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Trabalho de revisão de notícia para a cadeira de MEdicina Preventiva, 1º ano 2º semestre FMLTRANSCRIPT
2º ensaio (aula nº5)
O tema desta notícia é que o investimento na saúde das mulheres e crianças pode levar, a
médio/longo prazo, a um retorno social e económico bastante grande comparado com esse
mesmo investimento.
Isto é devido a vários factores, entre os quais alguns que considero de especial importância:
diminuição da mortalidade infantil e associada à gravidez, aumento da produtividade no
trabalho (uma pessoa doente produz menos que uma pessoa saudável), algo também relacionado
com a própria motivação da pessoa para trabalhar (mais uma vez, há uma maior predisposição
para que uma pessoa realize bem o seu trabalho na ausência de enfermidade).
No artigo citado, além dum aumento do PIB, podíamos, em 74 dos países mais pobres e até
2035, prevenir a morte de 147 milhões de crianças e 32 milhões de mortes no nascimento; tudo
isto apenas com um aumento de 2% no investimento.
Este relatório também dá a conhecer que nestes países em desenvolvimento (maioritariamente
países africanos e sul-americanos) há pouco conhecimento e acesso a métodos contraceptivos, o
que leva a um planeamento familiar deficiente.
Nestes países as mulheres engravidam muito cedo, tendo também casamentos precoces; parte
delas gostaria de poder contar com o apoio dum sistema de saúde que lhes disponibilizasse
consultas de planeamento familiar e acompanhamento da gravidez, mas graças à falta de
recursos, isso é negado a mais de metade delas.
Analisando este problema duma perspectiva mais economicista, vemos que estas gravidezes
não programadas incorrem num aumento de gastos maior para um país do que aquele que
poderia ter sido usado para melhorar o sistema de saúde desse mesmo país; deixar de
"diabolizar" a contracepção é um passo necessário para que o planeamento familiar seja bem
implantado (além da prevenção de várias doenças derivada do uso do preservativo nas relações
sexuais).
Resta agora mudar a mentalidade dos governantes e das pessoas em geral e mostrar-lhes que
um investimento a médio/longo prazo deste género pode modificar completamente o paradigma
social vigente (também temos de ver que esta mudança pode não ser do completo agrado das
classes governantes, pois estamos a falar de países com democracias deficitárias, em que o
poder está concentrado num número reduzido de pessoas e o aumento da força do povo choca
com o domínio social trabalhado por quem manda no país).
"As pessoas jovens são o motor da mudança". Se acreditamos mesmo nisto, têm de ser criadas
as condições para que esses mesmos jovens possam viver uma infância feliz e ter uma educação,
seja mais académica ou mais profissional pois só assim podem atingir o pleno das suas
capacidades e dar um contributo efectivo para a sociedade em que estão integrados (e, por
conseguinte, levarem a mudanças de sistemas políticos e sociais que culminem num mundo
justo e que dê oportunidades iguais a todos).
Hipócrates disse que o Homem só se apercebe que a Saúde é a maior dádiva que tem quando
se encontra doente; ora, na minha opinião, vale a pena gastar um pouco mais dos fundos
públicos para que essa dádiva se mantenha assegurada para toda a população.
Termino o ensaio com uma citação que está mais relacionada com a preparação do jovem para
ser um membro importante da sociedade em que se insere do que com a própria saúde do
indivíduo, mas que considero ser uma fase importante para que esse jovem se torne um adulto
sábio, com capacidade de fazer decisões boas em prol dos outros.
“It's never too late to have a happy childhood.”
Tiago José Bonito da Cunha
Aluno Nº15232