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_________________________________________________________Inspeção Ordinária na SMS 4 a IGE/SCE/TCMRJ 1 Titular do Órgão: Sr. Ronaldo César Coelho Endereço: Rua Afonso Cavalcanti, nº 455 6º, 7º e 8º andares Época da Inspeção: 18 a 29 de Agosto / 2003 Período Abrangido: Janeiro a Agosto de 2003 Equipe Inspecionante: Marcelo Monjardim Abramovic Técnico de Controle Externo Matr. 40/901.244 Cláudio Pereira Caldeira Técnico de Controle Externo Matr. 40/901.318 Ângelo Roberto Pingitore Auxiliar de Controle externo Matr. 40/900.293

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_________________________________________________________Inspeção Ordinária na SMS

4a IGE/SCE/TCMRJ

1

Titular do Órgão: Sr. Ronaldo César Coelho

Endereço: Rua Afonso Cavalcanti, nº 455 6º,

7º e 8º andares

Época da Inspeção: 18 a 29 de Agosto / 2003

Período Abrangido: Janeiro a Agosto de 2003

Equipe Inspecionante:

Marcelo Monjardim Abramovic Técnico de Controle Externo

Matr. 40/901.244

Cláudio Pereira Caldeira Técnico de Controle Externo

Matr. 40/901.318

Ângelo Roberto Pingitore Auxiliar de Controle externo

Matr. 40/900.293

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Índice

1.0 - Introdução 2.0 - Verificação do processo de aquisição, armazenagem e distribuição de material médico-

cirúrgico; 2.1 - Aquisição 2.2 - Periodicidade das compras 2.3 - Estimativa das quantidades 2.4 - Estimativa de preço 2.5 - Armazenagem e Distribuição 2.6 - Serviço de Transporte de materiais 2.7 - Verificação da chegada ao destino dos materiais médico-cirúrgicos expedidos pelo S/CIN/CAL 2.8 - Relação de DMM’s não encontradas

3.0 - Estado Atual do Almoxarifado Central da saúde (Coordenação de Apoio Logístico S/CIN/CAL).

3.1 - Relatório de não–conformidades observadas 3.2 - Controle de acesso aos almoxarifados 3.3 - Estado dos Almoxarifados Inspecionados no Complexo

3.3.1 - Almoxarifado de impressos 3.3.2 - Galpões da Divisão de Materiais Diversos 3.3.3 - Almoxarifado da Divisão de Medicamentos 3.3.4 - Galpão desativado 3.3.5 - Armazenagem de medicamentos vencidos

4.0 - Levantamento dos Riscos de Incêndio nas Edificações localizadas dentro do complexo S/ CIN/CAL.

5.0 - Prédio Alugado 6.0 - Projeto de reforma do S/CIN/CAL (Processo 09/003.381/03 – não deu entrada no TCMRJ) 7.0 - Fornecimentos de medicamentos e materiais de consumo por força dos Mandados Judiciais

7.1 - Considerações Iniciais 7.2 – Pertinência jurídica das demandas 7.3 – Medicamentos Excepcionais 7.4 – Origem dos receituários 7.5 - Central de Atendimento ao Cidadão

7.5.1 - 2a Avaliação Médica 7.5.2 – Problemas Operacionais da Central

7.6 – Práticas de Aquisição 7.6.1 - Medicamentos não padronizados 7.6.2 – Medicamentos Importados 7.6.3 – Aquisição descentralizada na Central de Atendimento

7.7 – Dispensação 7.7.1 – Medicamentos 7.7.2 – Materiais de Consumo

8.0– Questionamentos e oportunidades de melhorias 9.0 - Conclusão

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1- INTRODUÇÃO

Em cumprimento ao plano de inspeções aprovado por esta Corte de Contas, em

Sessão de 12 de fevereiro do corrente ano, esta Comissão procedeu à terceira Inspeção

Ordinária do ano de 2003 na SMS – Secretaria Municipal de Saúde, direcionada

especialmente para o Almoxarifado Central da mesma.

A Comissão Inspecionante, formalizada pelo Ofício N° TCM/SCE/151/2003, de

08/08/2003, baseou-se em um programa consubstanciado em papéis de trabalho e toda

sua documentação encontra-se arquivada nesta IGE para eventuais consultas.

O trabalho desta Comissão limitou-se ao seguinte escopo:

! Verificação do processo de aquisição, armazenagem e distribuição de material

médico-cirúrgico;

! Verificação da chegada ao destino dos materiais médico-cirúrgicos expedidos

pelo S/CIN/CAL

! Verificação das atuais condições de armazenagem e distribuição do

Almoxarifado Central da Saúde;

! Verificação das condições de fornecimento dos itens solicitados através de

ações judiciais

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2.0 - Verificação do processo de aquisição, armazenagem e distribuição de material médico-cirúrgico

2.1 - Aquisição No presente ano a SMS iniciou a aquisição destes materiais através do Sistema de

Registro de Preço (edital nº 59/2002, arquivado nesta Corte sob o nº 40/5022/2002).

A adoção deste modelo teve como objetivo evitar a grande quantidade de licitações

necessárias para suprir a rede e a conseqüente dificuldade em garantir o fluxo do

abastecimento da mesma.

2.2 - Periodicidade das compras

No Edital do Registro de Preço foi definido que as compras seriam realizadas

quadrimestralmente, dentro do prazo de validade de 12 meses (16/12/2002 – 15/12/2003).

Os materiais adquiridos seriam entregues na segunda quinzena do primeiro mês de

cada quadrimestre, no Almoxarifado Central da Saúde (S/CIN/CAL), para posterior

distribuição às unidades

Na ocasião de nossa inspeção, observamos que o cronograma de entrega acima

não era seguido. Tal ponto foi esclarecido pela Coordenadoria de Infra-Estrutura, com a

informação de que o primeiro pedido do Registro havia sido dividido em dois devido à

problemas de ordem orçamentária.

2.3 - Estimativa das quantidades

As quantidades a serem adquiridas foram definidas através do perfil de consumo

mensal da Rede Municipal de Saúde.

Este perfil é definido mensalmente pela Superintendência de Serviços de Saúde,

através de informações como: histórico do fornecimento; consumo médio e pedido de

fornecimento de cada unidade.

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As informações são passadas das unidades para as CAP’s, que as consolidam e

em seguida repassam para Superintendência.

Verificamos que a SMS não levou em consideração, no momento da realização do

primeiro pedido, as quantidades existentes no estoque de materiais do Almoxarifado

Central da Saúde.

Observamos através de inspeção física nos Almoxarifados do S/CIN/CAL e de

relatórios a respeito da previsão de consumo destes que tal procedimento gerou

distorções no quantitativo de alguns itens. O quadro abaixo exemplifica esta informação:

ESPECIFICAÇÃO CONSUMO MENSAL

ESTOQUE EM 07.08.03

PREVISÃO DE CONSUMO (MESES)

Agulha desc. 20 x 5,5 1.150 54.068 47

Agulha peridural 16 G 1.426 9.662 6,8

Cânula Dês. P/ Traq. Tam. Nº 4 54 532 9,9

Cânula p/ traq. De metal nº 6 50 970 19,4

Luva de Proc. Desc. Tam grande 486 4863 10

Serra de Gigle 30 cm 83 5.072 61,1

Papel p/ e.c.g. tam 63 mm 450 5.692 12,6

Salto ortopédico de borracha tam peq. 433 8340 19,3

2.4 - Estimativa de preço

O valor total estimado para licitação: R$ 48.603.127,08 (Quarenta e oito milhões

seiscentos e três mil cento e vinte e sete Reais e oito centavos).

Os valores para o registro de preço são obtidos através de pesquisa realizada pela

Fundação Getúlio Vargas.

Exemplos de saldos de estoque e previsão de consumo da Divisão de Materiais Diversos do S/CIN/CAL

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2.5 - Armazenagem e Distribuição

Os materiais médico-cirúrgicos, antes de serem distribuídos às unidades,

permanecem estocados na Divisão de Materiais Diversos do S/CIN/CAL. As condições de

estocagem serão detalhadas mais a frente, quando faremos uma análise mais específica

do Almoxarifado Central.

A distribuição dos materiais é realizada do dia 1 ao dia 15 de cada mês,

obedecendo à um cronograma pré-estabelecido pelo próprio S/CIN/CAL. Neste

cronograma cada unidade possui um dia específico para o recebimento dos materiais.

2.6 - Serviço de Transporte de materiais

Verificamos, em nossa inspeção, que o transporte dos materiais médico-cirúrgicos

é, atualmente, realizado por empresa terceirizada. Esta contratação foi realizada após a

constatação de que os veículos próprios eram insuficientes para satisfazer a crescente

demanda das unidades da rede.

Instrumento: Contrato nº 203/2003, celebrado entre a SMS e a empresa Transguce

Transportes Expresso Ltda. (TCMRJ/3040/2003, em tramitação).

Valor: R$ 369.600,00

Prazo: 10/04/2003 a 06/10/2003

Fundamentação: art 24 inc. IV da Lei 8666/93 (emergência)

Justificativa: Crescente aumento da demanda das unidades da Rede de Saúde Municipal

e a impossibilidade do Almoxarifado de realizar a logística de distribuição utilizando seus

veículos.

Este Contrato possibilitava a utilização de até oito caminhões, com uma equipe

composta de 1 motorista e 2 ajudantes, que estariam a disposição no período das 7:00 h

às 17:00 h

Na ocasião de nossa visita verificamos, de acordo com as planilhas de controle do

setor de transporte, que a Coordenação de Apoio Logístico estava utilizando o número

máximo de veículos estabelecido no Contrato, ou seja, oito caminhões.

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O projeto básico para prestação destes serviços exigia que os veículos possuíssem

identificação da empresa. Verificamos, porém, conforme figuras a seguir) que alguns

caminhões da transportadora não possuíam inscrição com o nome da mesma.

Verificamos ainda, de acordo com entrevista realizada, que o motorista do veículo

da figura acima era o proprietário do mesmo, e que o caminhão se encontrava apenas

agregado à transportadora.

Tal procedimento representa um ponto de risco para a SMS, pois nestes casos é

difícil o controle a respeito do cumprimento das obrigações trabalhistas e previdenciárias

pela empresa contratada, que no caso de inadimplemento podem recair subsidiariamente

ao Município (súmula 331 do TST).

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2.7 - Verificação da chegada ao destino dos materiais médico-cirúrgicos expedidos

pelo S/CIN/CAL

Diante da impossibilidade de verificarmos a chegada dos itens expedidos pelo

S/CIN/CAL em todas as unidades da rede, selecionamos uma amostra deste universo de

acordo com os dados de produção hospitalar da rede municipal de saúde.

Seleção de unidades

Total de procedimentos hospitalares pagos em 2001 - Fonte Secretaria de Saúde (Datasus)

Unidade SIH % % ACUM. Hospital Municipal Miguel Couto 12636 10,43% 10,43%Hospital Municipal Souza Aguiar 11824 9,76% 20,19%Hospital Municipal Salgado Filho 9083 7,50% 27,68%Hospital Maternidade Carmela Dutra 7907 6,53% 34,21%Hospital Municipal do Andaraí 6972 5,75% 39,96%Instituto Municipal da Mulher Fernando Magalhães 6809 5,62% 45,58%Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth 6010 4,96% 50,54%Hospital Municipal Lourenço Jorge 5891 4,86% 55,40%Hospital Municipal Piedade 5545 4,58% 59,98%UIS Herculano Pinheiro 5490 4,53% 64,51%Hospital Maternidade Alexander Fleming 5446 4,49% 69,00%Maternidade Leila Diniz 4400 3,63% 72,64%Hospital Municipal Lagoa 4384 3,62% 76,25%Hospital Municipal Cardoso Fontes 3993 3,30% 79,55%IMAS Nise da Silveira 3655 3,02% 82,57%Hospital Municipal Jesus 3248 2,68% 85,25%Hospital Municipal Paulino Werneck 2814 2,32% 87,57%Hospital Municipal Ipanema 2584 2,13% 89,70%Hospital Dr. Phillipe Pinel 2142 1,77% 91,47%Hospital Municipal Rafael de Paula e Souza 2062 1,70% 93,17%Hospital Municipal Rocha Maia 2003 1,65% 94,82%Hospital Municipal Nossa Senhora do Loreto 1711 1,41% 96,24%Hospital Municipal Barata Ribeiro 1689 1,39% 97,63%Hospital Municipal Salles Netto 1273 1,05% 98,68%Hospital Municipal Jurandir Manfredini 869 0,72% 99,40%Hospital Municipal Álvaro Ramos 308 0,25% 99,65%Instituto Municipal de Gerontologia Miguel Pedro 210 0,17% 99,83%Hospital Municipal Carmela Dutra 201 0,17% 99,99%UIS Manoel Arthur Villaboim 11 0,01% 100,00%

TOTAL 121170

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As unidades selecionadas para integrar a amostra representam 55,4 % do total de

internações hospitalares no Município.

De acordo com o já apontado em Inspeção Ordinária Realizada na SMS no ano de

2002 (TCMRJ/6594/2002, ora em tramitação), para todo material que sai do Almoxarifado

é emitido um documento (DMM) comprobatório em 6 vias. Uma destas fica arquivada no

Almoxarifado de origem e outra deve ficar no destino.

Para verificação da entrega dos materiais, solicitamos a Diretora da Divisão de

Materiais Diversos, que nos fornecesse a documentação de saída de todos os materiais

que foram enviados às unidades de saúde selecionadas, no ano de 2003.

De posse desta documentação, nos dirigimos às unidades selecionadas para

verificar os respectivos registros de entrada no estoque dos correspondentes documentos.

2.8 - Relação de DMM’s não encontradas

Nome da Unidade Hospital Municipal Lourenço Jorge

DMM DATA

32868/03 06/01/03

32745/03 02/01/03

34026/03 12/02/03

37135/03 14/04/03

42652/03 2/07/03

42692/03 29/07/03

Hospital Municipal Miguel Couto DMM DATA 34015/03 12/02/03

34840/03 28/02/03

S/CIN/CAL

UNIDADE DE SAÚDE

Materiais +

DMM

Guarda 1 via da DMM como registro de entrada

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40938/03 24/06/03

41061/03 27/06/03

41921/03 08/08/03

Hospital Municipal Salgado Filho DMM DATA 33368/03 24/01/03

36318/03 02/04/03

36325/03 02/04/03

36352/03 03/04/03

37495/03 25/04/03

37536/03 25/04/03

38027/03 06/05/03

40960/03 24/06/03

40924/03 24/06/03

Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth DMM DATA 34846/03 2/02/03

34843/03 28/02/03

38529/03 14/05/03

36946/03 10/04/03

35340/03 10/03/03

35658/03 24/03/03

40169/03 ILEGÍVEL

Hospital Municipal do Andaraí DMM DATA 40923/03 24/06/03

41354/03 03/07/03

42678/03 28/07/03

Hospital Maternidade Carmela Dutra DMM DATA 35709/03 24/03/03

Hospital Municipal Souza Aguiar DMM DATA 37540/03 25/04/03

37499/03 25/04/03

Hospital Municipal da Mulher Fernando Magalhães

DMM DATA

36558/03 03/04/03

Valor Total das DMM’S R$ 61.284,69

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3.0 - Estado Atual do Almoxarifado Central da Saúde (Coordenação de Apoio Logístico S/CIN/CAL).

Endereço: Rua Ana Néri, 1552 – Rocha

Área total: 14.220 m², dividida entre 12 galpões e ruas de acesso.

O Almoxarifado Central conta, ainda, com um prédio alugado nas proximidades (rua

Esmeraldino Bandeira 120 – Riachuelo) que serve como estoque auxiliar de materiais

diversos.

O complexo tem como finalidade a estocagem e distribuição de material hospitalar,

farmacêutico e de expediente para toda a Rede de Saúde do Município.

Planta do Complexo do Almoxarifado Central da Saúde

3.1 - Relatório de não–conformidades observadas

Em nossa inspeção nos limitamos ao exame dos galpões da Divisão de Materiais

Diversos (nº 6, nº 8 e nº3), Galpão da Divisão de Medicamentos (nº 11), Galpão de

Impressos (nº 11), Galpão desativado (nº 4), Prédio Anexo e local destinado a guarda de

medicamentos vencidos.

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3.2 - Controle de acesso aos almoxarifados

O acesso aos galpões das Divisões de Materiais Diversos, Permanente e de

Medicamentos é permitido apenas aos funcionários do S/CIN/CAL e servidores de

unidades de saúde que estejam previamente cadastrados.

Observamos, na ocasião de nossa visita, que o funcionário encarregado de conferir

a autorização para entrada não possuía uma lista com os nomes dos servidores das

unidades de saúde que estariam autorizados.

Ao questionarmos o servidor responsável a respeito do observado acima, fomos

informados que a lista não era necessária, pois são sempre as mesmas pessoas que

costumam se dirigir aos almoxarifados para retirada de materiais.

O procedimento adotado aqui representa um ponto de risco, pois, se um funcionário

por algum motivo for descredenciado, ele continuará a possuir acesso aos almoxarifados.

3.3 - Estado dos Almoxarifados Inspecionados no Complexo 3.3.1 - Almoxarifado de impressos

No galpão onde são armazenados os impressos encontramos marcas que

evidenciam a umidade existente no local, instalações elétricas expostas próximas a

materiais inflamáveis e equipamentos de combate à incêndio inadequados.

Observamos também a inexistência de prateleiras ou outros meios adequados

para a estocagem dos materiais.

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Verificamos também, no almoxarifado de impressos, o armazenamento inadequado

de itens importantes como: talonários de receita azul (utilizados para medicamentos

controlados); atestados médicos e declarações de comparecimento.

Tais itens se encontravam em espaço utilizado para a guarda de materiais médico-

cirúrgicos danificados ou fora do prazo de validade, no segundo andar do galpão nº 3 que

é utilizado pela Divisão de Materiais Diversos.

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Ressaltamos aqui que os talonários de receita azul são numerados e a liberação

dos mesmos para as unidades deveria se dar em ordem seqüencial.

Área de estoque de materiais vencidos onde encontramos talonários de receita azul

Talonários de receita azul Talonários de receita azul

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3.3.2 - Galpões da Divisão de Materiais Diversos

Galpões nº 8 e 6

O estoque de materiais diversos se encontra concentrado em 2 galpões recém

reformados, unidos por uma esteira horizontal. Neste almoxarifado encontramos os

materiais de consumo e materiais médico-cirúrgicos.

O recebimento e expedição de materiais é realizado em uma área entre os dois

galpões.

Esta unidade apresenta boas condições de estocagem, porém, assim como em

todas as outras áreas visitadas, também sofre com o problema de falta de segurança

contra incêndios.

Área de expedição e recebimento Esteira Horizontal

Estoque de materiais

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Os materiais de maior valor unitário desta Divisão permanecem guardados em uma

sala, trancada, com acesso restrito a apenas um funcionário.

Esta Divisão possui ainda uma outra área (Galpão nº 3) destinada a armazenagem.

Nesta área encontramos grande quantidade de fraldas, ataduras gessadas, seringas entre

outros materiais dispostas sem qualquer critério de estocagem.

Observamos, no andar de cima deste galpão (nº3), que as condições de estocagem

são precárias, materiais são expostos a umidade devido a furos na cobertura do galpão,

equipamentos de combate a incêndio são insuficientes e inadequados (extintores de CO2

quando o ideal seria extintor de Água). Observamos ainda que a separação existente

entre os almoxarifados dificulta o controle e a segurança dos itens integrantes do estoque.

No térreo deste galpão a situação descrita anteriormente se repete: caixas de

materiais acondicionadas diretamente no chão, insuficiência de equipamentos de combate

a incêndio, instalações elétricas expostas.

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3.3.3 - Almoxarifado da Divisão de Medicamentos

Nesta Divisão encontramos estocados medicamentos para toda Rede de Saúde

Municipal, Estes são armazenados em galpão (nº 11) de 2 andares nos fundos do

complexo.

Observamos na ocasião de nossa visita os seguintes pontos:

! Recepção e expedição são localizadas lado a lado, o que dificulta o controle em dias

de grande movimentação;

! Estoque de medicamentos localizado ao lado do galpão de saneantes e inflamáveis;

! Equipamento de combate à incêndio inadequados.

Materiais armazenados no andar térreo do galpão nº 3.

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3.3.4 - Galpão desativado

Observamos no complexo do S/CIN/CAL, a existência de um galpão desativado,

galpão nº 4, em estado de completo abandono, cuja única serventia é a guarda de

equipamentos sucateados.

Neste galpão encontramos soros interditados pela vigilância sanitária, que devido à

falta de condições de estocagem, se encontram agora sem condições para o uso.

Soro interditado

Vista externa Interior do galpão

Interior do galpão

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3.3.5 - Armazenagem de medicamentos vencidos

Os medicamentos vencidos são armazenados em duas áreas distintas, sendo que

uma é destinada apenas aos medicamentos que integram o programa da AIDS.

Conforme apontado em Inspeção Ordinária realizada na SMS em Março de 2003

(TCMRJ/3248/2003 – em Diligência junto ao Órgão), para a maioria dos medicamentos do

Programa da AIDS existe a possibilidade de troca dos que tenham prazo de validade

vencido, para isto bastaria apenas o contato com o fabricante, informando as quantidades

e características.

Ao questionarmos o farmacêutico responsável, Dr. Fellipe Pinheiro Lattanzi, (CRF –

RJ Nº 7208) a respeito da troca dos medicamentos, fomos informados (através de

documentação comprobatória) de que os mesmos já haviam sido inventariados, e que

estavam aguardando a troca.

Já no local destinado a guarda do restante dos medicamentos vencidos,

observamos, no momento da chegada de remédios oriundos do Hospital Gafree Guinle,

que esta é realizada sem nenhum controle. Lotes novos de medicamentos vencidos

chegam das unidades de saúde e são armazenados sem que haja nenhum controle a

respeito do quantitativo

AIDS

Medicamentos vencidos armazenados sem controle ou inventário

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4.0 - Levantamento dos Riscos de Incêndio nas Edificações localizadas dentro do complexo S/ CIN/CAL.

De acordo com o constatado em nossa visita, e considerando as informações

retiradas do relatório apresentado pela Brigada anti-incêndio do CASS, concluímos que o

sistema de segurança anti-incêndio do Almoxarifado Central apresenta muitos pontos

vulneráveis.

! Armazenamento de líquidos inflamáveis de forma inadequada

! Grande quantidade de materiais de fácil combustão armazenados inadequadamente,

obstruindo o acesso a corredores e escadas.

! Cobertura dos galpões (telhados) com diversas avarias e composta de material

suscetível à queima.

! Ausência de pessoal qualificado ao Combate de Incêndio

! Falta de sinalização de localização dos equipamentos preventivos (extintores,

Mangueiras)

! Locais de armazenamento fechados sem janelas

! O estado da estrutura do galpão desativado, onde estão diversos tipos de sucata,

juntamente com restos de materiais vencidos possui o telhado em pior estado de

conservação de todo o complexo.

! Área administrativa não possui caixa de incêndio

! Existem diversas instalações elétricas necessitando reparos, muito próxima de

materiais diversos estocados.

! Registre-se aqui que as caixas de incêndio, bem como seus equipamentos,

mangueiras e esguichos, encontram-se em mau estado de conservação.

5.0 - Prédio Alugado

Verificamos no SCP, a prorrogação por mais 24 meses (20/08/2003 à 19/08/2005)

do prazo de vigência do Contrato 1256/96, através do 3º Termo Aditivo nº 819/2003

(TCMRJ/5033/2003 - em tramitação).

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O Contrato anteriormente citado tem como objeto o aluguel de um prédio na Rua

Esmeraldino Bandeira, com a justificativa de que o espaço existente no S/CIN/CAL é

insuficiente para estocagem de todos os materiais.

Em visita ao prédio alugado observamos poucos materiais armazenados. Estes se

resumem em: alguns itens da divisão de materiais diversos; algumas publicações de

campanhas de saúde e itens do Programa Saúde da Família. Encontramos ainda, parte

dos medicamentos vencidos que estão sendo transferidos do complexo da Rua Ana Néri.

Área de estoque no prédio anexo

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Encontramos guardados neste prédio, também, o registro dos nascidos vivos de

todo Estado do Rio de Janeiro. Tais registros permanecem em uma sala sem nenhum

equipamento de combate a incêndio

Cabe aqui destacar a inexistência de extintores de incêndio neste prédio.

Medicamentos vencidos

Registro de Nascidos vivos

Equipamentos obsoletos fora da área de estoque

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6.0 - Projeto de reforma do S/CIN/CAL (Processo 09/003.381/03 – não deu entrada no

TCMRJ)

Em dezembro de 2001, foi criada pela SMS, por meio da Resolução “N” nº831 de

26/12/2001, uma comissão especial encarregada de coordenar e controlar o inventário do

estoque de materiais médico-hospitalares e medicamentos e ainda aperfeiçoar sua

sistemática de controle e distribuição.

Esta Comissão concluiu que com o término das obras de reforma do prédio 13, e a

conseqüente ampliação da área de armazenagem, com previsão para a segunda quinzena

de novembro de 2002, poderia o contrato de locação acima ser rescindido.

Ressaltamos aqui que o projeto engloba a reforma de todo o complexo do

S/CIN/CAL, e que o mesmo se encontra parado na fase de licitação do projeto básico.

7.0 - Fornecimentos de medicamentos e materiais de consumo por força dos Mandados Judiciais 7.1 - Considerações Iniciais

As demandas oriundas dos mandados judiciais foram divididas pela S/CIN segundo

três espécies, quais sejam: materiais de consumo, medicamentos e oxigenoterapia.

Como o tema em foco foi acolhido nesta Inspeção no decorrer de sua execução,

após visita ao S/CIN/CAL, analisamos somente o controle dos fornecimentos nas duas

primeiras espécies, em virtude do tempo disponível, reservando o tratamento de

oxigenoterapia para uma Inspeção futura.

7.2 – Pertinência jurídica das demandas

À título informativo, teceremos a priori esclarecimentos pertinentes aos

entendimentos dos Tribunais sobre os quais repousam as decisões favoráveis aos

pacientes para a obtenção gratuita de medicamentos ou materiais de consumo.

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24

Constatamos que, em casos análogos, já há vários precedentes jurisprudenciais

que se concentram, sobretudo, nas normas inerentes ao caput do artigo 5º

(“...inviolabilidade do direito à vida..”), combinado com o artigo 6º ( “..a saúde é um direito

social” ) e artigo 196 ( “Saúde é direito de todos e dever do Estado..” ) todos da

Constituição Federal. Dentre esses precedentes, citamos o entendimento do Superior

Tribunal de Justiça, através do Exmo Ministro Garcia Vieira, nestes termos:

“ Assegurar-se direito à vida de uma pessoa, propiciando-lhe medicação específica que lhe

alivie até mesmo sofrimentos e a dor de uma moléstia ou enfermidade irreversível não é antecipar

a tutela jurisdicional através de medida cautelar, mas garantir-lhe o direito de sobrevivência.”

Extraímos, outrossim, o julgamento emanado do Supremo Tribunal Federal, através

do Exmo Ministro Celso de Mello, neste sentido:

“ Entre proteger a inviolabilidade do direito à vida que se classifica como direito subjetivo

inalienável assegurado pela própria Constituição da República ou prevalecer direito secundário do

Estado, entendo –uma vez configurado esse dilema – que razões de ordem ético-jurídica impõem

ao julgador uma só e possível opção: o respeito indeclinável à vida”.

Geralmente, o contexto das demandas em tela está associado a portadores de

doenças graves e à hipossuficiência destes, que não têm como adquirir os medicamentos

necessários para o tratamento, os quais, normalmente, têm custo elevado.

Diante desta conjuntura, a 9a Procuradoria Setorial informou-nos que é infrutífera a

interposição de recursos às ações judiciais, que determinam o fornecimento de

medicamentos, considerando que a invocação de qualquer argumento de defesa de cunho

orçamentário, financeiro ou administrativo estará sempre em uma hierarquia inferior ao

bem jurídico a ser tutelado pelo Estado relacionado à vida e à saúde de cada indivíduo.

Registre-se que no ano de 2002 foram cumpridos 740 mandados e, em 2003 até

Junho, foram registrados 449.

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7.3 – Medicamentos Excepcionais

Constata-se que o perfil patológico das pessoas que procuram a Justiça tem

correlação com enfermidades crônicas e raras. Os medicamentos para o tratamento

dessas doenças são classificados pelo Ministério da Saúde como excepcionais que,

geralmente, são de uso continuado e de alto custo.

Até o ano de 2002, havia 87 itens catalogados na Tabela dos excepcionais

distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre estes, estão incluídos

medicamentos para dor crônica (morfina, codeína e metadona) destinados a pacientes

com câncer. Adiciona-se, também, medicamentos para tratamentos como osteopororose,

hepatite C crônica, asma grave, Mal de Parkinson, hepatite B em transplantados, doenças

de Wilson (acúmulo de cobre no corpo) entre outras enfermidades.

A Portaria Ministerial nº 1.318 de 23/07/2002, que define medicamentos para

patologias, consoante o Código Internacional de Doenças – CID, como Hepatite Viral C,

Osteoporose, Hepatite B em transplante Hepático, Acromegalia, doença de Parkinson e

asma grave, determina que as Secretarias de Saúde dos Estados têm a incumbência de

viabilizar o acesso destes aos pacientes.

De acordo com informações extraídas da página eletrônica do Ministério da Saúde,

todos esses remédios são comprados pelas Secretarias Estaduais de Saúde com recursos

federais que, em 2002, seriam destinados aproximadamente R$ 483.000.000,00.

Ocorre que, consoante informações do Sr. Tito Lívio Correa Sodré, matrícula

74/228.846-2, responsável pelo Departamento de Especificação de Materiais e Serviços

da Coordenadoria de Infra-Estrutura da SMS (S/CIN/DEM), cerca de 45% dos gastos com

medicamentos comprados por força dos mandados são referentes a medicamentos

excepcionais.

Ainda que não tenhamos números confiáveis acerca da despesa total com tais

medicamentos, pois não nos foi disponibilizado em tempo hábil pela Jurisdicionada, deve-

se registrar que há casos que um só paciente, consumindo apenas um medicamento

excepcional, representa um dispêndio financeiro anual ao Município de mais de R$

70.000,00.

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Conquanto haja tal diretriz executiva atribuída às Secretarias Estaduais de Saúde, a

SMS está sendo impelida a fornecer esses medicamentos sob pena de sofrer sanções

cíveis e penais.

7.4 – Origem dos receituários

Com o intuito de identificarmos a procedência das Unidades de Saúde em que

foram prescritos os medicamentos demandados pelos pacientes nas ações judiciais,

extraímos uma amostra dos pacientes que procuraram a Defensoria Pública no período de

Agosto a Dezembro de 2002.

Distribuição Percentual da Origem dos Receituários

Federal4%

Estadual40%

Municipal22%

Privado34%

Analisando o gráfico anterior, destacamos um considerável quantitativo de

receituários advindos dos hospitais estaduais o que, em tese, demonstra que tais

Unidades, ao atenderem os pacientes, não fornecem a medicação prescrita. Esta

constatação também contribui para a distorção dos níveis de produção dos serviços

integrantes do SUS, uma vez que são processadas consultas nos Hospitais Estaduais,

todavia, a dispensação dos medicamentos referenciados nestes está sendo paga pelo

Município do Rio de Janeiro.

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7.5 - Central de Atendimento ao Cidadão

Com o propósito de reduzir o número de ações judiciais, foi realizado em

31/10/2002 um acordo de conciliação homologado em audiência realizada na 8a Vara da

Fazenda Pública em que estiveram presentes representantes da Secretaria Estadual de

Saúde, Secretaria Municipal de Saúde, Defensoria Pública e Ministério Público. Neste

acordo a SMS se propôs a criar a Central de Atendimento ao Cidadão localizada no

Hospital Municipal da Lagoa (figura a seguir), que passou a funcionar em dezembro de

2002, para viabilizar o fornecimento de medicamentos para pacientes necessitados.

Consoante o protocolo firmado, o paciente que necessita de um medicamento e

não tem condições de comprá-lo, ingressa solicitação junto à Defensoria e este Órgão

envia ofício, contendo a identificação e o receituário do paciente, à Central de Atendimento

solicitando que seja informado quanto ao fornecimento dos medicamentos.

Ou seja, a Central foi criada apenas para receber solicitações provenientes da Defensoria

mediante encaminhamento de ofício.

O fluxograma abaixo ilustra a sistemática do atendimento aos pacientes na Central:

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Cabe frisar que o Hospital da Lagoa além de disponibilizar o espaço para o

funcionamento da Central designou também quatro farmacêuticos lotados no Serviço de

Farmácia do citado Hospital, sendo que a Sra. Tânia Leonor F. Mello, matrícula

10/2089399, acumulou a chefia da Farmácia e da Central.

Desde o início de sua criação, a Central convive com atendimento médio de vinte

pacientes por dia. A responsável pela Central tem enviado reiterados memorandos

informando que esta demanda está sendo excessiva, pois repercute no acúmulo dos

serviços administrativos inerentes ao atendimento, além de dificultar as marcações da

nova avaliação médica.

Para tentar resolver tal deficiência, a Central solicitou à Defensoria que informasse

aos pacientes o horário de atendimento ( de Segunda à Sexta, exceto feriados, de 8 horas

às 12 horas) limitando em dez pessoas o número de pacientes diários.

Até 12/08/2003 tinham sido cadastradas na Central de Atendimento 1.012 pessoas.

7.5.1 - 2a Avaliação Médica

A nova avaliação médica oferecida pela Central viabiliza uma possível substituição

de medicamentos não padronizados (não constam do sistema de registro de preços) por

medicamentos constantes na grade da rede municipal dependendo de sua similaridade e

da complexidade do tratamento da doença.

Entretanto, esta avaliação, realizada no ambulatório do Hospital da Lagoa, é restrita

a apenas um médico com especialização em cardiologia, duas vezes por semana das 14

às 19 horas.

Torna-se latente que os pareceres inerentes a tais avaliações, com bases nos

exames já realizados e laudos médicos, não alteram os anteriores em decorrência da

limitação técnico–profissional do médico designado pelo Hospital que não é perito e está

adstrito a apenas uma especialidade, não tendo, por conseguinte, embasamento crítico

às prescrições originais cujo teor é agravado pela complexidade das patologias.

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A Direção do Hospital vem solicitando desde a criação da Central mais rigor na

execução das avaliações, como se extrai do ofício nº 1392/2003 de 12/08/2003,

encaminhado ao Secretário de Saúde do Município, onde a Unidade solicitou o envio de

médicos peritos nas especialidades de clínica médica, pediatria, gastroenterologia,

neurologia, cardiologia e Urologia.

Acrescente-se que, segundo informações da farmacêutica responsável pela

Central, alguns medicamentos prescritos, que geralmente são recém-lançados no

mercado, não têm eficácia farmacológica comprovada e podem ser inúteis ao tratamento

da doença. Por oportuno, citamos um caso extraído do processo 2001.001.140955-2

(ação ordinária da 4a vara de Fazenda Pública), o qual ocorreu antes da criação da

Central, em que o Núcleo de Assistência Farmacêutica –NAF da SMS manifestou parecer

contrário ao fornecimento do medicamento requisitado no mesmo – Gangliosídeos

injetável (SYGEN) tendo em vista que a citada droga não assegurava a eficácia,

conforme divulgação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária –ANVISA. Assim,

entendemos que se torna imperioso incrementar as ações de suporte técnico à segunda

avaliação.

7.5.2 – Problemas Operacionais da Central Reproduzimos as seguintes deficiências que vem sendo apontadas pela Gerência

da Central desde a sua criação:

! Falta de recursos humanos na área administrativa;

! Falta de recursos materiais como computadores, materiais de informática, papéis,

entre outros;

! Necessidade de aprimoramento do banco de dados que viabilizem a elaboração de

relatórios por medicamento, cadastro de requerentes entre outros; ! Ausência de mecanismos de comunicação que propiciem cruzamentos de informações

entre a SMS e SES (Secretaria Estadual de Saúde) o que gera desinformação acerca de

duplicidades de requisição de medicamentos de um mesmo paciente, ou seja, às vezes

um ofício de um mesmo requerente é encaminhado para a Central do Hospital da Lagoa e

para a Central de Atendimento do Estado para o cumprimento;

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! Cerca de 40% dos ofícios encaminhados pela Defensoria são medicamentos de

responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde, por força da Portaria nº 1.318 de

23/07/2002 do Ministério da Saúde, conforme mencionado no item 7.3. Nestes casos a

Central encaminha os pacientes de volta à Defensoria para direcioná-los à Central do

Estado. Porém, a Sra. Responsável pela Central informou-nos que, como ocorre atraso no

atendimento prestado pelo Estado, os pedidos normalmente geram novos mandados

judiciais;

! Falta de medicamentos padronizados nos estoques do Hospital uma vez que tais

medicamentos são constantemente consumidos pelos pedidos provenientes da Defensoria

ou substituídos por outros não padronizados;

! Há, outrossim, deficiências de comunicação entre a Central e a S/CIN/DEM, pois não

se sabe com precisão se um ofício emitido pela Defensoria transformou-se em mandado

judicial que ocorre em função de atraso no fornecimento por parte da Central. Como não

há esse confronto de informações aumenta-se o risco de ocorrer dupla compra dos

medicamentos demandados.

Observamos que todos os problemas apontados acima aliados aos do item anterior

decorrem de uma carência gerencial do nível central da SMS. Verificamos que a Central

de Atendimento ao Cidadão está sendo administrada tão somente pelo Hospital da Lagoa,

através do Serviço de Farmácia e da Direção.

Todas as propostas de melhoria e sugestões de reunião são de iniciativa do próprio

Hospital. Parece-nos que a sistemática da Central merece monitoramento contínuo do

nível central da SMS, pois interfere nas políticas de saúde do Município, além de causar

risco potencial aos parâmetros de estoque de segurança dos hospitais da rede municipal,

considerando um provável crescimento das demandas judiciais.

7.6 – Práticas de Aquisição

7.6.1 - Medicamentos não padronizados

Até o ano de 2002 os medicamentos dispensados por determinação judicial que não

eram padronizados, aqueles que não estavam na grade de aquisição da SMS, eram

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adquiridos pela S/CIN com recursos do suprimento de fundos por meio de uma precária

pesquisa de mercado, visto que a consulta de preços para a compra era restrita e

insuficiente em face do exíguo período determinado pelos Juízes para o cumprimento dos

mandados.

A partir do segundo semestre de 2002 (Julho), o cumprimento dos mandados foi

direcionado para o Departamento de Especificação de Material e Serviços (S/CIN/DEM)

onde começaram a ser autuados processos administrativos de aquisição por Dispensa de

Licitação devido à crescente entrada de novos mandados. Entre esses processos

destacamos o processo administrativo 09/38.516/02 ( DL 02/02 - não deu entrada neste

Tribunal) o qual tinha por objeto a proposta de aquisição de 522 itens de medicamentos no

valor estimado de R$ 1.267.587,27 com fulcro no artigo 24, inciso IV do Estatuto das

Licitações, visando proporcionar um respaldo jurídico às aquisições desses

medicamentos.

Na fase de requisição, tomou-se por base a lista de medicamentos comprados no

período entre Janeiro e Outubro de 2002 em cumprimento aos Mandados Judiciais. Neste

rol constavam medicamentos que já estavam inclusos no registro de preços atinente à

Concorrência 09/02, evidenciando a priori deficiência no controle dos mesmos.

Mesmo tendo à época um instrumento formal (Concorrência 09/02 que objetivou a

elaboração do sistema de Registro de Preços para posterior aquisição de diversos itens de

medicamentos, conforme processo 040/0458/2002) que, em tese, serviria como referência

para consulta (mais de vinte empresas), a justificativa dos preços nesta dispensa pautou-

se em uma pesquisa de mercado onde participaram apenas três empresas convidadas

pela S/CIN e sem qualquer requisito de publicidade, dentre elas duas farmácias varejistas

e uma empresa distribuidora com maior suporte logístico (Barenboim).

Os efeitos desta pesquisa foram óbvios, ou seja, a empresa Barenboim obteve

menor preço em cerca de 87% dos itens sendo que, em 44% destes, ela foi a única a

cotar preços.

Em consulta ao Sistema de Acompanhamento de Gestão Orçamentária e

Financeira (SAGOF) deste Tribunal extraímos as seguintes informações acerca da

despesa com a citada dispensa:

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2.760,462.760,46

23.345,56

23.295,16

664.118,98628.707,71

FarmáciaMarbeth Ltda

FarmáciaDrogalfa Ltda

Barenboim & CIALtda

Despesas referentes à DL 02/02

Total LiquidadoTotal Pago

Impende ressaltar que todas estas considerações foram detectadas pela CGM na

análise processual.

Quanto ao aspecto jurídico da dispensa, a S/CIN/DEM defende que o

cumprimento dos mandados judiciais tem imprevisibilidade considerando que as

aquisições são realizadas de forma individual e personalizada de acordo com a

necessidade de cada paciente.

Ocorre que, à luz do princípio da razoabilidade, verificou-se que a própria

requisição da dispensa, como mencionado anteriormente, foi baseada nas compras já

efetivadas no período de janeiro a outubro de 2002 havendo, portanto, um parâmetro

estimativo para projeção de futuras demandas, até porque a grande maioria dos remédios

dispensados, segundo informações do próprio DEM, são de uso continuado reforçando o

entendimento no qual há previsibilidade de necessidade de consumo.

Quanto aos medicamentos recém-lançados ou que porventura não constarem nas

compras anteriores atinentes aos mandados e que forem demandados em novas ações

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entendemos haver imprevisibilidade, porém, nestes casos deve-se aprimorar os

mecanismos de controle e de publicidade das formas de aquisição.

A 9a PS manifestou parecer no mesmo instrutivo determinando que a

Jurisdicionada promovesse a efetivação do sistema de registro de preços para aqueles

medicamentos já adquiridos pela SMS cuja listagem seria advinda da própria Procuradoria

Geral do Município.

Todavia, a equipe inspecionante obteve a informação, no D.O. Rio Eletrônico, de

que está em fase de ratificação outra dispensa licitatória (DL nº 01/03) com valor estimado

de R$ 1.462.866,81, que segundo informações do DEM, seguiu basicamente os moldes

da anterior, com a inclusão de duas empresas na pesquisa, totalizando cinco, sendo

processada sob o nº 09/019.698/03. Cabe ressaltar que não tivemos acesso ao referido

administrativo durante a Inspeção prejudicando uma análise mais detalhada.

Neste contexto, acentua-se, adicionalmente, que as dispensas licitatórias

acolhidas para aquisição dos medicamentos não têm formalização contratual ou um

documento vinculativo como a Ata de Registro de Preços ( são emitidas apenas notas de

empenho) o que não configura uma garantia de atendimento, além de não estabelecer

condições para futura contratação.

Por conseguinte, se houver o descumprimento de um determinado fornecimento, a

SMS não terá meios legais de impor sanções ou sub-rogar o fornecedor, como seria

possível no sistema de registro de preços, seguindo a ordem de classificação.

Outro aspecto que favorece à adoção de sistema de registro de preços para os

medicamentos já adquiridos por determinação dos mandados é que propicia a

participação de um número maior de fornecedores possibilitando um preço menor e o

fornecimento destes medicamentos está vinculado tão somente às necessidades

caracterizadas pelas entradas de novos mandados não obrigando, com isso, compras

desnecessárias para estocagem.

Em suma, faz-se mister o esclarecimento da Jurisdicionada quanto à

determinação da 9a PS acerca da efetivação dos medicamentos não padronizados já

adquiridos no sistema de registro de preços.

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7.6.2 – Medicamentos Importados

Os medicamentos importados são adquiridos junto à Fundação Ruben Berta que é

uma entidade provedora de benefícios sociais e de saúde detentora de uma estrutura de

atendimento que integra um conglomerado de empresas ligadas a VARIG.

Os medicamentos são encomendados mediante a apresentação de documentos,

como laudo médico, receitas médicas originais e são pagos sob a responsabilidade do

Gabinete do Secretário.

7.6.3 – Aquisição descentralizada na Central de Atendimento Recentemente, a S/CIN descentralizou a compra dos medicamentos não

padronizados com a criação de um código especifico para a Central de Atendimento,

viabilizada pela CGM, funcionando, com isso, como um suprimento de fundos próprio com

uma cota mensal de R$ 100.000,00.

As aquisições desses medicamentos são de responsabilidade da farmacêutica

responsável da Central (gestora dos recursos). Para efetuar a compra, a gestora se utiliza

de cinco planilhas de preços cada qual relativo às propostas dos cinco fornecedores

escolhidos na pesquisa de mercado, relativo à DL 01/03 (mencionada no item 7.6.1), que

foram disponibilizadas pela S/CIN/DEM.

Acentuamos que esta forma de aquisição é bastante vulnerável sob o ponto de

vista de controle, pois possibilita a ocorrência de erro, uma vez que a gestora tem o

trabalho de conferir o item pretendido em cada planilha a fim de encontrar o menor preço.

7.6.2 – Aquisição de Materiais de Consumo

Os mandados judiciais e ofícios provenientes da Defensoria que objetivem o

fornecimento de materiais de consumo diversos são direcionados para a S/CIN com o

intuito de prover o cumprimento.

Este setor verifica a priori se tais materiais fazem parte do sistema de registro de

preços do Município. Quando há esta constatação, a S/CIN solicita à S/CIN/CAL que

providencie a reserva dos materiais envolvidos enviando as documentações pertinentes

ao pedido e aos requerentes.

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A seguir, ilustramos uma amostra dos principais materiais que deram saída do

almoxarifado Central da SMS no 1° semestre de 2003 com o respectivo valor total:

Amostragem de consumo dos materiais demandados pelas ações judiciais

82200

43560

43056 R$ 37.458,72

R$ 10.454,40

R$ 3.288,00

Fralda Geriátrica

Sonda Uretral nº 12

Luva Ginecológica

Quantidade consumida Valor total

Fonte S/CIN Quando os materiais não constam do sistema de registro de preços, a S/CIN efetua

a compra através do fundo rotativo com uma prévia pesquisa de mercado, porém, sem

formalização identificando as empresas participantes. Dentre esses materiais, destacam-

se os suplementos alimentares como o leite ninho, que, de Janeiro até a primeira quinzena

de setembro deste ano, produziu um dispêndio financeiro de R$ 285.215,83 ao Município.

7.7 – Dispensação

7.7.1 – Medicamentos

Os medicamentos são dispensados consoante o quadro abaixo:

Solicitações provenientes dos

ofícios da Defensoria

Mandados Judiciais

Central de Atendimento da

Lagoa

S/CIN/DEM

Unidade mais próxima do

paciente

Dispensação

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Os medicamentos cujo pedido advém dos mandados judiciais são dispensados na

própria repartição do S/CIN/DEM, localizado no 8° andar do Centro Administrativo São

Sebastião – CASS.

Segundo o responsável pelo DEM, a partir do fim do ano de 2002 o setor adotou

um mecanismo de controle que consiste em contactar os pacientes requerentes antes de

efetuar a compra dos medicamentos, evitando assim acúmulo de estoque (como ocorria

antes) e compras desnecessárias, pois há casos que o beneficiado não se apresentava

para acompanhar o cumprimento dos mandados. Quando o paciente tem dificuldade de

locomoção a S/CIN /DEM direciona a distribuição do medicamento para a Unidade de

Saúde mais próxima da residência do beneficiário.

Em visita ao S/CIN/DEM, constatamos que o local é inapropriado para

armazenamento dos medicamentos além de ter um espaço restrito, conforme evidenciam

as figuras a seguir:

Medicamentos armazenados de forma desordenada

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Cabe acrescentar que o local é uma repartição administrativa e, portanto,

incompatível com a circulação de pessoas doentes, como ocorre em alguns casos.

Segundo o Sr. Tito Sodré, responsável pelo DEM, já existe um projeto pronto para

o novo local de armazenamento e dispensação dos medicamentos, porém, até o período

de Inspeção o citado projeto não tinha sequer sido autuado. Adiciona-se que o mesmo

também é desconhecido pela Assessoria de Obras e Engenharia da SMS.

Fila formada no corredor do 8° andar do CASS para obter os medicamentos

Devido ao espaço insuficiente as caixas são depositadas sobre os armários

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Na dispensação efetuada pela Central de Atendimento da Lagoa, a qual fornece os

medicamentos alusivos aos pedidos dos ofícios da Defensoria, o paciente é avisado por

telegrama ou telefone quando o medicamento já está disponível.

7.7.2 – Materiais de Consumo

O fornecimento dos materiais de consumo pode ser no próprio S/CIN/CAL ou em

uma Unidade mais próxima da residência do paciente, dependendo de suas condições

físicas ou financeiras mediante apresentação de identidade (do próprio ou de seu

procurador).

Em visita ao S/CIN/CAL, verificamos várias requisições de materiais via mandado

com falta de documentações fundamentais como procuração, cópia de identidade, entre

outros, muitas vezes só com a cópia do fax advinda do S/CIN. Entendemos que esta

deficiência prejudica o rigor na dispensação dos materiais, pois pode propiciar erro ou

fraude na identificação da parte beneficiada.

8.0 - – CONCLUSÃO

Em face do exposto, sugerimos que o presente Relatório seja encaminhado à

Secretaria Municipal de Saúde, a fim de que providencie:

8.1 - Quanto à adequação das quantidades adquiridas ao estoque existente no

S/CIN/CAL. Que a Superintendência de Serviços de Saúde:

! esclareça se existe previsão para a adequação das quantidades de material

médico-cirúrgico a serem adquiridas, ao estoque existente no Almoxarifado

Central.

8.2 - Quanto aos serviços de transporte

Que a Coordenadoria de Infra-Estrutura:

! justifique por que permitiu que a Contratada utilizasse caminhões sem o nome da

Transportadora.

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! Esclareça se é realizada a conferência na quitação do pagamento do INSS dos

motoristas e auxiliares.

8.3 - Quanto à verificação da chegada ao destino dos materiais médico-cirúrgicos

expedidos pelo S/CIN/CAL. Que a SMS esclareça se os materiais constantes das DMM’s, não encontradas nos

almoxarifados de materiais das unidades visitadas, possuem registro de entrada no

estoque

8.4 - Quanto ao estado do almoxarifado central

Que a Coordenação de infra-estrutura:

! se posicione a respeito dos pontos verificados nos galpões visitados, e ainda

informe se existe previsão para realização de melhorias nos mesmos.

! Informe que providências serão tomadas para diminuir os riscos de incêndio e

sanar as impropriedades apontadas no relatório da Brigada de Incêndio do CASS

Que a Assessoria de Obras da SMS

Informe se é viável a possibilidade de reforma apenas do galpão desativado do

Almoxarifado Central, como alternativa para solucionar o problema de falta de espaço,

tendo em vista que a licitação do projeto básico para a reforma de todo o complexo do

S/CIN/CAL ainda não foi concluído.

8.5 - Quanto aos medicamentos vencidos Que a Superintendência de Serviços de Saúde informe se existe previsão para o descarte

(por ex. incineração) destes itens.

Que a coordenação do Programa DST / AIDS informe quando realizará a troca dos

medicamentos com prazos de validade vencidos, que se encontram no S/CIN/CAL.

8.6 - Quanto ao prédio anexo do Almoxarifado Central Que a Coordenadoria de Infra-Estrutura justifique por que prorrogou o contrato de locação

do imóvel tendo em vista o excesso de espaço observado na inspeção.

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8.7 – Quanto aos medicamentos excepcionais

Discrimine os medicamentos excepcionais, cuja competência de fornecimento cabe à

Secretaria Estadual de Saúde, que foram adquiridos pelo Município, com o respectivo

gasto total. Ademais, informe quais medidas estão sendo tomadas junto ao governo

estadual para se evitar que o Município continue a comprar tais medicamentos.

8.8 – Quanto à Central de Atendimento

Informe quais providências estão sendo tomadas com relação às deficiências apontadas

nos itens 7.5.1. e 7.5.2.

8.9 – Quanto à aquisição dos medicamentos não padronizados

Informe quanto às determinações da 9a Procuradoria Setorial, consoante processo

administrativo 09/38.516/02, que tratou da DL n° 02/02, acerca da inclusão de

medicamentos adquiridos em função dos mandados no sistema de registro de preços.

Oportunidades de melhoria

Serviços de transporte Como no projeto básico para prestação dos serviços não é discriminado roteiro de

entregas ou similar, sugerimos que nos próximos Contratos a SMS mude o objeto dos

serviços para “locação de veículos”.

De forma a evitar possíveis riscos previdenciários e trabalhistas, sugerimos que,

seja estudada a possibilidade de se incluir cláusula que evite a Contratação de empresa

de transporte que se utilize de veículos agregados, na licitação para contratação destes.

Projeto de Reforma do Complexo do Almoxarifado Central da Saúde

! Sugerimos que seja estudada a possibilidade de realização de reforma apenas no

prédio desativado, com o objetivo de agilizar a disponibilização de espaço para

estocagem dentro do S/CIN/CAL.

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Operacionalização da Central de Atendimento ao Cidadão ! Sugerimos que o nível central da SMS viabilize ações de suporte técnico e jurídico à

Central, principalmente, no que tange às avaliações dos medicamentos cadastrados e

ao aprimoramento da segunda avaliação médica provendo profissionais com suficiente

capacidade de apreciar os laudos e prescrições médicas;

! Sugerimos que os atos de compra de medicamentos estejam centralizados no nível

central a fim de proporcionar um maior controle das despesas;

Aquisição de medicamentos

! Sugerimos que a S/CIN viabilize ações que proporcionem a eficiência da aquisição de

medicamentos não padronizados, abolindo a dispensa licitatória, e utilizando-se da

efetivação destes no sistema de registro de preços, considerando ainda que este

sistema não condiciona a Administração a contratar, além de não haver rigidez nas

definições das necessidades quantitativas e qualitativas, pois se vincula a uma

estimativa máxima e mínima dos medicamentos que se pretende utilizar.

! Quanto aos medicamentos recém-lançados ou que porventura não constarem nas

compras anteriores atinentes aos mandados e que, por conseguinte, não permitam

previsibilidade de aquisição , bem como os materiais de consumo que não constarem

da grade de aquisição do Município, sugerimos que a S/CIN propicie formalização da

pesquisa de mercado efetuada, mantendo no próprio setor, para fins de controle, a

disponibilização sucinta, em cada compra, das empresas consultadas com as

respectivas propostas, da data de consulta, descrição quantitativa e qualitativa das

aquisições e da identificação do beneficiário. Quando houver exclusividade de

fornecimento, disponibilizar a respectiva declaração do fornecedor.

_________________________________________________________Inspeção Ordinária na SMS

4a IGE/SCE/TCMRJ

43

9- CONCLUSÃO.

Por todo o exposto, sugerimos o encaminhamento do presente Relatório à SMS, a

fim de que esta, com base no contido no item 8, preste os esclarecimentos necessários,

adotando as providências cabíveis, bem como, se manifeste acerca das oportunidades de

melhoria, com posterior encaminhamento a esta Corte, fixando-se para tanto prazo

razoável.

4ª IGE /SCE em 08/10/2003

Marcelo Monjardim Abramovic

Técnico de Controle Externo

Matricula 40/901.244

Cláudio Pereira Caldeira

Técnico de Controle Externo

Matricula 40/901.318

Ângelo Roberto Pingitore

Auxiliar de Controle Externo

Matrícula 40/900.293