tiananmen - resumo em fotos
DESCRIPTION
Resumo sobre o grande massacre na praçaTiananmen na China feitos por alunas do curso de História.TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS - CCH
CURSO DE HISTÓRIA
SEMINÁRIO DE PESQUISA: HISTÓRIA E FOTOGRAFIA
Tiananmen: O massacre na Praça da Paz Celestial
Professor: Massimo Sciarretta
Alunas: Heloíse Pontes
Mariana Fonseca
Rio de Janeiro, 2015.
SUMÁRIO
1. Abstract..........................................................................................................................03
2. Fotos...............................................................................................................................07
3. Notas..............................................................................................................................15
4. Bibliografia....................................................................................................................18
1. Abstract
Tiananmen: O massacre na Praça da Paz Celestial
Resumo
As manifestações na Praça da Paz Celestial em 1989, lideradas por estudantes na República
Popular da China, não só marcaram a história do país como atraíram a atenção da comunidade
internacional. Os protestos que começaram como caminhadas pacíficas foram violentamente
suprimidos pelo Partido Comunista, que ignorava as reivindicações populares. Buscamos
retratar nesta pesquisa, a partir de uma seleção fotográfica, a história deste massacre e dos
protestos que ocorreram entre abril e junho, conhecido como : “O massacre na Praça da Paz
Celestial.”
Palavras-chave: Massacre, Praça da Paz Celestial, China
Keywords: Massacre, Tiananmen Square, China
O ano de 1989 começou com sinais de uma iminente explosão. A China enfrentava
um salto inflacionário causado em parte pela reformulação de preços no final da década de
1980, corrupção generalizada, nepotismo, controle da imprensa, aumento da distância entre os
ricos e a grande massa e a crescente perda de fé no comunismo. A homenagem estudantil a
Hu Yaobang, demitido anos antes do cargo de secretário-geral, na praça Tiananmen foi a
centelha que acendeu as manifestações. No dia 18 de abril, na primeira manifestação,
centenas de jovens marcharam em coluna a partir das universidades em direção a Tiananmen,
vista como o símbolo da sede oficial do governo, erguendo cartazes com a inscrição “Alma da
China” referindo-se a Hu, honrando a memórica do defunto, levando coroas de flores brancas
de papel ao pé do obelisco do Momumento aos Heróis do Povo. Ao atravessarem a praça
começaram a gritar slogans como: “Viva Hu Yaobang! Viva a democracia! Viva a liberdade!
Abaixo a corrupção! Abaixo a burocracia!” (MEZZETTI, 2000: 397).
O ano de 1989 comemorou diversos aniversários históricos importantes, como o 40º
aniversário da fundação da República Popular da China ( 1 de outubro de 1949), o 70º
aniversário do Movimento 4 de maio (1919) e o 200º aniversário da Revolução Francesa (14
de julho de 1789). O governo temia a possibilidade da comemoração de qualquer desses
eventos pro-democracia e, temia ainda mais, a criação de um movimento de solidariedade
chinês. Logo decidiu redobrar a vigilância sobre os membros do partido e nas forças armadas.
A manifestação, inciada com a morte de Hu, ganhou adeptos em outras cidades e
alcançou os contornos de revolta que desafiavam a autoridade do governo. Estudantes e a
elite intelectual reivindicavam reformas políticas, liberdade de imprensa e de associações. Os
trabalhadores e cidadãos comuns que apoiavam a manifestação pediam o fim da corrupção, da
inflação e da dissolução de empresas estatais que se seguiram às reformas econômicas. Os
líderes do partido comunista, que desde a era de Mao Zedong conseguiram suprimir com certa
facilidade protestos estudantis e manisfestações sem o uso da violência por meio de
campanhas limitadas, se viram obrigados a usar novos meios para acabar com o movimento
que crescia cada vez mais.
O pronunciamento de Deng Xianping no dia 25 de abril sobre as manifestações
estudantis deixava claro que não as consideradava, de acordo com Mezzetti, “uma fase
ordinária de agitação estudantil”, ao contrário, acreditando se tratar “de uma revolução
política para negar o papel guia do partido e o sistema socialista”, uma ameaça não só ao
poder do partido como “à modernização, uma conspiração para transformar a China de um
futuro radioso em uma China sem esperança” (MEZZETTI, 2000: 398). Para tanto, segundo
Deng Xiaoping, cabia ao partido “tomar posição decisiva e adotar rapidamente medidas
eficazes para bloquear esta rebelião e derrotar as facções subversivas, que tanto fazem
recordar a Revolução Cultural”(IDEM), ou seja, suprimí-las com a força militar.
A questão do uso da força militar ou não dividiu o partido. Enquanto Deng afirmava
ser necessário seu uso Zhao Ziyang, secretário-geral do partido, demonstrava grande
tolerância com as manifestações e simpatia com os pedidos dos estudantes. Zhao tentou
convencer os estudantes à moderação e que as reformas viriam somente em um clima de
estabilidade, serenidade e ordem. Durante seu discurso oficial no dia 4 de maio ao Banco
Asiático de Desenvolvimento afirmou que as reivindicações razoáveis dos estudantes seriam
respondidas por meios legais e democráticos, inspiradas na racionalidade e na ordem. Li Peng
e Yang Shangkun, chefe de Estado, acusaram Zhao de liderar uma dissensão no partido e que
seu discurso representava somente seu ponto de vista e que o partido só poderia ser
representado por Deng. Zhao pediu demissão do partido no dia 18 de maio e em sua última
aparição oficial foi ao encontro dos jejuadores em Tiananmen que já estavam no sétimo dia de
jejum e implorou para que houvesse uma conciliação com o governo. No dia 20 de maio foi
declarada por Li Peng ordem marcial em Pequim e Deng recebeu apoio militar das províncias
próximas.
Na noite do dia 29 de maio foi erguida uma estátua de 11 metros de altura da “Deusa
da Democracia”, semelhante a Estátua da Liberdade. Uma figura de mulher de papelão, olhos
amendoados e seios proeminentes, empunhando o facho da liberdade. Fora criada pelos
estudantes da academia de belas-artes e levada para a praça para ser montada diante do retrato
de Mao, gesto desafiador que animou os demais manifestantes.
Na tarde do dia 3 de junho os estudantes receberam uma ligação anônima avisando
que o ataque do exército estava prestes a acontecer: às 22h o Premier Li ordenou que as tropas
se movessem em alta velocidade para a praça, deveriam atirar em todos os manifestantes sem
remorso e limpar a praça até ao amanhecer. Tanques, veículos blindados e soldados com
armas automáticas partiram de três direções em estrita conformidade com os planos pré-
estabelecidos: uma coluna atacaria do Museu Militar Revolucionário localizado a quatro
milhas da Praça, movendo-se ao longo do trecho oeste da Avenida da Paz Eterna em direção à
Praça, atirando e matando todos à vista; outra coluna atacaria desde a parte leste da avenida, e
uma terceira desceria do norte, todas convergindo na Praça. “Grande parte das mortes ocorreu
antes que as tropas e tanques atingissem a própria praça” (HSÜ, 2000: 936). Previamente ao
começo do ataque, a associação dos estudantes informara a todos que haveria derramamento
de sangue, porém cerca de 40.000 a 50.000 estudantes e 100.000 cidadãos comuns juraram
ficar e se preciso morrer em nome da causa da democracia e da liberdade. Estavam todos
desarmados, convencidos de que as tropas não os atacariam.
As primeiras horas do dia 4 de junho começaram com a queda dos manifestantes que
estavam no acampamento central: Trinta e cinco tanques foram usados contra os
manifestantes desarmados. Soldados e a polícia militar atiravam na multidão enquanto alguns
estudantes tentavam proteger a “Deusa da Democracia”, desabando com ela. No fim do
ataque, soldados formavam pilhas de cadáveres para cremar ou embrulhavam os corpos em
sacos plásticos para cremar fora da cidade, onde não foi permitido fazer qualquer registro. A
carnificina terminou em apenas 7 horas. (HSÜ, 2000: 937)
É preciso relembrar a luta dos chineses contra um governo autoritário e sua busca pela
liberdade, pela democracia, e através da história construída por fotografias do grande
massacre da praça Tiananmen é possível conhecer a sua história por um novo ângulo. A
famosa foto em que um chinês segurando algumas sacolas enfrenta sozinho uma coluna de
tanques alinhados prontos para atacar os manifestantes representa a desproporcional força
entre os chineses que pediam a democracia pacificamente e o partido que mantinha o poder
com rédea curta. Apesar da grande diferença entre forças, o chinês enfrenta os tanques, assim
como os estudantes que enfrentaram o governo.
3. Notas
Página 7
Fotografia 1: 5 de junho de 1989 - Um homem chinês tenta bloquear sozinho uma linha de
tanques em direção ao leste de Pequim em Cangan Boulevard na Praça Tiananmen. O
homem, pedindo o fim da violência e derramamento de sangue contra os manifestantes pró-
democracia, foi afastado por observadores, e os tanques continuaram o seu caminho.
Fotografia 2: 04 de maio de 1989 - Milhares de estudantes de faculdades e universidades
locais marcham até a Praça Tiananmen, em Pequim para exigir a reforma do governo.
Página 8
Fotografia 3: 23 de maio de 1989 - Trabalhadores tentam cobrir o retrato de Mao Tse-tung na
Praça Tiananmen, em Pequim depois de ter sido atingido por tinta.
Fotografia 4: 03 de junho de 1989 - Um estudante dissidente pede para os soldados para
voltarem para casa enquanto as multidões invadem o centro de Pequim.
Página 9
Fotografia 5: 03 de junho de 1989 - Uma jovem está presa entre civis e soldados chineses,
que estavam tentando removê-la de uma assembleia perto do Grande Salão do Povo.
Fotografia 6: 3 de Junho de 1989 - Manifestantes pró-democracia unem seus braços para
segurar as multidões furiosas, impedindo-os de perseguir um grupo de soldados em retirada
perto do Grande Salão do Povo. Os manifestantes estavam furiosos por um ataque anterior
sobre estudantes e cidadãos que utilizam gás lacrimogêneo e cassetetes. As pessoas no fundo
em cima do ônibus são utilizadas como um obstáculo.
Página 10
Fotografia 7: 4 de junho de 1989 - Soldados do Exército Popular de Libertação (EPL) saltam
sobre uma barreira na Praça Tiananmen durante os confrontos pesados com as pessoas e os
estudantes dissidentes. O EPL foi tinha ordens para limpar a praça por volta das 6:00 horas da
manhã, sem exceções.
Fotografia 8: 4 de junho de 1989 - Corpos de civis mortos entre bicicletas esmagadas perto
de Praça da Paz Celestial de Pequim.
Página 11
Fotografia 9: 04 junho de 1989 - Uma menina ferida durante o confronto entre o exército e os
alunos perto da Praça Tiananmen.
Fotografia 10: 4 de junho de 1989 - Um jornalista estrangeiro ferido é levado para longe do
confronto entre o exército e os alunos perto da Praça Tiananmen.
Página 12
Fotografia 11: Junho de 1989 - Um homem algemado é levado por soldados chineses em
uma rua de Pequim , quando a polícia e os soldados procuravam por pessoas envolvidas no
protesto pró-democracia entre abril-junho.
Fotografia 12: 5 de junho de 1989 - Três homens não identificados fugindo enquanto um
homem no fundo à esquerda, fica sozinho para bloquear uma linha de tanques que se
aproximavam na Praça de Tiananmen. O homem no fundo se manteve firme para bloquear a
coluna de tanques que se aproximava.
Página 13
Fotografia 13: 05 de junho de 1989 - Um casal chinês em uma bicicleta se escondendo
embaixo de um enquanto os tanques passam.
Página 14
Fotografia 14: 4 de junho de 2012 - Policiais paramilitares marcham em frente ao Duanmen,
Portão da Cidade Proibida, ao norte da Praça da Paz Celestial.
Fotografia 15: 4 de junho de 2012 - Dezenas de milhares de manifestantes participam de uma
vigília à luz de velas em Hong Kong para o 23º aniversário da repressão militar sobre o
movimento pró-democracia na Praça de Tiananmen.
4. Bibliografia
HSÜ, Immanuel C. Y. The Rise of Modern China. 6 ed. Oxford University Press, 2000.
MEZZETTI, Fernando. De Mao a Deng: a transformação da China. / Fernando Mezzetti;
tradução de Sérgio Duarte.- Brasília : Editora Universidade de Brasília, 2000.
In pictures: Beijing's Tiananmen Square protests. Disponível em :
<http://www.bbc.com/news/in-pictures-27410482 > Acesso em 31de março 2015.
Remembering the Tiananmen Square Massacre. Disponível em:
<http://mashable.com/2014/06/04/tiananmen-square-massacre-photos/ >Acesso em 31 de
março de 2015.