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Título: A semente que mudou o mundo

Autor Jani Amancio Costa Sumigawa

Escola de Atuação Col. Est. “Antônio de Moraes Barros”

Município da escola Londrina

Núcleo Regional de Educação NRE Londrina

Orientador Profª Drª Margarida Cássia Campos

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina

Disciplina/Área Geografia

Produção Didático-pedagógica Caderno Pedagógico

Relação Interdisciplinar

Público Alvo

Alunos do terceiro ano do Ensino Médio do Colégio “Antônio de

Moraes Barros”.

Localização

Rua Serra do Roncador, 574

Jardim Bandeirantes – Londrina- PR

Apresentação:

A temática selecionada para a proposição deste trabalho volta-se para o espaço rural, em especial a produção agrícola. Uma vez que esta abordagem mostra-se muito ampla, optou-se por concentrar a atenção na soja, como cultura que tem sido amplamente difundida em todas as regiões brasileiras. A intencionalidade desta proposta de intervenção busca compreender as transformações socioespaciais da cultura da soja no Norte do Paraná. A metodologia constará de levantamento histórico da soja, o cultivo desta leguminosa no Brasil, no Paraná e em Londrina; análise de textos informativos sobre as mudanças que a soja provocou no espaço rural; visita ao Centro Nacional de Pesquisa da Soja (CNPSo) e proposição de atividades diferenciadas para análise das transformações socioespaciais da cultura da soja no espaço geográfico do norte do Paraná. Assim, ao trabalhar com a soja em um contexto ampliado, espera-se abarcar as quatro dimensões propostas pelos conteúdos estruturantes centrais, quais sejam, a dimensão econômica; a dimensão política; a socioambiental e a cultural e demográfica. Espera-se contribuir para a formação de aportes teórico-práticos que subsidiem uma reflexão mais aprofundada sobre os reflexos da agricultura na produção do espaço geográfico e suas determinações para a sociedade que nele habita.

Palavras-chave Geografia; soja; impactos socioespaciais

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_______________________________________________________________

JANI AMANCIO COSTA SUMIGAWA

OS IMPACTOS SOCIOESPACIAIS DA CULTURA DA SOJA NO NORTE DO PARANÁ

LONDRINA

2011

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JANI AMANCIO COSTA SUMIGAWA

OS IMPACTOS SOCIOESPACIAIS DA CULTURA DA SOJA NO NORTE DO PARANÁ

Produção didático-pedagógica apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretaria Estadual de Educação do Paraná – SEED.

Orientadora: Dra. Margarida Cássia Campos

LONDRINA

2011

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A SEMENTE QUE MUDOU O BRASIL

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APRESENTAÇÃO

Este trabalho foi desenvolvido em atendimento ao Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, cujo objetivo consiste em proporcionar aos

professores da rede pública estadual subsídios teórico-metodológicos para o

desenvolvimento de ações educacionais sistematizadas, e que resultem em

redimensionamento de sua prática.

Neste estudo, optou-se por trabalhar as transformações sociopespaciais da

cultura da soja no Norte do Paraná.

Nesta abordagem, a ênfase é dada à apropriação do meio natural pela

sociedade, por meio das relações sociais e de trabalho, para a construção de

objetos técnicos que compõem as redes de produção e circulação de mercadorias,

pessoas, informações e capitais, o que tem causado uma intensa mudança na

construção do espaço.

Nestes termos, os estudos sobre aspectos culturais e demográficos do

espaço geográfico contribuem para a compreensão desse momento de intensa

circulação de informações, mercadorias, dinheiro, pessoas e modos de vida.

Um dos pontos mais discutidos nesta dimensão é a problemática do

êxodo rural, em parte desencadeada pela monocultura da soja, em especial no

Norte do Paraná, cuja mecanização foi responsável pela saída de um grande

contingente de pessoas do campo.

Assim, o estudo deste conteúdo estruturante tem como objetivo

compreender o espaço a partir das relações estabelecidas entre os territórios

institucionais e entre os territórios que a eles se sobrepõem como campos de forças

sociais e políticas. É importante entender as relações de poder que os envolvem e

de alguma forma os determinam.

Ao trabalhar com a soja em um contexto ampliado, espera-se desenvolver

uma reflexão mais aprofundada sobre os reflexos da agricultura na produção do

espaço geográfico e suas determinações para a sociedade que nele habita.

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ATIVIDADE I

CONTEÚDO: AGRICULTURA ONTEM E HOJE

AULAS PREVISTAS: quatro aulas

TÉCNICAS: leitura de imagens, vídeo, pesquisa,

RECURSOS: imagens variadas, datashow, TV Pendrive, clipe musical, texto informativo, mapas

ASSISTA AO VÍDEO: CIO DA TERRA

OBSERVE COM ATENÇÃO AS IMAGENS APRESENTADAS PARA RESPONDER

ÀS QUESTÕES PROPOSTAS:

SENE e MOREIRA, 2009, p. 75 SENE e MOREIRA, 2009, p. 77 www.historiaevida.blogspot.com SENE e MOREIRA, 2009, p. 75

www.agronegociooestedoparana.blogspot www.historianovestibular.blogspot.com

SENE e MOREIRA, 2009, p. 77 www.fiosdamemoria.blogspot.com

A) O QUE AS IMAGENS MOSTRAM? B) ORGANIZE AS IMAGENS EM DOIS GRUPOS: PRESENTE E PASSADO: C) EM GRUPOS, DISCUTA OS CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA FAZER A CLASSIFICAÇÃO: D) AGORA VERIFIQUE AS INFORMAÇÕES A SEGUIR: 1. Cultivo do tomate em Boqueirão - PB (2005) 2. Máquinas agrícolas em campo de soja – Mato Grosso (2007) 3. Homem do período paleolítico – nômades 4. Cultivo mecanizado de arroz em Gaspar - SC (2005) 5. Trator adaptado puxando arado (1915) 6. Preparo de solo feito com arado de burro, Taquarituba - SP (1950) 7. Homem do período neolítico – início da agricultura 8. Colheita de milho em Pato Bragado - PR (2010) e) RELACIONE AS INFORMAÇÕES ÀS IMAGENS CORRESPONDENTES:

VOCÊ SABIA QUE A AGRICULTURA FOI RESPONSÁVEL, HÁ

MILHÕES DE ANOS, PELA FIXAÇÃO DO HOMEM DO

PERÍODO NEOLÍTICO AO LUGAR?

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AVALIAÇÃO: EM GRUPO, PESQUISE OS PRINCIPAIS PRODUTOS

PRODUZIDOS PELA AGRICULTURA DE CADA ESTADO BRASILEIRO

LEIA O TEXTO A SEGUIR:

TECNOLOGIA QUE REVOLUCIONA O CAMPO (Carolina Avansini e Silvana Leão)

Embrapa Soja, Iapar e instituições de ensino superior espalham conhecimento científico e beneficiam o País

Em 1975, no mesmo ano em que a grande geada tirou de

Londrina o título de capital mundial do café, era instalada na cidade a Embrapa Soja que, ao lado de instituições como o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). Universidades Estadual de Londrina (UEL) e Universidades Estadual de Maringá (UEM), consolidou a região como complexo de pesquisa. Graças ao trabalho da Embrapa e de Instituições parceiras que a soja se espalhou por todo o País. “Nos primeiros anos, pesquisadores já instalaram uma base da Embrapa Soja em Balsas, no Maranhão, prospectando o desenvolvimento da cultura no Cerrado”, afirma Alexandre José Catellan, chefe geral da Embrapa Soja. O sucesso, hoje, se expressa em números. Nos anos 1970, a produção de soja somava 10 milhões de toneladas. Na safra, 2009/2010, o Brasil produziu 68 milhões de toneladas, o segundo maior produtor mundial atrás apenas dos EUA. Nas décadas de 1980/1990, pesquisas com outras culturas foram incorporadas à Embrapa Soja que, em parceria com outras organizações, já desenvolveu cerca de 270 cultivares de soja, trigo e girassol. O Iapar, por sua vez, iniciou sua história em 1974, como resultado da mobilização para se encontrar alternativas à monocultura cafeeira. A sede está em Londrina, mas a estrutura do instituto cobre todo o Paraná: 19 fazendas experimentais, 23 estações agrometeorológicas e 25 laboratórios de diferentes áreas de especialidade. Várias tecnologias com a participação de seus 730 funcionários (dos quais 118 pesquisadores) ajudaram a mudar a realidade da agropecuária no Paraná e no Brasil. Algumas delas são as técnicas de plantio direto, rotação de culturas, adubação verde, café adensado, Manejo Integrado do Cancro Cítrico e agricultura orgânica. Além disso,merecem destaque os trabalhos na área de melhoramento genético para o desenvolvimento de novas variedades. Até o momento, são 178 novas cultivares de várias espécies: algodão, ameixa, arroz, batata, batata-doce, café, cevada, feijão, maçã, mandioca, milho, nectarina, pêssego, rami, tremoço, trigo, triticale e plantas para pastagens (FOLHA DE LONDRINA, 22 de maio de 2011, p. 11).

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AGORA OBSERVE A IMAGEM, PRESENTE EM UMA REPORTAGEM QUE MENCIONA PRÊMIO RECEBIDO POR PRODUTORES DE SOJA CONVENCIONAL NO PARANÁ

Fonte: Folha de Londrina, 24/04/10, p. 3

APÓS A LEITURA DO TEXTO E DA IMAGEM, DISCUTA EM SEU GRUPO E RESPONDA;

a) Comente a evolução na produção de soja desde a década de 1970:

b) Mencione as instituições paranaenses de pesquisa que apoiam a agropecuária:

c) Procure investigar em pesquisa ou entrevistas com pessoas mais idosas sobre a

geada de 1975 e seus reflexos na agricultura do Paraná:

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OBSERVE O MAPA E LEIA O TEXTO:

Fonte: CARVALHO e PEREIRA, 2006, p.139

a) INDIQUE DOIS ESTADOS EM QUE O GRAU DE MODERNIZAÇÃO NA

AGRICULTURA É MAIS ELEVADO:

b) PODE-SE AFIRMAR QUE NO AMAZONAS NÃO EXISTE MODERNIZAÇÃO DA

AGRICULTURA? POR QUÊ?

c) CITE AS METRÓPOLES GLOBAIS INDICADOS NO MAPA:

d) CITE AS METRÓPOLES NACIONAIS INDICADAS NO MAPA. QUE RELAÇÕES

ELAS POSSUEM ENTRE SI?

e) DISCUTA EM SEU GRUPO OS IMPACTOS DA MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA

NO CERRADO E APONTE SUGESTÕES PARA TORNAR A AGRICULTURA

SUSTENTÁVEL:

PARA SABER UM POUCO MAIS

Mueller (1995, apud BARRETO, 2011) cita os impactos provocados pela modernização agrícola nos cerrados: a) a compactação e impermeabilização dos solos pelo uso intensivo de máquinas agrícolas; b) erosão; c) contaminação por agrotóxicos nas águas, alimentos e animais; d) impactos detrimentais da retirada da vegetação nativa de áreas contínuas extensas; e) assoreamento de rios e reservatórios; f) aparecimento de novas pragas ou aumento das já conhecidas; g) risco à sobrevivência de espécies vegetais e animais com a perda de habitat natural devido à expansão agrícola.

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AVALIAÇÃO

Redija um pequeno texto a partir das informações obtidas abordando as relações

existentes entre agricultura e modernização:

ATIVIDADE II

CONTEÚDO: AGRICULTURA: EVOLUÇÃO

AULAS PREVISTAS: duas aulas

TÉCNICAS: leitura de texto informativo, texto literário e charges; audição de clipe musical

RECURSOS: texto informativo impresso, recorte literário, charges, clipe

LEIA AGORA UM TRECHO DO ROMANCE TERRA VERMELHA, DO ESCRITOR

LONDRINENSE DOMINGOS PELEGRINI:

VOCÊ SABIA QUE A PROTEÍNA ENCONTRADA EM UM

QUILO DE SOJA É EQUIVALENTE A DOIS QUILOS DE

FRANGO?

A agricultura é uma das atividades básicas da humanidade e provavelmente

foi responsável pela primeira grande transformação no espaço geográfico.

Surgiu há cerca de 12 mil anos, no período Neolítico, quando as comunidades

primitivas passaram de um modo de vida nômade, baseando na caça e na

coleta de alimentos, para um modo de vida sedentário, viabilizado pelo cultivo

de plantas e pela domesticação de animais. Inicialmente foi praticada às

margens de grandes rios, como o igre e o Eufrates (antiga Mesopotâmia),

atual Iraque, o Nilo (no Egito), o Yang-tse-Kiang (na China), o Ganges e o

Indo (na Índia). Foi justamente nessas áreas que se desenvolveram as

primeiras grandes civilizações. Com a evolução da agricultura começou a

haver excedente de produção, o que possibilitou o desenvolvimento do

comércio, inicialmente baseado na troca de produtos. Nos locais onde

ocorriam as trocas, surgiram várias cidades (LUCCI et al, 2003, p. 116-117).

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OBSERVE A IMAGEM: blogprofessorandregeografia

AVALIAÇÃO: A PARTIR DO CONFRONTO ENTRE OS DOIS TEXTOS E AS

IDEIAS CONTIDAS NA CHARGE, DISCUTA EM SEU GRUPO SOBRE A

IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA NA VIDA HUMANA E ELABORE UM

PARÁGRAFO OPINATIVO A RESPEITO:

ATIVIDADE III

CONTEÚDO: AGRICULTURA: TECNOLOGIA E QUESTÕES POLÊMICAS

AULAS PREVISTAS: duas aulas

TÉCNICAS: leitura de texto informativo,

RECURSOS: textos informativos

VOCÊ SABIA QUE A SOJA PROPORCIONA MAIS PROTEÍNA QUE

QUALQUER OUTRO LEGUME, VERDURA OU CEREAL. SUAS SEMENTES

CONTÊM CERCA DE 40% DE PROTEÍNA, ENQUANTO A CARNE DE VACA

E DO PEIXE FORNECEM APENAS 18%.

A cidade crescendo espetada de prédios, o asfalto cobrindo os paralelepípedos, as estradas asfaltadas, os linhões de energia cortando os trigais ao vento, lençol verde que vai amarelando, então vêm as colhedeiras e deixam a terra-vermelha coberta de palha; depois botam fogo para plantar soja, e a fumaça embranquece sol, a cidade tosse. Os terreiros de café são ruínas nas fazendas, as tulhas agora guardam tratores para a soja, e bóias-frias comem a marmita debaixo do sol. Os cafezais tinham laranjeiras e mamoeiros, de sementes cuspidas por outras turmas passadas, mas agora as lavouras de soja e trigo são planas, sem árvores nem passarinhos, embora com tantos pulgões, lagartas e outras pragas. E passam ao vento aviões e tratores espalhando inseticidas, e chove, o inseticida vai para os riachos, os peixes boiam, acabam comidos pelos peixes grandes dos rios, que assim também vão se matando (PELEGRINI, 2003, p. 389).

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PESQUISE E RESPONDA:

a) QUAL A DIFERENÇA ENTRE PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE, EM RELAÇÃO

ÀS ATIVIDADES AGRÍCOLAS?

b) CONVERSE COM SEUS FAMILIARES OU COM PESSOAS DE MAIS IDADE E

PROCURE DESCOBRIR AS MUDANÇAS OCORRIDAS NA AGRICULTURA NAS

ÚLTIMAS DÉCADAS: SE POSSÍVEL, TRAGA PARA A SALA FOTOGRAFIAS DO

MEIO RURAL ANTERIORES À DÉCADA DE 1970.

REVOLUÇÃO AGRÍCOLA

Graças à Revolução Industrial, evoluíram as técnicas

agrícolas, o que possibilitou aumento da produção sem a

necessidade de ampliar a área de cultivo, com base apenas

no aumento da produtividade. Esse desenvolvimento

tecnológico aplicado à agricultura ficou conhecido como

Revolução Agrícola. Esse aumento de produtividade foi

necessário em decorrência do aumento da população em

geral, da elevação percentual da população urbana (cujas

atividades de subsistência eram limitadas a alguns gêneros

apenas) e da diminuição proporcional da população rural,

responsável pela produção agrícola. As bases técnicas da

Revolução Agrícola foram propiciadas pelas indústrias

consumidoras de matérias-primas ou fornecedoras de

insumos para a agricultura (máquinas e fertilizantes, por

exemplo) (LUCCI et al, 2007, p. 116-117).

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LEIA A REPORTAGEM A SEGUIR:

Paraná é terceiro em área de transgênicos

Em 2010, o Paraná plantou 4,8 milhões de hectares (ha) de cultivos transgênicos ou geneticamente modificados (GM). O volume é 11,62% maior que em 2009 quando a área atingia 4,3 milhões de hectares. O Estado ocupa a terceira posição no ranking nacional e só perde para Mato Grosso com 6,1 milhões de hectares e Rio Grande do Sul com 5,2 milhões de hectares. No Brasil, também houve crescimento da área plantada que passou de 21,4 milhões para 25,4 milhões de hectares, o que significa um incremento de 19%. O Brasil consolidou a segunda posição mundial conquistada em 2009, só perdendo para os Estados Unidos, que somaram 66,8 milhões de hectares. Do total plantado pelo Brasil, 17,8 milhões de hectares foram de soja, 7,3 milhões de hectares de milho e 0,25 milhão de hectares de algodão. [...] O aumento de produtividade decorrente das plantações transgênicas contribuiu para dobrar a produção brasileira anual de grãos nos últimos 20 anos, enquanto a área utilizada para as plantações aumentou apenas 27%. Com a capacidade de levar a produção a 100 milhões de hectares de área plantada, o Brasil continuará sendo a mola propulsora na adoção global de plantações biotecnológicas e está investindo em infraestrutura para apoiar esse crescimento. No ano passado, foram plantados 148 milhões de hectares de transgênicos no mundo, um crescimento de 10% em relação ao ano anterior (134 milhões de hectares). Ao todo, 15,4 milhões de agricultores de 29 países plantaram culturas geneticamente modificadas. De 1996 a 2010, as lavouras geneticamente modificadas ultrapassaram 1 bilhão de hectares, com um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Os países em desenvolvimento cultivaram 48% das plantações globais em 2010 e, segundo o ISAAA, ultrapassarão as nações industrializadas até 2015. Os países da América Latina e da Ásia deverão ser os maiores responsáveis pela ampliação dos hectares globais cultivados com lavouras modificadas na segunda década de comercialização da tecnologia. Vale destacar que dos 15,4 milhões de agricultores que plantaram culturas transgênicas, 90% ou 14,4 milhões são pequenos agricultores de países em desenvolvimento e com poucos recursos. Hoje, a maior parte dos pequenos agricultores na China e na Índia cultiva transgênicos: 6,5 milhões de agricultores chineses e 6,3 milhões de agricultores indianos. Em 2010, três países cultivaram comercialmente plantações GM pela primeira vez: Paquistão, Myanmar e a Suécia, o primeiro país escandinavo a comercializar colheitas geneticamente modificadas. Além disso, a Alemanha também plantou batata GM em 2010, retomando seu lugar entre os oito países da UE que cultivam atualmente batata ou milho transgênicos (FOLHA DE LONDRINA, 23/02/11, p. 4).

RETIRE DO TEXTO:

a) A diferença percentual no cultivo de transgênicos no mundo, em relação aos

anos de 2009 e 2010:

A BIOTECNOLOGIA E A NOVA REVOLUÇÃO AGRÍCOLA

Uma das aplicações modernas da biotecnologia consiste na alteração da composição genética dos seres vivos,quando se inserem, por exemplo, genes de outros organismos vivos no DNA (sigla em inglês para Ácido desoxirribonucléico) dos vegetais. Por esse processo pode-se alterar o tamanho das plantas, retardar a deterioração dos produtos agrícolas após a colheita ou torna-los mais resistentes às pragas, aos herbicidas e aos pesticidas durante a fase de plantio, assim como possibilitar maior adequação dos vegetais aos diferentes tipos de solos e climas. Os vegetais derivados da alteração genética são chamados de transgênicos (CATANHÊDE & SOLIANI, 2003).

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b) A diferença percentual no cultivo de transgênicos no Paraná, em relação aos

anos de 2009 e 2010:

c) Os três estados brasileiros que mais cultivam transgênicos:

d) Dados que confirmam a abrangência dos transgênicos no mundo:

e) Dados que confirmam o cultivo de transgênicos na Ásia:

f) Países iniciantes no cultivo de transgênicos:

OBSERVE A IMAGEM:

Fonte: Folha de Londrina, 23/02/11, p. 4.

RETIRE DA IMAGEM:

a) Produto transgênico cultivado na maioria dos países apontados no gráfico:

b) Unidade de medida utilizada no gráfico:

c) Continente com maior potencial no cultivo de transgênicos:

d) País campeão de produtividade de transgênicos:

e) Diferença de produtividade de transgênicos entre EUA e Argentina:

f) Diferença de produtividade de transgênicos entre EUA e Brasil:

g) Somatória entre a produção de transgênicos do Brasil, Argentina, Índia e Canadá:

PESQUISE AS IMPLICAÇÕES DOS PRODUTOS TRANSGÊNICOS PARA O MEIO

AMBIENTE:

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PARA SABER MAIS

A biotecnologia é o conjunto de tecnologias aplicadas à Biologia, utilizadas

para manipular geneticamente plantas, animais e microrganismos por meio de

seleção, cruzamentos naturais e transformações no código genético. Ela teve

grande desenvolvimento nas décadas de 1970 e 1980, mas vem sendo estudade e

aplicada desde os anos 1950, em vários países do mundo. A própria Revolução

Verde, que criou sementes híbridas, foi uma das detonadoras da biotecnologia

(LUCCI, 2003, p. 118).

Após a Segunda Guerra Mundial, com o processo de descolonização em

marcha, os países desenvolvidos criaram uma estratégia de elevação da produção

agrícola mundial: a Revolução Verde. Concebida nos Estados Unidos, objetivava

combater a fome e a miséria nos países subdesenvolvidos, por meio da introdução

de um “pacote tecnológico”, contendo: novas técnicas de cultivo, equipamentos para

mecanização; fertilizantes; defensivos agrícolas e sementes selecionadas (LUCCI,

2003, p. 117).

Nos países subdesenvolvidos, a Revolução Verde aumentou a distância entre

os grandes agricultores, que tiveram acesso ao “pacote tecnológico”, e os pequenos

agricultores, que não tiveras condições de competir com os novos parâmetros de

produtividade. O aumento da produção abaixou o preço dos produtos agrícolas a

valores inviáveis para os pequenos agricultores (LUCCI, 2003, p. 117).

[...] as soluções em biotecnologia criadas exclusivamente para aumentar a

produtividade devem demorar. Atualmente esse resultado é indireto, já que as

varieades transgênicas de soja disponíveis no mercado e a maior parte dos estudos

atuais são voltados para a resistência a herbicidas, a insetos ou à seca (FOLHA DE

LONDRINA, 23 de fevereiro de 2011, p. 9)

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O uso de organismos geneticamente modificados (OGMS) na agricultura –

assim como ocorre na introdução de qualquer nova tecnologia – suscita

inevitavelmente questões éticas. OGMs são utilizados porque empresas, a

gricultores e consumidores esperam se beneficiar de algumas das inovações

presnetes neles: por exemplo, safras resistentes a herbicidas comerciais ou tomates

mais saborosos (LACEY, 2004, p. 50-51).

Alimentos orgânicos

Na agricultura orgânica, são utilizadas técnicas de manejo e de conservação

de solos que permitem a manutenção da cobertura vegetal e a mínima utilização de

máquinas agrícolas. Biofertilizantes são obtidos a partir da reciclagem de materiais

orgânicos, com restos de culturas e estrume de animais. Já o controle de pragas é

realizado, por exemplo, por meio do controle biológico. Para tanto, são utilizados

inseticidas obtidos de extratos de plantas que impedem a proliferação de vírus e

bactérias ou, ainda, se lança mão dos próprios inimigos naturais desses organismos

(BOLIGIAN e ALVES, 2010, p.52).

Alimentos hidropônicos produzidos sem a presença do solo e sempre

em ambiente protegido, ou seja, em estufa. Cultivado sobre suportes

artificiais, em água, recebe soluções químicas para nutrição e tratamento

de eventuais doenças (www.planetaorganico.com.br)

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HIDROPONIA AGRICULTURA ORGÂNICA

Produção de alimentos sem o uso do solo Produção de alimentos no solo

Plantas recebem agrotóxicos Plantas não recebem agrotóxicos

Plantas precisam receber fertilizantes

químicos, devido a ausência de solo Plantas recebem apenas fertilizantes

orgânicos ou minerais moídos

Eventuais excessos de nutrientes ou

impurezas na solução nutritiva podem se

acumular no produto hidropônico

O solo filtra e neutraliza as eventuais

impurezas e a planta aproveita os nutrientes

sem acumular excessos

Plantas com metabolismo desequilibrado,

suscetíveis ao ataque de pragas e doenças Plantas com metabolismo equilibrado, mais

resistentes a pragas e doenças

A beleza garante ao consumidor que o produto

é saudável O sistema de produção certificado garante ao

consumidor que o produto é saudável

Fonte: www.planetaorganico.com.br

AVALIAÇÃO:

ESCOLHA UM DOS TEMAS ABORDADOS NESTA UNIDADE, PESQUISE EM

JORNAIS, REVISTAS E DIFERENTES SÍTIOS NA INTERNET E ELABORE UM

PAINEL, UTILIZANDO TEXTOS E IMAGENS:

ATIVIDADE IV

CONTEÚDO: CULTURA DA SOJA -

AULAS PREVISTAS: duas aulas

TÉCNICAS: LEITURA E REFACÇÃO DE TRECHOS MUSICAIS

RECURSOS: TV Pendrive; clipe

VOCÊ SABIA QUE A SOJA JÁ ERA CULTIVADA NA ÁSIA

HÁ 5.000 ANOS ATRÁS?

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VEJA O CLIPE E LEIA A LETRA DA MÚSICA QUEBRA DE MILHO, DE RENATO TEIXEIRA (COMPOSIÇÃO DE TOM ANDRADE E MANUELITO)

a) RECONTO MODIFICADO: EM GRUPO, REESCREVA O TRECHO MUSICAL, SUBSTITUINDO O MILHO PELA SOJA E FAZENDO AS ALTERAÇÕES NECESSÁRIAS:

b) APRESENTE O TRABALHO FINAL DE FORMA MUSICALIZADA, SELECIONANDO LIVREMENTE OS RITMOS MUSICAIS A SEREM UTILIZADOS:

c) PARA APROFUNDAR O CONHECIMENTO SOBRE AS FORMAS DE CONSUMO DA SOJA, PESQUISE NO COMÉRCIO AS VARIEDADES DE PRODUTOS ELABORADOS A PARTIR DELA:

ATIVIDADE V

CONTEÚDO: CULTURA DA SOJA - HISTÓRICO

AULAS PREVISTAS: quatro aulas

TÉCNICAS: LEITURA DE TEXTOS, IMAGENS E MAPAS

RECURSOS: textos informativos; imagens; mapas, vídeo informativo

ASSISTA AO VÍDEO POTÊNCIA DA SOJA:

É uma planta da família das leguminosas, a mesma do feijão, de ervilha, da

lentilha e do amendoim, a soja (Glycine max ou G. soja) é um pequeno

arbusto anual, erguido ou prostado, cuja altura oscila, conforme as muitas

variedades, de 40 cm. a mais de 2 metros (NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA,

1998, p 334).

VOCÊ SABIA QUE O ÓLEO REFINADO COMESTÍVEL EXTRAÍDO DA SOJA

É MATÉRIA-PRIMA NA PRODUÇÃO DE MARGARINAS, GORDURA

VEGETAL, ÓLEO DE COZINHA, MAIONESE, TEMPERO DE SALADA?

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Os chineses já conheciam o potencial da soja para uso na alimentação há

milênios, mas somente nos útlimos anos, os ocidentais passaram a considerar a

soja como alimento funcional, aquele que, além das funções nutricionais básicas,

produz efeitos benéficos à saúde (EMBRAPA, 2008).

A soja é uma leguminosa domesticada pelos chineses há cerca de cinco mil

anos. Sua espécie mais antiga, a soja selvagem, crescia principalmente nas terras

baixas e úmidas, nas proximidades dos lagos e rios da China Central. Há três mil

anos a soja se espalhou pela Ásia, onde começou a ser utilizada como alimento.

É uma planta cuja adaptação depende de cuidados, tanto em relação ao

clima quanto em condições adversas do solo, haja vista a experiência em áreas de

baixa fertilidade no solo, como no exemplo do cerrado brasileiro (DALL’ AGNOL,

2007).

Até 1870, a China, a Coreia e o Japão eram os principais produtores e

consumidores de soja, sendo a Manchúria (China) a região central de produção e

exportação.

A partir do centro de origem, foi no período entre os séculos II A;C. e 3 D.C.

introduzida na Coreia e daí levada para o Japão.

Em 1712, o botânico alemão Engelbert Kaempher, após ter passado no

Japão durante os anos de 1691 e 1692, demonstrou aos europeus as possibilidades

do uso da soja na alimentação, baseando-se nas experiências japonesas. O primeiro

plantio experimental na Europa só ocorreu em 1739, quando o Jardim Botânico de

Paris recebeu sementes enviadas da China por missionários. Em 1770, foi cultvada

pela primeira vez no Jardim Botânico Real, em Kew, na Inglaterra.

No continente americamo, a primeira referência data de 1804, quando foi

relatado o seu comportamento no estado de Pensilvânia (USA). A partir de 1880,

passou a ser cultivada comercialmente nos Estados Unidos e houve um rápido

crescimento na produção, com o d esenvolvimento das primeiras cultivares

comerciais.

Chegou ao Brasil via Estados Unidos, em 1882 na Bahia, onde foram

realizados os primeiros estudos, que fracassaram por falta de adaptação climática.

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O cultivo começou na região Sul, com os primeiros imigrantes japoneses em 1908,

mas foi introduzido oficialmente no Rio Grande do Sul em 1914. Porém, a expansão

da soja no Brasil aconteceu a partir dos anos 1960, com o interesse crescente da

indústria de óleo e a demanda do mercado internacional. Nesta década, a produção

quintuplicou-se de 206 mil toneladas em 1960 para 1,056 milhão de toneladas em

1969. Desta quantidade, 98 % foram produzidas na região sul, durante o verão, em

rotação com trigo no inverno (DALL’ AGNOL,2007).

Na Argentina, os primeiros testes foram realizados em 1909. Por volta de

1921, foi introduzida no Paraguai e, em 1928, na Colômbia.

a) COM BASE NA LEITURA DO TEXTO, ELABORE JUNTAMENTE COM SEU

GRUPO UMA LINHA DO TEMPO, REPRESENTANDO A CRONOLOGIA DO

CULTIVO DA SOJA NO MUNDO E NO BRASIL:

b) OBSERVE NA IMAGEM A TRAJETÓRIA DA DISSEMINAÇÃO DA SOJA NO

MUNDO:

Fonte: MYASAKA e MEDINA, 1981, p. 3

c) LOCALIZE NO ATLAS OS PAÍSES MENCIONADOS NO TEXTO E PROCURE

TRAÇAR UMA LINHA REPRESENTANDO O TRAJETO PERCORRIDO PELA SOJA

ATÉ CHEGAR AO BRASIL:

d) NO MAPA DO BRASIL, LOCALIZE OS PONTOS DE ENTRADA DA SOJA E OS

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LOCAIS DE SUA EXPANSÃO:

A tabela 1 demonstra o rápido crescimento da produção de soja no mundo e

também o seu consumo, de 1965 a 2010, na ordem respectivamente de 816.07% e

806,82% em 45 anos.

Tabela 1- Mundo: Oferta e demanda de soja (mil toneladas) Ano Estoque inicial Produção Consumo

1965 1.440 31.087 31.099

1970 6.960 42.133 45.968

1975 6.084 53.621 55.404

1980 11.831 62.173 68.052

1985 11.014 75.558 74.367

1990 21.924 104.245 104.569

1995 25.113 125.053 131.973

2000 30.901 175.998 171.935

2005 48.226 219.493 214.258

2010 65.520 253.692 250.916

Fonte: Adaptado de USDA, 2007, apud Campos (2009, p. 9) e IBGE, 2010.

RETIRE DA TABELA:

a) O período analisado:

b) O local de abrangência dos dados:

c) A unidade de medida utilizada:

d) As variáveis utilizadas:

e) Os anos em que o consumo de soja foi menor que a produção:

f) Os anos em que o consumo de soja foi maior que a produção:

g) A diferença entre o consumo e a produção no ano de 1995:

h) A diferença entre o consumo de soja nos anos de 1965 e 2010:

REPENSANDO AS INFORMAÇÕES DA TABELA, DISCUTA COM SEU GRUPO E RESPONDA:

a) O que revela o fato de que o consumo é maior que a produção mundial de soja?

22

O Brasil atende 23% da demanda mundial de soja. O complexo soja engloba farelo, óleo e o grão in

natura e hoje é exportado para 46 mercados, China e União Europeia são os

dois maiores compradores

do grão.

b) Com base nos dados de 2000, 2005 e 2010, o que se pode afirmar sobre a

produção de soja?

AVALIAÇÃO: Pesquise sobre o consumo de soja e sua utilização no Brasil e no

mundo:

ATIVIDADE VI

CONTEÚDO: DADOS ESTATÍSTICOS DA CULTURA DA SOJA NO MUNDO, NO BRASIL E NO PARANÁ

AULAS PREVISTAS: cinco aulas

TÉCNICAS: LEITURA DE TEXTOS, IMAGENS E MAPAS

RECURSOS: textos informativos; imagens; mapas, vídeo informativo

ASSISTA AO VÍDEO “Qual a diferença entre p lantar soja no Brasil e nos Estados Unidos?”

LEIA O TEXTO A FORÇA DA SOJA:

A força da agricultura nacional já levou o Brasil a atender 23% da demanda internacional de soja e a expectativa do governo brasileiro é ampliar essa participação. O produto agrícola é o mais comercializado no mundo, com vendas acumulando, anualmente, US$ 78 bilhões. [...] A crescente demanda de alimentos em nações em desenvolvimento, como a China, e os problemas climáticos na Rússia, que recentemente suspendeu as vendas internacionais de grãos por conta da estiagem, são oportunidades para o Brasil. [...] A aceleração contínua no preço das commodities nos últimos 10 anos e os fatores estruturais, que permaneceram após a crise mundial de 2008, devem resultar em novo recorde nas exportações do agronegócio. Influenciado pelo fator preço, o Brasil deve ultrapassar, em 2010, os US$ 71,8 bilhões registrados há dois anos (FOLHA DE LONDRINA, 21/08/10, p. 3).

VOCÊ SABIA QUE O ÓLEO REFINADO COMESTÍVEL É USADO NA

PRODUÇÃO DE PRODUTOS NÃO COMESTÍVEIS TAMBÉM, COMO :

ESPARADRAPO, PAPEL CARBONO, ALGUNS MEDICAMENTOS,

EXPLOSIVOS E EMOLIENTES DO COURO?

23

OBSERVE OS DADOS CONSTANTES NA IMAGEM SOBRE A PRODUÇÃO DE

SOJA NO BRASIL

Fonte: MOREIRA, 2009, p. 15

DISCUTA COM SEU GRUPO E RESPONDA:

a) Relacione as causas do aumento da participação da soja brasileira no

mercado mundial:

b) É possível afirmar que, a partir da visualização dos dados da imagem, que a

produção de soja no Brasil dobrou em relação ao ano de 1996? Justifique:

c) Em que anos a produção de soja manteve-se estável?

PARA SABER MAIS

A cada ano, o Paraná registra aumento no volume de produção e na área

plantada de soja, e se mantém firme na segunda posição do ranking nacional, atrás

24

apenas do Mato Grosso. São resultados de pesquisas de melhoramento genético

reforçadas por boas perspectivas de mercado, que estimulam produtores (FOLHA

DE LONDRINA, 16 de janeiro de 2010, p. 4).

Fonte: Folha de Londrina, 16/01/10, p. 5.

AVALIAÇÃO

Redija um texto dissertativo, buscando englobar as informações sobre a produção

de soja no mundo, no Brasil e no Paraná.

25

ATIVIDADE VII

CONTEÚDO: PRODUÇÃO E CONSUMO DE SOJA

AULAS PREVISTAS: três aulas

TÉCNICAS: LEITURA DE TEXTOS E MAPAS, VÍDEOS

RECURSOS: textos informativos; mapas, vídeo informativo

LEIA COM ATENÇÃO O TEXTO A SEGUIR:

SELECIONE UM DOS FATORES RELACIONADOS POR DALL’AGNOLL (2007) E

PESQUISE MAIS A RESPEITO:

ASSISTA AGORA AO QUE DIZ O PESQUISADOR DALL’AGNOL SOBRE A SOJA BRASILEIRA

VOCÊ SABIA QUE O ÓLEO REFINADO DE SOJA PARA FINS NÃO

ALIMENTARES É DESTINADO À PRODUÇÃO DE VELAS,

DESINFETANTES, SABÕES, LINÓLEOS, VERNIZES, TINTAS,

PLÁSTICOS E LUBRIFICANTES?

Fatores que impulsionam o crescimento da produção de soja

1- Aumento da população humana, que consumirá mais soja, principalmente via

consumo de carnes produzidas a partir de farelos, entre eles, de soja;

2- Aumento do poder aquisitivo da população urbana, destacadamente no

continente asiático;

3- Substituição do farelo de carne pelo farelo de soja;

4- Potencial de utilização da soja como matéria prima para a indústria do

biodiesel, tintas, lubrificantes, plásticos entre outros;

5- Redução do protecionismo e dos subsídios à soja por parte dos países ricos,

com elevação dos preços internacionais, os quais estimulam a produção, e a

exportação brasileira;

6- Exoneração de parte dos pesados tributos incidentes sobre a cadeia

produtiva da soja no Brasil, incrementando a competitividade no mercado

externo, elevando com isso a produção (DALL`AGNOL,2007, p. 10-11).

26

SOBRE O VÍDEO A SOJA BRASILEIRA, RESPONDA:

a) Quais os motivos da escolha do Rio Grande do Sul para o cultivo inicial da soja no Brasil?

b) Qual foi a solução encontrada quando os produtores gaúchos buscaram plantar soja no Centro-Oeste?

c) Qual a posição do Brasil em relação à tecnologia na produção da soja?

d) Relacionado este vídeo com o anterior, compare a expressividade da Ciência e Tecnologia na produção de soja e os problemas no armazenamento e transporte: OBSERVE A IMAGEM A SEGUIR E EXPLIQUE POR QUE O PREÇO DA SACA DE SOJA PODE SER CONSIDERADO EM ASCENSÃO NO PARANÁ E BRASIL:

Fonte: Folha de Londrina, 4/12/10, p. 3

27

AVALIAÇÃO: MONTE UM PAINEL SOBRE O TEMA, INSERINDO GRÁFICOS,

TABELAS E IMAGENS:

ATIVIDADE VIII

CONTEÚDO: EXPANSÃO DO CULTIVO DA SOJA NO BRASIL

AULAS PREVISTAS: três aulas

TÉCNICAS: LEITURA DE TEXTOS E MAPAS

RECURSOS: textos informativos; mapas

VOCÊ CONHECE AS DIVISÕES REGIONAIS DO BRASIL? OBSERVE O MAPA A

SEGUIR:

Fonte: CARVALHO e PEREIRA, 2006, p.136.

VOCÊ SABIA QUE A SOJA AJUDA NA INIBIÇÃO DE DOENÇAS

CARDIOVASCULARES, AUXILIA NA REDUÇÃO DAS TAXAS DE

COLESTEROL E TRIGLICÉRIOS, ENTRE OUTROS BENEFÍCIOS?

28

AGORA COMPARE COM AS INFORMAÇÕES DA IMAGEM A SEGUIR E COM OS

RESULTADOS DA PESQUISA REALIZADA NA ATIVIDADE 1, SOBRE OS

PRINCIPAIS PRODUTOS PRODUZIDOS PELA AGRICULTURA DE CADA

ESTADO BRASILEIRO: www.empresaverde.blogspot.com

PARA SABER MAIS

EVOLUÇÃO DA CULTURA DA SOJA NAS REGIÕES BRASILEIRAS

A soja, ao se expandir pelas diversas regiões do país, provocou mudanças

socioespaciais diferenciadas.

A produção de soja no Brasil concentrou-se na região Sul até o início dos

anos 1980. A partir daí, a participação da região Centro-Oeste aumentou

significativamente.

Até a década de 1980, a cultura da soja esteve presente essencialmente nos

três estados do Sul do Brasil (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), sendo

responsáveis por 98% da produção nacional.

No Paraná os primeiros registros históricos da soja no estado são de 1936,

quando os agricultores gaúchos e catarinenses começaram se fixar nas regiões

oeste e sudeste, na qual a atividade principal era a criação de suínos (BONATO,

1987, p. 20).

Miyasaka e Medina (1981, p. 22 e seguintes) apresentam estatísticas que

indicam que até meados da década de 1960, a colheita de grãos nunca superou o

volume de 60 toneladas. Até início da década de 1970, o café, o milho e o feijão

eram os produtos hegemônicos.

29

FATORES RESPONSÁVEIS PELA EXPANSÃO DA SOJA NA REGIÃO SUL

1- Semelhança do ecossistema do Sul do Brasil com aquele predominante no sul

dos Estados Unidos; favorecendo o sucesso na transferência e adoção de cultivares

e outras tecnologias de produção;

2- Estabelecimento da “Operação Tatu” (calagem e fertilização dos solos ácidos e

inférteis) no Rio Grande do Sul, em meados da década de 1960;

3- Incentivos fiscais;

4- Mercado internacional em alta;

5- Substituição da gordura animal por óleo vegetal; em especial o oriundo da soja;

6- Criação de agroindústria para processar a soja; estabelecimento de um

importante parque industrial de desenvolvimento e produção de máquinas e

implementos, assim como de produção de insumos nos anos de 1970 e 1980.

7- Melhoria no sistema viário para escoamento da produção; em especial os portos e

comunicações facilitando e agilizando as exportações;

8- Aparecimento de um sistema de cooperativa (dinâmica e eficiente) que apoiou a

produção, industrialização e comercialização da soja;

9- Facilidade de mecanização total da cultura;

10- Instalação de vários órgãos de pesquisa públicos em esfera estadual e federal,

inclusive a EMBRAPA/Soja unidade Londrina, apoiados financeiramente pela

indústria privada;

No Centro-Oeste, a soja ganha espaço após os anos de 1980, por meio da

expansão da fronteira agrícola realizada principalmente por gaúchos, catarinenses e

paranaenses, com a utilização de técnicas modernas na produção.

Nas regiões Sul e Centro-Oeste, a expansão da soja foi resultante da

conjugação de vários fatores, como os incentivos governamentais, a correção de

solos antes impróprios para o plantio, a instalação de agroindústrias, a melhoria em

logística territorial, e a aplicação de técnicas modernas de produção juntamente com

a criação da EMBRAPA/CNPSo e de outros institutos estaduais de pesquisas

direcionados a melhora das cultivares para o plantio no Brasil.

Após a última década do século XX, a soja passa a ser cultivada em alguns

estados da região Norte e Nordeste, a partir da inserção destes novos espaços no

plantio, D’ Agnoll (2008, p. 16 apud CAMPOS, 2010, p. 66) informa que a expansão

da soja no estado do Tocantins, Bahia Maranhão e Piauí, realiza-se através da

30

incorporação de novas regiões do cerrado, reproduzindo a trajetória verificada pela

oleaginosa na região Centro-Oeste ao que se refere aos padrões técnicos de

produção; e acrescenta que na porção sul de Rondônia e Amazonas, a soja ganha

espaço em áreas antes cobertas pela floresta Amazônica.

EM GRUPO, REALIZE AS ATIVIDADES PROPOSTAS

a) Escolha uma das regiões brasileiras e procure aprofundar as informações sobre a

expansão da soja, por meio de pesquisa em diferentes sítios:

b) Elabore um texto com os resutados finais de sua pesquisa:

OBSERVE OS MAPAS PARA IDENTIFICAR A ROTA TRAÇADA PELA EXPANSÃO DA SOJA NO BRASIL:

Fonte: ALVES et al, 1993, p. 136.

31

Fonte: BENNO BERNARDO KIRT (2003, apud CAMPOS, 2010, p. 69)

LEIA AS INFORMAÇÕES A SEGUIR, COMPARE COM OS DADOS CONSTANTES

NOS MAPAS E INDIQUE SE ESTÃO CORRETAS, CORRIGINDO QUANDO

NECESSÁRIO:

a) A cultura da soja até a década de 1970 teve sua produção concentrada no Sul do

país, com algumas áreas em São Paulo e sul do Mato Grosso do Sul.

b) Na década de 1980, a soja ultrapassou as fronteiras dos estados do Sul do Brasil e

se expandiu para Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, ocupando uma região

de clima tropical, graças à criação de novas cultivares adaptadas ao solo e ao clima

do cerrado.

c) A partir de 2000, a soja passa a ser cultivada em quase todo o Brasil Central, sul de

alguns estados do Nordeste e em muitas outras áreas do Norte do país.

32

ATIVIDADE IX

CONTEÚDO: PRODUÇÃO DE SOJA NO PARANÁ

AULAS PREVISTAS: três aulas

TÉCNICAS: AUDIÇÃO DE MÚSICA, LEITURA DE TEXTOS E MAPAS

RECURSOS: textos informativos; mapas, clipe musical

ASSISTA AO VÍDEOCLIPE EU TE AMO MEU PARANÁ.

LEIA O TEXTO PARA RESOLVER AS QUESTÕES PROPOSTAS:

A SOJA É CONSIDERADA UM ALIMENTO FUNCIONAL, POIS

FORNECE NUTRIENTES AO ORGANISMO E TRAZ

BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE.

ESTADO É O MAIOR PRODUTOR NACIONAL DE GRÃOS

Levantamento da Conab aponta crescimento de 4,5% no volume produzido. Soja teve produção recorde de 15,42 milhões de toneladas na safra 2010/2011

O Paraná retomou a primeira posição na produção nacional de grãos. Dados do nono levantamento da Safra Brasileira de Grãos 2010/2011, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apontam que a produção no Estado cresceu 4,5% em relação ao ano passado, passando de 31,35 milhões de toneladas em 2009/10 para 32,77 milhões de toneladas na safra 2010/2011. Com o índice, o Paraná registra uma participação de 20,3% na produção nacional. Em todo o país, a produção de soja teve aumento de 9,2%, subindo para 75 milhões de toneladas, em relação à safra 2009/2010, quando foram colhidas 68,69 milhões de toneladas. Segundo a Conab, o fator climático foi o principal responsável por este resultado. O Paraná apresentou a maior produtividade do País, juntamente com o estado da Bahia, de 3.360 kg/ha, aumento de 7% em relação ao índice registrado anteriormente (3.139 kg/ha). O destaque é para a cultura da soja, que atingiu 15,42 milhões de toneladas no Estado, o que corresponde a um aumento de 9,6% em relação à safra passada (14,07 milhões de toneladas). Em todo o país, a área cultivada com feijão Primeira Safra deve aumentar de 3,6 milhões de hectares registrados no ano passado para 3,9 milhões de hectares, um crescimento de 7,1%. A produção prevista é de 3,8 milhões de toneladas, acréscimo de 14,3% em comparação ao mesmo período de 2010. De acordo com a Conab, o bom preço obtido na comercialização da safra passada e o índice de precipitações registrado na região Centro-Sul são fatores que contribuíram para o aumento de área plantada com a leguminosa. No Paraná a área da Primeira Safra teve um crescimento 6,4% nas estimativas atuais, com o cultivo de 342,3 mil hectares. A produção sofreu um acréscimo de 9,5%, passando de 489,2 mil toneladas para 535,7 mil toneladas este ano (FOLHA DE LONDRINA, 11/06/11, p. 5).

33

a) Qual é a diferença, em milhões de toneladas, da produção de soja do Brasil e do

Paraná, entre as safras 2009/2010 e 2010/2011?

b) Compare a produção nacional de soja e feijão. Apresente dados numéricos e

comente:

NO INTUITO DE COMPARAR A PRODUÇÃO DE SOJA COM AS MUDANÇAS

SOCIOESPACIAIS NO PARANÁ, OBSERVE COM ATENÇÃO OS DADOS DOS

TEXTOS E DA TABELA A SEGUIR:

A PRODUÇÃO DE SOJA NO PARANÁ

No norte do Paraná nas décadas de 1950 e 1960 e ainda

parte da década de 1970 as formas espaciais

estavam direcionadas para a cultura do café.

Milhares de pessoas ocuparam

esse espaço geográfico com

atividades relacionadas à

cultura do café. Com a chegada

da soja, em especial no

norte do Paraná (onde o binômio

soja/trigo substituiu o café)

com mais intensidade em

meados da década de 1970, as relações

de trabalho sofrem grandes transformações:

a meação e parceria acabam e juntamente com os colonos

assalariados estes foram obrigados a deixar as áreas rurais rumo às grandes

cidades. A cultura da soja/trigo era cultivada via utilização de herbicidas, fertilizantes

e máquinas agrícolas que dispensa o trabalho humano “[...] a mecanização e,

depois, a cientificização do mundo rural contribuem certamente, para a queda da

participação da população rural na população total do Brasil” (SANTOS & SILVEIRA,

2001, apud CAMPOS, 2010, p.77).

É na década de 1970 que ocorre um dos mais intensos êxodos rural/urbano

do Brasil, num rápido e intenso processo de esvaziamento demográfico do campo.

Isto provocou alteração significativa nas paisagens rurais com milhares de casas

34

abandonadas circundadas por plantio de trigo ou soja. Durante a década de 1980 e

início da década de 1990, parte da população expulsa voltou a trabalhar no campo

como volante (o boia-fria) na cultura de algodão, cana-de-açúcar e café, em especial

no norte e noroeste do Paraná. Em meados da década de 1990, o trabalhador

volante continua a ser ocupado na cana-de-açúcar e café (CAMPOS, 2010, p.77).

Em relação ao êxodo rural ocorrido no Norte do Paraná, vários foram os

fatores, destacando-se a introdução de máquinas agrícolas, o uso intensivo de

insumos e a substituição de culturas, e expansão da pecuária, atrelado ao pacote

tecnológico com um número reduzido de emprego de pessoas, dentre outros.

POPULAÇÃO URBANA E RURAL – PARANÁ (1970 – 2010)

Ano Total Urbana % Rural %

1970 6.929.868 2.504.378 36.1 4.425.490 63.9

1980 7.629.392 4.472.561 58.6 3.156.831 41.4

1990 8.448.713 6.197.953 73.4 2.250.760 26.6

1996 9.003.804 7.011.990 77.9 1.991.814 22.1

2000 9.563.458 7.786.084 81.4 1.777.374 18.6

2010 10.439.601 8.906.442 85.3 1.533.159 14.7

Fonte: IPARDES, 2009 e IBGE (2010) Censos demográficos (Paraná)

a) Com base nas informações trazidas por Santos e Silveira (2001), por que as

pessoas foram obrigadas a deixar o campo em direção às cidades?

ÊXODO RURAL

Com o processo de modernização as atividades agrícolas, grandes contingentes de trabahadores rurais (assalariados, parceiros, arrendatários ou até mesmo pequenos proprietários) passaram a ser dispensados e expropriados de suas terras.

A falta de perspectiva de trabalho no campo impulsionou boa parte dessas pessoas a se deslocar em direção às cidades em busca de emprego nas indústrias e nas atividades terciárias, visando a melhores condições de vida. Assim, inicia-se o mais intenso fluxo migratório da história de nosso país.

Essa migração campo-cidade, chamada de êxodo rural pelos especialistas, contribuiu significativamente com o processo de urbanização brasileiro (BOLIGIAN e ALVES, 2010, p. 74).

35

b) Releia as informações sobre as mudanças socioespaciais em relação à década

de 1970 e elabore desenhos que retratem as condições do campo antes e depois da

cultura da soja:

c) Observando os dados constantes da tabela apresentada, avalie os percentuais

que comprovam a ocorrência do êxodo rural no Paraná, em relação ao período

compreendido entre 1970 e 2010:

d) Discuta em seu grupo os fatores que ocasionaram o êxodo rural no Norte do

Paraná:

e) Qual o papel na modernização na mudança ocasionada no cenário rural

paranaense no período entre 1970 e 2010? Justifique sua resposta:

f) Você tem alguém de sua família que poderia integrar as estatísticas de êxodo

rural? Comente a respeito:

LEIA O TEXTO A SEGUIR:

[

AVALIAÇÃO

Pesquise, juntamente com seu grupo, sobre a função social da terra e os dados

referentes à produção de arroz e feijão no Brasil, em comparação com o mercado

produtor e exportador de soja.

EMBRAPA: A CIÊNCIA E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA TERRA

A Embrapa Soja é um dos centros de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), empresa pública de direito privado, vinculada ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do Governo federal do Brasil. Sua missão é “viabilizar, por meio de pesquisa, desenvolvimento e inovação, soluções para a sustentabilidade das cadeias produtivas da soja e do girassol, em benefício da sociedade brasileira”.

Por sua contribuição histórica ao agronegócio da soja no Brasil, a Embrapa Soja é reconhecida como referência mundial no desenvolvimento de tecnologias para a cultura em regiões tropicais, com efetiva contribuição em manejo e conservação de solos, manejo da cultura, manejo integrado de pragas com vistas ao controle biológico, melhoramento genético, soja na alimentação humana e biotecnologia.

A Embrapa foi criada em 1973 com quatro grandes propósitos: garantir o abastecimento de alimentos nas cidades; ajudar a levar o desenvolvimento ao interior do país, criando riquezas, gerando empregos e bem-estar na área rural; preservar a base de recursos naturais no nosso território e, por último, criar excedentes para exportação (BRASIL, 2010).

36

ATIVIDADE X

CONTEÚDO: CIÊNCIA E TECNOLOGIA APLICADAS NA PRODUÇÃO DE SOJA

AULAS PREVISTAS: três aulas

TÉCNICAS: aula de campo

RECURSOS: VISITA AO CENTRO DE TECNOLOGIA DO CNPSo

ANTES DA VISITA

LEIA O TEXTO A SEGUIR QUE APRESENTA A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA NO ESTABELECIMENTO DA SOJA COMO UMA DAS CULTURAS DE MAIOR SUCESSO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO:

A partir da reflexão sobre os fatores que contribuíram para que a soja se

estabelecesse como uma das culturas de maior sucesso no território brasileiro, cabe

acrescentar que parte da incorporação dessas áreas se deve aos materiais

genéticos produzidos em institutos de pesquisas brasileiros, voltados ao cultivo de

soja em áreas tropicais, em especial o CNPSo em Londrina, no norte do Paraná.

Deve-se destacar que Londrina não é um município com atividades

direcionadas totalmente para o agronegócio, porém possui instituições como IAPAR

(Instituto Agronômico do Paraná), CNPSo (Centro Nacional de Pesquisa da Soja),

SRP (Sociedade Rural do Paraná), (Milênia Agrociências) e outras, direcionadas

para atender o agronegócio da soja e de outros produtos agro alimentícios.

VOCÊ SABIA QUE A LECITINA, TERCEIRO PRODUTO EXTRAÍDO DA

SOJA É USADA EM CONFEITOS, SORVETES, ALIMENTOS QUE VÃO

AO FORNO, PRODUTOS QUÍMICOS, COSMÉTICOS E TÊXTEIS?

?

37

Campos (2010) confirma que a criação do sistema EMBRAPA, e

posteriormente da EMBRAPA/CNPSo em 1975, não está relacionada somente com

a política de modernização da agricultura empreendida pelo governo militar pós

1964, mas como parte de um projeto mais antigo, desde a revolução de 1930, que

almejava um país moderno e autônomo na produção de ciência e tecnologia capaz

de igualar-se com os países industrializados.

DURANTE A VISITA

FAÇA ANOTAÇÕES EM SEU DIÁRIO DE BORDO SOBRE AS IMPRESSÕES OBTIDAS AO LONGO DA AULA DE CAMPO, PARA POSTERIORES DEBATES:

APÓS A VISITA

PROCURE SOCIALIZAR EM SEU GRUPO AS DIFERENTES IMPRESSÕES

OBTIDAS AO LONGO DA AULA DE CAMPO, REGISTRADAS NO DIÁRIO DE

BORDO:

AVALIAÇÃO: Apresente um relatório sobre as experiências vivenciadas durante a

realização da visita

38

ATIVIDADE XI

CONTEÚDO: CONSUMO DE SOJA

AULAS PREVISTAS: três aulas

TÉCNICAS: LEITURA DE TEXTOS

RECURSOS: textos informativos

SOJA E SEGURANÇA ALIMENTAR

Na década de 1950 a soja era utilizada principalmente para alimentação

animal. A partir dos anos 1980, os avanços tecnológicos na indústria de alimentação

humana, proporcionou uma nova realidade. Agora é possível separar a proteína e o

óleo, ambos passaram a ser considerados componentes genéricos e são base para

a produção de linguiça calabresa, salsichas, margarinas, bolachas, pão, leites e

muitos outros alimentos que estão cotidianamente na mesa do cidadão brasileiro e

mundial. Do mesmo modo, ao considerar que soja é a base, junto com milho, para a

fabricação de ração para bovinos, suínos e aves, assegura-se que grande parte da

oferta de ovos e carne está diretamente correlacionada com a oferta da

oleoproteaginosa. Portanto, o cultivo da soja é essencial à segurança alimentar do

Brasil e do Mundo (COSTA, 2008).

A crescente preocupação por uma alimentação saudável coloca a soja na lista

de preferência de um número cada vez maior de consumidores brasileiros. No

entanto, é preciso atenção às técnicas de preparo:

A soja nunca deve ficar de molho em água fria, porque isso ocasiona a formação

de compostos que acentuam o sabor do alimento. Antes de começar a preparar os

grãos, é preciso fazer o choque térmico:

1. Coloque a água para ferver

VOCÊ SABIA QUE COM A SOJA SÃO TAMBÉM ELABORADOS

PRODUTOS COMO: CARNE DE SOJA, LEITE DE SOJA, MOLHO DE

SOJA (SHOYUO) E AROMATIZANTES DE ALIMENTOS?

39

2. Após o início da fervura, adicione os grãos de soja na água fervente e, deixe

cozinhar por cinco minutos, após a nova fervura.

3. Em seguida, transfira os grãos para um escorredor de macarrão e lave-os em

água fria corrente.

4. Descarte a água usada no tratamento

OBSERVE AS RECEITAS A SEGUIR:

SALADA DE SOJA

BOLO DE LARANJA

2 xícaras (chá) de grãos de soja cozidos 3 tomates sem sementes picados 1 pimentão verde picado 1 pimentão vermelho picado 2 cebolas médias picadas Cheiro verde, sal, azeite de oliva e suco de limão (a gosto). Cozinhar os grãos; deixe esfriar e misture com os demais ingredientes. Sirva fria.

2 xícaras ( chá) de farinha de trigo; 2 xícaras ( chá) de açúcar refinado; 1 xícara ( chá) de farinha de soja; 1 xícara ( chá) de suco de laranja; 1/2 xícara ( chá) de óleo de soja; 4 ovos; 1 colher ( sopa) de fermento em pó. Bata por três minutos no liquidificador, o suco, o óleo, o açúcar e os ovos inteiros. Peneire a farinha de trigo e a soja, acrescente aos poucos o líquido batido, com auxílio de uma espátula, misturando bem. Adicione o fermento em pó. Em uma assadeira untada e enfarinhada colocar a massa; levar para assar em forno pré-aquecido por aproximadamente 35 min.

40

PATÊ DE TOFU

PESQUISE EM SUPERMERCADOS E OUTROS ESTABELECIMENTOS A

OFERTA DE PRODUTOS OBTIDOS A PARTIR DO GRÃO DE SOJA:

APRESENTE OS RESULTADOS DA PESQUISA PARA A SALA

ATIVIDADE FINAL: PREPARAR PRATOS DIFERENCIADOS COM SOJA PARA

UMA CONFRATERNIZAÇÃO EM SALA DE AULA.

250g de tofu ½ xícara (chá) de azeitonas verdes ou pretas picadas 1 colher (sopa) de cebola picada 1 colher (sopa) de azeite de oliva 1 colher (chá) de sal 2 dentes de alho Colocar tudo no liquidificador e bater até formar uma pasta uniforme.

41

GLOSSÁRIO

Commodities: São produtos padronizados, não diferenciados, cujo processo de produção é dominado em todos os países (o que gera uma alta competitividade) e cujo preço não é definido pelo produtor, dada a sua importância para o mercado. Geralmente são negociados em Bolsa de Valores internacionais, e seu valor é definido pelas condições do mercado, daí a impossibilidade de o produtor definir seu preço. Ex. Petróleo, soja, café etc.

Cultivares – variedade de planta cultivada;

Lecitina – designação comum às substâncias fosforadas encontradas no cérebro e na medula dos animais.

Linhaça – semente do linho.

Linho – planta têxtil.

Linóleo – tecido impermeável de juta, untado com óleo de linhaça em pó.

Produção - ação ou efeito de produzir, criar, dar origem. A produção é definida como os bens produzidos (quantidade de produtos produzidos).

Produtividade - a relação entre a produção e os fatores de produção utilizados. Os fatores de produção englobam pessoas, máquinas, materiais e outros. Quanto maior for a relação entre a quantidade produzida por fatores utilizados maior é a produtividade.

Rami - planta perene nativa da Ásia, cultivada principalmente por sua fibra.

Segurança alimentar- conjunto de normas de produção, transporte e armazenamento de alimentos visando determinadas características físico-químicas, microbiológicas e sensoriais padronizadas, segundo as quais os alimentos seriam adequados ao consumo.

Tofu – queijo produzido a partir da soja

Tremoço – grão comestível depois de cozido.

Triticale – gramínea (tipo de grama).

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RECURSOS

Serão valorizados os recursos humanos, especialmente a interação entre

professora e alunos do terceiro ano do Ensino Médio. O trabalho em grupos irá

constituir a base de toda a proposta. Os alunos deverão promover debates e

interações entre seus pares para consolidar os conteúdos trabalhados ao longo da

proposta;

Também serão utilizados vários recursos materiais diversificados, como:

Materiais de consumo diversos (papel, caneta, sulfite, xerox etc);

TV Pendrive;

Aparelhos de áudio e vídeo;

Mapas;

Folders informativos fornecidos pela EMBRAPA.

TÉCNICAS

Leitura e interpretação de textos informativos e jornalísticos;

Exibição de filmes;

Audição de músicas;

Análise de gráficos e imagens;

Trabalho intensivo com mapas;

Montagem de painel;

Aula de campo.

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TEMPO

As atividades serão desenvolvidas ao longo dos meses de agosto a novembro de

2011 e serão distribuídas em 32 aulas, estando sujeitas a alterações conforme o

desenvolvimento das ações previstas.

AVALIAÇÃO

Interpretação de textos informativos e jornalísticos;

Produção de textos opinativos;

Análise de imagens e vídeos;

Trabalho com mapas;

Discussões em grupos.

CONTEÚDOS DE ESTUDO

I - Agricultura ontem e hoje;

II - Agricultura: evolução;

III- Agricultura: tecnologia e questões polêmicas;

IV- Cultura da soja;

V - Cultura da soja: histórico;

VI - Dados estatísticos da cultura da soja no mundo, no Brasil e no Paraná;

VII - Produção e consumo de soja;

VIII - Expansão do cultivo da soja no Brasil;

IX - Produção de soja no Paraná;

X - Ciência e tecnologia aplicadas na produção de soja;

XI - Consumo de soja.

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ORIENTAÇÕES/RECOMENDAÇÕES DO USO DA PDP AOS PROFESSORES

Os estudos sobre aspectos culturais e demográficos do espaço geográfico

contribuem para a compreensão desse momento de intensa circulação de

informações, mercadorias, dinheiro, pessoas e modos de vida coletiva, que pode

caracterizar-se tanto pela massificação da cultura quanto pelas manifestações

culturais de resistência (PARANÁ, 2008).

Um dos pontos mais discutidos nesta dimensão é a problemática do êxodo

rural, em parte desencadeada pela monocultura da soja, em especial no norte do

Paraná, cuja mecanização foi responsável pela saída de um grande contingente de

pessoas do campo.

No ensino de Geografia previsto por esta produção didática, a abordagem

pretendida considera a possibilidade de exploração dos conteúdos a partir da

utilização de materiais diversos, como imagens, gráficos e mapas, sempre avaliados

e discutidos em grupos, com posterior socialização dos conteúdos abordados.

Pretende-se, com esta dinâmica ao longo das aulas, que o ensino de

Geografia torne-se para os alunos uma ferramenta de avaliação de seus espaços de

vivência, relacionando so conetúdos geográficos às conformações da sociedade e

do espaço que os circunda.

Trata-se, então, de extrapolar o trabalho com os conteúdos para inseri-los em

uma dimensão histórico-social que permita aos alunos abstrair as informações,

transpondo-as para seu espaço de vivência.

Será considerado, em todas as situações, o conhecimento espacial prévio dos

alunos para relacioná-lo ao conhecimento científico no sentido de superar o senso

comum. Assim, quando se trabalha o êxodo rural, os alunos deverão voltar-se para a

história de sua família para investigar se este fenômeno ocorreu e quais as

consequências. Desta forma, acredita-se que a aprendizagem passe a assumir

maior significação para os alunos.

A organização das atividades e o tempo previsto de duração podem ser

alterados a critério de cada professor e da necessidade de cada turma. Ao final de

cada atividade, encontram-se sugestões para a avaliação de modo a atender aos

objetivos previstos nas diretrizes.

45

A partir da necessidade de inserção das tecnologias no contexto escolar,

sugerimos aos professores alguns endereços que podem contribuir de forma

significativa na organização do trabalho pedagógico e no processo de ensino e

aprendizagem.

www.agronegociooestedoparana.blogspot

www.blogprofessorandregeografia

www.diaadiaeducacao.pr.gov.br

www.dominiopublico

www.fiosdamemoria.blogspot.com

www.historiaevida.blogspot.com

www.historianovestibular.blogspot.com

www.ibraol.com.br

www.inep.gov.com.br

www.ibge.gov.com.br

www.planetaorganico.com.br

www.portal.mec.gov.br/seesp

www.proambiente605.blogspot

www.recriando eden.blogspot.com

www.scielo.com.br

www.wikipediacommomns.com.br

www.youtube.com.br

PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Antes de sua implementação, a proposta será apresentada na escola em que

será aplicada, aos professores e equipe pedagógico-administrativa, no intuito de

coletar sugestões de mudanças.

Também no decorrer do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), os professores

irão avaliar a proposta, sugerindo alterações e propondo novas formas de

intervenção.

Após a aplicação, os alunos deverão ser questionados sobre os resultados do

trabalho e quais as possíveis alterações para realimentação da proposta.

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INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Luci Imaculada de oliveira et.al. Espaço em construção v. 2. Belo

Horizonte: Lê, 1993.

AVANSINI, Carolina; LEÃO, Silvana. Tecnologia que revoluciona o campo. Folha de

Londrina, 22/05/11.

BARRETO, Clarissa de Araújo. Os impactos socioambientais do cultivo de soja

no Brasil. Disponível em: www.anppas.org,br. Acesso em março 2011.

BERTOLDI, Andréa. Paraná é o terceiro em transgênicos. Folha de Londrina,

23/02/11.

BOLIGIAN, Levon; ALVES, Andressa. Geografia: espaço e vivência. V. 2. São

Paulo: Saraiva, 2010.

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Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento, 2010.

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Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Federal de Santa Catarina.

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Londrina, PR: Embrapa Soja. 2007. 12 p. (Circular Técnica 43)

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