com

emergência de plântulas ainda vigorosas.

As sementes de T. esculenta não suportam baixas temperaturas e alta umidade relativa,

quando armazenadas no ambiente freezer (-21 ± 2ᵒC; 95% UR), independente da embalagem

utilizada.

A embalagem saco de papel Kraft não deve ser utilizado para armazenamento de sementes

de T. esculenta, pois ocasiona redução no vigor das plântulas já aos 25 dias de

armazenamento.

A garrafa pet promove o acúmulo de gases tóxicos à semente na embalagem, o que torna

seu uso inviável.

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62

CAPÍTULO III

PRODUÇÃO DE MUDAS DE PITOMBEIRA (Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk. -

SAPINDACEAE)

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1 INTRODUÇÃO

Os problemas ambientais e a necessidade de recuperação de áreas degradadas têm

aumentado o interesse sobre o conhecimento das espécies nativas brasileiras, sendo que um dos

grandes desafios na recomposição de florestas nativas é a produção de mudas de espécies que

possam suprir programas de reflorestamento (FARIAS JÚNIOR et al., 2007). A importância

econômica das espécies frutíferas para as diversas regiões do Brasil não pode ser mensurada

apenas por dados estatísticos, pois é uma das principais atividades geradoras de renda,

empregos e desenvolvimento regional (RUFINO, 2008).

Nesse contexto, informações sobre a produção de mudas são fundamentais para que se

alcance viabilidade técnica e econômica nessas atividades (LISBOA et al., 2012). Dentre estas

espécies tem-se a Talisia esculenta (A. St. Hil) Radlk. (Sapindaceae), pitombeira ou pitomba-

da-mata, descrita como uma árvore perenifólia ou semidecídua, nativa de grande parte do

Brasil, característica de clima tropical úmido cujo método de propagação é por sementes

(ROMAHN, 2007). Os frutos, as cascas, folhas e madeira dessa espécie são usados pelo

potencial medicinal, para obtenção de óleos e ceras, além do uso em apicultura (SAMPAIO et

al., 2005), sendo de fonte de renda para várias famílias, que comercializam subprodutos e frutos

em avenidas e feiras locais, como ocorre em Pernambuco-PE, Brasil.

Entre os fatores que influenciam na produção de mudas de espécies florestais destacam-

se a semente, o substrato e o recipiente utilizado, os quais vão refletir diretamente na qualidade

das mudas obtidas (SANTOS et al., 2000). Com relação aos substratos utilizados na produção

de mudas em viveiros florestais, estes devem proporcionar retenção de água suficiente para

permitir a germinação e, quando saturado, manter quantidades adequadas de espaços porosos

para facilitar o fornecimento de oxigênio, indispensável no processo de germinação

(SMIDERLE; MINAME, 2001).

A utilização de resíduos oriundos da atividade florestal ou de outras origens, na cadeia

do negócio florestal, como componentes de substratos para a produção de mudas, pode ser uma

alternativa viável de destinação de parte desses resíduos (MAEDA et al., 2007), busca-se,

portanto, utilizar substratos constituídos de resíduos orgânicos, a fim de diminuir os custos com

adubação química (MORAES NETO et al., 2003). Entre os materiais com alto potencial de

utilização em viveiros, encontram-se resíduos de poda (BARATTA JÚNIOR; MAGALHÃES,

2010), bagaço-de-cana e torta de filtro (NASCIMENTO; NEVES; CORRÊA, 2013), além do

pó ou fibra de coco e resíduo de sisal, que permitem agregar características desejáveis à

composição final do susbtrato.

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A escolha do recipiente mais adequado está relacionado, principalmente, com a espécie,

quantidade de mudas a ser produzida e com o grau tecnológico a ser empregado (FLORIANO,

2004). Vários são os tipos de recipientes existentes (PAIVA; GONÇALVES, 2001), sendo os

sacos de polietileno e os tubetes os comumente utilizados na produção de mudas (DAVIDE;

SILVA, 2008).

A resposta das mudas também varia em relação à luminosidade, por ser fonte primária

de energia relacionada à fotossíntese, mas para muitas espécies ainda não são conhecidas suas

condições ótimas de cultivo (SARAIVA, 2013). O sombreamento, no processo de produção de

mudas, é necessário, pois o excesso de radiação pode diminuir drasticamente a capacidade

fotossintética das mudas, contribuindo para a ocorrência de fotoinibição (KITAO et al., 2000).

A magnitude da necessidade de luz de uma espécie pode ser avaliada por meio de

sombreamento artificial, no viveiro, o que confere uniformidade de iluminação e permite isolar

e quantificar o efeito da luz (PORTELA; SILVA; PIÑA-RODRIGUES, 2001). O uso de telas

para simulação de sombreamento tem sido adotado por diversos pesquisadores, em estudos de

determinação das exigências luminosas, pelas mais diferentes espécies, na fase inicial de

desenvolvimento (LENHARD et al., 2013).

Dutra et al. (2012) afirmaram que as mudas de copaíba (Copaifera langsolosffii Desf. -

Fabaceae, Caesalpinioideae) produzidas em tubete de 280 cm3 necessitam de sombra em sua

fase inicial de desenvolvimento, sendo o nível de 50% de sombreamento uma alternativa viável

para produção de suas mudas. Além disso, as mudas desta espécie produzidas no substrato

composto por 70% de Vermiculita® + 30% de casca de arroz carbonizada apresentaram maior

produção de massa seca total.

Os resultados obtidos por Santos; Coelho (2013), no entanto, demonstraram que a

produção de mudas de Erythrina velutina Willd. (mulungu - Fabaceae, Papilionoideae) de

maior qualidade foram aquelas produzidas a pleno sol e no substrato arisco + esterco bovino

curtido na proporção 2:1, utilizando se sacos de polietileno 15 x 25 cm.

Como a produção de mudas de espécies florestais, em quantidade e qualidade, é uma

das fases mais importantes para o estabelecimento de povoamentos, com repercussão sobre a

sua produtividade, esforços têm sido realizados para melhorar a qualidade e reduzir os custos

de produção das mudas (WENDLING; GUASTALA; DEDECEK, 2007). Assim, o presente

trabalho teve como objetivo avaliar a produção de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil.)

Radlk. produzidas em diferentes tipos de recipientes e substratos, e submetidas aos diferentes

níveis de sombreamento.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 OBTENÇÃO DAS SEMENTES

Frutos de T. esculenta, fisiologicamente desenvolvidos (rósea-amarronzado e

amarelado-amarronzado), foram coletados de 12 árvores matrizes, localizadas no município de

Abreu e Lima, Pernambuco (PE), em julho de 2013, nas coordenadas geográficas -7o53’17” Sul

(S), -34o54’58” Oeste (W). O município está inserido no Bioma Mata Atlântica (IBGE, 2013),

com clima do tipo As’, caracterizado como Tropical chuvoso com verão seco, segundo a

classificação de Wilhelm Köppen, apresentando precipitação e temperatura média anual de

1.634,2 mm e 25,5°C, respectivamente (BELTRÃO et al., 2005).

A distância mínima adotada entre as árvores foi realizada conforme recomendações de

Sena; Gariglio (2008) e Davide; Silva (2008), em torno de 50 m entre elas. Tomou-se o cuidado

de procurar colher a mesma quantidade de frutos de cada árvore (FOWLER; MARTINS, 2001),

preferindo-se coletar os frutos presentes na região mediana das copas, eliminando-se os frutos

imaturos e danificados por pragas.

Por ocasião da colheita, as árvores consideradas matrizes, com altura média de 16 m e

129 cm de circunferência altura do peito (CAP medido a 1,30m do solo) encontravam-se sadias,

vigorosas e em plena maturidade. Após a colheita dos frutos, diretamente das árvores, os

mesmos foram imediatamente encaminhados ao Laboratório de Sementes do Departamento de

Agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em Recife - PE, para a

realização da abertura dos frutos, extração das sementes, beneficiamento e posterior secagem

das mesmas.

Os frutos foram despolpados, pelo método indicado por Cardoso (2011), para extração

das sementes, sendo o pericarpo seccionado pela metade e a retirada do arilo realizada,

manualmente, através de fricção em grupos de quatro frutos, acrescentando-se areia lavada

peneirada em peneiras de malha de cinco milímetros. Após a remoção do arilo, as sementes

foram lavadas em água corrente e dispostas em bandeja de polietileno, mantendo-as à sombra

(ambiente de laboratório) durante 48 horas, conforme recomendações de Alves et al. (2008).

Durante o período de secagem, foram registradas, através da utilização de um Termo-

Higrômetro digital, a temperatura e umidade relativa do ar, mínima e máxima, para o ambiente

em que as sementes foram secadas, sendo constatadas temperatura mínima de 25,8°C e máxima

de 32,9°C e umidade relativa do ar mínima de 45% e máxima de 83%.

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2.2 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO

Antes da semeadura, as sementes foram desinfestadas com solução de hipoclorito de

sódio (NaClO) a 5%, durante cinco minutos, e em seguida lavadas com água deionizada. Os

substratos utilizados para a produção das mudas foram: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-

de-cana + 50% composto de resíduo de poda (1:1:2) (V+BC+C - Figura 1A); 25% Vermiculita

fina® + 25% bagaço-de-cana + 50% esterco bovino (1:1:2) (V+BC+E - Figura 1B); 25%

Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% composto de resíduo de poda (1:1:2) (V+PC+C -

Figura 1C); 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% esterco bovino (1:1:2) (V+PC+E

- Figura 1D). O bagaço-de-cana, o pó-de-coco, o esterco bovino e o composto foram peneirados

em peneiras de malha de cinco milímetros, sendo o composto vegetal obtido de podas realizadas

pela EMLURB/Recife, Empresa pública do Recife (PE).

Para cada substrato, foram testados dois tipos de recipientes: saco de polietileno preto

de 15 x 25 cm, com volume de 1472 cm3 (Figura 2A) e, tubetes de polipropileno de 5,2 cm de

diâmetro interno e 19 cm de altura, com volume interno de 280 cm3 (Figura 2B). Os sacos de

polietileno foram furados na sua parte inferior e lateral visando facilitar o escoamento do

excesso de umidade.

Figura 1. Substratos utilizados para a produção de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk. A - V+BC+C:

25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% composto de resíduo de poda; B - V+BC+E: 25%

Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% esterco bovino; C - V+PC+C: 25% Vermiculita® fina + 25%

pó-de-coco + 50% composto de resíduo de poda; D - V+PC+E: 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50%

esterco bovino. Recife-PE, 2014. Fonte: Sena (2014)

A B C D

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Em ambos os recipientes, foram semeadas, nos substratos previamente irrigados, duas

sementes à profundidade de 2 a 2,5 centímetros (ALVES et al., 2013), posteriormente cobertas

com uma fina camada do mesmo substrato. O umedecimento foi realizado diariamente,

manualmente, com regador, até o final do experimento.

Aos 30 dias após a semeadura, realizou-se o desbaste, com o objetivo de tornar o lote

de plântulas mais homogêneo, proporcionando melhores as condições de desenvolvimento para

a muda a ser produzida, bem como eliminar as plântulas excedentes, deixando-se apenas a mais

vigorosa. No momento do desbaste, foi deixada a plântula com dois ou três pares de folhas

(PAIVA; GONÇALVES, 2001; SCREMIN-DIAS et al., 2006), ou esporadicamente quatro

pares, que se apresentaram mais resistentes e sadias, segundo aspectos visuais, dando

preferência as que estavam no centro do recipiente.

Os recipientes, com os devidos substratos, foram submetidos a diferentes níveis de

sombreamento: pleno sol (0%), 30, 50 e 70% de sombreamento obtidos por meio de telas de

nylon preta, conhecida comercialmente por “sombrite”.

Figura 2. Recipientes utilizados na produção de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk. A - saco

de polietileno; B - tubete de polipropileno. Recife-PE, 2014. Fonte: Sena (2014)

A B

Ø 5,2 cm

Ø 1,2 cm 1

9,0

cm

15 cm

25

cm

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2.3 VARIÁVEIS AVALIADAS

2.3.1 Teor de água

Antes da instalação do experimento foram retiradas amostras para determinação do grau

de umidade das sementes de T. esculenta. Essa determinação foi realizada pelo método de estufa

a 105 ± 3ºC por 24 horas (BRASIL, 2009), com quatro repetições de 10 ± 1,0 g, as quais as

sementes foram seccionadas em três partes de aproximadamente sete milímetros (7 mm) e

colocadas em recipientes de alumínio de onze centímetros de diâmetro e cinco centímetros de

altura (5 x 11 cm) para serem em seguida levadas à estufa. Após retiradas da estufa, os

recipientes foram colocados em dessecador por, aproximadamente, dez minutos e,

posteriormente, pesados em balança analítica com sensibilidade de 0,001 g.

2.3.2 Peso de 1000 sementes (g)

Determinado conforme as Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009), sendo

utilizadas oito repetições de 100 sementes pesadas em balança analítica com precisão de 0,001g.

Como para todas as parcelas o coeficiente de variação foi inferior a quatro, multiplicou-se a

média por 10, e assim obteve-se o peso de mil sementes. A partir do peso de 1000 sementes,

foi calculado o número de sementes/kg.

2.3.3 Emergência das plântulas (%)

O experimento foi realizado em viveiro florestal do Departamento de Ciência Florestal,

localizado no Campus da UFRPE. A porcentagem de emergência foi calculada segundo

Nakagawa (1999) pelo número total de plântulas emersas até 30 dias após semeadura, quando

este número se tornou constante. O critério de emergência foi o surgimento do epicótilo, com

posterior emergência dos protófilos (Figura 3A), por se tratar de uma espécie com germinação

do tipo hipógea, cujas plântulas foram consideradas normais, ou seja, apresentaram todas as

estruturas essenciais bem desenvolvidas, completas, proporcionais e sadias.

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- Índice de

2.3.4 Velocidade de emergência (IVE)

Conduzido juntamente com o teste de emergência, este foi determinado mediante

contagens diárias, no mesmo horário, do número de plântulas emersas até 30 dias após a

semeadura, quando ocorreu a estabilização dos resultados. Determinado de acordo com a

fórmula apresentada por Maguire (1962), em que: IVE = G1/N1+ G2/N2 + ... Gn/Nn, na qual

G1, G2 ... Gn correspondem ao número de sementes germinadas, e N1, N2 ... Nn correspondem

ao número de dias após a semeadura.

2.3.5 Tempo médio de emergência (dias)

Determinado de acordo com Silva; Nakagawa (1995), com os resultados expressos em

dias após a semeadura, contabilizando-se o número de plântulas que emergiram até 30 dias após

semeadura.

2.3.6 Sobrevivência (%)

Porcentagem de plantas que sobreviveram até 150 dias após a semeadura (NAKAWA,

1999).

Figura 3. A - emergência das plântulas; B - avaliação da altura com régua; C - avaliação do diâmetro do coleto

com paquímetro; D - comprimento da raiz principal das mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk após 150

dias de semeadura. Recife-PE, 2014. Fonte: Sena (2014).

A C D B

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2.3.7 Altura da planta (cm/planta)

Considerada como a distância entre o ápice da planta e o coleto, em que as medidas

foram tomadas com auxílio de uma régua graduada em milímetros, aos 150 dias após a

semeadura (Figura 3B).

2.3.8 Diâmetro do coleto (mm/planta)

O coleto de cada planta foi medido com o auxílio de um paquímetro digital da marca

Starrett com precisão de 0,01 mm (Figura 3C), aos 150 dias após a semeadura.

2.3.9 Comprimento da raiz principal (cm/planta)

O comprimento da raiz principal de cada planta foi medido aos 150 dias após a

semeadura, com auxílio de régua graduada em milímetros (Figura 3D).

2.3.10 Número de folhas (folhas/planta)

Foram realizadas contagens em cada planta do número de folhas aos 150 dias após a

semeadura.

2.3.11 Massa seca da parte aérea e do sistema radicular (g/planta)

A parte aérea e o sistema radicular de cada planta foram seccionados na região do coleto

e acondicionados, separadamente, em sacos de papel Kraft, previamente identificados, e

levados à estufa de ventilação forçada, regulada a 80ºC até atingir peso constante (CARVALHO

FILHO; ARRIGONI-BLANK; BLANK, 2004). O material foi pesado em balança analítica com

precisão de 0,001g até que ocorresse a estabilização dos resultados.

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2.4 CARACTERÍSTICAS DOS SUBSTRATOS

As amostras dos substratos foram retiradas para serem submetidas a análise química

(Tabela 1) e física (Tabela 2), realizadas no Laboratório de Análise de Solos da Estação

Experimental de Cana-de-açúcar de Carpina/UFRPE.

SIGLA DESCRIÇÃO UNIDADE V+BC+C V+BC+E V+PC+C V+PC+E

M.O. Mat. Orgânica % 25,58 21,77 17,52 22,22

pH Potencial Hidrogeniônico Água -1:2,5 7,9 7,9 8,0 7,1

M Saturação alumínio % 0,00 0,00 0,00 0,00

C Extrato Sat. % 13,10 12,63 10,16 12,89

P Fósforo mg/dm3 680 340 1750 400

K Potássio cmolc/dm3 3,85 2,44 4,36 4,10

Ca Cálcio cmolc/dm3 11,30 18,30 18,30 20,80

Mg Magnésio cmolc/dm3 0,80 16,20 5,00 17,30

Na Sódio cmolc/dm3 5,43 2,61 5,22 5,22

Al Alumínio cmolc/dm3 0,00 0,00 0,00 0,00

H - cmolc/dm3 0,40 0,50 0,20 1,50

S.B. Soma bases cmolc/dm3 21,78 39,54 32,88 47,42

CTC Cap. troca cat. cmolc/dm3 21,78 40,04 33,08 48,92

V Saturação bases % 98,16 98,75 99,40 96,93

Cu Cobre mg/dm3 1,40 0,80 1,30 0,30

Fe Ferro mg/dm3 70,10 48,10 45,10 57,70

Mn Manganês mg/dm3 1,90 24,90 30,50 56,70

Zn Zinco mg/dm3 18,40 19,60 33,70 19,90

Tabela 1. Análise química dos substratos avaliados. Recife-PE, 2014

Tabela 2. Análise física dos substratos avaliados. Recife-PE, 2014

DS - densidade de sólidos; DP - densidade de partículas; PT - porosidade total;

V+BC+C: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% composto de

resíduo de poda; V+BC+E: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50%

esterco bovino; V+PC+C: 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50%

composto de resíduo de poda; V+PC+E: 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-

coco + 50% esterco bovino. Fonte: Sena (2014)

Substrato DS (g/cm3) DP (g/cm3) PT %

V+BC+C 0,40 1,18 65,92

V+BC+E 0,48 1,45 66,65

V+PC+C 0,33 1,08 69,11

V+PC+E 0,38 1,11 66,12

ppm K = cmolc/dm3 x 390; ppm Na = cmolc/dm3 x 230; emg/100 cm3 = cmolc/dm3 ; V+BC+C: 25%

Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% composto de resíduo de poda; V+BC+E: 25% Vermiculita®

fina + 25% bagaço-de-cana + 50% esterco bovino; V+PC+: 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50%

composto de resíduo de poda; V+PC+E: 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% esterco bovino.

Fonte: Sena (2014)

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2.5 CARACTERÍSTICAS MICROCLIMÁTICAS

Os dados da temperatura e umidade relativa do ar da área experimental, realizadas de

julho a dezembro de 2013, encontram-se na Figura 4. As variações médias mínima e máxima

para a temperatura foi de 22,4 a 33,3°C e para a umidade relativa do ar foi de 56 a 93%.

2.6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E ANÁLISE ESTATÍSTICA

O delineamento estatístico empregado foi o de blocos casualizados, em esquema de

parcelas subdivididas. Nas parcelas, foram testados quatro níveis de sombreamento (0, 30, 50

e 70% de sombreamento), nas subparcelas, dois tipos de recipientes (saco de polietileno e tubete

de polipropileno), em quatro composições de substratos (V+BC+C - Vermiculita® fina +

bagaço-de-cana + composto de resíduo de poda (1:1:2); V+BC+E - Vermiculita® fina + bagaço-

de-cana + esterco bovino (1:1:2); V+PC+C - Vermiculita® fina + pó-de-coco + composto de

resíduo de poda (1:1:2); V+PC+E - Vermiculita® fina + pó-de-coco + esterco bovino (1:1:2)).

Cada unidade experimental foi composta por quatro repetições de seis plantas e a comparação

entre as médias foi realizada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, através do programa

estatístico SISVAR (DEX/UFLA), versão 5.3/1999-2010 (FERREIRA, 2010).

05

10152025303540

j u l ago se t o u t no v d ez

Tem

per

atu

ra d

o A

r (ᵒ

C)

Temperatura Máxima

Temperatura Média

Temperatura Mínima

50556065707580859095

100

j u l ago se t o u t no v d ez

Um

ida

de

Rel

ati

va

do

Ar

(%)

P er ío do (meses )

UR Máxima

UR Média

UR Mínima

Figura 4. Temperatura (A) e umidade relativa (B) do ar máxima, média e mínima da área

experimental do Departamento de Ciência Florestal da UFRPE, durante o período de condução

do experimento de produção de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil) Radlk, julho a dezembro

de 2013. Recife-PE, 2014. Fonte: Sena (2014)

B

A

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As sementes de T. esculenta com teor de água médio de 39,8%, peso de mil sementes

de 1938,19 g (C.V.% = 2,86%), aproximadamente 516 sementes/kg, apresentaram alta

porcentagem de emergência (100%) de plântulas aos 30 dias após a semeadura para todos os

níveis de sombreamento e recipientes avaliados. O teor médio de água apresentado pelas

sementes encontrou-se dentro do limite definido por Alves et al. (2008) para secagem de

sementes de pitombeira por até 48 horas, quando obtiveram 39,9% de teor de água.

O fato de apresentar elevada emergência de plântulas é importante, pois indica que o

estande desejado será obtido, consequentemente, a quantidade de mudas a ser comercializada

será alcançada. No entanto, é fundamental que seja levado em consideração a avaliação de

outros parâmetros (Apêndice III), que mostram com mais detalhes a distribuição dessa

emergência ao longo do tempo, bem como o desenvolvimento das mudas.

No bauru, Dipteryx alata Vog. (Fabaceae, Papilionoideae) (MOTA; SCALON; HEINS,

2012) e o cedro, Cedrela odorata L. (Meliaceae) (ROWEDER; NASCIMENTO; SILVA,

2012), os níveis de sombreamento não influenciaram a emergência das plântulas. Porcentagens

de emergência elevadas são comuns em sementes de T. esculenta, conforme os resultados

obtidos de 86 a 90% por Vieira; Gusmão (2006), 88% por Vieira; Gusmão (2008), 91%, 93%

e 99% por Alves et al. (2008, 2009, 2013).

As mudas de T. esculenta também apresentaram excelente sobrevivência aos 150 dias

após semeadura, atingindo 100% de sobrevivência para maioria dos tratamentos, exceto quando

foram utilizados sacos de polietileno contendo Vermiculita® fina + bagaço-de-cana + composto

de resíduo de poda (1:1:2), submetidos a pleno sol. Neste substrato, recipiente e nível de

sombreamento foi observada uma tendência de redução de 5% na porcentagem de

sobrevivência, não se verificando, portanto, diferença significativa entre os níveis de

sombreamento, recipientes e substratos testados (Apêndice III).

Desse modo, todos os substratos, recipientes e níveis de sombreamento forneceram

condições adequadas para a emergência das plântulas e sobrevivência das mudas de pitombeira

(100%). Na obtenção de mudas sadias e de qualidade, a seleção das sementes e do substrato a

ser utilizado exercem grande influência sobre a emergência e desenvolvimento das plantas

(WAGNER JÚNIOR et al., 2006).

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Para a velocidade de emergência (Tabela 3) das plântulas de T. esculenta, apenas o efeito

do recipiente foi significativo (p < 0,01). Então, ficou evidente, que o saco de polietileno (0,41)

proporcionou maior velocidade de emergência das plântulas de pitombeira quando comparado

ao tubete (0,30).

A redução na porcentagem e velocidade de emergência de plântulas é uma das

consequências da interação do potencial fisiológico das sementes com a condição do ambiente

(MARCOS FILHO, 2005). Neste caso, constatou-se esta redução somente para a velocidade de

emergência de T. esculenta em função do tipo de recipiente, o que no saco de polietileno,

provavelmente foi obtido melhor areação, capacidade de retenção e temperatura do substrato

para as sementes do que no recipiente tubete.

Verificou-se interação significativa entre recipiente x substrato (p < 0,05) quanto ao

tempo médio de emergência. Comportamento semelhante à velocidade de emergência ocorreu

para este parâmetro (Tabela 4), onde as sementes de T. esculenta semeadas em saco de

polietileno apresentaram menor tempo médio de germinação (aproximadamente 15 dias).

A determinação do tempo médio de emergência é extremamente útil, por ser

considerado um bom índice para avaliar a rapidez de ocupação de uma espécie de determinado

nicho ecológico (FERREIRA et al., 2001). Ao confrontar os resultados obtidos na Tabela 3

(velocidade de emergência) e Tabela 4 (Tempo médio de emergência), constatou-se que, as

Tabela 4. Tempo médio de emergência (dias) de plântulas de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk,

aos 150 dias após a semeadura, em função da interação recipiente x substrato. Recife-PE, 2014

Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na coluna (recipiente) e minúscula na linha (substrato), não diferem

entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. V+BC+C: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-

cana + 50% composto de resíduo de poda; V+BC+E: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% esterco

bovino; V+PC+C: 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% composto de resíduo de poda; V+PC+E: 25%

Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% esterco bovino. Fonte: Sena (2014)

Tabela 3. Valores médio da velocidade de emergência (IVE) de

plântulas de Talisia esculenta (A. St. Hil) Radlk, aos 150 dias

após a semeadura, em função do recipiente. Recife-PE, 2014

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem entre si pelo Teste F.

Fonte: Sena (2014)

RECIPIENTE SUBSTRATO

(V + BC + C) (V + BC + E) (V + PC + C) (V + PC + E)

Saco (1472 cm3) 15,11 Aa 14,40 Aa 15,19 Aa 15,02 Aa

Tubete (280 cm3) 20,04 Ba 21,29 Bb 20,64 Bab 20,72 Bab

RECIPIENTE MÉDIA

Saco (1472 cm3) 0,41 A

Tubete (280 cm3) 0,30 B

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plântulas de T. esculenta emergiram em menor tempo com o aumento da velocidade de

emergência e o recipiente saco de polietileno ocasionou condições para as plântulas emergirem

de forma mais uniforme e em menor tempo do que o tubete.

Fatores como aeração e capacidade de retenção de água do substrato podem variar de

acordo com o recipiente utilizado e tem grande efeito sobre a emergência de plântulas (BAO;

LIMA; LUZ, 2014). Como não houve diferença significativa entre os níveis de sombreamento

testados (0, 30, 50 e 70% de sombreamento), tanto na emergência total, velocidade e tempo

médio de emergência de plântulas de T. esculenta, pode-se induzir na ocorrência de

plasticidade, ou seja, as sementes germinaram tanto a pleno sol quanto em clareiras ou sub-

bosque.

A plasticidade é de grande importância ecológica, pois as sementes podem germinar em

qualquer situação de luz em que se encontram (AGUIAR et al., 2005). O grau de plasticidade

em relação à variação de luminosidade de cada espécie tem um importante papel na

sobrevivência de plantas em ambientes heterogêneos e variáveis, como o das florestas tropicais,

e pode explicar diferenças na distribuição ecológica e geográfica das espécies (PETIT;

THOMPSON; BRETAGNOLLE, 1963 apud DUZ et al., 2004).

Com relação à altura das mudas de T. esculenta, constatou-se interação entre

sombreamento x recipiente (p < 0,05) e recipiente x substrato (p < 0,01). Os níveis de

sombreamento (Tabela 5) não influenciaram no desenvolvimento das mudas obtidas em

recipiente saco de polietileno, diferentemente do que ocorreu nas mudas produzidas em tubete,

onde a pleno sol proporcionou mudas de menor altura (17,57 cm) quando comparadas com

aquelas obtidas a 50 e 70% de sombreamento (22,02 cm e 21, 24 cm, respectivamente).

O estudo do crescimento inicial em mudas de guapuruvu (Schizolobium parahyba -

(Vell.) s. f. Blake - Fabaceae, Caesalpinioideae) até 80 dias, em diferentes níveis de

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna (sombreamento), minúscula na linha (recipiente), não

diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Fonte: Sena (2014)

Tabela 5. Valores médios de altura (cm/planta) da parte aérea de mudas de Talisia esculenta

(A. St. Hil.) Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação sombreamento x

recipiente. Recife-PE, 2014

NÍVEL

SOMBREAMENTO

RECIPIENTE

Saco (1472 cm3) Tubete (280 cm3)

Pleno Sol (0%) 20,83 Aa 17,57 Bb

Tela Sombrite 30% 21,27 Aa 20,16 ABa

Tela Sombrite 50% 21,05 Aa 22,02 Aa

Tela Sombrite 70% 21,30 Aa 21,24 Aa

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sombreamento (0, 30, 50 e 70%), os mesmos testados para T. esculenta, permitiu observar que

o sombreamento interferiu positivamente no crescimento em altura das mudas com tendência

nos maiores níveis, não causando danos às plantas (CARON et al., 2010).

A redução do crescimento em altura a pleno sol, no recipiente tubete, pode estar

relacionada à elevação da temperatura nas folhas e, desta forma, à intensificação da taxa

respiratória, que, indiretamente, pode induzir o fechamento dos estômatos, com consequente

redução da fixação de carbono, causando, ainda, aumento no consumo de fotoassimilados

(KOZLOWSKI; KRAMER; PALLARDY, 1991). Além disso, a capacidade em crescer

rapidamente em altura quando sombreadas é um mecanismo importante de adaptação das

espécies que procuram por uma taxa luminosa maior (ENGEL, 1989).

Os resultados na Tabela 6, que expressam a interação recipiente x substrato, mostraram

que o recipiente saco de polietileno, em geral, foi mais eficiente em relação ao tubete,

promovendo mudas de T. esculenta de menor altura, apenas ao se utilizar o substrato 25%

Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% esterco bovino (V+BC+E) (17,05 cm). Para o

recipiente tubete, os substratos com esterco bovino na composição permitiram obtenção de

maiores valores de altura, com 22,19 cm no substrato composto por 25% Vermiculita® fina +

25% pó-de-coco + 50% esterco bovino (V+PC+E), seguido de 21,43 cm no substrato composto

por 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% esterco bovino (V+BC+E).

A altura da parte aérea é um excelente parâmetro para avaliar o padrão da qualidade de

mudas de espécies florestais, pois além de ser de fácil determinação para qualquer espécie e em

todo tipo de viveiro, sua medição não acarreta a destruição das mudas (KNAPIK et al., 2005).

Assim, constatou-se nas Tabelas 5 e 6 que o recipiente saco de polietileno permitiu a obtenção

de mudas de pitombeira com maior altura em todos os níveis de sombreamento testados.

Tabela 6. Valores médios de altura (cm/planta) da parte aérea de mudas de Talisia esculenta (A.

St. Hil.) Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação recipiente x substrato.

Recife-PE, 2014

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna (recipiente), minúscula na linha (substrato), não diferem entre

si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. V+BC+C: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana +

50% composto de resíduo de poda; V+BC+E: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% esterco bovino;

V+PC+C: 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% composto de resíduo de poda; V+PC+E: 25%

Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% esterco bovino. Fonte: Sena (2014)

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna (recipientes), minúscula na linha (substratos), não diferem

entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Vermiculita® fina + Bagaço-de-cana + Composto

resíduo de poda (V+BC+C); Vermiculita® fina + Bagaço-de-cana + Esterco bovino (V+BC+E); Vermiculita® fina +

Pó-de-coco + Composto resíduo de poda (V+PC+C); Vermiculita® fina + Pó-de-coco +Esterco bovino (V+PC+E).

Fonte: SENA, 2013

RECIPIENTE SUBSTRATO

(V + BC + C) (V + BC + E) (V + PC + C) (V + PC + E)

Saco (1472 cm3) 23,13 Aa 17,05 Bb 22,33 Aa 21,94 Aa

Tubete (280 cm3) 18,35 Bc 21,43 Aab 19,02 Bbc 22,19 Aa

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Recipientes menores reduzem a taxa de crescimento das mudas, implicando no aumento

do ciclo de produção (ABREU, 2011). A disponibilidade de água e nutrientes é diretamente

proporcional ao volume de substrato e as dimensões pequenas do recipiente resultam em

volume reduzido, afetando o desenvolvimento da muda (SIQUEIRA et al., 2009). Aos 150 dias

de avaliação das mudas de T. esculenta, ficou evidente este comportamento, com uma redução

de 3 a 5 cm no crescimento das mudas de pitombeira obtidas em recipientes do tipo tubete

quando foi utilizado o mesmo substrato (Tabela 6).

Quanto ao diâmetro do coleto de mudas de T. esculenta, as interações sombreamento x

recipiente e recipiente x substrato foram significativos (p < 0,01). Além da melhor combinação

de nível de sombreamento e recipiente ter sido tubete e pleno sol (5,16 mm), como se observa

na Tabela 7, este mesmo recipiente permitiu plantas com maior diâmetro quando comparado ao

saco de polietileno para os demais níveis de sombreamento.

Conforme Dutra (2010), variações na qualidade e quantidade, presença ou ausência de

luz influencia no desenvolvimento da planta, sendo que o crescimento em diâmetro vai

depender da atividade cambial que, por sua vez, é estimulada por carboidratos produzidos pela

fotossíntese e hormônios translocados das regiões apicais (KOZLOWSKI, 1962 apud ENGEL,

1989). Assim, as mudas de T. esculenta apresentaram diâmetros de coleto maiores em função

da elevação das intensidades luminosas, no entanto, para mudas de Machaerium sp. (Fabaceae,

Faboideae) não ocorreu variação no diâmetro de coleto, quando submetida a diferentes níveis

de sombreamento (BATISTON; ARANTES; ALMEIDA, 2008).

Ao se utilizar os substratos (Tabela 8) 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50%

esterco bovino (V+PC+E) (4,97 mm) e 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50%

composto de resíduo de poda (V+PC+C) (4,92 mm), seguido por 25% Vermiculita® fina + 25%

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna (sombreamento), minúscula na linha (recipiente), não

diferem entre si pelo Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. Fonte: Sena (2014)

Tabela 7. Valores médios de diâmetro do coleto (mm/planta) de mudas de Talisia esculenta

(A. St. Hil.) Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação sombreamento x

recipiente. Recife-PE, 2014

NÍVEL

SOMBREAMENTO

RECIPIENTE

Saco (1472 cm3) Tubete (280 cm3)

Pleno Sol (0%) 4,02 Ab 5,16 Aa

Tela Sombrite 30% 3,44 Bb 4,76 ABa

Tela Sombrite 50% 3,61 ABb 4,49 Ba

Tela Sombrite 70% 3,81 ABb 4,88 ABa

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bagaço-de-cana + 50% esterco (V+BC+E) (4,82 mm), em tubete, obtiveram-se mudas de T.

esculenta com maior diâmetro.

O diâmetro do coleto é uma das melhores características morfológicas para predizer o

padrão de qualidade das mudas, sendo aquelas com maiores diâmetros têm melhor equilíbrio

do crescimento da parte aérea, principalmente quando é necessário maior rustificação

(GOMES; PAIVA, 2011). De acordo com Kratz (2011) este parâmetro está diretamente

relacionado com o índice de sobrevivência e crescimento inicial das plantas em campo.

A produção de mudas de boa qualidade apresenta caules fortes e vigorosos para resistir

às intempéries do meio, como ventos fortes, e também um bom sistema de condução de seiva

(NASCIMENTO; ALMEIDA, 2013). É interessante, então, que os valores para altura das

mudas sejam analisados em combinação com outras variáveis, como o diâmetro do coleto.

Portanto, comparando os resultados obtidos para a altura (Tabelas 5 e 6) e diâmetro do coleto

(Tabelas 7 e 8) das mudas de T. esculenta, pode-se deduzir que o recipiente mais adequado para

o desenvolvimento do diâmetro do coleto (tubete), não foi o mais eficiente para a altura das

mesmas (saco de polietileno).

As mudas de pitombeira produzidas em sacos de polietilenos (média 7 folhas)

apresentaram número de folhas superior em todos os substratos (Tabela 9), exceto quando o

substrato foi 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% esterco bovino (V+BC+E)

(4,31 folhas). O substrato 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% esterco bovino

(V+PC+E) (5,81 folhas), seguido de 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50%

composto de resíduo de poda (V+BC+C) proporcionaram maior número de folhas por planta

(5,49 folhas) em tubete.

Tabela 8. Valores médios de diâmetro do coleto (mm/planta) de mudas de Talisia esculenta (A.

St. Hil.) Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação recipiente x substrato.

Recife-PE, 2014

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna (recipiente), minúscula na linha (substrato), não diferem

entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. V+BC+C: Vermiculita® fina + bagaço-de-cana +

composto de resíduo de poda; V+BC+E: Vermiculita® fina + bagaço-de-cana + esterco bovino; V+PC+C:

Vermiculita® fina + pó-de-coco + composto de resíduo de poda; V+PC+E: Vermiculita® fina + pó-de-coco + esterco

bovino. Fonte: Sena (2014)

RECIPIENTE SUBSTRATO

(V + BC + C) (V + BC + E) (V + PC + C) (V + PC + E)

Saco (1472 cm3) 3,87 Bb 3,25 Bc 4,26 Ba 3,71 Bb

Tubete (280 cm3) 4,58 Ac 4,82 Aab 4,92 Aa 4,97 Aa

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Provavelmente, o tamanho do recipiente tenha limitado não somente o volume, mas a

quantidade de nutrientes disponíveis para o sistema radicular, afetando, a distribuição para parte

aérea, o que refletiu no número de folhas por planta (CARVALHO FILHO; ARRIGONI-

BLANK; BLANK, 2004), visto que, quanto menor o recipiente menor será a permanência dos

elementos no substrato, tanto pelo consumo da muda, quanto por lixiviação por ocasião da

irrigação (JOSÉ; DAVIDE; OLIVEIRA; 2005).

Santos (2008) e Mesquita et al. (2009) apresentaram resultados semelhantes ao da T.

esculenta quanto ao número de folhas das mudas de cupuaçú (Theobroma grandiflorum -

Sterculiaceae) e jenipapo (Genipa americana L. - Rubiaceae) produzidas em recipientes saco

de polietileno e tubete, no entanto, apenas o saco de polietileno proporcionou maior quantidade

de folhas por muda destas espécies, fato este que corrobora com os resultados obtidos nestes

estudo.

A análise do efeito isolado para recipiente (p < 0,01) (Tabela 10) revelou que ocorreu

maior desenvolvimento da raiz principal (24,22 cm) das mudas de T. esculenta produzidas em

saco de polietileno quando comparado ao tubete (17,83 cm), verificando-se um decréscimo de

26,39% nas menores mudas.

Tabela 9. Número médio de folhas (folhas/planta) de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil.)

Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação recipiente x substrato. Recife-PE,

2014

RECIPIENTE SUBSTRATO

(V + BC + C) (V + BC + E) (V + PC + C) (V + PC + E)

Saco (1472 cm3) 3,87 Bb 3,25 Bc 4,26 Ba 3,71 Bb

Tubete (280 cm3) 4,58 Ac 4,82 Aab 4,92 Aa 4,97 Aa

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna (recipiente), minúscula na linha (substrato), não diferem

entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. V+BC+C: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-

cana + 50% composto de resíduo de poda; V+BC+E: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% esterco

bovino; V+PC+C: 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% composto de resíduo de poda; V+PC+E: 25%

Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% esterco bovino. Fonte: Sena (2014)

Tabela 10. Comprimento da raiz primária (cm/planta) de mudas

de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk, aos 150 dias após a

semeadura, em função do recipiente. Recife-PE, 2014

Tabela 6. Valores médios de diâmetro do coleto (mm) de mudas

de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk, aos 150 dias após a

semeadura, em função da interação recipiente x substrato Médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem entre si pelo Teste F.

Fonte: Sena (2014)

RECIPIENTE MÉDIA

Saco 1472 cm3 (25 cm) 24,22 A

Tubete 280 cm3 (19 cm) 17,83 B

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Em relação a interação sombreamento x substrato (p < 0,05), para o comprimento da

raiz principal das mudas de T. esculenta (Tabela 11), houve crescimento similar a pleno sol e

sob 30% de sombreamento nos substratos testados. Os menores níveis de intensidade luminosa

(50 e 70%) foram os que mais influenciaram negativamente neste parâmetro, quando as mudas

foram submetidas a 50% de sombreamento, em substrato composto por 25% Vermiculita® fina

+ 25% pó-de-coco + 50% esterco bovino (V+PC+E) (19,75 cm) e 70% no substrato formado

por 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% esterco bovino (V+BC+E) (19,35cm).

Maior desenvolvimento do sistema radicular possibilita às mudas melhores condições

para estabelecimento do povoamento, tanto para aquisição de nutrientes, como também, água,

e desta forma, em condições de escassez temporária dos recursos a espécie poderá suportar,

durante maior período de tempo, as prováveis dificuldades encontradas em campo (REIS et al.,

2012).

As melhores combinações de sombreamento x recipiente (p < 0,05), para a massa seca

da parte aérea de mudas de T. esculenta (Tabela 12), em saco de polietileno, foram pleno sol

(1,34 g), seguido de 50 e 70% de sombreamento (1,15 e 1,10 g, respectivamente) e para tubete

foram mudas produzidas a 30% (1,04 g) e 70% (1,00 g) de sombreamento.

Tabela 11. Comprimento da raiz principal (cm/planta) de mudas de Talisia esculenta (A. St.

Hil.) Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação sombreamento x substrato.

Recife-PE, 2014

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna (sombreamento), minúscula na linha (substrato), não

diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. V+BC+C: 25% Vermiculita® fina + 25%

bagaço-de-cana + 50% composto de resíduo de poda; V+BC+E: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana +

50% esterco bovino; V+PC+C: 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% composto de resíduo de poda;

V+PC+E: 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% esterco bovino. Fonte: Sena (2014)

NÍVEL

SOMBREAMENTO

SUBSTRATO

(V + BC + C) (V + BC + E) (V + PC + C) (V + PC + E)

Pleno Sol (0%) 21,88 Aa 22,12 Aa 20,23 Aa 22,46 Aa

Tela Sombrite 30% 21,54 Aa 19,24 Aa 21,12 Aa 20,22 Aa

Tela Sombrite 50% 22,55 Aa 20,20 Aab 20,94 Aab 19,75 Ab

Tela Sombrite 70% 22,04 Aa 19,35 Ab 22,25 Aa 20,53 Aab

Tabela 12. Massa seca da parte aérea (g) de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk,

aos 150 dias após a semeadura, em função da interação sombreamento x recipiente. Recife-

PE, 2014

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna (sombreamento), minúscula na linha (recipiente), não

diferem entre si pelo Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. Fonte: Sena (2014)

NÍVEL

SOMBREAMENTO

RECIPIENTE

Saco (1472 cm3) Tubete (280 cm3)

Pleno Sol (0%) 1,34 Aa 1,12 Ab

Tela Sombrite 30% 0,99 Ba 1,04 Aa

Tela Sombrite 50% 1,15 Aba 0,94 Ab

Tela Sombrite 70% 1,10 Aba 1,00 Aa

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As mudas de T. esculenta apresentaram diferentes respostas para a interação recipiente

x substrato (p < 0,01), na Tabela 13, onde se pode observar que o recipiente saco de polietileno

favoreceu o acúmulo de massa seca da parte aérea apenas nos substratos formado por 25%

Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% composto de resíduo de poda (V+PC+C) com 1,42

g, seguido de 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% composto de resíduo de

poda (V+BC+C) (1,26 g). Já o tubete ocorreu melhor resultado para o substrato composto por

25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% esterco bovino (V+PC+E) (1,27 g).

Ao comparar a Tabela 11 e 13, referentes ao número de folhas e massa seca da parte

aérea de mudas de T. esculenta, verificou-se comportamento semelhante para os substratos e

recipientes. A massa seca da parte aérea está, portanto, relacionada dentre outras características

com a quantidade de folhas, uma das principais fontes de nutrientes e fotoassimilados para

adaptação da muda pós-plantio, que servirão de suprimento de água e nutrientes para raízes no

primeiro mês de plantio (BELLOTE; SILVA, 2000).

De acordo com os resultados obtidos para o efeito sombreamento x recipiente (p < 0,01),

ocorreu maior massa seca do sistema radicular das mudas de T. esculenta produzidas em saco

de polietileno em relação ao tubete (Tabela 14).

Tabela 13. Massa seca da parte aérea (g/planta) de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk,

aos 150 dias após a semeadura, em função da interação recipiente x substrato. Recife-PE, 2014

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna (recipiente), minúscula na linha (substrato), não diferem

entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. V+BC+C: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-

cana + 50% composto de resíduo de poda; V+BC+E: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% esterco

bovino; V+PC+C: 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% composto de resíduo de poda; V+PC+E: 25%

Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% esterco bovino. Fonte: Sena (2014)

RECIPIENTE SUBSTRATO

(V + BC + C) (V + BC + E) (V + PC + C) (V + PC + E)

Saco (1472 cm3) 1,26 Aab 0,72 Bc 1,42 Aa 1,18 Ab

Tubete (280 cm3) 0,82 Bc 1,05 Ab 0,97 Bcb 1,27 Aa

NÍVEL

SOMBREAMENTO

RECIPIENTE

Saco (1472 cm3) Tubete (280 cm3)

Pleno Sol (0%) 2,62 Aa 2,19 Ab

Tela Sombrite 30% 2,36 Aa 2,04 Ab

Tela Sombrite 50% 2,70 Aa 1,68 Ab

Tela Sombrite 70% 2,49 Aa 1,89 Ab

Tabela 14. Massa seca do sistema radicular (g/planta) de mudas de Talisia esculenta (A. St.

Hil.) Radlk, aos 150 dias após a semeadura, em função da interação sombreamento x recipiente.

Recife-PE, 2014

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna (sombreamento), minúscula na linha (recipiente), não

diferem entre si pelo Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. Fonte: Sena (2014)

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Espécies que crescem a pleno sol tendem a desenvolver mais as raízes, enquanto que

sob sombreamento desenvolvem mais a parte aérea, entretanto, este comportamento depende

do grupo ecológico da espécie (SCALON; ALVARENGA, 1993). No caso da T. esculenta, não

houve diferença para a massa seca das raízes das mudas entre os maiores e menores níveis de

intensidade luminosa.

Com relação a interação entre recipiente x substrato (p < 0,01) (Tabela 15), as melhores

combinações foram constatadas para as mudas de T. esculenta produzidas em recipientes saco

de polietileno no substrato 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% composto de

resíduo de poda (V+PC+C) (3,17 g), seguido de 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana

+ 50% composto de resíduo de poda (V+BC+C) (2,78 g). Também mostrou-se adequado para

o desenvolvimento do sistema radicular das mudas, o substrato 25% Vermiculita® fina + 25%

pó-de-coco + 50% esterco bovino (V+PC+E) (2,37 g) em recipiente tubete.

Quanto mais abundante a massa seca da raiz, maior porcentagem de sobrevivência no

campo, independentemente da altura da parte aérea, havendo uma correlação entre o peso de

massa seca das raízes e a altura da parte aérea (GOMES; PAIVA, 2011) uma vez que a presença

de raízes fibrosas permitem elevada capacidade das mudas manterem-se em crescimento e de

formação de raízes novas, mais ativas, possibilitando resistência superior em condições

extremas. Com base nessa afirmação, pode predizer que as mudas que apresentam as maiores

médias de massa seca das raízes, estarão mais propicias a sobreviver quando levadas para o

campo (CARNEIRO, 1995).

O tipo de recipiente a ser utilizado deve ser escolhido em função do seu custo, do

substrato, do transporte, da finalidade da produção e de suas características para a formação de

mudas de boa qualidade. Assim, os sacos de polietileno são mais aplicáveis a programas de

extensão em pequena escala como viveiros comunitários e para espécies do Cerrado e da

Caatinga (DAVIDE; SILVA, 2008), ou média escala, diferente dos tubetes que são requeridos

Tabela 15. Massa seca das raízes (g) de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil.) Radlk, aos 150

dias após a semeadura, em função da interação recipiente x substrato. Recife-PE, 2014

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna (recipiente), minúscula na linha (substrato), não diferem

entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. V+BC+C: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-

cana + 50% composto de resíduo de poda; V+BC+E: 25% Vermiculita® fina + 25% bagaço-de-cana + 50% esterco

bovino; V+PC+C: 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% composto de resíduo de poda; V+PC+E: 25%

Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% esterco bovino. Fonte: Sena (2014)

RECIPIENTE SUBSTRATO

(V + BC + C) (V + BC + E) (V + PC + C) (V + PC + E)

Saco (1472 cm3) 2,78 Aab 1,76 Ac 3,17 Aa 2,45 Ab

Tubete (280 cm3) 1,51 Bc 1,94 Ab 1,99 Bab 2,37 Aa

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para produção em larga escala (HOPPE et al., 2004) e exige maior investimento inicial na

implantação do viveiro (DAVIDE; SILVA, 2008).

O uso de menor volume de substrato nos tubetes em viveiros comerciais de produção é,

entretanto, vantajoso devido às economias na compra do substrato e fertilizantes, redução no

turno de regas, facilidade no transporte das mudas (DUTRA, 2010), reutilização dos recipientes

(IBF, 2013), redução de mão-de-obra no viveiro e no plantio, uso de mecanização e melhor

relação custo benefício do que outros recipientes (CAMPINHOS JÚNIOR; IKEMORI, 1983).

Para produção de mudas de T. esculenta deve-se utilizar, preferencialmente, o recipiente

saco de polietileno, pois foi o que mais contribuiu para o desenvolvimento das mudas,

proporcionando elevada porcentagem e uniformidade na emergência das plântulas e maior

vigor das mesmas quando comparado ao tubete. Apesar disto, como os tubetes de polipropileno

são os recipientes mais indicados para produção de mudas florestais nativas e com melhor

aceitação no mercado atualmente (IBF, 2013), também pode ser utilizado na produção de mudas

de pitombeira, pois permitiu da mesma forma, a obtenção do estande desejado com mudas

vigorosas nos diferentes níveis de sombreamento.

Nascimento; Almeida (2013) recomendaram o saco de polietileno 15 x 20 cm para

mudas de quixabeira (Bumelia obtusifolium Roem ex Schult - Sapotaceae) por se desenvolvem

melhor neste recipiente em comparação ao tubete de 50 cm3 de volume, assim como Ferreira

(2013) indicou apenas o saco de polietileno de 0,001 m3 para mudas de Poincianella

gardneriana (Benth.) L. P (catingueira - Fabaceae, Caesalpinioideae). Bao; Lima; Luz (2014),

no entanto, constataram que para produção de mudas de Matayba guianensis Aubl. (camboatá-

branco - Sapindaceae) pode-se utilizar tanto os recipientes saco de polietileno preto (15 x 25

cm) quanto tubete (2,60 cm de diâmetro x 13 cm de altura), pois ambos favoreceram o

desenvolvimento do caule e da raiz desta espécie.

O substrato deve ser o primeiro fator a ser pensado quando se quer produzir mudas de

boa qualidade, pois o uso inadequado pode ocasionar irregularidade ou até mesmo nulidade na

germinação (ARAÚJO; PAIVA SOBRINHO, 2011). Mesmo com o pH acima da faixa

adequada para produção de mudas de espécies florestais (GONÇAVES; POGGIANI, 1996

apud WENDLING; GATO, 2002) (Tabela1), todos os substratos influenciaram positivamente

na porcentagem de emergência, mas, o substrato Vermiculita® fina (25%) + pó-de-coco (25%)

+ esterco bovino (50%) (V+PC+E) foi o que permitiu menor tempo de emergência e favoreceu

o desenvolvimento das mudas de T. esculenta em recipiente tubete. Já para a produção de mudas

em saco de polietileno deve-se utilizar, de preferência, o substrato Vermiculita® fina (25%) +

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pó-de-coco (25%) + composto de resíduo de poda (50%) (V+PC+C), uma vez que promoveram

resultados superiores para todos os parâmetros avaliados ou, ocasionalmente, o substrato

Vermiculita® fina (25%) + bagaço-de-cana (25%) + composto de resíduo de poda (50%)

(V+BC+C).

É determinado para produção de mudas de espécies florestais, que o substrato ideal

apresente adequadas características físicas e químicas e contenha proporções significantes de

elementos essenciais, necessários ao crescimento e desenvolvimento das plantas (CALDEIRA

et al., 2008). Além disso, devem conter elevados teores de matéria orgânica (PARIZZOTO;

COSTA JÚNIOR; MOREIRA, 2011) e porosidade suficiente para ocorrer a rápida remoção do

gás carbônico formado e permitir trocas gasosas eficientes, evitando falta de oxigênio para a

respiração das raízes e atividades dos microorganismos no meio (KÄMPF, 2005).

Logo, os resultados da análise química e física dos substratos utilizados para T.

esculenta (Tabelas 1 e 2, respectivamente) comparados com os valores obtidos por Gonçalves;

Poggiani (1996) apud Wendling; Gato (2002), possibilitou verificar que a porosidade dos

substratos encontra-se classificada como média (55-75%), ocorrendo variações de 61 a 69% de

porosidade total. No substrato 25% Vermiculita® fina + 25% pó-de-coco + 50% composto de

resíduo de poda (V+PC+C), recomendado para o saco de polietileno, constatou-se nível de

Fósforo elevado (>400 mg/dm3), mas adequadas quantidades de Potássio (3-10 cmolc/dm3),

Cálcio (10-20 cmolc/dm3), Magnésio (5-10 cmolc/dm3) e CTC efetiva (>20 cmolc/dm3).

Também ocorreu maior Saturação por bases (99,40%) e porosidade total (69,11%) e menor

densidade da partícula (1,08g/cm3) e de sólidos (0,33 g/cm3) em relação aos demais substratos.

Quanto ao sombreamento, ocorreu elevada porcentagem e uniformidade na emergência

de T. esculenta, bem como boa capacidade de crescimento das mudas nos diferentes níveis de

sombreamento avaliados. Dutra (2010) obteve respostas semelhantes para copaíba (Copaifera

langsdorffii - Fabaceae, Caesalpinioideae) e afirmou que a ocorrência de plasticidade pode

indicar capacidade de utilização destas espécies nos vários estágios de sucessão, inclusive em

programa de recuperação de matas destruídas, ou seja, tanto em áreas totalmente degradadas ou

com dossel em fechamento.

Dependendo da quantidade e do tempo de exposição à luminosidade, algumas espécies

pode ter sua germinação influenciada de forma positiva ou negativa e consequentemente ter a

quantidade e qualidade do desenvolvimento da planta afetados (LEAL, 2013). As análises do

crescimento de mudas são, então, utilizadas para predizer o grau de tolerância das diferentes

espécies ao sombreamento (VALLADARES et al., 2000).

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111

O crescimento satisfatório de algumas espécies, em ambientes com diferentes condições

de intensidade luminosa, pode ser atribuído à capacidade de ajustar, eficaz e rapidamente, seu

comportamento fisiológico para maximizar a aquisição de recursos nesses ambientes (DIAS-

FILHO, 1997). Logo, as espécies que toleram a sombra são classificadas como tolerantes, ao

contrário das intolerantes ou heliófilas que se desenvolvem melhor em plenas condições de

luminosidade (POGGIANI; BRUNI; BARBOSA, 1992).

Diante disto e a partir dos resultados obtidos para a produção de mudas de T. esculenta,

em diferentes níveis de sombreamento, pode-se induzir que a pitombeira seja uma espécie

tolerante ao sombreamento, conforme descrição de Davide; Silva (2008) e não heliófita

segundo Lorenzi et al. (2006). Deve-se ressaltar também que esta espécie, pela sua plasticidade,

apresenta grande potencial para silvicultura e programas de melhoramento, podendo ser alvo

de programas de seleção de genótipos com taxas mais altas de crescimento, e que estejam

melhor adaptados a determinados sistemas de regeneração (ENGEL; POGGIANI, 1990).

Na tomada de decisão sobre qual sombreamento a ser usado, devem ser considerados,

principalmente, os parâmetros que refletem um crescimento equilibrado da muda como um todo

e um bom desenvolvimento radicular (CAMPOS; UCHIDA, 2002). Visto que as características

da parte aérea e o comprimento das raízes de T. esculenta não sofreram influência dos

tratamentos e que maiores pesos de matéria seca tendem a indicar maior vigor das mudas, a

produção de mudas poderia ser efetuada tanto a pleno sol quanto sombreada.

A produção de mudas é antes de tudo uma arte com auxílio da ciência, onde o êxito de

um programa de reflorestamento depende da escolha da espécie a ser plantada, bem como da

qualidade das mudas produzidas (FARIAS JÚNIOR et al., 2007). Os fatores limitantes para o

desenvolvimento de programas de plantações florestais com espécies nativas e sistemas

agroflorestais, entretanto, só serão superados por meio de amplas pesquisas e experimentações,

que exigirão, dentre outros, recursos financeiros, apoio governamental e mão-de-obra

capacitada para continuidade a médio e longo prazo (BRASIL, 2006).

A partir do exposto, recomenda-se a produção de mudas de pitombeira (T. esculenta),

em sacos de polietileno de 1472 cm3 contendo o substrato Vermiculita® fina (25%) + pó-de-

coco (25%) + composto de resíduo de poda (50%) (V+PC+C), produzidas a pleno sol ou sob

sombreamento, pois ambos apresentaram desenvolvimentos satisfatórios. É importante, no

entanto, dar preferência às mudas produzidas a pleno sol, pois formarão provavelmente mudas

de maior diâmetro do coleto e adequado sistema radicular, o que permite melhor fixação das

mudas no solo, absorção de água e minerais.

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112

4 CONCLUSÕES

O recipiente saco de polietileno de 1472 cm3 é mais adequado para produção de mudas de

T. esculenta para os níveis de sombreamento testados.

Para a produção de mudas de T. esculenta em saco de polietileno deve-se utilizar o substrato

formado por Vermiculita® fina (25%) + pó-de-coco (25%) + composto de resíduo de poda

(50%) (V+PC+C).

O substrato composto por Vermiculita® fina (25%) + pó-de-coco (25%) + esterco bovino

(50%) (V+PC+E) proporciona menor tempo de emergência e desenvolvimento das mudas

de T. esculenta quando se utiliza tubete de polipropileno.

A produção de mudas de T. esculenta é satisfatória tanto a pleno sol como sob

sombreamento, mostrando adaptação às diferentes condições.

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APÊNDICES

ANO QUANTIDADE MENSAL (TONELADAS)

Jan Fev Marc Abril Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total

2009 3 18 23 62 88 138 93 6 - - - - 431

2010 1 14 40 66 113 60 9 - - - - - 303

2011 8 18 59 82 93 95 25 - - - - - 380

2012 1 5 38 82 90 27 20 4 - - - - 267

2013 - 9 26 44 50 21 2 - - - - 152

Total - - - - - - - - - - - - 1533

Média 3 11 37 67 87 68 30 5 0 - - - 307

Apêndice I. Quantidade (toneladas) e distribuição da oferta de frutos de Talisia esculenta

(A. St. Hil) Radlk na Ceasa-PE no período de 2009 a 2013. Recife-PE, 2014

Fonte: Boletim Técnico da Ceasa-PE (2013)

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Apêndice II. Resumo da Análise de variância (ANOVA) para porcentagem de emergência (E), índice de velocidade de emergência (IVE), tempo médio de

emergência (TME), comprimento da raiz principal (CR), comprimento da parte aérea (CPA), comprimento total (CT), massa seca do sistema radicular (MSR),

massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca total (MST) de plântulas de Talisia esculenta (A. St. Hil) Radlk oriundas de sementes acondicionadas em

diferentes embalagens e ambientes de armazenamento. Recife-PE, 2014

FONTE DE

VARIAÇÃO

QUADRADO MÉDIO

GL E

(%)

IVE TME

(dias)

CR

(cm)

CPA

(cm)

CT

(cm)

MSR

(mg)

MSPA

(mg)

MST

(mg)

REP (A) 9 50,400000 ns 0,008519 ns 23,609230 ns 6,551052 ns 0,296854 ns 8,493139 ns 254,912923 ns 290,770651 ns 632,437615 ns

A 2 7539,466667 ** 0,865298 ** 1767,880667 ** 3074,629365 ** 428,039312 ** 5735,248810 ** 81821,579022 ** 196837,700347 ** 534793,658759 **

E 2 16973,600000 ** 1,985714 ** 2117,574380 ** 5153,649084 ** 723,478439 ** 9557,228962 ** 156953,730055 ** 415007,215425 ** 1094468,294335 **

Per 4 53185,466667 ** 3,652735 ** 4127,054415 ** 4052,343703 ** 518,398472 ** 7515,485687 ** 136125,352251 ** 303772,427283 ** 837629,655237 **

A x E 4 4526,666667 ** 0,524116 ** 573,801804 ** 1344,740668 ** 193,518980 ** 2502,076748 ** 41410,415162 ** 105596,266616** 281016,971605 **

A x Per 8 1314,800000 ** 0,159912 ** 280,267654 ** 385,489208 ** 52,643188 ** 716,536536 ** 9044,791084 ** 21310,818858 ** 56357,590967 **

E x Pern 8 1296,933333 ** 0,169684 ** 373,403797 ** 493,077221 ** 77,349816** 927,297977** 12032,278243 ** 44430,987333** 101094,105431 **

A x E x Per 16 656,666667 ** 0,096789 ** 151,065237 ** 203,420256 ** 30,308065 ** 383,944316 ** 5183,445541 ** 13761,126320** 34306,488694 **

Erro 126 30,558730 0,008035 14,981207 8,199749 0,268606 9.1301 295,729195 302,504387 806,488065

C.V. (%) - 16,96 29,53 31,84 19,78 9,59 15,30 22,07 14,40 14,26

GL- grau de liberdade; Rep - repetição; A - ambiente; E - embalagem; Per - períodos; C.V. - coeficiente de variação

* e ** - significativo a 5 e 1%, respectivamente; ns = não-significativo pelo Teste de F. Fonte: Sena (2014)

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** e * - significativo a 1 e 5%, respectivamente; ns - não significativo a 5% pelo Teste de F; GL - grau de liberdade; CV% - coeficiente de variação.

Fonte: Sena (2014)

Apêndice III. Resumo da Análise de variância (ANOVA) para porcentagem de sobrevivência (S), índice de velocidade de emergência (IVE), tempo médio

de emergência (TME), altura(AP), diâmetro do coleto (D), número de folhas (NF), comprimento da raiz principal (CR), massa seca da parte aérea (MSPA)

e massa seca do sistema radicular (MSR) de mudas de Talisia esculenta (A. St. Hil) Radlk avaliados aos 150 dias após a semeadura. Recife-PE, 2014

FONTE DE

VARIAÇÃO

QUADRADO MÉDIO

GL S

(%)

IVE TME

(dias)

AP

(cm/planta)

D

(mm/planta)

NF

(folhas/planta)

CR

(cm/planta)

MSPA

(g/planta)

MSR

(g/planta)

Bloco 3 2,170226ns 0,000048ns 0,708137ns 7,158374ns 0,167407ns 0,660160ns 0,436059ns 0,006316ns 0,196823ns

Sombreamento (Sb) 3 2,170226ns 0,001168ns 2,515202ns 34,971098** 1,569458** 2,988202ns 7,427017ns 0,300849** 0,368898ns

Resíduo A 9 2,170226 0,000827 1,668969 4,922240 0,062076 1,553949 6,403800 0,042232 0,342866

Recipiente (R) 1 2,170226ns 0,450419** 1057,039968** 24,034978ns 35,339875** 30,583043** 1304,244817** 0,450419** 11,109720**

Substrato (S) 3 2,170226ns 0,000174ns 0,749843ns 42,637893** 1,681370** 11,803255** 17,900089** 0,795175** 3,239690**

Sb x R 3 2,170226ns 0,000666ns 0,394454ns 26,092788* 0,546119** 1,142939ns 5,814863ns 0,116765* 0,776911**

Sb x S 9 2,170226ns 0,000546ns 1,969419ns 12,186007ns 0,208373ns 1,244065ns 8,406892* 0,051167ns 0,351512ns

R x S 3 2,170226ns 0,001030ns 5,538357* 133,808573** 1,550678** 21,058693** 10,320767ns 1,231344** 4,468901**

Sb x R x S 9 2,170226ns 0,000417ns 0,816982ns 7,383101ns 0,052422ns 0,626487ns 7,563223ns 0,060199ns 0,428440*

Resíduo B 84 2,170226 0,000565 1,392867 7,962718 0,120608 1,027762 4,120808 0,034449 0,185053

CV (A) % - 1,48 8,10 7,26 10,73 5,80 21,49 12,04 18,93 26,06

CV (B) % - 1,48 6,69 6,63 13,64 8,08 17,48 9,65 17,10 19,14