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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA MARIA DE FÁTIMA LEMOS DO MONTE PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES HEMOFÍLICOS ATENDIDOS NO CENTRO DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA DO PIAUÍ- HEMOPI FORTALEZA 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA

MARIA DE FÁTIMA LEMOS DO MONTE

PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES HEMOFÍLICOS

ATENDIDOS NO CENTRO DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA DO PIAUÍ-

HEMOPI

FORTALEZA

2016

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MARIA DE FÁTIMA LEMOS DO MONTE

PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES HEMOFÍLICOS

ATENDIDOS NO CENTRO DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA E

HEMOTERAPIA DO PIAUÍ – HEMOPI

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de grau de mestre em Farmacologia. Área de concentração: Farmacologia Clínica. Orientadora: Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes. Co - Orientadora: Ana Rosa Pinto Quidute

FORTALEZA

2016

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioteca de Ciências da Saúde

M768p Monte, Maria de Fátima Lemos do. Perfil clínico e epidemiológico de pacientes hemofílicos atendidos no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí- HEMOPI/ Maria de Fátima Lemos do Monte. – Fortaleza, 2016. 66 f.: il.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Medicina.

Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, Fortaleza, 2016. Orientação: Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes. Coorientação: Profa. Dra. Ana Rosa Pinto Quidute.

1. Hemofilia A. 2. Fatores de Coagulação Sanguínea. 3. Prevenção de Doenças. I. Título.

CDD 616.1572

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MARIA DE FÁTIMA LEMOS DO MONTE

PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES HEMOFÍLICOS

ATENDIDOS NO CENTRO DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA DO PIAUÍ-

HEMOPI

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de grau de Mestre em Farmacologia. Área de concentração: Farmacologia Clínica.

Aprovada em: ___/___/______

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________

Profa. Dra. Gisela Costa Camarão

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________

Prof. Dr. Gislei Frota Aragão

Universidade Federal do Ceará (UFC)

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Agradeço a Deus, fonte de minha

inspiração.

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AGRADECIMENTOS

A Orientadora profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Morais, pela real

possibilidade que me deu em concluir essa etapa de minha vida.

A Co- Orientadora profa. Dra. Ana Rosa Pinto Quitute, pelas orientações

que muito me ajudaram.

A professora Dra. Andrea Vieira Pontes Rohleder, por todo o seu trabalho

e apoio na finalização dessa pesquisa.

A meus pais pela sabedoria de sempre ensinar aos filhos a importância do

estudo;

Ao meu esposo Francisco Antonio pelo incessante e integral apoio, todos

os dias de minha vida.

Ao meu filho Francisco Antonio Junior, pelo amor, estímulo e alegria em

minha vida.

A todos os meus irmãos pela ajuda e apoio.

À Fábia Beserra e Maria Teresa Rocha pela atenção e disponibilidade no

decorrer deste trabalho.

Aos portadores de hemofilia, pelas conversas, pelas vivências, pelas

trocas, pela recepção. Agradeço pela paciência e pela confiança nos diálogos;

A Secretaria Estadual de Saúde do Piauí pelo apoio institucional.

AO CNPq, CAPES, FINEP, NPDM, MS, FUNCAP, MCT e Instituto Claude

Bernard (InCB), pelo incentivo no desenvolvimento da pesquisa nacional.

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“A tarefa não é contemplar o que ninguém

ainda contemplou, mas meditar, como

ninguém ainda meditou, sobre o que todo

mundo tem diante dos olhos. ”

(Schopenhauer)

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RESUMO

A hemofilia A ou B é uma doença recessiva ligada ao cromossomo X que resulta da

deficiência dos fatores de coagulação de sangue VIII ou IX, respectivamente,

podendo decorrer de fatores adquiridos ou hereditários. Esta doença se caracteriza

por provocar sangramentos mucocutâneos espontâneos, bem como nas

articulações, os músculos, sistema gastrintestinal e no sistema nervoso central,

levando a grande morbidade e mortalidade. Assim como outras doenças de caráter

crônico, o tratamento da hemofilia é de alto custo, especialmente quando os

pacientes são tratados de forma profilática. Por tratar-se de uma doença com

tratamento muito dispendioso, além dos efeitos adversos e complicações

relacionadas, principalmente quando os pacientes desenvolvem inibidores contra os

fatores que lhes são administrados. Em vista das suas inúmeras complicações e

pela importância clínica da doença, tem-se como objetivo classificar os hemofílicos

quanto ao tipo da doença (A ou B), obter dados sócio demográficos desta população

quanto à raça, idade, sexo e região de origem. Para isso, foram analisados os

prontuários de 180 pacientes atendidos no Hemopi, no período de janeiro de 2011 a

julho de 2014. Os resultados deste estudo mostram que a maioria dos pacientes

estudados eram de cor parda (42%), distribuídos em hemofílicos A (161) e B (19). O

grau de severidade prevalente em cada grupo foi de leve (53%) e grave (53%) para

hemofilia A e B, respectivamente. A maioria residia na macrorregião Meio-Norte do

Estado do Piauí (56%). Dentre os hemofílicos estudados, apenas 17 apresentaram

algum tipo de comprometimento articular, sendo o tipo sanguíneo O+ o mais

encontrado (29%). A positividade para o inibidor contra o fator VIII (23 indivíduos)

apresentou-se em sua maioria, nos hemofílicos A graves. A co-infecção viral

apresentou-se em 3 dos 13 indivíduos positivos para infecções virais, sendo eles

HBV e HCV (15%) e HCV e HIV (8%). Desta forma, conclui-se que os hemofílicos

atendidos no sistema ambulatorial do HEMOPI se caracterizam (em predomínio por

categoria) por indivíduos de cor parda, tipo sanguíneo O+, com classificação da

doença hemofilia A leve e idade entre 20 e 30 anos, residentes em sua maioria na

macro-região Meio-Norte do Estado.

Palavras-chave: Hemofilia. Fatores de Coagulação. Profilaxia.

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ABSTRACT

Hemophilia A or B is a recessive disease linked to the X chromosome that results

from deficiency of blood coagulation factors VIII or IX, respectively, resulting of

acquired or hereditary factors. This disease is characterized by causing spontaneous

mucocutaneous bleeding, as well as the joints, we muscles, system gastrointestinal

and central nervous system, leading to high morbidity and mortality. Like other

chronic diseases, the treatment of hemophilia is costly, especially when patients are

treated prophylactically. Because it is a disease whose treatment is very expensive,

in addition to adverse effects and related complications, especially when patients

develop inhibitors against factors which they are administered. In view of its many

complications and the clinical significance of the disease, tis thought to classify

hemophiliacs about the disease type (A or B) get social demographics of this

population in terms of race, age, sex and region of origin. For this, the medical

records of 180 patients treated at Hemopi were analyzed, the period from January

2011 to July 2014. The results of this study show that most of the patients studied

were mulatto (42%), distributed in hemophilia A (161) and B (19). The degree of

severity prevalent in each group were mild (53%) and severe (53%) for hemophilia A

and B, respectively. The patients are mostly resided of the Mid-North macro-region of

Piauí State (56%). Among the studied hemophiliacs, only 17 had some type of joint

involvement, with blood type O + as found (29%). The positivity for the inhibitor

against factor VIII (23 patients) showed up mostly in severe hemophilia A. The viral

coinfection appeared in 3 of the 13 positive individuals’ viral infections, namely HBV

and HCV (15%) and HCV and HIV (8%). Thus, it is concluded that hemophiliacs

treated at HEMOPI system are characterized (in dominance by category) by

individuals of mixed ethnicity, pardos blood type O +, with the disease classification

mild hemophilia A, aged between 20 and 30 years, living mostly in the macro-region

Mid-North State.

Keywords: Hemophilia. Coagulation Factors. Prophylaxis.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01- Herança recessiva ligada ao cromossomo X ...........................................18

Figura 02 - Esquema de cascata de coagulação proposto por Macfarlane e Davie e

Ratnoff........................................................................................................................19

Figura 03- Modelo da coagulação baseado em superfícies celulares compreendendo

as fases de iniciação, amplificação e

propagação.................................................................................................................21

Figura 04 -Distribuição dos 180 hemofílicos de acordo com a etnia

................................................................................................................................... 33

Figura 05 -Distribuição dos pacientes de acordo com a classificação clínica em

hemofilia A e B ...........................................................................................................34

Figura 06- Distribuição da classificação dos hemofílicos A e B em número

percentual...................................................................................................................35

Figura 07-Distribuição etária dos 161 hemofílicos do tipo

A.................................................................................................................................36

Figura 08-Distribuição etária dos 19 hemofílicos do tipo

B.................................................................................................................................37

Figura 09- Mapa de distribuição macrorregional conforme procedência dos

hemofílicos A e B

....................................................................................................................................39

Figura 10-Distribuição Geográfica dos hemofílicos atendidos no Centro de

Hematologia e Hemoterapia do

Piauí...........................................................................................................................40

Figura 11 - Distribuição dos hemofílicos que recebem tratamento domiciliar ou

não..............................................................................................................................41

Figura 12- Paciente hemofílico realizando infusão de

fator.............................................................................................................................41

Figura 13 – Kits de reposição de fatores de

coagulação.................................................................................................................42

Figura 14- Distribuição do número de hemofílicos portadores de artropatia de acordo

com o número de articulações afetadas.....................................................................42

Figura 15-Distribuição dos hemofílicos A e B de acordo com o tipo sanguíneo........43

Figura 16 - Distribuição dos hemofílicos A e B quanto a presença de

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inibidor........................................................................................................................44

Figura 17 - Distribuição dos hemofílicos com inibidor de acordo com a classificação

da doença (leve, moderada e grave) e grau de resposta do inibidor (baixa -≤ 5 UB e

alta-

>5UB..........................................................................................................................44

Figura 18- Distribuição dos hemofílicos de acordo com a soro-positividade de

infecções virais hemotransmissíveis

concomitante........................................................................................................... 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Distribuição dos indivíduos masculinos residentes no Estado do Piauí

em

2010............................................................................................................................38

Tabela 02 – Distribuição dos resultados sorológicos dos anticorpos contra o vírus da

hepatite B e

C.................................................................................................................................45

Tabela 03 – Distribuição dos hemofílicos A e B de acordo com a imunização para

hepatites A e B............................................................................................................45

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01- Graus de severidade da hemofilia e os seus principais sintomas

hemorrágicos............................................................................................................. 24

Quadro 02 - Equipamentos e reagentes utilizados para realização dos exames de

coagulação, sorológicos e

hematológicos........................................................................................................... 32

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADM

Amplitude de movimento

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APCC Concentrado de Complexo Protrombínico Ativado

CCPa Concentrado do Complexo Protrombínico Parcialmente Ativado

CGSH Coordenação Geral da Política Nacional de Sangue e

Hemoderivados

CTH

DE

dC

dL

FT

HEMOPI

HIV

IL

IgG

INFɤ

INR

ITI

IBGE

mL

RDC

TP

TTPa

UB

UI

HBV

HCV

Centro de Tratamento em Hemofilia

Dias de exposição

Depois de Cristo

Decilitros

Fator Tecidual

Cento de Hematologia e Hemoterapia do Piauí

Vírus da Imunodeficiência adquirida

Interleucina

Imunoglobulina

Interferon gama

Relação de Normatização Internacional

Indução de tolerância

Instituto Brasileira de Geografia e Estatística.

Mililitros

Resolução da Diretoria Colegiada

Tempo de Protrombina

Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada

Unidade Bethesda

Unidade Internacional

Vírus da hepatite B

Vírus da Hepatite C

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................17

2 OBJETIVOS........................................................................................................... 27

2.1 Geral.................................................................................................................... 27

2.2. Específicos..........................................................................................................27

3 METODOLOGIA.....................................................................................................28

3.1 Delineamento do estudo.......................................................................................28

3.2 Casuística.............................................................................................................28

3.3 Critérios de inclusão.............................................................................................28

3.4 Critérios de exclusão............................................................................................28

3.5 Aspectos éticos.....................................................................................................28

3.6 Coleta de dados...................................................................................................29

3.7 Avaliação clínica...................................................................................................29

3.8 Ensaios Laboratoriais...........................................................................................30

3.8.1 Coleta de sangue..............................................................................................30

3.8.2 Método de coagulação......................................................................................30

3.9 Análise descritiva..................................................................................................32

4 RESULTADOS........................................................................................................33

5 DISCUSSÃO...........................................................................................................47

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................52

REFERENCIAS..........................................................................................................53

Apêndices.................................................................................................................61

Apêndice A................................................................................................................62

Apêndice B................................................................................................................63

Apêndice C................................................................................................................64

Apêndice D................................................................................................................68

Anexo A.....................................................................................................................60

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14

1 INTRODUÇÃO

Desde o século 2 d.C. existem referências sobre o processo

hemorrágico, onde segundo o Talmud babilônico, uma mulher ao ter dois filhos

mortos após circuncisão, a mesma estaria isenta de fazer a circuncisão no terceiro.

O mesmo fato é apontado por INGRAM em seu levantamento histórico, feito em

1976, onde casos de impedimentos de circuncisões foram aprovados devido relatos

de morte de homens na família que se submeteram a este procedimento (INGRAM,

1976).

A palavra hemofilia foi empregada pela primeira vez pelo médico alemão

Johann Lukas Schönlein e seu aluno Frieddrich Hopff da Universidade de Zurich,

Switzerland, na dissertação intitulada “Sobre hemofilia ou a predisposição ao

sangramento fatal” em 1828. Oito anos antes, houve a primeira descrição da

genética da doença em um artigo publicado por Nasse, que resultou na formulação

da “lei de Nasse” (SCHRAMM, 2014). Esta “lei” propõe que a hemofilia é uma

doença transmitida de mães sadias a seus filhos. Com o decorrer dos anos, várias

outras pesquisas foram feitas na tentativa de descobrir mais fatos sobre a hemofilia,

por meio de análise de casos dentro da família, apresentação clínica da doença,

bem como tratamento preventivo (BULLOCH, 1912; SCHLOESSMANN, 1930).

Após a descoberta dos tipos de hemofilia e o início da elucidação da

patogênese da doença, o termo hemofilia A foi proposto para a hemofilia mais

comum (chamada de clássica), associando-a a deficiência do fator VIII (FVIII) da

coagulação, enquanto que o termo hemofilia B foi empregado para designar os

casos mais raros ligados à deficiência do fator IX (FERRARIS et al., 2015; SACK et

al., 2015).

Atualmente, sabe-se que a hemofilia A ou B é uma doença recessiva

ligada ao cromossomo X que resulta da deficiência dos fatores adquiridos ou

hereditários. As formas adquiridas, mais raras, são resultantes do desenvolvimento

de auto anticorpos, associados a doenças autoimunes, câncer ou causas de origem

idiopática. A hemofilia hereditária resulta de alterações genéticas nos genes que

codificam o fator VIII ou IX da coagulação (FIGURA 1). Como apresentado na figura,

os homens apresentam manifestações clínicas devido a presença de um único

cromossomo X, por sua vez, as mulheres podem ser portadoras, ou mais raramente,

hemofílicas. A hemofilia A possui incidência estimada entre 1:5.000-10.000 em

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15

homens, enquanto que a hemofilia B é de 1:30.000-40.000 (BRASIL, 2015; HUANG

et al., 2013; HELLMANN et al., 2015; DARENA et al., 2015; PASTORELLI et al.,

2015; PORADA et al., 2014).

Figura 1- Herança recessiva ligada ao cromossomo X.

15

Asterisco (*) representa o cromossomo afetado. Fonte: Adaptado de Rodriguez, 2010.

A coagulação sanguínea é a conversão de sangue líquido em um gel ou

coágulo, sendo o evento principal, a conversão de fibrinogênio solúvel em fibras de

fibrina insolúveis, por ação da trombina. De acordo com os mesmos, para a

manutenção da homeostase sanguínea, a cascata necessita de uma sequência de

clivagens de pró-enzimas pela ação de protease, acarretando a formação de

trombina que, cliva a molécula de fibrinogênio em monômeros de fibrina.

De modo didático, este processo é dividido em via intrínseca (porque

todos os componentes estão presentes no sangue) e via extrínseca (porque

alguns componentes vêm “de fora do sangue”), havendo a participação de

fosfolipídeos de membrana, cálcio e fatores de coagulação. Na via extrínseca, o

fator VII plasmático ativa diretamente o fator X, já na via intrínseca, ativação do fator

XII ocorre quando o sangue entra em contato com uma superfície contendo cargas

elétricas negativas e requer ainda a presença de outros componentes do plasma:

pré-calicreína e cininogênio de alto peso. O fator XIIa ativa o fator XI, que, por sua

vez, ativa o fator IX. O fator IXaa, na presença de fator VIII, ativa o fator X da

MÃE PORTADORA PAI AFETADO COM HEMOFILIA

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coagulação, desencadeando a geração de trombina e subsequente formação de

fibrina. (FIGURA 2) (FRANCO, 2001; VIKE, 2009).

Figura 2 – Esquema da cascata de coagulação proposto por Macfarlane, Davie e Ratnoff, 1964.

Mesmo que o conceito a “cascata” da coagulação tenha representado um

modelo bem-sucedido e um avanço significativo no entendimento da coagulação nas

últimas décadas, observações experimentais e clínicas mais recentes demonstram

que a hipótese da cascata não reflete completamente os eventos da hemostasia in

vivo. Sendo assim, foi proposto um novo modelo baseado em superfícies celulares,

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no qual a hemostasia requer substâncias pró-coagulantes ativadas que permaneçam

localizadas no sítio da lesão para a formação de tampão plaquetária de fibrina neste

local (FIGURA 3). Neste novo modelo, o processo de coagulação sanguínea é

iniciado pela exposição de fator tecidual (FT) na corrente sanguínea. Esse novo

modelo se baseia numa série de três etapas (iniciação, amplificação e propagação)

que ocorre em diferentes tipos celulares. A etapa de iniciação ocorre em células

extravasculares carreadoras de FT (fibroblastos do estroma, células mononucleares,

macrófagos e células endoteliais) que só expõem o FT ao sangue quando ocorre um

dano vascular ou uma inflamação. A segunda fase, a de amplificação, é preparatória

para a subsequente ativação da trombina em grande escala na fase de propagação.

A fase de propagação ocorre na superfície das plaquetas ativadas aderidas e

agregadas no local da lesão.

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Figura 3- Modelo da coagulação baseado em superfícies celulares compreendendo

as fases de iniciação, amplificação e propagação.

Fonte: Adaptado de Vine, 2009

Desta forma, as deficiências geneticamente determinadas da coagulação

(hemofilias) se caracterizam por provocar sangramentos mucocutâneos

espontâneos, bem como nas articulações, músculos, sistema gastrintestinal e

sistema nervoso central, levando a grande morbidade e mortalidade, quando não

tratada ou sub-tratada (WONG et al., 2011; SACK et al., 2015). Tanto a hemofilia A

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quanto a B são classificadas com base nos níveis plasmáticos de antígeno (Ag) ou

de atividade coagulante (C) de fator deficiente, sendo o nível normal definido como

1UI/ml ou 100% respectivamente. Classifica-se como grave (<0,01 UI/ mL ou<1%),

moderada (0,01-0,05 UI/mL ou 1% - 5%), ou leve (0,05-0,40 UI/ mL ou>5% - 40%).

(QUADRO 1).

O tipo e frequência das hemorragias nas hemofilias variam de acordo com

a sua gravidade. Sendo assim, pacientes que têm hemofilia grave apresentam

hemorragia espontânea nas articulações ou músculos, sangramento do tecido mole,

e hemorragia com risco de vida. Pacientes que têm hemofilia moderada apresentam

menos quadros de sangramento espontâneo, porém sofrem com o mesmo após

pequenos traumas. Por fim, os pacientes que têm hemofilia leve apresentam

sangramento somente após a cirurgia ou traumas maiores. Sangramentos músculo-

esqueléticos são os tipos mais comuns de sangramentos nas hemofilias, podendo

resultar em artropatia, uma complicação comum observada na população de

doentes que tem esta doença (CHOI, 2014; BRASIL, 2012).

As hemartroses afetam mais frequentemente as articulações do joelho,

tornozelo e cotovelo. Um do mecanismo que visam explicitar as artropatias

hemofílicas propõe que as mesmas resultam principalmente da deposição de ferro

nas articulações, e, subsequentemente, provoca hipertrofia sinovial e inflamação

crônica. O ferro pode estimular o tecido sinovial para produzir citocinas e inflamação,

tais como fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), interferon gama (INF-γ) e

interleucina- 1 e 6 (IL -1, IL-6). Recentemente, foi demonstrado que a interleucina 1

β, IL-6, derivado de queratinócito e proteína quimiotática de monócitos, todos são

elevados no fluido sinovial. Uma vez que há deposição de ferro avança para a

artropatia hemofílica, destruição de cartilagem e osso subcondral. A evasão de

hemorragias nas articulações é fundamental para o sucesso da prevenção da

artropatia (OLDENBURG et al., 2014; SCHAUB, 2011; RODRIGUEZ et al., 2010;

SHAN et al, 2014).

As mulheres portadoras são normalmente assintomáticas, ou

oligossintomáticas, havendo então comprometimento das funções da coagulação em

casos de inativação do cromossomo X normal (lionização) ou na ausência de um

dos cromossomos X normais (síndrome de Turner) (HOEPERS, 2008).

Durante as últimas seis décadas, a conduta terapêutica da hemofilia A

evoluiu para um desafio clínico multidisciplinar visando à melhoria da qualidade de

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vida, permitindo uma experiência de vida quase normal dos pacientes. Nos anos

1950 e início dos anos 1960, o sangue total e plasma fresco foram as únicas opções

de tratamento disponíveis para a reposição de fator VIII de coagulação (FVIII).

A hemofilia não tem cura, sendo então a base do tratamento a infusão de

concentrados dos fatores de coagulação que estão em deficiência, podendo ser de

origem plasmática ou recombinante. O desenvolvimento de anticorpos neutralizantes

ou inibidores contra esses fatores é outra complicação encontrada como um

resultado de tratamento da hemofilia. Aproximadamente 10-30% dos pacientes com

hemofilia A e cerca de 1%-5% dos hemofílicos B desenvolvem inibidores contra o

fator VIII e IX respectivamente. Os anticorpos anti-FVIII são de imunoglobulina G

(IgG), principalmente anticorpos IgG4, sendo em alguns casos, IgG1 e IgG2 também

detectados (SILVEIRA et al., 2015; NIJDAM et al., 2015; OLDENBURG et al., 2015;

OLDENBURG. J et al., 2015).

Pacientes com inibidores de título elevado, o uso de outros agentes, tais

como fator VIIa recombinante ou concentrados de complexos de protrombina

ativada, podem ser necessários para atingir a hemostasia. Estudos têm

demonstrado que o fator VIIa recombinante induz hemostasia em pacientes

hemofílicos com inibidores contra fator VIII ou fator IX. O rFVIIa inicia a hemostasia

formando um complexo com o fator tecidual (FT) exposto como um resultado da

lesão da parede do vaso. A incidência de eventos tromboembólicos graves após o

tratamento com rFVIIa em pacientes com inibidores parece ser muito inferior a 1%, o

risco da formação de coágulos é baixo, mesmo se for administrado em doses mais

elevadas (MILO et al., 2015). Nestes casos particulares, no entanto, o objetivo

terapêutico principal é a erradicação do inibidor por meio da indução de tolerância

imunológica (ITI). Com esta abordagem, os pacientes recebem doses repetitivas do

fator VIII ou IX, geralmente uma vez por dia, com ou sem imunossupressão

associada. Inicialmente, há um aumento nos títulos de anticorpos como resultado da

resposta imune. Posteriormente observa-se uma redução gradual nos títulos até que

ao final, o inibidor se torna indetectável. Depois de tolerância imunológica bem-

sucedida, os pacientes continuam em infusões regulares do fator várias vezes por

semana (ASTERMARK, 2011; WIJAYARATNE et al., 2015; CURRY et al., 2014;

BITTO et al., 2015; GOLESTANI et al., 2014; SACK.B. et al., 2014;

SANTAGOSTINHO et al., 2014).

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Os inibidores se desenvolvem mais frequentemente em pacientes com

hemofilia grave e após as primeiras infusões do fator deficiente. O risco cumulativo

para o desenvolvimento de inibidores dentro dos primeiros 150 dias de exposição

(DE) é de 20 - 30%. Sendo assim, segundo a Factor VIII and Factor IX

Subcommittee da International Society of Thrombosis and Haemostasis, os

inibidores podem ser classificados de acordo com o título de anticorpos circulantes e

a resposta antigênica, devendo-se considerar inibidores de baixa resposta aqueles

que apresentarem níveis persistentes ≤5 UB/ml, e alta resposta aqueles > 5UB/ml

(tabela 1) (FERREIRA et al., 2014; GOLESTANI et al., 2014; ISTH.ORG, 2014;

PEMMARAJU et al., 2015; VORA et al., 2014).

Quadro1- Graus de severidade da hemofilia e os seus principais sintomas hemorrágicos.

SEVERIDADE

ATIVIDADE DE COAGULAÇÃO/NÍVEIS

PLASMÁTICOS

SINTOMAS

Grave

<1% (<0,01 UI/mL)

Sangramento espontâneo,

predominantemente nas articulações e

músculos; hemorragia grave,

com trauma e cirurgia.

Moderado

1-5% (0,01-0,05 UI/mL)

Sangramento espontâneo ocasional;

hemorragia grave com trauma e

cirurgia.

Leve

>5-40%(>0,05-0,040

UI/mL)

Hemorragia pouco

frequente com traumatismo e cirurgia raros.

Fonte: International Society on Thrombosis and Haemostasis Scientific and Standardization Committee. IU/dl – Unidade Internacional por decilitro

A avaliação de um indivíduo com suspeita de distúrbio hemorrágico

inclui: contagem de plaquetas e análise da função plaquetária ou o tempo de

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sangramento, o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA), e do tempo de

protrombina (PT). Tempo e/ou a concentração de plasma de trombina de fibrinogênio

pode ser útil para doenças raras. Em indivíduos com hemofilia A, os testes de

rastreio acima são normais, exceto prolongado TTPA. No entanto, em hemofilia leve

A, o TTPA pode ser normal. Outros testes recentemente sugeridos para a avaliação

da função global de coagulação incluem o teste de geração de trombina,

tromboelastograma e a análise da forma da onda de coágulos.

Existem duas abordagens diferentes para a avaliação genética de

hemofilia (1) Identificação da mutação no gene do fator VIII ou IX (2) Análise de

polimorfismo de nucleotídeo único ou marcadores de microssatélites no gene FVIII

para acompanhar o cromossomo X defeituoso na família (análise de ligação)

(TANTAW, 2010; PIO et al., 2009; JACSON et al., 2015; ORBAN et al., 2015;

PATHIRANA et al 2014; NIJAM et al., 2015).

Desta forma, assim como outras doenças de caráter crônico, a hemofilia

tem alto fardo econômico, especialmente quando os pacientes são tratados com

profilaxia. Isto é, devido, principalmente, à terapia com complexos, que são

tratamentos caros (UNIM et al., 2015). Em particular, ressalta-se as perdas causadas

pela hemofilia A por ser uma das doenças mais caras devido o tratamento exigido,

além dos efeitos adversos e complicações relacionadas, principalmente quando os

pacientes desenvolvem inibidores contra os fatores que lhes são administrados.

Além disso, os custos indiretos, geralmente expressos em termos de perda de

produtividade considerável para a sociedade, devem ser tidos em contas (UNIM

HENRARD et al., 2015).

A terapia de reposição de fatores de coagulação tem aumentado a

qualidade de vida dos hemofílicos nas últimas décadas. Entretanto, além dos riscos

inerentes a hemofilia, os pacientes ainda sofrem com as infecções

hemotransmissíveis, mesmo diante do avanço tecnológico no diagnóstico dessas

doenças.

Em vista das suas inúmeras complicações e pela importância clínica da

doença, faz-se necessário ter-se um perfil dos hemofílicos assistidos no Hemopi,

para que seja feito então, acompanhamento de forma segura e adaptada a cada

caso.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Traçar um perfil clínico e epidemiológico dos hemofílicos atendidos

pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí – HEMOPI.

2.2 Objetivos específicos

Classificar os hemofílicos quanto ao tipo da doença (A ou B).

Verificar o comprometimento articular, recebimento de fatores em

domicilio.

Obter dados sócio demográficos desta população (raça, idade,

região de origem) - traçar um perfil demográfico quanto a estas

características.

Quantificar os inibidores contra os fatores VIII e IX.

Identificar os hemofílicos que realizaram sorologias para Hepatite B

e C, HIV I e II, imunização para hepatite A e B e tipagem

sanguínea.

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3 METODOLOGIA

3.1 Delineamento do estudo

Trata-se de um estudo de perfil do tipo observacional descritivo com análises de

dados.

3.2 Casuística

Foram selecionados 180 pacientes para o estudo, considerando o tipo de

hemofilia A ou B (CID-10: D66. X, D. 67. X) registrados no setor de prontuário e no

sistema informatizado de prontuário eletrônico do Centro de Hematologia e

Hemoterapia do Piauí-HEMOPI, Teresina, Piauí (PI) e por meio do atendimento

ambulatorial no mesmo.

3.3 Critérios de inclusão

Pacientes do sexo masculino com diagnóstico clínico e laboratorial de hemofilia

A e B, idade de 1 a 72 anos, e que por sua vez aceitaram e assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Apêndice A).

3.4 Critérios de exclusão

Foram excluídos do estudo os pacientes cadastrados como hemofílicos, do

sexo feminino e cuja confirmação diagnóstica clínica e laboratorial de hemofilia A ou

B não se confirmou, com o diagnóstico de outra coagulopatias, ou que não

assinaram o TCLE (Apêndice A)

3.5 Aspectos Éticos

Foi assegurado aos entrevistados que as informações coletadas

seriam armazenadas e documentadas cientificamente, com a finalidade de se

conhecer melhor o perfil dos portadores desta doença. Os indivíduos elegíveis

receberam um código numérico para preservar a identidade dos participantes. Esta

pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Ceará e os

pacientes que participaram do estudo nesse período de janeiro 2011 a julho 2014,

assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido- TCLE (Apêndice A).

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3.6 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada através da identificação e localização

geográfica dos indivíduos hemofílicos registrados no serviço ambulatorial e por meio

do prontuário eletrônico do HEMOPI. O período de estudo desde a coleta de dados

até a análise dos resultados foi de janeiro de 2011 a julho de 2014. Utilizou-se de um

modelo impresso para o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice 1) e

de um formulário de pesquisa (Apêndice B).

3.7 Avaliação Clínica

A avaliação clínica dos indivíduos foi realizada no ambulatório do Centro de

Hematologia e Hemoterapia do Piauí – HEMOPI, de acordo com as manifestações

peculiares e enfermidades, caracterizadas no formulário de pesquisa. (Apêndice B).

As variáveis estudadas englobaram idade, etnia, município e Estado de procedência,

classificação da hemofilia quanto ao tipo da doença (A ou B), manifestações/s

clínicas hemorrágicas, comprometimento articular, recebimento de doses em

domicilio, ensaios laboratoriais compostos pelos estudos de coagulação, tipo

sanguíneo, além do perfil sorológico e avaliação do estado de imunização para

hepatite A e B. A faixa etária foi estratificada conforme os dados do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, a fim de possibilitar melhor

percepção da ocorrência e significância do número de hemofílicos de acordo com o

município de procedência. Devido ser uma doença de herança genética ligada ao

cromossomo X, a pesquisa foi estudada exclusivamente por portadores masculinos.

O comprometimento articular definido clinicamente pela limitação da amplitude de

movimento (ADM) ao impossibilitar a completa flexão e extensão articular lesada. A

necessidade de terapia em domicilio foi estabelecida conforme o relato dos

entrevistados. Os critérios para o diagnóstico da hemofilia A ou B foram baseados

nas manifestações clínicas, associados aos níveis de fatores VIII ou IX, conforme a

classificação: a) leve: sangramento espontâneo raro ou ausente, episódios

hemorrágicos pontuais pós-trauma, necessidade de fator de reposição

excepcionalmente ou nenhuma; b) moderada: manifestações hemorrágicas

espontâneas ocasionais, sangramento com trauma moderado, necessidade de

reposição de fator ocasionalmente; c) Grave: sangramentos espontâneos e

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frequentes, ocorrência após pequenos traumas, necessidade frequente de reposição

de fatores.

3.8 Ensaios laboratoriais

A fase pré-analítica (coleta, manuseio, transporte e conservação) e a fase

analítica (diagnóstico das alterações de coagulação) seguiram os procedimentos

técnico-operacionais e de controle de qualidade do Centro de Hematologia e

Hemoterapia do Piauí - HEMOPI. A execução dos testes laboratoriais foi realizada

pela equipe técnica do laboratório de hematologia do Hemocentro, observando a

utilização dos equipamentos de proteção individual pertinentes a cada etapa e os

cuidados universais com material de risco biológico.

3.8.1 Coleta de sangue

A antissepsia local foi realizada com álcool etílico 70% prosseguindo com a

coleta com os tubos de citrato (tampa azul claro) e EDTA (tampa roxa), para os

exames de coagulação e hematológicos, respectivamente. A punção venosa foi

realizada por profissional técnico capacitado e treinado, sendo o local preferencial

para punção a veia basílica mediana, seguida pela cefálica ou arco venoso dorsal da

mão. Manteve-se o paciente de forma confortável, na posição sentada, e para as

crianças, quando necessário, na posição deitada.

3.8.2 Método de Coagulação

Os soros devidamente identificados e vedados foram separados por

centrifugação a 3.000 rpm por 20 minutos a – 20°C para a determinação do TTPA,

atividade dos fatores de coagulação e quantificação de inibidor, foram usados os

equipamentos e reagentes descritos no quadro 2.

Para o estudo, empregou-se o plasma citratado para realização

automatizada do Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPa) para a triagem, e

da dosagem funcional em único estágio de coagulação VIII e IX, empregando-se o

método coagulométrico, como diagnóstico confirmatório.

O tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPa) foi determinado a

partir da recalcificação do plasma citratado, na presença de fosfolipídios, a cefalina,

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e do ativador do sistema de contato, o caulim, e do cloreto de cálcio que é

adicionado e o tempo necessário para formar o coagulo é medido. Os resultados são

relatados em segundos e a relação TTPA paciente/TTPA média do valor de

referência. Os valores considerados normais para o tempo de coagulação foram 30”

± 2”, para a relação = 1 a 1,3.

A concentração plasmática do FVIII e FIX foi feita a partir do TTPa na

presença de plasma deficiente do fator especifico VIII ou IX. O ensaio consistiu na

medida do tempo de coagulação, na presença de cefalina e ativador, como exposto

acima. O resultado foi expresso em porcentagem da atividade da coagulação,

empregando-se reagentes distintos contento plasma humano liofilizado, deficiente

em fator VIII: C e IX: C e curva de calibração com padrão de referência estabelecido

pelo fabricante, determinando-se a atividade coagulante em percentagem, aonde

100% é igual a 1 UI/mL de fator VIII: C. Definido como valor de normalidade de

atividade e níveis plasmáticos respectivamente.

A deficiência de fatores foi categorizada de acordo com o Subcomitê do

Fator VIII e Fator IX do Comitê de Standartização da Sociedade Internacional de

Hemostasia e Trombose como:

Leve:> 5% a 40% de atividade de fator VIII ou > 0,05 ml a 0,4 UI/mL.

Moderada: 1 a 5 % de atividade de fator VIII ou 0,01 a 0,05 UI/mL

Grave:< 1% de atividade de fator VIII ou < 0,01 UI/mL.

A pesquisa (teste qualitativo) e quantificação de inibidores contra fator VIII

e IX foi empregado o método Bethesda, que utiliza como fonte de fator o plasma

normal e tempo de incubação de duas horas. Por definição, uma unidade Bethesda

(UB) corresponde à quantidade de anticorpos circulantes capazes de inativar 50%

do fator VIII ou IX existente em 1 mL de plasma normal.

Considerou-se como inibidor de alta resposta quando a atividade inibitória

do anticorpo foi > 5 UB/mL em qualquer período de avaliação e inibidor de baixa

resposta para os que apresentaram anticorpo persistentemente ≤ 5 UB/mL a

despeito das mudanças no fator de reposição.

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Quadro 2 - Equipamentos e reagentes utilizados para realização dos exames de

coagulação e hematológicos.

EQUIPAMENTOS REAGENTES FABRICANTE®

Compact Stago Deficiente FVIII e FIX Stago

ST4 PTT-A Stago

Centrifuga refrigerada Amostra teste Thermo Electron

Banho Maria Amostra teste Fanem

Homogeneizador Amostra teste Evlab

3.9 Análise descritiva

Os dados das entrevistas, os resultados dos testes de coagulação foram

armazenados em bancos de dados, elaborando-se os gráficos pelo programa Excel

®.

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4 RESULTADOS

Foram estudados 180 indivíduos com diagnóstico de hemofilia, que foram

avaliados no serviço ambulatorial do HEMOPI, em Teresina-PI. Dentre estes

hemofílicos, todos do sexo masculino, 76 são pardos (42%), 67 caucasianos (37%),

24 negros (14%) e 13 não informados (7%), de acordo com a figura 4.

Figura 4- Distribuição dos 180 hemofílicos de acordo com a etnia.

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Na figura 5, observa-se dentre os 180 indivíduos incluídos neste estudo,

161 (89,44%) apresentam hemofilia do tipo A e 19 (10,66%), hemofilia do tipo B.

Figura 5 – Distribuição dos pacientes de acordo com a classificação clínica em

hemofilia A e B.

Dos 161 indivíduos classificados como hemofílicos A, 86 (53%) são

classificados como leve, 55 (34%) como grave e 20 (13%) moderado. Entre os

hemofílicos B, 10 (53%) são classificados como grave, 8 (42%) como leve e 1 (5%)

moderada (figura 6).

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Figura 6 – Distribuição da classificação dos hemofílicos A e B em número

percentual.

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Nos hemofílicos do tipo A (figura 7), prevaleceu a faixa etária de 20 a 30

anos (46 indivíduos,28,57%), seguida de 10 a 20 (35 indivíduos,21,73%), de 0 a 10

anos (27 pessoas,16,77%), de 30 a 40 anos (26 pessoas,16,14%), de 40 a 50 anos

(17 pessoas, 10,55%) e acima de 50 anos (9 pessoas,5,59%), sendo 3 (1,86%)

indivíduos não informados as idades.

Figura 7- Distribuição etária dos 161 hemofílicos do tipo A

0

2

4

6

8

10

O I

NF 5 8

12

15

18

21

24

27

30

33

37

40

44

47

51

56

68

me

ro d

e H

em

ofí

lico

s

Idade

IDADE

Já entre os hemofílicos do tipo B, prevaleceu a faixa etária de 10 a

20 anos (6 indivíduos, 31,57%), seguida de 30 a 40 (5 indivíduos, 26,31%), de 20 a

30 e de 40 a 50 anos (3 pessoas cada, 15,79%) e de 0 a 10 anos (2 pessoas,

10,52%) (figura 8).

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Figura 8 – Distribuição etária dos 19 hemofílicos do tipo B

0

1

2

3

4

3 7 10 11 14 19 20 25 29 30 31 32 33 38 44 47

me

ro d

e H

em

ofí

lico

s

Idade

IDADE

Utilizando-se o censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE) de 2010, estratificado pela idade e sexo estimado da população

masculina residente no Estado do Piauí (1.528.423), observa-se que a população

entre 25 e 29 anos (tabela 1) é a mais afetada (cerca de 5 mil homens para cada 1

hemofílico).

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Tabela 1 – Distribuição dos indivíduos masculinos residentes no Estado do Piauí em 2010, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a correlação com o número de homens hemofílicos na mesma faixa etária.

IDADE POPULAÇÃO

MASCULINA

TOTAL DE

HEMOFÍLICOS

0-4 126.224 4

5-9 138.837 20

10-14 157.977 8

15-19 152.138 14

20-24 148.930 23

25-29 135.131 25

30-39 220.112 18

40-49 71.692 15

50-59 123.929 4

60-69 83.300 3

>70 70.153 0

.

Os hemofílicos atendidos no ambulatório do HEMOPI procederam de

várias regiões do Estado do Piauí, bem como do Estado do Pará, Roraima e

Maranhão. Observou-se que a macro-região Meio-Norte do Piauí apresentou

predomínio de casos (101 indivíduos), sendo estes oriundos dos municípios de

Teresina (68), Castelo do Piauí (2), Nossa Senhora dos Remédios (1), Piripiri (7),

Esperantina (1) Porto (1), União (2), Altos (1), Agua Branca (1), Palmeiras (1),

Angical do Piauí (2), Regeneração (5), Coivaras (1), Piracuruca (2), Campo Maior

(1), Boqueirão do Piauí (1), Madeiro (1), Pedro II (2) e Demerval Lobão(1). O que

pode ser observado na figura 9.

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Figura 9 – Mapa de distribuição macrorregional conforme a procedência dos hemofílicos A e B atendidos pelo ambulatório do Centro de Hematologia e hemoterapia do Piauí – HEMOPI.

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36

Dentre os indivíduos atendidos no HEMOPI, 101 (56%) são da macro-

região Meio-Norte do Estado do Piauí, 16 (9%) da macro-região Cerrados, 10 (5%)

da macro-região Semi-Árido, 7 (4%) da macrorregião litoral, 12(7%) não informaram

o local de origem, 32 (18%) do Estado do Maranhão, 1 (1%) da Roraima e 1 (1%) do

Pará. (Figura 10).

Figura 10 – Distribuição Geográfica dos hemofílicos atendidos no Centro

de Hematologia e Hemoterapia do Piauí – HEMOPI

4%

56%

9%

5%

18%

0%

7%

1%

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

LITORAL

MEIO-NORTE

CERRADOS

SEMI-ÁRIDO

MARANHÃO

PARÁ

NÃO INFORMADA

RORAIMA

De acordo com a ficha de informação individual dada a cada hemofílico

incluído na pesquisa, cerca de 100 hemofílicos (55,56%) recebem tratamento em

casa, ou seja, levam as doses de fatores para ser administrado pelo hemofílico ou

responsável por ele, enquanto que 80 (44,44%) fazem o tratamento no centro de

hemoterapia -HEMOPI (figura 11).

.

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37

Figura 11- Distribuição dos hemofílicos que recebem tratamento domiciliar ou não.

100

80

0

20

40

60

80

100

120

Núm

ero

de h

emof

ílico

s

Tratamento Domiciliar

Com Tratamento Domiciliar Sem Tratameto Domiciliar

Figura 12 – Paciente hemofílico realizando infusão de fator

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38

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1 2

mer

o d

e H

emo

fíli

cos

N° de articulações afetadas

Artropatia Hemofílica n° de articulações afetadas em mesmo hemofílico

2

Figura 13 –Kits de reposição de Fatores

Dos casos estudados, apenas 17 (9,44%) apresentaram algum tipo de

comprometimento articular, sendo 15 (88,23%) em apenas um membro

comprometido e 2 (11,76%) com dois membros ou mais comprometidos. (Figura 14).

Figura 14- Distribuição do número de hemofílicos portadores de artropatia de acordo com número de articulações afetadas.

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O tipo sanguíneo prevalente foi O + (52 pessoas, 29%), seguido pelo A+

(40 pessoas, 22%), B+ (13 pessoas, 7%), O- (4 pessoas, 2%), AB+ (3 pessoas, 2%)

e A- e B- (1 pessoa cada, 1%), sendo que 66 (37%) pessoas não informaram o tipo

sanguíneo (figura 15).

Figura 15- Distribuição dos hemofílicos A e B de acordo com o tipo sanguíneo

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Não Informado

O +

A +

B +

O -

AB +

B -

A -

Tipo Sanguíneo

0

1%

2%

2%

7%

22%

29%

37%

A figura 16 mostra a distribuição dos hemofílicos A e B de acordo com a

presença ou não de inibidor. Observa-se que em 153 ( 85%) indivíduos não

apresentaram inibidor contra fator VIII ou IX, sendo presente em 23 (12,77%)

inibidores contra fator VIII, sendo todos estes hemofílicos do tipo A, e 4 (2,22%) não

informados.

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Figura 16- Distribuição dos hemofílicos A e B quanto a presença de inibidor.

0 50 100 150 200

INIBIDOR

Pesquisa de inibidor

NÃO INF NEGATIVO PRESENTE

Dentro os 23 positivos para a presença de inibidor, 3 (13%) possuem

hemofilia do tipo leve, sendo o grau de resposta do inibidor baixa (≤ 5UB), 4

(17,39%) possuem hemofilia do tipo moderada, sendo 2 deles com grau de resposta

baixa (≤ 5UB) e 2 com grau de resposta alta (>5 UB), e 16 (69,56%) com hemofilia

do tipo grave, sendo 9 com grau de resposta baixa (≤ 5UB) e 7 com grau de

resposta do inibidor alta (>5UB) (figura 17).

Figura 17 – Distribuição dos hemofílicos com inibidor de acordo com a classificação da doença (Leve, moderada e grave) e grau de resposta do inibidor (baixa -≤5 UB e alta ->5UB).

0

5

10

BAIXA ALTA BAIXA ALTABAIXA

ALTA

3

02 2

9

7

LEVE MODERADA GRAVE

Atividade dos Inibidores

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A taxa de prevalência dos marcadores sorológicos para as doenças

hemotransmissíveis pesquisadas estão na tabela 2.

Tabela 2 – Distribuição dos resultados sorológicos dos anticorpos contra o vírus da

Hepatite B e C de pacientes hemofílicos A e B em número absoluto.

HBV HCV

Hemofílico

A

Hemofílico

B

Hemofílico

A

Hemofílico

B

Não Reagente 118 16 111 16

Reagente 2 _ 10 _

Indeterminado 1 _ _ _

Não informado 40 3 40 3

Total 161 19 161 19

Foi verificado que grande parte dos hemofílicos 77,78 % não foi informado

a imunização contra hepatite A e B e que apenas 6,66% foi imunizado contra

hepatite A e B. (Tabela 3).

Tabela 3 –Distribuição dos hemofílicos A e B de acordo com a imunização para

Hepatite A e B.

HEPATITE A HEPATITE B

Não informados 140 140

Vacinado A/B 12 12

Não vacinados 08 08

Vacinados Hep A 01 00

Vacinados Hep B 00 19

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A coexistência de infecções virais foi estudada em 13 indivíduos que se

apresentaram positivos para a hepatite B (3,23%) e C (7,54%), sendo então

detectada a associação HBV e HCV em 2 (15%) indivíduos, HCV e HIV em 1 (8%)

individuo (figura 18).

Figura 18 – Distribuição dos hemofílicos de acordo com a soro-positividade de infecções virais hemotransmissíveis concomitante.

23%

54%

15%

8%

Infecção viral entre os hemofílicos

HBV

HCV

HBV+HCV

HCV+HIV

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43

5 DISCUSSÃO

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde em 2015, a

prevalência de hemofílicos A e B nos diferentes grupos étnicos é de

aproximadamente 1:5.000-10.000 (responsável por 75% a 80% dos casos) e

1:30.000 a 40.000 (20% a 25% dos casos) nascimentos masculinos,

respectivamente. Além disso, dados de 2012 da Federação Mundial de Hemofilia

apontam que o Brasil tem 10.923 hemofílicos dos quais 9.122 são hemofílicos A e

1.801 são hemofílicos B.

De acordo com os resultados obtidos neste estudo, observou-se que entre

os 180 indivíduos participantes, houve predomínio de pardos (42%), brancos (37%)

e negros (14%), sendo estes classificados como hemofílicos do tipo A em 161 casos.

Tais resultados reafirmam o predomínio da hemofilia A, bem como a sua baixa

frequência em indivíduos negros. (BRASIL, 2014; BOWEN, 2002).

A hemofilia pode ser classificada de acordo com a diferença no fator da

cascata de coagulação que se encontra deficiente no paciente, destacando-se então

as hemofilias A clássica (deficiência do fator VIII) e a hemofilia B (déficit de fator IX).

As mesmas ainda podem ser subclassificadas quanto ao grau de severidade da

doença (leve, moderada e grave), bem como a presença ou não do fator inibitório

(anticorpos autorreativos) contra os fatores administrados no tratamento.

A atividade plasmática de níveis menores que 1% é relacionada aos

sintomas hemorrágicos graves, de 1 a 5% com os moderados e acima de 5% com

os leves. Neste estudo, observou-se a prevalência da hemofilia do tipo leve nos

hemofílicos A e grave nos hemofílicos B, inferindo-se então, que sendo a hemofilia A,

mais comum, os casos aparentaram ser menos severos. Já os hemofílicos B, casos

mais raros, a mesma se demonstrou em um grau mais severo da doença. Outro fato

importante relaciona-se com o dos hemofílicos graves procurarem mais comumente

os serviços médicos comparando-se os hemofílicos na forma leve, sendo ainda

esses últimos subnotificados devido poucas exposições a situações hemorrágicas

graves e de só procurarem serviço médico quando sofrem lesões graves ou

submetem-se a cirurgias (BOLTON, 2003).

Nos hemofílicos do tipo A prevaleceu a faixa etária de 20 a 30 anos (46

indivíduos,28,57%) e entre os hemofílico do tipo B, prevaleceu a faixa etária de 10 a

20 anos (6 indivíduos, 31,57%),nesse estudo constatou-se que as idades entre 20 a

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30 anos (46 indivíduos) tiveram predomínio sobre as demais, sendo cerca de 5,1 mil

indivíduos do sexo masculino residentes no Piauí para cada 1 hemofílico na mesma

faixa etária, com predomínio do tipo sanguíneo O+, por se tratar do grupo sanguíneo

mais predominante em nosso estado. Esta faixa etária se distancia do número de

hemofílicos acima de 50 anos (BRASIL, 2014; WONG et al., 2011), podendo-se

então, inferir que tal diferença possa estar ligada a condições que os mesmos são

expostos ao longo de sua vida.

Ao distribuir os hemofílicos atendidos no HEMOPI, observou-se que a

macro-região Meio-Norte do Piauí apresentou predomínio de casos (101 indivíduos),

sendo estes oriundos dos municípios de Teresina (68), por ser a capital do estado e

ser a cidade mais populosa do Piauí (BRASIL, 2014).

Os primeiros relatos sobre o uso profilático do plasma humano normal em

pacientes hemofílicos foram publicados na década de 1940 por Johnson (1942) e

Alexander e Landwehr (1948). O sucesso do tratamento da hemofilia é gerado por

critérios clínicos estabelecidos e fundamentados de maneira clara e objetivo com o

uso de concentrado de fator de coagulação. Países em desenvolvimento, dos quais

pertencem cerca de 80% dos portadores de hemofilia, têm feito grandes esforços

para padronizar o cuidado com a saúde dessa população e possibilitar uma melhor

qualidade de vida a esses pacientes. (ROCINO et al., 2014; JOHNSON, 1942;

ALEXANDER, 1948).

Os fatores ausentes podem ser administrados via intravenosa a partir de

plasma fresco ou por preparações de concentrados de fator VIII e IX. Entretanto,

estes pacientes com um inibidor exigem maiores cuidados, porque há menos opções

de reposição de fator e tratamento médico, sendo esse muitas vezes mais complexo.

O tratamento para o paciente com inibidor pode incluir o uso de drogas inibidoras

tornando mais caros ou indução de tolerância (ITI) terapia imune, que requer a

infusão frequente de doses elevadas de produtos de fator. O acesso venoso pode

tornar-se difícil e pode exigir o uso de dispositivos de acesso venoso, fistulas

anteriovenosas, ou ambos. (SOUCIE, 2014).

O modelo ideal para o tratamento dos hemofílicos baseia-se na

administração de forma acompanhada dos fatores, não havendo sub ou

hiperdosagem, resultando na piora do quadro do paciente. Assim 55,56% dos

indivíduos estudados apresentaram tratamento domiciliar, desta maneira, o paciente

não precisa se deslocar ao Centro de Hematologia e Hemoterapia (HEMOPI) cada

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45

vez que precisar receber a infusão, o que dá mais a autonomia e independência à

pessoa com hemofilia e seus familiares. Todo paciente tem direito de levar para casa

uma determinada quantidade de doses domiciliares (DD), que dependem da

gravidade da hemofilia, mas todos podem e devem realizar o tratamento em seu

domicilio sugerindo-se um melhor acompanhamento dos casos, principalmente

devido a grande presença de hemofílicos graves (65 casos-36%), mesmo havendo

predomínio de casos leves.

As manifestações hemorrágicas têm início na infância ainda quando a

criança começa a engatinhar, surgem as equimoses pós-traumáticas e quando

começa a andar, têm-se início as hemorragias intra-articulares e os hematomas

musculares. Nas formas leves de hemofilia, os sangramentos ocorrem apenas após

traumas ou intervenções cirúrgicas. Já os pacientes com hemofilia grave apresentam

manifestações hemorrágicas repetidas, em média de duas a quatro vezes por mês.

(BRASIL, 2014; KURNIK et al., 2014; DERWANG et al., 2015).

As hemartroses ou sangramentos intra-articulares são as manifestações

mais comuns da hemofilia, sendo que elas geralmente são espontâneas e

precedidas por um período de desconforto que pode durar algumas horas. As

articulações mais acometidas são os joelhos, os cotovelos e os tornozelos, o que

pode ser explicado pela existência de maior quantidade de membrana sinovial

nesses locais e por serem as articulações mais exigidas em suportar o peso corporal

ou as mais envolvidas nas atividades diárias. (HILBERG et al., 2012; BENAJIBA et

al., 2014).

Deste modo, 17 (9,44%) dos indivíduos apresentaram algum tipo de

comprometimento articular, sendo 15 (88,23%) com uma articulação comprometida e

apenas 2 (11,76%) deste local com mais de uma articulação comprometida. Sendo

que 90% dos pacientes não apresentaram comprometimento articular. Este valor

demonstra um menor número de complicações geradas pela doença que

corresponde também à maioria dos hemofílicos de grau leve deste estudo.

Embora os fatores genéticos, tais como a mutações genéticas dos genes

FVIII, FIX e certos polimorfismos de genes do sistema imune, sejam conhecidos por

influenciar o risco de desenvolvimento de um inibidor, fatores ambientais e de

tratamento podem também desempenhar um papel importante. Observou-se inibidor

em 23 pacientes, sendo todos eles hemofílicos A e, em sua maioria, de grau grave

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(16 indivíduos), seguido de moderada (4 indivíduos) e leve (3 indivíduos). (POON et

al., 2012).

Dos hemofílicos A e B, 23 indivíduos foram positivos para inibidor, 14

foram classificados como de baixa resposta e 9 de alta resposta. Inibidores que

resultam de uma resposta imune muito forte, chamados inibidores de alta resposta,

necessitam de uma alteração no produto injetável e no regime de tratamento,

enquanto que os inibidores de baixa resposta podem ser ultrapassados por aumento

da dose de fator VIII. Em alguns casos, os inibidores de baixa resposta podem ser

transitórios e desaparecem sem alteração do tratamento.

Mesmo com os avanços das técnicas de diagnóstico laboratorial para

infecções transmitidas pelo sangue, os hemofílicos ainda são enquadrados em um

grupo de risco devido então à exposição a fatores de coagulação obtidos de

crioprecipitados pós-transfusões. Estas infecções podem estar relacionadas aos

vírus da Hepatite B e C, HIV (imunodeficiência humana), dentre outros.

A imunização contra hepatite A e B foi verificada em apenas 12 dos 180

hemofílicos estudados, sendo 140 hemofílicos não informados no prontuário. Os

hemofílicos representam um grupo de risco para contaminações com vírus da

hepatite A e B, visto que podem ser contaminados através da exposição a fatores de

coagulação obtidos de crioprecipitados pós-transfusões. É de extrema importância

que um maior número possível deste paciente seja imunizado para evitar

contaminações com este vírus.

Hoje, no mundo estima-se que existam cerca de 170 milhões de pessoas

infectadas com o vírus da hepatite C e 38 milhões pelo vírus de HIV; No Brasil

existem 3 milhões de infectados pelo HCV e 600 mil portadores de HIV, ocorrendo

ainda centenas de casos de infecções por hepatite B em todo o mundo. A

Federação Mundial de Hemofilia (WFH) mostrou que 8% dos hemofílicos

apresentavam HIV e 36% com HCV, em 2003. Neste sentido, torna-se necessário

traçar o perfil sorológico dos hemofílicos infectados, pois a sua identificação torna-se

imprescindível para a melhora no tratamento e controle de novos casos (YEE et al.,

2005; WFH, ORG, 2014).

A hepatite C é a principal comorbidade decorrente do tratamento da

hemofilia em prevalência, O cadastro de portadores de Coagulopatias hereditárias

do Brasil revelou em 2014 que, dos 9.616 hemofílicos A e dos 1.881 hemofílicos B

com sorologia conhecida para hepatite C e HIV, apresentaram 4,06%HA, 4,63% HB,

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1,14%HA e 1,12%HB apresentavam positividade para HCV e HIV respectivamente.

No Piauí dos 180 hemofílicos 6,66% e 0,55% apresentam HCV e HIV positivos

respectivamente, sendo todos hemofílicos tipos A. Tais resultados ainda mostram a

importância de se ter o perfil sorológico destes indivíduos, por se tratar de um grupo

de maior risco.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os dados da pesquisa, os 180 hemofílicos estudados e

atendidos no sistema ambulatorial do Centro de Hematologia e Hemoterapia do

Piauí se caracterizam por serem de cor parda (42 %), do sexo masculino (100 %),

residentes em sua maioria na macro-região Meio-Norte do Estado (56%), do tipo

sanguíneo O+ (29 %). Um total de 89,44% possui classificação da doença hemofílica

A, com faixa etária predominante entre 20 e 30 anos (28,57%), sendo que destes, 53

% são classificados como leves. O hemofílicos B representaram 10,66% do total de

pacientes, com faixa etária predominante entre 10 e 20 anos (31,57%). Cerca de 100

hemofílicos (55,56%) recebem tratamento em casa.

Apenas 17 (9,44%) apresentaram algum tipo de comprometimento

articular. A presença de inibidor foi confirmada em 23 pacientes, sendo todos

hemofílicos A, com predomínio do grau de resposta do inibidor baixa (≤ 5 UB) em

60,87% dos casos, e alta (>5UB) em 39,13% dos casos. Apenas um indivíduo

apresentou co-infecção viral pelo HIV e HCV e 2 indivíduos apresentaram para HBV

e HCV. Foi verificado que grande parte dos hemofílicos 77,78 % não foi informado a

imunização contra hepatite A e B e foi verificada que em 44 (24,44%) dos 180

hemofílicos foi imunizado para hepatite A e B.

Os dados apresentados neste estudo caracterizam a população de

hemofílicos tratados no principal serviço de diagnóstico e tratamento de hemofílicos

no estado do Piauí. Tais informações buscam promover e incentivar a valorização

dos hemofílicos e auxiliar no controle e acompanhamento destes pacientes,

resultando numa melhora do serviço prestado.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Você está sendo convidado pela Farmacêutica Maria de Fátima lemos do Monte como participante de uma pesquisa. Você não deve participar contra a sua vontade. Leia atentamente as informações abaixo e faça qualquer pergunta que desejar, para que todos os procedimentos desta pesquisa sejam esclarecidos. Estamos realizando um estudo com o objetivo de verificar o perfil clínico e epidemiológico de pacientes hemofílicos atendidos no centro de hematologia e hemoterapia do Piauí-HEMOPI. Neste sentido, gostaria de convidar o (a) Sr. (a) para participar da pesquisa onde será acompanhado (a) através de entrevista e responderá algumas perguntas sobre o tratamento realizado e sobre sua qualidade de vida. As informações individuais levantadas pela pesquisa são confidenciais. Os resultados obtidos serão agrupados e expressos através de resultados qualitativos e quantitativos, sem qualquer referência a elementos que possam identificar as pessoas que participaram do estudo. Mesmo tendo assinado esse documento, o (a) Sr. (a) poderá retirar-se da pesquisa, em qualquer momento e por qualquer motivo, sem que isso lhe traga qualquer prejuízo, basta comunicar a decisão à coordenação do projeto. Informo que o (a) Sr. (a) não receberá nenhuma remuneração e não terá qualquer despesa financeira para participar do projeto de pesquisa. Os profissionais responsáveis pelo estudo estão à disposição para o esclarecimento de qualquer dúvida sobre este estudo. Endereço da responsável pela pesquisa:

Nome: Maria de Fátima Lemos do Monte Instituição: HEMOPI Endereço: R 1 DE MAIO, S/N - CENTRO, TERESINA –PI (CEP-64.600) Telefones para contato: (86)99900-1407(86)98826-2775

ATENÇÃO: Se você tiver alguma consideração ou dúvida, sobre a sua participação na pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da UFC – Rua Coronel Nunes de Melo, 1000 - Rodolfo Teófilo, fone: (85)3366-8344.

O abaixo assinado ____________________________anos, RG: ________. Declara que é de livre e espontânea vontade que está participando como voluntário da pesquisa. Eu declaro que li cuidadosamente este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e que, após sua leitura, tive a oportunidade de fazer perguntas sobre o seu conteúdo, como também sobre a pesquisa, e recebi explicações que responderam por completo minhas dúvidas. E declaro, ainda, estar recebendo uma via assinada deste termo. Teresina, ____/____/___ Nome do participante da pesquisa Data Assinatura Nome do pesquisador Data Assinatura Nome da testemunha Data Assinatura (Se o voluntário não souber ler) Nome do profissional Data Assinatura Que aplicou o TCLE

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APÊNDICE B -FORMULÁRIO DE PESQUISA

PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES HEMOFÍCOS

ATENDIDOS NO CENTRO DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA DO PIAUÍ –

HEMOPI

Ingresso de Paciente

Nome: _________________________________________________________

Código: _____________________ Idade: _______________

Etnia: ____________ Cidade: ________________ Estado: ____________

Diagnóstico: Hemofilia A ( ) Hemofilia B ( )

Classificação clínica: Leve ( ) Moderada ( ) Grave ( )

Dosagem de fator: Fator VIII ________ (U/dl) Fator IX________ (U/dl)

Dosagem de Inibidor: _______ (UB) TTPa: _____ seg. Relação: _______

Tipo sanguíneo: _______ Dose Domiciliar: Sim ( ) Não ( )

Articulações comprometidas: 1 2 3 4 5 6 mais

AVALIAÇÕES LABORATORIAIS

HIV I e II: Positivo ( ) Negativo ( ) Não realizado ( ) Não informado ( )

Hepatite B:

HBV - Positivo ( ) Negativo ( ) Não realizado ( ) Não informado ( )

Hepatite C:

HCV- Positivo ( ) Negativo ( ) Não realizado ( ) Não informado ( )

Imunização anti Hepatite A:

Positivo ( ) Negativo ( ) Não realizado ( ) Não informado ( )

Imunização anti Hepatite B:

Positivo ( ) Negativo ( ) Não realizado ( ) Não informado ( )

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APÊNDICE C -RESULTADOS DOS ESTUDOS DE COAGULAÇÃO

FATOR VIII %

atividade

FATOR IX %atividade

TTPa T/ seg.

TTPa Relação

INIBIDOR U Bethesda

13 80 61,9 1,95 0,00 15 80 70 2,50 0,00 1 80 88 2,72 0,7 0 88 93 1,20 0,00 30 90 34 1,40 0,00 16 100 33 1,39 0,6 2 100 65 1,88 12,8 0 70 66 2,30 0,00 1 100 65 2,30 0,59 5 70 38 1,40 0,00 0 90 50 2,05 0,00 0 80 48 2,03 0,00 25 90 33 1,39 0,00 17 100 40 1,40 0,00 5 100 33 1,39 0,00 6 90 34 1,40 0,00

H 1 80 123,2 3,97 12,8 E 5 100 35 1,39 0,00 M 2 110 75 2,33 0,00 O 0 100 74,1 2,20 0,00 F 0 100 72 2,18 1,6 I 23 90 51,5 1,54 0,00 L 0 80 120 4,20 0,00 I 2 100 47 2,02 0,00 A 5 90 55 2,10 0,00 6 100 70 2,50 0,00

A 5 100 58 2,12 0,00 0 80 110 3,80 0,00 8 95 62 2,13 0,00 5 120 38 1,40 0,00 5 110 35 1,41 0,00 0 110 98 3,30 0,32 0 90 70 2,50 0,00 0 120 57,8 1,77 0,00 0 110 120 4,20 12,8 0 80 120 4,20 0,00 5 100 83 2,69 0,00 0 130 120 4,20 0,00 5 120 51 2,14 0,00 0 140 120 4,20 0,00

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5 120 85,9 2,66 0,00 0 150 86,6 2,53 8,00 0 140 129,5 3,92 12,8 1 130 108,7 3,24 0,00 25 150 43 1,51 0,06 25 140 38 1,40 0,00 0 130 98 3,30 0,00 0 130 70,8 2,50 0,00 0 130 53 2,10 0,00 5 140 57 2,15 0,00 0 130 62 2,13 0,00 5 140 36 1,38 0,00 34 100 45 1,49 0,00 1 140 97 3,28 0,00 0 150 120 4,20 0,00 8 148 52 2,11 0,00 10 135 39 1,41 0,00 12 128 34 1,40 0,00 0 150 53 2,10 0,00 0 148 97,5 3,20 0,64 10 140 42 1,40 0,00 8 96 53 2,10 0,00

H 0 130 129 4,18 0,00 E 0 150 75,3 2,20 0,00 M 0 150 93 3,18 0,00 O 15 143 58 2,15 0,00 F 20 130 57,3 2,10 0,00 I 9 143 42 1,40 0,00 L 25 130 38 1,41 0,00 I 18 160 46 1,54 0,00 A 0 150 98 3,10 0,00 30 170 43 1,42 0,00

A 34 153 95 3,13 0,00 0 153 110 3,20 3,20 0 162 65 2,14 0,00 18 151 48 1,52 0,00 20 150 35 1,53 0,00 25 142 57 2,12 0,00 0 160 41 1,52 0,00 6 155 42 1,49 0,00 0 160 97 3,14 0,00 7 140 53 2,10 0,00 0 160 95 3,15 0,00 10 120 48 1,52 0,00 8 160 67,1 2,15 0,00 6 147 62 2,10 0,00 7 120 63 2,11 0,00

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12 140 55 2,18 0,00 14 150 83 2,73 0,00 7 120 107 3,93 0,00 8 95 67 2,20 0,00 20 140 85 2,80 0,00 17 153 85 2,81 0,00 7 148 53 2,10 0,00 9 160 83 2,77 0,00 6 148 50,5 1,54 0,00 6 140 65 2,12 0,00 11 120 86 2,83 0,00 8 130 82 2,77 0,00 18 160 66 2,19 0,00 9 153 87 2,70 0,00 10 120 65 2,12 0,00 7 72 56 2,19 0,00 10 140 86 2,83 0,00 0 160 102 3,80 51,2

H 0 148 95 3,15 0,00 E 12 153 86 2,83 0,00 M 0 148 72 2,77 0,00 O 8 147 58 1,73 0,20 F 0 165 102 3,80 0,00 I 0 64 76 2,19 0,00 L 9 145 102 3,80 0,00 I 8 118 86 2,83 0,00 A 9 140 70,7 2,50 0,00 12 150 89 2,90 0,00

A 18 143 90 3,20 0,00 11 79 55 2,17 0,00 9 120 83 2,78 0,00 8 120 90 3,20 0,00 0 148 76 2,19 0,00 0 160 108 3,90 0,40 12 160 55 2,17 0,00 0 124 115,8 3,50 6,40 0 83 122 4,20 0,00 12 150 87 3,15 0,00 18 140 109 3,90 0,00 0 89 77,3 2,20 0,00 8 118 95 3,22 0,00 32 130 101 3,81 0,00 0 160 102,5 3,06 12,8 0 140 92,6 2,76 0,00 0 160 67,1 2,08 0,00 0 130 88 2,90 0,00

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18 160 72 2,20 0,00 21 134 49,1 1,49 0,00 14 155 83 2,78 0,00 0 153 83 2,77 0,00 27 145 88 2,90 0,00 25 142 45 1,40 0,00 0 132 35,1 1,09 1,60

H 0 135 57 1,49 0,00 E 0 140 50,5 1,51 3,20 M 27 140 98 3,15 0,00 O 12 155 82 2,75 0,00 F 0 148 51 1,40 1,60 I 6 98 86 2,76 0,00 L 0 92 99,1 2,96 8,20 I 9 143 39 1,50 0,00 A 35 149 38 1,49 0,00 19 160 32 1,47 0,00

A 10 152 41 1,54 0,00 8 135 38 1,49 0,00 23 127 42 1,54 0,00 31 123 39 1,50 0,00 32 142 83 2,76 0,00 27 125 97 3,23 0,00 20 103 39 1,50 0,00 20 118 43 1,53 0,00 0 145 68,6 2,10 0,00 13 140 42 1,54 0,00 0 120 69,5 2,12 0,60

80 35 55 1,40 0,00 110 5 98 3,15 0,00

H 100 0 35 1,53 0,00 E 99 0 93 3,12 0,00 M 148 30 55 1,42 0,00 O 148 0 95 3,10 0,00 F 146 5 42 1,60 0,00 I 140 1 93 3,12 0,00 L 150 5 42 1,51 0,00 I 150 0 88,4 2,90 0,00 A 140 0 91,4 3,20 0,00 120 0 107 3,82 0,00

B 150 5 88 3,10 0,00 120 18 86 3,09 0,00 96 5 89 3,11 0,00 120 0 97 3,12 0,00 124 0 120 4,23* 0,00 120 0 53 2,09 0,00 138 0 140,4 4,70 0,00

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61

APÊNDICE D - NÚMERO DE HABITANTES POR MUNICÍPIO DO ESTADO DO

PIAUÍ DE ACORDO COM A FAIXA ETÁRIA MACRO REGIÃO LITORAL

PARNAÍBA LUZILÂNDIA

MURICI DOS PORTELAS

0-4 5.640 Pessoas 1.170 Pessoas 459 Pessoas

10 A 14 6.935 Pessoas 1.239 Pessoas 464 Pessoas

15-19 6.737 Pessoas 1.332 Pessoas 463 Pessoas

20-24 7.045 Pessoas 1.242 Pessoas 441 Pessoas

25-29 6.314 Pessoas 1.069 Pessoas 368 Pessoas

30-39 10.680 Pessoas 1.551 Pessoas 602 Pessoas

40-49 8.190 Pessoas 1.165 Pessoas 414 Pessoas

5 A 9 6.083 Pessoas 1.177 Pessoas 497 Pessoas

50-59 5.391 Pessoas 1.021 Pessoas 310 Pessoas

60 - 69 3.597 Pessoas 737 Pessoas 239 Pessoas

> 70 3.115 Pessoas 702 Pessoas 165 Pessoas

MACRO REGIÃO MEIO-NORTE

TERESINA

CASTELO DO PIAUÍ

PIRIPIRI

NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS

0-4 29.928 Pessoas 777 Pessoas 2.231 Pessoas 425 Pessoas

10 A 14 35.778 Pessoas

1.045 Pessoas 3.231 Pessoas 438 Pessoas

15-19 36.238 Pessoas 921 Pessoas 3.077 Pessoas 432 Pessoas

20-24 41.714 Pessoas 770 Pessoas 2.792 Pessoas 432 Pessoas

25-29 38.920 Pessoas 672 Pessoas 2.440 Pessoas 353 Pessoas

30-39 61.419 Pessoas 1.141 Pessoas 4.158 Pessoas 497 Pessoas

40-49 45.114 Pessoas 923 Pessoas 3.355 Pessoas 401 Pessoas

5 A 9 30.925 Pessoas 863 Pessoas 2.622 Pessoas 437 Pessoas

50-59 31.662 Pessoas 731 Pessoas 2.628 Pessoas 295 Pessoas

60 - 69 17.197 Pessoas

558 Pessoas 1.858 Pessoas 212 Pessoas

> 70 11.718 Pessoas 581 Pessoas 1.746 Pessoas 156 Pessoas

UNIÃO ESPERANTINA PORTO ALTOS

0-4 1.985 Pessoas 1.585 Pessoas 667 Pessoas 1.665 Pessoas

10 A 14 2.385 Pessoas

1.905 Pessoas 756 Pessoas 2.013 Pessoas

15-19 2.192 Pessoas 1.893 Pessoas 727 Pessoas 1.865 Pessoas

20-24 2.108 Pessoas 2.079 Pessoas 659 Pessoas 1.922 Pessoas

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62

COIVARAS PIRACURUCA BOQUEIRÃO DO PIAUÍ

CAMPO MAIOR

0-4 165 Pessoas 975 Pessoas 266 Pessoas 1.489 Pessoas

10 A 14 199 Pessoas 1.501 Pessoas 299 Pessoas 2.046 Pessoas

15-19 189 Pessoas 1.537 Pessoas 301 Pessoas 2.012 Pessoas

20-24 164 Pessoas 1.273 Pessoas 272 Pessoas 2.089 Pessoas

25-29 170 Pessoas 1.158 Pessoas 271 Pessoas 1.922 Pessoas

30-39 280 Pessoas 1.890 Pessoas 389 Pessoas 3.328 Pessoas

40-49 228 Pessoas 1.511 Pessoas 298 Pessoas 2.603 Pessoas

5 A 9 172 Pessoas 1.176 Pessoas 276 Pessoas 1.725 Pessoas

50-59 159 Pessoas 1.048 Pessoas 261 Pessoas 1.927 Pessoas

60 - 69 124 Pessoas 841 Pessoas 233 Pessoas 1.296 Pessoas

> 70 120 Pessoas 718 Pessoas 213 Pessoas 1.344 Pessoas

MADEIRO DEMEVAL LOBÃO PEDRO II

0-4 365 Pessoas 544 Pessoas 1.561 Pessoas

10 A 14 472 Pessoas 656 Pessoas 2.224 Pessoas

15-19 491 Pessoas 615 Pessoas 2.098 Pessoas

20-24 429 Pessoas 642 Pessoas 1.434 Pessoas

25-29 349 Pessoas 597 Pessoas 1.274 Pessoas

30-39 483 Pessoas 950 Pessoas 2.265 Pessoas

40-49 389 Pessoas 640 Pessoas 1.918 Pessoas

25-29 1.889 Pessoas 1.750 Pessoas 431 Pessoas 1.652 Pessoas

30-39 2.790 Pessoas 2.573 Pessoas 717 Pessoas 2.628 Pessoas

40-49 2.112 Pessoas 1.894 Pessoas 505 Pessoas 2.054 Pessoas

5 A 9 2.103 Pessoas 1.729 Pessoas 683 Pessoas 1.654 Pessoas

50-59 1.573 Pessoas 1.413 Pessoas 387 Pessoas 1.555 Pessoas

60 - 69 1.145 Pessoas 1.040 Pessoas 266 Pessoas 1.231 Pessoas

> 70 1.122 Pessoas 915 Pessoas 211 Pessoas 877 Pessoas

PALMEIRAS

ANGICAL DO PIAUÍ

ÁGUA BRANCA REGENERAÇÃO

0-4 613 Pessoas 223 Pessoas 669 Pessoas 777 Pessoas

10 A 14 690 Pessoas 336 Pessoas 850 Pessoas 887 Pessoas

15-19 674 Pessoas 335 Pessoas 702 Pessoas 893 Pessoas

20-24 656 Pessoas 235 Pessoas 659 Pessoas 801 Pessoas

25-29 544 Pessoas 208 Pessoas 649 Pessoas 723 Pessoas

30-39 831 Pessoas 382 Pessoas 1.126 Pessoas 1.087 Pessoas

40-49 677 Pessoas 415 Pessoas 861 Pessoas 924 Pessoas

5 A 9 696 Pessoas 306 Pessoas 726 Pessoas 799 Pessoas

50-59 555 Pessoas 344 Pessoas 627 Pessoas 702 Pessoas

60 - 69 435 Pessoas 247 Pessoas 458 Pessoas 469 Pessoas

> 70 410 Pessoas 205 Pessoas 478 Pessoas 528 Pessoas

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63

5 A 9 445 Pessoas 559 Pessoas 1.902 Pessoas

50-59 260 Pessoas 518 Pessoas 1.616 Pessoas

60 - 69 178 Pessoas 392 Pessoas 1.068 Pessoas

> 70 183 Pessoas 364 Pessoas 1.083 Pessoas

MACRO REGIÃO SEMI-ÁRIDO

PIO IX SIMÕES FLORIANO MARCOLÂNDIA

0 -4 741 Pessoas 731 Pessoas 2.085 Pessoas 409 Pessoas

10 A 14 959 Pessoas 845 Pessoas 2.642 Pessoas 431 Pessoas

15 – 19 958 Pessoas 711 Pessoas 2.744 Pessoas 402 Pessoas

20 -24 833 Pessoas 613 Pessoas 2.807 Pessoas 394 Pessoas

25 -29 673 Pessoas 545 Pessoas 2.603 Pessoas 310 Pessoas

30 -39 1.209 Pessoas 1.000 Pessoas 4.145 Pessoas 517 Pessoas

40 – 49 1.089 Pessoas 729 Pessoas 3.161 Pessoas 424 Pessoas

5 A 9 840 Pessoas 777 Pessoas 2.345 Pessoas 373 Pessoas

50 -59 659 Pessoas 472 Pessoas 2.137 Pessoas 264 Pessoas

60 -69 449 Pessoas 357 Pessoas 1.393 Pessoas 184 Pessoas

>70 409 Pessoas 298 Pessoas 1.248 Pessoas 159 Pessoas

BENEDITINOS

SÃO MIGUEL DO TAPUIO

JAICÓS

0 -4 398 Pessoas 701 Pessoas 727 Pessoas

10 A 14 469 Pessoas 1.001 Pessoas 954 Pessoas

15 – 19 505 Pessoas 980 Pessoas 871 Pessoas

20 -24 481 Pessoas 817 Pessoas 808 Pessoas

25 -29 453 Pessoas 693 Pessoas 707 Pessoas

30 -39 656 Pessoas 1.185 Pessoas 1.209 Pessoas

40 – 49 515 Pessoas 1.013 Pessoas 942 Pessoas

5 A 9 437 Pessoas 941 Pessoas 879 Pessoas

50 -59 471 Pessoas 766 Pessoas 698 Pessoas

60 -69 360 Pessoas 568 Pessoas 529 Pessoas

>70 270 Pessoas 554 Pessoas 476 Pessoas

MACRO REGIÃO CERRADOS

BOM JESUS GILBUÉS

FLORES DO PIAUÍ

SANTANA DO PIAUÍ

0-4 1.064 Pessoas 508 Pessoas 200 Pessoas 175 Pessoas

10 A 14

1.149 Pessoas 641 Pessoas 233 Pessoas 212 Pessoas

15-19 1.090 Pessoas 608 Pessoas 193 Pessoas 192 Pessoas

20-24 1.251 Pessoas 488 Pessoas 198 Pessoas 227 Pessoas

25-29 1.191 Pessoas 435 Pessoas 193 Pessoas 207 Pessoas

30-39 1.717 Pessoas 642 Pessoas 295 Pessoas 373 Pessoas

40-49 1.094 Pessoas 485 Pessoas 226 Pessoas 302 Pessoas

5 A 9 1.133 Pessoas 529 Pessoas 202 Pessoas 194 Pessoas

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64

CANAVIEIRA

MIGUEL LEÃO

PICOS

ELISEU MARTINS

0-4 174 Pessoas 66 Pessoas 2.651 Pessoas 202 Pessoas

10 A 14 240 Pessoas 74 Pessoas 3.327 Pessoas 230 Pessoas

15-19 188 Pessoas 66 Pessoas 3.435 Pessoas 238 Pessoas

20-24 167 Pessoas 62 Pessoas 3.521 Pessoas 194 Pessoas

25-29 166 Pessoas 50 Pessoas 3.241 Pessoas 205 Pessoas

30-39 276 Pessoas 84 Pessoas 5.610 Pessoas 361 Pessoas

40-49 216 Pessoas 60 Pessoas 4.469 Pessoas 225 Pessoas

5 A 9 211 Pessoas 70 Pessoas 2.842 Pessoas 223 Pessoas

50-59 170 Pessoas 54 Pessoas 2.841 Pessoas 238 Pessoas

60 - 69 103 Pessoas 33 Pessoas 1.750 Pessoas 126 Pessoas

> 70 118 Pessoas 38 Pessoas 1.374 Pessoas 161 Pessoas

SÃO RAIMUNDO NONATO

COLÔNIA DO PIAUÍ

0-4 1.468 Pessoas 286 Pessoas

10 A 14 1.601 Pessoas 438 Pessoas

15-19 1.544 Pessoas 397 Pessoas

20-24 1.469 Pessoas 377 Pessoas

25-29 1.469 Pessoas 303 Pessoas

30-39 2.412 Pessoas 346 Pessoas

40-49 1.897 Pessoas 386 Pessoas

5 A 9 1.409 Pessoas 332 Pessoas

50-59 1.188 Pessoas 324 Pessoas

60 - 69 729 Pessoas 187 Pessoas

> 70 711 Pessoas 176 Pessoas

50-59 755 Pessoas 416 Pessoas 212 Pessoas 217 Pessoas

60 - 69 513 Pessoas 250 Pessoas 149 Pessoas 171 Pessoas

> 70 345 Pessoas 211 Pessoas 119 Pessoas 129 Pessoas

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65

ANEXO

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ANEXO A – PARECER DA PLATAFORMA BRASIL.

Título da Pesquisa: PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE

PACIENTES HEMOFÍLICOS ATENDIDOS NO CENTRO DE HEMATOLOGIA E

HEMOTERAPIA DO PIAUÍ - HEMOPI

Pesquisador: MARIA DE FATIMA LEMOS DO MONTE

CAAE: 51066515.4.0000.5054

Parecer: 1350199

Parecer: Fernando Antonio Frota bezerra