tipos de anestecias

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ANESTESIA A anestesia é um procedimento médico que visa bloquear temporariamente a capacidade do cérebro de reconhecer um estímulo doloroso. Graças à anestesia, os médicos são capazes de realizar cirurgias e outros procedimentos invasivos sem que o paciente sinta dor. Para entender como agem os vários tipos de anestesia, é preciso entender antes como a dor é transmitida. Ela é um sinal de que há algo errado numa parte do corpo. E esse sinal segue da parte ferida até o cérebro viajando por nervos, que são como fios espalhados pelo corpo. Os nervos são formados por uma seqüência de células especiais, os neurônios. O interior do neurônio é eletricamente negativo e o ambiente em volta dele é positivo. Quando ferimos uma parte do corpo, o neurônio mais próximo do local abre na sua membrana os chamados canais de sódio, que permitem a entrada de íons de sódio. Como esses íons são positivos, o interior da célula vai perdendo seu estado negativo. Para voltar ao estado original, o neurônio abre seus canais de potássio para a saída de íons de potássio (positivos) da célula. Essa seqüência de entra-e-sai vira uma reação em cadeia, que vai passando de um neurônio para outro até chegar ao cérebro. Lá, essa seqüência de alterações na carga dos neurônios é "traduzida" como um sinal de dor. ANESTESIA LOCAL Substâncias como a lidocaína agem quimicamente nos neurônios perto do ferimento No caso de um ferimento mais simples, os médicos podem interromper o mecanismo de transmissão do sinal da dor aplicando uma anestesia local. Se você cortou a mão, por exemplo, recebe uma injeção com anestésicos na região do corte. Os anestésicos locais têm substâncias, como a lidocaína e a bupivacaína, que reagem quimicamente com os neurônios da região machucada, impedindo a abertura dos canais de sódio. Assim, o processo de transmissão da dor é interrompido logo de cara. ANESTESIA GERAL

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tipos de anestecia voltada para a enfermagem

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Page 1: Tipos  de Anestecias

ANESTESIA

A anestesia é um procedimento médico que visa bloquear temporariamente a capacidade do cérebro de reconhecer um estímulo doloroso. Graças à anestesia, os médicos são capazes de realizar cirurgias e outros procedimentos invasivos sem que o paciente sinta dor.

Para entender como agem os vários tipos de anestesia, é preciso entender antes como a dor é transmitida. Ela é um sinal de que há algo errado numa parte do corpo. E esse sinal segue da parte ferida até o cérebro viajando por nervos, que são como fios espalhados pelo corpo. Os nervos são formados por uma seqüência de células especiais, os neurônios.

O interior do neurônio é eletricamente negativo e o ambiente em volta dele é positivo. Quando ferimos uma parte do corpo, o neurônio mais próximo do local abre na sua membrana os chamados canais de sódio, que permitem a entrada de íons de sódio. Como esses íons são positivos, o interior da célula vai perdendo seu estado negativo.

Para voltar ao estado original, o neurônio abre seus canais de potássio para a saída de íons de potássio (positivos) da célula. Essa seqüência de entra-e-sai vira uma reação em cadeia, que vai passando de um neurônio para outro até chegar ao cérebro. Lá, essa seqüência de alterações na carga dos neurônios é "traduzida" como um sinal de dor.

ANESTESIA LOCAL Substâncias como a lidocaína agem quimicamente nos neurônios perto do ferimento

No caso de um ferimento mais simples, os médicos podem interromper o mecanismo de transmissão do sinal da dor aplicando uma anestesia local. Se você cortou a mão, por exemplo, recebe uma injeção com anestésicos na região do corte.

Os anestésicos locais têm substâncias, como a lidocaína e a bupivacaína, que reagem quimicamente com os neurônios da região machucada, impedindo a abertura dos canais de sódio. Assim, o processo de transmissão da dor é interrompido logo de cara.

ANESTESIA GERAL Coquetel de drogas atua nos neurônios cerebrais, bloqueando a dor de qualquer parte do corpo

A anestesia geral é indicada para as cirurgias mais complexas e de grande porte. Indicamos a anestesia geral quando o procedimento cirúrgico é muito complexo, não sendo viável anestesiar apenas uma região do corpo.

Muitas vezes o paciente precisa estar imóvel ou inconsciente para não atrapalhar a intervenção médica. Aí entra a anestesia geral, que é uma mistura de substâncias com várias funções. Ela é aplicada na veia, pois pela corrente sanguínea os anestésicos chegam mais rápido ao cérebro.

Uma das substâncias do coquetel da anestesia geral tem a função de impedir que o sinal da dor seja decifrado no cérebro. Essa substância, que pode ser uma droga como o remifentanil, abre receptores dos neurônios cerebrais por onde entram íons de cloro, que são negativos.

Cheios de íons de cloro, os neurônios cerebrais ficam sempre "no negativo" - mesmo com aquela reação iniciada no local ferido. Como as células mantêm seu

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equilíbrio, o sinal da dor não é transmitido na região. E, como é o cérebro que "traduz" esse sinal, a pessoa não sente dor em nenhuma parte do corpo.

No coquetel da anestesia geral ainda há substâncias que levam à inconsciência e relaxantes musculares que impedem a movimentação do paciente. Cada droga age em vários tipos de receptores dos neurônios cerebrais, e o anestesista vai administrando suas doses durante toda a cirurgia.

ANESTESIA REGIONALRaquidiana e peridural bloqueiam a transmissão da dor quando o sinal chega à medula

Um meio-termo entre as anestesias local e geral são as anestesias aplicadas em regiões stratégicas do corpo, como a raquidiana e a peridural. Esse tipo de procedimento interrompe a ransmissão do impulso da dor na medula, que é por onde passa a maioria dos nervos do corpo. O aciente fica então imune à dor do umbigo para baixo.

A anestesia peridural é aplicada fora do canal espinhal, numa camada de gordura em volta da dura-máter. Como é injetada em um local menos invasivo e arriscado, é possível pôr um cateter e ir aplicando mais anestésico por várias horas, de acordo com a necessidade da cirurgia. Mas ela romove um relaxamento menor que a raquidiana.

A anestesia raquidiana é aplicada na dura-máter, membrana que envolve a medula. O médico precisa perceber que atingiu o local exato da aplicação da injeção pelo tato! Como ela age em um espaço-chave na transmissão das sensações, com pouco anestésico já se consegue um grande relaxamento, o que é bom em cirurgias mais delicadas

Contra indicações

Existe contra-indicações, e elas podem estar relacionadas ao agente anestésico ou ao vasoconstritor. Com relação ao vasoconstritor, os pacientes com pressão alta não tratada ou não controlada, doenças cardíacas graves, diabetes mellitus não controlada, hipertireoidismo, feocromocitoma, sensibilidade aos sulfitos e usuários de antidepressivos tricíclicos, compostos fenotiazínicos, cocaína e "crack", têm limitações no uso de anestésicos.

Com o passar da idade, muitas alterações podem aparecer, as quais podem contra-indicar ou não o procedimento. Como foi explicado no item anterior, se o paciente apresentar algumas dessas alterações, o uso do anestésico pode estar temporariamente contra-indicado. Nesse caso, ele é encaminhado ao profissional médico habilitado e após a sua liberação, o procedimento de anestesia é realizado.

Gestante pode tomar anestesia, não é contra-indicado o procedimento anestésico. Porém, se for possível, é mais aconselhável o uso da anestesia entre o terceiro e o sexto mês de gestação.

Existe o risco de choque anafilático, porém é muito pequeno, uma vez que as respostas ao questionário de saúde orientam o profissional sobre o possível risco de choque anafilático.

De maneira bem abrangente, a anestesia pode ser local ou geral. A anestesia local é administrada pelo cirurgião-dentista no próprio consultório. A geral deve ser feita pelo médico anestesista em hospital ou clínicas apropriadas.