thomaz garcia duque - comunicação · 2.7. resposta imune ... (12,48%); vazias em lactação...
TRANSCRIPT
ANÁLISE DO CENÁRIO REPRODUTIVO E PROPORÇÕES DE
ANIMAIS SORO REATIVOS PARA A BRUCELOSE BOVINA NO
REBANHO LEITEIRO DA REGIÃO NORTE E NOROESTE
FLUMINENSE
THOMAZ GARCIA DUQUE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO - UENF
CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ MARÇO-2006
ANÁLISE DO CENÁRIO REPRODUTIVO E PROPORÇÕES DE
ANIMAIS SORO REATIVOS PARA A BRUCELOSE BOVINA NO
REBANHO LEITEIRO DA REGIÃO NORTE E NOROESTE
FLUMINENSE
THOMAZ GARCIA DUQUE
“Tese apresentado ao Centro de Ciências e Tecnologia Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal”
Orientador Prof. Dr. Marcos Fernando de Resende Matta
CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ MARÇO-2006
ANÁLISE DO CENÁRIO REPRODUTIVO E PROPORÇÕES DE
ANIMAIS SORO REATIVOS PARA A BRUCELOSE BOVINA NO
REBANHO LEITEIRO DA REGIÃO NORTE E NOROESTE
FLUMINENSE
THOMAZ GARCIA DUQUE
“Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologia Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal”
Aprovada em 25 de março de 2006. ________________________________________________________ Prof. José Tarcisio Lima Thiebaut (Doutor,Estatística) - UENF
_________________________________________________________________________
Prof. Márcio Manhães Folly (Doutor, Bacteriologia) - UENF __________________________________________________________________ Prof. Walter Lilenbaum (Doutor, Microbiologia) - UFF ________________________________________________________ Prof. Marcos Fernando de Resende Matta (Doutor, Melhoramento Animal) - UENF
(Orientador)
ii
A Deus Ao meu pai e à minha mãe que foram o início de tudo, que sem eles este
sonho não seria realizado e que foram para mim um exemplo de luta e dedicação.
Agradeço a eles por todos os momentos felizes e que a distância nunca
abalou a união familiar.
Ao meu irmão Bruno e minhas irmãs Laura e Geórgia pelo estímulo e carinho.
DEDICO
iii
AGRADECIMENTOS
A Deus
Ao Professor Marcos Matta, que durante estes anos me ensinou muitas coisas boas
fundamentais no meu futuro.
A Dra. Cláudia Matta, que sempre me ajudou no que foi preciso.
Ao Professor Frederico, pelo apoio e companheirismo.
Ao Professor José Tarcísio Lima Thiebaut, por ter me ajudado na análise estatística.
A Virgínia Paula Calili, pelo papel fundamental na minha tese.
Aos meus amigos do LMGA Bruno Fagundes, Boquinha (Marco Cunegundes),
Daniel, Guilherme Valente, Cláudio Wermelinger, Maurício Van Tiburg e também as
meninas do LMGA, pela ajuda mutua.
Aos meus amigos Bruno Dias, Matheus Lampião, Reinaldo Moreira, Mateus
Petrucci, Tulinho, Yuri, Tio Cláudio, Ronaldo, Jonas, Didi, Léo e Leonardo.
A HY Biotecnológica, pelo treinamento e aprendizado.
A Aprusmac, pela oportunidade de ceder seus produtores para coleta de material e
estudo. Ao Didi, Eliane e todos os funcionários.
Aos companheiros da República Agrovet, onde morei por todo meu período
acadêmico e que pude compartilhar com meus amigos momentos agradáveis.
iv
BIOGRAFIA
Thomaz Garcia Duque, nascido no município de Três Pontas em Minas
Gerais, no dia 29 de agosto de 1977, filho de Clóvis Roberto Duque e Maria
Rosemary Garcia Duque.
Concluiu segundo grau na Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho, Minas
Gerais, formando-se então em Técnico em Agropecuária em 1995.
Em 1996, ingressou na Universidade de Alfenas - MG (Unifenas), no curso de
Medicina Veterinária, transferindo-se para Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) no ano de 1998, onde concluiu no ano de 2002 o
curso de Medicina Veterinária.
Em 2003 ingressou no curso de Pós-Graduação, Mestrado em Produção
Animal, no Laboratório de Imunogenética e Melhoramento Animal do Centro de
Ciências e Tecnologia Agropecuárias - CCTA, UENF.
v
CONTEÚDO
RESUMO ..................................................................................................iv
ABSTRACT ...............................................................................................xi
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 1
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................... 4
2.1. Cenário do Leite ...................................................................... 4
2.2. Produção mundial de leite....................................................... 6
2.3. Brucelose................................................................................. 7
2.4. Mecanismo de Transmissão ................................................... 9
2.5. Patogenia .............................................................................. 10
2.6. Sinais Clínicos e Lesões ....................................................... 11
vi
2.7. Resposta Imune .................................................................... 12
2.8. Diagnóstico............................................................................ 14
2.8.1. Métodos Diretos.................................................................. 14
2.8.2. Métodos Indiretos ou Sorológicos ...................................... 14
2.8.2.1.Testes de Triagem............................................................ 16
2.8.2.1.1.Teste Antígeno Acidificado Tamponado ....................... 16
2.8.2.1.2. Teste do Anel do Leite ................................................. 17
2.8.2.1.3. Teste de Soroaglutinção em Tubos (SAT) .................. 17
2.8.2.2. Testes Confirmatórios ..................................................... 18
2.8.2.2.1.Teste do 2-Mercaptoetanol (2-ME)................................ 18
2.8.2.2.2. Fixação de Complemento (FC) .................................... 19
2.8.3. Novos Métodos de Diagnósticos ....................................... 19
2.8.3.1.Teste de ELISA Indireto (I-ELISA).................................... 19
2.8.3.2.Teste de ELISA Competitivo (C-ELISA)........................... 19
2.8.3.3.Teste de Polarização de Fluorescência (FPA)................. 20
2.9. Diagnóstico Diferencial ......................................................... 20
2.10.Tratamento........................................................................... 20
2.11. Profilaxia ............................................................................. 21
2.11.1. Vacinas contra Brucelose................................................. 22
.....................................................................................................................
2.11.1.1. Vacina B19..................................................................... 22
2.11.1.2. Vacina RB51.................................................................. 23
2.12. Epidemiologia ...................................................................... 23
3. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................... 25
3.1. Propriedades Analisadas ...................................................... 25
3.2. Avaliações Realizadas .......................................................... 25
3.3. Regime de Criação................................................................ 26
3.3.1. Regime Extensivo .............................................................. 26
3.3.2. Regime Semi-extensivo ..................................................... 26
3.4. Coleta de Material.................................................................. 27
3.5. Teste do Antígeno Acidificado Tamponado .......................... 27
3.5.1. Precaução para o Diagnóstico ........................................... 27
3.5.2. Procedimento...................................................................... 28
3.5.3. Interpretação....................................................................... 28
vii
4. RESULTADOS .................................................................................... 29
4.1. Resultados obtidos nos regimes estudados.......................... 29
4.2. Resultados comparativos entre os dois regimes
com o de um plantel ideal...................................................... 31
4.3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA............................................................ 34
................................................................................................................................
4.3.1. Análise Geral (Regime Extensivo + Regime
Semi-Extensivo)..................................................................... 35
4.3.1.1. Gestação ......................................................................... 35
4.3.1.2. Vazia ................................................................................ 35
4.3.1.3. Lactação .......................................................................... 35
4.3.1.4. Gestantes em Lactação................................................... 35
4.3.1.5. Vazias em Lactação ....................................................... 36
4.3.1.6. Vazias em Anestro .......................................................... 36
4.3.1.7. Brucélicas ........................................................................ 36
4.3.1.8. Brucélicas Gestantes....................................................... 36
4.4. Análise de Regime Extensivo................................................ 36
4.4.1. Gestação............................................................................. 37
4.4.2. Vazias ................................................................................. 37
4.4.3. Lactação ............................................................................. 37
4.4.4. Gestantes em Lactação...................................................... 37
4.4.5. Vazias em Lactação ........................................................... 37
4.4.6. Vazias em Anestro.............................................................. 38
4.4.7. Brucélicas ........................................................................... 38
4.4.8. Brucélica em Gestação....................................................... 38
4.5. Análise de Regime Semi extensivo ....................................... 38
4.5.1.Gestantes............................................................................. 38
4.5.2. Vazias ................................................................................. 38
4.5.3. Lactação ............................................................................. 39
4.5.4.Gestante em Lactação......................................................... 39
4.5.5. Vazias em Lactação ........................................................... 39
4.5.6. Vazias em Anestro.............................................................. 39
4.5.7. Brucélicas .......................................................................... 40
4.5.8. Brucélicas Gestantes.......................................................... 40
viii
5. DISCUSSÃO .................................................................................................. 41
5.1. Comparação entre os regimes .............................................. 41
5.2. Índice de Brucelose ............................................................... 41
5.3. Taxa de Fertilidade ................................................................ 42
5.4.Comparação dos Resultados ................................................. 42
6. CONCLUSÃO................................................................................................. 45
7. REFERÊNCIAS.............................................................................................. 46
................................................................................................................................
ix
RESUMO
DUQUE, THOMAZ GARCIA. M.Sc. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Março/2006. Análise do cenário reprodutivo e proporções de animais soro reativos para brucelose no rebanho da região norte e noroeste fluminense. Professor Orientador: Marcos Fernando de Resende Matta. Professores Conselheiros: José Tarcisio de Lima Thibeaut, Márcio Manhães Folly, Walter Lilenbaum.
No cenário do rebanho da região Norte e Noroeste do Estado do Rio de
Janeiro demonstrou um baixo nível de conhecimento em relação aos aspectos
produtivos e reprodutivos, falhas no manejo e muito distantes do uso de
tecnologias. Foram analisadas 34 propriedades escolhidas aleatoriamente de
seis municípios, com 995 amostras de vacas leiteiras, com idade acima de 24
meses, em que 545 eram criadas em regime extensivo e 450 em regime semi-
extensivo. Das propriedades estudadas, todas eram de gado leiteiro, e nesta
avaliação foram catalogados animais nos dois regimes de criação e animais
soro regentes para brucelose bovina; os quais apresentaram um percentual;
regime extensivo: gestantes (32,84%); vazias (67,16); gestantes em lactação
(12,48%); vazias em lactação (52,84%); das vazias, 52,84% estavam em
anestro e 25% das soro reagentes estavam gestantes, e no regime semi-
x
extensivo: gestantes (31,11%); vazias (68,89%); gestantes em lactação
(16,89%); vazias em lactação (57,11%), das vazias, 58,22% estavam em
anestro e 23% das soro reagentes estavam gestantes. A prevalência de
bovinos soro-reagentes a Brucella abortus foi obtido através da prova de soro
aglutinação rápida em placa (AAT - Antígeno Acidificado Tamponado, corado
com Rosa de Bengala), A colheita do material (soro) foi feita por punção na
veia caudal externa, ou na veia mamária. O material foi conservado em caixa
isotérmica com gelo reciclável e centrifugado em laboratório por no máximo 24
horas pós-colheita. Os exames foram realizados no Setor de Imunogenética do
Laboratório de Melhoramento Genético Animal da Universidade Estadual do
Norte Fluminense Darcy Ribeiro e revelaram vinte e oito animais positivos no
regime extensivo e sessenta e cinco animais no regime semi-extensivo.
Concluiu-se, no entanto, que a região possui um baixo índice produtivo e
reprodutivo, levando os produtores rurais a prejuízos de milhões de reais e a
brucelose bovina em rebanhos leiteiros leva a prejuízos estimados em torno de
45 milhões de reais.
Palavras-Chave: Brucelose, vacas leiteiras,impacto econômico.
11
11
1. INTRODUÇÃO
O agronegócio vem se destacando como a principal atividade do Brasil,
responsável por 40 % das exportações.
O Brasil está entre o sexto maior produtor de leite do mundo e cresce a uma
taxa de 4% superior a todos os paises que ocupam os primeiros lugares,
respondendo por 66% do total de leite produzido nos paises que compõe o
Mercosul. Pelo faturamento de alguns produtos da indústria brasileira de alimentos
na última década, pode-se avaliar a importância relativa do produto lácteo no
contexto do agronegócio nacional, registrando 248% de aumento contra 78% de
todos os segmentos (ALVIM, 2004).
Segundo o IBGE (1995), dados relacionados a microrregiões, a produção da
pecuária na região norte e noroeste fluminense passa de 200 milhões de reais.
O leite está entre os seis primeiros produtos mais importantes da
agropecuária brasileira, ficando a frente de produtos tradicionais tais como café
beneficiado e arroz. O agronegócio do leite e seus derivados desempenham o papel
relevante no suprimento de alimentos e na geração de emprego e renda para a
população. Para cada real de aumento na produção no sistema agroindustrial do
leite, há um aumento de cinco reais no produto interno bruto – PIB, o que coloca o
agronegócio do leite a frente de setores como o da siderurgia e da indústria têxtil
(ALVES, 2001).
12
12
Acrescentando-se a importância nutritiva do leite como alimento, estaremos
diante de um dos produtos mais importantes da agropecuária brasileira. A indústria
de laticínios tem potencializado o valor nutritivo do produto. Existem no mercado
bebidas lácteas enriquecidas com vitaminas e minerais, assim como leites especiais
para as pessoas que não conseguem digerir a lactose.
A indústria de laticínios desempenha papel social na geração de empregos. O
país tem acima de um milhão e cem mil propriedades que exploram o leite,
ocupando diretamente 3,6 milhões de pessoas, a elevação da demanda final do
produto lácteo em um milhão de reais gera 195 empregos permanentes. Supera o
setor automobilístico, o da construção civil, têxtil e o siderúrgico. A produção de leite
nos últimos cinco anos aumentou 150%, passando de 8 bilhões para 21 bilhões de
litros (Bandeira, 2002).
O Brasil produziu vinte e dois bilhões de litros de leite no ano passado; doze
bilhões de litros foram processados por indústrias sob inspeção oficial; os outros
nove bilhões foram consumidos nas propriedades e/ou vendidos para consumo
como leite in natura ou na forma de produtos industrializados, sem passar por
qualquer inspeção, isso nos mostra que, da produção destinada para consumo
como leite fluido, 34% não passam pelo sistema de inspeção; queijos, 63%, e para
outros produtos, 41% (Bandeira, 2002).
A tecnologia melhorou – entre 1976 e 2000, a produtividade leiteira cresceu
numa taxa de 2,6% ao ano, o que representa um incremento anual, na produção de
leite, de 339 milhões de litros. Aos preços atuais, o impacto deste crescimento foi de
57 milhões de dólares, por ano. Desde a fundação da Embrapa Gado de Leite, em
1976, foram investidos, em média, 6,5 milhões de dólares por ano no setor. Para
cada dólar investido, a sociedade brasileira teve um retorno de 16 dólares.
De acordo com USDA (Anualpec, 2002), nos Estados Unidos a produtividade
de suas vacas estão em torno de 8.226 litros/vaca/ano, o que equivale em média
26,9 litros/vaca/dia; o Canadá 7.472 litros/vaca/ano, o que corresponde a 24,5
litros/vaca/dia, a Argentina 3.585 litros/vaca/ano o que corresponde a 11,7
litros/vaca/dia; e a Itália 1.178 litros/vaca/ano, o que corresponde a 3,87
litros/vaca/dia. O Brasil tem uma produtividade em torno de 1.137 litros/vaca/ano,
ou seja, 3,7 litros/vaca/dia
Já o Estado do Rio de Janeiro, diferentemente de outros estados do Brasil, de
1998 até 2003 diminuiu sua produção que era de 455 mil/litros/dia passando a
13
13
produzir 449 mil/litros/dia. Já a produtividade não se sabe ao certo, mas
provavelmente está abaixo da média nacional (CNA, 2000).
Este trabalho teve como objetivo verificar a atual situação da pecuária leiteira
das regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, nas áreas produtiva e
reprodutiva, para se ter um cenário dos problemas a serem resolvidos. Nestes
rebanhos foram analisados dois sistemas de criação, extensiva, e semi - extensiva
e de forma comparativa com um plantel zootecnicamente correto. Além deste
trabalho também se observou a incidência da brucelose nestes rebanhos.
O desenvolvimento da pecuária de leite tem que ser feito de forma integrada,
baseada no melhoramento genético, no melhoramento nutricional e no controle
sanitário do rebanho, responsável por um melhor desfrute da atividade e associado
à capacitação do homem do campo.
14
14
2 . REVISÃO DE LITERATURA 2.1. CENÁRIO DO LEITE
Admitindo a correção da análise do contexto atual e a probabilidade de
concretização dos prognósticos feitos por este renomado especialista a respeito da
evolução da cadeia produtiva de leite no Brasil, está-se diante de um processo de
exclusão dos pequenos produtores do mercado de produção de leite, que se prevê
se acentuará futuramente em decorrência das demandas por qualidade por parte
dos consumidores (Gomes, 2001; Bandeira, 2001; Rios, 2001).
A maioria dos autores que estudam a atividade pecuária de leite classifica os
sistemas de produção de acordo com o manejo alimentar e produtivo em sistemas
extensivo e intensivo.
O sistema extensivo a campo se caracteriza por manter os animais soltos em
campos de pastagens nativas, pelo baixo grau de capital investido, de tecnologia
empregada, de capacitação da mão-de-obra e especialização dos rebanhos e pelas
baixas taxas de produtividade. De acordo com JANK (1999), este sistema é o retrato
do produtor não profissional de leite.
15
15
Já no sistema semi-extensivo, a alimentação básica é composta por silagem
de milho, sorgo e capim de boa qualidade e os concentrados são farelos e grãos. O
sistema permite elevada produção e produtividade (KRUG, 2001).
Dependendo do tipo de pastagem utilizada, a suplementação alimentar é
indispensável quando se utilizam pastagens tropicais e no período da seca, mas há
experimentos feitos pela Embrapa Gado de Leite que obtiveram elevadas taxas de
produção com suplementação alimentar durante o período de chuvas. Este sistema
se distingue dos outros por apresentar menor custo total de produção, requerer
menor quantidade de mão-de-obra, instalações e equipamentos.
Na formação da renda bruta da produção de leite devem ser considerados os
valores produzidos pela venda de leite e de animais de descarte (YAMAGUCHI,
GOMES e CARNEIRO, 2001).
A produtividade e, por conseguinte, os custos de produção e a rentabilidade,
é função não só da escala de produção, mas, principalmente, de fatores
relacionados à especialização, à sanidade, à alimentação e ao manejo do ciclo de
partos do rebanho. A especialização refere-se essencialmente às características
genéticas que definem animais especializados para a atividade leiteira. A sanidade
refere-se essencialmente aos cuidados com a saúde, o estado corporal, a higiene do
rebanho e seus ordenhadores. e aos equipamentos disponíveis para o
armazenamento e transporte do leite. Segundo Krug (2001), há uma vertente da
literatura sobre a atividade leiteira no Brasil que está repleta de afirmações sobre
sua baixa rentabilidade e lucratividade e correlaciona-as à baixa capacidade de
produção, ao baixo nível de produtividade, à falta de especialização do rebanho
leiteiro brasileiro e sua característica mestiçagem e ao confinamento da atividade da
pecuária leiteira a um sistema de produção tradicional. Assim, e ilustrando esta
posição, de acordo com Yamaguchi, Martins e Carneiro (2001), a pecuária leiteira
nacional se caracteriza por sucessivas crises de produção e abastecimento.
A produção de leite no Brasil vem crescendo a taxas elevadas e a principal
explicação para esse comportamento é a significativa lucratividade do negócio. Às
vezes, tal lucratividade é pouco percebida, pois ela ocorre com poucos produtores.
Entretanto, são esses poucos produtores (aproximadamente 20% do total) os
responsáveis pelo significativo crescimento da produção (Gomes, 2001).
As variáveis zootécnicas numa tese oposta às que correlacionam a produção
e a produtividade de leite ao sistema de produção predominante, propõe se que a
16
16
produção de leite independeria do sistema de produção adotado, uma vez que
fossem supridos cinco requisitos básicos (a especialização dos rebanhos, o manejo
sanitário adequado, o manejo reprodutivo correto, a alimentação apropriada e
condições adequadas de conforto para os animais) ( Camargo, 2000).
A visão da baixa rentabilidade da atividade leiteira no Brasil em decorrência
da “difusão do conceito de animal rústico em detrimento do animal especializado” e
de uma “pecuária leiteira baseada em vacas com alto grau de sangue zebuíno, de
baixo potencial genético e baixa persistência de lactação” que, associadas a um
“manejo nutricional, reprodutivo e sanitário inadequados têm como conseqüência um
panorama que mostra a vaca média brasileira produzindo apenas 1.000 kg de leite
por ano, com lactação inferior a 10 meses e intervalo entre partos superior a 15
meses” (AGUIAR, ALMEIDA, 1999).
2.2. A PRODUÇÃO MUNDIAL DE LEITE
Ao longo da segunda metade da década de 1990, a produção de leite de vaca
cresceu nos principais países produtores mundiais, atingindo em 2000, a marca de
483 milhões de toneladas, ou seja, um avanço de 1,2% em relação à produção
mundial de leite de 1990 (cerca de 478 milhões de toneladas) e 4,4% em relação à
produção mundial de leite de 1995 (cerca de 464 milhões de toneladas) (Food and
Agriculture Organization of the United Nations)
Em 2000, a produção de leite de vaca representa 85,5% da produção mundial
de leite, registrando uma queda de 3,0% em relação a 1990, em decorrência do
grande crescimento da produção de leite de cabra no período (variação de + 21,1%,
passando a representar 2,1% da produção mundial de leite). Em relação ao leite de
vaca, o continente europeu permanece como o principal produtor mundial,
respondendo, em 2000, por cerca de 43% da produção mundial. Todavia, enquanto
sua produção registra uma redução de 25,1%, entre 1990 e 2000, a produção do
continente americano registra crescimento de 24,6% e passa a representar 30,0%
da produção mundial. Os maiores avanços são encontrados, contudo, no continente
asiático (+60,1%) e na Oceania (+66,5%) (FAO)
Nesse cenário, que compara o desempenho de países produtores de leite, os
Estados Unidos da América, com uma produção de cerca de 76 milhões de
toneladas em 1999, constituíam o principal produtor mundial de leite de vaca e o
17
17
Brasil, com uma produção estimada de quase 20 milhões de toneladas, ocupava a
sexta colocação mundial (Marcondes, 1999).
2.3. BRUCELOSE
É uma doença infecto-contagiosa provocada por uma bactéria do gênero
Brucella, além de causar grandes perdas econômicas como redução no preço da
carne, do leite e derivados, desvalorização dos produtos para o mercado externo,
altos custos com pesquisas, programas de controle e erradicação, repercute também
na saúde pública (TEIXEIRA et al., 1998).
A bactéria Brucella abortus causa abortamento em várias espécies, mas é no
rebanho de bovinos o mais importante, causando esterilidade temporária ou
permanente, repetições de cio, nascimentos prematuros, retenções de placenta e
perda na produção de leite (LAUAR, 1983).
Para os bovinos, as fontes mais comuns de transmissão são fetos abortados,
anexos fetais, descargas de fêmeas infectadas, água, alimentos, fômites e o
ambiente, tais como pastagens (VANZINI et al.,1997).
O diagnóstico da brucelose e a vacinação de fêmeas na época certa são de
grande importância em qualquer programa de controle e erradicação da doença.
(MAURICIO & COAST,1998).
No Brasil, estudos mostram que a brucelose bovina está disseminada por
todo o território, com maior ou menor prevalência, dependendo da região estudada.
Em 1975, foram verificadas as seguintes prevalências em animais nas regiões: sul,
4%; sudeste, 7,5%; centro-oeste, 6,8%; nordeste, 2,5% e norte, 4,1% (IBGE, 1996).
No Estado do Rio de Janeiro, nos casos que são notificados, essa prevalência
está em torno de 15%, já na região Norte e Noroeste Fluminense pouco se sabe da
real situação em relação à enfermidade. Por esse motivo, realizou-se este trabalho
com o objetivo de avaliar a prevalência de brucelose em bovinos leiteiros em dois
tipos de regime de manejo, extensivo e semi-extensivo (DSA, 2004).
De acordo com Vera Cardoso (1999), o índice de brucelose bovina era em
torno de 11% na região norte e noroeste fluminense.
18
18
A Brucella foi pela primeira vez isolada pelo pesquisador Bruce, no ano de
1887, de doentes procedentes da Ilha de Malta onde era endêmica, daí é também
conhecida como febre de Malta. Ocorria, no entanto, em todos os países banhados
pelo Mar Mediterrâneo, como Itália, Grécia, Espanha, França e Turquia, motivo de
seu segundo nome pelo qual é conhecida na Europa (febre do Mediterrâneo).
(SCHURIG, 2002).
As bactérias gênero Brucella de maior importância e descritas como
transmissíveis aos humanos são, Brucella abortus (bovinos e bubalinos), Brucella
melitenses (caprinos e ovinos), Brucella suis (suínos), Brucella ovis (ovinos),
Brucella canis (cães) (Krauss, 1996).
Os eqüídeos e seus congêneres muares também são suscetíveis a uma
infecção localizada causada por este mesmo agente etiológico, que nestes
manifesta-se de forma particular - tal seja: inflamação da região da cernelha com
formação de um flegmão com trajeto fistuloso, o que lhe deu o nome de Mal da
Cernelha ou da Cruz (Região escapular também chamada da paleta), cujo material
inflamatório pode ser facilmente isolado a bactéria causadora, desde que cultivado
em laboratório em meios apropriados (ACHA & SZYFRES, 1986).
No homem é uma doença importante, mas de difícil diagnóstico, porque sua
sintomatologia é inespecífica, acometendo tratadores e veterinários, por força de
suas atividades, freqüentemente manipulam anexos placentários, fluidos fetais e
carcaças de animais, também magarefes, trabalhadores de indústrias e donas de
casa, pelo contato com carnes e leites contaminados, laboratoristas pelo manuseio
de grandes quantidades de massas bacterianas na produção de vacinas e antígenos
(ACHA & SZYFRES, 1986).
As bactérias do gênero Brucella são parasitas intracelulares facultativos, com
morfologia de cocobacilos Gram-negativos, imóveis; podem apresentar-se em
cultivos primários com morfologia colonial lisa ou rugosa (rugosa estrita ou mucóide),
essa morfologia está diretamente associada à composição bioquímica do
lipopolissacarideo da parede celular, e para algumas espécies, tem relação com a
virulência. B. abortus, B. mellitensis, B. suis normalmente apresentam uma
morfologia de colônia tipo lisa; quando evoluem para formas rugosas ou mucóides,
deixam de ser patogênicas, já as espécies B. ovis e B. canis apresentam uma
morfologia de colônia permanentemente do tipo rugosa ou mucóide (GROVEL &
MORENO, 2002).
19
19
20
20
2.4. MECANISMO DE TRANSMISSÃO
A transmissão para o homem ocorre pelo contato do agente com mucosas e
pele, além da ingestão de leite cru, derivados e carne crua. As vacinas também são
de grande importância na transmissão, principalmente para médicos veterinários e
técnicos que manipulam este tipo de material biológico (ACHA & SZYFRES, 1986).
No animal infectado, as localizações de maior freqüência do agente são:
linfonodos, baço, fígado, aparelho reprodutor masculino, útero e úbere, as vias de
eliminação são representadas pelos fluidos e anexos fetais, eliminados no parto ou
no abortamento e durante o puerpério, leite e sêmen (EAGLESOME & GARCIA,
1992).
A principal fonte de infecção é representada pela vaca prenhe, que elimina
grandes quantidades do agente por ocasião do aborto, parto ou em todo o período
puerperal (até aproximadamente 30 dias pós-parto), contaminando pastagens, água,
alimentos e fômites. Essas bactérias podem permanecer viáveis no meio ambiente
por longos períodos, dependendo das condições de umidade, temperatura e
sombreamento, ampliando de forma significativa a chance de o agente entrar em
contato e infectar novo indivíduo suscetível (EAGLESONE & GARCIA, 1992).
A mais importante porta de entrada é trato digestivo, sendo que a infecção se
inicia quando um animal suscetível ingere água ou alimentos contaminados, lambe
crias recém-nascidas, ou até mesmo cheirar fetos abortados, pois a bactéria pode
entrar pela mucosa nasal e nos olhos (VANZINI, 1995).
O tempo transcorrido entre a exposição ao agente infeccioso e o
aparecimento dos sintomas visíveis é o que se define como período de incubação,
no caso da brucelose esse período pode variar de poucas semanas a meses ou
anos, e este é inversamente proporcional ao tempo de gestação; ou seja, quanto
mais adiantada a gestação, menor o período de incubação (EAGLESONE &
GARCIA, 1992).
Numerosos estudos têm avaliado a importância dos touros na difusão da
brucelose, com demonstração clara que nos bovinos a transmissão venérea tem
pouca importância (CAMPERO, 1993). Estima-se que, touros brucélicos em monta
natural, a contaminação venérea seja em torno de dois por cento. Já na inseminação
artificial (IA), a contaminação pode-se instalar com maior freqüência se o doador for
infectado (LANGENEGGER, 1992)
21
21
Segundo LANGENEGGER (1993), na monta natural, o sêmen é colocado no
fundo do saco vaginal da fêmea e a presença dos anticorpos inespecíficos da
mucosa inativa o agente. Já na IA o sêmen é depositado na mucosa uterina, onde
as defesas são menos eficientes, com maior ocorrência de infecção.
Os prejuízos causados pela presença de reprodutores infectados estão mais
relacionados à queda da eficiência reprodutiva por causa de orquite e infecção das
glândulas reprodutoras acessórias, que podem determinar a infertilidade do animal
(LANGENEGGER, 1992)
A transferência de embriões, realizada de acordo com protocolos
internacionais de lavagem e tratamento não apresenta riscos de transmissão de
brucelose entre doadoras infectadas e receptoras livres da doença; fêmeas nascidas
de vacas brucélicas podem infectar-se no útero, durante ou logo após o parto.
Quando infectados esses animais em geral abortam na primeira prenhez, e só
apresentam resultados positivos para os testes sorológicos no decorrer da gestação,
mas esse caso ocorre em freqüência baixa (NICOLETTI, 1990).
2.5. PATOGENIA
A B.abortus geralmente entra no organismo do hospedeiro pelas mucosas
oral e nasal. Após a penetração na mucosa, as bactérias se multiplicam e são
fagocitadas. As tonsilas são um dos principais pontos de multiplicação (VANZINI,
1995).
Uma das características da infecção por Brucella sp. é o fato de a bactéria
poder resistir aos mecanismos de destruição das células fagocitárias e sobreviver
dentro de macrófagos por longos períodos. Por ter vida intracelular, as brucelas
ficam protegidas da ação do complemento e de anticorpos específicos (GROVEL &
MORENO, 2002).
Após a multiplicação no sítio de entrada, a B. abortus é transportada, livre ou
dentro de macrófagos, para os linfonodos regionais onde pode permanecer por
meses, se esta bactéria não for destruída, haverá disseminação por vários órgãos
por via linfática ou hematógena (WYCKOFF, 2002).
As localizações preferenciais são: linfonodos, baço, fígado, aparelho
reprodutor masculino, úbere e útero, eventualmente, podem instalar-se nas
articulações mais exigidas, dando origem a lesões denominadas higromas que
22
22
podem supurar. Devido ao seu tropismo por algumas substâncias, como o eritritol,
grande parte das brucelas se localiza nos testículos e no útero gestante
(EAGLESOME & GARCIA, 1987).
A infecção do útero gestante ocorre por via hematógena, as brucelas
multiplicam-se inicialmente nos trofoblastos do placentoma, infectando também as
células adjacentes, levando a uma reação inflamatória da placenta, além disso, há
infecção do feto (SAMARTINO & ENRIGHT, 1993).
As lesões placentárias raramente atingem todos os placentomas; em geral,
apenas parte deles é afetada. Tais lesões inflamatório-necróticas de placentomas,
que impedem a passagem de nutrientes e oxigênio da mãe para o feto, assim como
provocam a infecção maciça do feto por B. abortus, são as responsáveis pelo aborto
(SAMARTINO & ENRIGHT, 1993).
Com o desenvolvimento de imunidade celular após o primeiro aborto, há uma
diminuição do número e do tamanho das lesões de placentomas nas gestações
subseqüentes, com isso, o aborto torna-se infreqüente, aparecendo outras
manifestações da doença, como, por exemplo, a retenção de placenta, a
natimortalidade ou o nascimento de bezerros fracos (NICOLETTI, 1990).
2.6. SINAIS CLÍNICOS E LESÕES
A brucelose pode manifestar-se de maneira distinta conforme o hospedeiro.
Nos bovinos e bubalinos a principal manifestação clínica é o aborto, que ocorre em
torno do sétimo mês de gestação, após a infecção, o aborto quase sempre acontece
na primeira gestação; mas, em decorrência do desenvolvimento da imunidade
celular, é pouco freqüente na segunda gestação após infecção, e muito raro nos
subseqüentes. Os animais infectados apresentam uma placentite necrótica, sendo
comum à retenção de placenta e, após o primeiro aborto, natimortos e bezerros
fracos são freqüentes (NICOLETTI, 1990).
O feto geralmente é abortado 24 a 72 horas depois de sua morte, sendo
comum sua autólise, não há nenhuma lesão patognomônica da brucelose no feto
abortado; porém, com freqüência observa-se broncopneumonia supurativa
(EAGLESOME & GARCIA, 1992).
Nos machos existe uma fase inflamatória aguda, seguida de cronificação,
freqüentemente assintomática, as bactérias podem instalar-se nos testículos,
23
23
epidídimo, vesículas e ampolas seminais. Um dos possíveis sinais é a orquite uni ou
bilateral, transitória ou permanente, com aumento ou diminuição do volume dos
testículos e também pode apresentar aspecto amolecido e cheio de pus
(GONZALES TOME, 1993).
2.7. RESPOSTA IMUNE
A proteção contra a infecção e a eliminação da bactéria do organismo do
hospedeiro depende primariamente da resposta imune mediada por células, tal
resposta se dá pela interação de células fagocitárias, neutrófilos e macrófagos, e de
células específicas, linfócitos T auxiliares e citotóxicos (WYCKOFF, 2002).
Além da resposta imune celular, anticorpos específicos (imunidade humoral)
contra a cadeia “O” também são produzidos durante a infecção, os anticorpos
dirigidos contra o lipopolissacarídeo de Brucella sp., que são facilmente detectados
em provas sorológicas (BALDWIN & PARENT, 2002).
A maioria das imunoglobulinas presentes no soro de bovinos e bubalinos é da
classe G (IgG1 e IgG2), seguidas das classes M (IgM) e A (IgA) (BALDWIN &
PARENT, 2002)
A resposta humoral de bovinos infectados ou vacinados com B19 caracteriza-
se pela síntese de quatro isotipos principais de imunoglobulinas. A resposta
sorológica pós-infecção ou vacinação produz-se a partir da primeira semana,
aparecendo, no sexto dia o isótopo IgM e logo após, o IgG1, já as respostas de IgG2
e IgA aparecem mais tarde, aumentando gradativamente, mas permanecem em
baixos níveis (NIELSEN et al., 1996).
Resposta Imunológica
0
50
100
150
1 3 5 7 9 11
13
Tempo (dias)
Antico
rpos IgM
IgG1
IgG2
IgA
Fonte: Adaptado de Nielsen et al., 1996.
24
24
Figura 1- Resposta dos principias isotipos de anticorpos em bovinos
infectados com amostra patogênica de Brucella abortus ou vacinados com
B19.
A observação por períodos prolongados da resposta humoral em animais
infectados demonstra que há um leve decréscimo dos níveis de IgM, enquanto que
os de IgG1 permanecem em níveis altos, inalterados, e IgG2 e IgA permanecem em
níveis mais baixos e estáveis (NIELSEN et al., 1996).
Resposta Imunológica
0
50
100
150
1 3 5 7 9 11
13
Tempo (meses)
Antico
rpos IgG1
IgM
IgA
IgG2
Fonte: Adaptado de Nielsen et al., 1996.
Figura 2- Resposta a longo termo dos principias isotipos de anticorpos em
bovinos infectados com amostra patogênica de Brucella abortus
A observação por período prolongado em animais vacinados com B19,
quando vacinados até oito meses, demonstra que o nível de anticorpos decresce
rapidamente, atingindo títulos inferiores a vinte e cinco UI depois de doze meses
(NIELSEN et al., 1996).
Resposta Imunológica
0
50
100
150
1 3 5 7 9 11
13
Tempo (meses)
Antico
rpos IgG1
IgM
IgA
IgG2
Fonte: Adaptado de Nielsen et al., 1996.
25
25
Figura 3- Resposta a longo termo dos principias isotipos de anticorpos em
bovinos vacinados com amostra B19 de Brucella abortus
Em relação à vacinação acima de oito meses de idade, os títulos vacinais
tendem a permanecer elevados mais tempo, podem gerar reações falso-positivo nos
testes indiretos de diagnóstico (NIELSEN et al., 1996).
2.8. DIAGNÓSTICO
Na prática, o diagnóstico da brucelose é feito por meio de testes sorológicos,
em que se procuram anticorpos específicos anti-Brucella no soro ou líquidos
orgânicos como leite, líquido seminal e muco vaginal (GONZÁLES TOMÉ, 1993).
2.8.1. MÉTODOS DIRETOS
Os métodos diretos incluem o isolamento e a identificação do agente,
imunohistoquímica, e métodos de detecção de ácidos nucléicos, principalmente a
reação em cadeia pela polimerase (PCR).
O isolamento e a identificação de B. abortus a partir de material de aborto
(feto, conteúdo estomacal de feto, placenta) ou de secreções apresentam resultados
muito bons se a colheita e o transporte da amostra forem bem realizados e se a
amostra for processada em laboratórios capacitados e com experiência. Entretanto,
devido ao risco de contaminação humana durante o processamento da amostra,
poucos são os laboratórios que realizam o exame (NICOLETTI, 1990).
A imunohistoquímica pode ser procedida em material de aborto após a
fixação em formol, e permite tanto a identificação do agente como a visualização de
aspectos microscópicos do tecido examinado (MACMILLAN & STACK, 2000).
A técnica de PCR detecta um segmento de DNA específico da B. abortus em
material de aborto, em secreções e excreções. É uma técnica bastante sensível e
específica, mas requer equipamento sofisticado e pessoal treinado (BRICKER,
2002).
2.8.2. MÉTODOS INDIRETOS OU SOROLÓGICOS
O conhecimento da dinâmica das imunoglobulinas nos diferentes estágios da
resposta imune tem orientado a concepção de inúmero soro testes. Esses testes
26
26
visam demonstrar a presença de anticorpos contra Brucella sp. em vários fluidos
corporais como soro sanguíneo, leite, muco vaginal e sêmen. Um teste sorológico
perfeito deveria detectar infecção nos estágios iniciais da doença, antes da
ocorrência do aborto, e deveria discriminar anticorpos de vacinação e de infecção;
da mesma maneira, não deveria apresentar reações falso-positivas ou falso-
negativas. Ainda não existe tal teste para o diagnóstico da brucelose. Acrescente-se
que nenhuma doença conta com um recurso diagnóstico com esse desempenho
(NIELSEN, 2002).
As reações falso-positivas são decorrentes de dois fatores distintos. Primeiro,
a reação pode ocorrer devido à presença de anticorpos não específicos presentes
nas infecções por outras bactérias, como Yersinia enterocolitica 0:9, Salmonella sp.,
Escherichia coli 0:157, ou Pseudomonas sp. Segundo, podem decorrer como
resultado da vacinação com B19 após a idade adequada (OLIVEIRA et al., 2002).
A resposta sorológica à infecção por Brucella sp é influenciada por muitos
fatores, os quais refletem no desempenho das diferentes provas sorológicas.
Destacam-se entre estes fatores, o longo e variável período de incubação da
doença, durante o qual a sorologia pode ser negativa, o “status” vacinal dos animais,
a natureza do desafio, a variação individual de resposta à vacinação e à infecção e o
estágio da gestação no momento da infecção (BALDWIN & PARENT, 2002).
A melhor estratégia que tem sido validada por vários países que conseguiram
avanços significativos no combate à brucelose costuma ser a combinação de testes.
utilizados em série. Essa estratégia tem como base, a escolha de um teste de
triagem de fácil execução, barato e de boa sensibilidade, seguido de um teste
confirmatório a ser realizado apenas nos soros que resultarem positivos no teste
anterior, geralmente mais elaborado, porém com melhor especificidade que o teste
de triagem. Esse teste confirmatório tem que ter também boa sensibilidade
(OLASCOAGA, 1976).
A quantidade de testes indiretos disponíveis para o diagnóstico de brucelose
é bastante ampla; cada país, segundo suas disponibilidades e características, deve
escolher aqueles que melhor se adaptem a sua estratégia. Em geral, os testes
sorológicos são classificados segundo o antígeno utilizado na reação (MACMILLAN
& STACK, 2000).
Nos testes de aglutinação (lenta, com antígeno acidificado, do anel em leite,
de Coombs), de fixação do complemento ou imunofluorescência indireta, o antígeno
27
27
é representado por células inteiras de B. abortus. Nos testes de imunodifusão em gel
(dupla ou redial), Elisa (indireto e competitivo), hemólise indireta e western blotting, o
antígeno é representado pelo lipopolissacarídeo da parede celular da B. abortus
semipurificado (NIELSEN, 2002).
A escolha dos métodos sorológicos precisa levar em consideração o custo, o
tamanho e as características da população sob vigilância, a situação epidemiológica
da doença, a sensibilidade e a especificidade dos testes e a utilização de vacinas
(SCHURIG et al., 2002).
No Brasil, definiu-se como oficiais os seguintes testes: Antígeno Acidificado
tamponado (AAT), Anel em Leite (TAL), 2-Mercaptoetanol (2-ME) e Fixação de
Complemento (FC). Os dois primeiros como testes de triagem; os dois últimos como
confirmatórios. Células inteiras da amostra de B. abortus 1119-3 são utilizadas na
preparação dos antígenos (BRASIL, 2004).
2.8.2.1. TESTES DE TRIAGEM
2.8.2.1.1. O Teste de soroaglutinação com Antígeno Acidificado Tamponado
(AAT)
É preparado com o antígeno na concentração de 8%, tamponado em pH
ácido (3,65) e corado com o Rosa de Bengala. É o teste de triagem do rebanho. A
maioria dos soros de animais bacteriologicamente positivos apresenta reação a essa
prova (POESTER et al., 2002). É uma prova qualitativa, pois não indica o título de
anticorpos do soro testado. A leitura revela a presença ou a ausência de IgG1. Nas
provas clássicas de aglutinação reagem tanto anticorpos IgM como IgG, enquanto
que nessa prova, reagem somente os isotipos de classe IgG1. O AAT detecta com
maior precocidade as infecções recentes, mais do que a prova lenta em tubos
(MACMILLAN & STACK, 2000).
De acordo com Megid et al. (2000) e Brasil (2001), quando preconizam a
utilização do AAT como teste de triagem para rebanhos, complementado pelo 2-ME
e concordam com Jacques et al. (1998), que se referem ao AAT como teste de
triagem em rebanhos que necessita de um teste sorológico complementar mais
sensível e mais específico, o que é confirmado por Uzal et al. (1996), Saravi et al.
(1995), Jacques et al. (1998), Nicoletti (1969) e Mac Millan (1990), que consideram a
FC como o mais sensível e o mais específico dos testes.
28
28
De acordo Kuroda (2004), o AAT apresenta perfeita concordância com o 2-
ME (Mercapto-etanol) e a RFC (Reação de Fixação de Complemento), justificando
sua utilização como método de triagem.
2.8.2.1.2. O Teste do Anel em Leite (TAL)
Empregam-se mais comumente antígenos corado com hematoxilina, que dá a
cor azul característica à reação positiva. Se existirem anticorpos no leite, eles se
reagem com as B. abortus do antígeno, formando uma malha de complexo antígeno-
anticorpo que, por sua vez, é arrastada pelos glóbulos de gordura, fazendo com que
se forme um anel azulado na camada de creme do leite (reação positiva). Não
havendo anticorpos presentes IgM e IgG, o anel de creme terá a coloração branca, e
a coluna de leite permanecerá azulada (reação negativa) (GONÇALVES TOMÉ,
1993).
É uma prova de grande valor não só para se detectar rebanhos infectados,
como também para se monitorar rebanhos leiteiros livres de brucelose. Tal prova
tem limitações, pois poderá apresentar resultados falso-positivos em presença de
leites ácidos, ou provenientes de animais portadores de mamites ou, ainda, de
animais em início de lactação (colostro) (PADILHA, 2005).
O resultado positivo ao TAL em um rebanho indica a possibilidade de possuir
animais infectados, logo os animais deste rebanho devem ser testados
individualmente por sorologia para identificar qual animal está infectado (PADILHA,
2005).
Entre as vantagens desta prova estão a praticidade, a segurança, a
simplicidade e a possibilidade de ser utilizada na profilaxia da doença (BRASIL,
1991).
2.8.2.1.3. Teste de Soroaglutinação em Tubos (SAT).
Também chamada de prova lenta, porque a leitura dos resultados é feita em
48 horas, é a prova sorológica mais antiga e ainda hoje bastante empregada. É
utilizada em associação com o teste do 2-Mercaptoetanol para confirmar resultados
positivos em provas de rotina. É uma prova padronizada frente a um soro padrão
internacional, sendo o resultado expresso em unidades internacionais.
29
29
A prova permite identificar uma alta proporção de animais infectados; porém,
costuma apresentar resultados falso-negativos, no caso de infecção crônica e, em
algumas situações, pode aparecer título significativo em animais não infectado por
B.abortus como decorrência de reações cruzadas com outras bactérias. Em animais
vacinados com B19 acima de oito meses, uma proporção importante deles pode
apresentar títulos de anticorpos para esta prova por um longo tempo, ou
permanentemente (NIELSEN, 2002)
2.8.2.2. TESTES CONFIRMATÓRIOS
2.8.2.2.1. Teste do 2-Mercaptoetanol (2-ME).
É uma prova quantitativa seletiva que detecta somente a presença de IgG no
soro, que é a imunoglobulina indicativa de infecção crônica. Deve ser executada
sempre em paralelo com a prova lenta em tubos. Desse modo, soros com
predomínio de IgM apresentam reações negativas nessa prova e reações positivas
na prova lenta. A interpretação dos resultados é dada pela diferença entre os títulos
dos soros sem tratamento (prova lenta), frente ao soro tratado com 2-ME (MANUAL,
2004).
A presença de anticorpos não específicos em soros de animais não
infectados por brucella abortus, que foi observada por Hess e Roepke (1951), que
concluíram por estes anticorpos pertencerem à classe IgM.
Estes anticorpos são produzidos pelo contato dos animais com bactérias que
possuem a cadeia O do lipopolissacarídeo (LPS) semelhante ao da B. abortus, como
Salmonella urbana, Escherichia coli, Pseudomonas maltophilia e Yersinia
enterocolítica (MACMILLAN, 1990; NIELSEN et al.,2004).
Os resultados positivos na prova lenta e negativa no 2-ME devem ser
interpretados como reações não específicas ou como devidos a anticorpos residuais
de vacinação com B19 (MANUAL, 2004).
Resultados positivos em ambas as provas indicam a presença de IgG, que
são as aglutininas relacionadas à infecção, devendo os animais ser considerados
infectados (BRASIL, 2004).
30
30
2.8.2.2.2. Fixação do Complemento (FC)
Esse teste tem sido empregado em diversos países que conseguiram
erradicar a brucelose ou estão em fase de erradicá-la. É o teste de referência
recomendada pela Organização Mundial de Saúde animal para o trânsito
internacional de animais. Na brucelose bovina, apesar de a FC detectar tanto IgG1 e
IgM, o isotipo IgG1 é muito mais efetivo como fixador do complemento (NIELSEN,
EWALT, 2004).
Animais infectados permanecem positivos por períodos mais longos e com
títulos fixadores de complemento mais elevados do que nas provas de aglutinação.
Em animais vacinados acima de oito meses de idade, os anticorpos que fixam
complemento desaparecem mais rapidamente do que os aglutinantes (MORGAN,
1967).
2.8.3. NOVOS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
2.8.3.1. Teste de Ensaio Imunoenzimático Indireto (I-ELISA).
Em protocolos de Elisa que tem apresentado bons resultados, emprega-se
como antígeno o lipopolissacarídeo de B. abortus imobillizado em placas de 96
poços. Como conjugado, utiliza-se um anticorpo monoclonal anti-IgG1 bovina
conjugada com a peroxidase. Agentes quelantes (EDTA/EGTA) são utilizados para
minimizar reações não específicas. O teste possui alta sensibilidade (MAC MILLAN
& STACK, 2000).
2.8.3.2. Teste de Ensaio Imunoenzimático Competitivo (C-ELISA).
É um teste muito sensível e específico e é recomendado pela Organização
Mundial de Saúde Animal como teste confirmatório para o diagnóstico de brucelose,
assim como a FC, neste teste utiliza-se também como antígeno imobilizado na fase
sólida o lipopolissacarídeo (LPS) de B. abortus. No momento da prova, o soro a
testar é misturado com um anticorpo monoclonal específico contra a cadeia O de
B.abortus. Um conjugado peroxidase anti-IgG é utilizado para detectar o anticorpo
monoclonal ligado ao antígeno imobilizado na fase sólida do teste. Quanto maior a
31
31
quantidade de anticorpos anticadeia O de Brucella sp. no soro testado, maior a
competição com o anticorpo monoclonal específico e menor a quantidade de cor
desenvolvida. Por comparação com um controle, é possível determinar a quantidade
relativa de anticorpos anti-Brucella no soro teste (NIELSEN et al., 1995; MAC
MILLAN & STACK, 2000; NIELSEN, 2002; NIELSEN, EWALT, 2004).
2.8.3.3. Teste de Polarização de Fluorescência (FPA)
O antígeno utilizado no teste é preparado com o polissacarídeo. O também
denominado cadeia O, de B. abortus, conjugado com o isotiocianato de fluoresceína.
A prova se fundamenta na comparação de velocidade dos movimentos aleatórios
das moléculas em solução. O tamanho molecular é o principal fator que influencia a
velocidade de rotação de uma molécula, sendo inversamente proporcional a ela.
Havendo anticorpos no soro, haverá a formação dos complexos anticorpo-antígeno-
conjugado, isolado. Determina-se a velocidade de rotação das moléculas com o
auxílio de um equipamento de iluminação por luz polarizada. Através da utilização
de controles e de soro pré-titulado é possível calcular a quantidade de anticorpos
presentes no soro testado (SAMARTINO & ENRIGHT, 1993).
O teste é concluído em poucos minutos, pode ser realizado em soro e leite, e
tem-se mostrado muito promissor para o diagnóstico de brucelose também em
outras espécies.
2.9. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Deve-se fazer o diagnóstico diferencial, no que se diz respeito a doenças com
sinais de aborto e que tenham dado negativo no teste de brucelose, e podemos citar
como essas principais doenças: Leptospirose, Listeriose, Rinotraqueíte Infecciosa
Bovina (I.B.R.), Diarréia Viral Bovina (B.V. D), Campilobacteriose e Chlamidiose.
2.10. TRATAMENTO
De acordo com o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose
e Tuberculose bovina (PNCEBT, 2004), o tratamento é estritamente proibido, os
animais positivos devem ser identificados com uma marca de ferro candente (P) do
32
32
lado direito da cara, notificado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA, 2003) e encaminhado para um abate sanitário em frigorífico
com inspeção oficial.
No caso de brucelose em humanos, o tratamento recomendado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS, 1986), utiliza-se rifampicina e doxiciclina
diariamente por no mínimo seis semanas. As tetraciclinas, associadas à
estreptomicina, parecem diminuir a incidência de recaídas, sendo indispensáveis nos
casos graves.
2.11. PROFILAXIA
De acordo com o Ministério da Agricultura (MAPA, 1991), as medidas de
prevenção da brucelose são imprescindíveis e de grande importância começando
com limpeza e o saneamento higiênico do ambiente, além de destruir todo o material
infectado como fetos e placentas, uso de equipamento de proteção individual para
os funcionários das propriedades de fazendas, evitar comer carnes cruas ou mal
passadas, ingerir leite e derivados pasteurizados ou fervidos.
Fazer a desinfecção com amônia quaternária e iodo, identificação dos animais
reagentes positivos e marcação, controle de trânsito de animais, certificação
voluntária de estabelecimento de criação, colocar em prática programas
governamentais como a INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 2 DE JANEIRO DE 2001,
que aprova o regulamento Técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação
da brucelose e tuberculose que tem como objetivo específico baixar a prevalência e
a incidência destas enfermidades. (BRASIL, 2004).
Vacinação obrigatória de fêmeas na faixa etária de 3 a 8 meses com vacina
liofilizada, elaborada com amostra 19 de Brucella abortus e proceder marcação com
ferro candente, do lado esquerdo da cara com um V, acompanhado do algarismo
final do ano da vacinação. Exclui-se da marcação fêmea destinada ao registro
genealógico, quando devidamente identificado (INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 2 DE
JANEIRO DE 2001).
33
33
2.11.1. VACINAS CONTRA BRUCELOSE
Desde a identificação do agente etiológico da brucelose, vários pesquisadores
têm procurado desenvolver vacinas que sejam protetoras e que não interfiram no
diagnóstico da doença. Em decorrência desses estudos, vem sendo desenvolvido
um grande número de vacinas vivas atenuadas, mortas, de subunidades,
recombinantes e de DNA. Muitas destas vacinas se mostraram pouco protetoras,
como as vacinas mortas, ou ainda estão em fases de teste, como as vacinas de
subunidades, recombinantes e de DNA (VEMULAPALLI et al.,2002 ).
As vacinas vivas atenuadas são aquelas que efetivamente foram e ainda são
utilizadas nos programas de controle da brucelose. Duas delas, recomendadas pela
Organização Mundial de Saúde Animal, são as mais empregadas: a B19 e a RB51.
Ambas são boas indutoras de imunidade celular.
2.11.1.1. VACINA B19
A vacina B19 é uma amostra de B.abortus lisa, que foi isolada do leite de uma
vaca Jersey em 1923. Depois de acidentalmente esquecida por mais de um ano à
temperatura ambiente, a amostra perdeu a virulência e, desde a década de 30, tem
sido utilizada como vacina. Esta vacina foi empregada em vários países que
erradicaram a doença, como por exemplo: Austrália, Canadá, Dinamarca, Inglaterra,
Holanda, Suécia, dentre outros. Foi também a vacina utilizada no programa de
controle nos EUA até a primeira metade da década de 90. No Brasil, é a vacina
obrigatória para bezerras com idade entre 3 e 8 meses.
A B19 é atenuada para fêmeas jovens; pode, entretanto causar orquite nos
machos e provocar aborto se administrada durante a gestação. Pode ainda infectar
o homem, e dar origem à doença. Portanto, não se recomenda a vacinação de
machos e fêmeas gestantes com a amostra B19. Durante a vacinação, devem ser
adotadas certas precauções quanto à proteção individual (uso de óculos de
proteção, luvas, etc.) e quanto ao descarte de seringas e frascos de vacinas.
Por ser uma amostra lisa de B. abortus, a B19 induz a formação de anticorpos
específicos contra o LPS liso e pode interferir no diagnóstico sorológico da
brucelose. A persistência desses anticorpos está relacionada à idade de vacinação.
Se as fêmeas forem vacinadas com idade superior a 8 meses, há grande
34
34
probabilidade de produção de anticorpos que perdurem e interfiram no diagnóstico
da doença após os 24 meses de idade. Quando a vacinação ocorre até os 8 meses
de idade, tais anticorpos desaparecem rapidamente, e os animais acima de 24
meses são totalmente negativos nas provas sorológicas.
2.11.1.2. VACINA RB51
A vacina RB51 é elaborada com uma amostra de B. abortus rugosa atenuada,
originada da amostra lisa virulenta 2308 que sofreu passagens sucessivas em meio
contendo concentrações sub inibitórias de rifampicina. Ela possui característica de
proteção semelhante às da B19; porém, por ser uma amostra rugosa, não induz a
formação de anticorpos anti-LPS liso e não interfere no diagnóstico sorológico da
doença.
Atualmente, a RB51 é a vacina oficial do programa de controle de brucelose
dos EUA, do México e do Chile. No Brasil, poderá vir a ser empregada para a
vacinação estratégica de fêmeas adultas.
Por ser uma vacina viva, o seu manuseio exige as mesmas precauções de
B19, já referidas.
2.12. EPIDEMIOLOGIA
Estudos demonstram que a brucelose bovina é endêmica em todo o território
nacional e existe heterogeneidade entre as regiões quanto à sua freqüência. O
histórico brasileiro mostra que as atividades de vacinação e sorodiagnóstico variam
de Estado para Estado.
A ocorrência é comum em todo o mundo e, principalmente no Brasil, e não
sendo combatida pode causar prejuízos à produção animal pelas seguintes razões:
atua como uma das causas de diminuição da eficiência reprodutiva, onde uma
conseqüência disto, é a redução da produção de bezerros a menos de 50%
causando diminuição de leite da ordem de 20% (pela ocorrência de quadros de
mastite). Uma de cada cinco vacas que abortarem, jamais readquire a eficiência
reprodutiva normal.
O primeiro estudo sobre brucelose bovina no Brasil foi feito por Tineciro
Icibaci, que através de pesquisas epidemiológicas e exames microscópicos de
35
35
tecidos provenientes de fetos abortados, descreveu um foco de brucelose bovina
ocorrido no Município de São Carlos, SP, em 1922. Mello e Neiva, em 1928,
isolaram B. abortus do sangue de uma vaca que havia abortado.
Thiago de Mello, em 1950, relatou a disseminação da brucelose bovina por
todo o país, apontando para uma prevalência de 10 a 20%, sendo que os índices
mais altos estavam nas regiões leiteiras do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais (GARCIA-CARRÍLLO, 1987).
No mesmo ano, a Resolução n. º 438 trouxe o Regulamento de Importação e
Exportação de Animais. Os animais importados para reprodução deveriam vir
acompanhados de certificados negativos ao soro diagnóstico, as provas deveriam
ser repetidas na fronteira e os reatores sacrificados sem ressarcimento ao
proprietário. Outro regulamento foi o de Controle de Trânsito Interno de Animais, que
permitia o movimento dos positivos somente para o matadouro e animais que
fossem apresentar-se em exposições deveriam ser livres da doença (GARCIA-
CARRÍLLO, 1987).
Em 1965, o Ministério da Agricultura elaborou outro plano de controle
baseado na vacinação de bezerras, que não foi colocado em prática (GARCIA-
CARRÍLLO, 1987).
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) compila e
consolida as informações produzidas pelos Estados, publicando-os anualmente na
forma de Boletins de Defesa Sanitária Animal (BRASIL, 2004).
Esses dados, embora não sejam provenientes de estudos planejados,
representam a fonte mais abundante e regular disponível e, se lidos e interpretados
apropriadamente, podem fornecer informações importantes.
A primeira informação relevante é que a brucelose bovina está presente em
todo o território nacional, pois todos os Estados e Territórios brasileiros já notificaram
a existência de animais soro reatores.
Boletins do ano de 2000 indica índices de brucelose bovina, divulgados pelo
MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento), que informa que o
Estado do Rio de Janeiro tem uma prevalência entre 10 e 15 % de animais soro
reagente. Estes dados são baseados em relatórios de Médicos Veterinários, que são
enviados mensalmente, este índice só está contabilizando animais notificados.
36
36
3 . MATERIAL e MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido na região Norte e Noroeste do Estado do Rio de
Janeiro, no município de Campos dos Goytacazes, Bom Jesus do Itabapoana, São
Francisco do Itabapoana, Cardoso Moreira, Italva, Itaperuna, Conceição de Macabu
e São Fidelis e foram utilizados 995 animais de 34 produtores rurais.
3.1. PROPRIEDADES ANALISADAS:
37
37
As propriedades foram visitadas aleatoriamente de acordo com a requisição
do Médico Veterinário, tendo essas 34 propriedades um perfil de médios e pequenos
produtores de leite, sendo utilizado uma ordenha manual ao dia, com raça
predominante de vacas girolandas, de diferentes faixas etárias e bezerro ao pé.
3.2. AVALIAÇÕES REALIZADAS:
Em visitas nessas propriedades as vacas foram avaliadas em relação a sua
eficiência reprodutiva, com diagnóstico de gestação através de palpação retal,
catalogando animais gestantes, gestantes em lactação, vazias, vazias em lactação,
vazias em anestro (sem ciclo estral), além de testes de brucelose utilizando o teste
de soroaglutinação com antígeno acidificado tamponado corado com rosa-de-
bengala do laboratório TECPAR, aprovado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, sendo também catalogadas vacas soro reativas para brucelose
bovina, além de prenhes e vazias soro reativas.
3.3. REGIMES DE CRIAÇÃO
Foram analisados dois diferentes regimes de criação:
1. Regime extensivo
2. Regime semi-extensivo
3.3.1. REGIME EXTENSIVO
Animais foram criados totalmente a pasto (Brachiária decumbens, Brachiária
brizanta, Brachiária humudícula, angola, colonião e gramíneas nativas da região),
sendo encaminhados para o curral na parte da manhã pra serem ordenhados, com a
grande maioria dessas vacas com bezerro ao pé, ordenha manual uma vez ao dia;
logo após a ordenha essas eram soltas para o pasto com seus respectivos bezerros
até por volta do meado do dia, onde retornavam para então ser separado dos
bezerros e então voltar para o pasto e ficar até o dia seguinte e retomar a rotina.
38
38
3.3.2. REGIME SEMI-EXTENSIVO
Esses animais também permanecem uma grande parte do dia nos pastos
(Brachiária decumbens, Brachiária brizanta, Brachiária humudícula, angola, colonião
e gramíneas nativas da região), sendo encaminhados para o curral na parte da
manhã para serem ordenhados, com a grande maioria dessas vacas com bezerro ao
pé, ordenha manual uma vez ao dia, só que se diferem do regime extensivo no
quesito que diz respeito à separação dos bezerros, ou seja, os bezerros ficam
somente com as vacas um pequeno período após a ordenha.
Após apartação dos bezerros essas vacas recebiam uma complementação de
capim picado, geralmente elefante, cana-de-açúcar picada com uréia pecuária, em
torno de 1% e também um pouco de farelo de trigo ou fubá de milho.
Somente após esse arraçoamento, é que esses animais iriam para o pasto,
retornando no dia seguinte pela manhã para nova ordenha.
39
39
3.4. COLETA DO MATERIAL
O sangue foi adquirido através da punção da veia mamária ou caudal,
utilizando agulhas descartáveis na medida 40x12, colocadas em tubos de ensaio e
deixadas na posição inclinada para ocorrer uma melhor separação do soro em
relação ao coágulo.
Após coleta de sangue de todas as vacas na propriedade e do sangue bem
coagulado, este foi colocado em caixas isotérmicas com gelo para ser transportado
até o laboratório, evitando a autólise do material.
Toda a coleta e todo o processamento do material foi feito pelo Médico
Veterinário Thomaz Garcia Duque, CRMV-RJ-7126 habilitado 987/05 pelo Ministério
da Agricultura Pecuária e Abastecimento no Programa Nacional de Controle e
Erradicação da Brucelose e Tuberculose, seguindo rigorosamente os cuidados
necessários para obtenção de material de excelente qualidade e seguindo normas
de Biossegurança.
3.5. TESTE DO ANTÍGENO ACIDIFICADO TAMPONADO
O antígeno consiste de suspensão celular inativa de Brucella abortus,
amostra 1119-3, corado com rosa de bengala diluído a 8,0% em solução tampão, pH
3,63, padronizado por comparação com antígeno de referência.
A partida do antígeno foi utilizado em 001/05 e 002/05, com fabricação no
laboratório TECPAR (Instituto de Tecnologia do Paraná), na data de janeiro de 2005
e março de 2005, respectivamente.
3.5.1. PRECAUÇÕES PARA O DIAGNÓSTICO:
Para evitar resultados errôneos, foi observado o seguinte procedimento:
1. Antígeno e o soro permaneceram 30 minutos à temperatura ambiente,
entre 18ºC e 22ºC, antes de se iniciar a prova. Baixa temperatura altera
o resultado da prova.
2. Após a utilização do antígeno, este com apresentação em frasco de
vidro contendo 5;6;10;15 ou 20 ml, foi guardado em geladeira a
temperatura entre 2 e 8ºC.
40
40
3. Utilizou-se pipetador automático aferido para 30 µL, com ponteiras
plásticas, tanto para o soro quanto para o antígeno, placa de vidro
quadriculada padrão com 7 quadrados de 5 centímetros, previamente
limpos e secos.
4. Não se deve trabalhar com um número muito grande de amostras para
evitar evaporação do antígeno, motivo pelo qual o MAPA exige
laboratório com controle de máximo e mínimo na temperatura.
3.5.2. PROCEDIMENTO
A – Agitou suavemente o frasco de antígeno para melhor
homogeneização.
B - Com o pipetador inclinado num ângulo de 45 graus, em contato com a
placa, foi depositado 30 µL de soro, em um dos quadrados da placa.
C - Com o mesmo pipetador, mas com ponteira diferente, em posição
vertical (sem encostar-se ao soro), pingou-se o antígeno ao lado do soro.
D – Misturou-se soro e antígeno com bastão de vidro ou metal em
movimentos circulares tais, que proporcionem forma ovalada, com
diâmetro de 2,3 a 2,4 cm.
E - Na passagem de um quadrado para outro o bastão deve ser passado
em solução água/álcool e bem secos.
F - Durante 4 minutos praticou movimentos basculantes à razão de 10-12
vezes por minuto, até que seja interpretado o resultado.
G - A interpretação do resultado foi feita sobre um fundo branco com
luminosidade apropriada.
3.5.3. INTERPRETAÇÃO:
A - Reação positiva: presença de grumos de aglutinação
B - Reação negativa: ausência de grumos de aglutinação
41
41
4. RESULTADOS
4.1. RESULTADOS OBTIDOS NOS REGIMES ESTUDADOS
Os resultados obtidos deram uma visão panorâmica dos problemas da
pecuária leiteira nas regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro.
Nas tabelas 1 e 2 agrupou-se o resultado obtido no campo, os quais passarão
a ser analisados nos diferentes gráficos que demonstrarão aspectos produtivos e
econômicos do rebanho leiteiro e a prevalência da brucelose bovina na região. Estes
resultados foram analisados comparativamente entre os dois regimes de criação e
com um plantel de resultados ideais, de forma a demonstrar as perdas reais das
criações analisadas.
42
42
Tabela 1: Resultados das avaliações realizadas em propriedades sobre o regime extensivo de criação
ANIM. GEST. G. LAC. LACT. VAZ. V. LACT. ANES BRUC. GEST +
FAZENDA 1 8 3 2 7 5 5 4 2 0 FAZENDA 2 8 4 1 5 4 4 4 0 0 FAZENDA 3 110 42 15 73 68 58 52 2 1 FAZENDA 4 16 10 6 12 6 6 3 0 0 FAZENDA 5 47 13 6 40 34 34 28 1 0 FAZENDA 6 36 8 1 29 28 28 20 1 0 FAZENDA 7 22 10 4 16 12 12 8 2 0 FAZENDA 8 22 10 5 17 12 12 12 6 1 FAZENDA 9 39 15 6 30 24 24 18 6 3 FAZENDA 10 13 9 0 0 4 0 4 0 0 FAZENDA 11 18 7 7 18 11 11 8 0 0 FAZENDA 12 16 6 3 7 10 4 9 0 0 FAZENDA 13 82 17 7 43 65 36 49 2 0 FAZENDA 14 45 12 2 28 33 26 28 5 2 FAZENDA 15 10 0 0 0 10 0 10 1 0 FAZENDA 16 18 5 1 10 13 9 7 0 0 FAZENDA 17 35 8 2 21 27 19 24 0 0 TOTAL 545 179 68 356 366 288 288 28 7
QUADRO 1: Em propriedades em regime extensivo foram avaliados 545 animais, destes, 179 (32,84%) gestantes, 68 (12,48%) gestantes em lactação, 366 (67,16%) vazias ou não gestantes, 288 (52,84%) vazias em lactação, 288 (52,84%) vazias em anestro, 28 (5,14%) brucélicas e 7 (25%) das brucélicas estavam gestantes.
Tabela 2: Resultados das avaliações realizadas em propriedades sobre o regime semi-extensivo de criação ANIM. GEST. G. LAC. LACT. VAZ. V. LACT. ANES BRUC. GEST(+)
FAZENDA 1 26 8 3 20 18 17 14 1 0 FAZENDA 2 22 4 1 10 18 9 15 7 2 FAZENDA 3 25 6 2 17 19 15 11 2 0 FAZENDA 4 32 12 6 26 20 20 15 1 0 FAZENDA 5 26 9 7 24 17 17 16 2 0 FAZENDA 6 110 32 13 66 78 53 63 30 6 FAZENDA 7 15 4 1 12 11 11 11 0 0 FAZENDA 8 7 2 1 6 5 5 5 3 0 FAZENDA 9 45 18 11 38 27 27 24 1 0 FAZENDA 10 12 7 5 10 5 5 5 7 3 FAZENDA 11 13 4 3 12 9 9 7 0 0 FAZENDA 12 22 8 6 19 14 13 11 1 0 FAZENDA 13 31 7 4 25 24 21 19 2 1 FAZENDA 14 5 0 0 5 5 5 4 0 0 FAZENDA 15 12 3 3 11 9 8 7 5 2 FAZENDA 16 32 13 8 20 19 12 16 1 0 FAZENDA 17 15 3 1 11 12 10 9 2 1
TOTAL 450 140 75 332 310 257 252 65 15
QUADRO 2: Nas propriedades em regime semi-extensivo foram avaliados 450 animais, destes, 140 (31,11%) gestantes, 76 (16,89%) gestantes em lactação, 310 (68,89%) vazias, 257 (57,11%) vazias em lactação, 262 (58,22%) vazias em anestro, 65 (14,44%) brucélicas e 15 (23,08%) das brucélicas estavam gestantes.
Comparação entre os 2 regimes
43
43
0
100
200
300
400
500
600
A G. G.L. L V V.L V.A B B.G
Figura 1: Análise dos plantéis em regime extensivo: (A) Número de animais
avaliados, (G) animais gestantes, (G. L) animais gestantes em lactação, (L)
total de animais em lactação, (V) animais vazios, (V. L) animais vazios em
lactação, (V. A) animais vazios em anestro, (B) animais brucélicos e (B. G)
animais brucélicos gestantes.
Figura 2: Bruc (total de vacas brucélicas), Br gest. (vacas brucélicas gestantes), Br
Vazia (vacas brucélicas vazias).
4.2. Resultados comparativos entre os dois regimes com o de um plantel ideal
0
200
400
600
1 2 3
TOTAL GES TANTES VAZIAS
GESTAÇÃO
Ideal
Extensivo
Semi extensivo
0
20
40
60
80
Bruc Br Gest Br Vazia
Índice de Brucelose
Extensivo
Semi-extensivo
44
44
FIGURA 3: Resultados comparativos entre um plantel ideal ou zootecnicamente
correto e os observados nos plantéis analisados quanto à gestação
FIGURA 4: Resultados comparativos entre um plantel ideal ou zootecnicamente
correto e os observados nos plantéis analisados quanto à lactação.
FIGURA 5:Resultados comparativos entre um plantel ideal ou zootecnicamente
correto e os observados nos plantéis analisados quanto à lactação e
0
200
400
600
1 2 3
ANIMAIS LACTANTES S ECAS
LACTAÇÃO
IDEAL
EXTENSIVO
SEMI-EXTENSIVO
0
200
400
600
NA Lac G.L V.L secas
Lactação X Gestação
Ideal
Extensivo
Semi-extensivo
45
45
gestação. (NA) número de animais avaliados, (Lac) Lactantes, (G.L)
gestantes em lactação, (V.L) vazias em lactação e secas.
Figura 6: Resultados comparativos entre um plantel ideal ou zootecnicamente
correto e os observados nos plantéis analisados quanto ao número de vacas
vazias e tempo em dias de vacas vazias
0
50
100
150
200
250
300
350
400
GL VL GNL VNL
Ideal
Extensivo
Semi-extensivo
0
200
400
600
animais n°v. vaz. Dias V.V
Vacas vazias
Ideal
Extensivo
Semi - extensivo
46
46
Figura 7: Resultados comparativos entre um plantel ideal ou zootecnicamente
correto e os observados nos plantéis analisados quanto à lactação e
reprodução, (G.L) gestantes em lactação, (V.L) vazias em lactação, (GNL)
gestantes não lactantes, (VNL) vazias não lactantes
FIGURA 8: Resultados comparativos entre um plantel ideal ou zootecnicamente
correto e os observados nos plantéis analisados quanto à produção e
reprodução, (DL) dias de lactação, (DVV) dias de vacas vazias, (IEP) intervalo
entre partos.
FIGURA 9: Produção de Leite de um plantel ideal ou zootecnicamente correto em
relação ao estimado para região, vertical litros/leite/dia e horizontal meses de
lactação.
0
200
400
600
VG DL Vazias D V V I E P
Produção X Reprodução
Ideal
Extensivo
Semi-extensivo
0
5
10
15
20
25
1 3 5 7 9
11
13
15
17
Litro
s Ideal
Atual
47
47
4.3. ESTATÍSTICA
Estatística descritiva
Amostragem simples ao acaso da população de gado de leite da região Norte
e Noroeste Fluminense.
Dimensionamento usando método de proporção e porcentagem para o
número de animais (variáveis), considerando nível de 5% de significância e o desvio
de 5% em torno da proporção amostral, 95% de probabilidade.
Análise geral dentro da partição do regime extensivo X semi-extensivo
Variáveis: Gestação, Vazias, Gestantes em lactação, Vazias em lactação,
Vazias em anestro, brucélicas, brucélicas gestantes e Lactação.
4.3.1 ANÁLISE GERAL (Regime Extensivo + Regime Semi-extensivo)
Número total de 995 animais avaliados
4.3.1.1. Gestantes
média: 32,16%
desvio padrão: 0,4673
0,298642 ≥ P ≤ 0,350646
Na população as amostras estão entre 29,86% e 35,06% o número de
animais gestantes, independente do regime de criação.
4.3.1.2. Vazias
média: 67,84%
desvio padrão: 0,4673
0,649354 ≥ P ≤ 0,707430
Na população as amostras estão entre 64,93% e 70,74% o número de
animais vazios, independente do regime de criação.
4.3.1.3. Lactação
média: 69,35%
desvio padrão: 0,461285
0,664804 ≥ P ≤ 0,72213
48
48
Na população as amostras estão entre 66,48% e 72,21% o número de
animais com brucelose gestantes, independente do regime de criação.
4.3.1.4. Gestantes em lactação
média: 14,37%
desvio padrão: 0,3510
0,12191 ≥ P ≤ 0,165528
Na população as amostras estão entre 12,19% e 16,55% o número de
animais gestantes em lactação, independente do regime de criação.
4.3.1.5. Vazias em lactação
média: 54,97%
desvio padrão: 0,4978
0,51882 ≥ P ≤ 0,580678
Na população as amostras estão entre 51,88% e 58,06% o número de
animais vazios em lactação, independente do regime de criação.
4.3.1.6. Vazias em anestro
média: 55,48%
desvio padrão: 0,4972
0,523877 ≥ P ≤ 0,585671
Na população as amostras estão entre 52,38% e 58,56% o número de
animais vazias em anestro, independente do regime de criação.
4.3.1.7. Brucélicos
média: 9,35%
desvio padrão: 0,2912
0,075371 ≥ P ≤ 0,111563
Na população as amostras estão entre 7,53% e 11,15% o número de animais
com brucelose, independente do regime de criação.
4.3.1.8. Brucélicos gestantes
média: 2,21%
desvio padrão: 0,1471
49
49
0,01297 ≥ P ≤ 0,031252
Na população as amostras estão entre 1,29% e 3,12% o número de animais
com brucelose gestantes, independente do regime de criação.
4.4. ANÁLISE REGIME EXTENSIVO
Número de 545 animais avaliados
4.4.1. Gestantes
média: 32,84%
desvio padrão: 0,470077
0,288974 ≥ P ≤ 0,367906
Na população as amostras de plantéis em regime de criação extensivo estão
entre 28,89% e 36,79% o número de animais gestantes.
4.4.2. Vazias
média: 67,16%
desvio padrão: 0,470077
0,632094 ≥ P ≤ 0,711026
Na população as amostras de plantéis em regime de criação extensivo estão
entre 63,20% e 71,10% o número de animais vazios.
4.4.3. Lactação
média: 65,50%
desvio padrão: 0,475790
0,6151 ≥ P ≤ 0,694992
Na população as amostras de plantéis em regime de criação extensivo estão
entre 61,51% e 69,49% o número de animais lactantes.
4.4.4. Gestantes em lactação
média: 12,48%
desvio padrão: 0,330762
0,097001 ≥ P ≤ 0,152541
Na população as amostras de plantéis em regime de criação extensivo estão
entre 9,70% e 15,25% o número de animais gestantes em lactação.
50
50
4.4.5. Vazias em lactação
média: 53,03%
desvio padrão: 0,499541
0,488335 ≥ P ≤ 0,572215
Na população as amostras de plantéis em regime de criação extensivo estão
entre 48,83% e 57,22% o número de animais vazios em lactação.
4.4.6. Vazias em anestro
média: 53,95%
desvio padrão: 0,498899
0,497564 ≥ P ≤ 0,581336
Na população as amostras de plantéis em regime de criação extensivo estão
entre 49,75% e 58,13% o número de animais vazios em anestro.
4.4.7. Brucélicos
média: 5,14%
desvio padrão: 0,220967
0,032824 ≥ P ≤ 0,069928
Na população as amostras de plantéis em regime de criação extensivo estão
entre 3,28% e 6,99% o número de animais com brucelose.
4.4.8. Brucélicos gestantes
média: 1,28%
desvio padrão: 0,112705
0,003382 ≥ P ≤ 0,022306
Na população as amostras de plantéis em regime de criação extensivo estão
entre 0,33% e 2,23% o número de animais brucélicos gestantes.
4.5 ANÁLISE REGIME SEMI-EXTENSIVO
Número de 450 animais avaliados
4.5.1. Gestantes
média: 31,33%
51
51
desvio padrão: 0,464365
0,270428 ≥ P ≤ 0,356238
Na população as amostras de plantéis em regime de criação semi-extensivo
estão entre 27,04% e 35,62% o número de animais gestantes.
4.5.2. Vazias
média: 68,67%
desvio padrão: 0,464365
0,643762 ≥ P ≤ 0,729572
Na população as amostras de plantéis em regime de criação semi-extensivo
estão entre 64,37% e 72,95% o número de animais vazios.
4.5.3. Lactação
média: 74%
desvio padrão: 0,439122
0,699427 ≥ P ≤ 0,780573
Na população as amostras de plantéis em regime de criação semi-extensivo
estão entre 69,94% e 78,05% o número de animais lactantes.
4.5.4. Gestantes em lactação
média: 16,67%
desvio padrão: 0,373093
0,132195 ≥ P ≤ 0,201139
Na população as amostras de plantéis em regime de criação semi-extensivo
estão entre 13,21% e 20,11% o número de animais gestantes em lactação.
4.5.5. Vazias em lactação
média: 57,33%
desvio padrão: 0,495143
0,527584 ≥ P ≤ 0,619082
Na população as amostras de plantéis em regime de criação semi-extensivo
estão entre 52,75% e 61,90% o número de animais vazios em lactação.
4.5.6. Vazias em anestro
52
52
média: 57,33%
desvio padrão: 0,495143
0,527584 ≥ P ≤ 0,619082
Na população as amostras de plantéis em regime de criação semi-extensivo
estão entre 52,75% e 61,90% o número de animais vazios em anestro.
4.5.7. Brucélicos
média: 14,44%
desvio padrão: 0,351931
0,111927 ≥ P ≤ 0,176961
Na população as amostras de plantéis em regime de criação semi-extensivo
estão entre 11,19% e 17,69% o número de animais com brucelose.
4.5.8. Brucélicos gestantes
média: 3,33%
desvio padrão: 0,179705
0,016729 ≥ P ≤ 0,049937
Na população as amostras de plantéis em regime de criação semi-extensivo
estão entre 1,67% e 4,99% o número de animais brucélicos gestantes.
De acordo com os dados estatísticos somente o índice de brucelose é que se diferiu
em relação aos dois regimes avaliados.
53
53
5. DISCUSSÃO
5.1. Comparação entre os regimes
Nos dois sistemas os problemas relativos ao desfrute do plantel são
semelhantes afetando sobremaneira a atividade em termos produtivos, foram
observadas diferenças significativas entre os dois regimes apenas no índice de
brucelose, entretanto, quando comparados com um plantel criado em condições
ideais, estas diferenças aparecem muito aquém do que realmente deveriam estar
levando em consideração todos os quesitos analisados.
5.2. Índice de soro reagente à brucelose
54
54
O trabalho demonstrou índice de animais soro reagente nos rebanhos
analisados em média entre 7,53% a 11,15%, estando dentro dos patamares
encontrados por Vera Cardoso (1999).
Entre os regimes de criação houve diferença significativa, com um intervalo
de confiança de P(0,05) e com probabilidade de 95%. No regime extensivo
apresentou um índice que varia de 3,28% a 6,99% e o regime semi-extensivo
apresentou de 11,19% a 17,69%, e também foi observado uma maior incidência de
soro reagente à brucelose em vacas vazias quando comparados com vacas
gestantes, corroborando com o fato de a brucelose ser uma doença que afeta a
reprodução.
O fato de o regime semi-extensivo ter um maior índice de brucelose pode
estar diretamente ligado ao mecanismo de transmissão da doença, estando em
conformidade com a afirmação de Eaglesone e Garcia (1992), no qual o principal
foco de contaminação dá-se por meio de anexos fetais e materiais de abortos ou de
partos de vacas brucélicas, propiciando um maior contato entre vacas doentes com
vacas sadias, aumentando as possibilidades de contaminação.
5.3. Taxa de fertilidade
Não há diferença entre os dois regimes para vacas em gestação. Tais
resultados demonstram haver um problema muito sério nos dois sistemas visto ser a
proporção de animais gestantes e animais vazios estarem totalmente
desproporcional e até mesmo invertida. Evidencia-se por meio de análise descritiva
que a reprodução do plantel está totalmente desregulada gerando prejuízos que irão
ser discutidos e calculados quando comparados com resultados de um plantel
“Ideal”.
Foi observado um maior número de animais soro reativos que não estavam
gestantes em ambos os regimes de criação, em torno de 76%, reforçando a citação
de Lauar (1983) que a Brucella abortus causa sérios distúrbios reprodutivos, tais
como, esterilidade temporária ou permanente.
5.4. Comparação dos resultados
55
55
Os resultados do trabalho estão de acordo com Jank (1999), que animais
criados em campos de pastagens nativas ou mal manejados e pelo baixo grau de
capital investido, de tecnologia empregada, de capacitação da mão-de-obra e
especialização dos rebanhos nos demonstrou baixas taxas de produtividade.
Mesmo animais no sistema semi-extensivo, a alimentação básica é composta
por cana-de-açúcar e capim, além de farelos e grãos. Este sistema não permitiu
elevada produção e produtividade como disse Krug (2001), porém isto é devido a má
qualidade do volumoso e ao manejo errôneo.
A comparação dos resultados obtidos nos dois sistemas de criação com um
plantel ”ideal” mostra claramente um problema reprodutivo em nível de rebanho,
tanto em sistema de criação extensivo como semi-extensivo, o número de animais
gestantes está muito aquém do ideal, sendo que se espera um índice em torno de
80% de animais gestantes e 20% de animais vazios, sendo que os animais vazios
devem estar recém-paridos, para se obter um parto por ano.
Considerando o número de 545 animais estudados no regime extensivo e
considerando igual número para o sistema semi-extensivo, cada regime deveria ter
em torno de 431 vacas em gestação, mas a realidade mostrou que no regime
extensivo teve somente 179 gestações e o semi-extensivo 169 gestações, causando
um enorme prejuízo econômico no quesito nascimento de bezerros. Este resultado
está diretamente ligado ao número de vacas vazias que deveria ser de 89 a no
máximo 114 vacas em um plantel zootecnicamente correto e foram observados 366
no regime extensivo e 376 no regime semi-extensivo.
O intervalo entre partos também está diretamente ligado à produção de
bezerros e à lactação, observou-se que os produtores da região não se preocupam
em dar intervalo entre uma lactação e outra para que as vacas possam se
restabelecer e ter lactações de qualidade. Zootecnicamente deve-se programar um
intervalo de 60 dias de descanso para as vacas no final de cada lactação que deve
ser de 305 dias.
Outro ponto importante que não é observado pelos criadores é o intervalo
entre o parto e a monta ou inseminação, que deve ser também em torno de 60 dias.
Foi observado nesta pesquisa que o período de lactação era em média de 471 dias
e o intervalo entre partos que deveria ser de 348 dias foi em média de 538 dias.
56
56
Analisando outros dados de grande importância, podemos observar um
número excessivo de vacas vazias e que não estavam em lactação, animais estes
que não devem estar em nenhum plantel de leite bem organizado.
Do ponto de vista econômico, considerando que a região Norte e Noroeste
Fluminense, que tem um rebanho leiteiro em torno de 400.000 vacas, essas dentro
de patamares zootécnicos de criação deveriam produzir média 4.500 Kg/leite/ano,
teríamos uma produção total de 1,8 bilhões/litros/ano.
Pelos resultados analisados (número de vacas em lactação, número de vacas
gestantes, vazias, intervalo entre partos, número de vacas secas, tempo de lactação,
dias de vacas vazias), observou-se que estas vacas não atingem mais de 1.200
litros/leite/ano, neste caso as 400.000 vacas só conseguiriam atingir 480 milhões
litros/leite/ano; a diferença entre os dois regimes e um regime ideal corresponderia a
1,32 bilhões de litros/leite/ano, correspondendo a 528 milhões de reais a menos nas
propriedades rurais.
De acordo com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), para cada 1
milhão de reais no leite teríamos 197 empregos no campo, assim sendo, os 528
milhões de reais a menos representam uma perda de 104 mil empregos só na
região.
De acordo com a CNA, cada 1 real gerado com leite representa 5 reais de
aumento no PIB, assim sendo, 528 milhões de reais representariam 2,6 bilhões de
reais que a região Norte e Noroeste Fluminense está deixando de receber, só no
que se refere a produção de leite.
Considerando, ainda, o intervalo entre partos de um rebanho ideal que deve
está em torno de 348 dias, os resultados obtidos nas análises dos plantéis foram em
torno de 538 dias em média, podemos verificar através de cálculos matemáticos
uma redução de pelo menos 268.000 partos/ano; pelos dados atuais temos somente
132.000 bezerros/ano.
Calculando-se os bezerros na desmama a um valor de venda em torno de
300 reais/cabeça, os 268.000 bezerros que deveriam ter nascidos correspondem a
cerca de 80 milhões de reais.
No que se refere aos animais soro reativos para brucelose bovina o índice
está em torno de 10%, considerando 400.000 vacas, são 40.000 positivas; uma vaca
leiteira na região custa em média 1.200 reais, sendo soro reativas seu valor
57
57
comercial será de 5 reais cada arroba, estando em média de 13 arrobas serão pagas
aos produtores 65 reais, chegando o prejuízo a 45 milhões de reais.
O impacto na economia da região Norte e Noroeste Fluminense é tão grande
que milhares de empregos estão deixando de ser criados e a diminuição do
faturamento pode chegar a 600 milhões de reais.
6. CONCLUSÃO
A situação produtiva do rebanho leiteiro da região Norte e Noroeste
Fluminense é tão grave, no que se refere aos aspectos de produção, reprodução,
sanitário e de manejo, que nem um índice elevado de brucelose bovina no rebanho
causou um impacto econômico tão grande quanto à falta de tecnologia e uma
extensão rural aos produtores de leite.
A pecuária de leite da região necessita urgentemente de apoio sólido em
termos de financiamento, de orientação, de melhoramento genético, de controle
58
58
sanitário e de aplicação de novas tecnologias para que esta não sucumba nos
próximos anos.
A produção de leite se transforma cada vez mais em uma economia de
escala, onde o produtor para sobreviver necessita produzi-lo em quantidade e
qualidade.
Torna-se, portanto, necessário, o desenvolvimento de programas sanitários e
zootécnicos, fato esse que gerará empregos até para profissionais de nível superior,
hoje tão escasso.
7. REFERÊNCIAS
59
59
AGUIAR, Adilson de Paula Almeida, ALMEIDA, Bianca Helena Passareti Junqueira. Produção de leite a pasto: abordagem empresarial e técnica. Viçosa: Aprenda fácil, 1999. 470 p.
ACHA, P.N.; SZYFRES,B. (1986) Zoonosis y enfermidades transmissibles comunes
al hombre y a los animales. 2.ed. Washington, D.C.: Organización Panamericana de la Salud.
ALVES, E. R. de A . Características do desenvolvimento da agricultura brasileira. In:
GOMES, A. T.; LEITE, J. L. B.; CARNEIRO, A. V. (Ed.). O agronegócio do leite no Brasil. Juiz de Fora: Embrapa-CNPGL, 2001. p. 11-31.
ALVIM, R. S. (2004) O que vai definir o Futuro do Leite. Rev. Balde Branco. ano XL
nº 480A, p. 12-14.
ANUALPEC 2002: anuário da pecuária brasileira. São Paulo: FNP Consultoria & Comércio, 2002. p.87.
BALDWIN, C.L.; PARENT,M. (2002) Fundamentals of host immune response aganist
Brucella abortus: what the mouse model has revealed about control of infection. Veterinary Microbiology, v.90, p. 367-382.
BANDEIRA, Arnaldo 2001 “Melhoria da Qualidade e a Modernização da Pecuária Leiteira Nacional”, in. Aloísio Teixeira Gomes, José Luiz Bellini Leite e Alziro Vasconcelos Carneiro (ed.), O Agronegócio do leite no Brasil. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2001. p. 89 -100.
BANDEIRA, A. (2002) Qualidade e modernização na pecuária leiteira. Rev. Balde Branco. ano XXXVII nº 447, p.44-48.
BRASIL. Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose
Bovina. 9p. Ministério da Agricultura e do Abastecimento, Departamento de Defesa Animal: 2004.
BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa
Agropecuária. Departamento de Defesa Animal. Manual Técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose – PNCEBT: legislação. Brasília: 2001. 47p.
BRICKER, J. (2002) PCR as a diagnostic tool for brucellosis. Veterinary
Microbiology, v.90, p. 435-446.Brucelosis. Comparative Immunology, Microbiology and Infectious Diseases,v.16, p. 95-101.
CAMARGO, A. C. (2000). Em apoio a este ponto de vista considerar o artigo
“Intensificação de Sistemas de Produção de Leite”, baseado em palestra do Professor Flávio Augusto Portela Santos e publicado em www.bichoonline.com .br
CAMPERO, C.M. (1993) Brucelosis en toros: una revisión. Veterinary Medicine, v.74,
p.8-14.
60
60
CARNEIRO, V. (1933), Em torno da febre ondulante. Brucelose bovina e sua freqüência em São Paulo. R. Soc. Paulista de Med. Vet., São Paulo, 3 (5-6) : 126.
CENTRO PANAMERICANO DE ZOONOSIS. (1982) Pruebas suplementarias para el
diagnostico de la Brucelosis. Ramos Mejía: Centro Panamericano de zoonosis – OPS, (Nota Técnica n° 25)
CNA, 2000. Produção de leite. www.cna.org.br EAGLESOME, M.D.; GARCIA, M.M. (1992) Microbial agents associated with bovine
genital tratc infection and semen. Part I. Brucella abortus, Leptospira, Campylobacter fetus and Tricomonas foetus. Veterinary Bulletin, v.62, p.743-775.
EWALT, D.R.; BRICKER, B.J. Validation of the abbreviated Brucella AMOS PCR as
a rapid screening method for differentiation of brucella abortus. J. Clin.Microbiol., v.38, p. 3085 – 3086, 2004.
FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), (1990). Dados disponíveis através da página www.cnpgl.embrapa.br.
FINAMORE e CORRÊA (1941), Cit. in Parreiras Horta (1943), Bruceloses. Imprensa
Médica, 19 (358) : 55. GARCIA-CARRÍLLO, C. (1987) La brucellosis de los animales en América y su
relación com la infección humana. Paris: Office International des Epizooties, p. 299.
GONZÁLES TOME, J. S. G. Curso de brucelosis animal. Goiânia: Organização
Mundial. jun 1993. 63p. GOMES, Sebastião Teixeira. 1999 “Matrizes de Restrições ao Desenvolvimento do
Segmento da Produção de Leite na Região Sul”, in. BRESSAN, Matheus e VILELA, Duarte(eds),Restrições técnicas, econômicas e institucionais ao desenvolvimento da cadeia produtiva do leite no Brasil – Região Sul. Brasília – DF/Juiz de Fora – MG: 1999. p. 21-26.
GORVEL, J.P.; MORENO, E. (2002) Brucella intracellular life: from invasion to
intracellular replication. Veterinary Microbiology, v.90, p.281-297. de Saúde, 1993, p.63. HESS, W.R.; ROEPKE, M.H. A nonspecific Brucella-agglutinating substance in
bovine serum. Proceddings Society Experimental Biological Medicine, v.77, p.401-410, 1951.
IBGE, 1995 – 1996. Censo Agropecuário 1995-1996. Valor da produção, segundo as Mesorregiões, Microrregiões e Municípios. Site www.ibge.gov.br.
61
61
ICIBACI, T. (1922), Aborto contagioso bovino no Estado de São Paulo. I Congresso Nacional de Medicina Veterinária, p. 197.
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 2 DE JANEIRO DE 2001. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
JANK, m.s.; FARINA, E.M.; GALAN, V.B.; MILKBIZZ. A amplitude dos modelos de
produção de leite no Brasil. O agribusines do leite no Brasil. São Paulo: Milkbizz, 1999.
KRUG, Ernesto Enio Budke.2001 Sistemas de produção de leite: identificação de
benchmarking. Porto Alegre: Palloti. KURODA R.B.S, L.M.S. PAULIN, C.N. NOZAKI, F.F. SILVA JUNIOR, L.
GERONUTTI, J. MEGID. prevalência da brucelose bovina na microrregião da serra de botucatu – estudo comparativo dos resultados das técnicas de soroaglutinação lenta em tubos, 2-mercaptoetanol e fixação de complemento* Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.71, n.2, p.137-142, abr./jun., 2004
LANGENEGGER, J. (1992) Brucelose. In : CHARLES, T. P.; FURLONG, J. Doenças
dos bovinos de leite adultos. Coronel Pacheco: EMBRAPACNPGL, p. 83-96. LANGENEGGER, J. (1993) Discussões sobre brucelose In : CHARLES, J. P.;
FURLONG, J. Discussões do fórum de atualização em doenças dos bovinos de leite. Coronel Pacheco: Embrapa – CNPGL, p. 6-12.
LAUAR, N. M. Brucelose. Cati, São Paulo, n.169, 1983.
MACMILLAN, A P.; STACK, J. (2000) Bovine Brucellosis. In: OFFICE
INTERNATIONAL DES EPIZOOTIES. Manual of standards for diagnostic tests and vaccines. 4.ed. Paris: office International des Epizooties, p. 328-345.
MARCONDES, Tabajara.1999 “Leite”, síntese anual da agricultura de Santa Catarina (1998-1999), ICEPA-SC, 1999. SC-AGRO 2000, CD-ROM.
MAURÍCIO, R.; COAST. P. (1998) A brucelose animal: Revisão Bibliografica.
Veterinária Técnica, Bragança,p. 46-53. MELLO, A. e NEIVA, C. (1930), Moléstia de Bang em São Paulo. Rev. Ind. Ani.,1(4-
5). NICOLETTI, P. (1990) Bovine abortion caused by Brucella sp. In: KIRKBRIDE,
C.A.(Ed.). Laboratory diagnosis of livestock abortion.3. ed. Ames: lowa State University Press, p.22-26.
NIELSEN, K. (2002) Diagnosis of Brucellosis by serology. Veterinary Microbiology,
v.90, p.447-459.
62
62
NIELSEN, K., GALL, D., KELLY, W., VIGLIOCCO, A., HENNING, G., GARCIA, M. (1996) Immunoassay development: application to enzyme immunoassay for the diagnosis of brucellosis. Nepean, Ontario: Animal Disease Research Institute. O.I.E. Reference Laboratry of Brucellosis. Agriculture and Agri-Food Canada.
OLASCOAGA, C.R.C. (1976) Diagnóstico serologico de la Brucelosis. Zoonosis,
v.18, p. 107-141. OLIVEIRA, S.C.; SOEURT, N.; SPLITTER, G. (2002) Molecular and cellular
interactions between Brucella abortus antigens and host immune responses. Veterinary Microbiology, v.90, p.417-424.
ORGANIZÁCION MUNDIAL DE LA SALUD. Comité Mixto FAO/OMS de Expertos
en Brucellosis. Sexto informe. Genebra: Organización Mundial de la Salud, 1986. (Série de Informes Técnicos, 740).
PAULIN, L.M.& NETO, J.S.F.(2002) A experiência brasileira no combate a brucelose
bovina. Inst. Biol., São Paulo, v.69, n.2, p.105-112.
POESTER, F.P.; GONÇALVES, V.S.P.; LAGE, A P. (2002) Brucellosis in Brazil. Veterinary Microbiology, v.90, p.55-62.
RIOS, Heloísa. 2001: “Consumidor: o ator principal do agronegócio do leite no
Brasil”, in. Aloísio Teixeira Gomes, José Luiz Bellini Leite e Alziro Vasconcelos Carneiro (ed.), O Agronegócio do leite no Brasil. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2001. p.89-100.
SAMARTINO, L.E.; ENRIGHT, F.M. (1993) Patogenesis of abortion of bovine
Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuaria, Centro de Investigaciones en Ciencias Veterinarias, Buenos Aires, Argentina. 1993 Apr;16(2):95-101.
SCHURIG, G.G.; SRIRANGANATHAN, N.; CORBEL, M.J. (2002) Brucellosis
vaccines: past, present and future. Veterinary Microbiology, v.90, p.479-496. TEIXEIRA, A. C. P. Brucelose: zoonose controlada? Higiene Alimentar, v. 12, n. 54,
p. 359-368, 1998. TEIXEIRA, A. C. P.; SOUZA, C. F. A.; SÁ, M. J.S.; RIBEIRO, R. M. P.; OLIVEIRA, A.
L.; SOUZA,R. M. (1998) Brucelose: zoonose controlada? Higiene Alimentar,v. 12, n. 54, p. 23-25.
THIAGO MELLO, 1950. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.69, n.2, p.105-112, abr./jun., 2002 VANZINI, V. (1995) Las pruebas sorológicas utilizadas para el control de la
brucelosis bovina In: INTA. Estrategias para el control de la brucelosis de los bovinos com énfasis en estabelecimentos com alta prevalencia. Estação experimental de agropecuária Rafaela. INTA, p.20.
63
63
VANZINI, V.; ECHAIDE, S. T.; LUGARESI, C.; CANAVESSIO, V.; AGUIRRE, N.; TORRES, A. (1997) Estrategias para el control y prevencion de la Brucelosis bovina en estabelecimentos lecheros.Temas de produccion lechera. INTA, Rafaela, n. 84,
VEMULAPALLI, R.; SPIRANGANATHAN, N.; BOYLE, S.M.; SCHURIG G.G.;
Brucella abortus, enhacing vaccine efficacy and developing multivalent vaccines. Vet. Microbial., v.90, p. 521-532, 2002
VERA CARDOSO, MELLO (1999). Prevalência da brucelose bovina na região norte
e noroeste fluminense. Tese de Mestrado. UENF Campos dos Goytacazes, RJ. YAMAGUCHI, Luiz Carlos T., MARTINS, Paulo do Carmo, CARNEIRO, Alziro V.
2001 “Produção de leite no Brasil nas três ultimas décadas”, in. Aloísio Teixeira Gomes, José Luiz Bellini Leite e Alziro Vasconcelos Carneiro (ed.), O Agronegócio do leite no Brasil. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2001. p. 89-100.
WYCKOFF, III, J.H. (2002) Bovine T Iymphocyte responses to Brucella abortus.
Veterinary Microbiology, v.90, p. 395-415.