tiro defensivo e fundamental

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TIRO POLICIAL DEFENSIVO INTRODUÇÃO Esta apostila tem como tema central, a aplicação do Tiro Policial Defensivo, analisando os aspectos relativos à sua eficiência, iremos abordar este tema com o propósito de esclarecer aos profissionais de Segurança Pública, (Policiais civis e militares), quando e em que circunstâncias o Tiro Defensivo deve ser empregado. O trabalho foi dividido em cinco pontos que julgamos serem de maior relevância na atividade fim, a ser desempenhada pelo policial. Iremos expor de forma simples e objetiva os aspectos do Tiro Defensivo; e dentro desta ótica definiremos os pontos de maior relevância, que ao nosso ver são os princípios basilares que devem ser observados pelo policial durante o desenvolvimento de suas atividades operacionais. Pretendemos alcançar, portanto, resultados que auxiliem o policial, à execução do Tiro Defensivo nos seguintes aspectos: a) Armamento e Equipamento; b) Habilitação Profissional; c) Aspectos Legais; d) Elemento Surpresa;

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tiro defensivo, defesa pessoal, uso legal da força

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Page 1: Tiro Defensivo e Fundamental

TIRO POLICIAL DEFENSIVO

INTRODUÇÃO

Esta apostila tem como tema central, a aplicação do Tiro Policial

Defensivo, analisando os aspectos relativos à sua eficiência, iremos abordar este

tema com o propósito de esclarecer aos profissionais de Segurança Pública,

(Policiais civis e militares), quando e em que circunstâncias o Tiro Defensivo deve

ser empregado.

O trabalho foi dividido em cinco pontos que julgamos serem de maior

relevância na atividade fim, a ser desempenhada pelo policial. Iremos expor de

forma simples e objetiva os aspectos do Tiro Defensivo; e dentro desta ótica

definiremos os pontos de maior relevância, que ao nosso ver são os princípios

basilares que devem ser observados pelo policial durante o desenvolvimento de

suas atividades operacionais.

Pretendemos alcançar, portanto, resultados que auxiliem o policial, à

execução do Tiro Defensivo nos seguintes aspectos:

a) Armamento e Equipamento;

b) Habilitação Profissional;

c) Aspectos Legais;

d) Elemento Surpresa;

e) Aspecto Psicológico.

Faz-se necessário ressaltar, que este trabalho tem como finalidade dar

início a uma série de argumentações técnicas, legais e normativas, para o uso do

Tiro Defensivo pelos agentes encarregados da aplicação da Lei. Não tendo a

pretensão de finalizar o assunto que possui grandes dimensões , dentro do leque de

possibilidades de quando e em que circunstâncias o PM deverá realizar o Tiro

Defensivo.

Page 2: Tiro Defensivo e Fundamental

GeneralidadesDefine-se como Tiro Policial Defensivo, o conjunto de procedimentos

adotados pelo profissional de segurança pública, visando resguardar a vida, com a

fiel observância da legislação em vigor, havendo a real necessidade do uso

moderado da força letal.

Antes, porém, devemos lembrá-los que o Tiro Policial Defensivo, deve

ser o último recurso a ser utilizado pelo policial, precedido por uma série de aspectos

formais que tem como finalidade resguardar a vida e fazer com que seja esgotadas

todas possibilidades de negociação com a finalidade de convencer o agressor da

sociedade a render-se.

Dentro de uma ótica real, os autores que possuem obras ou ministram

cursos a respeito deste assunto, são unânimes em defender que o sucesso da

atividade profissional do policial com relação ao tiro se deve, principalmente, a uma

série de treinamentos constantes e evolutivos, iniciando no nível fundamental ou básico, passando pelo intermediário ou dinâmico, até chegar ao nível avançado.

Nível fundamental – É o nível aplicado aos iniciantes, onde lhes serão

ensinados os fundamentos básicos do tiro (posição do corpo em relação ao alvo; a

empunhadura da arma; alinhamento alça-massa; a respiração e o controle do

gatilho), bem como o manejo básico de todas as armas que irão trabalhar, é

importante deixar claro que o treinamento começa com disparos em seco.

Nível intermediário – É o nível aplicado aos profissionais, que já

devem estar aptos a realizar, com segurança, o manejo das armas e efetuar tiros

com precisão, passando a realizar um treinamento mais próximo da realidade,

inclusive sob estresse ( saque rápido, pistas em deslocamento e outras).

Nível avançado – É o mais alto nível ente os atiradores, neste é

realizado treinamentos para o desenvolvimento de sua própria técnica levando a

tomada de procedimentos corretos e ao raciocínio para tomada de decisões.

O Instrutor deve provocar “estresse” no Policial a partir do nível

intermediário exigindo do profissional a aplicação dos fundamentos do tiro, a

redução da silhueta, o abrigo e culminando com a realização de um disparo com

qualidade. Estando sob tensão, o policial que conseguir realizar seus disparos com

raciocínio, qualidade e a decisão correta, pode ser considerado apto ao

desempenho de suas funções. Entretanto, dentro de nossa realidade, constatamos

Page 3: Tiro Defensivo e Fundamental

que dificilmente um profissional atinge um nível considerado perto do ideal, sem

antes passa por um treinamento constante e efetivo.

Passaremos a explanar os aspectos básicos para o sucesso na

realização de um tiro policial defensivo cuidando-se para o amparo do policial quanto

a real necessidade do uso da força letal em serviço.

a) Armamento e EquipamentoOs órgãos de segurança devem estarem embuídos em ter os

armamentos e equipamentos que mais se adequam à realidade de seus

profissionais, visando proporcionar aos mesmos mais segurança e comodidade para

a realização de sua atividade fim.

O Policial deve ter ciência de qual armamento irá utilizar no seu

cotidiano e possua conhecimentos básicos, tais como: manuseio, mecanismo de

segurança, princípio de funcionamento e principalmente os fundamentos básicos de

tiro quando do uso especifico de um determinado armamento.

O policial deve estar em condições de trazer esclarecimentos

convincentes sobre seu armamento e os equipamentos de proteção, sejam

individuais ou coletivos. Não é difícil em nosso meio, detectarmos policiais que

passaram por curso de formação em nossa instituição, sem realizar treinamento real

de tiro. É necessário que nosso policial saiba basicamente as características

técnicas das munições de nosso uso diário e suas finalidades, quais as armas e

munições que possuem maior poder de parada, o chamado STOPING POWER

(capacidade de determinada munição neutralizar a ação de um agressor com

apenas um tiro).

Ao entrar de serviço o policial deve estar consciente da verificação de

todo seu armamento realizando um inspeção rápida no (mecanismo de

funcionamento, condições física de manutenção das armas de fogo, verificar o

estado das munições que está recebendo, se não estão úmidas, com as pontas

girando, com o estojo amassado e outras), e ainda se torna indispensável à

verificação, e utilização de seu EPI (Equipamento de Proteção Individual) e seus

acessórios (cinto de guarnição, fiel, lanternas, etc.) e quando composta as equipes

com três ou mais componentes se faz obrigatório o uso de uma arma portátil, para a

proteção da própria equipe e devendo ser utilizada por um policial experiente e que

tenha total domínio sobre a arma. Muito se discute qual é o melhor armamento para

Page 4: Tiro Defensivo e Fundamental

a atividade policial – com certeza a melhor arma e munição para o serviço policial é

aquele conjunto arma/munição que possui melhor poder de parada, mas de nada

adianta a corporação possuir armas e munições com excelente STOPING POWER,

se o profissional que irá utilizá-la não possui qualificação para manuseá-la.

b) Habilitação profissionalO aspecto a ser abordado é justamente a qualidade e os

conhecimentos de nossos profissionais, é sabido que a missão policial é por demais

espinhosa, e o policial tem que tomar decisões importantes em segundos. Tais

decisões precisão estar revestidas da legalidade. Naturalmente em questões

conflitantes é essencial superação das tendências emocionais, não se deixando

levar por decisões inseguras. A qualificação profissional é que leva o policial a ter

segurança e isenção em uma situação de risco, não importa se o delinqüente

estuprou uma criança ou se o homicida agiu com requintes de crueldade. O que

interessa é aplicar a lei e fazer com que a legalidade prevaleça, não devemos

permitir que a emoção nos contagie e nos leve a abusar da autoridade que

representamos.

O policial deverá ser moldado em seu período de formação, onde

receberá a habilitação necessária para dar-lhe à segurança e os conhecimentos

técnicos e operacionais, que serão utilizados em seu dia a dia.

Os constantes avanços sociais e legais exigem cada vez mais o

profissionalismo, a qualificação e a seriedade do trabalho policial, comportamentos

empíricos, baseados na coragem e na valentia do policial não são mais aceitos pela

sociedade que nós protegemos, pois cada vez mais consciente de seus direitos, os

cidadãos exigem do Estado um profissional habilitado, técnico e legalista. Dentro

deste avanço das exigências sociais, a integração polícia-comunidade faz-se

destacar o policiamento comunitário.

Em face da criminalidade violenta crescentemente e a violência

imposta pelos criminosos ser cada maior, surge então a grande questão: Quando

atirar? O nível da qualificação profissional do policial, fará com que este agente

defina o momento exato e o local de usar o armamento adequado, para conseguir a

manutenção da lei frente uma violência desenfreada ?

O conhecimento adquirido, na formação e nos treinamentos

constantes, faz com que o policial desenvolva a memória “psico-motora” ,e ainda, a

Page 5: Tiro Defensivo e Fundamental

capacidade do agente de segurança de detectar ou visualizar uma situação de risco

onde, fará com que ele reflita assertivamente sobre Atirar ou não Atirar.

c) Aspectos legaisÉ importante que durante uma ocorrência, onde um policial se vê na

obrigação de empregar sua arma de fogo, tendo ele frações de tempo para analisar

os “aspectos legais” que envolvam tal situação, se torna imprescindível que o

profissional tome a decisão correta com clareza e simplicidade.

Um disparo mal realizado ou o excesso de disparos em um mesmo

agressor da sociedade, pode gerar consciência legais indesejáveis, excluindo o

policial do amparo do Art. 23 do Código Penal Brasileiro, que retrata as excludentes

de ilicitude.

In Verbis

Art. 23 Não ha crime quando o agente pratica o fato:

I- em estado de necessidade;

II- em legítima defesa;

III- em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do

direito.

Legitima Defesa – Entende-se quem, usando dos meios necessários,

repele injusta agressão atual ou iminente, a direito próprio ou outrem.

A primeira corrente de Doutrinadores, é contrária aos policias que em

qualquer circunstância, efetuam disparo de arma de fogo em um agressor da

sociedade, esta linha de pensamento alega que o profissional tendo a obrigação de

correr risco de vida, qualquer que seja sua ação jamais poderá alegar a legítima

defesa própria, e sim alegar que agiu no estrito cumprimento de dever legal, que

ocorre quando o comportamento do agente não é antijurídico e está dentro da

legitimidade. O dever que ele cumpria, quando da ação do disparo de uma arma de

fogo, pode acarretar responsabilidades civis, administrativas e penais (lei. Decreto,

ou Regulamento, etc.). Portanto, é necessário que obedeça rigorosamente aos

limites da legalidade, caso contrario, estará incluso no abuso de autoridade ou

excesso punível.

Esta corrente de Doutrinadores ressalta que o policial antes de usar

sua arma, deve visualizar o agressor, verbalizando com este, a fim de convencê-lo a

Page 6: Tiro Defensivo e Fundamental

desistir de ações delituosas, entregando-se sem que haja o emprego do uso gradual

da força.

Tal corrente de juristas fundamentam que se o policial efetua um ou

mais disparos contra um agressor da sociedade, ele não estará amparado

legalmente e sim incurso na violência arbitraria ou no abuso de autoridade. Entende-

se como violência arbitrária.

Art. 322 do CP. Praticar violência no exercício da função ou a pretexto

de exercê-la.

O verbo empregado neste artigo é praticar, tendo o sentido de

cometer, fazer, executar. A prática de violência (o disparo de uma arma de goro em

desfavor de um agressor da sociedade) realizada por um policial, abrange qualquer

tipo de violência física contra a pessoa, é necessário ressaltar que para caracterizar

a violência arbitrária tal fato seja cometido no exercício da função ou a pretexto de

exercê-la e que tal função lhe faculte tal ação.

Segundo esta corrente, no caso em pauta, o policial ainda estará

incurso no art. 3º, da Lei nº 4898/65, que tem o seguinte texto:

Art. 3º Constitui abuso de autoridade

Letra I- à incolumidade física do indivíduo

O abuso de autoridade é, inegavelmente, o pesadelo de qualquer

policial que por suas características coercitivas anda as margens da lei. Inúmeros

são os policiais que respondem a processo e não é menor o número dos que são

condenados.

A segunda corrente se opõe a primeira, fundamentando que não há

que se falar em perda dos excludentes de criminalidade, tendo em vista que a Lei (é

erga omines), isto é, para todos os homens, logo, não se pode fazer diferenciação

de cidadãos, e o policial e um cidadão que tem como obrigação prestar segurança à

sociedade, vem como, fazer valer a autoridade do Estado. Esta corrente de

Doutrinadores discorda, também, da tese que diz que o policial ao realizar um

disparo em um agressor da sociedade, estando ele em flagrante delito e resiste a

ordem legal, estará incurso no crime de abuso de autoridade, fundamentando-se na

argumentação de que o cidadão que resiste à execução de uma determinação legal

com ameaças reais estará incurso no crime de resistência. O crime de resistência

constitui-se:

Page 7: Tiro Defensivo e Fundamental

Art. 329 do CP. Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou

ameaça a funcionário público competente para executá-lo ou a quem lhe esteja

prestando auxílio.

Devemos ressaltar, que para a configuração deste delito não serve a

tipificação da resistência passiva, não basta a simples desobediência, a ameaça

deve ser real com prenúncio de causar mal. O Jurista e Doutrinador (H. Fragoso,

Lições de DP. Parte especial, IV), entende que para o agressor da sociedade estar

incurso neste artigo (resistência) é necessário que a oposição seja mediante

violência ou grave ameaça ao policial, simples impropérios não configuram o delito

de resistência, para que seja considerado crime, tem que haver ameaça real com o

emprego de armas ou agressões.

O emprego do tiro defensivo, contra o agressor da sociedade, portanto

uma arma branca, pode ser justificado se ele estiver a alguns metros do policial,

quando teria perfeitas condições de usar sua arma; mas a mesma ação não se

aplicam ao agressor que na mesma condição, estiver a uma distância maior ou

separado do policial por uma grade, quando perderia então a oportunidade de agir

contra o policial.

O policial deve ter em seu subconsciente, que a lei apresenta uma

série de condutas capazes de justificar a prática de delitos, por parte do cidadão,

que são as excludentes de criminalidade e outras que excluem a culpabilidade

(menor idade do agente, doença mental ou desenvolvimento incompleto ou

retardado, embriaguez fortuita ou completa e a inexigibilidade de conduta adversa).

Para a realização do tiro o policial deve se respaldar na legalidade, na qualidade e

no momento oportuno, agindo de forma profissional sem deixar lacunas para

procedimentos processuais futuros.

d) Elemento surpresaPostado entre os princípios de uma abordagem (segurança, surpresa,

ação vigorosa, unidade de comando e rapidez), o ELEMENTO SURPRESA, se

constitui em um fator determinante e diferenciador para o sucesso de uma ação

policial, pois se perde a surpresa automaticamente comprometerá os outros quatros

pilares de uma boa abordagem, possibilitando uma possível reação por parte dos

abordados, podendo gerar situações que culminam com o uso da força

Page 8: Tiro Defensivo e Fundamental

desnecessária, pois como já foi exposto, o policial deve estar sempre alerta e

preparado para reagir sem colocar em risco a vida de terceiros.

O profissional de segurança pública deve preservar vidas, e para

minimizar o perigo, devemos considerar alguns aspectos, entre ele o elemento

surpresa, composto de alguns determinantes: visualização, verbalização,

superioridade de efetivo, superioridade em qualidade de armamento e equipamento.

A arma de fogo pode e deve ser empregada quando o policial se ver revestido dos

aspectos legais e quando não dispuser de outro meio para repelir uma agressão

atual e eminente, tendo ainda se esgotada todas as tentativas de negociação. Diante

do exposto, temos a certeza de que se utilizando do elemento surpresa o agente de

segurança estará com certa vantagem em relação ao seu agressor, não

possibilitando qualquer tipo de reação com sucesso. A observância dos aspectos

abaixo dará ao policial a tranqüilidade e a confiança durante uma ação.

1) Visualização – constitui-se no ato em que a equipe de policiais

define os opositores da sociedade, podendo, então, traçar um plano de ação

imediato, aumentando a possibilidade de sucesso na operação a ser desenvolvida;

2) Verbalização – O policial, caracterizado, se identifica para o

agressor, buscando colher o maior números de dados possíveis sobre este, em ato

contínuo passa a observar o aspecto psicológico do mesmo para dar continuidade

ao planejamento imediato, definindo rapidamente sua linha de ação. Durante esta

verbalização o policial deve estar numa posição de segurança, para resguardar-se

de uma possível investida do agressor.

3) Superioridade de Efetivo – por questões de segurança o número de

policiais deve ser superior ao número de agressores da sociedade; é comum nos

deparamos com situações onde o inverso esteja ocorrendo, porém, o profissional de

segurança deve ter a tranqüilidade para analisar a situação e definir uma estratégia

segura que permita resguardar sua integridade até a chegada do apoio operacional.

4) Superioridade em Armamento e Equipamento – este item é um dos

mais importantes para o sucesso de uma ação policial bem sucedida. Atualmente os

agressores da sociedade estão com armamento de última geração, que são

contrabandeados através do trafico internacional de armas, isto provoca uma

preocupação no policial que muitas vezes vê-se acuando sem ter como

desempenhar de maneira eficiente sua atividade fim. Daí a importância de se ter um

armamento condizente com ação em que este policial está sendo empregado, com

Page 9: Tiro Defensivo e Fundamental

armamento adequado e muitas vezes superior ao do seu agressor, bastará ao

policial que demonstre o seu poderio bélico, não sendo necessário lançar de seu

emprego;

Se desfeito o elemento surpresa e o agressor tenha esboçado reação,

tentando contra a vida de alguém ou do policial, constitui-se em uma circunstância

mais que legal para que o policial realize disparos com características defensivas,

primando pela legalidade e proporcionalidade de sua atitude, tais como:

- Habilidade: é compreendida como os meios físicos que capacitem um

agressor a provocar no policial ou em outro cidadão uma agressão letal ou não. Pelo

emprego de arma de fogo, arma branca ou até mesmo de sua força física ou

capacidade de luta corporal.

- Oportunidade – compreende o potencial do agressor em usar sua

habilidade no momento da lesão Perigo – é a ameaça real a vida de inocente e a

sua própria.

Fechando desta forma estes aspectos do triângulo do tiro, o

profissional terá a segurança para executar com eficiência o disparo defensivo. É

essencial a presença desses três fatores para configurar taticamente e legalmente,

uma situação que justifique o uso da arma de goro. A ausência ou quebra de um

desses itens já é suficiente para o policial não atirar. O policial deve buscar o

autocontrole com treinamentos constantes, sempre com acompanhado de

instrutores que tenham capacidade de transmitir novas técnicas e táticas no manejo

e emprego do armamento a ser utilizado.

É importante que o policial esteja bem preparado para não reagir,

instantaneamente, caso tenha sido surpreendido por terceiros em situação adversa,

isto é, o policial que for encontrado com o fator surpresa em desfavor de sua equipe,

precisa ter a clama e o controle necessário para saber o momento ideal de reverter o

fator surpresa, pois certamente seu agressor deixará uma margem para que ele

possa agir dentro da legalidade. Este controle só é adquirido por policiais que tem a

segurança e o preparo profissional adequados para o desempenho ideal de sua

função junto à sociedade.

e) Aspectos psicológicos A atividade policial esta intimamente ligada aos fatores psicológicos

para o bom desempenho da função; o policial tem que possuir uma personalidade

Page 10: Tiro Defensivo e Fundamental

bem definida, ou seja, o que a psicologia define com Personalidade Normal (é

aquela que funciona harmonicamente no grupo social em que atua), este critério

prático social, toma como norma um padrão aceitável por todos em nossa

sociedade. Podemos destacar, como exemplo, a ação do policial militar que ao

entrar em uma casa lotérica para realizar um jogo qualquer, depara com um

agressor da sociedade, com uma arma em punho, realizando um roubo em sua

forma qualificada, possuindo o policial um personalidade dentro dos padrões

exigidos pela corporação, que é a chamada Personalidade Normal, a ação do

policial que deverá estar com seu nível de alerta compatível ao local, será a

esperada pela sociedade. Utilizando-se do fator surpresa e dos aspectos legais que

o resguardam, este policial já obteve contato visual com seu oponente, estando

devidamente abrigado e de arma em punho utilizando a técnica do terceiro olho

(posição de confronto em que a arma deve estar pronta para ser utilizada a qualquer

momento, enquadrando seu oponente na visada) e dará voz de prisão ao meliante;

sempre alerta e ciente de que o fato é real e que qualquer instante de dúvida de sua

parte poderá ser fatal. Em caso de reação por parte do agressor da sociedade, o

policial deve estar pronto para a realização do tiro defensivo que será feito com

qualidade, precisão e sem excesso.

No desenvolvimento de sua atividade fim, o policial deve estar coberto

de vontade para a realização do serviço, pois a vontade é o mais alto princípio da

atividade humana, é a faculdade que possuímos de dizer “sim”, “não”, “devo”, “não

devo”, “posso”, “não posso”, diante desta realidade o policial passa a questionar a

sim mesmo quando do acontecimento de uma ocorrência evitando a dúvida. Em seu

método de ensino o Cel. R/R. Nilson Giraldi faz uma afirmação celebre “na dúvida

não atire”; querendo dizer que estando o profissional de segurança capacitado para

a prática de sua profissão a dúvida não existirá, devemos sair com a certeza e a

convicção. “ EU VOU ATIRAR PORQUÊ O MOMENTO É OPORTUNO E ESTOU

COM UMA BOA VISADA”, “EU NÃO VOU ATIRAR POIS, NÃO ESTOU EM

CONDIÇÕES DE REALIZAR UM BOM TIRO, AS CIRCUNSTÂNCIAS NÃO SÃO

FAVORÁVEIS”. Estas devem ser as colocações de um policial com a personalidade

e o preparo esperado pela sociedade.

Page 11: Tiro Defensivo e Fundamental

MUNIÇÕES

O Poder de Parada (STOPPING POWER)Termo norte-americano que significa “Poder de Parada”, na qual

procura a combinação ideal entre calibre e munição (armas leves), capaz de

responder as ações ofensivas de um adversário com um disparo atingido, sendo

fundamental a eficácia do disparo a ponto de não permitir que seja o defensor

atingido pelo adversário agressor. Portanto, os estudiosos no assunto procuram

atingir o ideal entre a combinação calibre e munição a fim de parar o adversário com

apenas um só disparo. Porém são ainda muita outras variáveis que intervem em

cada caso, tais como, por exemplo: a característica física da pessoa atingida, a

distância da realização do disparo, a região que fora baleado (ponto vital), entre

muitos outros.

O estudo aprofunda-se mais ainda quando na escolha da característica

da arma a ser empregada, quanto a definição técnica da quantidade de carga

propelente (pólvora) a ser empregada, a escolha entre a grande variedade de projétil

existente e suas diferenciações balísticas.

TIPOS DE MUNIÇÃOa) Munição de chumbo, com ponta ogival, canto-vivo e semi-canto-vivo. As

munições com ponta de chumbo são mais tradicionais e econômicas.

Projéteis ogivais: São muito utilizados, porém não expande com

facilidade e de pouca penetração transmitindo pouco impacto ao alvo.

- Canto vivo: Munições utilizadas em tiro ao alvo, sendo de pouca

velocidade, porém devido ao seu formato é de pouca penetração e auto impacto ao

alvo.

- Canto vivo: Munições utilizadas em tiro ao alvo, sendo de pouca

velocidade, porém devido ao seu formato é de pouca penetração e auto impacto ao

alvo.

- Semi-canto-vivo: o projétil procura unir as qualidades de penetração

ao corte largo do canto-vivo.

Page 12: Tiro Defensivo e Fundamental

b) Munição jaquetada: é revestida por uma capa de cobre, com

alumínio sobre o chumbo. Adapta bem às armas semi e automáticas permitindo

ainda uma boa penetração.

c) Munição semi-encamisadas: são revestidas por uma capa de cobre

parcial, ficando uma ponta de chumbo exposta podendo ser oca ou de ponta maciça.

No primeiro caso atinge mais expansão e no segundo maior penetração.

d) Munição especial: possuem características peculiares especiais, tais

como: fragmentação, explosivas e perfurantes.

- Fragmentação: constituída por uma jaqueta de cobre oca, em cujo

interior existem pequenos grãos de chumbo que quando atinge o alvo, estes

penetram em seus fragmentos, transmitindo força de impacto.

- Explosivas: possuem a ponta oca onde existe uma pequena carga de

pólvora selada com uma espoleta e quando o projétil acerta o alvo, a espoleta

detona estilhaçando no alvo.

- perfurantes: são compostas por projeteis muito resistente, geralmente

de aço muito resistente, coberto por uma camada fina afim de diminuir o desgaste

do cano.

Page 13: Tiro Defensivo e Fundamental

Gráfico comparativo entre munições ARMAS CURTAS – SEMI – AUTOMÁTICASD

Calibre Projétil Velocidade Energia Cano (cm)Nominal Tipo Peso g Boca

m/s50 m m/s

Boca (j) 50 m (j) Comprimento

.25 Auto ETOG 3,24 232 216 87 76 5,132 Auto EXPO 4,60 276 260 175 155 10,2

.380 Auto

ETOG 6,15 290 264 259 214 9,5

380 Auto EXPO 6,15 290 264 259 214 9,5

Page 14: Tiro Defensivo e Fundamental

9mm Luger

ETOG 7,45 346 317 446 374 10,2

9mm Luger

EXPO 7,45 356 319 462 379 10,2

40 S&W EXPO 11,66 302 287 532 480 10,245 Auto ETOG 14,90 255 245 484 447 12,7

MUNIÇÃO FOGO CENTRAL

ARMAS CURTAS – REVÓLVERES

Calibre Projétil Velocidade Energia Cano (cm)Nominal Tipo Peso g Boca

m/s50 m m/s

Boca (j) 50 m (j) Comprimento

.32 S&W CHOG 5,50 207 197 118 107 7,6.38 SPL

C.CHOG 8,10 209 201 177 164 10,2

.38 SPL+P

ETOG 8,10 286 273 331 302 10,2

.38 SPL CHOG 10,24 230 220 271 248 10,2.357

MagnumESPP 10,24 376 337 724 581 10,2

.357 Magnum

EXPO 10,24 376 337 724 581 10,2

.44 Rem.

Magnum

EXPP 15,55 359 331 1022 852 10,2

MUNIÇÃO FOGO CENTRAL

ARMAS LONGAS RAIADAS

Calibre Projétil Velocidade Energia Comp.Nominal Tipo Peso g Boca

m/s100 m

m/s300ms/m

Boca (j)

100 m (j)

300m(j)

Cano cm

.223 Rem.

EXPT 3,56 988 845 596 1737 1271 632 61

.30 Carb.

ETOG 7,12 607 893 336 1312 865 402 51

.308 WIN

ETPT 9,72 860 802 692 3594 3126 2327 61

30-06 Sp

ETPT 9,72 887 816 685 3824 3228 2280 61

Page 15: Tiro Defensivo e Fundamental

MUNIÇÃO FOGO CIRCULAR

Calibre Projétil Velocidade Energia Comp.Nominal Tipo Peso g Boca

m/s50 m m/s

100ms/m

Boca (j)

50 m (j)

100m(j)

Cano cm

.22 Curto

CHOG 1,88 319 291 269 96 80 61

.22 LSRV

CHOG 2,59 350 321 300 159 133 16 61

.22 LR hyper

CHPO 2,14 457 384 333 223 158 119 61

MUNIÇÃO FOGO CENTRAL

ARMAS LONGAS NÃO RAIADAS

Calibre Chumbo Velocidade Energia ComprimentoNominal Tipo Peso g. Boca m/s

m/sBoca (j) Cano cm

12/70-Velox 6 AEL 36 405 2952 76,212/70-S 150 9 24 420 2117 76,2

12/70 HI-Impact

Balote 24,8 420 2187 76,2

12/70-Ante-Motim

Bagos de plástico

6,6 480 760

Balística sob a ótica da medicina legalDentro da Medicina Legal, a Tanatologia, (ou estudo da morte) possui

fundamental importância, sendo justamente nessa parte que encontramos uma

subdivisão à respeito de lesões, a qual nos interessa mais diretamente. Uma parte

dessa subdivisão, aquela das lesos perfuro-contusas, deve ser conhecida para que

se possa entender o que realmente significa um tio para a medicina legal.

As lesões se subdividem em simples e compostas, as simples com três

tipos de agestes.

1) Perfurantes, os quais agem por pressão em um determinado poto,

como os estiletes e agulhas, provocando ferimentos punctórios.

2) Agentes cortantes, agindo por pressão e deslizamento, tais como as

facas e navalhas, produzindo incisões (cortes), e;

3) Agentes contundentes, estes agindo por pressão e/ou deslizamento,

como soco, paulada, queda, entre outros, produzindo uma ferida contusa, como

Page 16: Tiro Defensivo e Fundamental

laceração, equimose, hematoma, escoriações, etc. Da associação das feridas

simples encontramos as compostas, tais como:

a) Perfuro-incisa, provocada por faca ou punhal;

b) Corto contusa, decorrente da ação de um machado, por exemplo, e;

c) Perfuro-contusa, como a produzida por um projétil de arma de fogo,

por exemplo.

Assim, o projétil de arma de fogo, a bala, é um agente perfuro-

contundente, ou seja, perfura, atravessa a pele e outras estrutura orgânicas e

também contunde, bate, machuca, esta ação podendo ser, a grosso modo,

comparada à de uma broca, com altíssima velocidade de rotação e acoplada a uma

furadeira de impacto. Juntamente com o projétil, seguem também gases, resíduos

de pólvora ainda em combustão e outros elementos decorrentes da combustão da

mesma, tal como a fumaça.

O ferimento (lesão) ocorre em decorrência da função de todos esses

elementos de forma isolada ou conjunta.

A seguir, vamos saber o que acontece quando um projétil atravessa a

pela, transfixa o corpo humano e sai do outro lado. O tipo que estudaremos é o mais

comum, de chumbo sólido, ponta ogival, digamos, de um revólver em cal. .38 SPL.

Consideremos que o dito projétil penetrou no corpo humano em sua forma ideal, ou

seja, tendo um correto movimento de rotação sobre seu eixo; assim, não estão

considerados movimentos anômalos, tais como: “piruetas”, aqueles do tipo peão ou

“cabeçadas”, pois estes modificam as lesões, tornando-as atípicas e de difícil

análise, o que ocorre caso o projétil saia do cano, como se diz popularmente “de

lado”.

Após disparo da arma de fogo, um projétil atinge o corpo humano

empurrando a pele até um ponto crítico onde ela se rompe.

Notamos, então, que a lesão apresenta as bordas invertidas e

contundidas (machucadas) e, ao redor, um derrame de sangue (equimose), devido à

ângulo de aproximação do projétil em relação à pele e é encontrada em todo os

tipos, independente da distância.

De forma geral, quando encontramos somente estas características,

concluímos que o disparo, o tio foi efetuado à distância, não sabemos se média ou

longa, pois para essa definição são necessários outros exames.

Page 17: Tiro Defensivo e Fundamental

Além do projétil, atingem a pele, fogo pólvora e fumaça. O fogo causa

uma queimadura ao redor das orlas de contusão e de enxugo, de aspecto escuro,

denominada orla ou zona de chamuscamento ou de queimadura. Os resíduos de

pólvora em combustão ou as altas temperaturas atingem a pele causando múltiplas

queimaduras de aspecto puntiforme e geralmente escuro ou marro-avermelhado,

constituindo a zona de tatuagem, elemento importante na determinação da distância.

O deposito de fumaça (fuligem) ao redor do orifício de entrada constitui

a zona de esfumaçamento, ou e falsa tatuagem, pois pode ser facilmente removida

com uma lavagem.

As zonas de chamuscamento, tatuagem e de esfumaçamento são

elementos importantes na determinação da distancia do disparo, ou seja, indicar a

proximidade do mesmo, por conseqüência do atirador. São encontrados esses

elementos nos disparos efetuados a distância inferiores a 70 cm, considerando

armas de uso civil.

Estas zonas podem ser encontradas na pele e nas roupas, vindo daí a

denominação popular de “tiro a queima roupa”. Tecnicamente, denominamos este

tipo de tiro de disparo à curta distância.

Nos disparos à curta distância, além das zonas de chamuscamento,

esfumaçamento e tatuagem, também encontramos as orlas de contusão e enxugo.

Um tipo diferente, entretanto comum, tiro, é o denominado tiro

encostado. Neste caso, encontramos um ferimento estrelado, com as bordas

intensamente contundidas e denteadas, apresentando ainda deslocamento dos

tecidos, como o couro cabeludo, muito semelhante a uma lesão na testa decorrente

de queda sobre superfície de quina.

Esta lesão pode apresentar o aspecto de uma cratera de mina, sendo

por isso tecnicamente denominada a câmara de mina de Hoffman. Em seu trajeto,

encontramos depósitos de fuligem e de pólvora e queimaduras que eventualmente

chegam até planos ósseos ou mais profundos.

Vimos então que, em função da distância, os disparos podem ser

classificados em: encostados (como acabamos de estudar), a curta distância ou à

queima roupa e, por último, o tiro à distância (geralmente mais de 70 cm), como

observamos abaixo:

Page 18: Tiro Defensivo e Fundamental

Distância do DisparoCaracterísticas

- Câmara de mina

*Encostado...................................... queimadura e fuligem e

pólvora no início do trajeto.

- Zona tatuagem

*Custa distância ou à - Zona esfumaçamento

“queima roupa”................................ - Zona chamuscamento

- Orla de contusão

- Orla de enxugo

- Orla de contusão

* À distância ................................... - Orla de enxugo

Notamos ainda que as orlas e zonas ser circulares quando o disparo é

perpendicular, ou elípticas quando os disparos são oblíquos. Observamos também

que os orifícios de entrada são menores que as dimensões (secção transversal) dos

projéteis em função da elasticidade da pele, ou seja, a pele apresenta retração das

fibras que a constituem após a passagem do projétil. Após ultrapassar o obstáculo

inicial, a pele, o projétil e os gases atravessam órgãos e estruturas orgânicas,

lesando-as, furando-as em vários estágios que podem chegar até a explosão de

vísceras, passando por diversos graus de hemorragia interna, a qual é o principal

mecanismo da mo4rte. Estas lesões apresentam um aspecto de túnel, mais

precisamente um tronco de cone.

Após atravessar todas as estruturas internas, ou seja, atingir a pele do

outro lado do corpo, empurrando-se até o rompimento, o projétil novamente retorna,

ao meio, at´pe o repouso. A pele apresenta um comportamento diferente ao ser

perfurada de dentro para fora e, além disso, o projétil perde parte de sua energia,

geralmente estando deformado, constituindo-se numa “broca” de menor precisão.

Em função disso, o orifício de entrada apresenta bordas invertidas, irregulares e

geralmente maiores que o orifício de entrada, semelhante à cratera de um vulcão.

Ao redor do orifício de saída ou não, notamos as orlas e zonas que observamos no

Page 19: Tiro Defensivo e Fundamental

de entrada. Encontramos apenas, na maior parte dos casos, uma zona de equimose

(sangramento). As características do orifício de saída não depenem da distancia do

tiro, porém, são em função da energia do sistema (arma-munição-projétil), ou seja,

quanto mais forte a arma, maior o diâmetro do orifício de saída, senso geral.

Todas essas particulares características técnicas, sua análise individual

ou conjunta, são os elementos que possibilitam a Medicina Legal estabelecer com

precisão cientifica, tudo que o Direito necessita saber a devida aplicação.

ALGUMAS PECULIARIDADES DO ARMAMENTO LEVE

Definições de Armamento LeveCompreende-se por armas leves, aquelas que, possuem peso e

volumes relativamente reduzidos, podendo ser transportadas, geralmente, por um

homem, ou em fardos, por mais de um, além de possuírem calibre até .50 pol. Por

ser variado e complexo, existem armas que não se enquadram perfeitamente dentro

da definição, a qual tem por objetivo generalizar e não particularizar. Em

conseqüência, existem as exceções que são classificadas como armas leves apesar

de possuírem calibre superior.

a) Calibre: é a medida do diâmetro entre dois cheios podendo ser

utilizado como calibre nominal (medida aproximada) e/ou calibre real que representa

a medida exata do diâmetro do interior do cano.

b) Raias: são sulcos helicoidais paralelos abertos na alma.

c) Cheios: são nervuras entre raias.

d) Velocidade teórica de tiro: é o número de disparos que pode ser

feito por uma arma em uma minuto, não se levando em conta o tempo gasto na

alimentação, na resolução de incidentes de tiro, etc.; isto é, supõe que a arma é

dotada de um carregador de capacidade infinita, bem como que não haja incidentes

de tiro, não seja feita a pontaria, etc.

e) Velocidade prática de tiro: é o número e disparos que pode ser

feito por uma arma em um minuto, levando-se em consideração o tempo gasto para

a feitura da pontaria, etc., isto é, tudo aquilo que se faz realmente quando se utiliza a

arma.

f) Alcance máximo: é o maior alcance que se pode obter com a arma.

Page 20: Tiro Defensivo e Fundamental

g) Alcance útil ou de utilização: é aquele em que se utiliza a arma

aproveitando-se a primeira parte da trajetória da bala, onde apresenta melhores

qualidades balísticas, isto é, tensão na trajetória, menor dispersão, etc.

Classificação Para fins de estudo, o armamento leve é classificado, segundo suas

características principais, em diferentes grupos.

a) Quanto ao tipo o armamento pode ser:- De porte: quando pelo seu pouco peso e dimensões reduzidas pode

ser conduzido em um coldre.

b) Quanto ao emprego:- Individual: quando se destina à proteção daquele que o conduz.

- Coletivo: quando se destina a ser utilizado em benefício de um grupo

de homens ou fração de tropa.

c) Quanto ao funcionamento:- Armas que utilizam a força muscular do atirador.

- Armas que utilizam as pressões dos gases resultantes da queima da

carga de projeção: longo recuo do cano e curto recuo do cano.

- Armas que utilizam ação muscular do atirador, combinada com a ação

de uma corrente elétrica sobre uma estopinha.

d) Quanto ao princípio de funcionamento- De repetição: são aquelas em que o princípio motor é a força

muscular do atirador.

- Semi-automáticas: são aquelas que realizam automaticamente todas

as operações de funcionamento com exceção do disparo.

- Automática: são aquelas que realizam automaticamente todas as

operações de funcionamento.

NORMAS PARA MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO DO ARMAMENTO

Page 21: Tiro Defensivo e Fundamental

Considerações gerais:A manutenção de armamento possui vital importância quando garante

o bom funcionamento do armamento a ser empregado, assim como aumenta a vida

útil deste mesmo armamento.

As armas necessitam de cuidados especiais contra a poeira, a

umidade, os defeitos, as imperfeições, etc. E para conserva-las sempre prontas e

em condições de uso, necessita-se: limpar, lubrificar, proteger da oxidação e

inspecionar.

Passamos a considerar as várias situações de manutenção do

armamento:

Em primeiro lugar deve-se apresentar as peculiaridades técnicas, bem

como, a seqüência correta da desmontagem de cada armamento, lembrando que a

desmontagem considerada de 1º escalão (preventiva) é destinada ao usuário do

armamento; o 2º escalão (também preventiva) é de responsabilidade da Seção

competente pela guarda e conservação (Seção de armas e/ou reserva de

armamento), enquanto o 3º e 4º escalões (correção e reparação) há a necessidade

de uma inspeção de um técnico especializado, encaminhado-se para a Seção de

Manutenção de armamento dentro da organização policial militar a qual pertence.

Para tanto, deve-se possuir em mãos todo ferramentário adequado

capaz de possibilitar a realização da desmontagem e reparação correta dos

armamentos sem correr o risco de causar danos às peças.

Deve fazer parte da programação referente ao curso de armamento e

equipamento, a parte prática da desmontagem, montagem, inspeção, lubrificação,

conservação dos armamentos e componentes do cartucho que possuem dotação na

organização.

Armamento destinado á guarda em deposito:a) desmontagem do armamento até o escalão necessário;

b) limpa-lo e seca-lo;

c) utilizar graxa antióxida nas partes de metal para protege-la da

umidez e conseqüente oxidação;

d) tampar a entrada do cano com material adequado;

e) nas partes de madeira passar ma leve camada de óleo de linhaça

crua com um pano e nas partes de couro liquido para correame;

Page 22: Tiro Defensivo e Fundamental

f) montar e guardar-la se possível a vácuo.

Preparação do armamento para o tiro:a) desmonte a arma até o 1º escalão;

b) verifique se as peças desmontadas possuem rebarbas ou massas,

principalmente nas superfícies de atrito;

c) limpar o cano (usando vareta de limpeza ou cordão com pedaços de

pano), deixando a câmara e a lama do cano perfeitamente limpa, secas e

desimpedidas;

d) lubrificar as peças metálicas com óleo fino lubrificante;

e) montar a arma e enxuga-la externamente.

Limpeza do armamento após o tiro:a) desmonta-se a arma até o 2º escalão;

b) utilizar a vareta de limpeza ou cordão para limpeza no interior do

cano;

c) limpeza das peças de metal: introduzi-las num vasilhame contendo

solução do tipo gasolina, querosene ou água fervente com sabão neutro,

esfregando-as com escova de pelo para remoção de pólvora, sujeira acumulada e

outros;

d) secar as peças com um pano limpo e seco;

e) lubrificar as peças com óleo que tenha também a propriedade

antioxida;

f) montar a arma e inspeciona-la.

Obs.: a principal importância atribuída à limpeza do armamento após o

tiro está quando da remoção dos resíduos de pólvora que possuem características

oxidantes; poeira acumulada; e o próprio sal provocado pela transpiração do atirador

entre outras.

Manutenção e inspeção das munições:A munição é o componente do armamento e um dos seus principais

problemas está na questão da umidez precoce, ou seja, são sensíveis a esta umidez

tanto a pólvora (propelente) como a espoleta (cápsula), comprometendo nesse caso

o acionamento da mesma. Portanto, deve-se ter preocupações no sentido de evitar

Page 23: Tiro Defensivo e Fundamental

permanecer a munição por um tempo excessivo em carregadores ou tambores ou

em embalagens inadequadas, a fim de se evitar a umidez. Também a munição está

sujeita a variação da temperatura em seu ambiente atmosférico, colaborando para

perder as características químicas da pólvora e espoleta.

Deve-se inspecionar a munição antes de sua utilização, quanto a:

- presença de ressalto na espoleta;

- presença de manchas no estojo sendo uma forte indicação de

umidez da pólvora;

- presença de dilatamento, empeno ou ainda descalibração do

cartucho causados principalmente quando na montagem dos cartuchos ou no

manejo do armamento;

- o fechamento da ponta (projétil) se está devidamente pressionado,

não estando está solta ou girando;

- utilização de munição de origem duvidosa. Neste caso encaminhar

a munição para seção de recarga de munição a fim de ser desmontada a periciada;

BIBLIOGRAFIA

POSTERLI, Renato. Aspectos da Psicopatologia Aplicada. 1º Edição. Editora Santa

Inês.

TAUFFICK, Cláudio Jorge. Curso de Patrulhamento Tático II, Edição Independente.

NILSON, Giraldi. Manual M-19 . PMESP

THE POLICE CHEFF MAGAZINE. Volume LXIII, nº 02, FBI, EUA. 1983.

TACTICAL TEAM INSTRUCTOR CURSE. H&K, EUA, 1995.

CAMPOS, Alexandre Flecha. Breve Histórico, Orientações e Técnicas do tiro ao

Alvo. Edição Independente. 1994.

DOS SANTOS, Adilson. Legislação Aplicada a Atividade Policial. IV Edição. Ed.

Gráfica Prudende.

Page 24: Tiro Defensivo e Fundamental

FUNDAMENTOS BÁSICOS NA INSTRUÇÃO DE TIRO

INTRODUÇÃO

Os fundamentos do tiro são procedimentos com a arma que irão permitir ao

Policial a segurança necessária para o manejo, execução correta e precisa do tiro e

ainda solucionar ao identificar problemas de funcionamento ou estado geral da

mesma.

SEGURANÇAA segurança não é doutrinamente vinculada a fundamentos do tiro, mas é

oportuno neste momento da aprendizagem que deverá se abordada.

Podemos simplificar os cuidados com a segurança a partir dos pensamentos,

abaixo:

“Controle do cano da arma.”

“Controlo de gatilho.”

“Uma arma nunca dispara sozinha.”

Diante da considerações é mais do que evidente que em todo o contato com

as armas iremos examiná-las e tomar procedimentos adequados a cada situação em

que empregarmos.

NA INSTRUÇÃO

a. Todas as armas deverão se examinadas e descarregadas antes de qualquer

outro procedimentos.

b. O manejo da arma somente poderá ocorrer por determinação do Instrutor.

c. Enquanto estiver sendo executado tiro o manejo de arma em pista de tiro, as

demais deverão estar descarregadas e abertas ou no coldre.

Como já referimos “Uma arma nunca dispara sozinha” portanto o acidente ou

incidente decorre sempre de ATO INSEGURO e ou CONDIÇAO INSEGURA.

Quanto aos ATOS INSEGUROS, além dos específicos para a instrução temos como

determinação para a segurança no serviço.

a. O dedo sempre fora do gatilho;

b. Nunca apontar, se não para atirar;

Page 25: Tiro Defensivo e Fundamental

c. Manejar somente armas as quais está habilitado a portar;

d. Carregar e descarregar em local seguro;

e. Nunca brincar com a arma;

f. Certificar-se sempre se a arma está carregada ou descarregada;

g. Nunca utilizar em serviço munição recarregada;

Quanto a CONDICAO INSEGURA é necessário examinar.

a. Se o tambor está girando e parando em sincroniza com o acionamento do

gatilho;

b. Se ao parar de girar o tambor, uma câmara ficou precisamente alinhada com o

cano;

c. Se está havendo a percussão;

d. Se a vareta está apertada;

e. Se não esta faltando ou frouxo parafuso ou outra peça;

f. Se o cano não está obstruído;

FUNDAMENTOS PROPRIAMENTE DITOS

São considerados doutrinamente fundamentos do tiro:

- ENPUNHADURA- POSTURA- ENQUADRAMENTO- ACIONAMENTO DO GATILHO- RESPIRAÇÃO

EMPUNHADURA

E determinante para a execução do tiro em situação de confronto e

procedimentos em abordagem.

A correta empunhadura permitirá ao Policial estar sempre em condições de

atirar e portanto mais seguro.

São detalhes importantes da empunhadura:

a. Forquilha da Mão: É necessário que a coronha esteja sendo segura em sua parte

mais elevada, mais próxima ao cão e que não haja folga entre a coronha e a

mão.

Page 26: Tiro Defensivo e Fundamental

Este apoio na coronha reduz o recuo da arma e melhora a recuperação para o

segundo tiro.

b. Alinhamento Antebraço e Arma.

Para que todos os procedimentos em uma abordagem ocorram sem

preocupação com a possível necessidade de enquadrar, é determinante que a arma

esteja alinhada com o antebraço tanto horizontal como verticalmente.

c. Segura a arma com a firmeza nas mãos mas com os braços e restante do corpo

o mais descontraindo possível;

d. Fazer a empunhadura sempre com as duas mãos, uma segurando a arma outra

apoiando exercendo uma pressão isométrica e um envolvimento de uma ângulo

de 360º ;

e. Dedo fora do gatilho;

O dedo deverá estar fora do gatilho e apoiado na lateral da armação ate o

momento do tiro.

A empunhadura deverá contribuir para um rápido enquadramento e par a

imobilidade da arma na execução do tiro.

POSIÇÕES BÁSICAS

a. WEAVER- Braço que empunha a arma reto;

- Arma alinhada com antebraço;

- Arma a frente da cabeça;

- Mão de apoio atravessada na frente da mão que segura a arma;

- Braço de apoio flexionado e cotovelo baixo;

- Braço direito empurra a arma; e

- Braço esquerdo puxa arma;

- O corpo fica levemente obliquo à direção do tiro voltado para o lado do braço que

segura a arma;

- Corpo levemente inclinado para frente; e

- Pernas livres.

b. ISÓSCELES.

- Ambos os braços retos à frente do corpo;

Page 27: Tiro Defensivo e Fundamental

- Corpo de frente para direção do tiro;

- Leve ângulo entre antebraços e a arma;

- Arma a frente da cabeça;

- Corpo levemente inclinado à frente e pernas livres.

WEAVER ISOSCÉLES

VANTAGENS

- Pequena redução silhueta;

- Proteção do antebraço ao

tórax;

- Grande vantagem na

utilização de proteção;

- Mesma posição que para

armas longas;

- Duplo apoio na arma.

- Facilidade de

aprendizagem;

- Facilidade de

locomoção;

- Duplo apoio na arma.

DESVANTAGENS

- Mais difícil aprender;

- Limita um pouco o

movimento das pernas;

- Utilização da mão fraca com

a proteção do lado direito.

- Apresenta sempre

toda a silhueta do

Policial;

- Com a presença de

proteção do ambiente

não abrigam todo o

atirador.

Durante todo o procedimento de abordagem ou inspeção de local o Policial

deverá estar empunhando complemente a arma e apontando sem fazer visada para

linha dos pés do abordado ou do local onde este possa surgir.

Esta posição de segurança facilitará o completamento do enquadramento e

permitirá ao Policial observar maior área.

OUTRAS POSIÇÕES: O atirador poderá variar de posições de acordo com a

escolha e ou necessidade, que são: Tiro em pé; ajoelhado; barricado; assentado;

deitado; etc.

Page 28: Tiro Defensivo e Fundamental

DO SAQUE

Apesar de não ser culturalmente compreendido como procedimento técnico,

na verdade o saque é, talvez, o mais importante.

O saque rápido deverá possibilitar ao Policial mais tempo com as duas mãos

livres e a utilização previa do corpo e ou do bastão e adiar a presença da arma de

fogo do Policial na ocorrência.

O saque poderá ser procedido com técnica usando corretamente o

equipamento e para tanto dever-se-á ter um treinamento adequado para tanto.

Da mesma forma o domínio da arma permitirá ao Policial sacá-la e empregá-

la somente quando for técnica e legalmente necessário.

O coldre adequado é fixo diretamente na cintura, levemente inclinado para

frente e com a presilha em condições de ser aberta pelo dedo polegar em direção ao

próprio corpo do Policial enquanto a mão tem a coronha ao seu alcance.

ENQUADRAMENTO

O enquadramento se dá inicialmente com o alinhamento entre o OLHO, ALÇA

DE MIRA, MASSA DE MIRA e ALVO deverá com o devido treinamento, ser

substituído pela visada de terceiro olho visto que naturalmente o alvo será

enquadrado com rapidez em situação de confronto real, e certamente sem os

cuidados convencionais com a visada completa, mas permitindo mesmo assim o

acerto rápido.

Deve ser definido em exercício qual é o olho com que o atirador faz a visada

para observar-se a correta tomada de posição e enquadramento principalmente

tratando-se de arma longa.

A visada finalmente deverá ser substituída pelo enquadramento com dois

olhos abertos.

E finalmente durante a abordagem, os olhos deverão estarem, logo abaixo, na

linha das perna do alvo agressor do alvo para uma melhor visualização da silhueta

e mãos deste.

ACIONAMENTO DO GATILHO

Page 29: Tiro Defensivo e Fundamental

Quanto maior a superfície de contato com o gatilho maior nossa sensibilidade

e controle sobre o mesmo sem naturalmente incumbir no desalinhamento da

empunhadura.

O acionamento do gatilho deverá ser estável, gradativo e contínuo e não deve

mudar o enquadramento do alvo.

Faz-se necessário por parte do atirador o conhecimento do mecanismo da

arma, possibilitando-o tirar-lhe o maior proveito deste fundamento e para tanto é

importante:

a) Treinamento em seco; a prática constante neste tipo de treinamento,

habitua o atirador à tensão muscular necessária de acionamento da tecla

do gatilho;

b) Automatização na puxada, o atirador deve habituar-se à sequenciar todas

as ações necessárias ao disparo.

RESPIRACÃO

Ao inspirar e expirar os pulmões, movimentam-se com eles outros músculos

do corpo que inevitavelmente causarão variações no tiro.

Pode-se ser trabalhada a respiração das seguintes formas:

a) O atirador estuda o seu rítimo respiratório e preocupa-se em mantê-lo

constante durante as atividades do tiro;

b) Associação da respiração com as demais ações do tiro.

Devemos notar que uma respiração profunda pode aumentar até 07 vezes

a quantidade de oxigênio no sangue. Analisando a importância do cérebro no

ato de atirar, e que o mesmo pode consumir cerca de 80% do oxigênio, nota-

se a importância de maior oxigenação com a intensificação da respiração. A

falha de oxigenação leva o atirador à fadiga mental, ao desinteresse e ao

cansaço visual.

Durante a respiração há uma expansão e uma diminuição do tórax, como

resultado da inspiração e expiração. A respiração deve ser feita toda pelo

nariz, que é o órgão mais adequado do corpo humano para a função.

Para a respiração e expiração é desprendido esforço muscular pelo corpo,

com movimentos espontâneos de diversos músculos, que devem ser

utilizados como aliados na execução do disparo.

Page 30: Tiro Defensivo e Fundamental

DESCARGAR E RECARGAR

O treinamento é tão necessário quanto os fundamentos.

A descarga e a recarga deverão ocorrer sempre que possível com o Policial

protegido e ou ajoelhado para reduzir a silhueta, pois é o momento em que este

encontra-se mais vulnerável.

Independentemente da mão que o Policial atira no caso do revólver (que abre

sempre para a esquerda) os aparelhos de recarga rápida deverão estar do lado

direito do corpo da cintura para baixo.

O revólver deverá ser aberto e passado para a mão esquerda para descarga,

o cano voltado para cima e a vareta do extrator pressionada para baixo pelo dedo

polegar da mesma mão esquerda. Simultaneamente a mão direita busca o aparelho

de recarga rápida com a munição sobressalente.

ERROS MAIS COMUNS DO ATIRADOR E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO ALVO:

Para correção do aprendizado, apontamos na seqüência abaixo, os erros que

ocorrem com maior freqüência ao se executar o tiro:

a) Acionamento do gatilho com a Segunda falange do dedo indicador. O

gatilho tanto é acionado para trás, como forçado para a esquerda;

provocando deslocamento do cano para a esquerda, indo os tiros atingir a

altura de “09 horas” do alvo. (Utilizamos o relógio analógico com referência

para apontar a localização dos impactos);

b) Acionamento brusco do gatilho – “gatilhada” – A arma é deslocada para a

esquerda do dedo polegar, ou ainda jogando os tiros à altura de “07:30

horas”. ( Altura da cintura e coxa);

c) Acionamento do gatilho com a ponta do dedo indicador, ou movimento do

dedo polegar, ou ainda excesso de pressão do polegar no gatilho na hora

do disparo. Os tiros são desviados para a direita, entre “02:30 e 03:30

horas”. A arma é puxada para a direita juntamente com o gatilho, ou o

dedo polegar a empurra para aquele lado.

Page 31: Tiro Defensivo e Fundamental

d) Relaxamento da posição no momento do disparo, ou antecipação do

atirador ao momento do disparo; prevendo o recuo, e elevando o cano. O

tiro atingirá a altura de “10:30 horas”. Tiros altos à esquerda.

e) Quebra do punho, o cotovelo dobrado na hora do tiro. Tiros baixos na

região de “06 horas”. Não havendo absorção do recuo da arma, o cano se

abaixará, fazendo descer os tiros. Também o aprofundamento da massa

com relação a alça de mira, nos tiros de precisão, farão os tiros descer.

f) O atirador querendo empurrar o tiro pressiona com a palma da mão, a

coronha para frente. Os tiros serão jogados altos à direita, à altura de

“01:30 horas”.

g) Estrangular ou apertar demasiadamente a coronha na hora do tiro. Tiros

baixos, à direita, à altura de “04 e 05 horas”. ( Altura da coxa esquerda e

cintura; lado esquerdo da silhueta). Os dedos médio, anular e mínimo

pressionados, forçam a arma para direita e para baixo.

Os defeitos apontados são quase imperceptíveis, e, para evitá-los, deve o

policial, desde os primeiros tiros realizados, concentrar-se em cumprir os

fundamentos do tiro, analisando cada tiro defeituoso, procurando então

corrigir os seus erros.