tia, a aula vai começar agora

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“TIA, A AULA VAI COMEÇAR AGORA?” PIBID - Pedagogia Jessica Cristina Ornellas Pereira¹ Ariane Gabriel Alves¹ Bárbara Nazareth Borges Emiliano da Silva Nascimento¹ Lidiane da Silva Ribeiro¹ Renata Cristine de Souza Santos² Carmen Lucia Vidal Perez³ RESUMO O presente artigo tem como objetivo compreender algumas de nossas vivências e questões cotidianas no trabalho observado e realizado na Escola Municipal Julia Cortines, em uma turma de 3º ano, durante o ano de 2014. No primeiro semestre estivemos em processo de observação em que fazíamos poucas intervenções na hora do intervalo, quando realizávamos brincadeiras de forma a nos aproximar e criar laços. Neste processo de observação participante foi possível notar que para os alunos a aula significa fazer exercícios, escrever, copiar. Observação esta que foi confirmada em nossa primeira aula com a turma, após realizar as atividades propostas para o dia (roda de conversas, dinâmica de apresentação, leitura da letra de uma música e, por fim, a dança da maçã), já estava na hora do intervalo e quando começamos a rearrumar a sala para entregar a turma à professora um aluno perguntou: “Tia, a aula vai começar agora?”. Essa pergunta nos faz pensar qual a concepção de aula que essas crianças têm? Porque as crianças na escola não entendem a brincadeira como espaço de conhecimento? E que tipo de aluno esse modelo de escola forma? Os objetivos de nosso planejamento neste primeiro momento são: possibilitar que o grupo se conheça, valorizar os saberes das crianças, desenvolver atitudes de colaboração, promover a apropriação da leitura e da escrita, e, para isso, nos fundamentamos no trabalho por projetos entendendo a criança como sujeito do seu próprio conhecimento. Utilizando como inspiração o trabalho de

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Page 1: Tia, A Aula Vai Começar Agora

“TIA, A AULA VAI COMEÇAR AGORA?”

PIBID - Pedagogia

Jessica Cristina Ornellas Pereira¹Ariane Gabriel Alves¹

Bárbara Nazareth Borges Emiliano da Silva Nascimento¹Lidiane da Silva Ribeiro¹

Renata Cristine de Souza Santos²Carmen Lucia Vidal Perez³

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo compreender algumas de nossas vivências e questões cotidianas no trabalho observado e realizado na Escola Municipal Julia Cortines, em uma turma de 3º ano, durante o ano de 2014. No primeiro semestre estivemos em processo de observação em que fazíamos poucas intervenções na hora do intervalo, quando realizávamos brincadeiras de forma a nos aproximar e criar laços. Neste processo de observação participante foi possível notar que para os alunos a aula significa fazer exercícios, escrever, copiar. Observação esta que foi confirmada em nossa primeira aula com a turma, após realizar as atividades propostas para o dia (roda de conversas, dinâmica de apresentação, leitura da letra de uma música e, por fim, a dança da maçã), já estava na hora do intervalo e quando começamos a rearrumar a sala para entregar a turma à professora um aluno perguntou: “Tia, a aula vai começar agora?”. Essa pergunta nos faz pensar qual a concepção de aula que essas crianças têm? Porque as crianças na escola não entendem a brincadeira como espaço de conhecimento? E que tipo de aluno esse modelo de escola forma? Os objetivos de nosso planejamento neste primeiro momento são: possibilitar que o grupo se conheça, valorizar os saberes das crianças, desenvolver atitudes de colaboração, promover a apropriação da leitura e da escrita, e, para isso, nos fundamentamos no trabalho por projetos entendendo a criança como sujeito do seu próprio conhecimento. Utilizando como inspiração o trabalho de Freinet (A escola democrática e popular) e contribuições teóricas como Freire (A Educação Libertadora), Snyders (A alegria na escola), João Geraldi (A aula como Acontecimento) e Colinvaux (Trabalho por Projetos), buscamos discutir/dialogar com os autores procurando responder a seguinte questão: o trabalho por Projetos ao valorizar os saberes da criança e ao reconhecê-la como um ser que pensa, fala, opina e participa nas/das questões relativas ao seu modo de viver/ver o mundo pode contribuir para a construção de uma escola popular, uma escola mais justa e democrática?

Palavras chave: democracia; brincadeiras; escola popular.